Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
GESTÃO DE CONTRATOS E SERVIÇOS DE TI MAURICIO DE OLIVEIRA CRISTAL Editora Unisinos, 2015 SUMÁRIO Apresentação Introdução Capítulo 1 – Gestão de contratos e fornecedores segundo PMBOK® Capítulo 2 – Gestão de contratos e fornecedores segundo MPS.BR Nível G Capítulo 3 – Serviços e contratos em tecnologia da informação Capítulo 4 – Exercícios de revisão contendo o conteúdo completo da disciplina Capítulo 5 – Gabarito dos exercícios de revisão Referências Sobre o autor Informações técnicas APRESENTAÇÃO O objetivo deste livro é apresentar as práticas disponíveis no mercado, bem como uma ampla visão da gestão de contratos e serviços de tecnologia da informação. Como base bibliográfica, selecionaram-se três modelos de mercado quanto às práticas de gestão de contratos, aquisições e fornecedores. São elas: PMBOK, MPS.BR e conceitos de serviços de TI, segundo (ITIL, 2005). O volume é compreendido por três capítulos, além da introdução, conclusão e esta apresentação. No capítulo 1 descrevem-se os processos relacionados ao Gerenciamento das Aquisições do Projeto, segundo o (PMBOK, 2013). O PMBOK define como aquisições o esforço realizado para gerenciar contratos e fornecedores para o trabalho realizado fora de uma organização. Mesmo que focando no escopo de projetos, as nomenclaturas e práticas podem ser também aplicadas e estendidas para gestão de contratos e serviços de TI. No capítulo 2 apresentam-se os processos de gestão de contratos, segundo o modelo MPS.BR – Melhoria de Processo do Software Brasileiro. Esta guia é mantida e publicada pela Softex e baseia-se na Norma Internacional ISO/IEC 12207:2008. Neste capítulo, as atividades e tarefas da guia são descritos com exemplos práticos para facilitar o entendimento das práticas propostas para gestão de contratos. No capítulo 3 exibem-se os conceitos de contratos e serviços de TI, segundo (ITIL, 2005). São definidos e apresentados tipos de contratos usados no mercado de tecnologia, e o conceito de portfólio de serviços e como podem auxiliar uma organização a coordenar os esforços na gestão de serviços ofertados em uma organização de TI. A partir do entendimento dos modelos e das práticas na gestão de contratos de TI se espera que os alunos possam nivelar o conhecimento e os conceitos na área específica com o objetivo de realizar os trabalhos práticos com base teórica e bibliográfica. Bons estudos! INTRODUÇÃO A razão e missão de uma área de TI existir em uma organização está ligada usualmente a habilitar serviços necessários para apoiar o desenvolvimento do planejamento estratégico. Para tanto é fundamental a constante preocupação com a eficiência e eficácia para a efetividade em relação à estratégia de negócio da organização. A correta implementação de um Gerenciamento de Serviços de TI aumenta a contribuição da área de TI para a geração e o valor para a organização, maximizando o retorno para o negócio dos investimentos (CAPEX – Capenditure Expenses) e reduzindo as despesas (OPEX – Operational Expenses) efetuados em Tecnologia da Informação. Neste cenário, palavras como “melhores práticas”, “otimização de processos”, qualidade do serviço” e “alinhamento estratégico dos serviços de TI ao negócio” passam a ser vital para todos os serviços providos pelas áreas e organizações de TI. Sendo assim, tais áreas tendem a adotar processos guiados pelas melhores práticas do mercado com o objetivo de não terem de aprender e crescer por meio de tentativas e erros, mas de lições já vivenciadas e superadas por outras organizações e publicadas em modelos de mercado. Alguns modelos de mercado podem ser citados: PMBOK (PMBOK, 2013); MPS.BR (MPS.BR, 2011); ITIL® (ITIL, 2005). Tais modelos e guias são alguns dos conjuntos de melhores práticas que apoiam as áreas de Tecnologia da Informação, habilitando o incremento da maturidade no processo de gerenciamento de TI. Propiciam a construção de processos, metas e métricas auxiliando as organizações de TI no incremento de maturidade entre o nível denominado “Caótico” e o nível de “Valor”. A Figura 1 ilustra os níveis de maturidade para a gestão de TI: Figura 1 – Maturidade do Processo de Gerenciamento de TI. Fonte: Magalhães (2007, p. 35). Muito do trabalho a ser realizado invariavelmente passa por aquisições externas às organizações de TI. São várias as razões, tais como custo, cronograma ou conhecimento de tecnologia. Os modelos citados acima surgem como alternativa no mercado de tecnologia para apoiar o incremento de maturidade nas negociações de contrato entre organizações, clientes e fornecedoras de soluções de tecnologia. Os três modelos listados terão destaque neste livro e serão desenvolvidos nos capítulos subsequentes. CAPÍTULO 1 GESTÃO DE CONTRATOS E FORNECEDORES SEGUNDO PMBOK® Gerenciar aquisições em um projeto é usar os processos sugeridos que se fazem necessários conforme o caso, para a aquisição de um ou mais produtos ou serviços, ou segundo o PMBOK, “resultados externos à equipe do projeto”. Esses processos incluem tarefas como: gerenciar contratos; controlar mudanças relacionadas a contratos emitidos pelo fornecedor; controlar mudanças relacionadas a pedidos de compra emitidos pelo fornecedor; definição de pessoas autorizadas para emissão das mudanças; administração de contratos emitido pelo comprador ou adquirente; administração das obrigações contratuais atribuídas à equipe do projeto. O PMBOK, na sua quinta edição, organizou as tarefas nos quatro processos a seguir: Planejar o gerenciamento das aquisições: documentação das decisões de aquisições e identificação de fornecedores (é um processo da fase de planejamento); Conduzir as aquisições: obtenção de propostas de fornecedores, seleção de um fornecedor e assinatura de um contrato (é um processo da fase de execução); Controlar as aquisições: gestão da execução da aquisição, monitoramento do desempenho do contrato e atualização de mudanças (é um processo da fase de controle); Encerrar as aquisições: finalização das aquisições do projeto e armazenamento das lições aprendidas (é um processo da fase de encerramento). Para ilustrar essas ideias, o Guia PMBOK Quinta Edição dispõe da figura abaixo que mostra a visão geral do gerenciamento das aquisições. Figura 2 – Visão geral do gerenciamento das aquisições do projeto. Fonte: Guia PMBOK® Quinta Edição (2013, p. 356). Além do contrato, o (PMBOK, 2013) destaca dois documentos como essenciais para o gerenciamento das aquisições: a declaração de trabalho ou Statement of Work e o plano de gerenciamento das aquisições. O contrato descreve todas as informações as quais asseguram que as aquisições atendam as necessidades específicas do projeto e as políticas de aquisição da organização. Outros termos, além de contrato, também são aceitos, como acordo, combinação, subcontrato ou pedido de compra. Outros termos, além de fornecedor, também são aceitos como contratada, subcontratada, vendedor ou prestador de serviços. O fornecedor normalmente gerencia o trabalho como um projeto. Sendo que nesses eventos: o comprador torna-se o cliente e, portanto, é uma parte interessada principal do projeto para o fornecedor; a equipe de gerenciamento de projetos do fornecedor está envolvida em todos os processos de gerenciamento de projetos e não somente com os relativos a essa área de conhecimento. Os termos e as condições do contrato se tornam entradas principais para muitos dos processos de gerenciamento do fornecedor. O contrato pode realmente conter as entradas (por exemplo, entregas mais importantes, marcos principais e objetivos de custos) ou pode limitar as opções da equipe do projeto (por exemplo, a aprovação do comprador para decisões referentes a preenchimento de vagas muitas vezes é necessária em projetos de concepção). 1.1 Planejar o gerenciamento das aquisições O primeiro passo para a contratação é a análise para comprar ou fazer. Conforme a Figura 3 abaixo: Figura 3 – Planejar o gerenciamento das aquisições. Fonte: Guia PMBOK® Quinta Edição (2013, p. 358). 1.1.1 Análise para comprarou fazer O planejamento das aquisições documenta as decisões relacionadas às aquisições do projeto a qual inicia pela decisão de fazer ou comprar. No caso de decidir ou comprar, deve-se especificar o que e como será contratado, o quanto é necessário e quando deverá ser realizado, além de identificar os fornecedores em potencial. Para planejar o gerenciamento das aquisições o projeto deve estar em um estágio tal que as necessidades do projeto já estejam definidas. O objetivo é permitir analisar que a aquisição de produtos, serviços ou resultados fora da organização são melhores que as disponíveis internamente à organização contratante. As necessidades do projeto são descritas na “declaração do trabalho” ou “Statement of Work”. A declaração do trabalho das aquisições é desenvolvida principalmente a partir dos seguintes itens segundo (PMBOK, 2013): requisitos documentados; declaração do escopo do projeto; estrutura analítica do projeto (EAP); dicionário da EAP. Assim que forem identificadas as necessidades do projeto, toma-se a decisão de realizar o trabalho internamente ou se decide pela contratação externa (no caso, a decisão que interessa ao escopo deste livro e disciplina, ou seja, a aquisição de serviços externos de tecnologia da informação). 