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223204OAB_PROCESSO_CIVIL (1)

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Prévia do material em texto

Capítulos 1 ao 11
MAT
ERIA
L 
EXE
MPL
AR
Capítulo 1
MAT
ERIA
L 
EXE
MPL
AR
 
 
Olá, aluno! 
Bem-vindo ao estudo para o Exame de Ordem. Preparamos todo esse material para você não 
só com muito carinho, mas também com muita métrica e especificidade, garantindo que 
você terá em mãos um conteúdo direcionado e distribuído de forma inteligente. 
Para isso, estamos constantemente analisando o histórico de provas anteriores com fins de 
entender como cada Banca e cada Carreira costuma cobrar os assuntos do edital. Afinal, 
queremos que sua atenção esteja focada nos assuntos que lhe trarão maior aproveitamento, 
pois o tempo é escasso e o cronograma é extenso. Conte conosco para otimizar seu estudo 
sempre! 
Ademais, estamos constantemente perseguindo melhorias para trazer um conteúdo completo 
que facilite a sua vida e potencialize seu aprendizado. Com isso em mente, a estrutura do 
PDF Ad Verum foi feita em capítulos, de modo que você possa consultar especificamente os 
assuntos que estiver estudando no dia ou na semana. Ao final de cada capítulo você tem a 
oportunidade de revisar, praticar, identificar erros e aprofundar o assunto com a leitura de 
jurisprudência selecionada. 
E mesmo você gostando muito de tudo isso, acreditamos que o PDF sempre pode ser 
aperfeiçoado! Portanto pedimos gentilmente que, caso tenha quaisquer sugestões ou 
comentários, entre em contato através do email pdf@cers.com.br. Sua opinião vale ouro para 
a gente! 
Racionalizar a preparação dos nossos alunos é mais que um objetivo para Ad Verum, trata-se 
de uma obsessão. Sem mais delongas, partiremos agora para o estudo da disciplina. 
Faça bom uso do seu PDF Ad Verum! 
Bons estudos  
 
 
 
 
 
Abordaremos os assuntos da disciplina de Direito Processual Civil da seguinte forma: 
RECORRÊNCIA DA DISCIPLINA 
 Como dito, sabemos que estudar de forma direcionada, com base nos assuntos 
objetivamente mais recorrentes, é essencial. Afinal, uma separação planejada pode fazer toda 
diferença. Pensando nisso, através de estudo realizado pelo nosso setor de inteligência com 
base nas últimas provas, trouxemos os temas mais abordados nessa disciplina! 
Competência
6%
Partes
18%
Tutela Provisória
6%
Modelos de 
organização 
processual
18%
Julgamento conforme 
o estado do processo
6%
Coisa julgada
6%
Recursos em espécie
18%
Execução
12%
Procedimentos 
especiais em 
legislação 
extravagante
12%
Competência Partes
Tutela Provisória Modelos de organização processual
Julgamento conforme o estado do processo Coisa julgada
Recursos em espécie Execução
Procedimentos especiais em legislação extravagante
 
 
CAPÍTULOS 
Capítulo 1 – Teoria Geral do Processo, Fatos Jurídicos e Jurisdição. 
Capítulo 2 - Direito de Ação, Pressupostos Processuais e Competência. 
Capítulo 3 – Sujeitos, Partes, Juiz e Funções Essenciais à Justiça. 
Capítulo 4 – Atos Processuais e Nulidade. 
Capítulo 5 - Tutela Provisória e Provas. 
Capítulo 6 - Formação, suspensão e extinção do processo, Modelos de organização processual 
e Providências preliminares. 
Capítulo 7 – Julgamento conforme o estado do processo, Decisão Judicial, Cumprimento de 
sentença, Precedentes e Coisa Julgada. 
Capítulo 8 – Recursos. 
Capítulo 9 – Processo de Execução. 
Capítulo 10 - Procedimentos especiais. 
Capítulo 11 – Processo coletivo. 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL, Capítulo 1,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,5 
1. Teoria Geral do Processo ...................................................................................................................................... 5 
1.1 Normas Processuais Civis .............................................................................................................................. 5 
1.2 Princípios .............................................................................................................................................................. 5 
1.2.1 Princípio da Inércia .................................................................................................................................. 6 
1.2.2 Princípio da Inafastabilidade da Jurisdição ................................................................................... 6 
1.2.3 Princípio da Efetividade ......................................................................................................................... 6 
1.2.4 Princípios da Boa-fé e Cooperação .................................................................................................. 7 
1.2.5 Princípio da Isonomia e Contraditório ............................................................................................ 8 
1.2.6 Princípio da Não Surpresa ou do Contraditório Substanciado ............................................ 8 
1.2.7 Princípio da Fundamentação das Decisões ................................................................................... 9 
1.3 Direito Intertemporal ....................................................................................................................................... 9 
2. Política de Tratamento Adequado de Conflitos Jurídicos .................................................................... 11 
2.1 Negociação, Mediação e Conciliação ................................................................................................... 11 
2.1.1 Princípios que regem a conciliação e a mediação (art. 166): ............................................ 13 
2.2 Equivalentes Jurisdicionais ......................................................................................................................... 13 
2.2.1 Autotutela ................................................................................................................................................. 14 
2.2.2 Autocomposição .................................................................................................................................... 14 
2.3 Arbitragem ........................................................................................................................................................ 15 
3. Teoria dos Fatos Jurídicos Processuais ......................................................................................................... 17 
3.1 Ato-fato Jurídico ............................................................................................................................................. 17 
3.2 Ato Unilateral ................................................................................................................................................... 17 
3.3 Negócio Jurídico............................................................................................................................................. 17 
3.4 Fatos Naturais (Fatos Jurídicos Strictu Sensu) ................................................................................... 17 
3.4.1 Fatos Naturais Ordinários .................................................................................................................. 17 
 
 
3.4.2 Fatos Naturais Extraordinários ......................................................................................................... 17 
3.5 Ato Jurídico em Sentido Estrito ............................................................................................................... 18 
4. Função jurisdicional ............................................................................................................................................... 19 
4.1 Noções de Jurisdição ................................................................................................................................... 19 
4.1.1 Conceito .....................................................................................................................................................19 
4.1.2 Características .......................................................................................................................................... 20 
4.1.3 Classificação ............................................................................................................................................. 22 
4.1.4 Princípios ................................................................................................................................................... 24 
5. Cooperação Internacional ................................................................................................................................... 25 
5.1 Cooperação Internacional .......................................................................................................................... 25 
QUADRO SINÓPTICO ..................................................................................................................................................... 27 
QUESTÕES COMENTADAS .......................................................................................................................................... 30 
GABARITO ........................................................................................................................................................................... 40 
LEGISLAÇÃO COMPILADA ............................................................................................................................................... 44 
JURISPRUDÊNCIA ............................................................................................................................................................... 45 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................................................................................... 46 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Olá, futuro advogado! Tudo bem? 
Antes de começar o estudo, precisamos fazer algumas considerações a respeito da apostila de 
nº 01 do nosso curso de Direito Processual Civil, tá? 
Em primeiro turno, a Teoria Geral do Processo, Fatos Jurídicos e Jurisdição não costumam ser 
cobrados no exame de ordem! 
-Mas professora, por que incluí-lo nas apostilas, então? 
Bom, como é de conhecimento geral, a banca examinadora tende a ser um pouco 
imprevisível, e o nosso objetivo é deixar você preparado para exatamente qualquer coisa que 
aparecer na prova! 
Então, achamos pertinente abranger o máximo de conteúdo possível! 
���� 
Inclusive, ao final desta apostila, você encontrará questões de outras carreiras, para um maior 
aproveitamento e assimilação de conteúdo, portanto, não deixe de respondê-las, tá? 
Vamos juntos! 
 
5 
 
 DIREITO PROCESSUAL CIVIL 
Capítulo 1 
Após a vigência do Novo Código de Processo Civil (Lei 13.105/15), por se tratar de 
inovação legislativa recente, sem amparo jurisprudencial com grandes enfoques, a maioria das 
provas limitavam-se a cobrar o texto da lei. Ocorre que, como será demonstrado no decorrer 
do material, passados mais de dois anos da entrada em vigor da Lei 13.105/15, as bancas já 
estão mudando o perfil. 
1. Teoria Geral do Processo 
1.1 Normas Processuais Civis 
O Novo Código de Processo Civil foi estruturado para ser aplicado à luz da 
Constituição da República de 1988, em uma verdadeira filtragem constitucional. Sendo assim, 
os artigos iniciais tratam sobre os direitos fundamentais processuais, a serem observados por 
todas as partes do processo. 
De acordo com o Art. 14 do CPC, a norma processual não retroagirá e será aplicável 
imediatamente aos processos em curso, respeitados os atos processuais praticados e as 
situações jurídicas consolidadas sob a vigência da norma revogada. 
Assim, quanto à aplicação da norma processual aos processos ainda em trâmite, isto é, 
àqueles não acobertados pelo fenômeno processual da coisa julgada, nesse caso, aplica-se a 
regra do tempus regit actum, não tendo a lei nova o condão de atingir atos processuais já 
consumados. 
1.2 Princípios 
Tendo em vista a ideia empregada pelo movimento do neoprocessualismo, isto é, o 
reconhecimento da estreita e necessária relação entre a Constituição Federal e o Processo 
 
