Buscar

Guilherme - SEMANA 8- NPJ IV

Prévia do material em texto

Núcleo de Prática Jurídica IV 
Aluno: Guilherme Guimarães Cavalcante 
Matricula: 201702456171 
 
 
 
 
EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA xª VARA DO JUIZADO 
ESPECIAL CIVEL DO FORO REGIONAL DA BARRA DA TIJUCA – RJ. 
 
Processo N°0000001-12.2021.8.19.0209. 
 
 
 
ENERGIA ELÉTRICA SA, já devidamente qualificada nos autos do processo em epígrafe, 
cuja parte adversa é Manoel Carlos, também devidamente qualificado, vem, 
respeitosamente, perante Vossa Excelência, através de seu advogado infra-assinado, 
com endereço eletrônico xxxxxx, com base nos Artigos 1022 e 489 do Código de 
Processo Civil, opõem-se : 
 
I. DOS FATOS. 
 
Manoel Carlos, propôs ação indenizatória em face de Prestadora de 
Energia Elétrica SA, de nº 0000001-12.2021.8.19.0209, perante I JEC da 
Regional da Barra da Tijuca, com pedido de tutela de urgência, com a 
alegação de que o fornecimento de energia elétrica de sua residência 
fosse regularizado, tendo em vista que todas as contas estavam 
devidamente pagas; com requerimento de dano moral face aos 
transtornos ocasionados pela parte réno valor de R$ 13.000,00, e dano 
material no valor de R$ 500,00 (quinhentos reais), tendo em vista que uma das 
contas veio em duplicidade, mas o autor não se atentou e realizou novamente 
o pagamento, bem como mais R$ 700,00 face aosalimentos estragados 
constantes na geladeira do autor.A energia elétrica do autor foi 
prontamente reestabelecida através da decisão em tutela de urgência, em 
contestação a empresa ré alegou que não havia o que falar em dano material 
e moral, considerando que nenhum dos pedidos foi comprovados nos 
autos.Em sentença,publicada em 08/04/2022, o magistrado julgou 
procedente o pedido para confirmar a tutela de urgência, conceder R$ 
1.000,00 de danos morais para o autor, face aos transtornos 
ocasionados pela parte ré, bem como o ressarcimento de R$ 700,00 de 
danos materiais, face aos alimentos estragados. 
DA TEMPESTIVIDADE 
O embargante presta grande atenção à data dada a sentença. Ao saber dessa 
omissão, o juiz imediatamente buscou resolver a questão por meio desses 
embargos declarados, sem desrespeito aos prazos estabelecidos em lei. 
Veja o que o art. 1023 do Código de Processo Civil diz: 
Art 1.023. Os embargos serão opostos, 
no prazo de 5 (cinco) dias, em petição 
dirigida ao juiz, com indicação do erro, 
obscuridade, contradição ou omissão, e 
não se sujeitam a preparo. 
Veja o art. 1003 do Código de Processo Civil sobre o 
assunto: 
Art. 1.003. O prazo para interposição de 
recurso conta-se da data em que os 
advogados, a sociedade de advogados, 
a Advocacia Pública, a Defensoria 
Pública ou o Ministério Público são 
intimados da decisão. 
Considerando que o advogado do apelante foi informado da decisão de 
xx/xx/xx, e que o cliente por ele representado foi informado da decisão na 
mesma data, o embargo desta declaração não conflita com qualquer prazo 
estabelecido pela legislação. Não se passaram mais dias do que o tempo 
necessário para apresentar este embargo, portanto, este documento é 
oportuno. 
II. DO DIREITO. 
 
1. OMISSÃO DA DECISÃO 
Notadamente, o acórdão da página xx não contesta todos os argumentos e 
fundamentos apresentados pelo arguido, pelo que se justifica uma análise do 
impacto da legislação no acórdão. Nossa Constituição Federal é clara ao 
introduzir seu art. 93, IX, Todas as decisões devem ser fundamentadas. 
Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do 
Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o 
Estatuto da Magistratura, observados os 
seguintes princípios. 
IX. todos os julgamentos dos órgãos do Poder 
Judiciário serão públicos, e fundamentadas 
todas as decisões, sob pena de nulidade, 
podendo a lei limitar a presença, em 
determinados atos, às próprias partes e a seus 
advogados, ou somente a estes, em casos nos 
quais a preservação do direito à intimidade do 
interessado no sigilo não prejudique o 
interesse público à informação; (Redação dada 
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004). 
Sobre o mesmo assunto, o Código de Processo Civil trata com maior 
profundidade as sentenças, pois afirma explicitamente que deve enfrentar todos 
os argumentos levantados no processo. 
Observe o art. 1022 do Código de Processo Civil: 
Art. 1.022. Cabem embargos de declaração 
contra qualquer decisão judicial para: 
I – esclarecer obscuridade ou eliminar 
contradição; 
II – suprir omissão de ponto ou questão sobre 
o qual devia se pronunciar o juiz de ofício ou 
a requerimento; 
III – corrigir erro material. 
Parágrafo único. Considera-se omissa a 
decisão que: 
I – deixe de se manifestar sobre tese 
firmada em julgamento de casos repetitivos ou 
em incidente de assunção de competência 
aplicável ao caso sob julgamento; 
II – incorra em qualquer das condutas 
descritas no art. 489, § 1º. 
Isso fica evidente ao analisar a decisão. É mesmo uma questão que determina 
os elementos de prova para que as alegações do autor não sejam condenadas. 
A Lei de Processo Civil de 2015 trouxe muitas mudanças, inclusive na forma de 
execução da pena, na qual destacou o princípio da motivação para a tomada de 
decisão. Portanto, é necessário que a sentença demonstre claramente o 
raciocínio utilizado pelo assunto tratado no decorrer da sentença apresentada.. 
Observe o art. 926 do Código de Processo Civil que 
diz sobre a questão em pauta: 
Art. 926. Os tribunais devem uniformizar sua 
jurisprudência e mantê-la estável, íntegra e 
coerente. 
§ 1º Na forma estabelecida e segundo os 
pressupostos fixados no regimento interno, os 
tribunais editarão enunciados de súmula 
correspondentes a sua jurisprudência 
dominante. 
§ 2º Ao editar enunciados de súmula, os 
tribunais devem ater-se às circunstâncias 
fáticas dos precedentes que motivaram sua 
criação. 
Portanto, tendo em vista que o apelante não mencionou os meios de prova 
apresentados pelo autor, ficou clara a necessidade de o apelante levar o caso 
a este tribunal para que a sentença pudesse ser revista. Nessa via torna-se 
indispensável porque infringe diretamente o exercício pelo réu dos direitos do 
impugnado na ação. 
 
III.DOS PEDIDOS 
 
Ante o exposto, requer: 
a) A aceitação de pedidos de esclarecimento foi aqui contestada 
 
b) De acordo com o art. 1024 do Código de Processo Civil que no prazo 
máximo de 05 dias a sentença correta seja reformada, solucionando 
assim o problema de omissão aqui relatado. 
 
 
Nestes termos, 
 Pede deferimento. 
 
 
Rio de Janeiro xx/xx/xx 
 
Advogado 
OAB/RJ xxx.xxx

Continue navegando