1.2 Conduzir as Aquisições Os resultados ou saídas do processo de planejamento realizado em “Planejar Aquisições” são utilizados para a execução do processo de “Conduzir as Aquisições”. As atividades que podem ser executadas nesse processo são as seguintes, mas não limitadas a: obtenção de cotações e propostas, de possíveis fornecedores, sobre como os requisitos do projeto podem ser alcançados; pré-aplicação de critérios de avaliação para selecionar um ou mais fornecedores que sejam qualificados e aceitáveis; recebimento de cotações ou propostas e aplicação de critérios para avaliação, conforme aplicável para selecionar um ou mais fornecedores; respostas de fornecedores; seleção de um fornecedor; adjudicação de um contrato com o fornecedor escolhido; definição de um sistema de ponderação que a partir de dados qualitativos selecione-se fornecedores de forma impessoal; definição de um processo de gerenciamento das relações de aquisição monitorando o desempenho do contrato e realização de mudanças e correções conforme necessário; garantia de que o desempenho do fornecedor atenda aos requisitos contratuais e que o comprador atue de acordo com os termos do contrato e níveis de serviço (SLA). Quanto às alterações de contrato, o sistema de controle de mudanças determina como são realizadas e quais os atores/papéis participam das aprovações. As atividades que compõem esse sistema são listadas a seguir: define o processo pelo qual o contrato pode ser modificado (aditivos); inclui a documentação, os sistemas de acompanhamento, os procedimentos para resolução de disputas entre as partes e os níveis de aprovação necessários para autorização de mudanças; interage com o sistema de controle integrado de mudanças definido para o projeto. A Figura 4 abaixo ilustra o processo conforme definido pelo (PMBOK, 2013): Figura 4 – Conduzir as aquisições. Fonte: Guia PMBOK® Quinta Edição (2013, p. 371). O plano de gerenciamento de projeto informa como os processos de aquisição são gerenciados. Esses processos definem desde a criação da documentação até o encerramento do contrato. Outra informação de entrada importante para o processo de condução das aquisições é a lista de fornecedores qualificados. A lista pode ser definida a partir de contratos realizados no passado ou por pesquisas no mercado local em caso de novas organizações. Para coletar informações detalhadas sobre fornecedores, visitas e contatos com clientes anteriores podem exigir maior esforço por parte da organização contratante. Segundo (PMBOK, 2013) dois ativos de processos organizacionais podem influenciar o processo de realização das aquisições, são eles: listagens de fornecedores em potencial e previamente qualificados; informações sobre experiências passadas relevantes com os fornecedores, tanto positivas como negativas. Com a lista de fornecedores definida é realizada a reunião com licitantes antes da apresentação de uma licitação ou proposta. Todos os fornecedores em potencial participam e então são apresentadas todas as regras da aquisição, a descrição dos produtos ou serviços a serem contratados (objetos contratuais), o escopo do projeto, as questões legais, os requisitos técnicos, os requisitos contratuais, as restrições do projeto, entre outras informações. Cada item do contrato é exposto e todas as dúvidas dos fornecedores são esclarecidas. É muito importante que as organizações adquirentes tenham o máximo cuidado de garantir que todos os fornecedores em potencial tenham um entendimento claro e comum da aquisição e que nenhum seja beneficiado em detrimento de outro. As dúvidas esclarecidas podem ser incorporadas aos documentos de aquisição como emendas. Essas dúvidas também podem ser separadas em um documento à parte e encaminhas a todos fornecedores em potencial, tornando o processo transparente e justo. Como exemplos de documentos de aquisição podem-se listar as seguintes opções usadas no mercado para solicitar informações, propostas e cotações de preços de potenciais fornecedores: Solicitação ou pedido de proposta (ou RFP – Request for Proposal): o cliente solicita a potenciais fornecedores que forneçam propostas sobre produtos ou serviços; Solicitação ou pedido de cotação (ou RFQ – Request for Quotation): o cliente solicita a potenciais fornecedores que forneçam cotações de preços sobre produtos ou serviços; Solicitação ou pedido de informação (RFI – Request for Information): o cliente solicita a potenciais fornecedores que descrevam informações sobre produtos, serviços ou sua capacidade técnica para atender a entrega; Aviso de oferta, convite para negociação, carta convite para licitação (ou IFB – Invitation for Bid); Edital de licitação. Segundo (PMBOK, 2013), quando a decisão de seleção do fornecedor é baseada em preço (como no ato de compra de itens comerciais ou padrão) geralmente o termo utilizado é licitação, oferta ou cotação. Quando outras considerações, como habilidades técnicas ou abordagem técnica, são mais importantes, o termo proposta geralmente é mais usual. Definidos os fornecedores pré-selecionados, esses recebem a relação de documentação necessária e as regras exigidas. As propostas são definidas pelos fornecedores e encaminhadas à organização cliente para seleção de um ou mais fornecedores. A opinião de consultores ou diferentes especialistas são um importante recurso para avaliar as propostas enviadas pelos fornecedores. Usualmente necessita-se mais de um profissional ou departamento da organização cliente para realizar essa análise. O produto ou serviço que está sendo adquirido pode envolver várias áreas, como finanças, legislação fiscal, contabilidade ou engenharia. Esse profissional ou departamento deve ter experiência na área em que irá emitir sua opinião e, além disso, deverá ser responsabilizado pela opinião ou consultoria que proveu. Revisadas as propostas ocorre frequentemente que o fornecedor selecionado já trabalha para a organização cliente em algum tipo de contrato provisório ou em um trabalho realizado anteriormente. Quando nessas ocasiões houver um acordo de maior importância já assinado entre as partes (ou também conhecido no mercado como contrato “guarda- chuva”) existirá por fatores históricos uma decisão da administração executiva com relação aos papéis do comprador e do fornecedor entre as duas organizações. Nesse caso basta que os níveis operacionais desenvolvam em conjunto uma declaração do trabalho da aquisição que atenda aos requisitos do projeto em questão. Após as partes negociarão um contrato aditivo ao acordo já firmado. Antes da assinatura ou adjudicação do contrato, em compras complexas onde o sistema de ponderação se faz necessário, um processo formal de revisão da avaliação é definido pelas políticas de aquisição da organizaçãocompradora. O comitê de avaliação elegerá um grupo de administradores responsável por essa revisão. As estimativas de custo do trabalho são desenvolvidas pela própria organização cliente ou por um consultor externo. Se as estimativas forem muito divergentes das apresentadas pelos fornecedores, isso pode indicar que o nível de detalhamento da declaração do trabalho da aquisição não é suficiente ou não está suficientemente clara. Também pode indicar que os fornecedores: não entenderam a declaração; não cobriram todos os pontos da declaração; responderam a um escopo maior que o solicitado. Essa técnica pode ser aplicada a um ou outro item da aquisição, conforme o ocorrido, não sendo necessariamente aplicada a todos os itens. As estimativas devem ser independentes das organizações para garantir que o trabalho a ser realizado seja dimensionado corretamente e compreendido por ambas as organizações. Fatores comerciais podem influenciar as estimativas de diferentes fornecedores, mas idealmente devem ser informadas antecipadamente ao cliente e ao time de projeto para evitar divergências de complexidade do projeto (estimativa do fornecedor e expectativa do cliente) ao longo da execução do contrato. Decisões comerciais com estimativas de risco usualmente impactam a qualidade do produto ou serviço de software ao longo da execução do contrato. Após a seleção do fornecedor é possível estabelecer uma negociação antes da adjudicação ou assinatura do contrato. Essa negociação é muito válida para o relacionamento entre cliente e fornecedor, pois determina uma comunicação franca e honesta, onde todas as dúvidas podem ser sanadas a respeito do escopo e complexidade do projeto. Segundo o (PMBOK, 2013), “Os assuntos tratados englobam responsabilidades, autoridade para fazer mudanças, legislação e termos aplicáveis, abordagens comerciais e técnicas de gerenciamento, direitos de propriedade, financiamento de contratos, soluções técnicas, cronograma geral, pagamentos e preços”. Durante o processo de adjudicação o fornecedor selecionado recebe o contrato para formalizar o acordo entre as partes. As formas de um contrato variam entre um simples pedido de compra até um documento complexo. Independente do fato esse documento, segundo (PMBOK, 2013), “é um acordo legal que gera direitos e obrigações entre as partes. Obriga o fornecedor a entregar os produtos, serviços ou resultados especificados e obriga o comprador a remunerar o fornecedor” pelo trabalho realizado. Por ser um documento legal, está sujeito a entrar em litígio, na hipótese de uma das partes se negar a cumprir algum acordo estabelecido. Um contrato, normalmente possui as seguintes partes: declaração do trabalho ou entregas; linha de base do cronograma; relatórios de desempenho; período de desempenho; papéis e responsabilidades; local de desempenho do fornecedor; definição de preços. Uma vez formalizado e aprovado o contrato passa a ser o documento legal que documenta as responsabilidades entre cliente e fornecedor. Dessa forma toda e qualquer solicitação de mudança ou aditivo deve ser controlada formalmente e submetida para aprovação entre as partes envolvidas (gerência de configuração da documentação do contrato). 