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Estilo e História do Mobiliário Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof.ª Me. Renata Guimarães Puig Revisão Textual: Prof.ª Esp. Kelciane da Rocha Campos Renascimento, Barroco e Rococó • A Cidade no Fim da Idade Média e no Início da Idade Moderna; • O Renascimento; • Barroco Europeu; • Rococó. • Entender a passagem da Idade Média para a Idade Moderna, como as monarquias foram se formando na Europa e como surgiu um novo sistema econômico: o Capi- talismo. Esse sistema permitiu a concentração de riqueza na nova classe social que estava surgindo, os comerciantes ou burgueses, e infl uenciou seu modo de vida. O período da Renascença e da descoberta do Novo Mundo, as Américas, contribuiu para uma mudança no estilo e nas artes, período das luzes e de descobertas impor- tantes em vários campos, iniciou-se na Itália e espalhou-se pelo mundo; • Conhecer os famosos estilos: Barroco, Rococó, Luís XIV e Luís XV da nobreza francesa, fi nalizando no século XVIII. OBJETIVOS DE APRENDIZADO Renascimento, Barroco e Rococó Orientações de estudo Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua formação acadêmica e atuação profissional, siga algumas recomendações básicas: Assim: Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e horário fixos como seu “momento do estudo”; Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo; No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam- bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados; Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus- são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de aprendizagem. Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Determine um horário fixo para estudar. Aproveite as indicações de Material Complementar. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma Não se esqueça de se alimentar e de se manter hidratado. Aproveite as Conserve seu material e local de estudos sempre organizados. Procure manter contato com seus colegas e tutores para trocar ideias! Isso amplia a aprendizagem. Seja original! Nunca plagie trabalhos. UNIDADE Renascimento, Barroco e Rococó Contextualização A Cidade no Fim da Idade Média e no Início da Idade Moderna O comércio foi responsável pelo renascimento da vida urbana na Baixa Idade Média. As cidades ou burgos, assim como as feiras comerciais, nasceram e se desenvolveram dentro de terras da nobreza ou do clero. Os maiores centros urbanos dessa época localizavam-se próximos às grandes rotas de comércio. As cidades passaram a ser centros de produção artesanal. Os burgos eram pequenos centros populacionais de 5 a 10 mil habitantes. Nessa época, um lugarejo com 20.000 habitantes poderia ser considerado uma grande cidade. Esses núcleos nasciam sem qualquer planejamento, não existia esgoto ou qualquer outro tipo de infraestrutura. Os detritos eram lançados diretamente na rua, constituindo frequentes focos de epidemia. As cidades europeias, nascidas nessa época, eram diferentes das cidades que conhecemos hoje. As muralhas prote- toras que cercavam as cidades medievais permitiam sua defesa em caso de guerra. No início, essas cidades estavam sujeitas às regras do feudo, pagando ao senhor uma infinidade de taxas e impostos e submetendo-se à sua justiça. No fim da Idade Média, as cidades europeias foram adquirindo, por força das armas ou do enri- quecimento, uma série de direitos que lhes garantiram autonomia administrativa e judiciária. Simultaneamente, o comércio foi se tornando a atividade mais importante; as cidades renasceram e cresceram; e surgiram, no interior dessas cidades, novas camadas na sociedade. Esses fatores aceleraram a crise do feudalismo. Da crise geral do século XIV nascia uma Nova Europa, com características econômicas, sociais e políticas bastante diferentes das do período feudal. A formação das monarquias nacionais implicava a centralização do poder polí- tico e militar nas mãos do rei. Essa centralização refletia-se na formação de limites territoriais contínuos para o reino. O território não era mais um simples agregado desconexo de feudos submetidos a diferentes senhores. Tornava-se, cada vez mais, um território coeso, homogêneo e submetido a uma só autoridade e a uma só lei: a vontade real. A monarquia nacional, na Europa, marcou o surgimento do Estado moderno, que se caracterizava pela existência de uma burocracia (conjunto de instituições e funcionários administrativos e judiciários a serviço do poder público) e pelo monopólio da força. A centralização e o fortalecimento do Estado na Europa foram importantes passos para a consolidação do capitalismo. Em sua fase primitiva , o capitalismo teve como base a compra e venda de mercadorias para obtenção de lucro. Na medida em que as monarquias se fortificavam, os Estados organizavam esquadras para transportar as mercadorias do Oriente para a Europa. Era o começo das grandes navegações. 