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ApostilaCPA10-ANBIMA (1) 1

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Caro aluno, 
 
É uma satisfação poder acompanhá-lo nessa caminhada rumo à novas conquistas profissionais. 
Certamente, o processo de escolhas gera sempre trade-offs, e cada conquista deve ser desfrutada. 
Se você decidiu se certificar em CPA-10, é porque atua, ou pretende atuar, na distribuição de 
produtos de investimento em agências bancárias ou plataformas de atendimento. Ou então, admira 
a temática e está sempre buscando aprimorar seus conhecimentos. 
A prova de certificação CPA-10 é composta por 50 questões, sendo necessário atingir 70% de acertos, 
ou 35 questões, atendendo aos critérios de cada módulo. De forma geral, o objetivo das questões é 
avaliar o conhecimento dos candidatos no que diz respeito às principais características dos produtos 
de investimentos ofertados, assim como suas respectivas avaliações acerca dos padrões éticos de 
comportamento que devem ser adotados no relacionamento com os investidores. 
O exame é composto por sete grandes temas: 
1. Sistema Financeiro Nacional (5% a 10%); 
2. Ética, Regulamentação e Análise do Perfil do Investidor (15% a 20%); 
3. Noções de Economia e Finanças (5% a 10%); 
4. Princípios de Investimento (10% a 20%); 
5. Fundos de Investimento (20% a 30%); 
6. Instrumentos de Renda Variável e Renda Fixa (15% a 25%); 
7. Previdência Complementar Aberta: PGBL e VGBL (5% a 10%). 
 
 
 
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Sumário 
Sistema Financeiro Nacional ................................................................................................................. 4 
Estrutura ........................................................................................................................................... 4 
Órgãos de Regulação, Autorregulação e Fiscalização ....................................................................... 7 
Ética, regulamentação e análise do perfil do investidor ..................................................................... 25 
Código de Distribuição de Produtos de Investimento .................................................................... 25 
Prevenção Contra a Lavagem de Dinheiro ...................................................................................... 35 
Ética na venda ................................................................................................................................. 47 
Análise do Perfil do Investidor (API) ............................................................................................... 48 
Noções de Economia e Finanças ......................................................................................................... 51 
Conceitos básicos de Economia ...................................................................................................... 51 
Conceitos Básicos de Finanças ........................................................................................................ 55 
Princípios de Investimento ................................................................................................................. 62 
Principais fatores de análise de Investimentos............................................................................... 62 
Principais riscos do investidor......................................................................................................... 64 
Fatores determinantes para adequação dos produtos de Investimento as Necessidades dos 
Investidores..................................................................................................................................... 66 
Fundos de Investimento ..................................................................................................................... 71 
Definições Legais ............................................................................................................................. 71 
Dinâmica de Aplicação e Resgate ................................................................................................... 78 
Diferenciais do Produto para o Investidor ...................................................................................... 81 
Política de Investimento ................................................................................................................. 83 
Carteira de investimentos ............................................................................................................... 86 
Taxas de administração e outras .................................................................................................... 89 
Classificação CVM ........................................................................................................................... 90 
Tributação ....................................................................................................................................... 93 
Código Anbima de Regulação e Melhores Práticas para Administração de Recursos de Terceiros
 ........................................................................................................................................................ 95 
Instrumentos de Renda Variável e Renda Fixa ................................................................................. 104 
Ações ............................................................................................................................................. 104 
Títulos de Crédito Imobiliário e do Agronegócio .......................................................................... 113 
Certificado de Depósito Bancário (CDB) ....................................................................................... 116 
Debêntures e Debêntures Incentivadas ....................................................................................... 119 
Títulos Públicos ............................................................................................................................. 122 
Caderneta de Poupança ................................................................................................................ 128 
Operações compromissadas ......................................................................................................... 130 
Previdência Complementar Aberta: PGBL e VGBL ............................................................................ 132 
 
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Previdência Social x Previdência Privada: Avaliação da Necessidade do Cliente ......................... 132 
Características técnicas que influenciam o produto ..................................................................... 135 
Plano Gerador de Benefícios Livres (PGBL) e suas características. Identificar produto mais 
adequado em função da situação tributária do investidor, idade de início de contribuição, idade 
de aposentadoria; valor das contribuições e o valor do benefício ............................................... 137 
Vida Gerador de Benefícios Livres (VGBL) e suas características. Identificar produto mais 
adequado em função da situação tributária do investidor, idade de início de contribuição, idade 
de aposentadoria; valor das contribuições e o valor do benefício ............................................... 139 
Referências ....................................................................................................................................... 140 
 
 
 
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Sistema Financeiro Nacional 
 
O Sistema Financeiro Nacional (SFN), consiste em um conjunto de instituições financeiras e 
instrumentos financeiros que visam transferir recursos dos agentes econômicos1 superavitários para 
os deficitários. Inclui as instituições responsáveis pela formulação e execução da política monetária 
e pela fiscalização dos agentes econômicos que operam no mercado financeiro. 
As funções básicas do Sistema Financeiro são: 
▪ Facilitar a distribuição temporal dos recursos; 
▪ Permitir a canalização da poupança para o investimento;▪ Proporcionar ferramentas para a diversificação dos riscos. 
Estrutura 
 
O SFN possui dois subsistemas em sua estrutura: 
 
 
 
 
 
 
 
 
Podemos então dizer que o SFN age em duas frentes: (a) na normatização dos serviços ligados ao 
mercado financeiro e (b) na intermediação financeira. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 Pessoas, empresas, governo. 
Sistema Financeiro 
Nacional (SFN) 
Subsistema Normativo 
Subsistema de 
intermediação 
Sistema Normativo 
Conselho Monetário 
Nacional (CMN) 
Comissão de Valores 
Mobiliários (CVM) 
Instituições especiais 
Banco Central (Bacen) 
 
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O Banco Central do Brasil trouxe, recentemente, um novo desenho do SFN2, sendo este organizado 
por agentes normativos, supervisores e operadores. Os órgãos normativos determinam regras 
gerais para o bom funcionamento do sistema. As entidades supervisoras trabalham para que os 
integrantes do sistema financeiro sigam as regras definidas pelos órgãos normativos. Os operadores 
são as instituições que ofertam serviços financeiros, no papel de intermediários. Percebe-se, 
também, uma divisão quanto ao campo de atuação: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2Essa estrutura pode ser encontrada no site do BC https://www.bcb.gov.br/estabilidadefinanceira/sfn e 
é apresentada na videoaula correspondente a esse tópico. 
Sistema de 
Intermediação 
Instituições Financeiras 
não Bancárias 
Instituições auxiliares 
Instituições não 
Financeiras 
Sistema Brasileiro de 
Poupança e Empréstimo 
(SBPE) 
https://www.bcb.gov.br/estabilidadefinanceira/sfn
 
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 Moeda, crédito, capitais e câmbio 
 
 Seguros privados 
 
 
 
 
 
 
 
 
Operadores
Órgãos Supervisores
Órgãos Normativos CMN
BC
Bancos e CEF
Cooperativas de 
crédito
Instituições de 
pagamento
Adm. de consórcios
Corretoras e 
distribuidoras
Demais instituições não 
bancárias
CVM
Bolsa de Valores
Bolsa de Mercadorias 
e Futuros
Operadores
Órgãos Supervisores
Órgãos Normativos CNSP
Susep
Seguradoras e resseguradores
Entidades abertas de previdência
Sociedades de capitalização
 
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 Previdência Fechada 
 
 
 
 
Órgãos de Regulação, Autorregulação e Fiscalização 
 
Conselho Monetário Nacional – CMN 
 
Órgão eminentemente normativo, estabelece diretrizes para o bom funcionamento e processa todo 
o controle do sistema financeiro nacional. Instituído pela Lei 4.595/1964, o CMN compõe a estrutura 
básica do Ministério da Fazenda, sendo o órgão deliberativo máximo do SFN. 
O Conselho Monetário Nacional é presidido pelo Ministro da Economia e ainda conta com 
participações do Presidente do Banco Central do Brasil e do Secretário Especial de Fazenda do 
Ministério da Economia, sendo revestido de amplas atribuições que orbitam a finalidade principal de 
sua criação: formular toda política de moeda e crédito, atendendo aos interesses econômicos e 
sociais do país. 
Cabe ao CMN uma série de atribuições e competências específicas, atribuições estas regulamentadas 
pelos artigos 3º e 4º da Lei de sua instituição, dentre as quais são expostas algumas, a seguir: 
▪ Regular a constituição e o funcionamento das instituições financeiras, bem como zelar por 
sua liquidez e solvência; 
▪ Definir percentual e forma do recolhimento compulsório; 
▪ Regular operações de redesconto e operações no âmbito do mercado aberto; 
Operadores
Órgãos Supervisores
Órgãos Normativos CNPC
Previc
Entidades fechadas de 
previdência 
complementar (fundos de 
pensão)
 
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▪ Regulamentar, caso necessário, as taxas de juros, comissões e qualquer outra forma de 
remuneração praticada pelas instituições financeiras; 
▪ Estabelecer diretrizes por meio de determinação de índices de encaixe, de capital mínimo, 
de normas de contabilização etc.; 
▪ Fixar diretrizes e normas da política cambial, assim como regulamentar operações de 
câmbio, visando controle da paridade da moeda e ao equilíbrio do balanço de pagamentos. 
As atividades são efetivadas através da elaboração de resoluções, deliberadas pelo CMN e publicadas 
pelo BACEN. 
 