1.3 Controlar as aquisições Controlar as aquisições é o processo em que tanto o fornecedor quanto o comprador observam se as regras estabelecidas em contrato estão sendo cumpridas. É necessário que tanto fornecedor como comprador envolvido no contrato esteja ciente das implicações legais do não cumprimento de cláusulas contratuais. Quando o projeto envolve diversos fornecedores, o monitoramento entre eles, tanto do ponto de vista de desempenho técnico, quanto do ponto de vista do desempenho das comunicações e coordenação entre eles é fundamental para o sucesso do projeto. Deve ser realizada periodicamente, de forma que os riscos envolvidos sejam mitigados e problemas resolvidos. No Guia (PMBOK, 2013) é apresentada uma figura muito explicativa (ver figura a seguir) onde se pode visualizar a integração do processo de Conduzir as Aquisições com os demais processos de outras áreas do mesmo Guia. Figura 5 – Diagrama de fluxo de dados do processo Controlar as aquisições. Fonte: GUIA PMBOK® Quinta Edição (2013, p. 380). Os seguintes processos do (PMBOK, 2013) podem ser aplicados no controle das aquisições: Orientar e gerenciar a execução do projeto (PMBOK, Seção 4.3, 2013) provendo autorização ao trabalho a ser realizado pelo fornecedor; Realizar o controle integrado de mudanças (PMBOK, Seção 4.5, 2013) garantindo que as mudanças sejam revisadas e aprovadas por todas as partes envolvidas e requeridas no processo; Monitorar e controlar o trabalho do projeto (PMBOK, Seção 4.4, 2013) garantindo entrega dos relatórios de desempenho. Quanto ao controle do desempenho do fornecedor existe um componente que envolve o monitoramento dos pagamentos aos fornecedores. É um processo que assegura os termos do contrato para que pagamentos e entregas sejam cumpridos conforme cronograma estabelecido no contrato aprovado. Segundo o (PMBOK, 2013): “Uma das principais preocupações ao fazer o pagamento dos fornecedores é que exista uma relação rigorosa entre os pagamentos feitos e o trabalho realizado”. O controle de desempenho do fornecedor deve ser realizado com base no contrato. Preferencialmente sempre que possível é desejável definir métricas e objetivos de desempenho. Esse histórico de desempenho pode ser armazenado devidamente como uma métrica de competência do fornecedor e ser usado para projetos futuros em ferramentas de cobrança, acompanhamento ou mesmo em futuras seleções de fornecedores para novos projetos. A análise de desempenho das aquisições é uma avaliação do progresso do fornecedor para entregar o escopo e a qualidade do projeto, de acordo com orçamento e cronograma, em comparação ao contrato. Pode incluir uma análise da documentação, relatórios de andamento e inspeções do comprador, assim como as auditorias de qualidade e testes. O objetivo dessa análise é identificar os êxitos e fracassos no escopo do trabalho realizado, o progresso em relação à declaração do trabalho da aquisição e do não cumprimento do contrato. A análise permite que o comprador quantifique a capacidade ou incapacidade demonstrada pelo fornecedor para entregar o trabalho contratado. Quanto ao cancelamento o mesmo pode ocorrer por justa causa, conveniência ou inadimplência. Em todos os eventos é necessário seguir a cláusula de rescisão definida no contrato. Muitas vezes, entendem-se contratos como documentos rígidos e imutáveis até o seu encerramento. No entanto, os contratos são e podem ser alterados através de adendos ou retificações. O mais importante de atentar é que toda e qualquer alteração só pode acontecer no caso de ambas as partes (cliente e fornecedor) estarem de acordo. É importante destacar que entre as partes usualmente existe uma estrutura de poder. As alterações nem sempre beneficiam igualmente o fornecedor e o comprador. Quando decidida a alteração do contrato sugere-se que as solicitações de mudança sejam aprovadas para adicionar modificações nos termos e condições do contrato. São exemplos de alterações formais em contrato: alteração de escopo ou requisitos, a definição de preços, a descrição dos produtos, serviços ou resultados a serem fornecidos. Todas as mudanças são documentadas formalmente por escrito e aprovadas antes de serem implementadas. As mudanças devem seguir o processo de gestão de configuração usado pelo projeto. Quando cliente e fornecedor não atingem o consenso sobre remuneração ou expectativa de desempenho durante a execução do contrato inicia-se um processo de reivindicação que geram disputas, negociações e recursos administrativos. Todas as reivindicações devem ser documentadas e registradas para consulta futura. Elas igualmente devem seguir os termos definidos e estabelecidos no contrato. A melhor resolução para as reivindicações é a negociação entre as partes, evitando recursos administrativos ou legais. Para facilitaro entendimento a Figura 6 ilustra o processo acima descrito: Figura 6 – Controlar as aquisições. Fonte: Guia PMBOK® Quinta Edição (2013, p. 379). 1.4 Encerrar as Aquisições É processo finalizar todas as aquisições do projeto. Fornece suporte ao processo “encerrar o projeto” (PMBOK, 2013), pois envolve a confirmação de que todo o trabalho e as entregas atinjam os critérios de qualidade definidos pelo cliente. Os critérios são validados e testados em auditorias realizadas pelo cliente ou entidade externa. As auditorias identificam sucessos e falhas sempre levando em consideração as definições de qualidade definidas no contrato. Com o encerramento do contrato, todos os documentos gerados e usados pelas equipes de projeto (sejam do ponto de vista técnica ou administrativa) devem ser arquivados para consulta futura. Informações sobre escopo, custos, cronogramas, critérios de qualidade, riscos, problemas e resoluções, bem como resultados de testes e qualificação do produto ou serviço devem ser armazenadas e registradas junto ao projeto e ao contrato para construir uma base de conhecimento para reuso futuro em novos contratos como lições aprendidas. Ao final do contrato todas as reivindicações devem ser resolvidas ou encerradas. As disputas idealmente devem ser resolvidas por negociação entre as partes sendo a resolução judicial a menos indicada e a menos desejada. Encerradas as reivindicações das disputas pendentes, o cliente envia um aviso formal notificando que o contrato está concluído e encerrado nos termos e definições estabelecidos. Tanto o cliente quanto o fornecedor arquivam os documentos e as lições aprendidas para futuras consultas. A Figura 7 ilustra o processo conforme definido em (PMBOK, 2013): Figura 7 – Encerrar as aquisições. Fonte: Guia PMBOK® Quinta Edição (2013, p. 386). 1.5 Exercícios sobre Gestão de Contratos e Fornecedores segundo PMBOK® 1. Como as mudanças de escopo durante a execução de um projeto podem impactar um contrato de prestação de serviços de tecnologia, segundo o PMBOK®? 2. Durante o processo de planejar aquisições realiza-se a análise de make or buy? O que significa essa análise e como ela altera o planejamento das aquisições? 3. Qual o principal objetivo do cliente definir critérios de seleção de fornecedores no processo de conduzir as aquisições, segundo o PMBOK®? 4. Favor listar as atividades que compõem a execução de inspeções e auditorias no processo de Controlar as aquisições, segundo o PMBOK® no seu entendimento? 5. Qual a importância da declaração de trabalho para o plano de gerenciamento das aquisições, segundo o PMBOK®? 6. Favor descrever qual o seu entendimento sobre o principal objetivo do processo de conduzir as aquisições, conforme definido pelo PMBOK®. 7. Qual o impacto seja positivo ou negativo de possuir fornecedores previamente qualificados ou informações disponíveis na contratação de fornecedores, segundo o PMBOK® no processo de conduzir as aquisições? 8. Favor listar e descrever os diferentes documentos de aquisição de fornecedores disponíveis no mercado e qual o objetivo de cada um desses documentos. 9. Diferencie o documento de aquisição pedido de proposta (RFP) do pedido de cotação (RFQ). Qual a aplicação de um documento em comparação ao outro? 10. Qual o conceito do contrato “guarda-chuva” e como ele facilita o processo de aquisição entre duas organizações? 11. Segundo o PMBOK®, como os pagamentos do cliente devem ser controlados durante a execução do projeto no processo de controlar as aquisições do ponto de vista de desempenho do projeto e avaliação do progresso do projeto? 12. Segundo o PMBOK, quais os critérios ® devem ser assegurados para garantir que o contrato foi finalizado corretamente? 13. Qual a relação das lições aprendidas com o encerramento do contrato, segundo o PMBOK®, no processo de encerrar as aquisições? CAPÍTULO 2 GESTÃO DE CONTRATOS E FORNECEDORES SEGUNDO MPS.BR NÍVEL G O processo de aquisição segundo (MPS.BR, 2011) inicia com a identificação da necessidade do cliente e encerra com a aceitação do produto ou serviço. Uma implementação bem-sucedida do processo de aquisição tem necessariamente: definição das necessidades de aquisição, as metas, os critérios de aceitação do S&SC e as estratégias de aquisição; um contrato claro de entender, com as expectativas, as responsabilidades e as obrigações de ambos os lados (cliente e fornecedor); seleção de fornecedores; monitoramento da aquisição; custo, cronograma e qualidade devem ser atendidos com base nas condições expressamente definidas no contrato; aceite das entregas do fornecedor pelo cliente; acerto das pendências identificadas devem ter uma conclusão positiva, com acordo documentado entre cliente e fornecedor. O processo acima fica completo com a aplicação de quatro atividades detalhadas na Figura 4, a seguir: Preparação da aquisição; Seleção do fornecedor; Monitoração do contrato; Aceitação pelo cliente. Figura 8 – Atividades de aquisição no MPS.BR nível G. Fonte: MPS.BR - Guia de Aquisição (2009, p. 9). Cada uma das quatro atividades principais na figura acima é composta por 3 elementos: Objetivo – o que será alcançado com a execução da atividade; aqui se colocam orientações gerais; Tarefas previstas – as tarefas que atingirão os objetivos e os resultados previstos; Produtos requeridos e gerados – entradas e saídas de atividades requeridas por atividade. Cada tarefa (quadros à direita) possui entradas (que no MPS.BR são chamadas de produtos requeridos) e saídas (denominadas produtos gerados). Ao final de cada atividade principal é compilada uma tabela com todos esses produtos citados nas tarefas. Essas atividades se comparadas aos processos propostos pelo (PMBOK, 2013) se assemelham em objetivos quanto à gestão de contratos. Enquanto as atividades de seleção do fornecedor são agrupadas dentro do processo de “Conduzir as Aquisições”, segundo o guia PMBOK no guia (MPS.BR, 2011) dedica-se uma atividade específica para esse objetivo. Cabe destacar, igualmente, que enquanto o PMBOK atende a gestão de projetos com atividades não prescritivas o MPS.BR destina-se à contratação de serviços de software e correlatos (SC&C), tornando-se mais prescritivo se comparado ao PMBOK; propondo inclusive documentos de modelos como anexo à guia. A seguir, a tabela que compara ambos quanto às atividades e os processos: PMBOK MPS.BR Planejar o gerenciamento das aquisições Preparação da Aquisição Conduzir as Aquisições Seleção do Fornecedor Controlar as aquisições Monitoração do Contrato Encerrar as Aquisições Aceitação pelo Cliente Figura 9 – Lista de atividades e processos do PMBOK e MPS.BR. Fonte: elaborada pelo autor. 