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PRÁTICA JURÍDICA EM DIREITO PENAL
Arquivo de aula
PANORAMA DA PERSECUÇÃO PENAL
“Persecução Criminal é todo o caminho trilhado pelo Estado a fim de se apurar a autoria e a materialidade de um delito para que ao final seja prolatada uma sentença penal justa.” (BELL0, 2020)
Pode ser dividida em duas fases: investigativa e processual. 
INVESTIGAÇÃO PRELIMINAR
Consiste na apuração da verdade (esclarecimento de fato) por meio de coleta de elementos de convicção sobre materialidade e autoria de suposta infração penal, com função de preservar direitos fundamentais e contribuir com a persecução penal, seja para subsidiar ação penal ou para fundamentar arquivamento.
É atividade essencial e exclusiva do Estado exercida pela Polícia Judiciária, com presidência do Delegado de Polícia (art. 144, CF/88 e art. 2º, § 1º, Lei nº 12.830/13)
≠ preservação da ordem pública (prevenção) 
≠ Acusação (art. 129, I, II e VIII, CF/88)
≠ Investigação criminal defensiva (Lei nº 13.432/17)
≠ Inteligência (art. 1º, § 2º, Lei nº 9.883/99)
PROCEDIMENTOS DE INVESTIGAÇÃO POLICIAL
TERMO CIRCUNSTANCIADO DE OCORRÊNCIA (TCO) – art. 61, Lei nº 9.099/95
BOLETIM DE OCORRÊNCIA CIRCUNSTANCIADO (BOC) – art. 173, ECA
INQUÉRITO POLICIAL (IP) – art. 5º, CPP
VERIFICAÇÃO DE PROCEDÊNCIA DA INFORMAÇÃO (VPI) – art. 5º, § 3º, CPP
POLÍCIA ADMINISTRATIVA X POLÍCIA JUDICIÁRIA
	POLÍCIA ADMINISTRATIVA	POLÍCIA JUDICIÁRIA
	Prevenção de infrações penais	Repressão de infrações penais por meio de apuração (investigação) criminal
	PM, PRF, PFF
Guarda municipal
Polícia legislativa	Polícia Civil
Polícia Federal
POLÍCIA ADMINISTRATIVA
Polícia Militar: policiamento ostensivo das vias públicas (art. 144, § 5º, CF88; art. 3º, DL 667/69; art. 2º, D. 88.777/83);
Polícia Rodoviária Federal: patrulhamento ostensivo das rodovias federais (art. 144, § 2º, CF/88; art. 2º-A, Lei nº 9.654/98);
Polícia Ferroviária Federal: patrulhamento das ferrovias federais (art. 144, § 3º, CF/88);
d) Guarda Municipal: policiamento ostensivo para proteção de bens e serviços e instalações municipais (art. 144, §8º, CF/88; art. 3º, III, Lei nº 13.022/14);
e) Polícia Legislativa: manutenção da ordem pública, tanto não por haver autorização expressa para investigar, quanto por ser a atividade de polícia judiciária da União exclusiva da PF (art. 51, IV, 52, XIII e 32, § 3º, CF/88);
f) Polícia Federal: polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras (art. 144, § 1º, II e III, CF/88). 
Órgãos de trânsito (art. 144, § 10, CF/88) – evitar ilícitos de trânsito, o que acata por evitar ilícitos penais.
Sistema penitenciário (art. 144, VI, CF/88) – evitar cometimento de faltas disciplinares, o que evita a prática de crimes também.
Perícia/polícia científica/polícia técnica – ajuda a desvendar crimes.
POLÍCIA JUDICIÁRIA
Polícia Federal (art. 144. § 1º, I e II, CF/88)
Crimes contra a Segurança Nacional (Lei nº 7.170/83 + Lei nº 13.260/16)
Crimes federais (art. 109, IV, CF/88)
Crimes graves (repercussão interestadual e internacional – Lei nº 10.446/02)
b) Polícia Civil (art. 144, § 4º, CF/88) – crimes estaduais, municipais e contra as SEM federais.
QUAL A POSTURA DO ADVOGADO DURANTE A FASE PRELIMINAR?
Durante a investigação, a função principal do advogado é proteger os direitos e garantias de seu cliente, ora indiciado, termo mais técnico para ser utilizado nesse momento, até porque acusado é o nome daquele que já está sendo processado. Eventuais arbitrariedades ou desrespeitos devem ser objeto de intervenção jurídica protetiva por parte do advogado. Ainda, eventuais medidas judiciais só são permitidas por quem tem capacidade postulatória, como os pedidos de relaxamento de prisão, liberdade provisória e revogação da prisão preventiva. Evidentemente que o habeas corpus também poderá ser impetrado, mas não existe a necessidade de isso ocorrer por meio de advogado, como todos nós sabemos (BELLO, 2020).
DEVIDO PROCESSO LEGAL x art. 6º, CPP
CONTRADITÓRIO
Art. 7º, EOAB (Lei nº 8.906/1994:
XXI – assistir a seus clientes investigados durante a apuração de infrações, sob pena de nulidade absoluta do respectivo interrogatório ou depoimento e, subsequentemente, de todos os elementos investigatórios e probatórios dele decorrentes ou derivados, direta ou indiretamente, podendo, inclusive, no curso da respectiva apuração. 
AMPLA DEFESA
CF/88:
Art. 5.º (...)
LXIII – o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado.
CPP:
Art. 186. Depois de devidamente qualificado e cientificado do inteiro teor da acusação, o acusado será informado pelo juiz, antes de iniciar o interrogatório, do seu direito de permanecer calado e de não responder perguntas que lhe forem formuladas. (Redação dada pela Lei 10.792, de 1.º.12.2003)
Mandado de Segurança. 2. Comissão de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados. Instauração de processo por quebra de decoro parlamentar contra deputado federal. Ampla defesa e contraditório. Licença médica. 3. As garantias constitucionais fundamentais em matéria de processo, judicial ou administrativo, estão destinadas a assegurar, em essência, a ampla defesa, o contraditório e o devido processo legal em sua totalidade, formal e material (art. 5.º, LIV e LV, da Constituição). 4. O processo administrativo-parlamentar por quebra de decoro parlamentar instaurado contra deputado federal encontra sua disciplina no Código de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados e no Regulamento do Conselho de Ética daquela Casa Legislativa, a partir do disposto nos incisos III e IV do art. 51 da Constituição, e se legitima perante o rol dos direitos e garantias fundamentais da Carta de 1988 quando seus dispositivos são fixados pela competente autoridade do Poder Legislativo e preveem ampla possibilidade de defesa e de contraditório, inclusive de natureza técnica, aos acusados. 5. Tal como ocorre no processo penal, no processo administrativo-parlamentar por quebra de decoro parlamentar o acompanhamento dos atos e termos do processo é função ordinária do profissional da advocacia, no exercício da representação do seu cliente, quanto atua no sentido de constituir espécie de defesa técnica. A ausência pessoal do acusado, salvo se a legislação aplicável à espécie assim expressamente o exigisse, não compromete o exercício daquela função pelo profissional da advocacia, razão pela qual neste fato não se caracteriza qualquer espécie de infração aos direitos processuais constitucionais da ampla defesa ou do contraditório. 6. Ordem indeferida (MS 25.917/DF, Tribunal Pleno, Rel. Min. Gilmar Mendes, j. 01.06.2006).
SIGILO
CPP:
Art.20. A autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse da sociedade.
CF/88:
Art. 5.º (...)
LX – a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem;
Súmula Vinculante 14:
É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa.
EOAB:
XIV – examinar, em qualquer instituição responsável por conduzir investigação, mesmo sem procuração, autos de flagrante e de investigações de qualquer natureza, findos ou em andamento, ainda que conclusos à autoridade, podendo copiar peças e tomar apontamentos, em meio físico ou digital.
A REDAÇÃO FORENSE
SABBAG: “O Direito é a profissão da palavra, e o operador do Direito, mais que qualquer outro profissional, precisa saber usá-la com conhecimento, tática e habilidade. Deve-se prestar muita atenção à principal ferramenta de trabalho que é a apalavra escrita e falada, procurando transmitir melhor o pensamento com elegância, brevidade e clareza.”
SABBAG: “Não se pode confundir a linguagem polida ou solene com expressões de subserviência, oriundas de um anacronismo extemporâneo, tais como os termos ‘suplicante’e ‘suplicado’. Tais vocábulos são resquícios de vassalagem, vindos do tempo da Casa de Suplicação, já sepultada pela inexorabilidade dos séculos, mas não por alguns profissionais menos avisados. Como enfatiza Cândido Dinamarco, ‘O Juiz é homem de seu tempo’, que exerce uma das mais nobres atribuições conferidas às pessoas na sociedade organizada”
SABBAG: “Por seu turno, o advogado exercita nobre mister ao meio social. Ambos, juiz e advogado, não necessitam expressar-se com a utilização de linguagem esotérica e retórica, quando não servil, sob pena de lhes servir o rótulo de ‘chatos’. Quem é o chato? Walter Winchell define com argúcia: ‘Chato: um sujeito que envolve uma ideia de dois minutos num palavreado de duas horas’”.
A BOA LINGUAGEM
Organização das ideias
Correção
Concisão 
Clareza
Precisão
Naturalidade
Originalidade
Nobreza 
Harmonia 
A PETIÇÃO INICIAL
NASCIMENTO: “ constitui lição velha, desde os praxistas, que a Petição Inicial deve ser ‘silogismo’. O silogismo é um raciocínio, mediante o qual ‘da posição de duas coisas, decorre, outra, só por estas terem sido postas’ (Aristóteles); ou, mais simplesmente, é um argumento dedutivo formado de três proposições encadeadas, de tal modo que das duas primeiras se infere necessariamente a terceira. Essas proposições chamam-se premissa maior, premissa menor e conclusão.”
 FATO → premissa menor
DIREITO → premissa maior
PEDIDO → conclusão
A articulação da petição
TESE: é a exposição do tema, por meio de elaboração do parágrafo introdutório. Neste se transmite a ideia central, delineando o que se pretende expor nos articulados que serão a seguir expostos. Na introdução define-se o problema/objeto.