 
Banco Central do Brasil 
 
Principal executor das políticas traçadas pelo CMN e órgão fiscalizador do SFN. Criado pela Lei 
4.595/1964 e vinculado ao Ministério da Economia (até dezembro de 2018, ao incorporado 
Ministério da Fazenda), o Bacen é uma autarquia federal que dispõe de personalidade jurídica e 
patrimônio próprios. 
O principal objetivo do Banco Central é “assegurar a estabilidade do poder de compra da moeda e 
um sistema financeiro sólido e eficiente”. Em outras palavras, o Bacen busca controlar a inflação no 
país, regulando a quantidade de moeda na economia, permitindo, dessa forma, a estabilidade de 
preços na economia. 
Sua estrutura é comandada por uma diretoria colegiada composta por nove membros, sendo um 
presidente e oito diretores, cada um responsável por uma diretoria específica: Diretoria de 
Administração (Dirad), Diretoria de Relacionamento Institucional e Cidadania (Direc), Diretoria de 
Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos (Direx), Diretoria de Fiscalização (Difis), 
Diretoria de Organização do Sistema Financeiro e de Resolução (Diorf), Diretoria de Política 
Econômica (Dipec), Diretoria de Política Monetária (Dipom) e Diretoria de Regulação (Dinor). 
Todos os membros das diretorias relacionadas são nomeados pelo presidente da República, após 
aprovação pelo Senado Federal. Além disso, todos aqueles que compõem a diretoria colegiada do 
Bacen, são demissíveis por este, sem necessidade de justificativa ou trâmite, nos termos do Decreto 
91.961/1985. 
Em uma análise conceitual mais ampla, o Bacen é tido como um banco fiscalizador e disciplinador 
do mercado financeiro, ao definir regras, limites e condutas das instituições, banco de penalidades e 
gestor do SFN, ao expedir normas e autorizações que visam promover o controle das instituições 
financeiras e suas operações. É também considerado executor de política monetária, ao exercer o 
controle dos meios de pagamento e executar o orçamento monetário e um banco do governo na 
gestão da dívida pública. 
CMN → Regulação, normas, órgão deliberativo máximo, fixa diretrizes 
 
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Entre as principais atribuições do Banco Central, destacam-se: 
▪ Conceder autorização de funcionamento às instituições financeiras, bem como os pedidos 
de fusão e incorporação; 
▪ Conduzir as políticas monetárias, cambial e de crédito; 
▪ Realizar e controlar operações de redesconto e as de empréstimo dentro do âmbito das 
instituições financeiras bancárias; 
▪ Determinar através do Comitê de Política Monetária (Copom), a meta da taxa de juros de 
referência para as operações de um dia (Taxa Selic); 
▪ Fiscalizar as instituições financeiras, aplicando, se necessário, penalidades previstas em lei; 
▪ Executar emissão do dinheiro e controlar a liquidez do mercado; 
▪ Realizar operações de compra e venda de títulos públicos federais; 
▪ Emitir papel-moeda. 
 
 
 
 
Os principais documentos emitidos pelo Bacen, são: 
• Circulares: cria normas para o SFN ou regulamenta normas contidas em resoluções do CMN, 
desde que por delegação; 
• Cartas circulares: esclarecimento de dúvidas ou divergência de entendimentos; 
• Comunicados: documentos administrativos de âmbito externo. Divulga deliberações ou 
informações. 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção! 
No Brasil, a cunhagem (impressão) da moeda é realizada com exclusividade pela Casa da Moeda, e a 
emissão da moeda (entrega do numerário ao sistema bancário) é de responsabilidade do Banco Central. 
 
Banco Central 
▪ “Banco dos bancos” → capta depósitos dos bancos (compulsórios e livres) e preserva a liquidez do 
sistema; 
▪ Executor de política monetária → exerce controle sobre meios de pagamentos e taxas de juros da 
economia; 
▪ Emissor de moeda → coordena distribuição do dinheiro emitido pelaCasa da Moeda aos bancos; 
▪ Fiscalizador do SFN → controla e fiscaliza as instituições financeiras, aplicando penalidades e 
decretando intervenções; 
▪ Banco do Governo → representa o Brasil no sistema financeiro internacional, mantem depósitos em 
moeda nacional e internacional, entre outras atribuições. 
 
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Comissão de Valores Mobiliários (CVM) 
 
Órgão responsável pela regulação e fiscalização do mercado de capitais no Brasil. Instituído pela Lei 
6.385/1976, é uma autarquia vinculada ao Ministério da Economia (incorporou o Ministério da 
Fazenda), que age sob orientação do CMN. Atua no controle e fiscalização do mercado de valores 
mobiliários (em geral, de títulos emitidos pelas sociedades anônimas e autorizadas pelo CMN, ações, 
debêntures etc). 
Os objetivos de atuação da CVM são dados pela lei que a instituiu, podendo destacar: 
▪ Assegurar o funcionamento eficiente e regular os mercados de bolsa e de balcão; 
▪ Proteger os titulares de valores mobiliários contra emissões irregulares e atos ilegais de 
administradores e acionistas controladores de companhias ou de administradores de 
carteiras de valores mobiliários; 
▪ Coibir modalidades de fraude e manipulação destinadas a criar condições artificiais de 
demanda, oferta ou preço de valores mobiliários negociados no mercado; 
▪ Assegurar o acesso do público a informações sobre valores mobiliários negociados e 
companhias que os tenham emitido; 
▪ Assegurar a observância de práticas comerciais equitativas no mercado de valores 
mobiliários; 
▪ Estimular formação de poupança e sua aplicação em valores mobiliários; 
▪ Promover a expansão e o funcionamento eficiente e regular do mercado de ações e 
estimular as aplicações permanentes em ações do capital social das companhias abertas. 
A CVM tem poderes para disciplinar, normatizar e fiscalizar a atuação dos diversos integrantes do 
mercado e seu poder normatizador abrange todas as matérias referentes ao nicho. Cabe à mesma 
disciplinar: 
▪ O registro de companhias abertas; 
▪ O registro de distribuições de valores mobiliários; 
▪ Negociações e intermediações no mercado de valores mobiliários; 
▪ Administração de carteiras e custódia de valores mobiliários; 
▪ Suspensão ou cancelamento de registros, credenciamentos ou autorizações; 
▪ Organização, funcionamento e operações de bolsas de valores; 
▪ Credenciamento de auditores independentes e administradores de carteiras de valores 
mobiliários; 
▪ Suspensão de emissão, distribuição ou negociação de determinado valor mobiliário ou 
decretação de recesso de bolsa de valores; 
▪ Suspensão ou cancelamento de registros, credenciamentos ou autorizações. 
 
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A CVM mantém estrutura destinada a prestar orientação aos investidores e acolhimento de 
denúncias e sugestões por eles formuladas. Possui competência para apurar, julgar e punir 
irregularidades eventualmente cometidas no mercado. 
 
 
 
Superintendência de Seguros Privados (Susep) 
 
Instituída pelo Decreto-lei 73/66, a Susep é uma autarquia federal vinculada ao Ministério da 
Economia (até 2018 ao Ministério da Fazenda) responsável pelo controle e fiscalização dos 
mercados de seguro, previdência privada aberta, capitalização e resseguro no Brasil. É administrada 
por um Conselho Diretor, composto pelo superintendente e por quatro diretores. 
Ainda que siga as diretrizes do Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) – órgão normativo do 
setor – a Susep tem o papel de regulação e fiscalização. 
O Decreto que a instituiu, estabeleceu as atribuições da Susep, sendo destacadas: 
▪ Fiscalizar a constituição, organização, funcionamento e operação das sociedades 
seguradoras, de capitalização, entidades de previdência privada aberta e resseguradores, na 
qualidade de executora da política traçada pelo CNSP; 
▪ Atuar no sentido de proteger a captação de poupança popular que se efetua por meio das 
operações de seguro, previdência privada aberta, capitalização e resseguro; 
▪ Zelar pela defesa dos interesses dos consumidores dos mercados supervisionados; 
▪ Promover o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos operacionais a elas 
vinculados, visando à maior eficiência do Sistema Nacional de Seguros Privados e do Sistema 
Nacional de Capitalização; 
▪ Promover estabilidade dos mercados sob sua jurisdição, assegurando sua expansão e o 
funcionamento das entidades que neles operem; 
▪ Zelar pela liquidez e solvência das sociedades que integram o mercado; 
▪ Disciplinar e acompanhar os investimentos daquelas entidades, em especial os efetuados 
em bens garantidores de provisões técnicas; 
▪ Cumprir e fazer cumprir as deliberações do CNSP, e exercer as atividades por ele delegadas; 
▪ Prover os serviços de secretaria executiva do CNSP. 
Dependem de prévia autorização da Susep o funcionamento das sociedades seguradoras, das 
sociedades de capitalização, das entidades de previdência privada aberta e das sociedades 
resseguradoras. 
CVM → Fiscalização de valores mobiliários. Autoridade no mercado de capitais. 
 