2.1 Preparação da Aquisição Do ponto de vista da análise de fazer ou comprar, segundo (MPS.BR, 2011), identificam-se as necessidades requeridas as quais deverão ser atendidas pela contratação. A demanda a ser contratada pode ser um desenvolvimento ou melhoria de um sistema existente, um produto de software com o ciclo de vida completo ou um serviço de software. Importante dimensionar e definir o que a organização cliente necessita como conjunto de funcionalidades ou requisitos, ou seja, o porquê a mesma está adquirindo, o problema que ela pretende resolver ou o objetivo a ser atingido a partir da aquisição. É fundamental definir nessa tarefa o escopo das necessidades que comporão o contrato. Por mais complexo que seja essa análise é importante estabelecer claramente os critérios de aceitação e de que maneira quantificar, se os objetivos do cliente foram atingidos na entrega do serviço ou do produto. Quanto maior o grau de maturidade do fornecedor maior a quantidade de informações do mesmo a respeito de seu desempenho técnico (qualidade e engenharia de software) e administrativo (gestão do projeto). Organizações prestadoras de serviços de software com baixa maturidade de processo tendem a possuir processos “ad-hoc” e pouca informação de controle para gerir os projetos de seus clientes (CMMI). O documento que descreve as necessidadesda aquisição, segundo (MPS.BR,2011), chama-se avaliação da necessidade de S&SC. Esse documento é vivo ao longo do ciclo de vida do contrato. Ele é versionado à medida que o processo de aquisição avança, pois mais informações acerca do produto de software e das expectativas de qualidade do cliente final “amadurecem” ao longo da execução do contrato. A versão final do documento estabelece o conjunto de necessidades e requisitos a serem contemplados pelo S&SC. Logo auxilia na tomada de decisão se o melhor caminho é comprar um produto de prateleira ou contratar um fornecedor especializado no desenvolvimento do S&SC específico para a organização cliente. Quanto à definição dos requisitos para um S&SC deve ser levado em consideração os seguintes aspectos: das pessoas e papéis interessados na solução; requisitos de sistema e de qualidade de software; aspectos de projeto; engenharia de software; implantação; manutenção do software em produção; o treinamento do usuário final. As restrições e os riscos impostos por fatores legais, financeiros e cronogramas devem igualmente serem consideradas como parte dos requisitos, pois impactam diretamente o desenvolvimento e definição dos mesmos. Coletados os requisitos e as restrições a organização cliente tem a habilidade de identificar produtos de mercado já desenvolvidos e prontos (chamados de produtos de prateleira) que atendam a sua demanda. Essa decisão simplifica bastante o processo de contratação, uma vez que o produto de software já está disponível e pronto, bastando a implantação e a homologação. Um exemplo muito comum atualmente são os sistemas ERP (Enterprise Resource Planning) que são implantados, customizados e homologados em conjunto entre cliente e fornecedores de solução. Se não existir produtos de mercado (seja prateleira ou ERPs) a organização cliente tem que definir uma estratégia da contratação que contemple todo o ciclo de desenvolvimento de software. Nesse caso a solução desenvolvida se torna bem específica aos processos de gestão da organização cliente. A estratégia da contratação depende de aspectos de mercado, produtos disponíveis e expectativas do cliente quanto à solução (desenvolvida especificamente para o cliente contratante ou adaptada de um produto de mercado). A última etapa dessa atividade é a definição dos critérios de seleção de fornecedores. Aspectos como localização geográfica, reconhecido domínio e conhecimento de área técnica e de negócio no mercado, custos de desenvolvimento de projeto, casos de sucesso e falhas, tempo de atuação no mercado e portfólio de clientes atuais são informações que usualmente são solicitadas pelas organizações clientes para se certificarem da qualidade dos fornecedores em potencial. Todas as informações consideradas relevantes pela contratante devem ser descritas como critérios de seleção para tornar o processo de seleção mais simples e claro para todos os envolvidos. Como leitura complementar sugere-se a lista de documentos e produtos gerados nesta atividade. A lista pode ser encontrada em (MPS.BR, p.15, 2011). 2.2 Seleção do Fornecedor Segundo (MPS.BR, 2011) esta atividade tem por objetivo determinar o fornecedor que realizará o trabalho a partir dos requisitos definidos na atividade “Preparação da Aquisição”. Definidos o problema a ser resolvido e os requisitos componentes da solução, a organização cliente parte-se para a definição do melhor fornecedor para realizar o desenvolvimento e entrega do S&SC. A saída dessa atividade é a escolha do fornecedor. Para tanto, o (MPS.BR, 2011) apresenta as seguintes tarefas previstas: avaliar a capacidade dos fornecedores; selecionar o fornecedor; preparar e negociar um contrato. A partir dos requisitos definidos torna-se possível que a organização cliente possa avaliar os potenciais fornecedores e suas capacidades. Usualmente os clientes já possuem fornecedores pré-cadastrados para os mais diversos serviços de tecnologia, tais como: desenvolvimento de software, implantação, instalação de hardware e consultoria de regras de negócio. Nesses eventos, essa atividade torna-se muito simplificada, bastando realizar um convite para o fornecedor mais preparado para a demanda em questão. No entanto, essa atividade mostra-se mais complexa, por exemplo, nos casos de execução de serviços em novas localidades nas quais o cliente não possui relacionamento prévio com organizações fornecedoras de S&SC. Nessas métricas e critérios de avaliação, bem como as visitas a novos fornecedores se tornam fundamentais para adquirir maiores informações sobre os potenciais fornecedores na nova localidade. Nas situações em que os clientes são empresas públicas do governo brasileiro, segue-se a legislação da Lei 8.666 para a contratação de fornecedores, de acordo com o processo de licitação usualmente de menor preço (Lei Nº 8666). Esse tema não é escopo dessa obra e, portanto, não será abordado aqui, apenas será apresentado como informação adicional para os casos que envolvem empresas públicas como clientes em contratos. Seja quando o cliente possuir um cadastro de fornecedores predeterminados ou quando necessitar criar uma lista de potenciais fornecedores é recomendado receber mais de uma proposta para serviços a serem contratados. Tanto para comparação de custos como para realizar uma concorrência entre os fornecedores que favoreça o cliente e estabeleça uma competição sadia entre os fornecedores em prol de maior produtividade e redução de custos para o desenvolvimento do S&SC. A tarefa de “Selecionar o fornecedor”, segundo (MPS.BR, 2011) define critérios para análise de propostas enviadas por todos os potenciais fornecedores. Quando ocorrer a compra de produtos de prateleira, essa atividade deverá conter critérios para avaliação de qualidade e aderência de software ao problema do cliente. Os critérios de avaliação e qualidade definidos devem ser de conhecimento público para todos os fornecedores que participam do processo de seleção. Como resultado da atividade é gerado o relatório de avaliação das propostas dos fornecedores e, com isso, identifica-se o fornecedor selecionado de acordo com os critérios que foram definidos e que será contratado. Definido o fornecedor inicia-se a negociação do contrato entre as partes: cliente e fornecedor. As especificações técnicas de engenharia de software, critérios de qualidade, estimativas de custo detalhadas, riscos de projeto e planos de pagamentos são exemplos de informações que devem ser negociadas entre as organizações envolvidas. Os papéis e o processo de aprovação do contrato também são definidos como parte dessa atividade. Os casos de alteração de contrato, aditivos e rescisão devem ser definidos, bem como os níveis de aprovação dentro de ambas as organizações. Por exemplo: para os aditivos que incorporem escopo de pequeno impacto ao contrato os gerentes de projeto podem ter alçada para aprovar a adição de escopo. Nos casos de maior impacto, como rescisão do contrato, os níveis executivos das organizações são mais indicados. As saídas da tarefa de “Preparar e negociar um contrato” são a assinatura do contrato entre cliente e fornecedor e os documentos de registros para revisão de contratos. 