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Estácio Aulas Direito Administrativo II

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Direito Administrativo II
Prof.ª Sabrina Araújo Feitoza Fernandes Rocha
Mestra em Direito Público - UFPE
 Doutora em Psicologia Cognitiva - UFPE
A aprendizagem do Direito Administrativo passa por quatro eixos bem definidos: 
A BASE – o que é o Direito Administrativo, contexto de seu surgimento, objeto do seu estudo, suas fontes e sua forma de interagir com outras fontes do Direito (o que é?); 
A ESTRUTURA – onde o aluno deve aprender quem são as pessoas responsáveis pelo exercício da função administrativa, suas características e regimes jurídico (quem são?); 
 
O RJA – implica na aprendizagem do Regime Jurídico Administrativo e todas as suas características, o regime de desigualdade e como é executado pelas pessoas que compõem a estrutura (como fazem?); 
AS ATIVIDADES – cuida das competências constitucionais e legais das pessoas incumbidas de executar a função administrativa, no sentido de atender ao interesse público, gerir os bens comuns, de acordo com as regras e regime jurídico próprios (o que fazem?). 
SERVIÇOS PÚBLICOS
CONCEITO - é toda atividade de oferecimento de utilidade ou comodidade fruível diretamente pelos administrados, prestado pelo Estado ou por quem lhe faça as vezes, sob um regime de Direito Público – portanto, consagrador de prerrogativas de supremacia e restrições especiais -, instituído pelo Estado em favor dos interesses que houver definido como próprios no sistema normativo (Celso Antônio Bandeira de Mello).
CLASSIFICAÇÃO 
Os serviços públicos podem ser classificados levando em consideração vários critérios, que variam de doutrina para doutrina. 
- Quanto à entidade a quem foram atribuídos: podem ser federais, estaduais, distritais ou municipais, sendo por estas entidades regulados e controlados, podendo ser executados por elas ou serem delegados por concessão ou permissão quando possível.
Quanto à essencialidade: podem ser essenciais e não essenciais. 
Os essenciais são determinados por lei ou pela sua própria natureza são tidos como de necessidade pública e, em princípio, são de execução privativa da Administração Pública, como os serviços de segurança nacional, de segurança pública, os judiciários e o de transporte coletivo, realizado pelos Municípios, que, segundo o art. 30, V da CF é de caráter essencial. Todos estes, em princípio, não podem ser prestados por terceiros e nem podem faltar. O art. 10 da Lei 7.783/89 estabelece os serviços essenciais.
Os não essenciais são os assim definidos por lei ou que, pela própria natureza, são considerados de utilidade pública, cuja execução é facultada aos particulares, como os serviços funerários.
Quanto ao usuário: podem ser gerais e específicos. Os gerais são aqueles que atendem a todos os administrados, alguns destes são indivisíveis como os de segurança pública e os de segurança nacional. Os específicos, também denominados de divisíveis, são aqueles de fruição individual como os serviços de telefonia, postal e distribuição domiciliar de água. 
 
Quanto a obrigatoriedade da utilização: podem ser compulsórios ou facultativos. Os compulsórios são impostos por lei a exemplo dos serviços de coleta de lixo, de esgoto, de vacinação obrigatória, de internação de doentes portadores de doenças de caráter infectocontagioso. Os compulsórios, quando remunerados são por taxa e não podem ser interrompidos, mesmo que não haja o devido pagamento. Os facultativos são os colocados à disposição dos usuários sem lhes impor a utilização, como os serviços de transporte coletivo. Estes são pagos por tarifa ou preço e, faltando o respectivo pagamento poderá ser interrompido.
- Quanto a forma de execução: podem ser de execução direta ou de execução indireta. Os de execução direta são prestados pela própria Administração através dos seus órgãos e agentes, como os serviços essenciais indelegáveis. Já os de execução indireta são aqueles prestados por terceiros através de contratos precedidos de licitação pública. 
Fernanda Marinela classifica os serviços públicos em propriamente ditos e serviços de utilidade pública. Os primeiros são os essenciais, indispensáveis à sobrevivência da sociedade e do próprio Estado, que se vale da sua supremacia, não admitindo delegação. Já os serviços de utilidade pública, também denominados de impróprios, são os que não afetam substancialmente as necessidades da comunidade, ou seja, não são essenciais. A denominação serviços próprios e impróprios também é utilizada por Maria Sylvia Zanella Di Pietro.
Há ainda uma classificação dos serviços públicos como administrativos, comerciais ou industriais e sociais. 
Os serviços administrativos são aqueles realizados pelo Estado para satisfazer necessidades internas ou preparar outros serviços, como a imprensa oficial, as estações experimentais. 
Os serviços comerciais ou industriais, que para muitos autores não seriam serviços públicos, são aqueles que a Administração Pública executa, direta ou indiretamente, para atender as necessidades coletivas de ordem econômica, tendo por fundamento o art. 175 da CF, como serviços de transporte, energia elétrica, telecomunicações, dentre outros como os citados no art. 21, XI e XII e no art. 25, § 2º, ambos da CF. 
Por fim os serviços socais são aqueles que atendem às necessidades coletivas essenciais, contudo convive com a iniciativa privada, postos no capítulo da Ordem Social na CF, como a educação, a previdência e a saúde.
Princípios ou Requisitos do Serviço Público
O serviço público está submetido ao Regime de Direito Público, portanto, deve obediência aos princípios de Direito Administrativo definidos, na Carta Magna de forma expressa ou implícita. Sendo assim, o Estado deve respeitar na prestação de serviço públicos os princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. Da mesma forma, deve atuar de forma a respeitar a razoabilidade e proporcionalidade, entre outros. 
Todavia, alguns princípios são definidos pela lei 8.987/95, que regulamenta a prestação dos serviços públicos, bem como a concessão de permissões feitas a particulares.
Com base no rol enumerado por José dos Santos Carvalho Filho (2009), discorreremos sobre alguns princípios distintos do serviço público, na forma como apontados pelos doutrinadores. Estes devem ser compatíveis com o prestador, os destinatários e o regime a que se sujeitam.
 
Princípio da generalidade: também chamado princípio da universalidade. Dispõe que os serviços devem ser prestados com a maior amplitude possível, de forma a beneficiar o maior número possível de indivíduos. Mas também significa que os serviços devem ser prestados sem discriminação entre os beneficiários, quando tenham as mesmas condições técnicas e jurídicas para a fruição. Aplica-se assim, o princípio da isonomia, mais especificamente, da impessoalidade (CARVALHO FILHO, 2009).
Princípio da continuidade: a prestação de serviços públicos não deve sofrer interrupção, de forma a evitar colapsos nas múltiplas atividades particulares. A continuidade deve estimular o Estado ao aperfeiçoamento e à extensão do serviço, recorrendo à tecnologia moderna de forma a adaptar-se a atividade às novas exigências sociais (CARVALHO FILHO, 2009).
Princípio da eficiência: os serviços públicos devem ser prestados com a maior eficiência possível, em conexão com o princípio da continuidade. Para isso, o Estado deve atualizar-se mediante os avanços tecnológicos, de modo que a execução seja mais proveitosa e com menor dispêndio. 
Para Matheus Carvalho (2015), há o princípio da atualidade, que deriva deste princípio, haja vista o entendimento de que a evolução técnica visa à garantia de um serviço mais seguro e com melhores resultados, ou seja, busca-se o máximo resultado com um mínimo de investimento, para baratear o custo para os usuários.
Princípio da modicidade: os serviços públicos devem ser remunerados a preços módicos, avaliando-se o poder aquisitivo do usuário para que não deixe de ser beneficiário. Esse princípio traduz a ideia de que o lucro não é objetivoda função administrativa (CARVALHO FILHO, 2009).
Princípio da cortesia: refere-se ao dever do prestador de serviço público de ser cortês e educado em sua prestação ao tratar com o usuário. Para se considerar adequada a atividade estatal, deve-se atentar para o bom trato com os particulares que usufruirão dos serviços executados. 
Princípio da regularidade: estipula que a prestação do serviço deve observar as condições e horários adequados diante dos interesses da coletividade, sem atrasos ou intermitências. 
Princípio da segurança: a prestação do serviço não pode colocar em risco a integridade dos usuários ou a segurança da coletividade (CARVALHO, 2015).
COMPETÊNCIA PARA PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS
CF/88 Art. 175. Incumbe ao poder público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos.
 