8 9 O Renascimento A palavra Renascimento designa uma época de novas maneiras de pensar. O Renascimento abrangeu os séculos XIV até XVI, dividido nos anos: • Trecento – XIV – Fim da Idade Média; • Quattrocento – XV – Renascimento Cultural; • Cinquecento – XVI – Maneirismo e início do Barroco. Pela História Clássica, considera-se o ano de 1453 como a marca da passagem da Idade Média para a Moderna com a tomada de Bizâncio pelos turcos. Diversos escritores refugia- ram-se na Itália, levando consigo manuscritos antigos, que contribuíram para um aumento do interesse pelas artes e culturas clássicas. A evolução da imprensa, com a invenção dos caracteres móveis por volta de 1460, propiciou a publicação de autores clássicos e aumentou a procura por textos antigos, como os da literatura grega e romana. A publicação do manus- crito De Architetura, do arquiteto romano Vitrúvio, em 1521, divulgou o conhecimento dos métodos de construção utilizados no período do Império Romano. Ex pl or As investigações do mundo antigo despertaram muito interesse, como, por exemplo, a descoberta da decoração em estuque das Termas de Tito e na Casa Dourada de Nero, em Roma, fornecendo um novo e vasto repertório sobre orna- mentos para os artífices do início do século XVI. Não só a arte mural foi influenciada como também os artistas que trabalhavam com metal, cerâmica, joias, móveis e têxteis. A Itália, privilegiada por estar loca- lizada na zona de comércio do mundo renascentista, possuía portos, como os de Gênova e Veneza, e cidades do interior, como Florença e Milão, que prosperaram como centros de distribuição para artigos do Norte da Europa. Comerciantes enriquecidos fundaram bancos e bolsas de comércio, emprestavam dinheiro a juros e fi nanciavam artistas como Miguelângelo, Leonardo da Vinci, Rafael e Cellini.Ex pl or A importância de Roma foi retomada por papas ambiciosos que incentivavam famílias ricas romanas a construir palácios novos, surgindo, assim, maior variedade construtiva, novos estilos, e a ostentação passou a ganhar importância. Os palazzi eram residências grandiosas com espaços elegantes e que atraíam a atenção. No princípio, as casas eram concebidas com divisões espaçosas, mas com poucos móveis. O móvel tinha grandes dimensõese riqueza de detalhes, mas eram em número reduzido dentro das casas. As ricas famílias davam mais atenção a artistas, pintores de afrescos, joalheiros e escultores. A mobília não era considerada como parte integrante da decoração geral, pois podia ser algo que depreciasse o trabalho de um grande pintor, por exemplo. 9 UNIDADE Renascimento, Barroco e Rococó Somente meio século depois, com a introdução dos princípios clássicos de proporção, é que a concepção do mobiliário passou a fazer parte da decoração geral. A peça de maior importância e elaboração foi o cassoni, a tradicional arca de casamento. Famílias ricas e influentes dominavam as cidades italianas; o casa- mento constituía-se uma oportunidade de ostentação e os cassoni eram símbolos da posição social (Fig. 1). Eram encomendados em pares, com brasões das famílias que se uniam no casamento. O enxoval da noiva era transportado pelas ruas até o pallazo do noivo; por isso era o mais suntuoso possível. Figura 1 – Cassoni com pinturas Fonte: Oates, 1981 Os cassoni iniciais eram embelezados com painéis pintados pelos mais famosos pintores da época. Temas como cenas da vida de santos ou da mitologia clássica eram comuns, assim como cenas como batalhas, procissões triunfais, elementos da natureza e da literatura nacional. Alguns tinham o relevo esculpido em gesso doura- do, com volutas e frisos, pesados festões de frutos e flores. Durante o século XVI, o desenho dos cassoni foi se transformando para uma madeira polida, entalhada, mas sem pintura, dourados ou embutidos (Fig.2). Essa mudança deveu-se à impor- tância e prestígio alcançados pelos pintores, que consideravam mais outros traba- lhos, e também às transformações dos interiores domésticos. Figura 2 – Cassoni com talha em nogueira Fonte: Oates, 1981 A decoração dos palazzi passou a ser mais organizada e os pintores ocupavam-se do embelezamento das paredes e tetos. As arcas passaram a ser inspiradas em antigos sarcófagos clássicos, não só na forma como também na decoração. A arca elegante e de proporções equilibradas foi a precursora da cômoda. As mais modestas eram, em grande número, arrumadas em volta das paredes e, de forma tradicional, ao pé da cama, para armazenar roupas de cama e vestuários. Podiam funcionar como assentos. 