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Associação Brasileira de Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (ANBIMA) 
 
A Anbima foi criada em 2009, fruto da fusão de duas outras associações: a Associação Nacional dos 
Bancos de Investimento (Anbid) de 1967 e da Associação Nacional das Instituições do Mercado 
Financeiro (Andima), de 1971. A autorregulação da ANBIMA não sobrepõe nem pode contradizer a 
regulação estatal, atuando apenas de forma complementar. 
Em linhas gerais, a ANBIMA possui objetivos bem definidos, atuando em quatro frentes: 
▪ Informação – produção e divulgação de relatórios, estatísticas, estudos referências de 
preços e índices relacionadas ao mercado que representa atividades da área de supervisão 
são divulgadas no site da ANBIMA e em informativos periódicos; assim como mudanças nas 
regras e nas interpretações são comunicadas diretamente aos associados, via 
correspondência e mediante a realização de atividades de maior engajamento, como 
webinars; 
▪ Representação – fóruns de associados com proposta de aprimorar as normas do mercado e 
as sugestões enviadas aos órgãos reguladores. Elaboram regras dos códigos de 
autorregulação, visando boas práticas. Códigos são elaborados a partir de sugestões e 
mediante aprovação dos associados; 
▪ Educação – certificação, visando capacitar os profissionais do mercado e educação de 
investidores, visando ampliar o acesso de atuais e futuros investidores; 
▪ Autorregulação – conduz um modelo de autorregulação privado e voluntário. As regras são 
expressas em códigos de autorregulação e melhores práticas, de livre adesão. O 
cumprimento das normas é acompanhado por área técnica, que supervisiona as instituições, 
dá orientações de caráter educativo e ajuda na condução de processos avaliados pelos 
conselhos de autorregulação. Os processos de autorregulação são, em sua maioria, 
encerrados mediante cartas de recomendação ou termos de compromisso, que visam 
aprimorar as práticas da indústria. 
A dinâmica básica da autorregulação da ANBIMA segue um fluxo: 
 
 Associados 
definem 
regras
Área técnica 
supervisiona
Comissão 
especializada 
acompanha
Conselho 
independente 
julga
1 
2 
3 
4 
 
13 | P á g i n a 
 
Além dos códigos ANBIMA, existem outras fontes de autorregulação que esclarecem determinações 
e contêm recomendações: 
▪ Diretrizes: caráter vinculante às instituições participantes. Voltadas a regulamentar detalhes 
e procedimentos que estão previstos de forma mais genérica; 
▪ Deliberações: caráter vinculante às instituições participantes. Voltadas a interpretar e 
esclarecer regras dos códigos; 
▪ Pareceres de orientação: recomendar condutas às instituições participantes. 
 
Código ANBIMA de Regulação e Melhores Práticas para o Programa de Certificação 
Continuada 
 
O código, em sua mais recente atualização, destaca em seu artigo 2º, o objetivo de sua criação:“estabelecer princípios e regras para elevação e capacitação técnica dos profissionais das Instituições 
Participantes que desempenham as Atividades Elegíveis”. 
As instituições participantes são tidas como aquelas associadas à ANBIMA, aderentes ao Código e as 
integrantes do conglomerado ou grupo financeiro das instituições participantes que desempenham 
a função tutelada pelo respectivo código. Assim, aquelas submetidas à ação reguladora e 
fiscalizadora do CMN, do Bacen e da CVM, concordam expressamente em submeter-se aos 
procedimentos estabelecidos pelo Código. 
As obrigações especificadas se dividem em dois grandes grupos: 
I. Princípios e padrões de conduta exigido dos profissionais [e das instituições]; 
II. Obrigações de estabelecimento e implementação adequada de controle interno; 
As obrigações do primeiro grupo estão elencadas no artigo 6º e 7º do capítulo IV. Os principais 
aspectos contemplados [e de verificação por parte das Instituições Participantes] são: 
▪ Verificar se seus profissionais possuem reputação ilibada e atestar que não tenham sido 
inabilitados para o exercício do cargo em instituições financeiras e demais entidades 
autorizadas a funcionar pelo Bacen ou pela CVM, Previc ou Susep; e sofrido punição 
definitiva, nos últimos 5 anos, em decorrência de sua atuação como administrador ou 
membro de conselho fiscal de entidade sujeita ao controle e fiscalização dos órgãos 
reguladores mencionados; 
▪ Empenhar-se permanentemente no aperfeiçoamento de seus profissionais, fornecendo 
constante atualização acerca das práticas de mercado, produtos disponíveis e 
regulamentação aplicável; 
 
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▪ Manter elevados padrões éticos, adotar práticas transparentes nas negociações com o 
mercado e proibir práticas caracterizadoras de concorrência desleal e de condições não 
equitativas; 
▪ Divulgar, de forma clara, riscos e consequências que poderão advir dos produtos, 
instrumentos e modalidades operacionais disponíveis no mercado; 
▪ Preservar informações reservadas e/ou privilegiadas, excetuadas as hipóteses em que sua 
divulgação seja exigida por lei ou tenha sido autorizada; 
▪ Adotar procedimentos formais de controle, passíveis de verificação, relacionados à 
obtenção e manutenção da certificação pertinente a todos os seus profissionais, de acordo 
com as diretrizes específicas expedidas pelo Conselho de Certificação Continuada. 
Os aspectos referentes ao grupo II, são evidenciados nos artigos 9º e 10º, sendo destacados: 
▪ As Instituições Participantes devem garantir, por meio de controles internos adequados, o 
permanente atendimento ao Código, às políticas e à Regulação vigente; 
▪ As Instituições Participantes devem implementar e manter, em documento escrito, regras, 
procedimentos e controles internos que contenham informações mínimas, como: 
identificação e atualização das informações dos Profissionais Certificados na admissão e 
desligamento; procedimento adotado para a atualização da certificação dos profissionais 
que atuam em Atividades Elegíveis quando de seu vencimento; procedimento para 
afastamento imediato dos profissionais que desempenhem Atividades Elegíveis sem a 
devida certificação, ou com a certificação vencida, bem como documentação formal que 
evidencie esse afastamento; 
▪ As Instituições devem, adicionalmente, assegurar que os profissionais a ela vinculados 
conheçam e assinem, de forma manual ou eletrônica, o código de ética por elas adotado até 
o último dia do mês subsequente à sua contratação. 
O capítulo VIII do Código trata das certificações da ANBIMA e suas características, tanto conceituais, 
como práticas. Em suas Seções de I a III, as certificações CPA-10, CPA-20, CEA e CGA são 
caracterizadas. No escopo daquele que é de nosso interesse (CPA-10) é destacado: “a CPA-10 se 
destina a certificar profissionais das instituições participantes que atuam na prospecção ou venda de 
produtos de investimento diretamente junto ao investidor, inclusive em agências bancárias ou 
Plataformas de Atendimento”. 
Cabe destaque o Capítulo XIV, cujo escopo contempla as penalidades quanto ao descumprimento 
dos princípios e regras estabelecidas no Código, penalidades estas que incluem: 
▪ Advertência pública; 
▪ Multa de até 100 vezes o valor da maior mensalidade recebida pela ANBIMA; 
▪ Desligamento da ANBIMA. 
 
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Código ANBIMA de Regulação e Melhores Práticas para Distribuição de Produtos de 
Investimento 
 
O Código ANBIMA de Regulação e Melhores Práticas para Distribuição de Produtos de Investimento, 
em sua versão mais recente, entrou em vigor no dia 23 de Maio de 2019, substituindo os códigos de 
Varejo e Private Banking. Possui vinte e três capítulos em sua estrutura, sendo três no anexo. 
Tradicionalmente, no Capítulo I são apresentadas algumas definições importantes e no Capítulo II, 
os objetivos. O Código tutela as atividades de oferta de produtos de investimento de forma individual 
ou coletiva, resultando ou não em aplicação de recursos. 
O documento tem como objetivo estabelecer princípios e regras para Distribuição de Produtos de 
Investimento visando, principalmente: 
I. A manutenção dos mais elevados padrões éticos e a consagração da institucionalização de 
práticas equitativas no mercado financeiro e de capitais; 
II. A concorrência leal; 
III. A padronização de seus procedimentos; 
IV. O estímulo ao adequado funcionamento da Distribuição de Produtos de Investimento; 
V. A transparência no relacionamento com os investidores, de acordo com o canal utilizado e 
as características dos investimentos; e 
VI. A qualificação das instituições e de seus profissionais envolvidos na Distribuição de Produtos 
de Investimento. 
Aqueles atingidos pelo Código estão contemplados no artigo 3º: 
▪ Bancos múltiplos, bancos comerciais, bancos de investimento, bancos de desenvolvimento, 
sociedades corretoras e distribuidoras de títulos e valores mobiliários, assim como 
administradores fiduciários e/ou gestores de recursos de terceiros quando distribuírem seus 
próprios Fundos de Investimento. 
 
Obrigações são impostas aos participantes, sendo estas divididas em cinco grupos: 
I. Exigências institucionais mínimas; 
II. Regras para contratação de terceiros; 
III. Regras de publicidade e divulgação de produtos de investimento; 
IV. Dever de conhecer seu cliente; 
V. Dever de verificar a adequação ao perfil do investidor (suitability). 
O descumprimento das regras previstas no Código pelas instituições participantes acarreta em 
penalidades estabelecidas no capítulo XIX, sendo destacadas: 
i. Advertência pública; 
 
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ii. Multa de até 100 vezes o valor da maior mensalidade recebida pela ANBIMA; 
iii. Proibição temporária de uso do Selo ANBIMA; 
iv. Desligamento da ANBIMA. 
 
Principais Intermediários Financeiros: conceito e atribuições 
 
Intermediários financeiros são aqueles que existem para que o Sistema Financeiro Nacional (SFN) e 
o Sistema Brasileiro de Pagamentos (SPB) funcionem adequadamente. 
 