Lei 9.074/95 Art. 2o É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios executarem obras e serviços públicos por meio de concessão e permissão de serviço público, sem lei que lhes autorize e fixe os termos, dispensada a lei autorizativa nos casos de saneamento básico e limpeza urbana e nos já referidos na Constituição Federal, nas Constituições Estaduais e nas Leis Orgânicas do Distrito Federal e Municípios, observado, em qualquer caso, os termos da Lei no 8.987, de 1995.
CONCEITO DE PODER CONCEDENTE
Lei 8.987/95, Art. 2º, I, afirma:
 Considera-se poder concedente a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, em cuja competência se encontre o serviço público objeto de concessão ou permissão. 
FORMAS E MEIOS DE PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS 
CENTRALIZADA – prestado pelos órgãos da Administração Direta. O Estado é ao mesmo tempo titular e prestador do serviço. No entanto, este serviço poderá ser desconcentrado, ou seja, distribuído por vários órgãos. 
 
DESCENTRALIZADA – dá-se mediante outorga ou delegação.
Distribuição das Competências Estatais
CF/88 Art. 21 Compete à União:
CF/88 Art. 25, § 2º - Estados Membros
CF/88 Art. 30, V - Municípios
REGULAMENTAÇÃO E FISCALIZAÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS 
 (A FIGURA DAS AGÊNCIAS REGULADORAS)
A lei nº 8.987, de 13/02/95, art. 29. Incumbe ao poder concedente...
CONTROLE - Lei 8.987/95   Art. 30. No exercício da fiscalização, o poder concedente terá acesso aos dados relativos à administração, contabilidade, recursos técnicos, econômicos e financeiros da concessionária.
Parágrafo único. A fiscalização do serviço será feita por intermédio de órgão técnico do poder concedente ou por entidade com ele conveniada, e, periodicamente, conforme previsto em norma regulamentar, por comissão composta de representantes do poder concedente, da concessionária e dos usuários.
RESUMINDO
regulamentar o serviço e fiscalizar permanentemente a sua prestação;
aplicar as penalidades regulamentares e contratuais;
intervir na prestação de serviço, nos casos e condições previstos em lei;
extinguir a concessão, nos casos previstos na lei e contrato;
homologar reajustes e proceder a revisão das tarifas na forma da lei, das normas pertinentes e do contrato;
zelar pela boa qualidade do serviço, receber, apurar solucionar queixas e reclamações dos usuários, que serão cientificados, em até 30 (trinta) dias, das providências tomadas. 
DIFERENÇAS ENTRE CONCESSÃO E PERMISSÃO.
	CONCESSÃO	PERMISSÃO
	Modalidade de Licitação: concorrência	Licitação
	Contrato	Contrato de adesão
	Pessoa jurídica ou consórcio de empresa	Pessoa física ou jurídica
	Prazo determinado	Prazo determinado
AUTORIZAÇÃO DE SERVIÇÕS PÚBLICOS
Há dissenso na doutrina.
Segunda Hely Lopes Meirelles “serviços autorizados são aqueles que o Poder Público, por ato unilateral, precário e discricionário, consente na sua prática por particular para atender a interesses coletivos instáveis ou emergência transitória. Fora destes casos para não fraudar o princípio constitucional da licitação, a delegação deve ser feita mediante permissão ou concessão”. O autor exemplifica: “os serviços de táxi, de despachantes, de pavimentação de rua por conta dos moradores, de guarda particular de estabelecimentos ou residências, os quais, embora não sendo uma atividade pública típica, convém que o Poder Público conheça e credencie seus executores e sobre eles exerça o necessário controle...” 
Já Maria Sylvia Zanella di Pietro, ensinam que a autorização inexiste como delegação de serviço público. Através da autorização a Administração delega o exercício de atividade que, por sua utilidade pública, está sujeita ao poder de polícia do Estado. 
Está divergência é fruto da própria CF:
CF art. 175 – “Incumbe ao poder público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos”.
CF art. 21, incisos XI, XII - “Compete à União (---) explorar diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão os serviços....”.
RESPONSABILIDADE DOS CONCESSIONÁRIOS E PERMISSIONÁRIOS
Os concessionários e permissionários devem “responder por todos os prejuízos causados ao poder concedente, aos usuários ou a terceiros, sem que a fiscalização exercida pelo órgão competente exclua ou atenue essa responsabilidade“ (art. 25, lei 8.987/95). Portanto, encontram-se submetidos a regra do art. 37, §6º da CF, conhecida como Teoria da Imputação ou Responsabilidade Objetiva do Estado.
Entretanto, “Sem prejuízo desta responsabilidade a concessionária poderá contratar com terceiros o desenvolvimento de atividades inerentes, acessórias, ou complementares ao serviço concedido” (§ 1º, art. 25, lei 8.987/95, grifei). E neste caso não se aplica a Teoria da Imputação Estatal (§ 2º, art. 25, lei 8.987/95). 
FORMAS DE EXTINÇÃO DA CONCESSÃO
Lei 8.987/95 Art. 35. Extingue-se a concessão por:
I - advento do termo contratual; 
REVERSÃO ou ADVENTO DO TERMO CONTRATUAL - É a forma mais normal, advindo (chegado) o momento final previsto para o fim do contrato, a extinção opera-se de pleno direito, sem necessidade de qualquer aviso ou notificação. Os bens aplicados ao serviço integram-se no patrimônio do concedente, operando-se a chamada reversão. 
II - encampação;
É a retomada do serviço pelo poder concedente, durante o prazo da concessão, por motivo de interesse público (conveniência e oportunidade), MEDIANTE LEI autorizativa específica. Neste caso, por não haver o concessionário dado causa à extinção, faz jus a prévio pagamento de indenização, relativa aos bens do concessionário empregados na execução do serviço, pois repercute diretamente sobre a equação econômico-finaceira (art. 37, da lei 8.987/95). Conhecida também por resgate.
III - caducidade;
É a extinção da concessão, mediante decreto do poder concedente (ATO ADMINISTRATIVO), por inexecução total ou parcial do contrato, quando o serviço estiver sendo prestado de forma inadequada ou deficiente. O concessionário fará jus à indenização referente a parcelas dos investimentos vinculados a bens reversíveis ainda não amortizados ou depreciados descontado o valor das multas contratuais e dos danos causados (art. 35, III, art. 38 caput, §1º, I, c/c, §4º, da lei 8.987).
IV - rescisão;
Por iniciativa do concessionário, quando inadimplente o poder concedente, no entanto, os serviços não poderão ser interrompidos ou paralisados até o trânsito em julgado da competente ação judicial (arts. 35, IV, e 39, e parágrafo único, da lei 8.987).
Obs: falar da exceção.
V - anulação; e
Ocorre quando houver vício de legalidade que acarrete nulidade do contrato, opera efeitos ex-tunc, trata-se de hipótese equivalente à de qualquer outro ato administrativo praticado com violação ao direito. A anulação não se confunde com a rescisão. Rescisão pressupõe um contrato válido, mas cuja execução pelo concessionário se tenha tornado inconveniente ao interesse público, e opera efeitos ex-nunc (art. 35, V, da lei 8.987). 
VI - falência ou extinção da empresa concessionária e falecimento ou incapacidade do titular, no caso de empresaindividual.
Art. 35, VI. Extinta a concessão, retornam ao poder concedente todos os bens reversíveis, direitos e privilégios transferidos ao concessionário conforme previsto no edital e estabelecido no contrato, integrando a massa falida somente os bens remanescentes.
AS PARCERIAS PÚBLICO-PRIVADAS - NOVAS ESPÉCIES DE CONCESSÃO 
Art. 2o Parceria público-privada é o contrato administrativo de concessão, na modalidade concessão patrocinada ou a concessão administrativa.
§ 1o Concessão patrocinada é a concessão de serviços públicos ou de obras públicas de que trata a Lei nº 8.987/95, quando envolver, adicionalmente à tarifa cobrada dos usuários contraprestação pecuniária do parceiro público ao parceiro privado. Ex.: Concessão de uma Linha de Metrô, estacionamento subterrâneo, etc.
§ 2o Concessão administrativa é o contrato de prestação de serviços de que a Administração Pública seja a usuária direta ou indireta, ainda que envolva execução de obra ou fornecimento e instalação de bens. Ex.: concessão para remoção de lixo, construção de um Centro Administrativo, presídios, etc
§ 3o Não constitui parceria público-privada a concessão comum, assim entendida a concessão de serviços públicos ou de obras públicas de que trata a Lei 8.987/95, quando não envolver contraprestação pecuniária do parceiro público ao parceiro privado.
A Lei nº 11.079 , de 30 de dezembro de 2004, instituiu as denominadas PPP.
Art. 5o As cláusulas dos contratos de parceria público-privada atenderão ao disposto na lei 8.987/95, no que couber, devendo também prever:
 