6 
 
Civil, fica claro percebermos que o CPC de 2015 dispõe, em seus artigos iniciais, as 
denominadas normas fundamentais (regras e princípios) do processo civil brasileiro, o que se 
vislumbra da análise dos artigos 1º ao 12 do CPC. 
Assim sendo, além dos princípios encontrados na nossa Constituição (como os 
princípios do devido processo legal, do contraditório e da ampla, entre outros), vejamos a 
seguir os principais dispositivos que tratam a respeito da matéria. 
O art. 1º da Lei 13.105/15, ao determinar que “O processo civil será ordenado, 
disciplinado e interpretado conforme os valores e as normas fundamentais estabelecidos 
na Constituição da República Federativa do Brasil”, denuncia a preocupação dada às ideias 
decorrentes do movimento do neoprocessualismo/neoconstitucionalismo. 
1.2.1 Princípio da Inércia 
No Art. 2º, encontramos o chamado Princípio da Inércia, o qual preceitua que a parte 
deve provocar o Estado-juiz para que este exerça o seu pode/dever de jurisdição (dizer o 
direito), alguns doutrinadores lecionam está-se diante do “princípio da demanda” A partir 
disso, vislumbramos outro princípio bastante importante – o princípio do Impulso Oficial, o 
qual determina que, uma vez provocada à função jurisdicional do Estado, este tem o dever de 
impulsionar a marcha processual, no sentido de ver sanada a lide (conflito de interesse 
qualificado por uma pretensão resistida). 
1.2.2 Princípio da Inafastabilidade da Jurisdição 
O Art. 3º, caput, elenca o Princípio da Inafastabilidade da Jurisdição, oriundo do art. 
5º, XXXV, da Constituição Federal: “a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão 
ou ameaça a direito”. Não se pode deixar de mencionar a valorização dada pelo NCPC aos 
métodos de solução consensual de conflitos, como é o caso da conciliação e da mediação. 
1.2.3 Princípio da Efetividade 
Uma das novidades que o aluno deve tomar bastante atenção, reside no Art. 4º, o qual 
traz à baila o Princípio da Efetividade ou da Primazia da Decisão de Mérito, afirmando que 
 
7 
 
“As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito, incluída a 
atividade satisfativa”. 
Dá-se tanto na fase de conhecimento, quanto na execução. Uma das formas pela qual 
o NCPC busca dar essa efetividade é por meio da jurisprudencialização. De acordo com o 
referido princípio, as partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do 
mérito, de maneira satisfativa1. 
Sobre o tema, assunto interessante é a disciplina judiciária do magistrado: o magistrado 
deve aplicar a jurisprudência dos tribunais superiores, de maneira que o juiz que não cumpre 
tal determinação é institucionalmente indisciplinado. 
Dessa forma, de acordo com esse novo sentido de jurisprudencialização trazido pelo 
novo código, o nosso sistema passa a ser um hibridismo entre o civil law e o common law. 
1.2.4 Princípios da Boa-fé e Cooperação 
O Art. 5º, por sua vez, trata do Princípio da Boa-fé Objetiva, a qual deve nortear todas 
as fases processuais, incluindo aqui, as negociações processuais, tem como fundamento o art. 
422 do Código Civil. 
A boa-fé objetiva deve ser observada por todo aquele que participa do processo, 
incluídos os magistrados e agentes políticos que, eventualmente, atuem no procedimento. 
Já o Art. 6º consagra o Princípio da Cooperação, no sentido de garantir a lealdade e a 
boa-fé no desenrolar do processo, dele decorrem alguns deveres para os sujeitos processuais, 
quais sejam: o de esclarecimento, o de lealdade e o de proteção. Assim, todos os sujeitos 
devem cooperar entre si, para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e 
efetiva.2 
 
1 Vide questão 7 desse material. 
2 Vide questão5 desse material. 
 
8 
 
1.2.5 Princípio da Isonomia e Contraditório 
Às partes é assegurada a paridade de tratamento em relação ao exercício dos direitos 
e faculdades processuais, devendo haver a observância da isonomia em seu aspecto 
substancial.3 
De acordo com o artigo 9º, passa a ser regra o contraditório prévio, logo a decisão 
inaudita altera parte é proibida, salvo exceções legais, sendo permitida a decisão surpresa 
nas hipóteses de: 
 Tutela provisória de urgência; 
 Tutela de evidência, expressas no artigo 311, II e III: 
II - as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver 
tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante; 
III - se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada do 
contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem de entrega do objeto 
custodiado, sob cominação de multa; 
 Decisão prevista no artigo 701 do CPC (trata de ação monitória). 
Na eventualidade de o ato beneficiar a parte que ainda não se manifestou, há dispensa 
do contraditório, por ser inútil. Neste sentido, quando houver indeferimento da petição inicial 
ou improcedência liminar do pedido, o juiz extinguirá o processo sem a oitiva da parte 
beneficiada, que será posteriormente comunicada por ato pelo escrivão ou pelo chefe da 
secretaria, conforme artigos 239 e 241. 
1.2.6 Princípio da Não Surpresa ou do Contraditório Substanciado 
Não pode deixar de se atentar ao que estabelece o Art. 10, nele há a previsão do 
denominado Princípio do Contraditório Substanciado (em que as partes têm a oportunidade 
 
3 Vide questão 6 desse material. 
 
9 
 
de influenciar na decisão final proferida), tudo com o fito de IMPEDIR a prolação da chamada 
“decisão surpresa”4. 
Na exposição de motivos, o legislador deixou claro que, mesmo em decisões de 
ordem pública, aquelas em que pode decidir de ofício, o Juiz não as pode proferir sem que 
seja conferido à parte o direito ao contraditório. Esse contraditório deve ser substancial, ou 
seja, capaz de influir no conhecimento do juiz.5 
 
 
 
É importante que você possa distinguir duas modalidades de decisão: a decisão surpresa é 
aquela proferida sem a observância do contraditório. Por outro lado, é chamada de decisão 
de terceira via a proferida com base em fundamento não discutido pelas partes. 
Com a impossibilidade de decisão de terceira via, o Juiz tem o dever de ouvir as partes 
antes de uma decisão, por fundamento do dever de consulta. 
1.2.7 Princípio da Fundamentação das Decisões 
De acordo com o artigo 11, do CPC, todos os julgamentos do judiciário serão públicos 
e fundamentados, sob pena de nulidade, havendo reprodução da norma constitucional do 
artigo 93, XI. 
1.3 Direito Intertemporal 
O CPC/2015 têm vigência em 16/03/2016, havendo previsão de 1 ano de vacatio legis. 
Assim, de acordo com o Princípio da aplicação imediata (art. 1046, CPC), o novo código 
atinge os processos pendentes, isola dos atos processuais – preservando os já realizados –, e 
não retroage para prejudicar os direitos processuais adquiridos.6 
 
4 Vide questão 1 desse material. 
5 Vide questão 4 desse material. 
6 Vide questão 8 desse material. 
 
10 
 
Atualmente, não há mais divisão entre procedimento sumário e ordinário, sendo o 
procedimento do CPC/15 denominado de comum. Porém, de acordo com o §1º, do artigo 
1.046, as ações que foram distribuídas antes da vigência do novo código, sob o rito 
sumário ou dos procedimentos especiais, tramitarão sob esses procedimentos, até que seja 
proferida da sentença. 
Porém, quando da abertura do prazo para a interposição de recurso, surge um novo 
direito para a parte – o direito subjetivo ao recurso –, e por isso é perfeitamente possível, a 
partir daí, sejam impostas as regras do CPC sobre recursos e seu processamento. 
A doutrina também aduz que os prazos processuais iniciados antes do NCPC serão 
integralmente regulados pelo CPC/73 (Enunciado 267, FPPC), e que a regra de contagem dos 
prazos em dias úteis só se aplica àqueles iniciados após a vigência do NCPC (Enunciado 268, 
FPPC). 
Nas ações declaratórias incidentais deduzidas em processos e iniciadas antes do NCPC, 
aplica-se, também o CPC/73. 
 
 
 
 QUADRO DE VIGÊNCIA 
Decisão publicada na égide do CPC/73 Recursos e prazos do CPC/73 
Decisão publicada na égide do CPC/2015 Recursos e prazos do CPC/2015 
Recursos Lei da publicação da sentença 
Condições da ação Lei da propositura da ação 
Contestação Lei da citação 
Provas Lei do requerimento, ou do momento da 
determinação de ofício. 
 