DESENVOLVIMENTO OU ARGUMENTAÇÃO: a exposição dos argumentos norteadores da tese. Representa os parágrafos seguintes à introdução ou tese, nos quais fará o desenvolvimento da linha argumentativa, por meio de uma visão crítica do tema ora proposto.
CONCLUSÃO: condensa a essência do conteúdo desenvolvido, reafirmando o posicionamento exposto na ‘tese’, permitindo-se uma efetiva ‘retomada’ daquela. 
	SUBSTANTIVO	ADJETIVO
	SENTENÇA	Respeitável sentença
	ACÓRDÃO	Venerando acórdão
	TRIBUNAL	Egrégio Tribunal
	CÂMARA/TURMA JULGADORA	Colenda Câmara
	RELATOR/DEFENSOR	Culto Relator/ Nobre Defensor
	PATRONO	Culto Patrono
	JUIZ	Meritíssimo Juiz
	JUÍZO	Digníssimo Juízo
	JULGADOR	Ínclito Julgador
	PROMOTOR/PROCURADOR DE JUSTIÇA	Nobre Promotor 
	Elementos de ligação I	Elementos de ligação II	Qualificativo	verbo	Latim
	Nesse sentido	Necessário se faz mencionar	Ilustre Fulano	Preconiza	In verbis
	A esse propósito	Faz-se mister trazer à colação	Eminente Fulano	Assevera	Ipsis litteris
	Nesse diapasão	Impende destacar o	Renomado Fulano	Aduz	Verbis
	A corroborar o exposto acima	Insta transcrever 	Ínclito Fulano	Preleciona	Ad litteram
	Nesse passo	É de todo oportuno trazer à baila	Preclaro Fulano	obtempera	Verbo ad verbum
	EVITE	TROQUE POR
	Face às dificuldades, ....	Em face das dificuldades,....
Diante das dificuldades,....
Ante as dificuldades, ....
	Perante o ocorrido, .....	Perante o ocorrido, ....
	Ante a isso, .....	Ante isso, ....
Latimacetes
Mutatis mutandis
Sic
A priori e a posteriori
In casu
Venia concessa
In verbis
Ex positis
Ex vi
In albis
In pari causa
In fine
V.g./E. g.
I. e.
Apud 
Pari passu
Inaudita altera parte
Ipso facto
(De) Per se
Sine die
Sine qua non
Punctum pruriens – punctum saliens
Habeas corpus
Ab initio
Ab irato
Absente reo
Ad cautelam
Ad instar
Ad libitum
Ad nutum
Ex professo
In loco – in situ
NOTITIA CRIMINIS
	NOME:	Notícia crime
	ARTIGO:	CPP:
Art.5.º Nos crimes de ação pública o inquérito policial será
iniciado:
I – de ofício;
II – mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério
Público, ou a requerimento do ofendido ou de quem tiver
qualidade para representá-lo.
	PRAZO:	-
	SERVE PARA:	Iniciar o Inquérito Policial
	OBSERVAÇÕES:	Não precisa ser elaborada por advogado 
Tem o único intuito de comunicar um eventual delito para que a Polícia Judiciária tenha condições mínimas de iniciar as investigações. 
Não gera obrigatoriedade na autoridade policial em iniciar o procedimento investigativo.
Pode ser apresentada de forma oral.
As testemunhas serão arroladas, evidentemente, se tivermos subsídios para inserirmos.
A capitulação jurídica pode ser colocada, apesar de não ser exigido pelo noticiante conhecimento jurídico.
MODELO DE PEÇA
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DELEGADO DE POLÍCIA TITULAR DA DELEGACIA DE ______________ DO ESTADO______________
(linhas)
________________ (nome + qualificação completa), vem por seu advogado infra-assinado, com fundamento no artigo 5.º, II,1 do Código de Processo Penal apresentar, NOTÍCIA-CRIME pelos motivos a seguir aduzidos:
I – Dos Fatos
→ narrar os fatos de forma simples e reduzida.
II – Do Direito
→ adaptação do que ocorreu no mundo dos fatos com preceitos legais. Colocar dispositivo de lei.
III – Do Pedido
Diante do exposto, requer a abertura do Inquérito Policial com intuito de se iniciarem as devidas investigações com o objetivo de se obter os indícios de autoria e a materialidade do delito.
Requer ainda a notificação das testemunhas abaixo arroladas.
Termos em que,
Pede Deferimento,
Município, data
Advogado
Inscrição n.º
ROL DE TESTEMUNHAS:
PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL
Lourdes e sua família resolvem passar o feriado da semana santa em sua casa deverão no litoral fluminense na cidade de Búzios. Sua casa é lindíssima, bem localizada, perto da Rua das Pedras. A viagem transcorre com bastante tranquilidade, todos bem animados para curtir praias, piscina e esportes. Entretanto, ao chegarem perto da casa, notam 2 pessoas saindo correndo da mesma. Por ser noite, Lourdes e sua família não possuem condições de identificar quem seriam. Aproximam-se da casa e percebem que ela está arrombada. O marido de Lourdes é o primeiro a entrar e nota a casa revirada. No quarto do casal algumas joias que Lourdes havia deixado no final de semana anterior sumiram e seu marido nota que sumiram R$ 2.000,00 de seu armário. Inconformados, Lourdes e o marido ligam para você, advogado, a adotar a medida escrita inicial cabível para o fato apresentado.
RELAXAMENTO DE PRISÃO
	NOME:	Relaxamento de Prisão
	ARTIGO:	Art. 5.º, LXV, da CF: a prisão ilegal será imediatamente relaxada
pela autoridade judiciária;
Art. 310, I, do CPP: Ao receber o auto de prisão em flagrante, o
juiz deverá fundamentadamente:
I – relaxar a prisão ilegal;
	PRAZO:	-
	SERVE PARA:	Contracautela específica de uma prisão ilegal
	OBSERVAÇÕES:	Peça jurídica interposta ao magistrado, na qual deve ser apenas demonstrada a ilegalidade da prisão. Muito utilizada para flagrantes considerados ilegais, tais como o forjado ou até mesmo em desrespeito ao art. 306 do Diploma Processual Penal.
Nesse instante não se deve analisar o mérito da questão, e sim apenas o título prisional. Seu objetivo é o alvará de soltura.
MODELO DE PEÇA
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ____ VARA CRIMINAL DA COMARCA __________ DO ESTADO ______________
________________ (nome + qualificação completa), vem por seu advogado infra-assinado, com fundamento no art. 5.º, LXV, da Constituição da República c/c art. 310, I, do CPP, requerer, por ser medida de justiça, com base nos fatos e fundamentos abaixo RELAXAMENTO DE PRISÃO,
I – Dos Fatos
II – Dos Fundamentos
(demonstração da ilegalidade da prisão)
III – Do Pedido
Isto posto, requer, imediatamente, que seja reconhecida a ilegalidade da prisão e, concedido o presente Relaxamento de Prisão, nos termos do já citado artigo constitucional, com a consequente expedição de Alvará de Soltura.
N. Termos
P. Deferimento,
Município, Data
Advogado
PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL – VI EXAME
No dia 10 de março de 2011, após ingerir um litro de vinho na sede de sua fazenda, José Alves pegou seu automóvel e passou a conduzi-lo ao longo da estrada que tangencia sua propriedade rural. Após percorrer cerca de dois quilômetros na estrada absolutamente deserta, José Alves foi surpreendido por uma equipe da PolíciaMilitar que lá estava a fim de procurar um indivíduo foragido do presídio da localidade. Abordado pelos policiais, José Alves saiu de seu veículo trôpego e exalando forte odor de álcool, oportunidade em que, de maneira incisiva, os policiais lhe compeliram a realizar um teste de alcoolemia em aparelho de ar alveolar.
Realizado o teste, foi constatado que José Alves tinha concentração de álcool de um miligrama por litro de ar expelido pelos pulmões, razão pela qual os policiais o conduziram à Unidade de Polícia Judiciária, onde foi lavrado Auto de Prisão em Flagrante pela prática do crime previsto no art. 306 da Lei 9.503/1997, c/c art. 2.º, inciso II, do Decreto 6.488/2008, sendo-lhe negado no referido Auto de Prisão em Flagrante o direito de entrevistar-se com seus advogados ou com seus familiares.
Dois dias após a lavratura do Auto de Prisão em Flagrante, em razão de José Alves ter permanecido encarcerado na Delegacia de Polícia, você é procurado pela família do preso, sob protestos de que não conseguiam vê-lo e de que o delegado não comunicara o fato ao juízo competente, tampouco à Defensoria Pública.
Com base somente nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo caso concreto acima, na qualidade de advogado de José Alves, redija a peça cabível, exclusiva de advogado, no que tange à liberdade de seu cliente, questionando, em juízo, eventuais ilegalidades praticadas pela Autoridade Policial, alegando para tanto toda a matéria de direito pertinente ao caso.
PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL 2
Vitinho, famoso assaltante de carros na área do Batel em Curitiba – Paraná, está sendo procurado pela polícia local. Ao que tudo indica, em todos os finais de semana o famoso gatuno ataca perto da área de bares e restaurantes. O Delegado com atribuição na área, pressionado pelo Governo do Estado, adota algumas medidas urgentes para prender o assaltante o mais rápido possível. Destaca dois agentes de sua equipe para montarem uma operação na área. Primeiramente utilizam um carro importado dos mais caros que se localiza apreendido no pátio da delegacia com a intenção de colocá-lo em uma das ruas do Batel com a luz interna ligada com a intenção única e exclusiva de motivar a ação criminosa. Em segundo lugar, os dois agentes, disfarçados, se colocam em pontos estratégicos da localidade com uma boa visão do carro importado e de toda a área.
No segundo dia de operação, o famoso assaltante aparece no local e, sem pestanejar, se interessa pelo carro importado colocado pelos policiais. Já dentro do carro, tentando fazer a famosa ligação direta, Vitinho é abordado e preso pelos policiais. Encaminhado ao Distrito Policial, todas as formalidades são cumpridas, inclusive a comunicação ao advogado. Você, nesta condição, qual medida, exclusiva de advogado, adotaria?
