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Eunice Marques Almeida Santos nº 72426 Gislanda Santiago de Souza nº 72425 Sandra Raquel da Costa Silva nº 70391 AVALIAÇÃO DA PRESENÇA DE METAIS EM ENLATADOS: TOMATE PELADO E ANANÁS COMPLEMENTOS DE ANÁLISE DOS ALIMENTOS Mestrado em Engenharia Alimentar U n iv e rs id a d e d e T rá s -o s -M o n te s e A lt o D o u ro E s c o la d e C iê n c ia s d a V id a e d o A m b ie n te Vila Real, 2020 Complementos de Análise dos Alimentos 2 Eunice Marques Almeida Santos nº 72426 Gislanda Santiago de Souza nº 72425 Sandra Raquel da Costa Silva nº 70391 Avaliação da presença de metais em enlatados: Tomate pelado e Ananás Disciplina de Complementos de Análise dos Alimentos 1º Ano - Mestrado em Engenharia Alimentar Trabalho efetuado sob orientação: Professora Maria Cristina Guiomar Antunes Vila Real, 2020 U n iv e rs id a d e d e T rá s -o s -M o n te s e A lt o D o u ro E s c o la d e C iê n c ia s d a V id a e d o A m b ie n te Complementos de Análise dos Alimentos 3 Índice 1. Introdução .................................................................................................. 5 2. Materiais e Métodos................................................................................... 7 2.1. Reagentes e Instrumentalização ........................................................... 7 2.2. Amostragem e Condições Experimentais............................................ 7 2.3. Tratamento da Amostra ......................................................................... 8 2.4. Determinação da Concentração de Metais .......................................... 9 2.4.1. Preparação dos Padrões ................................................................ 9 2.4.2. Quantificação de Ferro nas Amostras e nos Padrões .................... 9 3. Resultados ................................................................................................. 9 3.1. Performance Analítica ........................................................................... 9 3.2. Quantificação de Ferro nas Amostras ............................................... 10 3.2.1. Curva de Calibração ..................................................................... 10 3.2.2. Concentração de Ferro nas Amostras .......................................... 10 4. Discussão ................................................................................................. 12 5. Conclusão ................................................................................................ 14 6. Referências Bibliográficas ...................................................................... 15 Anexo I ............................................................................................................ 16 Cálculo do Limite de Deteção e Quantificação para o Ferro ......................... 16 Anexo 2 ........................................................................................................... 17 Rótulo da Lata de Ananás ............................................................................. 17 Rótulo da Lata de Tomate ............................................................................. 17 Complementos de Análise dos Alimentos 4 Índice de Figuras Figura 1: Espetrofotómetro de absorção atómica iCE 3000 series. .................. 7 Figura 2 Lata de ananás e de tomate utilizadas neste estudo. ......................... 7 Figura 3: Pré-digestão "overnight" ..................................................................... 8 Figura 4: Amostras límpidas e incolores ............................................................ 8 Figura 5: Curva de calibração para o ferro. ..................................................... 10 Figura 6: Concentração de ferro nas amostras das latas de ananás e tomate ao longo dos vários tempos de amostragem ......................................................... 11 Figura 7: Média da concentração de ferro nas amostras das latas de ananás e de tomate ao longo dos vários tempos de amostragem. .................................. 11 Índice de Tabelas Tabela 1: Valores de absorvância obtidos para as concentrações padrão de ferro. ................................................................................................................. 10 Tabela 2: Concentração de ferro nas amostras das latas de ananás e de tomate ao longo dos vários tempos de amostragem. ................................................... 