I – o prazo de vigência do contrato, compatível com a amortização dos investimentos realizados, não inferior a 5 (cinco), nem superior a 35 (trinta e cinco) anos, incluindo eventual prorrogação.
INSTITUIÇÃO DE ORGÃO GESTOR DAS PARCERIAS PÚBLICO-PRIVADAS – 
       
Art. 14. Será instituído, por decreto, órgão gestor de parcerias público-privadas federais, com competência para: 
OBS: inconstitucionalidade, pois entra em conflito com o art. 61, §1º, II, “a”, bem como o art. 84, inciso VI, “a”, da CF/88
A SOCIEDADE DE PROPÓSITO ESPECÍFICO (SPEs) no âmbito das PPPs
 Art. 9o Antes da celebração do contrato, deverá ser constituída sociedade de propósito específico, incumbida de implantar e gerir o objeto da parceria.
As SPEs podem ser conceituadas como sociedades de objeto exclusivo, amplamente utilizadas em consórcios e operações estruturadas como, por exemplo, financiamentos de projetos e securitizações de recebíveis. Geralmente, o principal objetivo de uma SPE é o de segregar determinados ativos e riscos de forma efetiva dentro de uma operação. Portanto, a eficiência de uma SPE depende, em larga escala, do seu grau de independência em relação às demais partes e atividades envolvidas em determinado projeto.
Em vista disso, temos as SPEs, que são usualmente constituídas sob a forma de sociedade anônima ou limitada, conforme as necessidades específicas de cada caso.
§ 4o Fica vedado à Administração Pública ser titular da maioria do capital votante das sociedades de que trata este Capítulo.
§ 5o A vedação prevista no § 4o deste artigo não se aplica à eventual aquisição da maioria do capital votante da sociedade de propósito específico por instituição financeira controlada pelo Poder Público em caso de inadimplemento de contratos de financiamento.
Dessa forma, o parceiro privado e os financiadores do projeto terão maior conforto quanto à condução da implantação e da gestão da PPP, que estará a cargo da SPE e seus controladores privados. Consequentemente, a estrutura societária da SPE deverá mitigar o risco de ingerência do Estado na implantação e gestão das PPPs.
Em síntese: Organização do Serviço Público
Há três regras fundamentais quanto à organização do serviço público, que não podem ser esquecidas:
A que exige que a organização se faça por lei; Art. 48, X da CF.
A que prevê a competência exclusiva da entidade ou Poder interessado no que tange a iniciativa das leis que visem à criação, transformação e extinção dos cargos públicos; Art. 61, § 1º, II, “d” da CF (No caso dos cargos do Poder Executivo). 
A que impõe a observância das normas constitucionais federais pertinentes ao funcionalismo.
Na organização do serviço público a Administração cria cargos, empregos e funções, institui classes e carreiras, faz provimentos e lotações, estabelece vencimentos, subsídios e vantagens e delimita os deveres e direitos de seus servidores. Algumas dessas noções merecem destaque.
Cargo Público – É a mais simples unidade de poderes e deveres estatais que pode ser expressa por um agente público. Os cargos públicos são acessíveis aos brasileiros, criados por lei, com denominação própria e vencimento pago pelos cofres públicos.
Classe – É o agrupamento de cargos de mesma profissão, e com idênticas atribuições, responsabilidades e vencimentos.
Carreira – É o agrupamento de classes da mesma profissão ou atividade, escalonadas segundo a hierarquia do serviço, para acesso privativo dos titulares dos cargos que a integram.
Quadro – É um conjunto de carreiras, cargos isolados e funções gratificadas de um serviço, órgão ou Poder.
Cargo de Carreira – É o que se escalona em classes, para acesso privativo dos seus titulares, até o da mais alta hierarquia profissional.
Cargo Isolado – É o que não se escalona em classes, por ser o único na sua categoria.
Cargo em Comissão – É a unidade de direitos e deveres de caráter transitório, ocupada por pessoa de confiança da autoridade competente para preenchê-lo, a qual também pode exonerar “ad nutum”, ou seja, livremente, quem o esteja titularizando. O provimento desses cargos dispensa o concurso público.
Cargo de Provimento Efetivo ou, simplesmente, Cargo Efetivo – É o que supõe a permanência do seu titular. É ocupado em caráter definitivo, e provido mediante concurso público de prova ou de provas e títulos. 
AGENTES PÚBLICOS
Conceito elástico e nebuloso na doutrina.
- são todos os agentes que, exercendo com caráter de permanência uma função pública em decorrência de relação de trabalho, integram o quadro funcional das entidades públicas, sob regime jurídico de direito administrativo ou parcialmente de direito administrativo
Classificação – multivariada, sendo a de Hely Lopes Meirelles a mais didática:
Agentes políticos
Agentes administrativos (Servidores Públicos, Empregados Públicos e temporários)
Agentes honoríficos
Agentes credenciados
- Agentes delegados
OBS: Militares 
Agentes Políticos
categoria composta por aqueles detentores de mandatos eletivos (Presidente da República, Governadores, Prefeitos, Senadores, Deputados Federais, Deputados Estaduais, Deputados Distritais e Vereadores) e pelos auxiliares imediatos dos chefes de Poder Executivo, quais sejam os Ministros de Estado e os Secretários Estaduais e Municipais.
Como as funções que desempenham não são de cunho técnico, ligam-se ao Estado por um vínculo político.
Hely Lopes Meirelles inclui na categoria dos agentes políticos os membros da Magistratura, do Ministério Público, Tribunais de Contas e representantes diplomáticos.
Características que possibilitam a sua identificação
Competência expressa na própria Constituição Federal;
Não se sujeitam as normas comuns aplicáveis aos servidores em geral;
São investidos por eleição, nomeação ou designação;
Não são hierarquizados;
Possuem certas prerrogativas necessárias ao desempenho das suas funções;
Não se enquadram na Lei da improbidade administrativa (8.429/92) segundo o STF, pois estão sujeitos ao regime dos crimes de responsabilidade.
Provimento – É o ato de designação de alguém para ocupar um cargo público. Pode ser originário, inicial ou autônomo (a nomeação) ou derivado (reintegração, reversão etc).
Vacância – É a abertura de vaga em cargos dantes ocupados. A vacância resulta de demissão, exoneração e de outras causas previstas em lei.
Posse – É o ato de aceitação do cargo e um compromisso de bem-servir. É o ato da investidura pelo qual ficam atribuídos ao servidor às prerrogativas, os direitose os deveres, sendo condição jurídica principal para o exercício da função púbica. Não é forma de provimento. Para Hely, a posse é a “conditio juris” da função pública.
Empregos públicos - são núcleos de encargos de trabalho a serem preenchidos por agentes contratados para desempenhá-los, sob vínculo celetista no que diz respeito à relação trabalhista.
Funções Públicas são plexos unitários de atribuições, criados por lei, correspondentes a encargos de direção, chefia ou assessoramento, a serem exercidas por titular de cargo efetivo, da confiança da autoridade que as preenche.
Efetividade – Característica do provimento de certos cargos.
Estabilidade – É o direito de não ser demitido do serviço público, salvo se incidir em falta funcional grave, apurada em processo judicial ou processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa, depois do estágio probatório.
Cargo Efetivo
Cargo Vitalício
Cargo em Comissão
Função de confiança
REGIME JURÍDICO ÚNICO OU NÃO - Adin 2135/DF – 02/08/07 o STF 
Regime estatutário; Lei 8.112/90
Regime trabalhista; Lei 9.962/00
Regime Especial (Art. 37, IX da CF). Lei 8.745/93
SERVIDOR PÚBLICO NA CONSTITUIÇÃO DE 1988
ACESSO AOS CARGOS E EMPREGOS PÚBLICOS
Brasileiros Natos x Brasileiros naturalizados x Estrangeiros
EXIGIBILIDADE DO CONCURSO PÚBLICO
PRAZO DE VALIDADE DO CONCURSO E SUA PRORROGAÇÃO
PESSOAS PORTADORAS DE DEFICIÊNCIA
CONTRATAÇÃO EXCEPCIONAL SEM CONCURSO – Lei nº 8.745/93
PROIBIÇÃO DE ACUMULAR CARGOS E EMPREGOS - regra
PROIBIÇÃO DE ACUMULAR CARGOS E EMPREGOS - Exceções
dois cargos de professor;
um cargo de professor com outro técnico ou científico; 
dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas (alínea c, com redação dada pela Emenda Constitucional nº 34, de 13.12.2001). 
A emenda constitucional 77/14 altera os incisos II, III e VIII do § 3º do art. 142 da Constituição Federal, para estender aos profissionais de saúde das Forças Armadas a possibilidade de cumulação de cargo a que se refere o art. 37, inciso XVI, alínea "c“
Um cargo público com o de Vereador.
EXERCÍCIO DE MANDATO ELETIVO art. 38
 - A regra geral é o afastamento do servidor para o exercício do mandato eletivo sem percepção de remuneração. 
I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego ou função;
II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração;
III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de horários, perceberá as vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não havendo compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior;
IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de mandato eletivo, seu tempo de serviço será contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento;
V - para efeito de benefício previdenciário, no caso de afastamento, os valores serão determinados como se no exercício estivesse.
DIREITOS CONSTITUCIONAIS DOS SERVIDORES:
É garantido direito à Livre associação sindical (art. 37, VI);
O direito de greve, será exercido nos termos e limites de lei específica (art. 37, VII).
Além destes a Constituição, art. 39, § 3º, aplica aos servidores ocupantes de cargo público efetivo alguns direitos sociais constantes do artigo 7º, próprios do regime trabalhista. 
ESTABILIDADE ≠ Estágio Probatório
DECORRÊNCIA DA ESTABILIDADE: REINTEGRAÇÃO- DISPONIBILIDADE-APROVEITAMENTO – RECONDUÇÃO
PERDA DO CARGO PELO SERVIDOR ESTÁVEL
1) sentença judicial transitada em julgado (art. 41, §1º, I); 
 