10 11 Duas peças originaram-se do cassoni, o armadio, que era um armário pequeno , e a cassapanca, que acrescida de encostos e braços transformou-se num sofá primitivo. A cassapanca era suntuosa, tradicionalmente colocada no vestíbulo, e podia ter uma fechadura; era usada para guardar bens valiosos, exibindo-se como símbolo de riqueza e posição social (Fig. 3). Figura 3 – Cassapanca Fonte: Oates, 1981 Outra inovação do período, o contador, apareceu pela primeira vez no século XVI. O número de cadeiras ia aumentando com a intensidade da vida social. Nas casas grandes, podiam ser almofadadas, com braços, espaldar alto e pés de bola. Já a cadeira leve e de fácil transporte era mais popular. A cadeira de fechar em X, dos tempos medievais, ressurgiu mais elegante e equilibrada. Na Itália, era conhe- cida como cadeira de Savonarola ou de Dante e, na Alemanha, como cadeira de Lutero (Fig. 4). Figura 4 – Cadeira Savonarola Fonte: Oates, 1981 No fim do século XVI, apareceu outro tipo de cadeira leve e de fácil transporte: o sgabello, que era um banco com costas entalhadas ricamente; não era muito confortável, foi criado para as mesas de grandes dimensões que seguiam os antigos padrões romanos. O tampo das mesas era apoiado em dois ou três pesados suportes em forma de animais, em pedra ou madeira. As residências não possuíam salas de jantar sepa- radas até o século XIX. Foi moda, durante o século XVI, a utilização de aparadores de madeira com talha em escala monumental em estilo clássico. 11 UNIDADE Renascimento, Barroco e Rococó A sala de maior destaque no palazzo era o estúdio, uma sala interior onde eram guardadas as coleções de pintura, estatuetas, livros, manuscritos e objetos de arte. Os dormitórios não possuíam muitos móveis, apenas cama com dossel de quatro prumos, cadeira e o cassoni. Tapetes de tons alegres, paredes pintadas ou cobertas com tapeçarias e peles decorativas. No início do século XVI, os hialúrgicos, tipos de artesãos da cidade de Murano, aperfeiçoaram a fabricação de espelhos. Até então pequenos, passaram a ser produzidos em maiores dimensões, com molduras elaboradas, tornando-se artigos de decoração e de utilidade presente nas residências. Os quadros também podiam ser emoldurados, não se confundindo com as pinturas (afrescos) de parede. Surgiram muitas técnicas decorativas, principalmente na Itália; as mesas, cadeiras e espelhos eram, muitas vezes, dourados. Deposi- tavam a folha de ouro sobre um fundo vermelho e faziam um forte polimento das partes salientes. Outra técnica consistia na aplicação de peças de marfim ou de osso numa super- fície de ébano ou nogueira, seguindo uma composição geométrica. À medida que foram se tornando mais hábeis, copiavam desenhos dos mosaicos de mármores, produziam imagens de paisagens com casas, ruínas, igrejas, figuras de animais ou natureza para a decoração de tampos de mesas, arcas e partes da frente de armá- rios no século XVI. Também aperfeiçoaram a técnica de embutir mármores muito polidos, seixos, ágata, lápis lazúli, latão, prata, madrepérola, etc. Enriqueciam arcas com orna- mentos metálicos. Na Itália e na Alemanha produziam belas guarnições de ferro, aço e latão, que ficavam como obras de arte. O reinado de Carlos VIII, na França, promoveu o interesse pela decoração e artes italianas, sendo responsável por uma campanha militar contra Nápoles, em 1495, de onde levou objetos de arte, decoração e arquitetos na intenção de repro- duzir os esplendores de um palazzo italiano. No início, o impacto do Renascimento italiano na França foi superficial, com o acréscimo de motivos clássicos aplicados ao móvel medieval, como o bufete, a arca e a cadeira-trono. Alterações profundas deram-se no reinado de Francisco I, na primeira metade do século XVI, que queria fazer de sua corte um centro intelectual. Levou para a corte um grupo de artistas italianos e franceses, incluindo Leonardo da Vinci, com a finalidade de contribuírem para o chateau (palácio) e fundarem a famosa escola de Fontainebleau. Nobres franceses seguiram o rei e decoraram seus châteaux segundo o novo estilo italiano. Isso deu origem a uma procura de mobiliários e moda de luxo que estimulou o aperfeiçoamento da técnica de produção. 