 
11 
 
 
2. Política de Tratamento Adequado de Conflitos Jurídicos 
O Estado não detém o monopólio da solução dos conflitos por meio da jurisdição, 
sendo admitidas outras maneiras de as partes chegarem à solução do conflito, conhecidas 
como equivalentes jurisdicionais ou formas alternativas de solução dos conflitos. 
2.1 Negociação, Mediação e Conciliação 
Tratam-se de institutos distintos, porém possuem inúmeras características e normas 
procedimentais comuns. Uma das normas fundamentais do CPC/2015 é o princípio da 
promoção pelo Estado da solução consensual dos conflitos (art. 3º, par. 2º, NCPC)7. 
O CNJ, diante da inércia do Poder Legislativo, editou a Resolução n. 125/2010 
disciplinando as funções do mediador e do conciliador, na tentativa de instituir no Judiciário 
brasileiro uma política pública de solução consensual dos conflitos. 
Os Centros Judiciários de Solução Consensual de Conflitos, previstos no art. 165, 
dispõe que os Tribunais têm o dever de criarem centros judiciários de solução consensual de 
conflitos. São órgãos do Tribunal, do Poder Judiciário. Cabe a cada Tribunal definir a 
composição e a organização desses centros, com base em diretrizes estabelecidas pelo CNJ. 
Esses centros terão duas competências: realização das audiências de mediação e 
conciliação e desenvolvimento de programas destinados a auxiliar, orientar e estimular a 
autocomposição (vertente de política pública). 
A condução das audiências de mediação e conciliação não será feita pelo juiz, mas sim 
por meio de profissionais que se submeterão a uma capacitação para tanto, os mediadores e 
conciliadores. 
Eles serão cadastrados, podendo ocorrer de duas formas: cadastro nacional (gerido pelo 
CNJ), e cadastro no respectivo Tribunal (TJ ou TRF). Nesse cadastro, é preciso que se 
 
7 Vide questão 3 desse material. 
 
12 
 
especifique qual a área de especialização do mediador ou conciliador, constar dados 
relevantes (número de causas, sucesso ou insucesso), como se fosse um histórico do mediador 
e do conciliador. 
Ainda, a mediação e a conciliação podem se dar em câmaras privadas, fora dos centros 
judiciários, se as partes as escolherem ou se essas câmaras forem conveniadas com o Tribunal 
(art. 168). 
O mediador e o conciliador, ainda, podem ser concursados ou não, pois os Tribunais 
podem criar cargos públicos de mediadores e conciliadores (a serem providos por meio de 
concurso público – art. 167, par. 6º); ou cadastrar profissionais que queiram ser mediadores ou 
conciliadores. 
De acordo com o artigo art. 165, par. 2º e 3º do CPC, há uma diferencia legal entre 
mediadores e conciliadores: 
MEDIADORES (PAR. 3º) CONCILIADORES (PAR. 2º) 
São terceiros estranhos ao conflito que auxiliam os conflitantes na busca da solução 
consensual. 
Distinguem-se pelas técnicas que utilizam (o modo de auxílio dos conflitantes). 
A mediação é uma técnica mais sutil. 
 
Não pode fazer propostas de acordo. 
 
Tem que ser apenas um facilitador do diálogo, 
para que os próprios conflitantes construam a 
solução. 
 
Técnica recomendada para os casos em que os 
conflitantes já tinham anteriormente uma relação 
jurídica entre eles, um histórico de relação. 
 
A conciliação é uma técnica mais incisiva, 
invasiva. 
 
 
O conciliador pode fazer propostas de 
solução do conflito.Técnica recomendada para conflitos 
episódicos ou ocasionais, entre pessoas 
que não tinham relação anterior. 
 
 
13 
 
Ex.: conflitos de família, 
sociedades, vizinhança. 
Ex.: conflitos decorrentes de acidentes, 
entre fornecedor e consumidor 
 
2.1.1 Princípios que regem a conciliação e a mediação (art. 166): 
 Independência (do mediador e do conciliador): está relacionada à atuação dos 
mediadores e conciliadores, que não podem sofrer pressões de quem quer que 
seja no exercício de suas funções; 
 Imparcialidade (do mediador e do conciliador): é possível a arguição da suspeição 
ou do impedimento do mediador e do conciliador (são auxiliares da justiça); 
 Autonomia da vontade: a celebração do acordo deve respeitar a autonomia da 
vontade das partes. A mediação e a conciliação sempre devem fazer prevalecer a 
vontade das partes, inclusive quanto à definição das regras procedimentais. As 
partes podem criar um procedimento de mediação (par. 4º do art. 166). 
 Confidencialidade: o mediador e o conciliador não podem expor o que foi 
presenciado. Todas as informações que recebeu, tudo a que tiveram acesso nessa 
condição fica sob a cláusula de sigilo. 
 Oralidade 
 Informalidade 
 Decisão informada: é preciso que o procedimento de mediação e conciliação 
produza uma decisão final (um acordo) porque as partes chegaram à conclusão 
de que aquilo é o melhor para elas. É preciso criar um ambiente em que as pessoas 
sejam bem informadas sobre os termos e as consequências do acordo. O 
consentimento para a solução consensual deve ser informado. 
2.2 Equivalentes Jurisdicionais 
São formas alternativas de solução dos conflitos. Pode-se afirmar que os principais são: 
autotutela, autocomposição e arbitragem. 
 
14 
 
2.2.1 Autotutela 
Ocorre quando uma das partes, no intento de ver satisfeita sua vontade, utiliza-se da 
própria força para solucionar o conflito de maneira parcial e egoísta. 
Ademais, o ordenamento jurídico, em regra, veda o exercício da autotutela, tratando-a, 
inclusive, como crime: exercício arbitrário das próprias razões, art. 345 do Código Penal (se for 
um particular) e exercício arbitrário ou abuso de poder (se for o Estado). 
Entretanto, o próprio ordenamento jurídico brasileiro traz exceções em que é permitido 
se utilizar do instituto em estudo, é o caso da Legítima Defesa (art. 188, I, do CC), do desforço 
imediato no esbulho (art. 1.210, §1º do CC), do direito de greve, do direito de retenção, 
doestado de necessidade, do privilégio do poder público de executar os seus próprios atos, da 
guerra, dentre outras. 
 
ATENÇÃO! 
Em respeito ao princípio da inafastabilidade (art. 5º, XXXV, da Constituição Federal de 1988 e 
art. 3º, caput, do CPC/2015), todo e qualquer exercício da autotutela está submetido ao 
controle posterior judicial. 
2.2.2 Autocomposição 
É o legítimo meio de solução pacífica dos conflitos, pois, ocorre quando a própria parte, 
espontaneamente, sacrifica, total ou parcial, seu interesse com o fito de ver solucionado o 
litígio, podendo ocorrer dentro do processo jurisdicional ou fora dele. 
A doutrina mais atual vem considerando como um verdadeiro princípio o “estímulo da 
solução por autocomposição”. 
Além disso, são consideradas espécies de autocomposição: 
 Transação: quando os conflitantes solucionam o conflito por meio de concessões 
mútuas; 
 
15 
 
 Submissão: quando um dos conflitantes abre mão de seus interesses em prol da 
pretensão do outro e, consequentemente, da solução do conflito. Vale a menção de 
que, em sede judicial, quando a submissão é feita pelo autor, está-se diante da 
renúncia (art. 487, III, "c", do CPC/2015), quando é feita pelo réu, está-se diante do 
reconhecimento da procedência do pedido (art. 487, III, "a", CPC/2015). 
Ainda no que tange ao incentivo à autocomposição, o Novo Código de Processo Civil: 
 Traz a necessidade de tentativa de conciliação como ato anterior ao oferecimento 
da defesa pelo réu (arts. 334 e 695); 
 Permite a homologação judicial de acordo extrajudicial de qualquer natureza (art. 
515, III; art. 725, VIII); 
 Permite que, no acordo judicial, seja incluída matéria estranha ao objeto 
litigioso do processo (art. 515, §2º); 
 Permite acordos processuais atípicos, desde que sobre o processo (art. 190). 
2.3 Arbitragem 
A respeito da arbitragem, existe uma celeuma relativa à discussão se ela representa um 
equivalente jurisdicional ou o próprio exercício de jurisdição por autoridade não-estatal. 
A título de exemplo, Fredie Didier considera ser ela um verdadeiro exercício de 
jurisdição, por isso, aduz que: 
“A arbitragem, no Brasil, não é equivalente jurisdicional: é propriamente jurisdição, 
exercida por particulares, com autorização do Estado e como consequência do exercício 
do direito fundamental de autorregramento (autonomia privada)” 
Em sentido contrário, Luiz Guilherme Marinoni defende que a jurisdição somente é 
exercida por pessoa investida do poder jurisdicional nos moldes da Constituição Federal. 
Ponto de vista esse defendido, também, por Cassio Scarpinella Bueno, vejamos: 
“De outra parte, não consigo concordar, com o devido respeito de variados especialistas 
e estudiosos do tema, que a arbitragem tenha caráter jurisdicional. Principalmente 
porque ela que não possui e nem tem aptidão de possuir a imperatividade inerente 
àquela outra classe, o que não significa dizer que não seja possível à lei equipará-la a 
 
16 
 
um ato jurisdicional, como, inequivocamente, faz o inciso VII do art. 515 do CPC de 
2015, seguindo, no particular, o caminho já traçado pela sua lei de regência, a Lei n. 
9.307/1996”. 
Porém, a posição majoritária é que se trata de uma jurisdição não estatal, consistindo 
no julgamento do litígio por terceiro imparcial, escolhido pelas partes. 
A arbitragem somente pode ser convencionada por pessoas maiores e capazes e com 
relação a direitos disponíveis. Ainda, é instituída mediante negócio jurídico denominado 
convenção de arbitragem, que compreende a cláusula compromissória e o compromisso 
arbitral. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
17 
 
3. Teoria dos Fatos Jurídicos Processuais 
3.1 Ato-fato Jurídico 
É todo aquele que considera o ato produzido em si e não pela vontade humana, ou 
seja, o ato terá maior relevância para a área jurídica do que o agente que pode ser um 
incapaz. Ex.: um menor de idade achar um tesouro. O agente não é importante no primeiro 
momento, mas sim o ato, apesar de ser menor, este terá uma parte daquilo que foi achado. 
3.2 Ato Unilateral 
Do jurídico, ato unilateral é aquele que gera efeitos jurídicos apenas pela manifestação 
da vontade de uma pessoa só. O ato unilateral é quando eu dou uma recompensa a quem 
achou meu cachorro. 
3.3 Negócio Jurídico 
É aquele proveniente da relação entre duas ou mais pessoas que ao se reunirem, 
podem ocasionar em efeitos jurídicos. Ex.: um contrato de aluguel. 
3.4 Fatos Naturais (Fatos Jurídicos Strictu Sensu) 
Os fatos naturais são acontecimentos provenientes da natureza e não precisam da 
vontade humana para que sejam manifestados ou mesmo quando o homem colabora 
indiretamente para a sua ocorrência. Eles podem ser divididos em: 
3.4.1 Fatos Naturais Ordinários 
Quando são esperados, como por exemplo, a morte, o nascimento, etc.; 
3.4.2 Fatos Naturais Extraordinários 
São aqueles que são imprevisíveis, como terremotos, enchentes, raios, etc., que serão 
considerados apenas se gerarem consequências jurídicas. Ex.: Avião é atingido por um raio e 
todos os passageiros morrem. 
 