Bancos Múltiplos 
 
Constituídos sob a forma de sociedade anônima, os bancos múltiplos são instituições financeiras 
privadas ou públicas que realizam operações ativas, passivas e acessórias das diversas instituições 
financeiras correspondentes às carteiras que detiver: 
▪ Comercial; 
▪ de investimento; 
▪ desenvolvimento (exclusiva dos bancos públicos); 
▪ de crédito imobiliário; 
▪ de arrendamento mercantil (leasing); e 
▪ de crédito, financiamento e investimento. 
Sendo obrigatória a presença da expressão “Banco” em sua denominação, os Bancos Múltiplos 
devem realizar atividades próprias de, pelo menos, dois tipos de carteiras, sedo obrigatória uma 
carteira comercial ou de investimento. Nesse ponto, quem opera carteira comercial pode captar 
depósitos à vista. 
Com sua formação autorizada pela Resolução CMN 2.099, de 1994, as operações realizadas por um 
Banco Múltiplo estão sujeitasàs mesmas normas legais e regulamentares aplicáveis às instituições 
singulares correspondentes à suas carteiras. 
Bancos Comerciais 
 
Instituições financeiras privadas ou públicas que têm como objetivo principal proporcionar o 
suprimento oportuno e adequado dos recursos necessários para financiar, a curto e médio prazos, o 
comércio, a indústria, as empresas prestadoras de serviços, as pessoas físicas e terceiros em geral. 
A captação de depósitos à vista, livremente movimentáveis, é atividade típica do banco comercial, o 
qual pode também captar depósitos a prazo. Este, está habilitado a realizar uma série de operações 
 
17 | P á g i n a 
 
ativas, passivas e acessórias, como descontar títulos, realizar operações de capital de giro, prestar 
garantias e administrar fundos de investimento. 
Deve ser constituído sob a forma de sociedade anônima e em sua denominação social deve constar 
a expressão “Banco”. 
Bancos de investimento 
 
Constituídos sob a forma de sociedade anônima, os Bancos de Investimento são instituições 
financeiras privadas especializadas em operações de participação societária de caráter temporários, 
de financiamento da atividade produtiva para suprimento de capital fixo e de giro e de administração 
de recursos de terceiros. 
Definidos pela Resolução 2.624/1999, devem possuir, em sua denominação social, a expressão 
“Banco de Investimento”. Os Bancos de Investimento podem: 
▪ Comprar e vender, por conta própria ou de terceiros, metais preciosos e quaisquer títulos e 
valores mobiliários; 
▪ Operar em bolsas de mercadorias e futuros, bem como em mercados de balcão organizados, 
por conta própria e de terceiros; 
▪ Operar em todas as modalidades de concessão de crédito para financiamento de capital fixo 
e de giro; 
▪ Participar do processo de emissão, subscrição para revenda e distribuição de títulos e 
valores mobiliários; 
▪ Operar em câmbio, mediante autorização específica do Bacen; 
▪ Coordenar processos de reorganização e reestruturação de sociedades e conglomerados, 
financeiros ou não, mediante prestação de serviços de consultoria, participação societária 
e/ou concessão de financiamentos ou empréstimos. 
Os Bancos de Investimento podem captar recursos: 
▪ Sob a forma de depósitos a prazo, com ou sem emissão de certificado; 
▪ Oriundos do exterior, inclusive por meio de repasses interbancários; 
▪ Por meio de repasse de recursos oficiais; 
▪ Sob a forma de depósitos financeiros. 
Podem manter contas, sem juros e não movimentáveis por cheque, relativas a recursos de terceiros 
recebidos para aplicação em títulos e valores mobiliários e em outros ativos financeiros ou vinculadas 
à execução de suas operações ativas ou relacionadas com a prestação de serviços. 
 
 
18 | P á g i n a 
 
Outros Intermediários ou Auxiliares Financeiros: conceito e atribuições 
 
B3 S/A – Brasil, Bolsa e Balcão 
 
Bolsas de Valores são associações civis sem fins lucrativos, cujo patrimônio é constituído por títulos 
patrimoniais adquiridos pelas sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários, destinadas a 
fornecer local e sistemas de negociação e custódia de títulos para as associadas. 
Bolsas de Valores e entidades de mercado de balcão organizado possuem autonomia administrativa, 
financeira e patrimonial, operando sob a supervisão da CVM e atuando como seus órgãos auxiliares, 
na fiscalização dos respectivos membros e das operações nelas realizadas (Lei 6.385/1976, artigo 17). 
As Bolsas de Valores têm, por objeto social, entre outros: 
▪ Manter local ou sistema adequado à realização de operações de compra e venda de títulos 
e/ou valores mobiliários, em mercado livre e aberto, especialmente organizado e fiscalizado 
pela própria bolsa, sociedades membros e pelas autoridades competentes; 
▪ Fornecer todos os meios necessários à pronta e eficiente realização e visibilidade das 
operações; 
▪ Estabelecer sistemas de negociação que propiciem continuidade de preços e liquidez ao 
mercado de títulos e/ou valores mobiliários; 
▪ Efetuar registro das operações; 
A B3 é a bolsa multiativos e multimercado que atua como central depositária de ativos, câmara de 
compensação e liquidação, bem como contraparte central garantidora. Administradora de mercados 
organizados de bolsa e balcão, oferece estrutura integrada de negociação e pós-negociação para 
todas as principais classes de ativos. 
Em 2017, a CVM e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), aprovaram a fusão da 
BM&FBovespa com a Cetip S/A, formando a B3 S.A. 
Sociedades Corretoras de Títulos e Valores Mobiliários: principais funções 
 
Conhecidas popularmente como “Corretoras”, as Sociedade Corretoras de Títulos e Valores 
Mobiliários são instituições financeiras constituídas sob a forma de sociedade por ações ou por 
quotas de responsabilidade limitada. 
De acordo com a Resolução 1.655/89, do CMN, a sociedade corretora tem por objeto social, entre 
outros: 
▪ Operar em recinto ou em sistema mantido por bolsa de valores; 
 
19 | P á g i n a 
 
▪ Subscrever, isoladamente ou em consórcio com outras sociedades autorizadas, emissões de 
títulos e valores mobiliários para revenda; 
▪ Intermediar oferta pública e distribuição de títulos e valores mobiliários no mercado; 
▪ Comprar e vender títulos e valores mobiliários por conta própria e de terceiros; 
▪ Encarregar-se da administração de carteiras e da custódia de títulos e valores mobiliários; 
▪ Exercer funções de agencia fiduciário; 
▪ Instituir, organizar e administrar fundos e clubes de investimento; 
▪ Intermediar operações de câmbio; 
▪ Praticar operações no mercado de câmbio de taxas flutuantes; 
▪ Praticar operações de conta margem, conforme regulamentação da CVM; 
▪ Realizar operações compromissadas; 
▪ Praticar operações de compra e venda de metais preciosos, no mercado físico, por conta 
própria e de terceiros; 
▪ Operar em bolsas de mercadorias e futuros por conta própria e de terceiros. 
Além disso, as corretoras também podem auxiliar os investidores com a disponibilização para 
clientes de informações provenientes de seus departamentos técnicos ou de análises de empresas, 
títulos e fundos de investimento. A constituição e funcionamento de sociedades corretoras 
dependem, além da autorização do Bacen, da admissão como membro de bolsa de valores, em razão 
da aquisição de título patrimonial emitido por ela e a aprovação da CVM para o exercício de atividade 
no mercado de valores mobiliários. 
 
Sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários: principais funções 
 
As DTVMs são instituições habilitadas à prática das atividades que lhe são atribuídas pelas leis 
4.728/65 e 6.385/76. Podem ser constituídas sob a forma de sociedade anônima ou de sociedade 
limitada e dependem da autorização do Bacen para sua constituição e da CVM para o exercício de 
suas atividades. 
Tem por objeto, entre outros pontos, comprar, vender e distribuir títulos e valores mobiliários, e 
operar em bolsas de mercadorias e de futuros. Antigamente, as DTVMs eram diferenciadas das 
corretoras por não poderem operar diretamente nos ambientes e sistemas de negociação dos 
mercados organizados de bolsa de valores, razão pela qual concentravam seus esforços na 
distribuição de títulos. Entretanto, após Decisão Conjunta Bacen/CVM 17/09 essa vedação deixou de 
existir. 
Os objetivos básicos das DTVMs se assemelham aos das corretoras, estando igualmente sujeitas à 
fiscalização da bolsa de valores, da CVM e do Bacen. 
 