11 file:///C:/Users/Utilizador/Desktop/Mestrado%20Engenharia%20Alimentar/2º%20Semestre/Complementos%20de%20Análise%20de%20Alimentos/Relatório.docx%23_Toc45491357 file:///C:/Users/Utilizador/Desktop/Mestrado%20Engenharia%20Alimentar/2º%20Semestre/Complementos%20de%20Análise%20de%20Alimentos/Relatório.docx%23_Toc45491358 file:///C:/Users/Utilizador/Desktop/Mestrado%20Engenharia%20Alimentar/2º%20Semestre/Complementos%20de%20Análise%20de%20Alimentos/Relatório.docx%23_Toc45491359 file:///C:/Users/Utilizador/Desktop/Mestrado%20Engenharia%20Alimentar/2º%20Semestre/Complementos%20de%20Análise%20de%20Alimentos/Relatório.docx%23_Toc45491362 file:///C:/Users/Utilizador/Desktop/Mestrado%20Engenharia%20Alimentar/2º%20Semestre/Complementos%20de%20Análise%20de%20Alimentos/Relatório.docx%23_Toc45491362 Complementos de Análise dos Alimentos 5 1. Introdução A indústria das embalagens é um setor económico muito importante, sendo os materiais mais comuns o plástico, papel e cartão, metal e vidro. Fundamentalmente, as embalagens têm como função a proteção do produto que está no seu interior. A embalagem deve assegurar que o produto não só mantém as suas propriedades durante o transporte entre as instalações de fabrico e o revendedor, bem como prevenir danos quando o produto estiver na estante para venda. Consequentemente, o embalamento dos produtos deve ser robusto e fiável, garantindo que se cumprem as condições de higiene, segurança e qualidade. Embalagens metálicas são comuns e geralmente revestidas por camadas de folha estanho, crómio, ferro e alumínio. Quando a camada interior protetora da embalagem metálica não é compacta e contínua, o metal fica exposto a compostos agressivos presentes nos alimentos e a aditivos alimentares, acelerando a corrosão1. A espessura e o revestimento das camadas dependem do tipo de produto a embalar. A contaminação de alimentos enlatados com metais depende de vários fatores, entre os quais a presença de agentes oxidantes como nitratos, nitritos, oxigénio e outros grupos químicos, o pH e acidez do produto alimentar e as condições de armazenamento (particularmente a duração e a temperatura)2. Para evitar a contaminação dos alimentos com os metais, são adicionados inibidores de corrosão para proteger o substrato metálico. A folha de estanho (uma liga metálica de estanho e ferro – FeSn2) é muito utilizada em embalagens de alimentos e de bebidas e a dissolução destes metais pode ocorrer, contaminando o produto. Em alimentos enlatados, os níveis máximos recomendados de estanho são 250 mg kg-1 para alimentos sólidos e 15 mg kg -1 para bebidas, enquanto que os níveis máximos recomendados de ferro são 15 mg kg-1 para alimentos sólidos e bebidas3. Quando em excesso, o estanho e o ferro são elementos tóxicos. Relativamente ao ferro, uma exposição excessiva a este metal resulta em consequências patológicas, nomeadamente patologias nos rins, no coração, diabetes mellitus, disfunções hormonais, disfunções no sistema imunitário entre outros4. Complementos de Análise dos Alimentos 6 Na maioria dos casos, a análise de amostras alimentares requer procedimentos simples e rápidos com elevada precisão. Inicialmente, a amostra precisa de ser digerida de forma a decompor a matriz e libertar o analito. Existem diversos métodos de digestão de amostras, sendo que a digestão química com recurso a misturas de ácido nítrico e peróxido de hidrogénio é um método muito utilizado na análise de metais. Posteriormente, a quantificação dos metais em estudo pode ser feita por espectroscopia de absorção atómica por chama. Esta técnica quantitativa baseia-se no princípio do que os metais no estado fundamental absorvem luz a um comprimento de onda específico. Os iões metálicos numa solução são convertidos ao seu estado atómico através da chama. Quando o comprimento de onda correto é fornecido, a quantidade de luz absorvida é medida e a concentração pode ser obtida através de curvas de calibração realizadas com concentrações conhecidas dos metais em estudo5. O objetivo deste trabalho experimental é avaliar a presença de ferro como contaminante em embalagens metálicas de produtos alimentares, resultando do processo de oxidação da lata metálica. Complementos de Análise dos Alimentos 7 Figura 2 Lata de ananás e de tomate utilizadas neste estudo. 