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1 Evolução do Direito Ambiental Nacional e Internacional Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano – Estocolmo, Suécia 1972 2 Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano – Estocolmo, Suécia 1972 Inserção dos Estados no âmbito de um debate global sobre meio ambiente e desenvolvimento. Oposição: 3 PAÍSES DESENVOLVIDOS (DO NORTE) PAÍSES EM DESENVOLVIMENTO (DO SUL E DO LESTE EUROPEU) Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano – Estocolmo, Suécia 1972 4 "Desenvolver primeiro e pagar os custos da poluição mais tarde”. Costa Cavalcanti, Ministro do Interior, Brasil Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano – Estocolmo, Suécia 1972 Principais resultados: • Declaração da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano (Declaração de Estocolmo) • Esta representou a primeira tomada de consciência, no plano mundial, da fragilidade dos ecossistemas que, integrados, sustentam a vida na Terra. Seu momento histórico, sua visão fortemente marcada pela ideia de “limites ao crescimento”, sua inserção no mundo das polaridades definidas, Leste-Oeste, Norte-Sul, impediu, no entanto, que as questões suscitadas, embora de interesse global, fossem consideradas de maneira abrangente, sem as distorções dos unilateralismos ideológicos e sem os ressentimentos dos desníveis de riqueza. • 26 princípios 5 Declaração de Estocolmo sobre meio Ambiente Humano - 1972 Princípio 1 O homem tem o direito fundamental à liberdade, à igualdade e ao desfrute de condições de vida adequadas em um meio ambiente de qualidade tal que lhe permita levar uma vida digna e gozar de bem-estar, tendo a solene obrigação de proteger e melhorar o meio ambiente para as gerações presentes e futuras... 6 Declaração de Estocolmo sobre meio Ambiente Humano - 1972 Princípios 2 a 7 constituem o núcleo das convenções fundamentais: • Os Recursos naturais da Terra, do ar, da água, dos solos, da flora e da fauna, bem como as amostras representativas dos ecossistemas naturais devem ser preservados no interesse das gerações presentes e futuras, mediante uma cuidadosa planificação ou ordenamento. • Recursos renováveis - salvaguardada da capacidade de reconstituição, • Recursos não-renováveis - geridos com prudência para que no futuro não se esgotem, assegurando a toda a humanidade compartilhar seus benefícios. 7 Os princípios 8 a 25 relativos à prática da proteção do ambiente e instrumentos da política ambiental: • a planificação e a gestão (ambiente/desenvolvimento) por parte de instituições nacionais, • o recurso à educação, ciência e tecnologia, • a troca de informações e cooperação internacional. • definir normas e critérios em matéria de ambiente, e o direito internacional deve ser desenvolvido no tocante à responsabilidade por danos ao ambiente e à indenização das vítimas. 8 Declaração de Estocolmo sobre meio Ambiente Humano - 1972 Princípio 21 Os Estados têm DIREITO SOBERANO de explorar seus próprios recursos em aplicação de sua própria política ambiental e a OBRIGAÇÃO de assegurar-se de que as atividades que se levem a cabo, dentro de sua jurisdição, ou sob seu controle, não prejudiquem o meio ambiente de outros Estados ou zonas situadas fora de toda jurisdição nacional. 9 Declaração de Estocolmo sobre meio Ambiente Humano - 1972 • Posição adotada em Estocolmo e a poluição causada pela política Industrial desenvolvimentista do regime militar* • Pressão Internacional para a adoção de Política Ambiental no país. • Ministério do Interior - Secretaria Especial do Meio Ambiente – SEMA (1973). • Controle da poluição do meio ambiente provocada por atividades industriais. (Decreto-lei nº 1.413/1975) *“Turn to pollute”: poluição atmosférica e modelo de desenvolvimento no “milagre” brasileiro (1967-1973) https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-77042015000100004 10 Política Ambiental Brasileiro (Anos 70) 11 “Vale da Morte” - Cubatão (SP) • Diretrizes básicas para o zoneamento