2.3 Monitoração do Contrato O principal objetivo da atividade “Monitoração do Contrato” é garantir que ambas as partes cumpram o acordo assinado. Sob o ponto de vista do fornecedor, essa atividade assegura que os compromissos de qualidade do S&SC e do desempenho estão formalizados no contrato. Pelo lado do cliente determina que os pagamentos sejam realizados conforme planejamento (quando se identifica desempenho satisfatório) ou bloqueados por baixo desempenho do fornecedor. Aspectos relacionados à resolução de problemas, negociação de escopo, prazos e custo, revisões de qualidade e mitigação de riscos são temas de análise das partes para determinar o andamento do projeto frente ao planejado e acordado. É importante destacar que o contrato do ponto de vista do fornecedor pode ser administrado e gerido com técnicas de gestão deprojeto. Portanto, muitas das práticas de mercado existentes para acompanhamento de projeto podem ser reusadas nessa atividade para monitorar um contrato relacionado à S&SC. Conforme (MPS.BR, 2011) dentro da atividade de monitorar o contrato listam-se as seguintes tarefas: estabelecer e manter comunicações; trocar informação sobre o progresso técnico; revisar o desempenho do fornecedor; monitorar a aquisição; obter acordo quanto às alterações; acompanhar problemas. No acompanhamento de projetos de tecnologia a troca de informações é fundamental para o sucesso e atingimento de objetivos planejados. Usualmente em projetos de tecnologia que usam subcontratação de serviço têm-se dois times de projetos: um time na organização cliente e o segundo time na organização fornecedora. Esses times basicamente tomam decisões e interagem entre si pela informação gerada pelos canais de comunicação estabelecidos. Sejam eles verbais, informais ou formais e escritos. A informação mal distribuída ou errônea provavelmente gerará retrabalhos dentro das equipes gerando baixa produtividade e perdas financeiras. Um exemplo muito comum em projetos de desenvolvimento de software são as mudanças de requisitos. Quando mal comunicadas por parte do cliente, consequentemente são mal implementadas pelo fornecedor. O resultado pobre usualmente é encontrado durante a fase de testes incrementando a contagem de defeitos na fase de homologação do software. De acordo com (PMBOK, 2013), 90% do esforço de um gerente de projetos é gerar informação e garantir que a mesma atinja todas as partes interessadas, dada a sua relevância na condução de um projeto de S&SC. Portanto é esperado que os canais de comunicação sejam formalmente estabelecidos e compreendidos pelas partes envolvidas no projeto (preferencialmente descritos em contrato). Segundo (PMBOK, 2013), no início do projeto têm-se poucas informações a respeito do produto ou serviço a ser construído como resultado do projeto. À medida que a execução do projeto avança riscos, são mitigados e resolvidos, além disso, as questões outrora ambíguas tornam-se mais e mais claras. Sabe-se que o planejamento definido no início do projeto sofrerá alterações ao longo da execução, pois a mudança é da natureza do S&SC. A tarefa “Trocar informações sobre o progresso técnico” tem por objetivo minimizar esse impacto à gestão do contrato. Através de reuniões técnicas, revisões de requisitos e aprovação de documentos, tanto cliente como fornecedor conseguem monitorar as diferenças entre planejado e realizado, mantendo ambas as organizações a par da evolução técnica e administrativa do projeto. Se as divergências forem muito acentuadas, então, o cancelamento do contrato ou as disputas judiciais poderão ser uma das alternativas disponíveis entre as partes. Da mesma forma que critérios são definidos para a seleção do fornecedor, critérios de qualidade de produto para monitoramento e controle de projeto são usados para revisar e determinar o desempenho do fornecedor. Conforme mencionado anteriormente o contrato deve ser seguido por ambos: compromisso da entrega conforme qualidade esperada e compromisso de pagamento conforme planejado. Nos eventos de baixo desempenho, de acordo com os critérios estabelecidos em contrato, o cliente pode bloquear pagamentos (desde que igualmente esteja explícito no contrato assinado). No mercado de tecnologia como critérios de qualidade usa-se a engenharia de software para determinar: quantidade de defeitos, retrabalho da equipe, estimativa planejada vs. realizada, conforme sugerido por (Kan, 2002). Para cada uma dessas medidas são definidos critérios e valores alvos que devem ser alcançados pelo fornecedor ao longo da execução do projeto. Por exemplo, a Figura 6 a seguir. No contrato fictício para o exemplo definiu-se que os pagamentos ao fornecedor seriam realizados somente quando o número de funcionalidades desenvolvidas fosse atingido ou superado pelo fornecedor durante o desenvolvimento. Nota-se a linha vermelha no mês de abril no qual o realizado (actual) está vinte funcionalidades abaixo do planejado. Nas linhas verdes destacam-se quando os pagamentos foram realizados, já que o desempenho do fornecedor foi atingido conforme o contrato. Figura 10 – Planejado vs. Realizado. Fonte: elaborada pelo autor. Os critérios qualitativos e quantitativos devem ser explícitos e claros no contrato para ambas as partes com o objetivo de evitar perdas financeiras ou perdas de produtividade na execução do trabalho. Contratos mal planejados ou estimados tendem a gerar problemas e renegociação durante a execução do trabalho. A tarefa de “monitorar a aquisição” está intimamente relacionada com as saídas da tarefa de “revisar o desempenho do fornecedor”. Para monitorar a aquisição são necessários documentos como relatórios de desempenho do fornecedor, progresso do projeto contra o planejamento, controle de riscos e de resolução de problemas, assim como as barreiras que atrapalham execução do projeto. Todas essas métricas devem estar definidas como parte do contrato, o processo para coleta de dados e a comunicação dos resultados. Usualmente nessas revisões e análises de desempenho são identificadas mudanças e correções de plano. A tarefa “obter acordo quanto às alterações” descreve as negociações que ocorrem entre cliente e fornecedor com o objetivo de promover mudanças, aditivos e adendos ao contrato. Como mencionado anteriormente, a partir das revisões e das análises de desempenho, as alterações de contrato podem ser negociadas e adicionadas ao contrato formalizado entre as partes. Um exemplo prático muito comum em projetos de S&SC é a adição de escopo por falta de clareza nos requisitos providos pelo cliente. Ao iniciar o desenvolvimento do software o fornecedor identifica uma inconsistência quanto à determinada regra de negócio provida pelo cliente. Ao reportar o problema encontrado como justificativa do atraso, o fornecedor sugere uma alteração do requisito para prover maior clareza ao mesmo. Ambas as partes aprovam a alteração e adicionam-na como aditivo ao escopo de trabalho. É fundamental destacar o nível de aprovação das partes interessadas e o seu grau de autonomia e liberdade quanto às alterações ao contrato. Por exemplo, alterações operacionais sem impacto de custo podem ser aprovadas pelo nível gerencial, enquanto alterações de contrato que impactem prazos e custos requerem aprovação executiva de ambas as organizações, cliente e fornecedor. A resolução de problemas, remoção de impedimentos ou barreiras para o time de projeto, mitigação e contingência de riscos são controlados pela tarefa “acompanhar problemas”, conforme definido por (MPS.BR, 2011). A documentação das ações e decisões corretivas tomadas deve ser realizada pelo time de projeto para manter o registro das resoluções como lições aprendidas, do mesmo modo que guardar o histórico para consultas futuras tanto do cliente como do fornecedor. Os produtos requeridos e gerados como resultado pela atividade “monitoração do contrato” não serão detalhados nesta obra e podem ser revisados em detalhe no guia (MPS.BR, p.24, 2011) como estudo adicional a este capítulo. 2.4 Aceitação pelo Cliente O conjunto de tarefas segundo (MPS.BR, 2011) definidas para proceder com o aceite final do cliente são definidas nesta atividade. A partir dos critérios de aceitação propostos nos contratos (os quais podem ser refinados ao longo da execução) procedem-se com revisões, testes e homologações no produto de S&SC construído pelo fornecedor. Evidentemente, espera-se que tais revisões e homologações do cliente final ocorram também ao longo da execução para determinar términos de etapas no plano de projeto. No entanto, ao final da execução do contrato o aceite final será a formalização do encerramento do contrato com sucesso. Quando ocorrer a falha, o aceite final não é emitido e as partes negociam novos termos para o contrato original conforme mencionado anteriormente na atividade de “monitoração do contrato”. As tarefascomponentes da atividade de “aceitação do cliente” são listadas a seguir: definir critérios de aceitação; avaliar o produto entregue; manter conformidade com o contrato; aceitar o S&SC. Ao definir os critérios de aceitação entende-se que os mesmos sejam desenvolvidos em conjunto com o produto de software de forma iterativa e não ao final do projeto. Cada projeto segue o seu ciclo de vida especificamente, porém acredita-se que realizar a homologação somente no final do ciclo de vida do software acarreta em uma longa fase de homologação e resolução de defeitos. O plano de testes é desenvolvido a partir dos requisitos acordados em contrato, no qual valida o produto construído ao longo da execução do projeto. Os critérios de aceitação podem ser adaptados ou atualizados para atingir a expectativa de qualidade do cliente. Porém, espera-se que os mesmos sejam acordados entre ambas as partes: cliente e fornecedor. Definido o plano de teste avalia-se o produto entregue a partir dos critérios de aceitação acordado entre cliente e fornecedor. Conforme mencionado anteriormente, notam-se práticas iterativas no mercado de tecnologia nas quais as atividades de teste acontecem mais e mais nos estágios iniciais do ciclo de vida do software para garantir maior qualidade ao final do projeto. Postergar as atividades de homologação para o final do projeto pode inviabilizar o produto, dado o grande esforço necessário para corrigir os defeitos potencialmente encontrados na homologação. Realizando a qualificação do produto de software ao longo da execução garante um produto mais estável durante o processo de aceitação do produto final e encerramento do contrato. Ao longo de todo o capítulo 8 foi mencionado por diversas vezes que o contrato assinado é sempre a referência para dirimir eventuais dúvidas ou questionamentos das partes. Durante a atividade de encerramento do contrato é fundamental analisar e validar se todas as decisões tomadas estão de acordo e em conformidade com o mesmo. Reuniões de revisões entre as partes devem ocorrer para assegurar que todos os itens do contrato estão em conformidade com o produto entregue e as decisões tomadas durante a execução e encerramento do projeto. Uma vez que o contrato está em conformidade entre as partes, o fornecedor transfere o ativo de software para o cliente garantindo que os critérios de aceitação foram atendidos. Toda a documentação gerada ao longo do planejamento, execução e encerramento do projeto são arquivadas e disponibilizadas para consulta futura como lições aprendidas. Exemplos de documentos gerados são listados abaixo: plano de projeto; contrato; diagramas UML; código-fonte e executáveis; scripts de instalação; manuais de treinamento do usuário e do sistema; entre outros. Todos os artefatos ficam armazenados em um repositório central disponibilizado para futuras consultas. 