12 13 A talha foi popularizada na decoração do Renascimento francês. O carvalho foi substituído pela nogueira, que era mais macia e permitia mais trabalhos de talha. Nessa época, surgiu a mesa de abas, provavelmente inventada na Holanda. Tornou-se popular na França e na Inglaterra, pela facilidade de adaptação em ambientes menores. As cadeiras, por sua vez, tornavam-se mais leves. Embora ainda em uso as cadeiras em X, aos poucos iam surgindo novos modelos. Uma muito comum tinha o assento apoiado em quatro colunas, ligadas à base por meio de travessas. Possuía o encosto rebaixado e os braços terminavam em talha no formato de cabeças de carneiro, com suave encurvamento para apoio dos cotovelos. Na Alemanha, os artistas do mobiliário também iam abandonando as formas góticas e inspirando-se nos exemplos italianos. Havia diferença entre os estilos do norte e do sul da Alemanha. Ao norte, utilizavam madeiras mais duras, como o carvalho, e davam mais importância ao aspecto estrutural da peça. Ao sul, as peças assemelhavam-se mais ao mobiliário italiano. Os artífices alemães destacaram-se por suas peças de qualidade e exportavam pequenos móveis como contadores e escrivaninhas. No final do século XVI, produziam um tipo especial de contador, encomendado para muitos palácios estrangeiros; não eram apenas peças de mobília, mas verda- deiras obras de arte, usadas para guardar pequenos objetos, materiais de escrita, joiase coleções (Fig. 5). Figura 5 – Contador Fonte: Oates, 1981 Outros países, como Espanha e Países Baixos, também tiveram influência italiana . Existia um padrão de conforto, mas os interiores pareciam modestos quando comparados às residências italianas. O mobiliário espanhol do Renasci- mento teve influência do povo mourisco, que permaneceu na Espanha após a conquista de Granada no final do século XV. Os Mudejáres eram famosos pela habilidade com desenhos geométricos intrincados, às vezes em pequenas dimen- sões, realizados em marchetaria de madeiras coloridas, marfim ou osso. O trabalho Mudéjar ficou popular nas arcas e contadores da época (Fig. 6). 13 UNIDADE Renascimento, Barroco e Rococó Figura 6 – Cadeira com armação decorada com embutido mudéjar Fonte: Oates, 1981 A Espanha produziu também, nesse período, um apurado trabalho em couro chamado de guadamecil. Era um produto exclusivo espanhol, mas apreciado na Europa. Outra peça espanhola era o vargueño, tipo de arca com tampo que podia ser usado para escrever e quando aberto expunha gavetas com a frente ricamente decorada. Tinha alça de ferro de cada lado para o transporte de objetos pequenos e também para escrivaninha portátil (Fig. 7). Figura 7 – Vargueño Fonte: Oates, 1981 A cadeira espanhola do Renascimento era simples, com assento e espaldar cobertos de couro, fixados com grandes pregos decorados e bordas com franjas. Algumas modificações no modo de viver podem ser notadas: a importância do salão diminuiu, deixando de ser o principal local de reunião da casa para se tornar um local de recepção. As refeições familiares aconteciam numa sala menor e os criados comiam em suas instalações próprias. A mesa de jantar passou a ficar permanentemente na sala e decorada de forma requintada. Popularizou-se o uso da mesa menor com abas e com gavetas. O mobiliário, em geral, deixou de ser arrumado junto à parede ou deslocar de sala em sala e passou a existir uma maior variedade de móveis, como mesas pequenas, armários baixos com duas ou três prateleiras abertas para guardar a baixela, cadeiras, etc. 14 15 Após a conquista do México e do Peru pelos espanhóis, a Inglaterra recebeu um fluxo regular de prata, o que aumentou o uso de baixelas expostas nas salas de jantar e salões. Ainda no século XVI, os carpinteiros utilizavam os trabalhos dos torneiros para fazerem a decoração das pernas dos móveis; muitas eram completamente torneadas. A marchetaria era muito utilizada na decoração das cabeceiras de cama, que podiam ser em painéis; muitas não tinham dossel, mas possuíam balaústres torneados no pé da cama (Fig. 8). Figura 8 – Cama com entalhes Fonte: Oates, 1981 Barroco Europeu Nos anos de 1500, século XVI, as artes passaram por uma transformação do clássico Renascimento para as leituras mais pessoais dos artistas. Foi o período chamado de Maneirismo, que também pode ser considerado como início do Barroco. Mais precisamente no século XVII, a arquitetura e as artes foram interpre- tadas mais livremente em relação aos preceitos clássicos. Suas linhas características baseavam-se nas curvas, nas formas superficiais fluentes e nos interiores, em que a pintura sugeria espaços celestes de infinita grandiosidade, verdadeiros cenários. A Igreja Católica precisava reafirmar seu poder, ameaçada pela Reforma Protestante. Com técnicas de pintura em perspectiva, os artistas tinham a missão de registrar a vida dos santos e de todo o universo celeste numa atmosfera que levava o fiel ao mais próximo contato com o divino. Na Itália, a construção era estimulada por um certo número de famílias enrique- cidas, algumas das quais deviam sua riqueza à proteção papal, e outras ao comércio . Esse espírito de competição entre as antigas e novas famílias ricas manifestou-se numa crescente ostentação de suas residências ou palazzos. 