18 
 
3.5 Ato Jurídico em Sentido Estrito 
Podem ser chamados de atos meramente lícitos e são cometidos pelo homem sem o 
interesse de influenciar na esfera jurídica, pois estão em conformidade com a lei. Ex.: teste de 
DNA para reconhecer a paternidade. 
 
 
19 
 
4. Função jurisdicional 
4.1 Noções de Jurisdição 
Inicialmente, vale frisarmosque a Jurisdição surgiu da necessidade de o Estado tomar 
para si o poder/dever de solucionar os conflitos oriundos do meio social. É a partir de então 
que se tem a noção de Função Jurisdicional, a qual representa uma das funções essenciais do 
Estado, que tem por dever solucionar a chamada LIDE, isto é, o conflito de interesse 
qualificado por uma pretensão resistida, através da aplicação das leis aos casos concretos. 
Isso significa dizer que, após o Estado chamar para si a responsabilidade de estabelecer 
a pacificação social, é vedada, em regra, a denominada autotutela, isto é, quando a própria 
parte, utilizando-se de suas próprias forças, soluciona os conflitos que se vê envolvida. 
Todavia, a essa regra cabe exceções, previstas, saliente-se, no próprio ordenamento jurídico 
pátrio, é o caso da Legítima Defesa (art. 188, I, do CC), do desforço imediato no esbulho (art. 
1.210, §1º do CC) dentre outras. 
 Mas, afinal, o que é Jurisdição? 
4.1.1 Conceito 
Inicialmente, cumpre destacar que o conceito neutralizante e arcaico de que a Jurisdição 
é apenas o poder de o Estado “dizer o direto” diante do caso concreto, segundo a doutrina, 
não está de acordo com a nova sistemática da ciência processual, principalmente, após a 
vigência do Novo Código de Processo Civil (Lei 13.105/2015). 
Ao tratar do tema, Cassio Scarpinella Bueno, em seu Manual de Direito Processual Civil, 
sublinha “ser incorreto associar a função jurisdicional com o papel de o Poder Judiciário ‘dizer 
o direito’, como se o magistrado se limitasse, sempre e invariavelmente, a revelar o direito 
preexistente ao caso concreto”, isso significa dizer que não se deve tratar o juiz como 
verdadeiro “boca da lei”, mas sim, deve o Estado-juiz realizar concretamente o direito, como 
se depreende da redação do Art. 4º, do CPC/2015. 
 
20 
 
Para Marcus Vinícius R. Gonçalves, é possível conceituar a Jurisdição como a “Função 
do Estado, pela qual ele, no intuito de solucionar os conflitos de interesse em caráter 
coativo, aplica a lei geral e abstrata aos casos concretos que lhe são submetidos”. 
Por outra faceta e no intuito de adequar o conceito de Jurisdição às diversas 
transformações pelas quais o Estado passou, Fredie Didier, em seu Curso de Direito Processual 
Civil I, considera que: 
A jurisdição é a função atribuída a terceiro imparcial (a) de realizar o Direito de modo 
imperativo (b) e criativo (reconstrutivo) (c) reconhecendo/efetivando/protegendo 
situações jurídicas (d) concretamente deduzidas (e), em decisão insuscetível de controle 
externo (f) e com aptidão para tornar-se indiscutível (g). 
Nesse particular, há de se frisar a ideia de que tal conceito reflete os vários fatores 
responsáveis pelo atual modelo de Estado, tais como: a força normativa da Constituição, 
propulsora do denominado Neoprocessualismo/Formalismo Valorativo que, por seu turno, 
visa adequar o processo civil aos preceitos constitucionais fundamentais; a valorização, por 
parte do Legislador, da técnica das cláusulas gerais processuais, a qual abre espaço para o 
papel criativo do juiz frente ao caso concreto; a criação de agências reguladoras, dotadas de 
função executiva, legislativa e judicante, dentre outros. 
Por fim, saliente-se que a Jurisdição se distingue das demais funções essenciais ao 
Estado (Legislativa e Administrativa) devido a certas características, as quais passaremos a 
analisar adiante. 
4.1.2 Características 
No intuito de particularizar a Jurisdição, a doutrina elenca as principais características do 
ato jurisdicional que, unidas, distinguem-no dos outros atos estatais, bem como dos atos 
praticados por particulares, vejamos: 8 
 Substitutividade: compreende a noção de que a vontade do Estado-juiz, o Poder 
Judiciário, substitui a vontade das partes na resolução dos litígios, motivo pelo qual, 
aquele deve, no exercício de sua função jurisdicional, ser imparcial, garantindo-se, 
 
8 Vide questão 2 desse material. 
 
21 
 
dessa forma, a pacificação do conflito que as envolve. Como afirma Fredie Didier é a 
chamada técnica de solução de conflitos por heterocomposição. Dessa forma, 
havendo um contrato de empréstimo inadimplido, e sendo a vontade da lei o 
pagamento de tal dívida, a jurisdição terá condições de substituir a vontade do 
devedor (de não pagar) pela vontade da lei (realização do pagamento). 
 Imperatividade: a decisão do Estado-juiz tem caráter coativo, isto é, é imposta aos 
litigantes, de modo que estes devem cumpri-la, a fim de se ver satisfeita a decisão 
proferida. 
 Definitividade: é a determinação de que as decisões judiciais, quando preenchidos 
certos requisitos, adquirem o caráter de imutabilidade, não podendo ser mais 
discutidas, uma vez que se está diante da chamada coisa julgada. 
 
É incorreto afirmar que só haverá jurisdição se houver coisa julgada, pois o legislador 
ordinário pode, por exemplo, em certas hipóteses, não submeter certas decisões à coisa 
julgada, tendo em mente que esta representa uma opção política do Estado. 
 Inafastabilidade: característica intimamente ligada ao acesso à justiça, visto que o 
controle jurisdicional não pode ser evitado ou sofrer mitigações, conforme preceito 
disposto no art. 5º, XXXV, da Constituição Federal de 1988 “a lei não excluirá da 
apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito” e reproduzido no Art. 
3º, caput, do CPC/2015 “Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou 
lesão a direito”. 
 Indelegabilidade: o exercício da função jurisdicional somente pode ser exercido 
pelo Poder Judiciário, não podendo ser delegado, sob pena de violação ao 
princípio do juiz natural (o qual será estudado mais à frente). 
 Inércia: pode-se afirmar que é uma característica garantidora da imparcialidade do 
julgador, posto que os envolvidos no conflito têm a incumbência de provocar a 
 
22 
 
função jurisdicional do Estado, a fim de ver solucionado o conflito no qual estão 
envolvidos. Conforme lição de Marcus Vinícius R. Gonçalves “A função jurisdicional 
não se movimenta de ofício, mas apenas por provocação dos interessados”. 
Ressalte-se, por fim, que, uma vez iniciado o processo, o Estado se torna o maior 
interessado em ver o litígio solucionado, visto que ele é o responsável pela 
manutenção da paz social, dessa forma, deve conduzir a marcha processual de 
maneira justa e efetiva, através do denominado Impulso Oficial. 
 Investidura: é a determinação de que somente exerce a jurisdição aquele ocupante 
de cargo de Juiz, regularmente investido nessa função. 
4.1.3 Classificação 
Preliminarmente, insta dizer que a Jurisdição é UNA e abrange todo e qualquer litígio 
referente ao direito, todavia, por razões didáticas, ela apresenta algumas classificações, 
vejamos: 
 Jurisdição Contenciosa: é aquela em que há uma lide, isto é, um conflito de 
interesse qualificado por uma pretensão resistida, a qual deve ser solucionada pelo 
Poder Judiciário. Destarte, uma das partes busca obter uma determinação judicial no 
intuito de obrigar a parte contrária. Além disso, tendo em vista que a sentença 
decide uma situação conflituosa, ela sempre favorece uma das partes. 
 Jurisdição Voluntária: é aquela em que NÃO há uma lide ou, em caso de 
existência de uma situação conflituosa, esta não é objeto imediato da apreciação 
judicial. Assim, a parte busca uma determinação judicial que valha para ela mesma. 
Ademais, é possível que a sentença favoreça ambas as partes. Por fim, é mister 
acentuar a lição da doutrina no sentido de que “A jurisdição voluntária não serve 
para que o juiz diga quem tem razão, mas para que tome determinadas 
providências que são necessárias para a proteção de um ou ambos os sujeitos da 
relação processual”. 
 Jurisdição Penal: está ligada a toda causa penal e a pretensões punitivas 
submetidas ao Estado. 
 