industrial nas áreas críticas de poluição (Lei nº. 6.803/1980) • Lei de criação de Estações Ecológicas, Áreas de Proteção Ambiental (Lei nº 6.902/1981)* • Lei da Política Nacional do Meio Ambiente. (Lei nº. 6.938/1981) – Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA) • Lei de Ação Civil Pública (Lei n° 7.347/1985) *Lei revogada 12 Política Ambiental Brasileira (Anos 80) • Constituição da República Federativa do Brasil 1988. Capítulo do Meio Ambiente – Art. 225 • Lei de Agrotóxicos (Lei nº. 7.802/1989) alterada pela Lei 9.974/2000; • Criação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA (Lei nº 7.735/1989) 13 Política Ambiental Brasileira (Anos 80) A ONU retomou o debate das questões ambientais no início da década de 1980 e solicitou a realização de “uma agenda global para mudança”. Tratava-se de um apelo urgente da Assembleia Geral das Nações Unidas com a finalidade de: 1) propor estratégias ambientais de longo prazo para obter um desenvolvimento sustentável por volta do ano 2000 em diante; 2) recomendar maneiras para que a preocupação com o meio ambiente se traduza em maior cooperação com objetivos comuns e interligados entre os países em desenvolvimento e os que estão em estágios diferentes de desenvolvimento econômico e social; 3) considerar meios e maneiras pelos quais a comunidade internacional possa lidar mais eficientemente com as preocupações de cunho ambiental; 4) ajudar a definir noções comuns relativas a questões ambientais de longo prazo e os esforços necessários para tratar com êxito os problemas da proteção e da melhoria do meio ambiente, uma agenda de longo prazo a ser posta em prática nos próximos decênios, e os objetivos a que aspira a comunidade mundial. Indicada pela entidade, a primeira-ministra da Noruega, Gro Harlem Brundtland, chefiou a Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, para estudar o assunto. Tal comissão foi criada em 1983, após uma avaliação dos 10 anos da Conferência de Estocolmo, com o objetivo de promover audiências em todo o mundo e produzir um resultado formal das discussões. O documento final desses estudos chamou- se “Nosso Futuro Comum” ou “Relatório Brundtland, como ressalta a primeira-ministra da Noruega ainda no prefácio do livro, intitulado inclusive como o documento mais importante da década sobre o futuro do mundo. 14 O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) — originário da Conferência de Estocolmo — teve a atribuição de delinear estratégias ambientais para o ano 2000 e além. A Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (grupo de especialistas reunidos pelo PNUMA) foi criada em 1983, após uma avaliação dos 10 anos da Conferência de Estocolmo, com o objetivo de promover audiências em todo o mundo e produzir um resultado formal das discussões. O documento final desses estudos, publicado em 1987, chamou-se “Nosso Futuro Comum” ou “Relatório Brundtland”, intitulado como o documento mais importante da década sobre o futuro do mundo. Este relatório lançou o paradigma do desenvolvimento sustentável, conceito basilar de todas as negociações internacionais atuais sobre meio ambiente. https://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-tematico/conferencia-do-rio 15 16 Relatório Brundtland - 1982 • Gro Brundtland, ex-primeira-ministra da Noruega, fala sobre como se tornou uma enviada especial do Secretário-Geral da ONU para as Alterações Climáticas e relembra os valores por ela apresentados enquanto presidente da Comissão Mundial das Nações Unidas para o Ambiente e Desenvolvimento, entre 1983 e 1987: o desenvolvimento precisa ter o mesmo valor que o meio ambiente para solucionar os desafios do futuro. Uma ideia então inovadora que se tornou base para o termo cunhado por ela, “desenvolvimento sustentável”.Conferencista do Fronteiras do Pensamento 2015. https://www.youtube.com/watch?v=B18iAYuNiCw 17 Relatório Brundtland - 1982 • Visão complexa das causas dos problemas socioeconômicos e ecológicos da sociedade global: interligação entre economia, tecnologia, sociedade e política. • Assume uma visão crítica ao modelo de desenvolvimento adotado pelos países industrializados e reproduzido pelas nações em desenvolvimento, ressaltando que o progresso econômico e social não pode se fundamentar na exploração indiscriminada e devastadora da natureza. 