15 UNIDADE Renascimento, Barroco e Rococó E o estilo exagerado do Barroco adaptou-se perfeitamente a essa sociedade. Os saloni e salas de recepção eram o local da ostentação. A galeria, que podia ser encontrada apenas nos palácios dos príncipes, passou a ser a sala mais suntuosa das residências. Eram exibidos tetos com afrescos, coleções de pinturas e escul- turas. Os óveis eram concebidos mais para ostentação do que para uso cotidiano. Os conta dores eram utilizados para exposição de materiais preciosos. Cadeiras douradas semelhantes a tronos, muitas com entalhes nas pernas e braços e em cujo espaldar alto havia máscaras e querubins entrelaçados com folhagens (Fig. 9). Figura 9 – Cadeira semelhante a um trono Fonte: Oates, 1981 Os móveis foram projetados para esses salões e fora desse contexto possuíam dimensões e decoração exageradamente pretensiosas. As paredes eram cobertas de peles douradas, sedas luxuosas ou cortes de veludo. Reposteiros e estofados suntuosos finalizavam o conjunto. A inovação do período foi a mesa de console ou de encostar na parede com tampo em mármore colorido que ficava sobre uma base maciça talhada com figuras de querubins, sereias, escravos negros, conchas e golfinhos, folhagens ou águias. Seu efeito era de grande monumentalidade (Fig. 10). Figura 10 – Mesa com entalhes Fonte: Oates, 1981 16 17 Grandes espelhos continuavam sendo usados, agora com mais molduras. De dia, iluminavam as salas com a luz que entrava pelas janelas e, à noite, aumentavam a luminosidade de velas e lâmpadas (Fig. 11). Figura 11 – Espelho com moldura Fonte: Oates, 1981 As oficinas italianas produziam tampos de mármore com embutidos coloridos, que foram exportados por toda a Europa e eram montados em suportes de madeira dourada com talha. No século XVII, o contador substituiu o bufete como móvel de maior prestígio. O móvel era usado para guardar peças de colecionismo, como pedras preciosas, conchas, espécimes geológicos, manuscritos, moedas, medalhas ou porcelana fina. O aumento do comércio propiciou inovações na decoração, como a impor- tação de madeiras exóticas, entre as quais o ébano. Os artífices especializados no trabalho dessa madeira eram conhecidos como ebanistas (Fig. 12). Um aperfeiçoa mento das técnicas de fabricação de móveis permitiu o surgimento do painel curvo. A marchetaria também se desenvolveu com mais possibilidades de madeira folhada. Figura 12 – Trabalho de ebanistas Fonte: Oates, 1981 O mobiliário com bambu importado da Índia introduziu esse material na fabri- cação de espaldares e assentos de cadeiras mais leves e baratas. Outras importa- ções influenciaram o gosto ocidental, como os bordados e pinturas chinesas. 17 UNIDADE Renascimento, Barroco e Rococó Os laqueados orientais também foram copiados em arcas, contadores e painéis para biombos. A moda dos laqueados forneceu um novo repertório de desenhos de fantasia que sugeriam maior leveza ao móvel barroco, contribuindo para o caminho do novo estilo que surgia em seguida, o rococó. Em 1661, Luís XIV subiu ao trono na França e procurou cercar-se de artistas, estimulando sua produção para impressionar o resto da Europa. Em 1662, foi fundada a fábrica dos Gobelins de produção de objetos artísticos e de luxo. Seu primeiro diretor, Charles Le Brun, contratou os melhores talentos nacionais e estrangeiros com o intuito de criar novos padrões e criou um estilo francês novo. A fundação da fábrica teve muita relevância na história das artes de decoração francesas. Le Brun foi responsável por um estilo clássico e sóbrio, contrastando com o Barroco. A primeira grande tarefa foi decorar e mobiliar os interiores do novo Palácio de Versalhes, que precisava ter a maior opulência possível. O estilo que Charles Le Brun criou foi copiado por toda a Europa. A principal diferença do estilo da renascença italiana era que todos os objetos eram criados para fazer parte de um conjunto. O teto pintado, os ornamentos modelados, os tecidos, o mobiliário e os objetos de arte eram concebidos para combinarem entre si. Após a morte de Le Brun, em 1690, a direção da fábricafoi ocupada pelo arqui- teto e designer Jean Bérain, que criou um estilo mais leve e alegre, com arabescos combinando com figuras excêntricas, como chineses e macacos. Esse estilo foi o precursor do Rococó, influenciando um grande ebanista francês chamado André Charles Boulle, que contribuiu para a formação de uma identi dade para o móvel francês. Boulle ficou famoso pela marchetaria de latão e casco de