LIBERDADE PROVISÓRIA
	NOME:	Liberdade Provisória
	ARTIGOS:	Art. 5.º, LXVI, da CF: ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança;
Art. 310, III, do CPP: Ao receber o auto de prisão em flagrante, o
juiz deverá fundamentadamente:
(...)
III – conceder liberdade provisória, com ou sem fiança.
Parágrafo único. Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, que o agente praticou o fato nas condições constantes dos incisos I a III do caput do art. 23 do Decreto-lei n.º 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal, poderá, fundamentadamente, conceder ao acusado liberdade provisória, mediante termo de comparecimento a todos os atos processuais, sob pena de revogação.
	ARTIGO:	Art. 321. Ausentes os requisitos que autorizam a decretação da prisão preventiva, o juiz deverá conceder liberdade provisória, impondo, se for o caso, as medidas cautelares previstas no art. 319 deste Código e observados os critérios constantes do art. 282 deste Código. 
I – Revogado
II – Revogado
Art. 322. A autoridade policial somente poderá conceder fiança nos casos de infração cuja pena privativa de liberdade máxima não seja superior a 4 (quatro) anos.
Parágrafo único. Nos demais casos, a fiança será requerida ao juiz,
que decidirá em 48 (quarenta e oito) horas.
	PRAZO:	-
	SERVE PARA:	Contracautela específica de uma prisão em flagrante legal, porém
não necessária.
	OBSERVAÇÕES:	Mais uma peça jurídica direcionada ao magistrado e que tem por objetivo possibilitar que o indiciado ou acusado possa responder em liberdade. Não uma liberdade plena, mas uma liberdade vinculada, principalmente com o comprometimento de comparecer a todos os atos processuais. Esta peça também se reveste de certa simplicidade em sua feitura, pois se exige apenas a demonstração dos requisitos autorizadores da medida de liberdade provisória. Não se enfrenta o mérito da questão.
→ Sistema polimorfo
→ A liberdade provisória é uma medida alternativa, de caráter substitutivo em relação à prisão preventiva, que fica efetivamente reservada para os casos graves, em que sua necessidade estaria legitimada.
→ É a liberdade provisória uma forma de evitar que o agente preso em flagrante tenha sua detenção convertida em prisão preventiva. Daí por que, quando um juiz nega o pedido de liberdade provisória da defesa, homologa a prisão em flagrante e decreta a prisão preventiva atendendo o requerimento do Ministério Público, o habeas corpus impetrado será para obter a concessão de liberdade provisória (que deveria ter sido concedida antes, mas não o foi) e não para revogação da prisão preventiva; ou ainda para obter a substituição da prisão preventiva por uma medida cautelar diversa (LOPES JR., 2020).
E quando há prisão em flagrante, servindo de medida preparatória para a decretação da prisão preventiva, e, posteriormente, esse fundamento (periculum libertatis) desaparece, é caso de revogação ou de concessão de liberdade provisória?
É caso de revogação. O desaparecimento do suporte fático, da situação acautelatória que suporta a prisão preventiva (periculum libertatis), conduz à revogação da medida cautelar (LOPES JR., 2020). 
Regime Jurídico da Liberdade Provisória
a) Liberdade provisória com fiança;
b) Liberdade provisória com fiança e outra(s) medida(s) cautelar(es) diversa(s) prevista(s) no art. 319 do CPP;
c) Liberdade provisória sem fiança, mas com a submissão à(s) medida(s) cautelar(es) diversa(s) prevista(s) no art. 319 do CPP;
d) Liberdade provisória sem fiança, mas com obrigação de comparecer a todos os atos do processo, quando o agente praticar o fato ao abrigo de uma causa de exclusão da ilicitude (art. 310, parágrafo único).
Da Fiança: é uma contracautela, uma garantia patrimonial, caução real, prestada pelo imputado e que se destina, inicialmente, ao pagamento das despesas processuais, multa e indenização, em caso de condenação, mas, também, como fator inibidor da fuga (LOPES JR., 2020). 
Art. 336. O dinheiro ou objetos dados como fiança servirão ao pagamento das custas, da indenização do dano, da prestação pecuniária e da multa, se o réu for condenado. 
Parágrafo único. Este dispositivo terá aplicação ainda no caso da prescrição depois da sentença condenatória.
A fiança passa a ter duas dimensões de atuação:
Aplicada no momento da concessão da liberdade provisória – art. 310 – portanto, como condição imposta neste momento e vinculada à liberdade provisória;
2. Como medida cautelar diversa (art. 319).
a) Valor:
- Fixada em salários mínimos, a fiança deve observar o binômio gravidade do delito e possibilidade econômica do agente, nos termos dos arts. 325 e 326 do CPP.
Art. 330.  A fiança, que será sempre definitiva, consistirá em depósito de dinheiro, pedras, objetos ou metais preciosos, títulos da dívida pública, federal, estadual ou municipal, ou em hipoteca inscrita em primeiro lugar.
b) Quem pode conceder: A fiança, conforme as situações anteriormente explicadas, poderá ser imposta em qualquer fase da investigação ou do processo (até o trânsito em julgado), tanto pela autoridade judicial com também policial. A fiança imposta pela polícia está limitada pelo art. 322
c) Dispensa depagamento:
Se as condições econômicas do imputado forem desfavoráveis e ele não tiver condições de arcar com a fiança, o art. 350 autoriza o juiz a conceder a liberdade provisória sem o pagamento, mas subordinando as condições dos arts. 327 e 328. 
Além delas, poderá o juiz aplicar outras medidas cautelares diversas, previstas no art. 319, conforme a necessidade da situação.
d) Reforço: Nos termos do art. 340 do CPP, será exigido o reforço da fiança, ou seja, um acréscimo a ser pago pelo imputado, quando:
I. a autoridade tomar, por engano, fiança insuficiente;
II. houver depreciação material ou perecimento dos bens caucionados;
III. for inovada a classificação do delito, nos termos dos arts. 383 ou 384, para um crime mais grave.
e) Destinação: Se o réu for condenado e se apresentar para cumprir a pena imposta, ser-lhe-á devolvido o valor dado em garantia, abatendo-se o valor das custas, multa e indenização (aquela fixada na sentença penal). Se absolvido, a fiança é deixada sem efeito, devolvendo-lhe todos os valores. Neste sentido, é importante a leitura dos arts. 336 e 337.
f) Cassação: Quando incabível a fiança, nos termos dos arts. 338 e 339, deverá a fiança ser cassada e os valores serem devolvidos integralmente ao réu. Não se impõe prisão automática pela cassação. A situação fática deve ser avaliada à luz do sistema cautelar e, se necessários e presentes o fumus commissi delicti e o periculum libertatis, poderá ser aplicada outra medida cautelar diversa, de forma isolada ou cumulativa e, em último caso, decretada a prisão preventiva.
g) Quebramento: 
Art. 341. Julgar-se-á quebrada a fiança quando o acusado:
I – regularmente intimado para ato do processo, deixar de comparecer, sem motivo justo;
II – deliberadamente praticar ato de obstrução ao andamento do processo;
III – descumprir medida cautelar imposta cumulativamente com a fiança;
IV – resistir injustificadamente a ordem judicial;
V – praticar nova infração penal dolosa.
h) Consequências do quebramento:
Art. 343. O quebramento injustificado da fiança importará na perda de metade do seu valor, cabendo ao juiz decidir sobre a imposição de outras medidas cautelares ou, se for o caso, a decretação da prisão preventiva.
i) Perda:
Art. 344. Entender-se-á perdido, na totalidade, o valor da fiança, se, condenado, o acusado não se apresentar para o início do cumprimento da pena definitivamente imposta.
MODELO DE PEÇA
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ____ VARA CRIMINAL DA COMARCA __________ DO ESTADO ______________
________________ (nome + qualificação completa), vem por seu advogado infra-assinado, com fundamento no art. 5.º, LXVI, da Constituição da República combinado com o art. 321 do Código de Processo Penal, requerer, com base nos fatos e fundamentos abaixo LIBERDADE PROVISÓRIA,
I – Dos Fatos
II – Dos Fundamentos
(demonstração da possibilidade de responder em liberdade provisória)
III – Do Pedido
Isto posto, requer, imediatamente, que seja concedida a liberdade provisória, nos termos do já citado artigo constitucional, com a consequente expedição de Alvará de Soltura. 
Caso V. Exa. entenda cabível, que se determine também a aplicação de medidas cautelares diversas da prisão do art. 319 CPP.
N. Termos
P. Deferimento,
Município, Data
Advogado
Inscrição n.º
PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL
Anderson é muito nervoso e quando ingere bebidas alcoólicas fica muito agressivo. Certa noite resolve sair para dançar com sua namorada em famosa boate de Belo Horizonte. A noite transcorria maravilhosamente bem até que, ao retornar do bar, vê sua namorada conversando com outro homem. Inconsequente, Anderson empurra o homem e quebra a garrafa de cerveja no braço da vítima, a deixando levemente sangrando. Os seguranças da boate levam os dois para fora do estabelecimento e chamam a polícia. Ambos dirigem-se ao distrito policial mais próximo e no caminho Anderson descobre que a vítima era amigo de infância de sua namorada. 
Mesmo assim é feito o relato do ocorrido com a vítima se mostrando interessada na persecução penal e Anderson é preso em flagrante com todas as formalidades cumpridas pelo ilustríssimo Delegado de Polícia. Anderson não se conforma com a prisão, informa a autoridade policial que nunca se envolveu em nenhum crime, tem bons antecedentes, é trabalhador de uma grande multinacional, tem residência fixa e ainda informa que cumprirá a qualquer intimação do Delegado. Anderson não imagina passar um minuto sequer no cárcere e está arrependido. Você, advogado, é acordado de madrugada para tomar a medida jurídica, exclusiva de advogado, mais urgente possível segundo recomendação de Anderson.
REVOGAÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA
	NOME:	Revogação da Prisão Preventiva
	ARTIGO:	Art. 316 do CPP: O juiz poderá revogar a prisão preventiva se, no correr do processo, verificar a falta de motivo para que subsista, bem como de novo decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem.
	PRAZO:	-
	SERVE:	Contracautela específica de uma prisão preventiva legal, porém desnecessária, tendo em vista o desaparecimento dos requisitos desta.