20 | P á g i n a 
 
Sistemas e câmaras de liquidação e custódia (clearing): atribuições e 
benefícios para o investidor 
 
As clearing houses, são órgãos responsáveis pela liquidação das operações ocorridas nas bolsas, nos 
mercados de balcões organizados e no mercado financeiro como um todo. Foram estruturadas de 
modo a viabilizar o Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB). 
Títulos públicos e privados são negociados diariamente em grandes volumese, a maior parte destes, 
não é emitida fisicamente, sendo apenas da forma escritural. Então, o principal objetivo das clearing 
houses é facilitar as transações de títulos e valores mobiliários mediante a supressão de riscos 
inerentes às negociações. Esses órgãos realizam funções de registro, compensação, liquidação e 
custódia. Tais sistemas são chamados de Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic) e 
Central de Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos Privados (Cetip). Ambos promovem a boa 
liquidação das operações no mercado monetário. 
Sistema especial de liquidação e custódia Selic: principais títulos custodiados no Selic 
(LFT; LTN; NTN-B; NTN-B Principal; e NTN-F) 
 
O Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) foi desenvolvido pelo Bacen e a Andima 
(Associação Nacional das Instituições do Mercado Aberto) em 1979, voltado a operar com títulos 
públicos de emissão do Tesouro Nacional. Tem por finalidade controlar e liquidar financeiramente 
as operações de compra e de venda de títulos públicos e manter sua custódia física e escritural. 
As operações com títulos públicos são realizadas de forma eletrônica, e a liquidação financeira é 
processada em tempo real. O sistema garante maior segurança para as operações de negociações 
de títulos, oferecendo garantias da existência dos papéis em negociação e dos recursos necessários 
para a liquidação financeira da operação. 
Os títulos com maior negociação no Selic são os emitidos pelo Tesouro Nacional que compõem a 
Dívida Pública Federal Interna. Os participantes do Selic são as instituições autorizadas a funcionar 
pelo Bacen, como bancos, caixas econômicas, sociedades corretoras, sociedades distribuidoras, 
entre outras. Já os pagamentos no sistema são processados através de reservas bancárias, e as 
transferências dos títulos entre os investidores somente são autorizadas pelo sistema mediante 
movimentações nessas reservas. 
Os governos federal, estadual e municipal captam recursos no Mercado Financeiro por intermédio 
da emissão de títulos públicos, visando suprir suas necessidades de recursos e custeio de 
investimento. 
A seguir, são apresentados os títulos públicos disponíveis mais conhecidos da dívida pública do 
Governo Federal, de responsabilidade do Tesouro Nacional e classificados pela natureza de suas 
 
21 | P á g i n a 
 
emissões. Recentemente, suas nomenclaturas foram alteradas, sendo apresentadas entre 
parênteses nos respectivos correspondentes. 
LFT (Tesouro Selic) 
Letras Financeiras do Tesouro são títulos pós-fixados com rendimentos definidos pela média da taxa 
Selic, garantindo uma rentabilidade de mercado ao investidor. O resgate se dá pelo valor nominal 
acrescido do respectivo rendimento (taxa Selic) acumulado desde a data-base do título. São papéis 
atraentes, e seus prazos de resgate são definidos por ocasião de sua emissão. 
 
 
 
 
 
As formas de emissão e colocação dos papéis são via oferta pública e direta. São emitidas diversas 
séries de LFT, alterando-se basicamente a forma de remuneração. 
 
LTN (Tesouro Prefixado) 
Letras do Tesouro Nacional são títulos prefixados – sua rentabilidade é definida no momento da 
compra, caso o investidor fique com o título até seu vencimento - que possuem valor nominal 
múltiplo de R$1.000,00 e são negociados com deságio sobre o valor nominal no mercado, pagando 
o investidor uma quantia inferior ao seu valor de face. O resgate se dá pelo valor nominal do título 
independentemente de seu prazo de emissão. Mantendo o título até o vencimento, o investidor 
receberá R$1.000,00 para cada unidade do papel (caso compre uma fração de título, receberá 
proporcionalmente ao percentual adquirido). 
As formas de colocação desses títulos se dão por oferta pública, com realização de leilões, podendo 
se ao par, com ágio ou deságio, ou de forma direta, mediante expressa autorização do Ministério da 
Fazenda, não podendo, nesse caso, ser colocadas por valor inferior ao par. 
O prazo das LTNs é definido no momento de sua emissão. 
 
 
 
Valor investido 
Data da compra 
Taxa de Juros no Período (Selic) 
Data de vencimento 
Valor de face (investido 
+ rentabilidade) 
Preço unitário 
Data da compra Taxa de Juros efetiva no período 
Data de vencimento 
Valor de face nominal 
(investido + rentabilidade) 
 
22 | P á g i n a 
 
 
Caso necessite vender o título antecipadamente, o Tesouro Nacional pagará seu valor de mercado, 
de modo que a rentabilidade poderá ser maior ou menor do que a contratada na data da compra, 
dependendo do preço do título no momento da venda. 
 
NTN-B (Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais) 
A Nota do Tesouro Nacional – Série B, é um título pós-fixado, cuja rentabilidade é composta por uma 
taxa anual pactuada no momento da compra, acrescida da variação do Índice de Preços ao 
Consumidor Amplo (IPCA). Por isso, proporciona rentabilidade real, ou seja, garante o aumento do 
poder de compra do dinheiro. Independente da variação da inflação, a rentabilidade total do título 
sempre será superior a ela. 
É indicado para quem deseja utilizar o rendimento para complementar sua renda a partir do 
momento da aplicação, uma vez que faz pagamento de juros a cada semestre. Logo, o rendimento é 
recebido pelo investidor ao longo do período da aplicação, em vez de receber tudo no final. 
 
 
 
 
 
 
NTN-B Principal (Tesouro IPCA+) 
Título pós-fixado cuja rentabilidade é composta por uma taxa pactuada no momento da compra mais 
a variação do IPCA. Desta forma, proporciona ao investidor uma rentabilidade real, garantindo o 
poder de compra do dinheiro. 
Com vencimentos mais longos frente aos outros disponíveis, é indicado para quem deseja poupar 
para a aposentadoria. Possui fluxo de pagamentos simples onde, no vencimento, o investidor recebe 
o valor investido acrescido da rentabilidade. Aqui, o pagamento ocorre de uma só vez, no final da 
aplicação. 
 
 
 
Valor Investido 
Data da compra 
Data de vencimento 
Valor de face nominal 
(investido + rentabilidade) 
Juros semestrais 
Valor investido 
Data da compra 
Juros pactuado + variação do IPCA Data de vencimento 
Valor de face nominal 
(investido + rentabilidade) 
 
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NTN-F 
As Notas do Tesouro Nacional – Séria F, são títulos cuja rentabilidade é prefixada e cujo rendimento 
da aplicação é recebido pelo investidos ao longo do investimento, por meio dos cupons semestrais 
de juros, e na data de vencimento do título, quando do resgate do valor investido somado à 
rentabilidade do pagamento do último cupom de juros. 
 
 
 
 
 
 
Câmara de liquidação, compensação e custódia da B3 S/A (Câmara BM&FBovespa): 
conceito, funções, principais títulos e operações custodiadas, garantias e benefícios para 
o investidor 
 
A Clearing B3 realiza o registro, a aceitação, a compensação, a liquidação e o gerenciamento de risco 
de contraparte de operações do mercado de derivativos financeiros, de commodities e de renda 
variável, dos mercados à vista de ouro, de renda variável e de renda fixa privada, realizadas em 
mercado de bolsa e em mercado de balcão organizado, bem como de operações de empréstimo de 
ativos. 
Sucessora da antiga Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC) e fruto da fusão das 
câmaras de Derivativos e de Ações e Renda Fixa Privada, a Clearing B3 liquida operações realizadas 
por meio dos sistemas de negociação “PUMA” (negocia títulos de renda variável – mercado à vista e 
de derivativos: opções, termo e futuro) e “Bovespa Fix” (títulos privados de renda fixa), ambos 
ligados à B3. 
Atua também como depositária central de ações e títulos de dívida corporativa, além de operar 
programa de empréstimo sobre esses títulos por meio do Banco de Títulos (BTC), com garantia da 
B3. 
Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB). Conceito 
 
O SPB compreende as entidades, os sistemas e os procedimentos relacionados com o processamento 
e a liquidação deoperações de transferência de fundos, de operações com moeda estrangeira ou 
com ativos financeiros e valores mobiliários, chamados, coletivamente, de entidades operadoras de 
Valor investido 
Data da compra 
Data de vencimento 
Valor de face nominal 
(investido + rentabilidade) 
Juros semestrais 
 
24 | P á g i n a 
 
Infraestruturas do Mercado Financeiro (IMF). Adicionalmente, os arranjos e as instituições de 
pagamento também integram o SPB. 
As funções básicas de um sistema de pagamentos são transferir recursos, bem como processar e 
liquidar pagamentos para pessoas, empresas, instituições financeiras para o governo e o Bacen. A 
partir de 2002, quando houve uma reforma no SPB decorrente da edição da Lei 10.214/2001, 
proporcionou-se a interligação dos sistemas dos participantes do mercado. Hoje, o SPB é integrado 
por serviços de: 
▪ Compensação de cheques; 
▪ Compensação e liquidação de ordens eletrônicas de débito e de crédito; 
▪ Transferência de fundos e de outros ativos financeiros; 
▪ Compensação e liquidação de operações com títulos e valores mobiliários; 
▪ Compensação e liquidação de operações realizadas em bolsas de mercadorias e de futuros 
e outras entidades. 
 Os princípios fundamentais norteadores do SPB envolvem: 
▪ Reconhecimento da compensação multilateral no âmbito dos sistemas de compensação e 
de liquidação; 
▪ Dispositivos que garantem a exequibilidade dos ativos oferecidos em garantia, no caso de 
quebra de participante em sistema de compensação e de liquidação; 
▪ Obrigatoriedade de que, em todo sistema de liquidação considerado sistematicamente 
importante pelo Bacen, a entidade operadora atue como contraparte central e, ressalvado 
o risco de emissor, assegure a liquidação de todas as operações cursadas, devendo para isso 
contar com adequados mecanismos de proteção; 
▪ Estabelecimento de princípios para o funcionamento do SPB em conformidade com as 
recomendações feitas por organismos financeiros internacionais; 
▪ Exigência de que, nos sistemas considerados sistematicamente importantes, a liquidação 
final dos resultados apurados seja feita diretamente em contas mantidas no Bacen; 
▪ Proibição de saldo a descoberto nas contas de liquidação mantida no Bacen. 
O SPB possui uma base legal sólida e abrangente, pelo uso obrigatório de contrapartes centrais para 
a liquidação de obrigações, pela certeza da liquidação dada pela contraparte central com base em 
mecanismos de gerenciamento de riscos e salvaguardas, bem como pela irrevogabilidade e 
finalidade das liquidações. 
 