tartaruga, usando-os de modo original. Também utilizava outros materiais, como prata, marfim e madrepérola. Sua capacidade como artífice era tão grande que podia moldar, fundir, gravar e dourar seus produtos, que tinham a mais alta qualidade. Recebia encomenda dos mais variados tipos de móveis, como estantes com portas espelhadas, contadores para medalhas e moedas, escrivaninhas e mesas para bibliotecas. O mais extravagante mobiliário que saiu da fábrica de Gobelins foi o de prata para o palácio de Versalhes. Quase todo o mobiliário do Salon de La Guerre, Galeries des Glaces e do dormitório do rei era de prata. Nessa época, as construções já contavam com mais divisões para usos diversos, como bibliotecas, salas de jantar, conforme a classe social. Os palácios e grandes casas europeias tentavam copiar a moda de Versalhes. No dormitório, a cama era o destaque principal, suntuosamente estofada e en- volta com cortinas que cobriam sua armação (Fig. 13). 18 19 Figura 13 – Cama cerimonial – Reinado Luís XIV Fonte: Oates, 1981 As cadeiras da corte francesa eram bem estofadas, com assentos amplos e baixos , espaldares altos e braços com apoios curvos. Uma poltrona com orelhas que ocultavam a face da pessoa que estava sentada foi a precursora da poltrona bergére do século XVIII. Outro notável arquiteto e designer da época foi Daniel Marot, que foi empre- gado por reis da Holanda e da Inglaterra. Na Inglaterra, desenhou os interiores do Palácio de Hampton Court. Fez publicações que influenciaram os artífices ingleses. Uma cadeira leva seu nome (Fig. 14). Figura 14 – Cadeira Marot Fonte: Oates, 1981 Marot criou camas com cabeceiras estofadas e grande abundância de cortinas; usava franjas trabalhadas nos baldaquinos que se elevavam até o teto. O Barroco na Inglaterra foi um pouco mais suave, com formas mais sóbrias, pormenores mais finos e talha menos exuberante. Produziam o mobiliário de uso corrente, mas importavam peças de luxo, como os contadores e espelhos. 19 UNIDADE Renascimento, Barroco e Rococó Um dos primeiros sofás totalmente estofados surgiu em 1620 em Knole. Tinha apoios para a cabeça também estofados e inclinava-se por meio de um sistema de engrenagens. Na época era muito luxuoso. Atualmente existe uma versão moderna desse sofá conhecida pelo nome de sofá Knole (Fig. 15). Figura 15 – Sofá Knole Fonte: Oates, 1981 A arca começou a perder a popularidade pela dificuldade de armazenar e pegar objetos guardados mais ao fundo. Primeiro o uso de caixas e depois de gavetas foram evoluindo a peça para o que conhecemos como cômoda. Um incêndio de grandes proporções em Londres, em 1666, impulsionou a indústria de mobiliário, que precisou suprir, em quantidade, a necessidade de novos móveis. O surgimento de novos estilos e materiais foi estimulado pelos itens presentes nas construções, como janelas largas de guilhotina e ambientes mais ilumi nados e arejados. O antigo mobiliário não combinava com os interiores mais elegantes das novas residências. O incêndio provocou uma escassez de madeiras, que precisaram ser importadas da Noruega e da Dinamarca. Em troca, os ingleses pagavam com móveis, que aca- baram influenciando o mobiliário escandinavo até o início do século XIX. As costas e assentos das cadeiras eram produzidos em palhinhas; camas de dia, com estrado de palhinha e cabeceiras reguláveis, faziam conjunto com as cadeiras. As cadeiras ricamente estofadas eram da época Stuart, algumas com orelhas para proteção das correntes de ar. Por influência da moda de vestuário, o espaldar das cadeiras foi aumentando de altura, conforme a gola de tufos engomada foi caindo em desuso. Na época dos reis William e Mary, da Inglaterra, apareceram cadeiras com espaldar mais alto já produzidas na história, combinando com a altura das perucas e cabeleiras da época. O mobiliário americano (Fig. 16), no período da colonização , apresentava qualidade e seguia as mudanças do estilo inglês, porém seu traçado era simples e funcional. A maioria era produzida com madeiras nativas e apenas as cidades ligadas à costa é que conseguiam receber as novidades da Inglaterra e de outros centros europeus de forma mais rápida. 