2. Materiais e Métodos 2.1. Reagentes e Instrumentalização Os reagentes utilizados foram HNO3 concentrado, H2O2 a 30%, H20 destilada e solução concentrada de 1000 mg L-1. No decorrer da experiência foi utilizado material corrente de laboratório (balões volumétricos, pipetas automáticas, balança de precisão, tubos de vidro, etc). Para a determinação de ferro, um espetrómetro de absorção atómica (figura 1) Ice 3000 Series (Thermo Scientific) foi utilizado, sendo os dados recolhidos através do software SOLAAR. Figura 1: Espetrofotómetro de absorção atómica iCE 3000 series. 2.2. Amostragem e Condições Experimentais Uma lata de ananás em calda (marca Continente) e uma lata de sumo de tomate natural (marca Guloso) foram escolhidas para a análise (figura 2). Amostras foram retiradas das latas no instante zero e de 7 em 7 dias, até ao 14º dia. Posteriormente as amostras foram armazenadas no frigorífico e a análise foi efetuada após o 14º dia. Este ensaio foi realizado em triplicado com três latas de ananás e três latas de tomate independentes. Complementos de Análise dos Alimentos 8 2.3. Tratamento da Amostra Amostras foram pesadas numa margem entre 0,2-0,25 g de cada um dos tempos de amostragem – 0, 7 e 14 dias – foram submetidas a um processo de digestão. Foi adicionado 1mL de HNO3 concentrado e 1 mL de H2O2 a 30% às amostras. As amostras ficaram em pré-digestão “overnight” à temperatura ambiente durante 24h (figura 3). Após as 24h num reator (Techne) foram colocadas esferas de vidro em cada um dos tubos para evitar a evaporação. Em seguida, os tubos foram colocados a 60°C. Posterior e gradualmente, a temperatura foi subindo para os 80°C, 100°C, 120°C até atingir os 150°C. Quando a temperatura atingiu os 150°C, as amostras foram deixadas a digerir até à libertação de toda a matéria orgânica. Após o final da digestão, o sedimento e a mistura tornam-se límpida e incolor (figura 4), retirando-se as esferas de vidro de modo a permitir a evaporação total do ácido nítrico. Por fim, após o arrefecimento dos tubos, são adicionados 10mL da solução matriz ácida (1,5 mL de HNO3 p.a. concentrado em 1000 mL de H20 Figura 3: Pré-digestão "overnight" Figura 4: Amostras límpidas e incolores Complementos de Análise dos Alimentos 9 destilada/desionizada) e homogeneizou-se no vórtex. Ao branco foram adicionados os mesmos reagentes com exceção da amostra. 2.4. Determinação da Concentração de Metais 2.4.1. Preparação dos Padrões Foram preparadas cinco solução-padrão de ferro numa gama de concentrações entre 0,25 e 3,0 mg L-1, a partir de uma solução concentrada de ferro 1000 mg L-1. Os padrões foram submetidos ao mesmo tratamento das amostras a analisar, para manter as mesmas condições e minimizar o efeito das interferências. 2.4.2. Quantificação de Ferro nas Amostras e nos Padrões Foi efetuada a leitura da absorção atómica de cada amostra e padrão, por espetrometria de absorção atómica por chama utilizando chama de ar e acetileno e um comprimento de onda de 248,2 nm. 3. Resultados 3.1. Performance Analítica Num método analítico, os limites de deteção e quantificação são parâmetros importantes para garantir a fiabilidade durante a quantificação de analitos em matrizes biológicas. O limite de deteção (LD) corresponde à concentração mínima de analito que é possível detetar com um determinado nível através do método escolhido. O limite de quantificação (LQ) corresponde à concentração a partir da qual é possível a quantificação do analito com exatidão e precisão. O limite de deteção e quantificação para o ferro foram calculados (Anexo I). O limite de deteção obtido é de 17,5 mg L-1 e o limite de quantificação é de 58,3 mg L-1. Complementos de Análise dos Alimentos 10 3.2. Quantificação de Ferro nas Amostras 3.2.1. Curva de Calibração A curva de calibração representada na figura 5 foi construída com base nos valores presentes na tabela 1. Tabela 1: Valores de absorvância obtidos para as concentrações padrão de ferro. Concentração (mg/L-1) Absorvância 248,2 nm 3 0,048 2 0,034 1 0,02 0,5 0,011 0,25 0,006 Através de um ajuste linear, a curva de calibração obtida deu origem à equação y = 0,0156x + 0,0022 para valores de concentração entre 0,25 e 3 mg L-1. O coeficiente de correlação – R2 – obtido para a reta foi de 0,9928. A reta interseta o gráfico na origem (0,0). Figura 5: Curva de calibração para o ferro. 