 
 
25 | P á g i n a 
 
Ética, regulamentação e análise do perfil do investidor 
 
Código de Distribuição de Produtos de Investimento 
 
Definições (Capítulo I) 
 
O Código de Distribuição disciplina as atividades de oferta de Produtos de Investimento de forma 
coletiva ou individual nos seus diversos meios (agências bancárias, plataformas de atendimento, 
centrais de atendimento, canais digitais etc.), bem como atividades acessórias prestadas aos 
investidores. 
O capítulo I do Código de Distribuição de Produtos de Investimento traz uma série de conceitos 
fundamentais para compreensão do real significado e extensão do que é elencado no Código. São 
trinta termos que devem ser lidos em sua completude por aqueles que pretendem atuar 
profissionalmente no mercado financeiro. Aqui, serão elencados alguns de maior relevância para 
compreensão dos demais tópicos: 
▪ ANBIMA ou Associação: Associação Brasileira de Entidades dos Mercados Financeiros e de 
Capitais; 
▪ Canais digitais: canais digitais ou eletrônicos utilizados na Distribuição dos Produtos de 
Investimento, que servem como instrumentos remotos sem contato presencial entre o 
investidor ou potencial investidor e a Instituição Participante; 
▪ Código: código ANBIMA de Regulação e Melhores Práticas para Distribuição de Produtos de 
Investimentos que dispõe sobre a atividade de Distribuição de Produtos de Investimento; 
▪ Conglomerado ou Grupo Econômico: conjunto de entidades controladoras diretas ou 
indiretas, controladas, coligadas ou submetidas a controle comum; 
▪ Conheça seu cliente: regras e procedimentos adotados pelas Instituições Participantes para 
conhecer seus investidores; 
▪ Distribuição de Produtos de Investimento: 
o Oferta de Produtos de Investimento de forma individual ou coletiva, resultando ou 
não em aplicações de recursos, assim como a aceitação de pedido de aplicação por 
meio de agências bancárias, plataformas de atendimento, centrais de atendimento, 
Canais Digitais, ou qualquer outro canal estabelecido para este fim; 
o Atividades acessórias prestadas aos investidores, tais como manutenção do 
portfólio de investimentos e fornecimento de informações periódicas acerca dos 
investimentos realizados. 
 
26 | P á g i n a 
 
▪ Fundo de Investimento ou Fundo: comunhão de recursos, constituído sob a forma de 
condomínio, destinada à aplicação em ativos financeiros; 
▪ Fundo Exclusivo: fundo destinado exclusivamente a um único investidor profissional nos 
termos da Regulação em vigor; 
▪ Material Publicitário: material sobre Produtos de Investimento divulgado pelas Instituições 
Participantes por qualquer meio de comunicação disponível, que seja destinado a 
investidores ou potenciais investidores com o objetivo de estratégia comercial e 
mercadológica; 
▪ Material Técnico: material sobre Produtos de Investimento divulgado pelas Instituições 
Participantes por qualquer meio de comunicação disponível, que seja destinado a 
investidores ou potenciais investidores com o objetivo de dar suporte técnico a uma decisão 
de investimento; 
▪ Produtos Automáticos: aqueles que possuem a funcionalidade de aplicação e resgate 
automático, conforme saldo disponível na conta corrente do investidor; 
▪ Produtos de Investimento: valores mobiliários e ativos financeiros definidos pela CVM e/ou 
pelo Bacen. 
 
Objetivo e Abrangência (Capítulo II) 
 
O artigo 2º versa sobre os objetivos do Código, dentre os quais se destacam aspectos disciplinares 
para Distribuição de Produtos de Investimento: 
▪ Manutenção dos mais elevados padrões éticos; 
▪ Concorrência leal; 
▪ Padronização de procedimentos; 
▪ Transparência na relação; 
▪ Qualificação dos envolvidos. 
No artigo 3º estão expostos os agentes aos quais as regras do Código se aplicam: bancos múltiplos, 
bancos comerciais, bancos de investimento, bancos de desenvolvimento, sociedades corretoras e 
DTVMs, administradores fiduciários e/ou gestores de recursos de terceiros quando distribuírem 
Fundos de Investimento próprios. Vale destacar que as regras são estendidas a todos os integrantes 
do Conglomerado ou Grupo Financeiro das instituições participantes que estejam autorizadas a 
operar no Brasil na atividade descrita. 
A observação dos pontos do Código de Distribuição não é necessária na distribuição de Produtos de 
Investimento para: 
 
27 | P á g i n a 
 
▪ Entes da federação brasileira – União, Estados, Municípios e Distrito Federal – incluindo os 
Regimes Próprios de Previdência Social; 
▪ Pessoas jurídicas dos segmentos classificados como middle e corporate, segundo critérios 
estabelecidos pela própria Instituição Participante; e 
▪ Caderneta de Poupança. 
 
Princípios Gerais de Conduta (Capítulo IV) 
 
Os princípios gerais elencados no Código são, em outras palavras, declarações de deveres que devem 
ser observadas pelas instituições participantes em relação ao desempenho da atividade de 
Distribuição de Produtos de Investimento. 
Neste capítulo são apontados nove deveres: 
I. Exercer suas atividades com boa fé, transparência, diligência e lealdade; 
▪ A instituição participante deve fomentar a confiança necessária para o bom 
desenvolvimento do segmento. 
II. Cumprir todas as suas obrigações, devendo empregar, no exercício de suas atividades, o 
cuidado que toda pessoa prudente e diligente costuma dispensar à administração de seus 
próprios negócios,respondendo por quaisquer infrações ou irregularidades que venham a 
ser cometidas; 
▪ A instituição participante deve atuar no melhor interesse de seus clientes, não 
recomendando produtos que favoreçam a si em detrimento de outros que 
atenderiam melhor o cliente. 
III. Nortear a prestação das atividades pelos princípios da liberdade de iniciativa e da livre 
concorrência, evitando a adoção de práticas caracterizadoras de concorrência desleal e/ou 
de condições não equitativas, respeitando os princípios de livre negociação; 
▪ A instituição participante deve evitar práticas predatórias. 
IV. Evitar quaisquer práticas que infrinjam ou estejam em conflito com as regras e princípios 
contidos no Código e na Regulação vigente; 
▪ Evitar que práticas inovadoras implementadas conflitem com as disposições 
regulatórias. 
V. Adotar condutas compatíveis com os princípios de idoneidade moral e profissional; 
▪ Instituições participantes devem prezar pelo comportamento correto e profissional. 
VI. Evitar práticas que possam vir a prejudicar a Distribuição de Produtos de Investimento, 
especialmente no que tange aos deveres e direitos relacionados às atribuições específicas 
 
28 | P á g i n a 
 
de cada uma das instituições participantes estabelecidas em contratos, regulamentos, no 
Código e na Regulação vigente; 
▪ Fortalecer a confiança dos clientes no mercado financeiro através do 
comportamento ético das instituições participantes. 
VII. Envidar os melhores esforços para que todos os profissionais que desempenhem funções 
ligadas à Distribuição de Produtos de Investimento atuem com imparcialidade e conheçam 
o código de ética da instituição participante e as normas aplicáveis à sua atividade; 
▪ Evitar a prática de irregularidades frente aos clientes e público em geral, 
principalmente, na via informacional. 
VIII. Divulgar informações claras e inequívocas aos investidores acerca dos riscos e 
consequências que poderão advir dos Produtos de Investimento; 
▪ Transparência, exatidão e clareza nas informações, elencando os prós e contras das 
diversas modalidades de investimento disponíveis. 
IX. Identificar, administrar e mitigar eventuais conflitos de interesse que possam afetar a 
imparcialidade das pessoas que desempenhem funções ligadas à Distribuição de Produtos 
de Investimento. 
▪ Pulverização do mercado impõe desafios na gestão do setor. Especial atenção às 
situações potenciais de conflito de interesse. 
Em seu artigo 7º, o Código estabelece que serão considerados descumprimentos às obrigações e 
princípios elencados não apenas a inexistência ou insuficiência das regras e procedimentos exigidos, 
mas também a sua não implementação ou implementação inadequada para os fins previstos, sendo 
esta última entendida com a reiterada ocorrência de falhas, não sanadas nos prazos estabelecidos e 
a ausência de mecanismo ou evidência que demonstre a aplicação dos procedimentos estabelecidos. 
 