18 Relatório Brundtland - 1982 • “Desenvolvimento Sustentável!” • “O desenvolvimento sustentável é aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade das gerações futuras atenderem a suas próprias necessidades.” • [...] um processo de transformação no qual a exploração dos recursos, a direção dos investimentos, a orientação do desenvolvimento tecnológico e a mudança institucional se harmonizam e reforçam o potencial presente e futuro, a fim de atender as necessidades e aspirações humanas. 19 Relatório Brundtland - 1982 • “Desenvolvimento Sustentável!” • [...] simples crescimento [econômico] não basta. Uma grande atividade produtiva pode coexistir com a pobreza disseminada, e isto constitui um risco para o meio ambiente. Por isso, o desenvolvimento sustentável exige que as sociedades atendam as necessidades humanas, tanto aumentando o potencial de produção, quanto assegurando a todos as mesmas oportunidades”. • Em consequência do relatório de 1987 do PNUMA, a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) decidiu, em 1988, por intermédio da Resolução nº 43/196, realizar uma conferência sobre temas ambientais. • O Brasil, na ocasião, tomou a iniciativa de candidatar-se à escolha da sede do evento. Esta iniciativa diplomática tinha como objetivo abandonar a posição até então eminentemente defensiva do país no plano internacional, em matéria de meio-ambiente, centrada na afirmação da soberania nacional e, portanto, num direito internacional voltado para a mútua abstenção. Foi um gesto inovador importante, sinalizador de uma postura mais ativa, que redundou na abertura do Brasil para a construção de um direito internacional de cooperação. A proposta do Brasil de sediar o evento foi aceita pela Assembleia Geral ao aprovar, em 22 de dezembro de 1989, a Resolução nº 44/228. Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio-92) 20 https://www.youtube.com/watch?v=hraPn_XFgg8 Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio-92; ECO- 92; UNCED/CNUCED; Conferência do Rio) “Cúpula da Terra”: Em 1992 o Rio de Janeiro foi sede da mais importante conferência das Nações Unidas sobre o meio ambiente e o desenvolvimento, a Cúpula da Terra, também conhecida como Rio 92. Ela deu início ao ciclo de grandes conferências internacionais pós-guerra fria, a respeito de temas globais, sob a égide da ONU, e que caracterizaram a década de 1990. • representantes de 187 países, 16 agências especializadas (como OIT, GATT, Banco Mundial, FMI); 35 organizações intergovernamentais (como OEA, BID, OECD, SELA) e um expressivo número de organizações não-governamentais. • cerca de 100 chefes de estado. • Fórum Global das ONGs - 4.000 entidades da sociedade civil do mundo todo. • Resultou em 36 documentos e planos de ação. • A grande participação das ONGs à Conferência do Rio inaugurou tendência, que passou a prevalecer em outras conferências sobre temas globais da ONU, de permitir o acesso e acreditamento, como observadoras, de ONGs, indicando que a política externa não mais se cinge ao trabalho discreto das chancelarias, requerendo a luz do espaço público. • Neste sentido, a Rio-92 é uma expressão de “diplomacia aberta”, que se generalizou depois da 2 Guerra Mundial, por obra da expansão dos meios de comunicações e por força da democratização das sociedades de massa. 