3.2.2. Concentração de Ferro nas Amostras As concentrações de ferro nas amostras de ananás e de tomate foram calculadas através da curva de calibração presente na figura 5 e com os dados experimentais de absorvância a 248,2 nm (tabela 2). O branco foi subtraído ao valor de absorvância das amostras. y = 0,0156x + 0,0022 R² = 0,9928 0 0,01 0,02 0,03 0,04 0,05 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 A b s o rv â n c ia 2 4 8 ,2 n m Concentração de Ferro (mg L-1) Complementos de Análise dos Alimentos 11 Tabela 2: Concentração de ferro nas amostras das latas de ananás e de tomate ao longo dos vários tempos de amostragem. Concentração de Ferro (mg L-1) Lata de Ananás Lata de Tomate Dias I II III I II III 0 -0,001 -0,005 0,013 0,003 0,011 0,007 7 0,01 0,032 0,016 0,004 0,013 0,01 14 0,05 0,004 0,049 0,004 0,018 0,015 Na figura 6 estão representados os dados presentes na tabela 2. Na figura 7 estão representados a médias das concentrações de cada lata ao longo do tempo. Figura 6: Concentração de ferro nas amostras das latas de ananás e tomate ao longo dos vários tempos de amostragem -1,00 -0,50 0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50 I II III I II III Ananás Tomate C o n ce n tr aç ão d e Fe rr o ( m g L- 1 ) 0 dias 7 dias 14 dias 0,000 0,500 1,000 1,500 2,000 2,500 0 dias 7 dias 14 dias C o n ce n tr aç ão d e Fe rr o ( m g L- 1 ) Ananás Tomate Figura 7: Média da concentração de ferro nas amostras das latas de ananás e de tomate ao longo dos vários tempos de amostragem. Complementos de Análise dos Alimentos 12 4. Discussão Para quantificar o ferro nas amostras das latas de ananás e tomate, em primeiro lugar foi necessário digerir a amostra. Em seguida, desenhou-se uma curva de calibração com recurso a soluções padrão de concentração conhecida de ferro - o analito em estudo. A curva de calibração apresentava um coeficiente de correlação R2 = 0,9928, o que significa que o modelo linear ajustado explica 98,28% da variável dependente (absorvância a 248,2 nm) a partir da variável independente (concentração conhecida de ferro). Pode então assumir-se que a curva de calibração tem qualidade e será utilizada na quantificação das amostras. Quanto às concentrações de ferro obtidas através da reta de calibração, podemos observar uma maior flutuação nos valores dos triplicados da lata de ananás, comparativamente à lata de tomate. As amostras I e II da lata de ananás indicam concentrações negativas no tempo 0 dias, algo que não tem um significado físico possível, portanto trata-se de um problema no modelo utilizado para explicar os dados. Isto deve-se essencialmente ao facto de nesses casos, as concentrações de ferro sejam tão baixas ou nulas que o modelo cuja calibração varia de entre 0,25 e 3,0 mg L-1 não tem sensibilidade para calcular o valor correto com precisão e exatidão. No que diz respeito à performance do método analítico – espetrofotometria de absorção atómica por chama - pode observar-se que não é a mais adequada para a deteção e quantificação de ferro. Isto porque as concentrações calculadas ficam abaixo do limite de deteção e quantificação. Uma possível alternativa pode ser a espetrometria de absorção atómica por câmara de grafite pois apresenta uma maior sensibilidade. Na lata de ananás, as amostras II apresentam um valor superior de concentração de ferro no dia 7 do que no dia 14. Se o processo de oxidação da lata metálica ocorrer ao longo do tempo, a tendência do valor concentração de ferro será para aumentar. Tal não se verificou e isso pode ser explicado por alguma interferência da amostra resultante por exemplo, de um incompleto processo de digestão da matéria orgânica. Também é de realçar que as amostras dos vários dias embora sejam todas retiradas da mesma lata previamente homogeneizada, a colheita é aleatória e certas zonas podem Complementos de Análise dos Alimentos 13 apresentar uma maior concentração de ferro - zona de oxidação mais intensa da lata. Em média, embora a lata de ananás apresentasse uma menor concentração de ferro inicial, o seu declive ao longo do tempo é superior à lata de tomate. Aparentemente, o processo de oxidação é mais rápido ou abundante na lata de ananás e isso é coincidente com o facto de apenas no rótulo de ananás estar presente a indicação de após abertura, colocar o interior num recipiente não metálico (Anexo II). Esse resultado pode ser explicado pela presença de elementos que provocam a oxidação da lata na calda do ananás ou ainda de espécies reativas presentes no próprio ananás (por exemplo, a sua acidez). Na lata de tomate, todas as amostras apresentaram um aumento da concentração de ferro ao longo dos 14 dias, destacando-se que