Regras, Procedimentos e Controles (Capítulo V) 
 
O Código estabelece que, para assegurar o cumprimento dos princípios elencados anteriormente, as 
instituições participantes devem implementar e manter em documentos escritos, regras, 
procedimentos e controles. Esses documentos devem ser efetivos e consistentes com a natureza, 
porte e estrutura do modelo de negócio da instituição, devem ser acessíveis a todos os profissionais, 
possuindo divisão clara das responsabilidades dos envolvidos na função de controles interno e de 
cumprimento das políticas estabelecidas pela Regulação vigente. Além disso, tais documentos 
devem descrever os procedimentos para a coordenação das atividades relativas à função de 
controles internos e de compliance com as funções de gestão de riscos e indicar as medidas 
 
29 | P á g i n a 
 
necessárias para garantir a independência e a adequada autoridade aos responsáveis pelas 
mencionadas funções. 
Complementarmente, o Código de Distribuição estabelece exigências para a estruturação de áreas 
responsáveis por controles interno e Compliance. Desta forma, é necessário que estas áreas tenham: 
▪ Estrutura compatível com a natureza, porte e modelo de negócios das instituições 
participantes, bem como à complexidade dos Produtos de Investimento distribuídos; 
▪ Independência, respondendo diretamente ao diretor responsável pelos controles internos 
e Compliance; 
▪ Ter profissionais com qualificação técnica e experiência necessária para o exercício das 
atividades relacionadas à função de controles internos e de compliance; 
▪ Ter comunicação direta com a diretoria, administradores e conselho de administração, se 
houver, para realizar relato dos resultados decorrentes das atividades relacionadas à função 
de controles internos e de compliance, incluindo possíveis irregularidades ou falhas 
identificadas; 
▪ Ter acesso regular a capacitação e treinamento; e 
▪ Ter autonomia e autoridade para questionar os riscos assumidos nas operações realizadas 
pela instituição. 
Visando a efetividade das atividades de controles internos e de compliance, o Código permite que 
elas sejam desempenhadas em conjunto, na mesma estrutura, ou por unidades específicas. Porém, 
é necessária a indicação de ao menos um diretor, estatutário ou equivalente, responsável pelos 
controles internos e pelo compliance. A esse diretor é vedada a atuação em funções relacionadas à 
administração de recursos de terceiros, intermediação, distribuição ou consultoria de valores 
mobiliários, ou ainda, qualquer outra atividade que limite sua independência, dentro ou fora da 
instituição participante. 
Segurança e Sigilo das Informações (Seção II) 
 
No escopo do Código, são elencados procedimentos a serem adotados pelas instituições 
participantes no que diz respeito aos controles internos e compliance. Entre eles, destacam-se 
procedimentos documentados por escrito, visando garantir a segurança e sigilo das informações, 
que contenham: 
▪ Controle das informações confidenciais, reservadas ou privilegiadas, indicando como se dá 
o acesso e controle de pessoas autorizadas e não autorizadas a essas informações, inclusive 
nos casos de mudança de atividade dentro da mesma instituição ou desligamento do 
profissional; 
 
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▪ Regras específicas sobre proteção da base de dados e procedimentos internos para tratar 
casos de vazamento de informações confidenciais, reservadas ou privilegiadas, mesmo que 
oriundos de ações involuntárias; 
▪ Testes periódicos de segurança para os sistemas de informações, em especial para os 
mantidos em meio eletrônico; 
▪ Treinamento para os sócios, diretores, administradores e profissionais que tenham acesso a 
informações confidenciais, reservadas ou privilegiadas; 
▪ Regras de restrição ao uso de sistemas, acessos remotos e qualquer outro meio/veículo que 
contenham informações confidenciais, reservadas ou privilegiadas; 
Aos profissionais das instituições participantes, deve ser exigida assinatura, manual ou eletrônica, de 
documento de confidencialidade sobre as informações confidenciais, reservadas ou privilegiadas que 
lhes tenham sido confiadas em virtude do exercício de suas atividades profissionais. Essa exigência 
deve ser estendida para os terceiros contratados. 
 
Publicidade (Capítulo VIII) 
 
O contato e a disponibilidade de informações claras e precisas para o grande público é parte 
fundamental da atividade de Distribuição de Produtos de Investimento. As instituições devem 
envidar seus melhores esforços no sentido de produzir materiais adequados aos seus investidores, 
buscando transparência e precisão das informações, privilegiando dados de fácil comparabilidade, 
zelando sempre pela concorrência leal. Na Seção II do Capítulo VIII, são elencados pontos necessários 
para a divulgação do Material Publicitário. 
A Instituição Participante que deseja realizar divulgação de tal material em qualquer meio de 
comunicação deve, necessariamente, incluir em destaquelink ou caminho direcionando investidores 
ou potenciais investidores ao Material Técnico sobre os produtos de investimentos tratados nas 
peças, de modo que haja conhecimento de todas as informações, características e riscos dos 
investimentos. Quando os investimentos são tratados de forma genérica, isto é, não focada em 
algum produto específico, o direcionamento deve se dar ao site da instituição. Adicionalmente, 
quando ocorrer divulgação de rentabilidade, deve-se incluir o nome do emissor e a carência, se 
houver. 
A divulgação do Material Técnico, tratada na Seção III do referido Código, deve contemplar, no 
mínimo, as seguintes informações: 
I. Descrição do objetivo e/ou estratégia; 
II. Público-alvo, quando destinado a investidores específicos; 
III. Carência para resgate e prazo de operação; 
 
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IV. Tributação aplicável; 
V. Informações sobre os canais de atendimento; 
VI. Nome do emissor, quando aplicável; 
VII. Classificação do Produto de Investimento; 
VIII. Descrição resumida dos principais fatores de risco, incluindo, no mínimo, os riscos de 
liquidez, de mercado e de crédito, quando aplicável. 
Tais informações devem estar disponíveis, por meio impresso ou passível de impressão, nas agências 
e dependências da Instituição Participante. 
Nos Materiais Técnicos, ainda, devem ser inclusos, com destaque, os seguintes avisos obrigatórios, 
de acordo com texto dado pela Seção VI: 
I. Caso faça referência a histórico de rentabilidade ou menção de performance: 
a. “Rentabilidade obtida no passado não representa garantia de resultados futuros”; 
b. “A rentabilidade divulgada não é líquida de impostos”; 
II. Caso faça referência a Produtos de Investimento que não possuam garantia do fundo 
garantidor de crédito: 
a. “O investimento em [indicar produto de investimento] não é garantido pelo Fundo 
Garantidor de Crédito”; 
III. Caso faça referência à simulação de rentabilidade: 
a. “As informações presentes neste material técnico são baseadas em simulações e os 
resultados reais poderão ser significativamente diferentes.” 
 
Regras Gerais (Capítulo IX) 
 
Seguindo o disposto no Capítulo IX, as Instituições Participantes, ao recomendar Produtos de 
Investimento, não podem induzir os investidores a erro ao dar a entender que atuam como 
prestadores de serviço de consultoria independente de valores mobiliários de forma autônoma à 
atividade de Distribuição de Produtos de Investimento. 
Para reforçar esse compromisso, o Código de Distribuição exige que as instituições participantes 
atribuam a responsabilidade pela atividade de Distribuição de Produtos de Investimento a um diretor 
estatutário ou equivalente. Estabelece também obrigações específicas para divulgação de 
informações por meios eletrônicos, exigência de procedimento para as instituições conhecerem seus 
clientes investidores e para que as instituições verifiquem a adequação dos investimentos 
recomendados ao perfil do investidor. 
 
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Na Seção I, são elencados procedimentos a serem adotados quando da divulgação de informações 
por meio eletrônico. As Instituições Participantes que o fizerem, devem explicitar, no mínimo, as 
seguintes informações: 
I. Descrição do objetivo e/ou estratégia de investimento; 
II. Público-alvo, quando destinado a investidores específicos; 
III. Carência para resgate e prazo de operação; 
IV. Nome do emissor, quando aplicável; 
V. Tributação aplicável; 
VI. Classificação do Produto de Investimento; 
VII. Descrição resumida dos principais fatores de risco; 
VIII. Informações sobre os canais de atendimento. 
As Instituições Participantes devem possuir canais de atendimento compatíveis com seu porte e 
número de investidores para esclarecimento de dúvidas e recebimento de reclamações. 
Na Seção II, são tratadas informações do processo de Conheça seus Cliente. As Instituições devem 
conhecer seus investidores no início do relacionamento e durante o processo cadastral, identificando 
necessidade de visitas pessoais em suas residências, locais de trabalho e instalações comerciais. 
As Instituições Participantes devem implementar e manter, em documento escrito, regras, 
procedimentos que descrevam o processo de Conheça seu Cliente adotado, onde devem constar, no 
mínimo: 
I. Procedimento adotado para aceitação de investidores, incluindo procedimento para análise 
e validação dos dados, bem como a forma de aprovação dos investidores; 
II. Indicação dos casos em que são realizadas visitas aos investidores; 
III. Indicação do sistema e ferramentas utilizadas para realizar o controle das informações, 
dados e movimentações dos investidores; 
IV. Procedimento de atualização cadastral; 
V. Procedimento adotado para identificar a pessoa natural caracterizada como beneficiário 
final; 
VI. Procedimento adotado para veto de relacionamentos em razão dos riscos envolvidos. 
Ademais, as Instituições devem manter as informações cadastrais de seus investidores atualizadas, 
de modo a permitir que haja identificação, a qualquer tempo, de cada um dos beneficiários finais, 
bem como do registro atualizado de todas as aplicações e resgates realizados em nome dos 
investidores. 
Um ponto importante e que merece atenção especial do candidato diz respeito ao Suitability, 
descrito na Seção III. O Código impõe obrigação de observância do disposto na Diretriz ANBIMA de 
 