20 21 Figura 16 – Mobiliário americano Fonte: Oates, 1981 Já no século XVII, o mobiliário americano copiava modelos europeus, como as mesas, por exemplo. Embora os lares tivessem poucos móveis, as toalhas de mesa, almofadas e cortinas decoravam alegremente os ambientes. Na virada do século, a população aumentava rapidamente junto com as cidades e o padrão de vida acom- panhava o europeu (Fig. 17). Figura 17 – Mobiliário americano Fonte: Oates, 1981 Rococó Rococó é o estilo artístico que surgiu na França como uma variação do Barroco. Mais leve e intimista, foi usado, inicialmente, em decoração de interiores. Desenvol- veu-se na Europa durante o século XVIII, disseminando-se para todas as artes. Foi um movimento vigoroso até a reação neoclássica no final do século. Difundiu-se além da França, principalmente na parte católica da Alemanha, na Prússia e em Portugal. O reinado de Luís XIV chegou ao fim em 1715 e havia certa monotonia com o estilo de vida ostentoso no palácio até então. Muitos cortesãos afastaram-se de Versalhes e voltaram a viver em suas casas redecoradas em Paris. 21 UNIDADE Renascimento, Barroco e Rococó O regente Filipe, Duque de Orleans, transferiu a Corte para sua casa, o Palais Royal, em Paris, e Luís XV, que possuía apenas cinco anos, passou a viver num ambiente mais intimista e descontraído. Esse clima menos formal e numa escala mais doméstica orientou a moda para novas direções de elegância e conforto. O mobiliário rococó correspondia aos padrões da etiqueta e do comportamento da corte. Nessa época tinha-se consciência da rigidez da etiqueta e dos benefícios dos espaços íntimos. No estilo Rococó, havia distinção entre os espaços sociais e privados, demons- trando a preocupação com o conforto e a privacidade, conceitos realmente novos até então. No século XVIII, a noção de conforto estava mais ligada aos nossos ideais do que em qualquer outra época, e muitas peças desse período ainda estão em uso hoje em dia. Os assentos, sofás e cadeiras eram uniformemente decorados, formando faixas coloridas em volta dos cômodos, e todo o mobiliário era disposto simetricamente. Os temas mais utilizados eram cenas galantes da vida na corte, mitologia, temas pastorais, alusões ao teatro italiano, motivos religiosos e farta estilização naturalista do mundo vegetal em molduras e ornamentos. O termo deriva do francês rocaille, que significa “embrechado”, técnica de incrustação de conchas e fragmentos de vidro utilizados em grutas artificiais dos jardins, que possuíam jatos de água, cascatas, rochas dispostas com fantasia, gotas de gelo, etc. Ex pl or Na França, o Rococó é também chamado estilo Luís XV. Suas características são o uso excessivo de formas curvas e profusão de elementos decorativos, tais como conchas, laços e flores. É um estilo mais leve que o Barroco, possui um caráter intimista, com elegância, alegria, frivolidade e exuberância. Durante o período do Iluminismo, entre 1700 e 1780, o Rococó foi a principal corrente da arte e da arquitetura pós-barroca. Nos primeiros anos do século XVIII, o centro artístico da Europa transferiu-se de Roma para Paris. A partir da obra do decorador francês Pierre Lepautre, o rococó surgiu, a princí- pio, apenas como um novo estilo decorativo. As cores vivas foram substituídas por tons pastéis, como o verde-claro e o cor-de-rosa, a luz difusa nosinteriores obtida por meio de numerosas janelas e o relevo exagerado das superfícies talhadas deu lugar a texturas suaves. A estrutura das construções ganhou leveza e o espaço interno ficou mais inte- grado, com maior graça e intimidade. Uns dos principais arquitetos, Johann Michael Fischer, (1692-1766), foi responsável pela construção da abadia beneditina de Ottobeuren, marco do Rococó bávaro. Grande mestre desse estilo, construiu vários edifícios na Baviera e restaurou dezenas de igrejas, mosteiros e palácios. Na escultura e na pintura da Europa oriental e central, ao contrário do que ocorreu na decoração e na arquitetura, não é possível traçar uma linha divisória entre o 22 23 Barroco e o Rococó tanto no estilo como na cronologia. Mais do que nas peças úni- cas, é em sua disposição dentro dos ambientes que se manifesta o espírito Rococó. A arte que se desenvolveu dentro do estilo Rococó pode ser caracterizada como requintada, aristocrática e convencional; deixou de lado os excessos de linhas retorcidas que expressam as emoções humanas e buscou formas mais leves e delicadas. Durante o século XVIII, as residências foram se tornando mais requintadas e os aposentos tradicionais de cerimônia foram ficando fora de moda. Luís XV e Madame Pompadour levavam uma vida privada com conforto nos petits appartements de Versalhes e recebiam amigos mais íntimos. Muitas salas e salões foram concebidos em forma oval e as paredes cobertas com pinturas de cores claras e suaves. São exemplos: o “Hotel de Soubise”, construído por Germain Boffrand e decorado por Nicolas Pineau entre 1736 e1739, e o “Petit Trianom”, construído por Jaques Ange Gabriel entre 1762 e1768. Importante! O papel hierárquico das cadeiras foi desaparecendo na descontraída atmosfera do pe- ríodo do reinado de Luís XV e surgiram vários modelos. O elegante fauteuil en cabriolet era uma