23 
 
 Jurisdição Civil: está ligada a toda jurisdição não penal. Como ensina Humberto 
Theodoro Júnior“Aquilo que não couber na jurisdição penal e nas jurisdições 
especiais será alcançado pela jurisdição civil, pouco importando que a lide verse 
sobre direito material público (constitucional, administrativo etc.) ou privado (civil ou 
comercial)”. Essa classificação recebe bastante crítica de parcela da doutrina, pois 
“Se o critério é a natureza do direito material, por que não se falar também em 
jurisdição trabalhista, jurisdição eleitoral, jurisdição penal militar?”9 
 Jurisdição Especial: abarca a solução de litígios trabalhistas, militares e eleitorais. 
 Jurisdição Comum: representa a chamada competência supletiva, pois é 
competente para solucionar todo e qualquer conflito que não for de competência 
especial. 
 Jurisdição Superior: é aquela competente para reexaminar as decisões proferidas 
por órgãos jurisdicionais de hierarquia inferior. 
 Jurisdição Inferior: é aquela exercida pelo órgão jurisdicional que enfrenta o 
processo desde o início, ou seja, aquele que tem competência originária para a 
demanda, onde as decisões proferidas estão sujeitas à análise por outro órgão 
jurisdicional de hierarquia superior. 
 
Não confundir Jurisdição superior com o julgamento pelos tribunais, pois os tribunais 
exercem tanto jurisdição superior como inferior, tudo a depender do caso concreto. Todos os 
tribunais têm ações de sua competência originária, e nesses casos exercem a jurisdição 
inferior. Da mesma forma, todos os tribunais têm competência recursal, quando então 
exercerão jurisdição superior. 
 
9 Neves, Daniel Amorim Assumpção. Manual de Direito Processual Civil - Volume Único. 10ª edição. Editora 
JusPodvm, 2018, p. 96. 
 
24 
 
4.1.4 Princípios 
A função jurisdicional deve ser exercida através do respeito aos seguintes princípios 
fundamentais: 
 Princípio do Juiz Natural: determina que a função jurisdicional deve ser exercida 
apenas pelo órgão a que a Constituição reservou a parcela do poder jurisdicional. 
Nesse ponto, insta salientar a regra da VEDAÇÃO ao denominado Tribunal de 
Exceção, isto é, a criação de juízes ou tribunais para o julgamento de certas causas. 
 Princípio da improrrogabilidade: determina que os limites da jurisdição estão 
previstos na constituição Federal, razão pela qual, não se permite ao legislador 
ordinário reduzi-los ou ampliá-los. 
 Princípio da Indeclinabilidade: determina que o Órgão Jurisdicional tem o dever 
de, uma vez provocado, prestar a tutela jurisdicional. É a famosa vedação ao Non 
Liquet, prevista no caput do art. 140, do CPC/2015. 
 Princípio da Aderência Territorial: determina que todo juiz ou órgão judicial está 
adstrito a certa circunscrição territorial, na qual deve exercer a sua parcela do 
poder jurisdicional, conforme estabelecido na Constituição ou nas leis de 
organização judiciária. 
 
 
 
25 
 
5. Cooperação Internacional 
5.1 Cooperação Internacional 
A necessidade de cooperação internacional decorre do fenômeno da globalização dos 
interesses econômicos, assim como do alargamento das comunicações sociais, devido ao 
avanço tecnológico, razão pela qual, o Estado precisa da cooperação do outro para melhor 
aplicação da justiça e satisfação de suas decisões. 
A Lei 13.105/2015 (NCPC) elenca as normas gerais a respeito do tema. Nesse sentido, o 
art. 26 estabelece que o tratado de que o Brasil for parte regerá a cooperação internacional, 
além de trazer os requisitos genéricos para tal cooperação, vejamos: 
Mas, a pergunta que se faz é: como se dará essa cooperação internacional? 
Três são as maneiras fundamentais para o exercício dessa cooperação: por auxílio 
direto, por carta rogatória ou pela homologação de sentença 
estrangeira. 
 Auxílio direto: cabe quando a medida não decorrer diretamente de decisão de 
autoridade jurisdicional estrangeira a ser submetida a juízo de delibação no Brasil 
(art. 28, do CPC/2015); 
 Carta rogatória: é procedimento de jurisdição contenciosa, perante o Superior 
Tribunal de Justiça, e deve assegurar às partes as garantias do devido processo legal 
(art. 36, do CPC/2015). 
 Homologação de sentença estrangeira: requerida por ação de homologação de 
decisão estrangeira, salvo disposição especial em sentido contrário prevista em 
tratado (art. 960, do CPC/2015). 
O Ministério da Justiça exercerá as funções de autoridade central na ausência de 
designação específica, podendo comunicar-se diretamente com suas congêneres e, se 
necessário, com outros órgãos estrangeiros responsáveis pela tramitação e pela execução de 
 
26 
 
pedidos de cooperação enviados e recebidos pelo Estado brasileiro, respeitadas as disposições 
específicas constantes de tratado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
27 
 
 
 
QUADRO SINÓPTICO 
 TEORIA GERAL DO PROCESSO 
PRINCÍPIOS 
 Princípio da Inércia 
 Princípio da Inafastabilidade da Jurisdição 
 Princípio da Efetividade 
 Princípios da Boa-fé e Cooperação 
 Princípio da Isonomia e Contraditório 
 Princípio da Não Surpresa ou do Contraditório Substanciado 
 Princípio da Fundamentação das Decisões 
DIREITO INTERTEMPORAL 
Vigência do CPC a partir de 16/03/206, atingindo todos os novos processos 
e os pendentes, preservando atos já realizados e não retroagem para 
prejudicar os direitos processuais adquiridos. 
 
POLÍTICA DE TRATAMENTO ADEQUADO DE CONFLITOS JURÍDICOS 
MEDIAÇÃO 
O mediador, que atuará preferencialmente nos casos em que houver vínculo 
anterior entre as partes, auxiliará aos interessados a compreender as questões 
e os interesses em conflito, de modo que eles possam, pelo restabelecimento 
da comunicação, identificar, por si próprios, soluções consensuais que gerem 
benefícios mútuos. 
CONCILIAÇÃO 
O conciliador, que atuará preferencialmente nos casos em que não houver 
vínculo anterior entre as partes, poderá sugerir soluções para o litígio, sendo 
vedada a utilização de qualquer tipo de constrangimento ou intimidação 
para que as partes conciliem. 
PRINCÍPIOS QUE REGEM A 
CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO 
 Independência (do mediador e do conciliador); 
 Imparcialidade (do mediador e do conciliador); 
 Autonomia da vontade; 
 Confidencialidade; 
 Oralidade; 
 Informalidade; 
 Decisão informada; 
EQUIVALENTES 
JURISDICIONAIS 
 Autotutela: uma das partes, no intento de ver satisfeita sua vontade, utiliza-
se da própria força para solucionar o conflito. 
 
28 
 
 Autocomposição: a própria parte, espontaneamente, sacrifica, total ou 
parcial, seu interesse com o fito de ver solucionado o litígio. 
 Arbitragem: jurisdição não estatal, consistindo no julgamento do litígio 
por terceiro imparcial, escolhido pelas partes. 
 
TEORIA DOS FATOS JURÍDICOS PROCESSUAIS 
ATO-FATO JURÍDICO É o ato produzido em si e não pela vontade humana. 
ATO UNILATERAL 
É o ato que gera efeitos jurídicos apenas pela manifestação da vontade 
de uma pessoa só. 
NEGÍCIO JURÍDICO 
É a relação entre duas ou mais pessoas que ao se reunirem, podem 
ocasionar em efeitos jurídicos. 
FATOS NATURAIS (FATOS 
JURÍDICOS STRICTU SENSU) 
São acontecimentos provenientes da natureza e não precisam da vontade 
humana. 
ATO JURÍDICO EM SENTIDO 
ESTRITO 
São os atos cometidos pelo homem sem o interesse de influenciar na 
esfera jurídica, pois estão em conformidade com a lei. 
 
 FUNÇÃO JURISDICIONAL 
CONCEITO 
A jurisdição pode ser entendida como a atuação estatal visando à aplicação do direito 
objetivo ao caso concreto, resolvendo-se com definitividade uma situação de crise jurídica e 
gerando com tal solução a pacificação social.10 
CARACTERÍSTICAS 
 Substitutividade: é a noção de que a vontade do Estado-juiz substitui a vontade das 
partes na resolução dos litígios. 
 Imperatividade: a decisão do Estado-juiz tem caráter coativo. 
 Definitividade: as decisões judiciais, quando preenchidos certos requisitos, adquirem o 
caráter de imutabilidade. 
 Inafastabilidade: o controle jurisdicional nãopode ser evitado ou sofrer mitigações. 
 Indelegabilidade: o exercício da função jurisdicional somente pode ser exercido pelo 
Poder Judiciário. 
 Inércia: é uma característica garantidora da imparcialidade do julgador. 
 Investidura: é a determinação de que somente exerce a jurisdição aquele ocupante 
de cargo de Juiz. 
CLASSIFICAÇÃO 
 Jurisdição Contenciosa: é aquela em que há uma lide. 
 Jurisdição Voluntária: é aquela em que NÃO há uma lide ou, em caso de existência de 
uma situação conflituosa, esta não é objeto imediato da apreciação judicial. 
 Jurisdição Penal: está ligada a toda causa penal e a pretensões punitivas submetidas 
 
10 Neves, Daniel Amorim Assumpção. Manual de Direito Processual Civil, Volume Único. 10ª edição. Editora 
JusPodvm, p. 59. 
 