21 Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio-92) Resultados da RIO-92: • Declaração do Rio de Janeiro Sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Documento sucinto, que resume a equação básica negociada no Rio de Janeiro, no que toca à cooperação internacional. De acordo com ela, a aplicação do modelo de desenvolvimento sustentável pelos países em desenvolvimento pressupõe, por parte dos países desenvolvidos, a transferência de recursos financeiros adequados e o acesso a tecnologias limpas, a partir do pressuposto das responsabilidades comuns, mas diferenciadas, entre países pobres e ricos.) A Declaração do Rio, que é também uma expressão de soft law, embora ancorada na realidade, aponta para o futuro, e consagra a dimensão vetorial dos valores articulados na Conferência do Rio. Traça uma política de direito e incorpora à ação diplomática uma visão do futuro. • Declaração de Princípios Sobre Florestas (Declaração com Autoridade e Não-Juridicamente Obrigatória de Princípios para um Consenso Mundial sobre o Manejo, a Conservação e o Desenvolvimento Sustentável sobre Todos os Tipos de Florestas constituiu solução de conciliação entre as posições de países industrializados, que desejavam uma convenção sobre florestas, com especial atenção às florestas tropicais. E dos países em desenvolvimento, que defendiam tratamento abrangente e não diferenciado sobre a conservação, o manejo e o desenvolvimento sustentável de todos os tipos de florestas (austrais, boreais, subtemperadas, temperadas, subtropicais e tropicais).22 Declaração do Rio de Janeiro sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento. • Convenção sobre Diversidade Biológica – (internalizada no Brasil pelo Decreto n. 2.519/1998. • Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima – (internalizada no Brasil pela LEI Nº 12.187/2009). • Agenda 21 - produto central da conferência, que comporta cerca de cem programas de ação em quatro seções e 40 capítulos, em mais de quinhentas páginas, documento sem precedente na história das negociações multilaterais. Permitiu o surgimento, para além dos interesses nacionais e do mero reconhecimento do valor da cooperação internacional, de um ideal kantiano de reconhecer o ponto de vista da humanidade no trato de um tema global da maior relevância para a governança do sistema internacional. Esta lógica nova veio a conviver, entretanto, no mundo pós-guerra fria, com a complexa interação das forças centrípetas da globalização (de mercado, de valores, redes de comunicação etc.) e das forças centrífugas de fragmentação (das identidades nacionais, da erosão das culturas e da afirmação das soberanias). Daí a dificuldade de consolidar esta “visão de futuro” orientada para um novo pa tamar de convivência internacional. A demanda por cooperação internacional consagrada na Rio-92 encontrou mais tarde um ambiente desfavorável nos diversos processos de ajuste econômico que objetivavam reduzir o papel do Estado, em parte à luz de uma generalizada crise fiscal, o que também contribuiu para acarretar uma diminuição dos recursos disponíveis para aqueles fins. PRINCIPAL RESULTADO DA RIO-92: CONSOLIDAÇÃO DA IDEIA DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL Princípio 1 – Os seres humanos estão no centro das preocupações com o desenvolvimento sustentável. Têm direito a uma vida saudável e produtiva, em harmonia com a natureza. 23 Declaração do Rio de Janeiro sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento Em relação aos princípios da Declaração de Estocolmo/72: Confirmou: • Soberania dos Estado sobre seus recursos naturais e responsabilidades decorrentes. (princípio 2) • Direito das gerações futuras. (princípio 3) • Cooperação dos Estados (princípio 5, 9 e 12) - (conservação do meio ambiente, reduzir desigualdade, erradicação da pobreza, transferência de tecnologia...). 24 Declaração do Rio de Janeiro sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento Em relação aos princípios da Declaração de Estocolmo/72: Acrescentou: • Responsabilidades comuns, porém diferenciadas, dos paísesdesenvolvidos e em desenvolvimento. (princípio 7) O conceito de desenvolvimento sustentável é, ademais, uma expressão do valor “justiça” ao levar em conta a distribuição equitativa de custos e benefícios do desenvolvimento em uma escala mundial. 