2) processo administrativo, em que lhe seja assegurado ampla defesa (art. 41, §1º, II); 
 
3) insuficiência de desempenho - comprovada mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa (art. 41, § 1º, hipótese acrescida pela EC 19);
4) excesso de despesas - se não for cumprido o limite de despesas com pessoal - 50% no caso da União e 60% no caso de Estados, Distrito Federal e Municípios (CF, art. 169, § 4º, hipótese acrescida pela EC 19), Nesta hipótese o servidor fará jus a indenização correspondente a um mês de remuneração por ano de serviço (art. 169, §5º). O cargo objeto da redução será considerado extinto, vedada a criação de cargo, emprego ou função com atribuições iguais ou assemelhadas pelo prazo de 4 anos (art. 166, § 6º).
REMUNERAÇÃO E SUBSÍDIO
As normas constitucionais relativas a remuneração dos servidores foram bastante alteradas em razão das emendas nº 19, de 04.06.98 e nº 20, de 15.12.98. A principal mudança talvez seja a que introduziu a modalidade de remuneração através de subsídio. 
Subsídio é a nomenclatura adotada para a remuneração de determinados cargos. Sua principal característica é a de ser fixado por lei em parcela única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória. Tal providência visa dar maior transparência e facilitar o controle social. 
REGRA DO SUBSÍDIO
Fonte: art. 39, § 4º. 
Ministros do STF, dos Tribunais e demais magistrados do Poder Judiciário;
Membros do Ministério Público;
Ministros do TCU e Conselheiros dos Tribunais de Contas dos Estados;
Servidores da Carreira da Advocacia Geral da União, Defensoria Pública e os Procuradores dos Estados e Distrito Federal;
Servidores policiais civis federais e estaduais.
Fonte : 93, V; 128, § 5º, I," c"; 73, §3º e 4º c/c 75; 135; 144, § 9º. 
Importante ressaltar que é possível a extensão (art. 39, 8º)
LIMITE DE REMUNERAÇÃO – TETO E SUBTETOS
PREVIDÊNCIA SOCIAL E SEUS REGIMES:
O REGIME PRÓPRIO DE PREVIDÊNCIA 
O REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL – RGPS
REGIME COMPLEMENTAR DE PREVIDÊNCIA SOCIAL
APOSENTADORIA – HIPÓTESES CONSTITUCIONAIS
ABONO DE PERMANÊNCIA
FIM DA INTEGRALIDADE – NOVO CÁLCULO PARA O VALOR DOS PROVENTOS 
FIM DA PARIDADE ENTRE PROVENTOS E REMUNERAÇÃO DA ATIVIDADE
VEDAÇÃO DA ACUMULAÇÃO DE PROVENTOS COM REMUNERAÇÃO
CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
É a atribuição de vigilância, orientação e correção de certo órgão ou agente público sobre a atuação de outro ou de sua própria atuação, visando confirmá-la ou desfazê-la, conforme seja ou não ilegal, conveniente, oportuno e eficiente.
TIPOS DE CONTROLE:
Quanto ao órgão controlador: interno, externo. 
Quanto à natureza do controle: legalidade, mérito.
Quanto à oportunidade : prévio (a priori) concomitante, posterior.
Quanto à iniciativa : ex-ofício (de ofício), a pedido (provocado).
LICITAÇÃO PÚBLICA
Dispõe a Constituição federal, em seu art. 37, XXI, que, “ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviço e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, a qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações”.
Legislação
Dispositivos Constitucionais Relativos à Matéria: art. 22, XXVII (redação dada pela EC Nº 19/98); art. 37, XXI, art. 173 (redação dada pela EC Nº 19/98) e art. 175;
Lei 8.666/93 e alterações posteriores (diploma básico geral).
Lei 10.520/02 e regulamentações posteriores (diploma do pregão)
Lei 12.462/11 que estabelece o Regime Diferenciado de Contratação – RDC. 
Finalidade
Art. 3º da Lei 8.666/93
Garantia da observância do princípio constitucional da isonomia (possibilitar que qualquer interessado possa validamente participar da disputa pelas contratações);
Permitir a melhor contratação possível (seleção da proposta mais vantajosa para a Administração).
promoção do desenvolvimento nacional sustentável.
PRINCÍPIOS
Os princípios desempenham dois grandes papeis: 
A adequada interpretação das regras;
A saneamento de suas lacunas.
O art. 3º da Lei 8.666/93aponta como princípios básicos da licitação os seguintes:
Legalidade; 
Impessoalidade;
Moralidade e Probidade Administrativa ;
Igualdade;
Publicidade;
Vinculação ao Instrumento Convocatório ;
Julgamento Objetivo ; 
A lei ainda faz menção a “princípios correlatos”. Dentre esses, podemos citar: 
Princípio da Competitividade ;
Princípio da Fiscalização ;
Princípio do Formalismo ;
Princípio da Motivação ;
Princípio da Adjudicação Compulsória ; 
Princípios do Contraditório e da Ampla Defesa ;
Hely Meirelles ainda cita como princípio da licitação o do sigilo na apresentação das propostas, como consectário da igualdade que deve existir entre os licitantes, embora a Lei 8.666/93 não o mencione no art. 3º.
		De forma majoritária, há aceitação dos seguintes princípios: procedimento formal; publicidade; igualdade; sigilo na apresentação das propostas; julgamento objetivo; vinculação ao edital e adjudicação compulsória ao vencedor.
OBJETIVO
Art. 2º da Lei 8.666/93.
Obras;
Serviços, inclusive de publicidade;
Compras;
Alienações;
Concessões;
Permissões;
Locações.
OBRIGATORIEDADE
Fundamento Constitucional – Art. 37, inciso XXI;
Fundamento legal – Art. 2º da Lei 8.666/93.
Para Hely Meirelles, a expressão “obrigatoriedade de licitação” tem um duplo sentido, significando:
A compulsoriedade da licitação, em geral;
A compulsoriedade da modalidade prevista em lei para a espécie.
Licitação Dispensada, Dispensável e Inexigível 
art. 17, incisos I e II (licitação dispensada).
Art. 24 e seus incisos (licitação dispensável)
Art. 25 e seus incisos (licitação Inexigível)
Jorge Ulisses Jacoby Fernandes, em seu “Contratação Direta Sem Licitação”, da Editora Brasília Jurídica. A principal distinção, diz ele, entre a licitação dispensada (art. 17 I e II) e as dispensas do art. 24, “repousa no sujeito ativo que promove a alienação, figurando no primeiro caso a Administração no interesse de ceder parte do seu patrimônio, vender bens ou prestar serviços e, nos casos do art. 24, a situação é oposta, estando a Administração na condição de compradora ou tomadora dos serviços.”
Obs: 
O Supremo Tribunal Federal, na ADIn 927-3-RS, suspendeu por decisão liminar parte do dispositivo da Lei 8.666/93, no art. 17, I, b e c, além do § 1º. Assim, a norma que limitava as doações para órgãos ou entidades da própria Administração, de qualquer esfera de Governo, bem como a permuta de imóvel nas mesmas condições e a possibilidade de reversão de bem objeto de doação, deixou de ser aplicada, ficando restritas apenas às UNÎÃO.
Escolha licitatória pelos Critérios
Critério Quantitativo – O preço estimado do futuro contrato;
Critério Qualitativo – A natureza do objeto a ser contratado.
A modalidade a ser observada é determinada em razão do valor da contratação (quantitativo) ou do objeto a ser contratado (qualitativo). Em regra, contratações de maior vulto ou valor devem ser licitadas segundo a modalidade concorrência; a tomada de preços é reservada para contratação de valor intermediário, deixando-se o convite para as de menor valor, enquanto o leilão e o concurso ficam ajustados para objetos específicos. O pregão é modalidade que pode ser adotada apenas para a aquisição de bens e serviços comuns.
Tipos de Licitação (art. 45) 
Menor preço – Quando o critério de seleção da proposta mais vantajosa para a Administração determinar que será vencedor o licitante que apresentar a proposta de acordo com as especificações do edital ou convite e ofertar o menor preço;
Melhor técnica (o material mais eficiente, mais rentável, melhor);
Técnica e preço (preço mais vantajoso e melhor preço);
Maior lance ou oferta – Nos casos de alienação de bens ou concessão de direito real de uso. (oferta em leilão)
Modalidades de Licitação: Conceitos Legais (Art. 22)
Concorrência
Tomada de Preços
Convite
Concurso
Leilão
Pregão
Modalidades de Licitação
	MODALIDADE	CARACTERÍSTICA	PRAZOS
	CONCORRÊNCIA	Entre quaisquer interessados que, na fase inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir os requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital para execução de seu objeto	Menor preço 30d
Pre/Tec 45d e
Empreitada integral
	TOMADA DE PREÇOS	entre interessados devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas, observada a necessária qualificação	Menor preço 15d
Pre/Tec 30d e
	CONVITE	interessados do ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número mínimo de 3 (três) pela unidade administrativa	5 dias úteis
	CONCURSO	quaisquer interessados para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores	45 dias
	LEILÃO	quaisquer interessados para a venda de bens móveis inservíveis para a Administração ou de produtos legalmente apreendidos ou penhorados, ou para a alienação de bens imóveis prevista no art. 19	15 dias
	PREGÃO	para a aquisição de bens e serviços comuns, qualquer que seja o valor estimado da contratação	8 dias úteis
Regime Diferenciado de Contratação (RDC) 
Esta modalidade de licitação foi instituída pela Lei 12.462/11, resultante da Medida Provisória nº 527 do mesmo ano, que teve por objeto as contratações necessárias à realização de alguns eventos, quais sejam:
Dos jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016, constantes da Carteira de Projetos Olímpicos e a ser definida pela Autoridade Pública Olímpica (APO);
Da Copa das Confederações da Federação Internacional de Futebol Associação – FIFA 2013 e da opa do Mundo Fifa 2014, definidos pelo Grupo Executivo – Gecopa 2014 do Comitê Gestor instituído para definir, aprovar e supervisionar as ações previstas no Plano Estratégico das Ações do governo Brasileiro para a realização da copa do Mundo Fifa 2014 – CGCOPA 2014, restringindo-se, no caso de obras públicas, às constantes da matriz de responsabilidade celebrada entre a União, Estados, Distrito Federal e Municípios;