2.5 Exercícios sobre Gestão de Contratos e Fornecedores segundo MPS.BR Nível G 1. Quais são as 4 atividades principais da gestão de contratos e fornecedores segundo o MPS.Br? 2. Estabelece uma comparação entre a gestão de aquisições, segundo PMBOK® e MPS.Br, listando e explicando as diferenças entre as duas abordagens. 3. Qual a importância de definir o escopo das necessidades do contrato conforme MPS.Br? 4. Explique como a manutenção do software em ambiente de produção pode alterar a definição de requisitos de um contrato segundo MPS.Br. 5. De acordo com MPS.Br, qual análise o cliente estará apto para realizar sobre a contratação com o encerramento da coleta de requisitos e restrições? 6. As especificações técnicas do sistema e do produto a serem desenvolvidas devem ser entregues em que momento do processo de contratação ao fornecedor segundo MPS.Br? 7. Qual a consequência de mudanças pobremente controladas durante a fase de Monitoração do Contrato, de acordo MPS.Br? 8. Liste as atividades que compõem a tarefa “Acompanhar problemas”, de acordo MPS.Br. 9. Qual o papel da fase de homologação e resolução de defeitos durante a aceitação do cliente no MPS.Br? 10. Para que o contrato é usado durante a atividade de encerramento e aceitação do cliente? CAPÍTULO 3 SERVIÇOS E CONTRATOS EM TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO No capítulo de serviços e contratos a seguir serão descritos conceitos e termos empregados no mercado de tecnologia de informação na formulação de contratos para serviços de tecnologia. Os termos e conceitos apresentados são difundidos e uti l izados no mercado de tecnologia os quais porém não atendem ou seguem uma padronização ou norma pré-estabelecida. Segundo (Freitas, 2010), um prestador de serviços de TI deve entender que seus clientes não contratam produtos, mas sim o atendimento de suas necessidades e das resoluções de problemas existentes. Para que o cliente final possa perceber o valor agregado dos serviços entregues pelos fornecedores é necessário que o provedor tenha um entendimento claro: do cliente; do tempo necessário para realizar e entregar o serviço contratado; das necessidades do cliente específico; do problema a ser resolvido; de como os serviços serão entregues. 3.1 Ativos de Serviços A palavra “ativo” para a contabilidade nas organizações significa bens e direitos que uma empresa possui e resultados de operações que geram benefícios financeiros para a empresa. Os serviços são determinados como ativos intangíveis, pois não são bens físicos tal como um equipamento na linha de produção, por exemplo, que se adiciona fisicamente ao patrimônio de uma empresa. Entende-se por serviços de TI como: desenvolvimento de software, teste de software, instalação de software em produção, operação do ambiente de produção. Para ITIL® (ITIL, 2005), o termo ativo de serviço determina o valor agregado pelo serviço aos seus clientes finais. Os ativos de serviços possuem duas características: Utilidade: percepção de valor agregado ao negócio do cliente final e de atendimento ao propósito de negócio da organização; Garantia: como os clientes recebem os serviços de TI e de como adequam a sua utilização também vinculada ao negócio final da organização contratante. Segundo ITIL® (ITIL, 2005) existem três tipos de prestadores de serviços de TI: Prestadores de serviços internos: são as áreas de TI alocadas à estrutura interna das empresas. Atendem tão somente demandas internas dos diferentes departamentos da organização. Por exemplo, em uma fábrica atendem aos departamentos de engenharia, recursos humanos, vendas entre outros. O maior desafio de provedores de serviços internos é a priorização das demandas de diferentes departamentos da organização de forma a garantir o alinhamento e maior retorno para o negócio final. Uma das formas usadas para garantir alinhamento com o negócio é vincular as decisões de tecnologia ao planejamento estratégico da organização; Prestadores de serviços compartilhados: nesse caso a organização foca na sua missão (razão de existir). Ou seja, em uma empresa de transportes o departamento de logística é estratégico para a existência da organização, enquanto para uma fábrica o departamento de engenharia de produção torna-se mais estratégico que o departamento de logística se comparado à empresa de transportes. Os demais departamentos ou áreas de apoio atuam em nível corporativo e podem determinar a sua governança e como irão atender as necessidades da área de maior vínculo com a estratégia organizacional. A entrega de serviços de TI pode ser padronizada e comparada quanto à qualidade, os custos e os riscos entre todos os clientes, pois o mesmo serviço é entregue da mesma forma para todos os clientes. Um bom exemplo para isso é um serviço padronizado de e-mail, o qual é entregue igualmente para todos os clientes contratantes e sem customização de cliente a cliente; Prestadores de serviços externos: no caso de a organização não ter conhecimento de prover os serviços de TI ou no caso dos custos serem mais adequados com a subcontratação, todos os serviços de TI podem ser alocados a um ou mais provedores externos. Assim, prefere-se ter um provedorexterno e competitivo no mercado de TI a ter um time interno provendo os serviços não compatíveis com o padrão de mercado seja quanto à qualidade seja quanto ao custo de transação dos serviços. Um bom exemplo na atualidade são as soluções em cloud que permitem o full-outsourcing das organizações sob um custo mais atraente e com grande capacidade de flexibilidade na alocação. Em muitas situações o time de TI exige um ano de planejamento para compra de hardware e software para atender as necessidades de crescimento de negócio. Nos eventos das soluções em cloud atuais é possível alocar servidores virtuais de forma muito mais simples para demandas não planejadas. Esse caso da solução em cloud é mais um exemplo que demostra a flexibilidade e custo que uma solução externa possui sobre uma solução interna sem subcontratação de serviços de TI. A Figura 11 ilustra os elementos de um ativo de serviços segundo (ITIL, 2005): Figura 11 – Ativos de serviços. Fonte: adaptado pelo autor de (ITIL, 2005). 3.2 Portfólio de Serviços É o conjunto de serviços de um fornecedor. A correta gestão do portfólio permite que as organizações priorizem adequadamente os recursos e investimentos para o desenvolvimento e entrega de serviços de TI. Segundo (ITIL, 2005) um portfólio de serviços se divide de acordo com o ciclo de vida do serviço: funil de serviços; catálogo de serviços; serviços obsoletos. O funil de serviços corresponde ao inventário de serviços de TI que estão em planejamento, priorização de execução, avaliação e desenvolvimento. São todos os serviços que ainda não estão disponíveis ao cliente final para utilização. É uma visão futura dos serviços que serão adicionados e disponibilizados no portfólio de serviços da organização. Também recebe o nome de pipeline de serviços. O catálogo de serviços é o inventário com todas as informações dos serviços de TI em produção, em implantação e correntemente utilizados pelos clientes finais. Os serviços de TI do catálogo de serviços auxilia a organização cliente a entregar o seu valor de negócio. São atividades necessárias para o pleno funcionamento da organização. Sugerem-se as seguintes informações como exemplos de serem armazenadas no catálogo de serviços a respeito de cada serviço de TI disponível para utilização: datas de entrega; preços; disponibilidade; pessoas de contato e responsáveis em causa de problemas em produção; processos de solicitações de alteração ou adição de serviços. Os serviços obsoletos são serviços desativados pela organização que não estão mais em produção e ficam documentados para efeitos de lições aprendidas ou futura reativação necessária. A Figura 7 ilustra o funil e pipeline de serviços: Figura 12 – Funil e pipeline de serviços. Fonte: <http://www.entry.com/wp-content/uploads/2013/02/f unnel-v s-pipeline.png>. 