29 
 
ao Estado. 
 Jurisdição Civil: está ligada a toda jurisdição não penal. 
 Jurisdição Especial: abarca a solução de litígios trabalhistas, militares e eleitorais. 
 Jurisdição Comum: representa a chamada competência supletiva. 
 Jurisdição Superior: reexamina as decisões proferidas por órgãos jurisdicionais de 
hierarquia inferior. 
 Jurisdição Inferior: as decisões proferidas estão submetidas à análise por outro 
órgão jurisdicional de hierarquia superior; 
PRINCÍPIOS 
 Princípio do Juiz Natural: função jurisdicional apenas exercida pelo órgão que a 
Constituição reservou a parcela do poder jurisdicional; 
 Princípio da improrrogabilidade: os limites da jurisdição estão previstos na constituição 
Federal; 
 Princípio da Indeclinabilidade: uma vez provocado, prestar a tutela jurisdicional; 
 Princípio da Aderência Territorial: todo juiz ou órgão judicial está adstrito a certa 
circunscrição territorial, na qual deve exercer a sua parcela do poder jurisdicional, 
conforme estabelecido na Constituição ou nas leis de organização judiciária 
 
 COOPERAÇÃO INTERNACIONAL 
AUXÍLIO DIRETO 
A medida não decorre diretamente de decisão de autoridade jurisdicional 
estrangeira a ser submetida a juízo de delibação no Brasil. 
CARTA ROGATÓRIA 
Procedimento de jurisdição contenciosa, perante o Superior Tribunal de 
Justiça, e deve assegurar às partes as garantias do devido processo legal. 
HOMOLOGAÇÃO DE SENTENÇA 
ESTRANGEIRA 
Requerida por ação de homologação de decisão estrangeira, salvo 
disposição especial em sentido contrário prevista em tratado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
30 
 
 
 
QUESTÕES COMENTADAS 
Questão 1 
MPE-GO - 2019 - Promotor de Justiça Substituto: Considerando as normas fundamentais do 
processo civil, de acordo com a Parte Geral do Código de Processo Civil, é correto afirmar: 
A) A legislação atual assegura às partes o direito de obtenção, em lapso temporal razoável, da 
plena resolução meritória da demanda judicial, excluída a atividade satisfativa, isto é, de 
cumprimento ou execução. 
B) O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito 
do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de 
matéria sobre a qual deva decidir de ofício. 
C) O juiz não deve proferir decisão contra uma das partes sem que lhe seja dada 
oportunidade de se manifestar, ainda que a decisão seja proferida em ação monitória, quando 
evidente o direito do autor. 
D) O dever de todos os sujeitos processuais, inclusive o perito, cooperarem para buscar a 
obtenção de decisão que julgue o mérito da demanda judicial, em tempo razoável, de modo 
justo e efetivo, não está previsto nas normas fundamentais do processo civil no Brasil. 
Comentário: 
O princípio da não surpresa é a proibição de haver a decisão surpresa no processo, 
decorrência da garantia instituída pelo princípio constitucional do contraditório, enseja ao 
juiz o poder-dever de ouvir as partes sobre todos os pontos do processo, incluídos os 
que possivelmente poderão ser decididos por ele seja a requerimento da parte ou do 
interessado ex officio. (ART. 10, CPC) 
 
31 
 
Questão 2 
FCC - 2019 - TJ-AL - Juiz Substituto: Em relação à jurisdição, é correto afirmar que: 
A) ao se dizer que a lei não excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito, o 
ordenamento jurídico processual refere-se ao princípio da indelegabilidade. 
B) à jurisdição voluntária não se aplicam as garantias fundamentais do processo, pela 
inexistência de lide e pela possibilidade de se julgar por equidade. 
C) viola o princípio do Juiz natural a instituição de Câmaras de Recesso nos tribunais, por 
julgarem em períodos nos quais, em regra, não deve haver atividade jurisdicional. 
D) só haverá atividade jurisdicional relativa à disciplina e às competições desportivas após 
esgotarem-se as instâncias da justiça desportiva reguladas em lei. 
E) por ter natureza jurisdicional, a arbitragem pode tutelar quaisquer direitos, patrimoniais ou 
imateriais, disponíveis ou não. 
Comentário: 
Em relação a letra A, trata-se, em verdade, do Princípio da Inafastabilidade do Poder 
Jurisdicional. Com efeito, a prestação jurisdicional deve sempre ser realizada, ainda que 
para se dizer que o direito não existe, ou, simplesmente, para se declarar a 
incompetência, conforme dispõe o artigo 5º, XXXV da Constituição e o artigo 3º do 
NCPC. Já a letra B, a jurisdição voluntária não afasta as garantias fundamentais do 
Processo. A alternativa de letra C, somente haveria tal violação se fossem criadas 
especificamente para um determinado ou determinados processos. A alternativa de letra 
D, está de acordo com o art. 217, § 1º, da CF, que estabelece que “O Poder Judiciário só 
admitirá ações relativas à disciplina e às competições desportivas após esgotarem-se as 
instâncias da justiça desportiva, regulada em lei”, logo, está é a resposta correta. Por fim, 
a letra E, na arbitragem somente pode ser convencionada por pessoas maiores e capazes 
e com relação a direitos disponíveis. 
 
 
32 
 
Questão 3 
MPE-SC - 2019 - Promotor de Justiça: O Código de Processo Civil adota o modelo 
multiportas, de modo que cada demanda deve ser submetida à técnica ou método mais 
adequado para a sua solução e devem ser adotados todos os esforços para que as partes 
cheguem a uma solução consensual do conflito. Em regra, apenas se não for possível a 
solução consensual, o processo seguirá para a segunda fase, litigiosa, voltada para instrução e 
julgamento adjudicatório do caso. 
O Certo 
O Errado 
Comentário: 
A ideia geral da Justiça Multiportas é, portanto, a de que a atividade jurisdicional estatal 
não é a única nem a principal opção das partes para colocarem fim ao litígio, existindo 
outras possibilidades de pacificação social. Assim, para cada tipo de litígio existe uma 
forma mais adequada de solução. A jurisdição estatal é apenas mais uma dessas opções. 
Como o CPC/2015 prevê expressamente a possibilidade da arbitragem (art. 3, §1º) e a 
obrigatoriedade, como regra geral, de ser designada audiência de mediação ou 
conciliação (art. 334, caput), vários doutrinadores afirmam que o novo Código teria 
adotado o modelo ou sistema multiportas de solução de litígios (multi-door system). 
Questão 4 
MPE-SC - 2019 - Promotor de Justiça: O Código de Processo Civil dispõe que o juiz não 
pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito do qual não 
se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, salvo se tratar de matéria sobre a 
qual deva decidir de ofício. 
O Certo 
O Errado 
 
 
33 
 
Comentário: 
Art. 10 do CPC: “O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em 
fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se 
manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício”. O juiz não 
pode, em hipótese alguma, proferir uma decisão cujos fundamentos as partes não 
tiveram oportunidade de se manifestar, pois isso viola, a um só tempo, o inciso LV do art. 
5º da CF, bem como os arts. 10, 9º, 6º e 5º, do CPC. Isso porque o juiz, aotrazer um 
"fundamento-surpresa" para a sua decisão, viola o dever de consulta, impedindo que as 
partes participassem do processo com reais chances de influir no seu resultado, 
contrariando o comando do princípio do contraditório, assim como a cooperação e a 
boa-fé que lhe são inerentes. Assim, o juiz deve SEMPRE oportunizar às partes a se 
manifestarem sobre quaisquer decisões. 
Questão 5 
CESPE - 2019 - TJ-SC - Juiz Substituto: De acordo com os princípios constitucionais e 
infraconstitucionais do processo civil, assinale a opção correta. 
A) Segundo o princípio da igualdade processual, os litigantes devem receber do juiz 
tratamento idêntico, razão pela qual a doutrina, majoritariamente, posiciona-se pela 
inconstitucionalidade das regras do CPC, que estabelecem prazos diferenciados para o 
Ministério Público, a Advocacia Pública e a Defensoria Pública se manifestarem nos autos. 
B) O conteúdo do princípio do juiz natural é unidimensional, manifestando-se na garantia do 
cidadão a se submeter a um julgamento por juiz competente e pré-constituído na forma da 
lei. 
C) O novo CPC adotou o princípio do contraditório efetivo, eliminando o contraditório 
postecipado, previsto no sistema processual civil antigo. 
D) O paradigma cooperativo adotado pelo novo CPC traz como decorrência os deveres de 
esclarecimento, de prevenção e de assistência ou auxílio. 
 
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E) O CPC prevê, expressamente, como princípios a serem observados pelo juiz na aplicação do 
ordenamento jurídico a proporcionalidade, moralidade, impessoalidade, razoabilidade, 
legalidade, publicidade e a eficiência. 
Comentário: 
A doutrina nacional, que já enfrentou o tema, divisa fundamentalmente três vertentes 
desse princípio da cooperação, entendidas como verdadeiros deveres do juiz na 
condução do processo: (i) dever de esclarecimento, consubstanciado na atividade do juiz 
de requerer às partes esclarecimentos sobre suas alegações e pedidos, o que 
naturalmente evita a decretação de nulidades e a equivocada interpretação do juiz a 28 
respeito de uma conduta assumida pela parte; (ii) dever de consultar, exigindo que o juiz 
sempre consulte as partes antes de proferir decisão, em tema já tratado quanto ao 
conhecimento de matérias e questões de ofício; (iii) dever de prevenir, apontando às 
partes eventuais deficiências e permitindo suas devidas correções, evitando-se assim a 
declaração de nulidade, dando-se ênfase ao processo como genuíno mecanismo técnico 
de proteção de direito material. 
Questão 6 
IADES - 2019 - AL-GO – Procurador: A respeito das normas fundamentais do Processo Civil, 
assinale a alternativa correta. 
A) O juiz pode decidir, em qualquer grau de jurisdição, com base em fundamento a respeito 
do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, principalmente nas 
matérias acerca das quais deva decidir de ofício. 
B) Todas as decisões dos órgãos do Poder Judiciário devem ser fundamentadas, sob pena de 
ineficácia. 
C) As partes têm o direito de obter, em prazo razoável, a solução integral do mérito, exceto a 
atividade satisfativa. 
 