25 Declaração do Rio de Janeiro sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento Inova em relação à Declaração de Estocolmo/72 ao afirmar que os Estados devem: • assegurar o direito a participação de todos os cidadãos envolvidos nos processos de tomada de decisão e direito à informação (Princípio 10); • adotar medidas legislativas eficazes em matéria de ambiente (Princípio 11); 26 Declaração do Rio de Janeiro sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento Inova em relação à Declaração de Estocolmo/72 ao afirmar que os Estados devem: • elaborar regras nacionais e internacionais relativamente à responsabilidade por dano ecológico e à indenização das vítimas (Princípio 13) • proibir a transferência para outros Estados de atividades e substâncias que provoquem uma séria degradação do ambiente ou que sejam prejudiciais à saúde humana (Princípio 14); 27 Declaração do Rio de Janeiro sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento Inova em relação à Declaração de Estocolmo/72 ao afirmar que os Estados devem: • adotar princípio da precaução para prevenir danos graves ou irreversíveis, mesmo que incertos (Princípio 15) - Quando houver ameaça de danos graves ou irreversíveis, a ausência de certeza científica absoluta não será utilizada como razão para o adiamento de medidas economicamente viáveis para prevenir a degradação ambiental.; • aplicar o princípio poluidor-pagador (internalização de externalidades negativas) (Princípio 16); • exigir de estudos de impacto ambiental às atividades que possam vir a ter um impacto adverso significativo sobre o meio ambiente (Princípio 17); 28 Declaração do Rio de Janeiro sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento Inova em relação à Declaração de Estocolmo/72 ao afirmar que os Estados devem: • notificar a outros estados a outros Estado sobre desastres ambientais e se comprometem na assistência em casos de urgência (Princípio 18) • Reconhecer o papel das comunidades tradicionais na gestão e proteção do meio ambiente (Princípio 22) • Resolução pacífica dos conflitos ambientais internacionais e afirmação de que a guerra é, por sua natureza, contrária ao desenvolvimento sustentável (Princípios 24 a 27) 29 Agenda 21 Trata-se de um compromisso político global que buscar aliar o desenvolvimento econômico e social com a conservação ambiental. Estão previstas estratégias, planos e políticas específicas em cada localidade em que a agenda for aplicada. Os temas fundamentais da Agenda 21 estão tratados em 40 capítulos organizados em um preâmbulo e quatro seções: I. Dimensões sociais e econômicas; II. Conservação e gestão dos recursos para o desenvolvimento; III. Fortalecimento do papel dos grupos principais; IV. Meios de execução. Além da agenda 21 global, existe a previsão de Agendas 21 nacionais, locais. Qualquer organização pode estabelecer seu processo participativo de criação de Agenda 21. https://antigo.mma.gov.br/responsabilidade-socioambiental/agenda-21/agenda-21-global/item/600.html 30 • Lei de Biossegurança (Lei nº 8.974/1995)* • Política Nacional de Recursos Hídricos (Lei nº. 9.433/1997) • “Lei dos Crimes Ambientais” (Lei nº. 9.605/1998) • Lei da Política Nacional de Educação Ambiental (Lei nº. 9.795/1999). *Leis revogadas Legislação e Política Ambiental Brasileira (Anos 90) Rio + 10 (Johanesburgo - 2002) Conferência da Cúpula Mundial para o Desenvolvimento Sustentável Declaração de Joanesburgo sobre Desenvolvimento Sustentável. Reafirmação dos Princípios e metas adotadas na Rio/92. Estabelece três pilares do desenvolvimento sustentável: desenvolvimento econômico, desenvolvimento social e proteção ambiental. A agenda de debates incluiu energias renováveis e responsabilidade ambiental das empresas, bem como a necessidade de que todos os atores sociais somem esforços na promoção do desenvolvimento sustentável. Reuniu cerca de cem chefes de estado, 22 mil participantes de 193 países e mais de 15 mil ONGs. Entre os objetivos da Rio+10 está o de chamar a atenção da opinião pública mundial para a urgência e necessidade de cumprimento das ações e promessas da Rio-92 (Carta da Terra, Agenda 21, regimes internacionais que afetam a qualidade e seguridade de vida etc.) e das conferências da ONU dos anos 90, como as de direitos humanos (Viena-93), de desenvolvimento social (Copenhague-95), Habitat II (Istambul-96) e Segurança Alimentar (Roma-96). 