Utilizada para demonstrar que os requisitos ensejadores da prisão preventiva desapareceram. Este, na verdade, é o único objetivo dessa medida judicial, que também tem como consequência o pedido de alvará de soltura. Mais uma vez não se questiona o mérito da questão e sim apenas o título prisional.
PRISÃO PREVENTIVA
ANÁLISE DO ART. 311 DO CPP
	ANTES DA LEI Nº 13.964/19	DEPOIS DA LEI Nº 13.964/19
	Art. 311. Em qualquer fase da investigação policial ou do processo penal, caberá a prisão preventiva decretada pelo juiz, de ofício, se no curso da ação penal, ou a requerimento do Ministério Público, do querelante ou do assistente, ou por representação da autoridade policial.	Art. 311. Em qualquer fase da investigação policial ou do processo penal, caberá a prisão preventiva decretada pelo juiz a requerimento do Ministério Público, do querelante ou do assistente, ou por representação da autoridade policial.
LEI Nº 11.340/06
Art. 20. Em qualquer fase do inquérito policial ou da instrução criminal, caberá a prisão preventiva do agressor, decretada pelo juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou mediante representação da autoridade policial.
PRESSUPOSTOS, FUNDAMENTOS E ADMISSIBILIDADE DA PRISÃO PREVENTIVA
a) pressupostos positivos: para que a prisão preventiva seja decretada, é preciso estar presente a fumaça do cometimento do delito (fumus comissi delicti), prevista no caput do art. 312 do CPP que se caracteriza pela prova da existência do crime e indícios suficientes de autoria;
b) fundamentos: para a decretação da prisão preventiva, é preciso estar presente perigo de colocar ou manter o agente em liberdade (periculum libertates), previsto no caput do art. 312 do CPP:
c) pressupostos negativos: a prisão preventiva em nenhum caso será decretada se o juiz verificar pelas provas constantes dos autos ter o agente praticado o fato nas condições previstas no art. 23, CP.
d) condições de admissibilidade da prisão preventiva ou também chamado de juízo de legalidade da prisão preventiva: deve haver a presença de ao menos uma das condições de admissibilidade (art. 313 do CPP):
É última ratio.
Art. 282
§ 6º A prisão preventiva somente será determinada quando não for cabível a sua substituição por outra medida cautelar, observado o art. 319 deste Código, e o não cabimento da substituição por outra medida cautelar deverá ser justificado de forma fundamentada nos elementos presentes do caso concreto, de forma individualizada.
	ANTES DA LEI Nº 13.964/19	DEPOIS DA LEI Nº 13.964/19
	Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria.	Art. 312. A prisão preventiva poderá ser
decretada como garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instruçãocriminal ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria e de
perigo gerado pelo estado de liberdade do imputado.
§ 1º A prisão preventiva também poderá ser decretada em caso de descumprimento de qualquer das obrigações impostas por força de outras medidas cautelares (art. 282, § 4º).
§2° A decisão que decretar a prisão preventiva deve ser motivada e fundamentada em receio de perigo e existência concreta de fatos novos ou contemporâneos que justifiquem a aplicação da medida adotada.
ORDEM PÚBLICA
Admite a jurisprudência como conceito integrante de ordem pública:
a) probabilidade de reiteração de condutas criminosas que pode ser aferida por investigações e ações penais em andamento. Nesse sentido: “inquéritos policiais e processos em andamento, embora não tenham o condão de exasperar a pena-base no momento da dosimetria da pena, são elementos aptos a demonstrar eventual reiteração delitiva, fundamento suficiente para a decretação da prisão preventiva” (STJ, RHC 055365/CE; RHC 054750/DF; RHC 052402/BA);
b) probabilidade de reiteração de condutas criminosas que pode ser verificada pelos atos infracionais praticados quando era adolescente. Nesse sentido:
A prática de atos infracionais anteriores serve para justificar a decretação ou manutenção da prisão preventiva como garantia da ordem pública, considerando que indicam que a personalidade do agente é voltada à criminalidade, havendo fundado receio de reiteração. Não é qualquer ato infracional, em qualquer circunstância, que pode ser utilizado para caracterizar a periculosidade e justificar a prisão antes da sentença. É necessário que o magistrado analise: a) a gravidade específica do ato infracional cometido; b) o tempo decorrido entre o ato infracional e o crime; e c) a comprovação efetiva da ocorrência do ato infracional (STJ. 3a Seção. RHC 63.855-MG, Rel. para acórdão Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 11/5/2016).
c) gravidade concreta do crime: A alusão genérica sobre a gravidade do delito, o clamor público ou a comoção social não constituem fundamentação idônea a autorizar a prisão preventiva (STJ, RHC 055070/MS; HC 311162/SP; HC 299666/SP; RHC 048058/BA; HC 270156/CE). A prisão cautelar deve ser fundamentada em elementos concretos que justifiquem, efetivamente, sua necessidade (STJ, HC 315093/SP; HC 311440/SP; RHC 056167/BA).
Clamor social ou clamor público x ordem pública
Não é lícito ao juiz emitir julgamentos com esteio em fatos que chegam ao seu conhecimento por vias estranhas ao processo.
Os fatos que justificam a prisão preventiva devem ser contemporâneos à decisão que a decreta (STJ, HC 214921/PA; HC 299733/RJ). O entendimento jurisprudencial foi adicionado ao art. 312, § 2º, do CPP pela Lei Anticrime.
Garantia da ordem pública: seria o risco de reiteração delituosa. É com base JUÍZO DE PERICULOSIDADE.
Garantia da ordem econômica: seria o RISCO DE REITERAÇÃO DELITUOSA, só que nesse caso a reiteração do crime está relacionada aos crimes contra a ordem econômico-financeira (Lei 9.613/98; Lei 8.137 e Lei 7.492/86).
Garantia de aplicação da Lei Penal: dados concretos demonstram que o acusado pretende fugir, inviabilizando assim a futura e possível aplicação da pena.
Conveniência da instrução criminal: o correto é dizer que a prisão preventiva será decretada por NECESSIDADE da instrução criminal, e não por mera conveniência, uma vez que sua decretação visa impedir que o agente perturbe ou impeça a produção de provas, seja ameaçando as testemunhas, destruindo documentos, etc.
CONDIÇÕES DE ADMISSIBILIDADE DA PRISÃO PREVENTIVA
Art. 313.  Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a decretação da prisão preventiva: 
I - nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a 4 (quatro) anos;
II - se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em julgado, ressalvado o disposto no inciso I do caput do art. 64 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal;  
III - se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir a execução das medidas protetivas de urgência;        
IV - (revogado).      (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).
§ 1º  Também será admitida a prisão preventiva quando houver dúvida sobre a identidade civil da pessoa ou quando esta não fornecer elementos suficientes para esclarecê-la, devendo o preso ser colocado imediatamente em liberdade após a identificação, salvo se outra hipótese recomendar a manutenção da medida.   
§ 2º Não será admitida a decretação da prisão preventiva com a finalidade de antecipação de cumprimento de pena ou como decorrência imediata de investigação criminal ou da apresentação ou recebimento de denúncia.
CPP: Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a decretação da prisão preventiva:
I - nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a 4 (quatro) anos;
Contravenção penal: não cabe prisão preventiva.
Crimes culposos: não cabe prisão preventiva.
E se nos casos houver qualificadoras? Majorantes? Privilégios? Nos casos em que houver já a estipulação do quanto pode ser aumentado ou diminuído, será levado em consideração o quantum para fins de fixação da decretação da prisão preventiva.
CPP: Art. 313. II - se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em julgado, ressalvado o disposto no inciso I do caput do art. 64 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal;
Reincidente específico em outro crime doloso, não basta a reincidência genérica.
Na hipótese da prisão preventiva ser decretada com base no inciso II, não interessa o quantum da pena.
CPP: Art. 313. III - se o crime envolver violência domestica e familiar contra a mulher (Lei 11.340/2006 – que define a violência doméstica – arts. 5º e 7º), criança, adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir a execução das medidas protetivas de urgência;
Nessa hipótese, pouco importa o quantum de pena.
Da análise do dispositivo acima transcrito, contemplamos que o legislador ampliou os sujeitos envolvidos na violência doméstica, englobando: Mulher; Criança – pessoa com ate 12 anos, segundo o art. 2° do ECA; Adolescente – pessoa entre 12 anos e 18 anos (Art. 2°, ECA); Idoso (Art. 1° - Estatuto do Idoso: ); Deficiente; Enfermo;
CPP: § 1º Também será admitida a prisão preventiva quando houver dúvida sobre a identidade civil da pessoa ou quando esta não fornecer elementos suficientes para esclarecê-la, devendo o preso ser colocado imediatamente em liberdade após a identificação, salvo se outra hipótese recomendar a manutenção da medida. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
Trata-se a referida hipótese de decretação da prisão preventiva para fins de realização da identificação criminal do sujeito.
MODALIDADES DE PRISÃO PREVENTIVA
Caberá prisão preventiva:
a) como providência cautelar autônoma;
b) como conversão do auto de prisão em flagrante em preventiva;
c) como consequência do descumprimento de obrigação relativa à cautela pessoal imposta anteriormente (312, § 1º).
SISTEMA RECURSAL
Se o juiz de primeiro grau indeferir requerimento de prisão preventiva, ou revogar a medida, colocando o agente em liberdade, as duas decisões podem ser combatidas por meio do recurso em sentido estrito. Já se o juiz nega o pedido de revogação da preventiva, ou decreta a mesma, estas decisões, por ausência de previsão legal, não comportam recurso, cabendo a defesa invocar a ação de habeas corpus.
APRESENTAÇÃO ESPONTÂNEA
A apresentação espontânea do agente à autoridade ilide a prisão em flagrante, por ausência de previsão legal autorizando o flagrante nestas situações. Nada impede, uma vez presentes os requisitos legais, que se represente pela decretação da prisão preventiva (art. 312, CPP), ou até mesmo pela temporária (Lei nº 7.960/89).