De obras de infraestrutura e de contratação de serviço para os aeroportos das capitais dos Estados da Federação distantes até 350 km das cidades sedes dos mundiais referidos nos incisos I e II.
Acrescentaram ainda “o jeitinho”
Ações integrantes do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC);
Obras e serviços de engenharia no âmbito do Sistema Único de saúde – SUS; e
Obras e serviços de engenharia para construções, ampliações e reformas de estabelecimentos penais e unidades de atendimento socioeducativos. 
Objetivos do RDC
Ampliar a eficiência na contratações públicas e a competitividade entre os licitantes;
Promover a troca de experiências e tecnologias em busca da melhor relação entre custo e benefícios para o setor público;
Incentivar a inovação tecnológica; e
Assegurar tratamento isonômico entre licitantes e a seleção da proposta mais vantajosa para a Administração Pública.
Peculiaridades do RDC
O art. 11 da Lei nº 12.462/20011 prevê o instituto da “Multiadjudicação”, que permite a Administração Pública, mediante justificativa expressa, contratar mais de uma empresa ou instituição para executar o mesmo serviço, desde que não implique perda de economia de escala, quando:
O objeto da contratação puder ser executada de forma concorrente e simultânea por mais de um contratado; ou
A múltipla execução for conveniente para atender à Administração Pública.
Procedimentos da Licitação (art. 43)
Ato Convocatório
Habilitação
Julgamento
Homologação
Adjudicação
Observação: A ordem das fases licitatórias acima espelha o pensamento de Hely Meirelles, Carlos Sundfeld, Ulisses Jacoby, dentre outros. Entretanto, autores de igual renome entendem que a homologação antecede a adjudicação. Assim, Di Pietro, Ivan Rigolin, Odete Medauar, por exemplo
Ato Convocatório – Carta-convite ou edital. Dentre outras, são funções do ato convocatório: dar publicidade ao certame; identificar seu objeto, delimitando os detalhes da proposta; estabelecendo os critérios para análise e avaliação dos proponentes e das propostas; fixandoas cláusulas do futuro contrato etc. É a “lei interna” da licitação;
O prazo de convocação dos interessados será, no mínimo, de 30 (trinta) dias nas concorrências; 45 (quarenta e cinco) dias nos concursos; 15 (quinze) dias nas tomadas de preço e leilão e 05 (cinco) dias úteis nos convites.
O prazo para impugnação do edital e seus termos expira, para o licitante, no segundo dia útil que antecede a abertura dos envelopes de habilitação nas concorrências ou dos envelopes com as propostas nos convites, tomadas de preço, concursos e leilões. Para o cidadão, o prazo de impugnação é de até cinco dias úteis antes daquela data (abertura).
Habilitação – Também chamada de qualificação. O desatendimento gera a inabilitação e inibe o conhecimento da proposta. Fase do exame das condições pessoais necessárias à participação no certame. Tais condições referem-se a:
Habilitação Jurídica – Respeitante à comprovação da capacidade da pessoa física ou jurídica para contrair direitos ou obrigações.
Qualificação ou Capacidade Técnica – Refere-se a requisitos de capacitação profissional para executar o futuro ajuste.
Qualificação Econômico-Financeira ou idoneidade financeira – Capacidade para suportar o ônus econômico-financeiro decorrente do contrato.
Regularidade Fiscal ­– Comprovação de que o licitante está em dia no cumprimento das exigências do Fisco.
Se nenhum interessado for habilitado haverá a licitação fracassada, que pode ensejar a contratação direta. Antes, porém, deverá a Administração conceder o prazo de oito dias para os interessados reapresentarem suas documentações, suprindo as falhas.
A inabilitação é, pois, ato administrativo vinculado que exclui o interessado do procedimento licitatório, por não satisfazer os requisitos de participação.
Julgamento – É o ato pelo qual se confrontam as ofertas, classificam-se as propostas e escolhe-se o vencedor a que deverá ser adjudicado o objeto da licitação.
Desclassificação – É a eliminação da proposta pela sua desconformidade com a lei ou o ato convocatório.
Classificação – É a ordenação das propostas segundo seu grau de vantajosidade.
Será privativo da comissão, nas concorrências e tomadas de preço; da comissão ou do servidor nomeado, nos convites. O julgamento será uniforme, sempre de acordo com os critérios de avaliação descritos no edital; havendo empate, aplica-se o critério da preferência deferida a bens ou serviços produzidos no Brasil (Lei 8.666/93, art. 45, § 2º); mantido o empate, aplica-se o sorteio.
Obs: A habilitação restringe-se ao proponente, a classificação atinge a proposta.
Homologação – Ato de controle pelo qual a autoridade confirma a correção jurídica da licitação. Corresponde à aprovação do certame e de seu resultado. É realizada pela autoridade administrativa não participante da comissão de licitação e indicada pela lei local. 
Ao contrário do que ocorria no sistema anterior (dec. Lei n. 2.300/86), a Lei n. 8.666/93 impõe a inversão do procedimento, ocorrendo a homologação antes da adjudicação.
A homologação corresponde à aprovação do certame e de seu resultado. É realizada pela autoridade administrativa não participante da comissão de licitação e indicada pela lei local. Em regra, será aquela que ordenou a abertura da licitação.
Pode tal agente público:
homologar o resultado, procedendo na sequência à adjudicação do objeto ao vencedor;
anular o certame, ante qualquer ilegalidade;
revogar o certame, se presente causa que o autorize;
sanar os vícios ou irregularidade que não contaminem o resultado da licitação.
Adjudicação – Ato pelo qual se atribui ao vencedor o objeto da licitação para a subsequente efetivação do contrato. É a expectativa do vencedor do direito ao futuro contrato.
A adjudicação produz os seguintes efeitos jurídicos: 
a) confere ao vencedor o direito a contratação futura (trata-se de mera expectativa de direito já que é incerta a formalização do contrato);
b) impede a Administração de proceder à abertura de outra licitação com idêntico objeto;
c) libera todos os demais participantes, inclusive as garantias por eles oferecidas;
d) vincula o vencedor nos termos do edital e da proposta consagrada;
e) sujeita o vencedor (dito adjudicatário) às penalidades previstas no edital se não assinar o contrato no prazo estabelecido.
CONTRATOS ADMINISTRATIVOS
Contrato, em sentido amplo, “é todo acordo de vontades, firmado livremente pelas partes, para criar obrigações e direitos recíprocos” (Hely Meirelles).
“É um tipo de avença travada entre a Administração e terceiros na qual, por força de lei, de cláusulas pactuadas ou do tipo de objeto, a permanência do vínculo e as condições preestabelecidas sujeitam-se a cambiáveis imposições de interesse público, ressalvados os interesses patrimoniais do contratante privado” (Celso Antônio Bandeira de Mello).
Há também um conceito no parágrafo único do art. 2º da Lei 8.666/93.
Peculiaridades
Segundo Hely Meirelles, o contrato administrativo é sempre consensual (refletem um acordo de vontades) e, em regra, formal, oneroso (remunerado), comutativo (compensações recíprocas) e realizado, em regra, intuitu personae. Sem prejuízo, podem ser, ainda, personalíssimos (aqueles cujo objeto somente possa ser executado por pessoa determinada). Mas o que realmente o tipifica e o distingue do contrato privado é a participação da Administração na relação jurídica com supremacia de poder para fixar as condições iniciais do ajuste.
Maria Sylvia Zanella Di Pietro, menciona como principais cláusulas exorbitantes as seguintes:
Exigência de garantia – art. 56, § 1º;
Alteração unilateral – arts. 58, I e 65, I;
Rescisão unilateral – arts. 58, II e 79, I e 78, I ao XII e 79, I;
Fiscalização – arts. 58, III e 67;
Aplicação de penalidades – art. 58, IV;
Anulação – art. 59;
Retomada do objeto – art. 80 + I
Restrições ao uso da “exceptio non adimpleti contractus” (exceção do contrato não cumprido).
Tipos de Cláusulas
Regulamentares ou de Serviço – Aquelas que dispõem sobre o objeto do contrato e seu modo de execução. Somente estas são alteráveis unilateralmente;
Econômicas – Aquelas atinentes à remuneração do contrato. Definem a equação ou o equilíbrio econômico-financeiro (proporção entre encargos do contratado e sua remuneração, no momento da celebração do contrato) contratual.
Extinção do Contrato Administrativo
Normal
Conclusão do Objeto Contratual
Término do prazo
Anormal
Rescisão
Anulação
Rescisão – Sinteticamente, é o desfazimento do contrato durante sua execução. A lei dispõe que a rescisão pode ser (art. 79):
Administrativa;
Amigável;
Judicial.
Incidência da Teoria da Imprevisão nos Contratos Administrativos (art. 65, II, “d” da Lei 8.666/93)
Vale ressaltar a indiscutível possibilidade de incidência da “teoria da imprevisão” nos contratos administrativos, sempre que se verificar a ocorrência de álea (ou risco) econômica ou administrativa extraordinária e extracontratual. A teoria da imprevisão consiste no reconhecimento de que eventos novos, imprevistos e imprevisíveis, não imputáveis às partes, refletindo sobre a economia ou a execução do contrato, autorizam sua revisão, para ajustá-lo às circunstâncias supervenientes. É a aplicação da velha cláusula rebus sic stantibus aos contratos administrativos, assevera Hely Meirelles.
Principais Causas
Força maior: evento decorrente da vontade do homem que repercute negativamente na execução do contrato, impondo, não por desejo das partes (em especial do contratado), obstáculo intransponível, que não pode ser evitado. Exemplos: greve, paralisações de trabalhadores, rebeliões, conturbações sociais etc.
 