32 Rio + 10 (Johanesburgo - 2002) Após o término da Conferência Rio+10, o jornal a Folha de São Paulo (05.09.2002) publica que: “Há mais problemas que medidas concretas para deslanchar o desenvolvimento sustentável em escala global”. Temos que reconhecer que é a realidade. Pois muitos dos problemas globais foram reconhecidos, aceitos e anunciados, entretanto nenhuma medida foi tomada a esse respeito. Frases como “temos que reduzir perda de espécies até 2004, mas sem meta específica, nem prazos” foram repetidas nos relatórios gerados pela Conferência. Ressaltando com isso que a Conferência Rio+10 não tinha a intenção de adotar novos compromissos ou acordos, mas principalmente avaliar os avanços e obstáculos observados nestes 10 anos de tentativa de implantação dos compromissos assumidos na Agenda 21. Na questão relacionada às mudanças climáticas, o Canadá, a Rússia e a China anunciaram que ‘deverão’ assinar o Protocolo de Kyoto, mas infelizmente sem nenhum comprometimento, conforme sugere a palavra ‘deverão’. A questão da falta de vontade política dos países desenvolvidos para arcar com os custos da poluição continuou imperando neste encontro. Os Estados Unidos impediram a determinação de uma meta para o uso das energias renováveis, qualquer que fosse esta meta. Reafirmando a sua postura, George W. Bush juntou-se aos países árabes, produtores de petróleo, liderando uma contra reforma aos assuntos ambientais. • Lei do Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza - SNUC (Lei nº. 9.985/2000) • Estatuto da Cidade (Lei nº. 10.257/2001) • Acesso público aos dados e informações existentes nos órgãos e entidades integrantes do SISNAMA (Lei nº. 10.650/2001) • Lei de Biossegurança (Lei nº. 11.105/2005) 34 Legislação e Política Ambiental Brasileira (2000 a ...) • Lei sobre a utilização e proteção da vegetação nativa do Bioma Mata Atlântica (Lei nº. 11.428/2006) • Lei da Política Nacional de Saneamento Básico (Lei nº. 11.445/2007) (REVOGADA – Lei 14.026/2020) • Cria o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (Lei nº. 11.516/2007) • Limites à exposição humana a campos elétricos, magnéticos e eletromagnéticos (Lei nº. 11.934/2009) • Política Nacional sobre Mudança do Clima - PNMC (Lei nº. 12.187/2009) • Lei da Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 12.305/2010) Legislação e Política Ambiental Brasileira (2000 a ...) Rio + 20 (Rio de Janeiro - 2012) • Rio + 20 (Rio de Janeiro) Vinte anos depois da RIO-92, em junho de 2012, o Rio de Janeiro foi novamente a sede de um encontro dos líderes globais para discutir as medidas de proteção ao planeta. A Rio+20 foi uma nova oportunidade de se estabelecer as bases para um modelo de desenvolvimento sustentável. O objetivo da Conferência foi a renovação do compromisso político com o desenvolvimento sustentável, por meio da avaliação do progresso e das lacunas na implementação das decisões adotadas pelas principais cúpulas sobre o assunto e do tratamento de temas novos e emergentes. – “Economia verde”: no contexto do desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza . – Estrutura institucional para o desenvolvimento sustentável 36 Rio + 20 (Rio de Janeiro - 2012) • Sob o tema economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza, o desafio proposto à comunidade internacionalé o de pensar um novo modelo de desenvolvimento que seja ambientalmente responsável, socialmente justo e economicamente viável. Assim, a economia verde deve ser uma ferramenta para o desenvolvimento sustentável. • Sob o tema da estrutura institucional para o desenvolvimento sustentável, insere-se a discussão sobre a necessidade de fortalecimento do multilateralismo como instrumento legítimo para solução dos problemas globais. Busca-se aumentar a coerência na atuação das instituições internacionais relacionadas aos pilares social, ambiental e econômico do desenvolvimento. 