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Suitability para classificação do perfil do investidor, definição de categoria do ativo, consideração dos 
riscos associados ao produto de investimento e para definição de regras e procedimentos relativos 
à recomendação e classificação de produtos de investimento complexo. As Instituições, no exercício 
da atividade de Distribuição de Produtos de Investimento, não podem recomendar Produtos de 
Investimento, realizar operações ou prestar serviços sem que verifiquem sua adequação ao perfil do 
investidor. Por isso, estas devem implementar e manter, em documento escrito, regras e 
procedimentos que possibilitem verificar a adequação dos Produtos de Investimento ao perfil dos 
investidores, contendo, no mínimo: 
I. Coleta de informações: descrição detalhada do mecanismo de coleta das informações junto 
ao investidor para definição de perfil; 
II. Classificação do perfil: descrição detalhada dos critérios utilizados para a classificação do 
perfil do investidor, devendo ser observadas as características de classificação para cada 
perfil; 
III. Classificação de Produtos de Investimentos: descrição detalhada dos critérios utilizados para 
a classificação de cada Produto de Investimento; 
IV. Comunicação com o investidor: descrição detalhada dos meios, forma e periodicidade de 
comunicação utilizada entre a Instituição Participante e o investidor para: 
a. Divulgação do seu perfil de risco após coleta das informações; e 
b. Divulgação referente ao desenquadramento identificado entre o perfil do investidor 
e seus investimentos, a ser efetuada sempre que verificado o desenquadramento; 
V. Procedimento operacional: descrição detalhada dos procedimentos utilizados para a 
aferição periódica entre o perfil do investidor e seus investimentos; 
VI. Atualização do perfil do investidor: descrição detalhada dos critérios utilizados para 
atualização do perfil do investidor, incluindo a forma como a Instituição Participante dará 
ciência desta atualização; e 
VII. Controles internos: descrição detalhada dos controles internos e mecanismos adotados pela 
Instituição Participante para o processo de Suitability com o objetivo de assegurar a 
efetividade dos procedimentos estabelecidos pela instituição. 
Para definição do objetivo de investimento do investidor, a Instituição Participante deve considerar, 
no mínimo: 
I. O período em que será mantido o investimento; 
II. As preferências declaradas quanto à assunção de riscos; e 
III. As finalidades do investimento. 
Nesse mesmo sentido, para definição da situaçãofinanceira do investidor, deve-se considerar: 
I. O valor das receitas regulares declaradas; 
 
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II. O valor e os ativos que compõem seu patrimônio; e 
III. A necessidade futura de recursos declarada. 
A definição do conhecimento do investidor deve contemplar: 
1. Os tipos de produtos, serviços e operações com os quais o investidor tem familiaridade; 
2. A natureza, volume e frequência das operações já realizadas pelo investidor, bem como o 
período em que tais operações foram realizadas; e 
3. A formação acadêmica e experiência profissional do investidor, salvo quando tratar-se de pessoa 
jurídica. 
As informações acima elencadas devem ser atualizadas em prazos não superiores a vinte e quatro 
meses. Fica vedado ao distribuidor recomendar produtos ou serviços quando o perfil do cliente não 
seja adequado ao produto ou serviço. Caso o cliente ordene a realização de operações nas situações 
em que a recomendação é vedada, o distribuidor deve, antes da primeira operação com a categoria 
de ativo, alertar o cliente acerca da ausência, desatualização ou inadequação do perfil, com a 
indicação das causas da divergência. Caso ocorra insistência na operação por parte do cliente, o 
distribuidor deve obter declaração expressa de que o cliente deseja manter a decisão de 
investimento, mesmo estando ciente das incompatibilidades quanto ao perfil. Esse mesmo 
procedimento deve ser adotado frente aqueles clientes que se recusarem a responder o questionário 
de suitability. 
No artigo 46 do Código, destaca-se que os procedimentos dispostos acerca das regras de suitability 
não se aplicam aos “produtos automáticos”, isto é, aqueles de aplicação e resgate automáticos 
destinados, exclusivamente, aos correntistas da instituição. Essa isenção, entretanto, só é válida se 
a aplicação automática não tiver como base um valor mobiliário. Logo, produtos automáticos que 
tenham como base fundos de investimento, ou operações compromissadas com lastro em 
debêntures emitidas por instituições financeiras do mesmo conglomerado ou grupo econômico da 
instituição na qual o investidor seja correntista, será admitido o processo simplificado de suitability. 
Tal processo simplificado consistirá na obtenção de declaração assinada pelo investidor no momento 
da contratação do produto automático, de acordo com o modelo disponibilizado pela ANBIMA em 
seu portal. 
 
Selo ANBIMA (Capítulo XIII) 
 
O selo ANBIMA tem por finalidade exclusiva demonstrar o compromisso das Instituições 
Participantes em atender às disposições do Código de Distribuição de Produtos de Investimento. Este 
selo, porém, não responsabiliza a ANBIMA pelas informações constantes nos documentos divulgados 
pelas Participantes, nem pela qualidade da prestação de atividades. 
 
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Distribuição de Fundos de Investimento (Anexo I) 
 
Trata de regras específicas quanto à distribuição dos Fundos de Investimento 555 (“Fundo 555”), 
Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (“FIDC”), Fundos de Investimento Imobiliários (“FII”) 
e os Fundos de Investimento em Índice de Mercado (“Fundos de Índice”) em conjunto (“Fundos”). 
Segundo disposto no Capítulo I, “Distribuição”, a distribuição de cotas de Fundos constituídos sob a 
forma de condomínio aberto, e daqueles que não sejam Exclusivos e/ou Reservado, e que não sejam 
objeto de oferta pública pela Instituição Participante, devem ter informações divulgadas em seção 
exclusiva nos sites das Instituições Participantes. Essa seção deve conter, além das informações 
exigidas para qualquer outro produto de investimento: 
▪ Política de investimento; 
▪ Classificação de risco do Fundo; 
▪ Condições de aplicação, amortização e resgate; 
▪ Limites mínimos e máximos de investimento e valores mínimos para movimentação 
e permanência no Fundo; 
▪ Taxa de administração, de performance e demais taxas; 
▪ Rentabilidade; 
▪ Avisos obrigatórios; 
▪ Referência ao local de acesso aos documentos do Fundo com explicitação do canal 
destinado ao atendimento a investidores. 
Alternativamente, as Instituições Participantes podem disponibilizar tais informações por meio de 
link para os sites dos administradores fiduciários e/ou agentes de recursos dos Fundos distribuídos 
que contenham as informações. Ainda assim, ela continuará sendo responsável pelas informações 
divulgadas. 
Prevenção Contra a Lavagem de Dinheiro 
 
Existe uma série de dispositivos que visam garantir que as instituições financeiras cumpram seu papel 
no combate e prevenção à lavagem de dinheiro. 
Conceito de lavagem de dinheiro. Legislação 
 
O conceito de lavagem de dinheiro é dado pela Lei 9.613/98, com recente alteração dada pela Lei 
12.683/12 que visa tornar mais eficiente a persecução penal dos crimes de lavagem de dinheiro. 
Segundo artigo 1º, lavagem de dinheiro consiste em “ocultar ou dissimular a natureza, origem, 
localização, disposição, movimentação ou propriedade de bens, direitos ou valores provenientes, 
direta ou indiretamente, de infração penal”. Com menos tecnicalidade, a lavagem de dinheiro 
 
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consiste na inserção na economia formal de recursos decorrentes de atividades ilícitas por meio da 
ocultação ou dissimulação de sua verdadeira origem. 
A lavagem de dinheiro envolve, basicamente, três etapas independentes, segundo o Conselho de 
Controle de Atividades Financeiras (COAF): 
▪ Colocação: inserção do dinheiro no sistema econômico. Se efetua por meio de depósitos, 
compra de instrumentos negociáveis ou compra de bens. São aplicadas técnicas sofisticadas 
visando dificultar a identificação da procedência do dinheiro, como o fracionamento dos 
valores em quantias menores e a utilização de estabelecimentos comerciais que usualmente 
trabalham com dinheiro em espécie; 
▪ Ocultação: dificultar rastreamento contábil dos recursos; 
▪ Integração: ativos são incorporados formalmente ao sistema econômico, geralmente 
através de investimentos em empreendimentos que facilitem as atividades. 
A pena para o crime de lavagem de dinheiro é de reclusão de 3 a 10 anos, e multa, sendo no parágrafo 
1º e 2º, elencadas a extrapolação das penas para quem: 
I. os converte (recursos ilícitos) em ativos lícitos; 
II. os adquire, recebe, troca, negocia, dá ou recebe em garantia, guarda, tem em depósito, 
movimenta ou transfere; 
III. importa ou exporta bens com valores não correspondentes aos verdadeiros; 
IV. utiliza, na atividade econômica ou financeira; 
V. participa de grupo, associação ou escritório tendo conhecimento de que sua atividade 
principal ou secundária é dirigida à prática de crimes previstos na Lei. 
A tentativa é punida nos termos do parágrafo único do art. 14 do Código Penal. A multa pecuniária, 
aplicada pelo COAF, será variável não superior ao dobro do valor da operação; ao dobre do lucro real 
obtivo ou que presumivelmente seria obtido pela realização da operação; ou ao valor de R$ 20 
milhões. 
A pena será aumentada de um a dois terços, se os crimes definidos nesta Lei forem cometidos de 
forma reiterada ou por intermédio de organização criminosa; e poderá ser reduzida de um a dois 
terços e ser cumprida em regime aberto ou semiaberto, facultando-se ao juiz deixar de aplicá-la ou 
substituí-la, a qualquer tempo, por pena restritiva de direitos, se o autor, coautor ou partícipe 
colaborar espontaneamente com as autoridades, prestando esclarecimentos que conduzam à 
apuração das infrações penais, à identificação dos autores, coautores e partícipes, ou à localização 
dos bens, direitos ou valores objeto do crime. 
É comum escutarmos a expressão de que na lavagem de dinheiro não há crime consequente sem 
crime precedente. Isso se deve ao fato de que, para que sejam consideradas crime consequente de 
 
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lavagem de dinheiro, é necessário que as atividades tenham fonte de recursos provenientes de 
atividades ilícitas. 
O combate à lavagem de dinheiro é liderado pelo

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