PREVENTIVA X EXCLUDENTE DE ILICITUDE
A prisão preventivaem nenhum caso será decretada se o juiz verificar pelas provas constantes dos autos ter o agente praticado o fato sob o manto de excludente de ilicitude (art. 314, CPP). No caso de análise de auto de prisão em flagrante, se o juiz verificar que o agente praticou o fato em qualquer das condições das excludentes de ilicitude, poderá, fundamentadamente, conceder ao acusado liberdade provisória, mediante termo de comparecimento obrigatório a todos os atos processuais, sob pena de revogação (art. 310, § 1º, CPP).
Em que pese o dispositivo legal tenha sido inserido pelo legislador no título relativo à “prisão, medidas cautelares e liberdade provisória”, resta evidente pela redação dada ao § 2º que não se aplica apenas no regime de prisões, mas também em qualquer sentença ou decisão no âmbito do processo penal dada a utilização da redação “qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão”.
CARÁTER PROVISÓRIO DA PRISÃO PREVENTIVA (ART. 316, CAPUT, DO CPP)
	ANTES DA LEI Nº 13.964/19	DEPOIS DA LEI Nº 13.964/19
	Art. 316. O juiz poderá revogar a prisão preventiva se, no correr do processo, verificar a falta de motivo para que subsista, bem como de novo decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem.	Art. 316. O juiz poderá, de ofício ou a pedido das partes, revogar a prisão preventiva se, no correr da investigação ou do processo, verificar a falta de motivo para que ela subsista, bem como novamente decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem.
PRAZO PARA REVISÃO DA PRISÃO PREVENTIVA (ART. 316, PARÁGRAFO ÚNICO, CPP)
	ANTES DA LEI Nº 13.964/19	DEPOIS DA LEI Nº 13.964/19
	Art. 316. O juiz poderá revogar a prisão preventiva se, no correr do processo, verificar a falta de motivo para que subsista, bem como de novo decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem.	Art. 316. (...)
Parágrafo único. Decretada a prisão preventiva, deverá o órgão emissor da decisão revisar a necessidade de sua manutenção a cada 90 (noventa) dias, mediante decisão fundamentada, de ofício, sob pena de tornar a prisão ilegal.
MODELO DE PEÇA
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ____ VARA CRIMINAL DA COMARCA __________ DO ESTADO ________________
________________ (nome + qualificação completa), vem por seu advogado infra-assinado, com fundamento no art. 310, II c/c art. 316 do Código de Processo Penal, requerer, com base nos fatos e fundamentos abaixo REVOGAÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA,
I – Dos Fatos
II – Dos Fundamentos
(demonstração do desaparecimento dos requisitos da prisão preventiva)
III – Do Pedido
Isto posto, requer, imediatamente, que seja concedida Revogação da Prisão Preventiva, nos termos do já citado artigo constitucional, com a consequente expedição de Alvará de Soltura.
Subsidiariamente, caso Vossa Excelência entenda necessário e adequado que se adotem medidas cautelares diversas da prisão insculpidas no art. 319 do Diploma Processual Penal.
N. Termos
P. Deferimento,
Município, Data
Advogado
Inscrição n.º
PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL
Rafael resolve entrar no mundo do crime. Sem esperança e sem emprego, entende que a única solução é falsificar notas de reais e colocá-las em circulação o mais rápido possível. Usa toda sua experiência de gráfico, desenhista e engenheiro. Adquire maquinário e monta, em sua residência, num dos cômodos, uma verdadeira sala de falsificações. As primeiras notas são idênticas, Rafael começa a gastá-las e seu comportamento extravagante começa a chamar a atenção de vizinhos que não o veem trabalhar e mesmo assim desfilando com carros importados e roupas novas. O fato é noticiado à polícia e a investigação começa. O ilustre Delegado procede com algumas diligências sigilosas, ouve testemunhas, recebe informações da receita federal e as suspeitas se tornam veementes. Lojistas e vendedores são ouvidos. Em um determinado dia, ao sair de uma loja de uma grife masculina famosa, um dos policiais se identifica à atendente e pergunta como Rafael pagou as mercadorias. 
A atendente informa que a compra alta foi toda paga em dinheiro vivo. Uma das notas é trocada pelo policial e este a leva para perícia. O resultado sai em alguns dias e é de falsificação quase perfeita de notas de R$ 100, R$ 50 e R$ 20. Munido desta informação, com base no art. 311 do CPP, o Delegado requer a imediata prisão preventiva de Rafael com base nos indícios de autoria, de materialidade, de garantia da ordem econômica, da garantia da ordem pública e da conveniência da instrução criminal. A ordem é deferida e o mandado judicial é expedido pelo juízo competente, mencionando-se inclusive que Rafael pode ser perigoso e integrar organização criminosa internacional de falsificadores. Rafael é preso em casa por volta das 12h do dia seguinte, levado à Delegacia e confessa ao Delegado informando que irá contribuir com as investigações. Você, contratado por Rafael, interponha medida jurídica cabível específica, diversa de Habeas Corpus, abordando todos os fatos e fundamentos jurídicos pertinentes.
AÇÃO PENAL
AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA:
CP:
Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio
Art. 122. Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-lhe auxílio para que o faça:
Pena – reclusão, de dois a seis anos, se o suicídio se consuma; ou reclusão, de um a três anos, se da tentativa de suicídio resulta lesão corporal de natureza grave.
Parágrafo único. A pena é duplicada:
Aumento de pena
I – se o crime é praticado por motivo egoístico;
II – se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a capacidade de resistência.
AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA À REPRESENTAÇÃO
CP:
Art. 145. Nos crimes previstos neste Capítulo somente se procede mediante queixa, salvo quando, no caso do art. 140, § 2.º, da violência resulta lesão corporal.
Parágrafo único. Procede-se mediante requisição do Ministro da Justiça, no caso do inciso I do caput do art. 141 deste Código, e mediante representação do ofendido, no caso do inciso II do mesmo artigo, bem como no caso do § 3.º do art. 140 deste Código. (Redação dada pela Lei 12.033, de 2009).
AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA A REQUISIÇÃO DO MINISTRO DA JUSTIÇA
CP:
Art. 141. As penas cominadas neste Capítulo aumentam-se de um terço, se qualquer dos crimes é cometido:
I – contra o Presidente da República, ou contra chefe de governo estrangeiro;
(...)
Art. 145. (...)
Parágrafo único. Procede-se mediante requisição do Ministro da Justiça, no caso do inciso I do caput do art. 141 deste Código, e mediante representação do ofendido, no caso do inciso II do mesmo artigo, bem como no caso do § 3.º do art. 140 deste Código. (Redação dada pela Lei 12.033, de 2009)
AÇÃO PENAL PRIVADA PROPRIAMENTE DITA
CP:
Art. 145. Nos crimes previstos neste Capítulo somente se procede mediante queixa, salvo quando, no caso do art. 140, § 2.º, da violência resulta lesão corporal.
AÇÃO PENAL PRIVADA PERSONALÍSSIMA
CP: Induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento
Art. 236. Contrair casamento, induzindo em erro essencial o outro contraente, ou ocultando-lhe impedimento que não seja casamento anterior:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos.
Parágrafo único. A ação penal depende de queixa do contraente enganado e não pode ser intentada senão depois de transitar em julgado a sentença que, por motivo de erro ou impedimento, anule o casamento.
AÇÃO PENAL PRIVADA SUBSIDIÁRIA DA PÚBLICA
CPP:
Art.46. O prazo para oferecimento da denúncia, estando o réu preso, será de 5 dias, contado da data em que o órgão do Ministério Público receber os autos do inquérito policial, e de 15 dias, se o réu estiver solto ou afiançado. No último caso, se houver devolução do inquérito à autoridade policial (art. 16), contar-se-á o prazo da data em que o órgão do Ministério Público receber novamente os autos.
	REQUISITOS (Arts. 41
a 44 do CPP)	CONDIÇÕES (Art. 395
do CPP)	PRESSUPOSTOS
PROCESSUAIS
	Exposição do Fato
Criminoso
 +
Qualificação do Acusado
ou Características
 +
Classificação do Crime
 +
Rol de Testemunhas+
Se for Ação Penal Privada,
Procuração com Poderes
Especiais	Legitimidade da Parte
 +
Interesse de Agir
 +
Possibilidade Jurídica do
Pedido
 +
Justa Causa	Existência:
– Partes
– Juiz Investido
– Demanda
Validade:
– Juiz Competente
– Imparcialidade
– Capacidade dos Atos
– Legitimidade Postulatória
– Citação Válida
QUEIXA-CRIME
	NOME:	QUEIXA-CRIME
	ARTIGOS:	Art. 38. Salvo disposição em contrário, o ofendido, ou seu representante legal, decairá no direito de queixa ou de representação, se não o exercer dentro do prazo de seis meses, contado do dia em que vier a saber quem é o autor do crime, ou, no caso do art. 29, do dia em que se esgotar o prazo para o oferecimento da denúncia.
	ARTIGOS:	Art.41. A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, a
classificação do crime e, quando necessário, o rol das
testemunhas.
Art.44. A queixa poderá ser dada por procurador com poderes especiais, devendo constar do instrumento do mandato o nome do querelante e a menção do fato criminoso, salvo quando tais esclarecimentos dependerem de diligências que devem ser previamente requeridas no juízo criminal.
	PRAZO:	6 meses a contar do conhecimento da autoria.
	Serve para:	Iniciar a fase processual da persecução criminal para aqueles
crimes passíveis de ação penal privada.
	Observações: 	- Peça privativa do advogado.
- Sua elaboração é bem simples (art. 41 do CPP), pois se trata de uma breve apresentação dos fatos narrados com sua devida demonstração da capitulação jurídica e final pedido de condenação. 
- Exige-se procuração com poderes especiais (art. 44 do CPP).
- Vale ainda observar que é possível, na queixa-crime, no caso de concursos de crimes, mencionar, no mérito da peça, a modalidade de concurso, ou seja, material, formal ou crime continuado (arts. 69, 70 e 71 do CP).
	Exemplos:	Calúnia (art. 138 do CP), difamação (art. 139 do CP), injúria (art. 140 do CP), esbulho possessório em propriedade particular sem violência (art. 161, II, do CP), dano por motivo egoístico arts. 163, IV, e 167 do CP), abandono de animais (arts. 164 a 167 do CP), fraude à execução (art. 179 do CP), violação aos direitos do autor (arts. 184 a 186 do CP), exercício arbitrário das próprias razões sem violência (art. 345 do CP).