35 
 
D) Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins econômicos e às exigências 
individuais, resguardando e promovendo a dignidade da pessoa humana e observando a 
proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade, o segredo de justiça e a eficiência. 
E) É assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao exercício de direitos e 
faculdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação de sanções 
processuais, competindo ao juiz zelar pelo efetivo contraditório. 
Comentário: 
O juiz é obrigado, sob pena de não se considerar fundamentada sua decisão judicial, a 
analisar todos os argumentos trazidos pelas partes, tanto na petição inicial, quanto na 
contestação, capazes de influenciar em sua decisão ou no julgamento da causa. Desse 
modo, o juiz deve, efetivamente, analisar todos os argumentos postos nos autos, em 
respeito ao contraditório material (democrático), fazendo com que as partes exerçam 
plenamente seu poder de influência. 
Questão 7 
MPE-PR - 2019 - Promotor Substituto: Assinale a alternativa correta acerca das normas 
fundamentais do processo civil, de acordo com o Código de Processo Civil de 2015: 
A) A atividade satisfativa da tutela jurisdicional deve ser prestada com duração razoável. 
B) A exigência de comportamento com boa-fé, do Código de Processo Civil, aplica-se somente 
às partes. 
C) Há regra geral do Código de Processo Civil que permite que decisões sejam proferidas sem 
a oitiva da parte afetada. 
D) A cooperação processual é princípio que atinge apenas as partes, no Código de Processo 
Civil. 
E) A solução consensual dos conflitos é incentivada somente em momentos pré-processuais. 
 
 
36 
 
Comentário: 
O princípio da duração razoável do processo, consagrada no art. 5º, LXXVIII, da CF, 
encontra-se previsto no art. 4º do Novo CPC. Segundo o dispositivo legal, as partes têm 
direito de obter em prazo razoável a solução integral do processo, incluída a atividade 
satisfativa. A novidade com relação ao dispositivo constitucional é a inclusão expressa da 
atividade executiva entre aquelas a merecerem a duração razoável. Reza o ditado popular 
que aquilo que abunda não prejudica, mas é extremamente duvidoso que, mesmo diante 
da omissão legal, a execução não seja incluída no ideal de duração razoável do processo. 
Deve ser lembrado que a celeridade nem sempre é possível, como também nem sempre 
é saudável para a qualidade da prestação jurisdicional. Não se deve confundir duração 
razoável do processo com celeridade do procedimento. O legislador não pode sacrificar 
direitos fundamentais das partes visando somente a obtenção de celeridade processual, 
sob pena de criar situações ilegais e extremamente injustas. 
Questão 8 
MPE-BA - 2018 - Promotor de Justiça Substituto: O Código de Processo Civil (CPC), cuja 
entrada em vigor se deu no dia 18 de março de 2016, portanto um ano após a sua 
publicação, trouxe à tona a problemática da aplicação da lei no tempo. Sendo o arcabouço 
jurídico do Código de Processo Civil destinado à regular a relação processual, é correto 
afirmar que 
A) a lei passou a ser aplicada apenas aos processos ajuizados depois da sua entrada em vigor, 
sem retroatividade, em atenção à unidade processual e à validade dos atos processuais já 
praticados, evitando, com isso, a utilização de duas normas no mesmo processo. 
B) os atos que estavam pendentes nos processos em curso no momento da sua entrada em 
vigor se sujeitaram à nova lei processual, mas foi preservada a eficácia dos atos processuais já 
praticados na égide da lei antiga, aplicando a teoria do isolamento dos atos processuais. 
C) as fases postulatória, probatória, rescisória e recursal, por serem independentes e 
compostas de atos inseparáveis, implicaram a incidência da nova lei, mas apenas aos atos do 
processo cuja fase não tenha sido iniciada. 
 
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D) aplicou a teoria da unidade processual, segundo a qual a lei nova deve incidir sobre todos 
os atos processuais praticados e a praticar no processo em curso, refazendo-se aqueles 
realizados em desconformidade com a nova lei. 
E) o novo CPC aplicou a teoria da unidade processual, incidindo a sua aplicação sobre os atos 
já praticados e os por vir a ser, repetindo aqueles efetivados em desacordo com a nova regra 
processual. 
Comentário: 
O CPC adotou o sistema de isolamento dos atos processuais, segundo o qual trata-se da 
aplicação temporal da lei processual, em conformidade com a previsão geral da 
CRFB/1988, art. 5º, inciso XXXVI, e da LINDB, art. 6º, segundo a redação dada pela Lei nº 
3.238/1957, sobre o respeito da lei nova ao ato jurídico perfeito, ao direito adquirido e à 
coisa julgada. Conforme o princípio do isolamento dos atos processuais, a norma 
processual aplica-se imediatamente aos processos em curso, no ponto em queestiverem, 
não retroagindo aos atos processuais realizados ou às situações jurídicas consolidadas na 
vigência da lei anterior. 
Questão 9 
CONSULPLAN - 2018 - TJ-MG - Juiz de Direito Substituto: São princípios fundamentais do 
processo civil, EXCETO: 
A) Isonomia. 
B) Cooperação. 
C) Informalidade. 
D) Boa-fé objetiva. 
Comentário: 
O NCPC trouxe, na sua Parte Geral, Livro I, um título específico sobre as normas 
fundamentais do Processo Civil (arts. 1º a 15), onde são encontrados diversos Princípios 
Fundamentais, tais como os Princípios da Isonomia, da Cooperação e da Boa fé Objetiva. 
 
38 
 
Com efeito, segundo o artigo 7º do NCPC, “é assegurada às partes paridade de 
tratamento em relação ao exercício de direitos e faculdades processuais, aos meios de 
defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação de sanções processuais, competindo ao juiz 
zelar pelo efetivo contraditório”. Do artigo 7º extrai-se o PRINCÍPIO DA IGUALDADE OU 
DA ISONOMIA, o qual se relaciona com a ideia de processo justo, no qual seja 
dispensado às partes e procuradores idêntico tratamento, para que tenham iguais 
oportunidades de fazer valer suas ideias em juízo. Por sua vez, dispõe o artigo 6º do 
NCPC que, “todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, 
em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva”, trazendo o PRINCÍPIO DA 
COOPERAÇÃO. Por fim, o artigo 5º trata do PRINCÍPIO DA BOA-FÉ, segundo o qual 
“aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportar-se de acordo com 
a boa-fé”, impondo a todos que participam do processo os deveres de probidade e 
moralidade, uma vez que, o processo não pode ser utilizado para obtenção de resultados 
ilícitos, escusos, devendo todos zelar pela correta e justa composição do litígio. O 
Princípio da Informalidade, por sua vez, não pode ser considerado um Princípio 
FUNDAMENTAL do Processo Civil, como um todo, uma vez que a norma processual traz 
diversas formalidades que devem ser respeitadas (sem prejuízo da aplicação do Princípio 
da Instrumentalidade das Formas). Frise-se, entretanto, que o Princípio da Informalidade 
é um dos norteadores do procedimento dos Juizados Especiais, conforme previsto no 
artigo 2º da Lei 9.099/95 (Art. 2º O processo orientar-se-á pelos critérios da oralidade, 
simplicidade, informalidade, economia processual e celeridade, buscando, sempre que 
possível, a conciliação ou a transação). 
Questão 10 
TRF - 3ª REGIÃO - 2018 - Juiz Federal Substituto: Sobre a jurisdição é CORRETO afirmar que: 
A) Ela é invariavelmente uma atividade estatal a cargo do Poder Judiciário. 
B) Seu escopo social é a pacificação mediante a eliminação dos conflitos. 
C) Seu escopo jurídico abrange a descoberta da verdade e a formação da coisa julgada 
material. 
 
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D) Ela é sempre uma atividade voltada à atuação do direito objetivo em concreto. 
Comentário: 
Escopos da Jurisdição: 
Jurídico: é a aplicação concreta da vontade do direito (por meio da criação da norma 
jurídica). 
Social: resolver o conflito de interesses proporcionando às partes envolvidas a pacificação 
social. 
Educacional: ensinar aos jurisdicionados, e não somente às partes envolvidas no processo, 
seus direitos e deveres. 
Político: tem por objeto fortalecer o Estado, a jurisdição é o último recurso em termos de 
proteção às liberdades públicas e aos direitos fundamentais, incentivar a participação 
democrática por meio do processo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
40 
 
 
 
GABARITO 
Questão 1 - B 
Questão 2 - D 
Questão 3 - Certo 
Questão 4 - Errado 
Questão 5 - D 
Questão 6 - E 
Questão 7 - A 
Questão 8 - B 
Questão 9 - C 
Questão 10 - B 
 
 
41 
 
QUESTÃO DESAFIO 
Em relação aos princípios processuais, como é a relação com o 
princípio do contraditório? Do que se trata a defesa indireta? 
Máximo de 5 linhas 
 