Caso fortuito: evento decorrente da força da natureza que, por ausência de qualquer intenção das partes, impõe obstáculos à execução regular do contrato, sem que possa ser evitado. Exemplos: enchentes, inundações, tufões, vendavais etc.
Segundo Maria Helena Diniz, na força maior por ser um fato da natureza, pode-se conhecer o motivo ou a causa que deu origem ao acontecimento, como um raio que provocaum incêndio, inundação que danifica produtos ou intercepta as vias de comunicação, impedindo a entrega da mercadoria prometida ou um terremoto que ocasiona grandes prejuízos, etc. Por outro lado o caso fortuito tem origem em causa desconhecida, como um cabo elétrico aéreo que sem saber o motivo se rompe e cai sobre fios telefônicos causando incêndio explosão de caldeira de usina, provocando morte.
Nas lições de Álvaro Villaça Azevedo caso fortuito é o acontecimento provindo da natureza sem que haja interferência da vontade humana em contrapartida a força maior é a própria atuação humana manifestada em fato de terceiro ou do credor.
Ensina Agostinho Alvim que o caso fortuito consiste no impedimento relacionado com o devedor ou com a sua empresa, enquanto que a força maior advém de acontecimento externo.
Não obstante ilustres doutrinadores contribuírem com diversos conceitos Sílvio Venosa simplifica ao dizer que não há interesse público na distinção dos conceitos, até porque o Código Civil Brasileiro não fez essa distinção conforme a redação abaixo transcrita:
Art. 393. O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou força maior, se expressamente não se houver por eles responsabilizado.
Parágrafo único. O caso fortuito ou de força maior verifica-se no fato necessário, cujos efeitos não era possível evitar ou impedir.
O STJ também não se preocupa em distinguir caso fortuito de força maior na apreciação das suas decisões, mas sim em verificar a presença deles em cada processo, e para isso leva em consideração as particularidades de cada caso, com a ressalva de que a imprevisibildade é comum a todos eles.
Fato do príncipe: Fait du prince é todo ato geral, imprevisível, do Poder Público que, incidindo indiretamente ou reflexamente no contrato, onera de modo substancial a sua execução ou impõe obrigação insuportável para o contratado, como por exemplo, a de importação de produtos cujo fornecimento tenha sido contratado. Há quem entenda o fato do príncipe residente apenas no poder de alterar unilateralmente o contrato, mas tal entendimento resta vencido na doutrina.
Fato da administração: é ato da administração que, incidindo diretamente sobre o contrato, impede a sua regular execução, equiparando-se, nos efeitos a força maior, como ocorre, por exemplo, na interrupção prolongada e imotivada de pagamentos devidos ao contratado ou na não-liberação de área, local ou objeto necessário à execução do contrato.
Interferências imprevistas: a doutrina aponta, ainda, a possibilidade de ocorrência de fatos materiais imprevistos, mas existentes ao tempo da celebração do contrato, nominando a hipótese de interferências imprevistas, ou de fatos imprevistos. Tome-se, como exemplo, a diversidade de terrenos conhecidos somente no curso da execução de uma obra pública, tornando ainda mais complexa e onerosa a execução do contrato.
RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO
Na lição de Celso Antônio Bandeira de Mello, responsabilidade patrimonial extracontratual do Estado “é a obrigação que lhe incumbe de reparar economicamente os danos lesivos à esfera juridicamente garantida de outrem e que lhe sejam imputáveis em decorrência de comportamentos unilaterais, lícitos ou ilícitos, comissivos ou omissivos, materiais ou jurídicos”.
Evolução da Responsabilidade Estatal
Três fases distintas (Di Pietro):
Irresponsabilidade; Peculiar aos Estados absolutistas. Baseava-se na ideia de soberania. “The King can do no Wrong”
O rigor da irresponsabilidade do Estado era quebrado por leis que admitiam a obrigação de indenização em casos específicos.
Teorias Civilistas; Teoria dos Atos de Império e dos Atos de Gestão. Distinguia-se a pessoa do Rei (insuscetível de errar), que praticaria os atos de império, da pessoa do Estado, que praticaria atos de gestão, através dos seus prepostos. Até chegar a Teoria da Culpa Civil ou da Responsabilidade Subjetiva. Essa doutrina foi acolhida pelo nosso ordenamento jurídico através do artigo 15 do Código Civil e vigorou sozinha até o advento da Constituição de 1946. A partir daí, passou a viger a responsabilidade sem culpa ou responsabilidade objetiva.
Teorias Publicistas. Teoria da Culpa Administrativa (Culpa Anônima, Culpa do Serviço, Faute du Service) - Procurou desvincular a responsabilidade do Estado da Culpa do agente público. Para Hely Meirelles, “a teoria da culpa administrativa representa o primeiro estágio da transição entre a doutrina subjetiva da culpa civil e a tese objetiva do risco administrativo.” Teoria da Responsabilidade Objetiva (Sem Culpa) – É a teoria predominante, no presente, como previsto na CF, art. 37, § 6º. 
Excludentes ou mitigação
força maior;
 caso fortuito (há controvérsia);
 culpa exclusiva da vítima ou de terceiro. 
A culpa concorrente (concausa) não exclui a responsabilidade estatal, mas atenua, proporcionalmente, o quantum indenizatório;
Gasparini prefere indicar como fases da responsabilidade do Estado as seguintes:
Irresponsabilidade;
Responsabilidade com Culpa, Civil ou Administrativa;
Responsabilidade sem Culpa, nas modalidades de Risco Administrativo e Risco Integral.
Vale esclarecer que não se tem, hodiernamente, só a aplicabilidade da teoria objetiva. A teoria da culpa administrativa também é acolhida pelo direito pátrio, do que dão conta muitas decisões judiciais.
Características do Dano Reparável
Dano correspondente à lesão a um direito (dano jurídico). Vale lembrar que o dano juridicamente reparável sem sempre pressupõe um dano econômico. Pode ter havido apenas dano moral (CF, art. 5º, XI);
Dano certo (atual ou futuro);
Dano especial (individualizado);
Anormal;
Dano de valor economicamente apreciável (Gasparini).
Ação de Indenização
A reparação do dano causado pela Administração a terceiros obtém-se de duas maneiras:
Administrativamente;
Por meio de Ação de Indenização.
A Constituição de 1988 separou as responsabilidades: O Estado indeniza a vítima; o agente indeniza o Estado, regressivamente.
Abrangência da Indenização:
Dano Emergente;
Lucros Cessantes;
Honorários Advocatícios;
Correção Monetária;
Juros de Mora, se houver atraso no pagamento.
Ação Regressiva
São requisitos dessa ação, segundo Gasparini:
A condenação da Administração a indenizar a vítima pelo dano sofrido;
O pagamento do valor da indenização;
Conduta lesiva, dolosa ou culposa do agente causador do dano (a responsabilidade do servidor é sempre subjetiva).
Responsabilidade por ato omissivo
RE 179147 / SP - SÃO PAULO
RECURSO EXTRAORDINÁRIO
Relator(a): Min. CARLOS VELLOSO 
Tratando-se de ato omissivo do poder público, a responsabilidade civil por tal ato é subjetiva, pelo que exige dolo ou culpa, numa de suas três vertentes, negligência, imperícia ou imprudência, não sendo, entretanto, necessário individualizá-la, dado que pode ser atribuída ao serviço público, de forma genérica, a faute de service dos franceses. 
Responsabilidade por atos legislativos e judiciários
Muitas controvérsias doutrinárias e jurisprudenciais.