3.3 Fornecedores Segundo (ITIL, 2005) os fornecedores são os provedores de serviços externos a uma organização cliente. Sejam serviços de apoio ou o portfólio completo de serviços. Conforme mencionado anteriormente, nota- se uma tendência e movimento no mercado de TI em direção aos serviços de cloud (cloud services) como, por exemplo, processamento e armazenamento remoto. O movimento deve-se a maior facilidade de alocar e liberar stacks virtuais de hardware na cloud. Como usualmente o negócio demanda mudanças rápidas, a frequência das mudanças impacta diretamente a habilidade do time de TI entregar a melhor experiência para http://www.entry.com/wp-content/uploads/2013/02/funnel-vs-pipeline.png os seus clientes. Os serviços remotos esbarram na questão de segurança e vazamento de informações confidenciais uma vez que são armazenadas remotamente à organização. Esse é o um desafio a ser resolvido pelos provedores de serviços na cloud. O mercado de tecnologia utiliza os modelos de fornecimento de serviços descritos abaixo do ponto de vista do tipo de contratação: Fornecimento interno: a própria organização possui os recursos humanos e materiais para a entrega dos serviços de TI desde o desenho à entrega dos mesmos em produção; Terceirização ou full-outsourcing: nesse modelo o cliente transfere toda ou parcial responsabilidade sobre os serviços de TI. As atividades variam conforme o contrato e podem mesclar responsabilidades totais ou parciais dos serviços. Por exemplo: a empresa cliente não possui habilidades em teste e já possui relacionamento com uma empresa especializada em planejamento e execução de testes em ativos de TI. Com o objetivo de otimizar o ciclo de desenvolvimento a empresa cliente fica responsável por todo o ciclo de desenvolvimento do produto de software com exceção do planejamento e execução dos testes. As quais serão subcontratadas a uma organização especialista na área; Parceria: relacionamento entre organizações com benefícios mútuos e com objetivos em comum. Por exemplo, uma parceria para troca de experiências e desenvolvimento de pessoal entre duas organizações não concorrentes; Terceirização de Processos de Negócio: além do serviço engloba também a transferência da responsabilidade de execução, como por exemplo: serviços de recursos humanos para contratação de profissionais e serviços de call-centers que podem ser totalmente contratados, definidos e executados fora da organização cliente. Sendo assim o cliente recebe somente o resultado do trabalho realizado (sejam os novos profissionais no caso de contratação, sejam os clientes atendidos pelo helpdesk). Nesse modelo a empresa cliente ainda é responsável pela definição do processo a ser executado pelo fornecedor; Provedor de Serviço de Aplicativo: o fornecedor nesse caso provê hardware e software para o cliente. Esse modelo também é conhecimento no mercado de tecnologia como Software as a Service (SaaS). Os ativos de software são alocados no fornecedor e o cliente via Internet acessa o aplicativo disponível. Alguns exemplos estão disponíveis nesse modelo, tais como serviços de correio eletrônico e aplicativos ERP disponíveis remotamente; Terceirização de Processos de Conhecimento: nesse modelo o fornecedor provê também o conhecimento de determinada área de negócio ou conhecimento. Ao contrário da terceirização de processos de negócio nesse caso o fornecedor é responsável por definir o processo de negócio. Com o objetivo de reduzir custos de operação e uma maior padronização com práticas de mercado o cliente permite que o fornecedor defina os processos organizacionais e ativos de serviço. Um exemplo desse modelo são as constantes implantações de ERP que ocorrem no mercado corporativo. Nota-se que os ERPs possuem processos padronizados para as diferentes áreas funcionais das organizações como sistemas financeiros e sistemas de recursos humanos, por exemplo. O fornecedor através de consultores especializados nos diferentes domínios de conhecimento (como finanças e recursos humanos) definem processos e customizam os processos padrões do ERP às necessidades dos clientes. 3.4 Acordo É o documento que descreve o entendimento entre um fornecedor e um cliente. Sendo que o relacionamento pode ser interno entre dois departamentos dentro da mesma organização ou através de duas organizações distintas. O acordo não tem valor legal e serve apenas como referência para esclarecer o atendimento de metas. Como tipos de acordos listam-se a seguir: Acordo de Nível Operacional (ANO); Acordo de Nível de Serviço (ANS) ou Service Level Agreement (SLA). O Acordo de Nível Operacional (ANO) é um acordo firmado entre duas unidades ou departamentos da mesma organização. Por exemplo, o provedor de serviços de TI e o departamento de recursos humanos que proverá os profissionais necessários para a execução de um projeto estratégico para toda a organização. O Acordo de Nível de Serviço (ANS) ou Service Level Agreement (SLA) é o acordo firmado entre o fornecedor do serviço de TI e um cliente. Nesse acordo são descritos o serviço de TI, as metas de nível de serviço e a definição das responsabilidades do prestador do serviço e do cliente. Por exemplo, uma maneira muitoacadêmica para descrever um serviço de TI para melhor entendimento do ANS e seus elementos seria: Descrição do Serviço: operação da produção do ambiente XYZ; Metas de nível de serviço: 95% de uptime 24h por dia 7 dias por semana; Responsabilidades do cliente: prover infraestrutura necessária para realizar o serviço tal como hardware e software e realizar o pagamento das horas trabalhadas no dia 5 de cada mês, conforme fatura apresentada pelo fornecedor; Responsabilidades do fornecedor: prover pessoal qualificado para realizar o trabalho requerido com qualidade, custo e tempo acordados. Ao definir o nível de serviço as partes (cliente e fornecedor) negociam, acordam e documentam as metas de utilização e garantia dos serviços de TI. Os clientes finais dos serviços são explicitados e as entregas dos serviços monitoradas de acordo com as metas acordadas. O acordo de nível de serviço deve documentar a expectativa e a percepção de valor dos clientes em relação aos serviços de TI entregues. Segundo (ITIL, 2005) existem três tipos de Acordos de Nível de Serviço: Acordos baseados no serviço: o fornecedor provê o mesmo serviço para diversos clientes diferenciados, sejam internos ou externos. Por exemplo, um provedor de serviços de correio eletrônico padronizado para todos os clientes. Sendo assim todos os clientes possuem a mesma experiência e percepção a respeito do serviço fornecido. Igualmente o fornecedor é avaliado pelos mesmos indicadores por todos os seus clientes. Os serviços nesse evento tendem a ser genéricos independentemente do cliente que contrata; Acordos baseados no cliente: composto por todos os serviços entregues a um único cliente. Os serviços são especializados cliente a cliente. Os acordos são definidos de acordo com a expectativa do cliente e não podem ser utilizados por outras organizações clientes; Híbridos: é a combinação de ambos, por exemplo, um ERP customizado e remoto no fornecedor. São elementos que podem ser documentados como parte do acordo do nível de serviço: requisitos de qualidade para serviços novos ou alterados; medidas de desempenho dos serviços; medidas para a satisfação dos clientes em relação aos serviços de TI definidos; processos para registrar as reclamações, escalações e elogios dos clientes a respeito do serviço de TI; relatórios de informações sobre a realização e entrega dos serviços contra as metas de serviços definidas e a periocidade em que esses relatórios são disponibilizados às partes envolvidas. A Figura 13 ilustra os elementos de um acordo de nível de serviço segundo (ITIL, 2005): Figura 13 – Elementos de acordos de nível de serviço. Fonte: adaptado pelo autor de (ITIL, 2005). 3.5 Contrato Para (ITIL, 2005) o contrato é um documento com valor legal entre um fornecedor e um cliente que descreve o entendimento formal e a definição de obrigações para atendimento de metas entre as partes. Segundo (PMBOK, 2013) os seguintes tipos de contratos são encontrados no mercado: Contratos de preço fixo (ou caixa preta): nessa categoria o preço final do contrato é determinado no início do projeto. Os fornecedores ficam com o maior risco de perdas financeiras, pois são obrigados legalmente a cumprirem o contrato mesmo com prejuízos oriundos de estimativas imprecisas. Os clientes devem definir com clareza e precisão os produtos ou serviços a serem implementados. Especialmente em projetos de tecnologia a definição clara de requisitos impõem riscos adicionais ao fornecedor que tem que definir o custo total do contrato durante as fases iniciais do projeto. Os contratos de preço fixo também possuem a opção de incentivos financeiros na casualidade de o fornecedor reduzir custos ou prazos de entrega. A seguir as opções existentes para contratos de preço fixo: Contratos de preço fixo garantido (PFG): é o preferido pelas organizações clientes, pois o preço dos serviços é determinado no princípio do processo de contratação, a menos que exista mudança de escopo e negociação entre as partes. Desse modo o cliente deve definir claramente os requisitos de serviço contratado. Esse é exatamente o maior desafio para os projetos de tecnologia, nos quais usualmente as necessidades do cliente “amadurecem” ao longo da execução do projeto. Isto é, esse é tipo de contrato mais utilizado por licitações da Administração Pública Brasileira (LEI Nº 8.666); Contrato de preço fixo com remuneração de incentivo (PFRI): permanece o conceito de preço fixo com incentivos financeiros para o fornecedor nos casos de desempenho superior ao definido no contrato. Reduções de custos e de prazos em relação ao definido no contrato são convertidos em prêmios financeiros aos fornecedores. As metas de desempenho são definidas como parte do contrato, assim como os prêmios financeiros a serem pagos ao fornecedor; Contratos de custos reembolsáveis: essa categoria de contratos envolve reembolsos de custos para todas as despesas incorridas a partir do trabalho concluído, acrescidos da remuneração e lucro do fornecedor. Esse tipo de contrato é mais adequado quando não se possui total clareza do produto ou serviço a ser entregue. Dessa forma, tanto cliente como fornecedor possuem maior flexibilidade para definir os requisitos ao longo da execução do trabalho. Igualmente nesse tipo de contrato metas de desempenho de engenharia, de cronograma e custos são predefinidos em contrato para auxiliar no controle e relacionamento entre as partes. Os contratos de custos reembolsáveis são bastante adequados para projetos de pesquisa e desenvolvimento de novos produtos e serviços. Apresenta-se a seguir os tipos de contratos nessa categoria: Contratos de custo mais remuneração fixa (CMRF): o cliente reembolsa todas as despesas definidas em contrato e adicionalmente a remuneração do fornecedor para realizar o trabalho a qual é paga somente após a conclusão do trabalho ou etapas predefinidas em contrato. Uma modalidade desse tipo de contrato determina que o lucro do fornecedor é calculado a partir de um percentual dos custos do projeto o qual expõe o cliente a um risco de perda de controle dos custos ainda maior; Contratos de custo mais remuneração de incentivo (CMRI): nesse modelo o cliente também reembolsa todas as despesas definidas em contrato, porém provê incentivos financeiros se o desempenho estabelecido no contrato for superado pelo fornecedor. Tanto as metas de desempenho quanto o bônus por desempenho superior são claramente definidos no contrato. Nas situações de desempenho inferior ao estipulado no contrato o fornecedor poderá arcar com as despesas e retrabalho gerados na execução do trabalho. Todos esses aspectos devem obrigatoriamente ser definidos no contrato com o objetivo de evitar disputas judiciais entre as partes no caso de desacordo ao longo do desenvolvimento; Contratos por tempo e material (T&M): são tipos de contratos híbridos entre o preço fixo e os contratos de custos reembolsáveis. São mais adequados para aumento de pessoal para necessidades esporádicas e de curta duração (conhecido no mercado de tecnologia como body shop), aquisição de especialistas e quando não é possível determinar rapidamente os requisitos do produto ou serviço a ser desenvolvido. A seguir, a Figura 8, apresenta o espectro de riscos envolvidos no relacionamento entre cliente e fornecedor quanto aos tipos de contratos apresentados: Figura 14 – Espectro de risco em contratos. Fonte: adaptado pelo autor disponív el em: <http://learnline.cdu.edu.au/units/hit241/images/buy errisk.jpg>. 