MODELO DE PEÇA
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ _______ DA(O) ____ DA COMARCA __________ DO ESTADO __________________
(linhas)
________________ (nome + qualificação completa), vem, por seu advogado infra-assinado, cuja
procuração com poderes especiais nos moldes do art. 44 do CPP se apresenta, com fundamento
nos arts. 30 e 41 do Código de Processo Penal combinado com o art. 100, § 2.º, do Código Penal,
oferecer, tempestivamente, a presente QUEIXA-CRIME em face de __________________ (qualificação do acusado) pelos motivos a seguir aduzidos:
I – Dos Fatos
(...)
→ narrar os fatos de forma simples, reduzida, com descrição de todas as circunstâncias em que o
crime ocorreu fornecidas no enunciado da questão.
II – Do Direito
(...)
→ adaptação do que ocorreu no mundo dos fatos com preceitos legais. Colocar dispositivo de lei.
III – Dos Pedidos
Diante do exposto, tendo o acusado infringido o(s) art.(s) ____ da Lei Penal Brasileira, requer a Vossa Excelência:
a) recebimento da presente ação;
b) que seja dada vista ao representante do Ministério Público;
c) seja o mesmo citado para oferecimento de resposta;
d) processado e ao final condenado criminalmente;
e) que se determine a indenização a título do art. 387, IV, do CPP;
f) notificação das testemunhas abaixo arroladas.
Termos em que,
Pede Deferimento,
Município, data
Advogado
Inscrição n.º
ROL DE TESTEMUNHAS:
_________________
_________________
_________________
PEÇA PRÁTICO PROFISSIONAL – XV EXAME
Enrico, engenheiro de uma renomada empresa da construção civil, possui um perfil em uma das redes sociais existentes na Internet e o utiliza diariamente para entrar em contato com seus amigos, parentes e colegas de trabalho. Enrico utiliza constantemente as ferramentas da Internet para contatos profissionais e lazer, como o fazem milhares de pessoas no mundo contemporâneo.
No dia 19.04.2014, sábado, Enrico comemora aniversário e planeja, para a ocasião, uma reunião à noite com parentes e amigos para festejar a data em uma famosa churrascaria da cidade de Niterói, no estado do Rio de Janeiro. Na manhã de seu aniversário, resolveu, então, enviar o convite por meio da rede social, publicando postagem alusiva à comemoração em seu perfil pessoal, para todos os seus contatos.
Helena, vizinha e ex-namorada de Enrico, que também possui perfil na referida rede social e está adicionada nos contatos de seu ex, soube, assim, da festa e do motivo da comemoração. Então, de seu computador pessoal, instalado em sua residência, um prédio na praia de Icaraí, em Niterói, publicou na rede social uma mensagem no perfil pessoal de Enrico.
Naquele momento, Helena, com o intuito de ofender o ex-namorado, publicou o seguinte comentário: “não sei o motivo da comemoração, já que Enrico não passa de um idiota, bêbado, irresponsável e sem vergonha!”, e, com o propósito de prejudicar Enrico perante seus colegas de trabalho e denegrir sua reputação acrescentou, ainda, “ele trabalha todo dia embriagado! No dia 10 do mês passado, ele cambaleava bêbado pelas ruas do Rio, inclusive, estava tão bêbado no horário do expediente que a empresa em que trabalha teve que chamar uma ambulância para socorrê-lo!”.
Imediatamente, Enrico, que estava em seu apartamento e conectado à rede social por meio de seu tablet, recebeu a mensagem e visualizou a publicação com os comentários ofensivos de Helena em seu perfil pessoal. Enrico, mortificado, não sabia o que dizer aos amigos, em especial a Carlos, Miguel e Ramirez, que estavam ao seu lado naquele instante. Muito envergonhado, Enrico tentou disfarçar o constrangimento sofrido, mas perdeu todo o seu entusiasmo, e a festa comemorativa deixou de ser realizada. No dia seguinte, Enrico procurou a Delegacia de Polícia Especializada em Repressão aos Crimes de Informática e narrou os fatos à autoridade policial, entregando o conteúdo impresso da mensagem ofensiva e a página da rede social na Internet onde ela poderia ser visualizada. Passados cinco meses da data dos fatos, Enrico procurou seu escritório de advocacia e narrou os fatos acima. Você, na qualidade de advogado de Enrico, deve assisti-lo. Informa-se que a cidade de Niterói, no Estado do Rio de Janeiro, possui Varas Criminais e Juizados Especiais Criminais.
Com base somente nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo caso concreto acima, redija a peça cabível, excluindo a possibilidade de impetração de habeas corpus, sustentando, para tanto, as teses jurídicas pertinentes. A peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar respaldo à pretensão.
PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL 2
Renata, idealizando o sonho de que um dia exerceria a profissão de advogada, se inscreve no famoso exame da “OAB”. A bacharel, empolgada, conta para seu pai Reynaldo, que residia com ela e que pagava seus estudos, sobre a expectativa com a futura prova. O dia tão esperado chegou e como corolário Renata não obteve êxito no exame. Isso aconteceu por mais duas vezes. Renata não seguia as dicas dos professores para se acalmar e, achando que sabia demais, não fazia a linha do tempo do procedimento sugerida pela maioria dos professores. Quando o professor dizia que era para visualizar o procedimento, Renata achava que não precisava fazer isso. No dia 24 de janeiro de 2013, Renata foi numa festa sem a aprovação de seu pai, pois ele havia aconselhado a filha a não sair, pois deveria estudar. Desobedecendo-o, Renata saiu com os amigos André e Felipe, de forma sorrateira enquanto seu pai dormia. No meio da madrugada o pai descobriu que a filha não estava em casa.
Em seguida se dirigiu ao localda festa, num badalado Hotel praiano, mandando parar a música e dizendo em alto e bom som: “Renata, sua vagabunda, você não trabalha, eu te sustento, você depende de mim, eu que mando em você”. A bacharel assustada e muito envergonhada com a presença do pai, tenta se esconder, não adiantando muito, pois seu pai se voltara para todo o público presente na ocasião dizendo: “É assim que vocês querem ficar? Reprovados na OAB? Eu faço de tudo para essa menina. Os melhores cursos, eles corrigem peças, são pacientes com os alunos, fazem monitoria, respondem e-mails e essa infeliz só quer saber de badalar, ficar no ‘facebook’ e comprar maquiagem. Chega bêbada em casa e diz que um dia vai ser juíza. O Brasil está perdido. Ouviram? Ela chega em casa transtornada e no dia seguinte fica o dia inteiro na cama dormindo e reclamando de dor de cabeça”.
Enquanto todos riam, André e Felipe, que presenciaram tudo, levam Renata embora e procuram você, que foi amigo dela na época de faculdade e já possui habilitação da categoria tanto sonhada na ilustração acima. Foi inclusive colega dela de sala no curso preparatório, mas fez todas as peças, possuía letra boa e seguia as recomendações dos professores de não inventar e fazer a linha do procedimento para saber exatamente o que pedir nas peças. Assim, após ouvir o relato do que ocorrera, adote a medida judicial cabível no último dia do prazo.
A DEFESA NO PROCESSO PENAL
Dificuldades para capitulação penal
“Demonização do direito ao silêncio”
Absolvição nem sempre é possível
 recebimento da inicial trânsito em julgado
*____________*___________*_________*________*_____
Data do crime publicação de sentença início da execução
CP:
Art. 109.  A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, salvo o disposto no § 1o do art. 110 deste Código, regula-se pelo máximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime, verificando-se:
I - em vinte anos, se o máximo da pena é superior a doze;
II - em dezesseis anos, se o máximo da pena é superior a oito anos e não excede a doze;
III - em doze anos, se o máximo da pena é superior a quatro anos e não excede a oito;
IV - em oito anos, se o máximo da pena é superior a dois anos e não excede a quatro;
V - em quatro anos, se o máximo da pena é igual a um ano ou, sendo superior, não excede a dois;
VI - em 3 (três) anos, se o máximo da pena é inferior a 1 (um) ano.
 
CP:
 Art. 107 - Extingue-se a punibilidade: 
I - pela morte do agente;
II - pela anistia, graça ou indulto;
III - pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso;
IV - pela prescrição, decadência ou perempção;
V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de ação privada;
VI - pela retratação do agente, nos casos em que a lei a admite;
VII -         (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)
VIII -         (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)
IX - pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei.
Outras linhas argumentativas:
- Hipóteses de nulidade (vide art. 564, CPP)
Atipicidade do fato
Se crime consumado ou tentado (art. 14 do CP)
Se houve alguma interrupção voluntária nos atos de execução, configurando a desistência voluntária e o arrependimento eficaz (art. 15 do CP), se houve intenção, vontade (art. 18, I, do CP), ou falta do dever de cuidado (art. 18, II, do CP), e se houve erro.
- Excludentes de ilicitude: legítima defesa (art. 23, II c/c o art. 25 do CP), estado de necessidade (art. 23, I c/c o art. 24 do CP), estrito cumprimento do dever legal (art. 23, III, do CP), exercício regular do direito (art. 23, III, do CP) e a causa supralegal de excludente de ilicitude, que é o consentimento do ofendido, em raros e poucos casos.
Desclassificação.
Sugerirmos um crime menos grave, retirarmos qualificadoras e até mesmo reconhecimentos de causas de diminuição.
RESPOSTA DO ACUSADO OU RESPOSTA À ACUSAÇÃO
	Nome:	Resposta à acusação
	Artigos: 	Art. 396. Nos procedimentos ordinário e sumário, oferecida a denúncia ou queixa, o juiz, se não a rejeitar liminarmente, recebê-la-á e ordenará a citação do acusado para responder à acusação, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias. 
Art. 396-A. Na resposta, o acusado poderá arguir preliminares e alegar tudo o que interesse à sua defesa, oferecer documentos e justificações, especificar as provas pretendidas e arrolar testemunhas, qualificando-as e requerendo sua intimação, quando necessário. 
	Serve para:	Responder à acusação formalizada na inicial acusatória (denúncia ou queixa-crime).