LIMITAÇÃO AO DIREITO DE PROPRIEDADE
O Poder Público pode limitar o direito de propriedade assegurado ao particular. Estas restrições, porém, devem limitar-se ao fomento do bem-estar social, do cumprimento da função social da propriedade. Dependem de expressa previsão legal, existindo situações excepcionais (Estado de Sítio e de Defesa) onde se admite a imposição de limitação sem lei anterior.
Modalidades
Limitações Administrativas – imposta por ato administrativo genérico, não direcionada a propriedades determinadas, visando atender ao interesse público por meio de obrigação de não fazer (se a obrigação for de fazer tem-se a imposição da servidão). Ex: limitação de altura de edifícios, a metragem mínima de recuo para a construção de imóveis, dentre outras.
Ocupação temporária – aproveitamento de propriedade particular para utilização pelo Poder Público, remunerada ou não, para e execução de obras, serviços, ou atividades públicas ou de interesse público (CF, art 5º, XXV). A ocupação podeincidir, ainda, nos imóveis necessários à pesquisa e lavra de petróleo e de minérios nucleares (Decs.Lei nº 1.864/81 e 1.865/81).
Tombamento – é a declaração editada pelo Poder Público (União, estados-Membros, Distrito federal e Municípios) acerca do valor histórico, artístico paisagístico, arqueológico, turístico, cultural ou científico de bem móvel ou imóvel com o fito de preservá-lo. O tombamento atribui ao bem uma característica de imodificabilidade, que pode ser acompanhada de inalienabilidade.
	Modalidades:
	De ofício: incide sobre bens públicos;
	Voluntários: incidente sobre bens particulares com a anuência de seus proprietários;
	Compulsório: incidente sobre bens particulares e impostos coativamente, depois de regular procedimento administrativo. As restrições podem ser:
	Individuais: sobre determinado bem;
	Gerais: sobre todos os bens de uma região, bairro, coletividade, etc.
Requisição administrativa – é a coativa utilização de bens particulares em situação emergenciais. O Poder Público pode, havendo fundada razão, requisitar imóvel pertencente a particular para evitar a ocorrência de “perigo público” (CF, art. 5º, XXV). A requisição pode ser civil, para evitar danos à coletividade, ou militar, realizada por autoridades militares para a manutenção da segurança nacional. O perigo público pode estar retratado em incêndio, inundações, epidemias, etc.
Servidão administrativa – para possibilitar a realização de obras e serviços públicos. Não transfere o domínio ou a posse do imóvel, mas limita o direito de usar e fruir do bem. É imprescindível, para a sua instituição, ato administrativo de conteúdo declaratório editado pelo Poder Público (entes federados), podendo ser formalizado por acordo ou sentença judicial. As servidões devem ser levadas a registro no Cartório de registro de Imóveis. O Poder Público apenas indenizará o particular se comprovada a ocorrência de danos ou prejuízos, porquanto dele não se retira o domínio ou a posse, como dito.
Desapropriação – é o procedimento administrativo pelo qual o Poder Público ou seus delegados, mediante prévia declaração de necessidade pública, utilidade pública ou interesse social, impõe ao proprietário a perda de um bem, substituindo-o em seu patrimônio por justa indenização, sendo esta a ORDINÁRIA.
As EXTRAORDINÁRIAS ou sancionatórias são três:
Pelo não cumprimento da função social da propriedade Urbana (art. 182, § 4º);
Pelo não cumprimento da função social da propriedade Rural (186); e
A terceira é a prevista no art. 243, que trata da expropriação de glebas de terras. “As propriedades rurais e urbanas de qualquer região do País onde forem localizadas culturas ilegais de plantas psicotrópicas ou a exploração de trabalho escravo na forma da lei serão expropriadas e destinadas à reforma agrária e a programas de habitação popular, sem qualquer indenização ao proprietário e sem prejuízo de outras sanções previstas em lei, observado, no que couber, o disposto no art. 5º.”(EC nº 81 de 5/6/14).
Todo e qualquer bem de valor econômico podem ser expropriados (ou desapropriado), inclusive o subsolo, carecendo sempre de declaração regular, que aponte e descreva o bem a ser objeto da expropriação, bem como o fundamento fático e jurídico desta.
A desapropriação pode, ainda, incidir sobre: posse, desde que legítima e de valor econômico; ações, quotas e direitos de qualquer sociedade (STF, súmula 476); bens públicos desde que pertencentes a entidade estatal inferior (ou seja, a União pode desapropriar bens dos Estados-Membros, Municípios e Distrito Federal; os Estados-Membros podem desapropriar bens dos Municípios; estes últimos não podem desapropriar bens de outra entidades estatais.
A desapropriação indireta é também denominada pela doutrina “apossamento administrativo” ou “desapropriação de fato”. Ocorre quando o Poder Público se apossa de um bem ou parte de um bem, sem o consentimento do proprietário ou sem o devido processo legal, que é a desapropriação. Reflete-se em ação ajuizada, ação ordinária de indenização por apossamento administrativo ou por desapropriação indireta. Nessa ação invertem-se as posições dos sujeitos da ação expropriatória: o autor da ação é o proprietário; o réu é o poder público.
A desapropriação por zona incide em áreas beneficiadas por obras ou serviços públicos e que em razão disso sofreram valorização extraordinária. O ato declaratório de utilidade pública deverá, antes, consignar as áreas que serão, ao término das obras e serviços, alienadas para terceiros.
OBS: Somente a União poderá promover a desapropriação para fins de reforma agrária (art. 184, CF), que incidirá sobre bens imóveis localizados na zona rural e que não cumpram a sua função social.
 A necessidade pública é a caracterizada por situação inesperada, emergencial, inadiável e premente, isto é, que não pode ser removido, nem procrastinado e para cuja solução é indispensável incorporar-se ao domínio do Estado o bem particular.
	A utilidade pública é denotada quando conveniente e vantajosa ao interesse coletivo, mas não constitui um imperativo irremovível.
	O interesse social é caracterizado pela conveniência social da desapropriação, como ocorre nas expropriações para reforma agrária, necessária à melhoria nas condições de vida social, a mais equitativa distribuição da riqueza, à atenuação das desigualdades em sociedade. 
Retrocessão – corresponde à obrigação do expropriante de ofertar ao expropriado o bem sempre que receber destinação diversa da pretendida e indicada no ato expropriatório, mediante a devolução da indenização paga. O Supremo Tribunal Federal já decidiu que a retrocessão se trata de um direito real e não de uma obrigação pessoal. Assim, acompanha a coisa, transmitindo-se o direito a herdeiros, cessionários e sucessores.
Tredestinação – corresponde ao desvio de finalidade havido na desapropriação. É evidente pelo não-uso do bem ou porque a destinação ulterior não corresponde à indicação no ato expropriatório. É fundamental que o destino não corresponda a nenhuma hipótese de necessidade ou utilidade pública, ou interesse social para que seja configurada a “tredestinação”.
Distinguir a Lícita da Ilícita e suas consequências.
DOMÍNIO PÚBLICO OU BENS PÚBLICOS
CONCEITO
Código Civil Art. 98. São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem. 
CLASSIFICAÇÃO DOS BENS PÚBLICOS
 