42 
 
GABARITO DA QUESTÃO DESAFIO 
CPC/2015 reforça a exigência de contraditório prévio, ainda que se trate de matéria que o 
juiz deva conhecer sem a necessária provocação dos litigantes. A defesa indireta visa 
atacar imperfeições processuais que estão presentes na peça inicial apresentada pelo 
autor. artigo 337 do novo código. 
Você deve ter abordado necessariamente os seguintes itens em sua resposta: 
 CPC/2015 reforça a exigência de contraditório 
A visão neo-processualista resta evidente no CPC/2015. Enquanto o CPC/73 trazia os princípios 
de forma esparsa, o legislador moderno, atento ao modelo constitucional de processo civil e 
ao reconhecimento da carga normativa dos princípios, optou por condensá-los no Capítulo, 
Título único, Livro I, Parte Geral, arts. 1° ao 12. O princípio do devido processo legal {Art 5°, 
LIV, CF), por exemplo, síntese de todo o necessário para que a prestação jurisdicional seja 
justa e adequada, está destacado no Art. 1°, CPC/2015. O princípio da razoável duração do 
processo (Art. 5°, LXXVlll, CF) possui disposição expressa no art. 4°, CPC/2015. Ainda, o 
princípio do contraditório {Art. 5°, LV, CF), marcado por urna visão moderna que idealiza o 
contraditório participativo e valoriza o princípio da cooperação no processo, consagra-se na 
previsão do Art. 9°, CPC/2015, ao determinar que o juiz deve intimar as partes antes de decidir 
até mesmo questões de ordem pública (as chamadas decisões de terceira via). Além disso, o 
princípio da inafastabilidade da jurisdição, também conhecido como princípio do acesso à 
justiça {Art. 5°, X, CF), encontra-se prenunciado no caput do Art. 3°, CPC/2015. Em suma, os 
arts. 1° a 11 elencam uma série de princípios - alguns já dispostos no texto constitucional - 
que traduzem a forma contemporânea de pensar sobre o processo civil: à luz do texto 
constitucional. Não é por outra razão que o Art. 1° do CPC dispõe que "o processo civil será 
ordenado, disciplinado e interpretado conforme os valores e as normas fundamentais 
estabelecidos na Constituição da República Federativa do Brasil, observando-se as disposições 
deste Código''. CUNHA Maurício, Revisaço de Processo Civil. Juspodivm, 2017. 
 
 
43 
 
 atacar imperfeições processuais 
Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar: I - inexistência ou nulidade da 
citação; II - incompetência absoluta e relativa; III - incorreção do valor da causa; IV - inépcia 
da petição inicial; V - perempção; VI - litispendência; VII - coisa julgada; VIII - conexão; IX - 
incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização; X - convenção de 
arbitragem; XI - ausência de legitimidade ou de interesse processual; XII - falta de caução ou 
de outra prestação que a lei exige como preliminar; XIII - indevida concessão do benefício de 
gratuidade de justiça. Todas essas alegações constituem defesas indiretas e devem ser feitas 
no corpo da contestação antes de apreciar o mérito da ação. STJ - AGRAVO INTERNO NO 
AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL AgInt no AREsp 394458 RS 2013/0315842-8 (STJ) EMENTA 
INÉPCIA DA PETIÇÃO INICIAL. NECESSIDADE DE REEXAME FÁTICO-PROBATÓRIO. SÚMULA 7 
DO STJ. 1. O Plenário do STJ decidiu que ""aos recursos interpostos com fundamento no CPC 
/1973 (relativos a decisões publicadas até 17 de março de 2016) devem ser exigidos os 
requisitos de admissibilidade na forma nele prevista, com as interpretações dadas até então 
pela jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça"" (Enunciado Administrativo n. 2). 2. É 
inviável, em sede de recurso especial, o reexame de matéria fático-probatória, nos termos da 
Súmula 7 do STJ: "A pretensão de simples reexame de prova não enseja recurso especial." 3. 
Hipótese em que o Tribunal de origem, soberano na análise das circunstâncias fáticas da 
causa, afastou a alegação de inépcia da petição inicial. 4. Agravo interno desprovido. 
 
 
 
 
 
 
44 
 
 
 
LEGISLAÇÃO COMPILADA 
 Neste capítulo, faz-se de extrema importância a leitura de: 
Teoria geral do processo 
 CPC: arts. 1 a 15; 
 Enunciados doFPPC: 373, 375, 376, 377; 
Política de tratamento adequado de conflitos jurídicos 
 CPC: arts 165 a 175; 
 Lei 13.140/15: Integral; 
 Lei 9.307/90: Integral; 
 Súmulas: 485, STJ; 
Função jurisdicional 
 CPC: art. 16 a 25; 
Cooperação internacional e nacional 
 CPC: art. 26 a 41; 
 
Arbitragem 
 Súmula 485, STJ 
A Lei de Arbitragem aplica-se aos contratos que contenham cláusula arbitral, ainda que celebrados antes da sua 
edição. 
 
45 
 
 
 
JURISPRUDÊNCIA 
 
Arbitragem 
 Informativo 622 do STJ: 
Se a parte quiser arguir a nulidade da cláusula arbitral, deverá formular esse pedido, em 
primeiro lugar, ao próprio árbitro, não sendo possível que proponha diretamente ação 
judicial, em razão da aplicação do princípio Kompetenz-Kompetenz. 
 Informativo 637 do STJ: 
Se a parte já tem um título executivo, não precisa ir para a arbitragem mesmo que o 
contrato contenha cláusula compromissória. A existência de cláusula compromissória não 
afeta a executividade do título de crédito inadimplido e não impede a deflagração do 
procedimento falimentar, fundamentado no art. 94, I, da Lei nº 11.101/2005 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
46 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Presidência da República, 
1988. 
______. Lei nº 13.105 de 16 de março de 2015. Institui o Código de Processo Civil. Brasília: 
Presidência da República, 2015. 
BUENO, Cassio Scarpinella. Manual de Direito Processual Civil: Inteiramente Estruturado à 
Luz do Novo CPC, de acordo com a Lei n. 13.256, de 4-2-2016. 2. ed. rev., atual. e ampl. – São 
Paulo: Saraiva, 2016. 
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Vade Mecum de Jurisprudência Dizer o Direito. 4ª 
Edição. – Salvador: Ed. Podivm, 2018. 
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Súmulas do STF e STJ. 3ª Edição. – Salvador: Ed. Podivm, 
2018. 
DIDIER JR., Fredie. Curso de Direito Processual Civil: Introdução ao Direito Processual Civil, 
Parte Geral e Processo de Conhecimento. 18. ed. - Salvador: Ed. Jus Podivm, 2016. 
GONÇALVES, Marcus Vinicius Rios. Direito Processual Civil Esquematizado/ Marcus Vinicius 
Rios Gonçalves; coordenador Pedro Lenza. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2016. 
Neves, Daniel Amorim Assumpção. Manual de Direito Processual Civil - Volume Único. 10ª 
edição. Editora JusPodvm, 2018. 
Thamay, Rennan. Manual de Direito Processual Civil – 2. ed. – São Paulo: Saraiva Educação, 
2019. 
THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil – Teoria geral do direito 
processual civil, processo de conhecimento e procedimento comum – vol. I/Humberto 
Theodoro Júnior. 58. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, 2017. 
Capítulo 2
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SUMÁRIO 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL, Capítulo 2 ..........................................................................................2 
6. Direito da Ação ................................................................................................................................... 2 
6.1 Conceito ................................................................................................................................................................ 2 
6.2 Teorias da Ação ................................................................................................................................................. 3 
6.3 Requisitos Para a Apreciação do Mérito ................................................................................................ 4 
6.4 Classificação das Ações .................................................................................................................................. 6 
6.4.1 Ação Constitutiva ...................................................................................................................................... 6 
6.4.2 Ação Condenatória .................................................................................................................................. 6 
6.4.3 Ação Meramente Declaratória ............................................................................................................ 6 
6.5 Elementos da Ação .......................................................................................................................................... 7 
7. Pressupostos Processuais ................................................................................................................. 9 
7.1 Conceito ................................................................................................................................................................ 9 
7.2 Divisão dos Pressupostos Processuais: .................................................................................................... 9 
7.2.1 Pressupostos de Existência: .................................................................................................................. 9 
7.2.2 Requisitos de Validade: ....................................................................................................................... 10 
8. Competência...................................................................................................................................... 14 
8.1 Conceito ............................................................................................................................................................. 14 
8.2 Competência Absoluta ................................................................................................................................ 14 
8.3 Competência Relativa ................................................................................................................................... 15 
8.4 Conexão e Continência ............................................................................................................................... 17 
8.5 Critérios para a fixação de competência ............................................................................................. 18 
8.6 Principais Regras de Competência de Foro ....................................................................................... 19 
8.7 Conflito de Competência ............................................................................................................................ 22 
 
 
 
8.7.1 Competência para Julgamento do Conflito ............................................................................... 23 
QUADRO SINÓTICO ............................................................................................................................. 25 
QUESTÕES COMENTADAS .................................................................................................................. 27 
GABARITO .............................................................................................................................................. 40 
LEGISLAÇÃO COMPILADA ................................................................................................................... 45 
JURISPRUDÊNCIA .................................................................................................................................. 50 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................................. 66 
 
 
 
 
 
 
E aí, OABeeiro! Como vai? 
A apostila de número 02 do nosso curso de Direito Processual Civil tratou sobre Direito da 
Ação, Pressupostos processuais e Competência. 
Agora, vamos as nossas considerações: 
1- “Direito da ação” e “Pressupostos processuais” não tiveram recorrência nos últimos 3 
exames de ordem! Contudo, por estarem incluídos no conteúdo programático da disciplina 
de Direito Processual Civil, achamos melhor incluí-los na apostila, para que assim você tenha o 
máximo de aprendizado. As questões 01 a 07 abordam os referidos temas 
���� 
Achamos pertinente acrescentar questões de outras carreiras

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