	Observações: 	- Peça essencial para a defesa, em que deverão ser abordadas TODAS as teses defensivas, seguindo sempre aquela linha já estipulada da melhor tese em primeiro lugar. A melhor orientação no momento de elaboração desta peça processual é analisarmos se temos exceções (art. 95 do CPP) e preliminares.
- Observemos que as exceções na prática podem e devem vir em apartado, como reza o art. 396-A, § 1.º, do CPP. Entretanto, para efeitos desta elaboração, elas deverão ser inseridas antes das preliminares.
MODELO DE PEÇA
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ____ VARA CRIMINAL DA COMARCA __________ DO ESTADO ______________
(linhas)
Proc. n.º____________
________________ (nome), já qualificado, vem por seu advogado infra-assinado, com fundamento nos arts. 396 e 396-A do CPP, apresentar RESPOSTA DO ACUSADO pelos motivos a seguir aduzidos.
1 – Dos Fatos
(...)
2 – Das Exceções (art. 95, CPP)
(...)
3 – Pelo Não Recebimento da Ação Penal (art. 395, CPP)
(...)
4 – Das Preliminares
(...)
5 – Do Direito
(...)
6 – Das Provas
(...)
7 – Do Pedido
(...)
8 – Das Testemunhas
(...)
Termos em que,
Pede Deferimento,
Município, data
Advogado
Inscrição n.º
PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL – II EXAME
A Polícia Civil do Estado do Rio Grande do Sul recebe notícia-crime identificada, imputando a Maria Campos a prática de crime, eis que mandaria crianças brasileiras para o estrangeiro com documentos falsos. Diante da notícia-crime, a autoridade policial instaura inquérito policial e, como primeira providência, representa pela decretação da interceptação das comunicações telefônicas de Maria Campos, “dada a gravidade dos fatos noticiados e a notória dificuldade de apurar crime de tráfico de menores para o exterior por outros meios, pois o ‘modus operandi’ envolve sempre atos ocultos e exige estrutura organizacional sofisticada, o que indica a existência de uma organização criminosa integrada pela investigada Maria”. O Ministério Público opina favoravelmente e o juiz defere a medida, limitando-se a adotar, como razão de decidir, “os fundamentos explicitados na representação policial”.
No curso do monitoramento, foram identificadas pessoas que contratavam os serviços de Maria Campos para providenciar expedição de passaporte para viabilizar viagens de crianças para o exterior. Foi gravada conversa telefônica de Maria com um funcionário do setor de passaportes da Polícia Federal, Antônio Lopes, em que Maria consultava Antônio sobre os passaportes que ela havia solicitado, se já estavam prontos, e se poderiam ser enviados a ela. A pedido da autoridade policial, o juiz deferiu a interceptação das linhas telefônicas utilizadas por Antônio Lopes, mas nenhum diálogo relevante foi interceptado.
O juiz, também com prévia representação da autoridade policial e manifestação favorável do Ministério Público, deferiu a quebra de sigilo bancário e fiscal dos investigados, tendo sido identificado um depósito de dinheiro em espécie na conta de Antônio, efetuado naquele mesmo ano, no valor de R$ 100.000,00 (cem mil reais). O monitoramento telefônico foi mantido pelo período de quinze dias, após o que foi deferida medida de busca e apreensão nos endereços de Maria e Antônio. 
A decisão foi proferida nos seguintes termos: “diante da gravidade dos fatos e da real possibilidade de serem encontrados objetos relevantes para investigação, defiro requerimento de busca e apreensãonos endereços de Maria (Rua dos Casais, 213) e de Antônio (Rua Castro, 170, apartamento 201)”. No endereço de Maria Campos foi encontrada apenas uma relação de nomes, que, na visão da autoridade policial, seriam clientes que teriam requerido a expedição de passaportes com os nomes de crianças que teriam viajado para o exterior.
 No endereço indicado no mandado de Antônio Lopes nada foi encontrado. Entretanto, os policiais que cumpriram a ordem judicial perceberam que o apartamento 202 do mesmo prédio também pertencia ao investigado, motivo pelo qual nele ingressaram, encontrando e apreendendo a quantia de cinquenta mil dólares em espécie. Nenhuma outra diligência foi realizada.
Relatado o inquérito policial, os autos foram remetidos ao Ministério Público, que ofereceu a denúncia nos seguintes termos: “o Ministério Público vem oferecer denúncia contra Maria Campos e Antônio Lopes, pelos fatos a seguir descritos: Maria Campos, com o auxílio do agente da polícia federal Antônio Lopes, expediu diversos passaportes para crianças e adolescentes, sem observância das formalidades legais. Maria tinha a finalidade de viabilizar a saída dos menores do país. 
A partir da quantia de dinheiro apreendida na casa de Antônio Lopes, bem como o depósito identificado em sua conta bancária, evidente que ele recebia vantagem indevida para efetuar a liberação dos passaportes. Assim agindo, a denunciada Maria Campos está incursa nas penas do artigo 239, parágrafo único, da Lei 8.069/1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), e nas penas do art. 333, parágrafo único, c/c o art. 69, ambos do Código Penal. Já o denunciado Antônio Lopes está incurso nas penas do art. 239, parágrafo único, da Lei 8.069/1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente) e nas penas do art. 317, § 1.º, c/c art. 69, ambos do Código Penal”.
O juiz da 15.ª Vara Criminal de Porto Alegre, RS, recebeu a denúncia, nos seguintes termos: “compulsando os autos, verifico que há prova indiciária suficiente da ocorrência dos fatos descritos na denúncia e do envolvimento dos denunciados. Há justa causa para a ação penal, pelo que recebo a denúncia. Citem-se os réus, na forma da lei”. Antônio foi citado pessoalmente em 27.10.2010 (quarta-feira) e o respectivo mandado foi acostado aos autos dia 01.11.2010 (segunda-feira). 
Antônio contratou você como Advogado, repassando-lhe nomes de pessoas (Carlos de Tal, residente na Rua 1, n. 10, nesta capital; João de Tal, residente na Rua 4, n. 310, nesta capital; Roberta de Tal, residente na Rua 4, n. 310, nesta capital) que prestariam relevantes informações para corroborar com sua versão. Nessa condição, redija a peça processual cabível desenvolvendo TODAS AS TESES DEFENSIVAS que podem ser extraídas do enunciado com indicação de respectivos dispositivos legais. Apresente a peça no último dia do prazo.
PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL
Durval está enfurecido por ter sido demitido de seu emprego de carteiro da Agência de Correios e Telégrafos. Trabalhou durante anos e em sua visão era um ótimo funcionário. Com quase 50 anos, está sem emprego e resolve se vingar. Perto de onde mora, em sua humilde comunidade, existe uma agência dos correios comunitária onde toda a vizinhança faz uso dos serviços postais. 
Com uma máscara ninja, para não ser reconhecido pelos moradores, Durval primeiramente assalta munido de um facão Anderson, novo carteiro que ficara em seu lugar. Anderson, com 65 anos, é adorado na comunidade e os Correios lhe dão essa oportunidade de novo emprego, seguindo, assim, política institucional. Rouba corrente, relógio e todas as cartas. Logo em seguida, dirige-se à agência comunitária, agora munido de coquetéis molotov, e com uma arma de brinquedo leva pânico à agência.
Rende funcionários, grita ferozmente e ainda agride superficialmente alguns clientes da agência. O fogo se espalha com os coquetéis lançados e todo o pouco dinheiro da agência comunitária é levado por Durval. O delegado abre inquérito policial e todos os presentes naquela tarde na agência são ouvidos e demonstram intenção na apuração dos fatos. 
Teresinha, ex-amante de Durval, o identifica pelo fato de ele estar usando uma das camisas que foram dadas de presente por ela em um dos aniversários na época do relacionamento. Durante o inquérito, a polícia invade, por volta das 20h, a simples casa de Durval na comunidade e realiza uma busca domiciliar e pessoal. Durval, primário e de bons antecedentes, é denunciado com base na diligência efetuada e pelas demais informações colhidas. 
Segundo o ilustre membro do Ministério Público, estaria incurso nos crimes de roubo qualificado, incêndio, sequestro e lesão corporal grave em concurso material. O Ministério Público apenas menciona em sua exordial os tipos penais. O magistrado da 12.ª Vara Criminal da Comarca da Capital recebe a denúncia cujo número recebido fora 2012.098.098-32 e cita Durval para apresentar a medida jurídica cabível. Durval recebe o mandado em 10.09.2012, uma quinta-feira, todavia foi juntada aos autos somente na terça-feira seguinte. Apresente no primeiro dia do prazo a medida cabível exclusiva de quem possui capacidade postulatória.
ALEGAÇÕES FINAIS ESCRITAS POR MEMORIAIS
	Nome:	Alegações Finais
	Artigo:	Art. 403, § 3.º, do CPP: O juiz poderá, considerada a complexidade do caso ou o número de acusados, conceder às partes o prazo de 5 (cinco) dias sucessivamente para a apresentação de memoriais. Nesse caso, terá o prazo de 10 (dez) dias para proferir a sentença. 
	Artigo:	Art. 404. Ordenado diligência considerada imprescindível, de ofício ou a requerimento da parte, a audiência será concluída sem as alegações finais.
Parágrafo único. Realizada, em seguida, a diligência determinada, as partes apresentarão, no prazo sucessivo de 5 (cinco) dias, suas alegações finais, por memorial, e, no prazo de 10 (dez) dias, o juiz proferirá a sentença.
	Prazo:	5 dias (art. 403, § 3.º c/c art. 404, parágrafo único, do CPP).
	Serve para:	Exposição final das teses de acusação e defesa.
	Observações:	A Lei 11.719/2008, recente reforma do CPP, alterou de forma significativa as Alegações Finais. Primeiramente, surge uma certa dúvida e preocupação com a terminologia. Seria apenas Alegações Finais ou Alegações Finais por Memoriais? Acreditamos que esta é uma preocupação desnecessária. Ambos os termos, a nosso ver, são corretamente utilizados.
	Observações:	A principal mudança foi trazer as Alegações Finais, como regra, orais. Uma das intenções dessa recente reforma processual penal
foi em relação à celeridade processual, assim, temos a possibilidade de apresentar de forma escrita, quando tivermos diligências, peça fundamentada pelo art. 404, parágrafo único, e quando o fato for considerado complexo ou pelo número de acusados, fundamentada a peça pelo art. 403 § 3.º, do CPP. Essas hipóteses possibilitam a apresentação das Alegações Finais por escrito em cinco dias.