3.6 Principal Indicador de Desempenho (PID) O ciclo do (ITIL, 2005) que define a melhoria da qualidade de serviço é denominada de Melhoria Continuada de Serviços. O conceito de melhoria contínua se baseia no constante desenvolvimento e melhoria de processos e resultados objetivando aprimoramento de execução, redução de custos, aumento de produtividade e economia de recursos naturais e humanos. Modelos de qualidade da administração como o ciclo PDCA (Liker, 2004) e o modelo KAIZEN (Liker, 2004) definem processos que podem ser aplicadospara a gestão da melhoria continuada de serviços. A filosofia KAIZEN japonesa, por exemplo, tem como lema para a melhoria contínua para objetivar em maior qualidade de serviços e produtos: “Hoje melhor que ontem, amanhã melhor que hoje.” Os motivadores da melhoria de serviços são fatores de negócio e fatores técnicos. No caso dos fatores de negócio, busca-se maior alinhamento com a estratégia de negócio permitindo que o serviço http://learnline.cdu.edu.au/units/hit241/images/buyerrisk.jpg agregue maior valor final ao cliente e negócio. No caso dos fatores técnicos, atinge-se a melhoria através de automações ou das novas tecnologias que simplificam os processos de negócio. A forma de medir e garantir que um serviço está melhorando a percepção de qualidade perante aos seus clientes passa pela definição de um principal indicador de desempenho (PID) ou key performance index (KPI). O PID é a métrica utilizada para identificar e medir a capacidade de processo e a percepção de qualidade do serviço de TI. A partir de frequentes coletas ao longo do ciclo de vida do serviço comparam-se os resultados coletados ao longo do tempo. A partir das coletas definem-se metas para melhoria de serviço objetivando redução de custos e aumento de produtividade. Para serviços de TI usa-se engenharia de software (KAN, 2002). 3.7 Exercícios sobre serviços e contratos em TI a. Descreva a gestão de continuidade de serviço segundo o ITIL. b. Como a Gestão de Segurança no ITIL impede o acesso de usuários não autorizados aos dados da organização? c. Qual a responsabilidade do Change Manager no processo de Gestão de Mudanças segundo o ITIL? d. Quais os processos do Gerenciamento Financeiro de Serviços de TI segundo o ITIL? e. Explique a diferença entre contratos de preço fixo e contratos com incentivo de entrega. f. Descreva o objetivo do Principal Indicador de Desempenho (PID) para o ITIL no processo de melhoria de processo. g. Quais são os tipos de acordo de nível de serviço definidos pelo ITIL. Liste-os e compare-os em suas diferenças. h. Descreva o seu entendimento sobre portfólios de serviços conforme definição do ITIL. i. Diferencie os provedores de serviços internos, dos provedores de serviços compartilhados e dos provedores de serviços externos segundo a definição do ITIL. j. Descreva e diferencie contratos de parceria dos contratos de terceirização de serviços. CAPÍTULO 4 EXERCÍCIOS DE REVISÃO CONTENDO O CONTEÚDO COMPLETO DA DISCIPLINA 1. Escolha a opção correta que justifica a decisão de realizar um trabalho via contratação externa: a. ( ) Falta de fornecedores. b. ( ) Falta de conhecimento interno na organização cliente. c. ( ) Falta de serviços disponíveis na organização fornecedora. d. ( ) Sobra de mão de obra na organização fornecedora. e. ( ) Falta de conhecimento interno na organização fornecedora. 2. Segundo o ITIL (IT Infrastructure Library) os indicadores chave de desempenho (KPI) são usados para: a. ( ) Ajustar cada um dos processos de gerenciamento de serviços de TI. b. ( ) Melhorar o relacionamento entre a área de TI e os seus clientes internos e externos. c. ( ) Gerenciar a continuidade dos serviços de TI. d. ( ) Construir processos de controle. e. ( ) Mensurar para cada processo da organização se os fatores críticos de sucesso são atingidos. 3. Quais processos compõem o PMBOK® do ponto de vista de aquisições: a. ( ) Controlar aquisições, estimar aquisições e decisão de make or buy. b. ( ) Administrar obrigações, definir pessoas autorizadas e definir obrigações contratuais. c. ( ) Planejar, conduzir, administrar e encerrar aquisições. d. ( ) Monitorar o desempenho do contrato, realizar mudanças e documentar decisões. e. ( ) Planejar aquisições e encerrar aquisições. 4. Segundo o MPS.Br o plano de aquisições contém: a. ( ) Os resultados do processo utilizado para revisão dos requisitos especificados como, por exemplo, relação dos interessados. b. ( ) Os requisitos e restrições definidas pelo cliente, incluindo requisitos dos interessados. c. ( ) As condições, tarefas e responsabilidades pela execução dos testes necessários para a aceitação do S&SC a ser adquirido. d. ( ) Objetivos específicos a serem alcançados com a aquisição, os riscos envolvidos e um plano de projeto. e. ( ) As condições de entrega, além das condições gerais esperadas da aquisição, prazos e valores envolvidos. 5. Descreva os quatro processos listados abaixo, proposto pelo PMBOK® para gerência das aquisições, destacando como os processos relacionam-se entre si: a. planejar o gerenciamento das aquisições; b. conduzir as aquisições; c. controlar as aquisições; d. encerrar as aquisições. 6. Descreva o seu entendimento sobre Acordo de Níveis de Serviços (SLA) e como ele impacta o relacionamento entre duas organizações de TI. Cite um exemplo possível de aplicação de SLA entre duas organizações de TI. 7. Descreva segundo o MPS.Br as razões que determinam uma organização decidir que um contrato será realizado por um fornecedor externo. 8. Diferencie conceitualmente “service support” de “service delivery”. 9. Descreva o seu entendimento sobre Acordo de Níveis de Serviços (SLA) e como ele impacta o relacionamento entre duas organizações de TI. Cite um exemplo possível de aplicação de SLA entre duas organizações de TI. CAPÍTULO 5 GABARITO DOS EXERCÍCIOS DE REVISÃO 1. B 2. E 3. C 4. C 5. Descreva os quatro processos listados abaixo, proposto pelo PMBOK® para gerência das aquisições, destacando como os processos relacionam-se entre si: Planejar o gerenciamento das aquisições Resposta: O processo de documentação das decisões de compras do projeto, especificando a abordagem e identificando fornecedores em potencial é um processo da fase de planejamento. Conduzir as aquisições Resposta: O processo de obtenção de respostas de fornecedores, seleção de um fornecedor e adjudicação de um contrato é um processo da fase de execução. Controlar as aquisições Resposta: O processo de gerenciamento das relações de aquisição, monitorando o desempenho do contrato e realização de mudanças e correções conforme necessário é um processo da fase de controle. Encerrar as aquisições Resposta: O processo de finalizar todas as aquisições do projeto é um processo da fase de encerramento. 6. Descreva o seu entendimento sobre Acordo de Níveis de Serviços (SLA) e como ele impacta o relacionamento entre duas organizações de TI. Cite um exemplo possível de aplicação de SLA entre duas organizações de TI. Resposta: SLA (Acordo de Níveis de Serviços) – determina as responsabilidades e o tempo de resposta entre duas organizações de serviços (uma cliente e outra fornecedora). Exemplos: Este acordo pode especificar as prioridades e impacto dos incidentes em ambiente de produção. Este acordo pode determinar o tempo de resposta para defeitos durante o desenvolvimento do produto de software. 7. Descreva as razões que determinam uma organização decidir que um contrato será realizado por um fornecedor externo segundo o MPS.BR. Resposta: EXTRATO DA SEÇÃO DE MPS.BR Identificam-se aqui as necessidades que a aquisição atenderá (pode ser um desenvolvimento ou melhoria de um sistema, um produto de software ou um serviço de software). Analisa-se o que a organização precisa: por que ela está adquirindo e o que ela pretende resolver ou atingir. Nessa tarefa é definido, da melhor forma possível, o escopo das necessidades: até onde o problema será atacado ou o tamanho da meta que se quer atingir; interessante aqui estabelecer quantificações mensuráveis, quando possível, para que se possa saber, mais tarde, se foram atingidas. Com essa primeira tarefa feita, uma decisão é tomada: o projeto da aquisição vai seguir em frente? Caso afirmativo o que será esperado ao final da aquisição? Inicia-se a tarefa avaliando as necessidades que a aquisição atenderá. O nome desse produto no MPS.BR é avaliação da necessidade do S&SC. Ao final da tarefa teremos o resultado da análise: resultado da análise da necessidade da aquisição. Importante
Compartilhar