na amostra I esses valores eram muito inferiores aos das amostras II e III. Essas diferenças podem estar relacionadas com o facto de a colheita das amostras ter sido feita por 3 indivíduos diferentes e o armazenamento das latas metálicas ter sido feito em 3 ambientes diferentes. É sabido que as condições de armazenamento (temperatura) influenciam os processos de oxidação das latas. Não se pode ainda descartar o efeito do armazenamento das amostras no frigorífico após colheita. No entanto, como as reações químicas tendem a ser mais lentas quanto menor a temperatura, as baixas temperaturas do frigorífico desaceleram as possíveis reações de oxidação e permitem obter um valor de concentração de ferro à data da colheita da amostra. Apesar de se observar um aumento na concentração de ferro ao longo dos 14 dias tanto na lata de ananás (2,06 mg kg-1) e na lata de tomate (0,650 mg kg-1), ambos os valores são abaixo do limite máximo recomendado pelas entidades reguladoras para ferro em alimentos (650 mg kg-1) e não apresentam um perigo imediato para a saúde do consumidor. Complementos de Análise dos Alimentos 14 5. Conclusão A avaliação da contaminação de ferro em alimentos enlatados – ananás e tomate - foi realizada com sucesso. Apesar do método analítico - espetrometria de absorção atómica por chama - escolhido não ser o mais adequado para a deteção e quantificação de ferro, poderia ser feita uma otimização em termos de otimização do fluxo de gás e altura do atomizador. De qualquer forma, os valores de concentração obtidos foram no geral os esperados e a concentração de ferro aumenta ao longo do tempo em alimentos enlatados após abertura da embalagem. Embora os valores obtidos neste trabalho experimental sejam de um caso em que uma lata foi aberta e permaneceu aberta 14 dias, contrariando as indicações do fabricante, e dos valores obtidos serem inferiores aos limites máximos é importante reconhecer que este fenómeno ocorre. Quando a lata está fechada, o processo de oxidação não ocorre na mesma intensidade pois existe uma câmara orgânica no interior das latas que protege o metal de contactar com o alimento. No entanto, os alimentos deixam de estar no seu estado estéril e são expostos ao ar sofrendo oxidação pelo ar atmosférico e também pela contaminação com microrganismos e geram um ambiente reativo que aumenta a corrosão da lata. Atualmente, alguns alimentos são comercializados em embalagens metálicas que podem contaminá-los com metais leva à necessidade de repensar aspetos essa indústria. Por exemplo, pode desenvolver-se um material mais resistente ou enriquecer as polpas com compostos que inibidores da corrosão natural das latas visto que é essencial garantir a saúde do consumidor. É ainda importante mencionar também que é preciso ter atenção à reutilização de embalagens metálicas pois podem ser uma fonte de contaminação de metais. Complementos de Análise dos Alimentos 15 6. Referências Bibliográficas 1. A. Kassouf, H. Chebib, N. Lebbos & R. Ouaini (2013) Migration of iron, lead, cadmium and tin from tinplate-coated cans into chickpeas, Food Additives & Contaminants: Part A, 30:11, 1987-1992 2. A. Grassino, Z. Grabarić, A. Pezzani, G. Squitieri, G. Fasanaro & M. Impembo (2009) Corrosion behaviour of tinplate cans in contact with tomato purée and protective (inhibiting) substances, Food Additives & Contaminants: Parte A, Volume 26:11,1488-1494 3. http://www.fao.org/fileadmin/user_upload/gmfp/resources/al03_34e.pdf consultado a 11/07/2020 4. J. Kang (2001) Chronic iron overload and toxicity: Clinical chemistry perspective, Clinical Laboratory Science, 14(3):209 5. B. Welz, M. Sperling (1999), Atomic Absorption Spectrometry, Wiley-VCH, Weinheim, Alemanha, ISBN 3-527-28571-7. http://www.fao.org/fileadmin/user_upload/gmfp/resources/al03_34e.pdf https://en.wikipedia.org/wiki/ISBN_(identifier) https://en.wikipedia.org/wiki/Special:BookSources/3-527-28571-7 Complementos de Análise dos Alimentos 16 Anexo I Cálculo do Limite de Deteção e Quantificação para o Ferro Desvio Padrão Residual x y Y estimado (y-y^)2 3 0,048 0,049 0,000001 2 0,034 0,033 0,000001 1 0,02 0,178 0,024964 0,5 0,011 0,01 1E-06 0,25 0,006 0,006 0 Desvio padrão residual = 0,091 Limite de Deteção b = 0,0156 LD = 17,5 Limite de Quantificação b = 0,0156 LD = 58,3 Complementos de Análise dos Alimentos 17 Anexo 2 Rótulo da Lata de Ananás Rótulo da Lata de Tomate
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