	Observações: 	No mais, é uma peça final, de último momento antes da sentença penal e que serve para demonstrar e condensar todas as teses acusatórias e defensivas. É importante colocarmos em sua elaboração o maior número de teses possível, alternativas, se for o caso, e, logicamente, demonstrando em primeiro plano a melhor tese.
	Observações: 	Vale observar, ainda, que, nos demais procedimentos (sumário, sumaríssimo, júri etc.), as alegações finais serão somente orais, todavia a prática jurídica vem permitindo a aplicação por analogia do procedimento ordinário, conforme o art. 394, § 1.º, II, do CPP – sumário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada seja inferior a 4 (quatro) anos de pena privativa de
liberdade; 
MODELO DE PEÇA
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ____ VARA CRIMINAL DA COMARCA ____________ DO ESTADO ______________
Processo n.º _________
_________________ (nome), já qualificado nos autos do processo crime em epígrafe, vem respeitosamente, por seu advogado infra-assinado, com fundamento no art. 404 e seu parágrafo único13 do Código de Processo Penal,apresentar ALEGAÇÕES FINAIS POR MEMORIAIS, pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos:
1 – Dos Fatos
(...)
2 – Das Preliminares14
3 – Do Direito
(colocação das teses defensivas, sempre começando pela melhor tese em forma de títulos e com dispositivos de lei)
(...)
4 – Do Pedido
Diante do exposto, requer-se:
I) O Reconhecimento (...) com a consequente (...);
II) Caso V. Exa. não entenda pela tese acima exposta que (...);
III) Ainda, se, porventura, as teses acima expostas não prosperem que (...).
Termos em que
Pede Deferimento.
Município, data
Advogado
Inscrição n.º
PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL - IX EXAME
Gisele foi denunciada, com recebimento ocorrido em 31.10.2010, pela prática do delito de lesão corporal leve, com a presença da circunstância agravante, de ter o crime sido cometido contra mulher grávida. Isso porque, segundo narrou a inicial acusatória, Gisele, no dia 01.04.2009, então com 19 anos, objetivando provocar lesão corporal leve em Amanda, deu um chute nas costas de Carolina, por confundi-la com aquela, ocasião em que Carolina (que estava grávida) caiu de joelhos no chão, lesionando-se.
A vítima, muito atordoada com o acontecido, ficou por um tempo sem saber o que fazer, mas foi convencida por Amanda (sua amiga e pessoa a quem Gisele realmente queria lesionar) a noticiar o fato na delegacia. Sendo assim, tão logo voltou de um intercâmbio, mais precisamente no dia 18.10.2009, Carolina compareceu à delegacia e noticiou o fato, representando contra Gisele. Por orientação do delegado, Carolina foi instruída a fazer exame de corpo de delito, o que não ocorreu, porque os ferimentos, muito leves, já haviam sarado. O Ministério Público, na denúncia, arrolou Amanda como testemunha. 
Em seu depoimento, feito em sede judicial, Amanda disse que não viu Gisele bater em Carolina e nem viu os ferimentos, mas disse que poderia afirmar com convicção que os fatos noticiados realmente ocorreram, pois estava na casa da vítima quando esta chegou chorando muito e narrando a história. Não foi ouvida mais nenhuma testemunha e Gisele, em seu interrogatório, exerceu o direito ao silêncio. 
Cumpre destacar que a primeira e única audiência ocorreu apenas em 20.03.2012, mas que, anteriormente, três outras audiências foram marcadas; apenas não se realizaram porque, na primeira, o magistrado não pôde comparecer, na segunda o Ministério Público não compareceu e a terceira não se realizou porque, no dia marcado, foi dado ponto facultativo pelo governador do Estado, razão pela qual todas as audiências foram redesignadas. 
Assim, somente na quarta data agendada é que a audiência efetivamente aconteceu. Também merece destaque o fato de que na referida audiência o parquet não ofereceu proposta de suspensão condicional do processo, pois, conforme documentos comprobatórios juntados aos autos, em 30.03.2009, Gisele, em processo criminal onde se apuravam outros fatos, aceitou o benefício proposto. 
Assim, segundo o promotor de justiça, afigurava-se impossível formulação de nova proposta de suspensão condicional do processo, ou de qualquer outro benefício anterior não destacado, e, além disso, tal dado deveria figurar na condenação ora pleiteada para Gisele como outra circunstância agravante, qual seja, reincidência. Nesse sentido, considere que o magistrado encerrou a audiência e abriu prazo, intimando as partes, para o oferecimento da peça processual cabível. Como advogado de Gisele, levando em conta tão somente os dados contidos no enunciado, elabore a peça cabível.
PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL
Bia resolveu voltar sozinha de uma festa a duas quadras de sua casa. Com medo de que suas amigas adentrassem a madrugada, resolveu voltar para casa caminhando sozinha. Percebeu que estava sendo seguida e apressou os passos, todavia, como estava de salto alto, rapidamente dois homens a abordaram, com as mãos dentro da camisa, afirmando que queriam dinheiro e telefone. Assustada, Bia entregou seus pertences, momento este em que os homens caminharam em direção oposta. Minutos depois passa uma viatura policial e Bia consegue informar aos policiais que acabara de ser assaltada por dois rapazes de porte médio, pele clara e cabelos curtos. Os policiais, cerca de 500 metros adiante, encontram dois rapazes nas mesmas características e os prendem. 
Em seguida, os policiais os conduzem à Delegacia, onde é lavrado o auto de flagrante. João Marcos e Edgar são denunciados como incursos na prática do crime previsto no art. 157, § 2.º, I e II, c/c art. 29, todos do Código Penal. A denúncia é recebida. Ambos, primários, com residência fixa e com bons antecedentes, foram liberados pelo juiz. Constituíram advogados distintos. Já em audiência de instrução e julgamento conforme o art. 400 do CPP, João Marcos em interrogatório, com a presença de seu advogado, relata que o autor do crime é Edgar, que não fora intimado para o ato. 
No dia seguinte, em seu interrogatório, Edgar, na presença de seu advogado e de João Marcos, nega que tenha realizado o roubo. Bia é ouvida em seguida aos interrogatórios e não sabe afirmar se eram João Marcos e Edgar os autores do crime. Configurada a complexidade, o Ministério Público apresenta tese pela condenação de João Marcos e Edgar pela prática do crime previsto no art. 157, § 2.º, I e II, c/c art. 29, todos do Código Penal. Considerando a situação hipotética descrita, procurado por Edgar, já que destituiu seu antigo advogado, formule, na condição de advogado recém-contratado, a peça a ser apresentada no processo.
RECURSOS
	RECURSOS	AÇÕES AUTÔNOMAS
	Taxativos	Taxativos
	Tempestivos	Sem prazo
	Voluntários	HC pode ser de ofício
	Inconformismo	HC preventivo nem sempre acontece uma constrição à liberdade
	Impedem trânsito em julgado	Revisão criminal só após o trânsito em julgado
	RECURSOS	AÇÕES AUTÔNOMAS
	Mero desdobramento da mesma relação Processual	Uma nova relação processual
	Reexame de decisão	Possibilidade de um novo objeto jurídico sendo discutido
	Interposição no Juízo que proferiu a
Decisão	Regras de competências próprias
	Elaboração de Folha de Rosto (juízo de admissibilidade) e Folha de Razões (juízo de mérito), salvo embargos de declaração e carta testemunhável	Peça única
Forma de interposição do recurso
	RECURSOS	FOLHA DE ROSTO	RAZÕES
		Peça de Interposição direcionada ao próprio juízo que proferiu a decisão.
É por meio desta peça que
é feito o juízo de admissibilidade.	Peça de Mérito do Recurso
onde serão colocados os
Fatos, Fundamentos e Pedido.
É por meio desta peça que
é feito o juízo de mérito do recurso.
	RECURSO EM SENTIDO
ESTRITO	Vara Criminal, Vara Criminal do Tribunal do Júri, Vara Federal (1.ª instância)	Tribunal de Justiça, Tribunal Regional Federal
(2.ª instância)
	RECURSOS	FOLHA DE ROSTO	RAZÕES
	AGRAVO EM EXECUÇÃO	Vara de Execuções Penais	Tribunal de Justiça, (2.ª instância)
	APELAÇÃO	Vara Criminal, Vara Criminal do Tribunal do Júri, Juiz Presidente, Vara Federal (1.ª instância), Juizado Especial Criminal	Tribunal de Justiça, Tribunal Regional Federal
(2.ª instância), Turma Recursal
	RECURSOS	FOLHA DE ROSTO	RAZÕES
	EMBARGOS DE
DECLARAÇÃO	Vara Criminal, Vara Federal, Juiz-Presidente, Câmara, Turma, Juizado Especial Criminal	Vara Criminal, Vara Federal, Juiz-Presidente, Câmara, Turma, Juizado Especial Criminal, Turma Recursal
	EMBARGOS
INFRINGENTES	Câmara, Turma, Tribunal de Justiça, Tribunal Regional Federal	Câmara, Turma, Tribunal de Justiça, Tribunal Regional Federal (podendo ser Grupo de Câmaras)
	RECURSO ESPECIAL	Câmara, Turma, Tribunal de Justiça, Tribunal Regional Federal	STJ
	RECURSOS	FOLHA DE ROSTO	RAZÕES
	RECURSO
EXTRAORDINÁRIO	Câmara, Turma, Tribunal de Justiça, Tribunal Regional Federal, STJ	STF
	RECURSO ORDINÁRIO
CONSTITUCIONAL	Câmara, Turma, Tribunal de Justiça, Tribunal Regional Federal, STJ	STJ
STF
	CARTA TESTEMUNHÁVEL	Escrivão, Secretário do Tribunal	Escrivão, Secretário do Tribunal
Fundamentação 
	RECURSO	ARTIGO	PRAZO	EM FACE DE
	RECURSO EM
SENTIDO ESTRITO	Art. 581 do CPP	5 dias (art. 586)
5 dias por instrumento + 2 dias

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