cadeira de braços curtos e estofados e encurvados para fora, costas côncavas acomodavam os vestidos armados da época. Você Sabia? A favorita das senhoras para as proporções dos vestuários era a famosa bergère, uma cadeira de braços, confortável, baixa e larga. Também existia na versão com orelhas. A marquise era um sofá com a forma da bergère, mais larga e mais funda para duas pessoas. Também surgiu uma chaise-longue, chamada duchesse, com duas ou três partes, bem estofada, com um lado mais alto que o outro com formato da bergère (Fig. 18). Figura 18 – Bergère de 1720 Fonte: Oates, 1981 As chaises ficavam posicionadas no centro da sala, prontas para o uso e para serem transportadas pela casa (Fig. 19). 23 UNIDADE Renascimento, Barroco e Rococó Figura 19 – Duchesse ou Chaise-longue em três partes Fonte: Oates, 1981 No estilo Luís XV, surgiram inúmeros modelos de secretárias e mesas com gavetas e compartimentos. Alguns modelos eram feitos exclusivamente para as senhoras, como alguns tipos de escrivaninhas (Fig. 20). Figura 20 – Mesa secretária ou escrivaninha Fonte: Oates, 1981 A marchetaria continuou sendo muito usada, presente em grande parte dos móveis. Demonstrava a habilidade do artesão e o valor do mobiliário naquela época. Durante esse período, surgiu a moda chamada Chinoiserie, sob inspiração oriental. Chinoiserie é um termo francês que denota efeitos decorativos empregados pelos europeus, a partir da divulgação das artes orientais e particularmente da chinesa, usados intensamente na Europa dos séculos 18 e 19. O termo não se aplica a trabalhos realizados na própria China. Na mesma região aconteceu fenômeno semelhante com a influência japonesa, que tomou o nome francês japonisme. Os contatos iniciais dos europeus começaram após o regresso de Marco Polo de sua viagem à China, por volta de 1270. Continuaram com os viajantes portugueses, quando Vasco da Gama (1498) descobriu o caminho marítimo da Europa para a Índia e, por consequência, abriu os horizontes do Extremo Oriente. Ex pl or Móveis importados do oriente faziam grande sucesso entre ebanistas e artesãos europeus, que imitaram as técnicas e motivos orientais. As requintadas cortes euro- peias dirigiam o olhar para Paris como guia de moda e, assim, o encantador estilo espalhou-se rapidamente pela Europa, do leste da Rússia ao sul até a Itália e ao norte até a Suécia. 24 25 Na Itália, o estilo era mais exagerado, com dimensões não tão proporcionais e equilibradas como no restante dos países. As cores também eram mais chamativas. Na Inglaterra, durante o reinado da Rainha Ana, de 1702 a 1714, surgiu um estilo de móveis com características simples e elegante que substituiu a ornamentação . As peças tinham um acentuado estilo curvilíneo usado nos suportes para vários tipos de mesas e cadeiras, propiciando um traço de linhas mais finas e suaves. O mobiliário, denominado estilo Queen Anne, possuía uma graciosidade elegante, simples e racional. Após o surgimento de um ritual de chá ou café após o jantar, criou-se, por volta de 1720, a mesa de chá com tampo redondo e três pés. O tampo era apoiado sob uma coluna central seguida de três pés com acabamento em garras e bolas, muitas vezes ainda em formato de patas de animais. A anfitriã e suas convidadas dirigiam-se para a sala de chá, onde preparavam as bebidas e depois juntavam-se aos homens. Um importante designer, Thomas Chippendale, criou modelos de móveis de estilo rococó, porém com uma interpretação bem pessoal. Chippendale fundou uma fábrica de artigos de decoração por volta de 1753, trabalhou com livros de modelos de seus móveis e artigos, influenciando o design de móveis na Inglaterra, na Europa e até nos Estados Unidos e em outras colônias inglesas (Fig. 22). Figura 21 – Estilo Chippendale Fonte: Oates, 1981 25 UNIDADE Renascimento, Barroco e Rococó Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Sites Museu do Louvre https://goo.gl/P6x5b9 Metropolitan Museum of Art https://goo.gl/2ewtXN Art finding https://goo.gl/eQE3Eh Leitura Furniture Styles https://goo.gl/ADiB6F 26 27 Referências BARBOSA, M. I. História de estilos e decoração. São Paulo: Editora Metalivros, 2011. (eBook) DENIS, R. C. Uma introdução à história do design. São Paulo: Edgard Blucher, 2010. (eBook) DESIGN MUSEUM. Como criar uma cadeira. São Paulo: Editora Gutenberg, 2011. (eBook) MONTENEGRO, R. Guia da história do mobiliário. São Paulo: Presença, 1995. (eBook) MOUTINHO, S. O.; LONDRES, R.; PRADO, R. B. Dicionário de artes decora- tivas e decoração de interiores. São Paulo: Lexikon, 2011. OATES, Phyllis Bennet. História do mobiliário ocidental. Lisboa: Presença, 1991. 27
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