Quanto à titularidade: federais, estaduais, distritais ou municipais, conforme pertençam, respectivamente, à União, aos Estados, ao Distrito Federal ou aos Municípios, ou as suas autarquias e fundações de direito público.
Quanto à destinação: Código Civil Art. 99. São bens públicos: 
 
I - os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas, rodovias, avenidas e praças; (PERCEBE-SE QUE ESTES BENS ESTÃO AFETADOS A UM DESTINO PÚBLICO, ESTA AFETAÇÃO TANTO PODE PROVIR DE DESTINO NATURAL DO BEM, QUANTO POR LEI OU POR ATO ADMINISTRATIVO QUE DETERMINE A APLICAÇÃO DE UM BEM DOMINICAL OU DE USO ESPECIAL AO USO COMUM DO POVO). 
 
II - os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento da administração (repartições públicas) federal, estadual, Distrital ou municipal, inclusive os de suas autarquias, assim como os de fruição geral como museus, universidades, parques etc.;
III - os dominicais, (TAMBÉM CONHECIDO POR DOMINIAIS) que constituem o patrimônio disponível das pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades. (EM RESUMO: SÃO AQUELES NÃO APLICADOS – AFETADOS - NEM AO USO COMUM, NEM AO USO ESPECIAL). 
Quanto à disponibilidade: 
	
I – bens indisponíveis por natureza: são aqueles que dada a sua natureza não-patrimonial, não podem ser alienados ou onerados pelas entidades a que pertençam. São bens insuscetíveis de alienação. Ex: bens de uso comum do povo, como regra geral, como mares, rios, estradas,etc.
 
II – bens patrimoniais indisponíveis: são aqueles que o Poder Público não pode dispor, embora tenham natureza patrimonial, em virtude de estarem afetados a uma destinação específica. Ex: bens de uso especial ou de uso comum do povo, suscetíveis de avaliação patrimonial, sejam móveis ou imóveis.
III – bens patrimoniais disponíveis: são todos aqueles que possuem natureza patrimonial e, por não estarem afetados a certa finalidade pública, podem ser alienados, na forma e nas condições que a Lei estabelecer. Ex: bens dominiais.
CARACTERÍSTICAS DOS BENS PÚBLICOS 
INALIENABILIDADE - são Inalienáveis porque, enquanto estiverem afetados ao uso comum ou especial, não podem ser vendidos.
IMPENHORABILIDADE – a penhora impede sejam eles, como regra geral, oferecidos em garantia para cumprimento das obrigações contraídas pela Administração Pública. 
IMPRESCRITIBILIDADE - são imprescritíveis porque não podem ser adquiridos através de usucapião. Neste caso, a imprescritibilidade se aplica inclusive aos bens públicos dominiais. 
Não-onerosidade – onerar um bem significa deixá-lo em garantia para o credor no caso de inadimplemento da obrigação. São institutos que acarretam a onerosidade o penhor, a anticrese e a hipoteca (CC, art. 1225). Assim, o credor da Fazenda Pública não pode ajustar garantia real incidente sobre bem público, sob pena de nulidade absoluta da garantia.
AFETAÇÃO E DESAFETAÇÃO – com exceção para dos dominicais, todos os bens públicos (de uso comum ou de uso especial) são adquiridos ou incorporados ao patrimônio público para uma destinação específica.
A essa destinação específica podemos chamar de afetação.
A afetação se procede por lei.
A retirada dessa destinação, com a inclusão do bem dentre os dominiais (que compõem o patrimônio disponível), corresponde à desafetação.
A desafetação também se procede por lei.
OBRIGADA, BONS ESTUDOS AMADOS e que DEUS os abençoe!

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