37 • Cooperação na competência administrativa ambiental (Lei Complementar nº 140/2011). • Novo Código Florestal Brasileiro (Lei nº. 12.651/2012) • Acesso ao patrimônio genético, conhecimento tradicional associado e a repartição de benefícios (Lei nº. 13.123/2015) • Atualização do marco legal do saneamento básico (Lei 14.026/2020) • Crime de maus tratos contra animais domésticos (Lei 14.064/2020) • Política Nacional de Recursos Hídricos (Lei 14.066/2020) • Política Nacional de Pagamento por Serviços Ambientais (Lei nº 14.119/2021) • Nova lei de licitações e contratos administrativos (Lei 14.133/2021) 38 Legislação e Política Ambiental Brasileira (2000 a ...) Cúpula sobre o Desenvolvimento Sustentável ONU – 2015 39 Acordos Ambientais Multilaterais (Multilateral Environmental Agreements – MEA) 40 Declarações Internacionais • Atos internacionais de cunho ético e político. • Soft law”, instrumentos jurídicos não vinculativos (não cogentes) • Fontes de inspiração para a formulação dos princípios internacionais, tratados internacionais e normas ambientais nacionais • Seus princípios podem se transformar-se em costumes internacionais “obrigatórios”. Tratados e Convenções Internacionais (Acordos) • Atos internacionais de cunho jurídico (legal). • Podem ter caráter obrigatório (hard law) ou representar orientação, conjunto de princípios para futuras negociações (soft law). • No âmbito internacional: após ratificação obriga o Estado. • No âmbito nacional: valor de lei quando são internalizados pelo direito nacional, diretamente ou via legislação. 41 42 Acordos Ambientais Multilaterais (Poluição Marinha e Direito do Mar) Título Assinatura Brasil Promulgação Decreto nº Convenção sobre Prevenção da Poluição Marinha por Alijamento de Resíduos e outros Materiais (LONDON CONVENTION) (LC-72). https://www.youtube.com/watch?v=UqLXZGRMqcM 1972 87.566/1982 Convenção Internacional para a Prevenção da Poluição Causada por Navios, 1973 (MARPOL). https://www.youtube.com/watch?v=HGY6EYjO4Y0&t=153s Ver também Lei 9.966/2000 (prevenção poluição por óleo em águas brasileiras) https://www.youtube.com/watch?v=aCOSv0tm_P8 1973 2.508/1998 Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar (CNUDM) (Convenção de Montego Bay-Jamaica) https://www.youtube.com/watch?v=Xgr5k2caAuE 1982 1.530/1995 https://www.youtube.com/watch?v=UqLXZGRMqcM https://www.youtube.com/watch?v=HGY6EYjO4Y0&t=153s https://www.youtube.com/watch?v=Xgr5k2caAuE 43 Acordos Ambientais Multilaterais (Poluição – Camada de Ozônio) Título Assinatura Brasil Promulgação Decreto nº Convenção de Viena para a Proteção da Camada de Ozônio https://www.youtube.com/watch?v=0Aq_A1TU0LI&t=154s 1989 99.280/1990 Protocolo de Montreal sobre Substâncias que Destroem a Camada de Ozônio https://www.youtube.com/watch?v=OINKJNWtSiE https://www.youtube.com/watch?v=0JD6jFJMtBA 1989 99.280/1990 https://www.youtube.com/watch?v=0Aq_A1TU0LI&t=154s https://www.youtube.com/watch?v=OINKJNWtSiE https://www.youtube.com/watch?v=0JD6jFJMtBA 44 Acordos Ambientais Multilaterais (Mudanças Climáticas) Título Assinatura Brasil Promulgação Decreto nº Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança de Clima https://www.youtube.com/watch?v=vbgB8TBY_U4&t=227s 1992 2.652/1998 Protocolo de Quioto à Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima https://www.youtube.com/watch?v=H7_9WeGNtUo 1997 5.445/2005 Acordo de Paris sob a Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima https://www.youtube.com/watch?v=WiGD0OgK2ug https://www.youtube.com/watch?v=DMGmfforM3g 2016 9.073/2017 https://www.youtube.com/watch?v=vbgB8TBY_U4&t=227s https://www.youtube.com/watch?v=H7_9WeGNtUo https://www.youtube.com/watch?v=WiGD0OgK2ug https://www.youtube.com/watch?v=DMGmfforM3g 45 Acordos Ambientais Multilaterais (Espécies e Espaços Protegidos) Título Assinatura Brasil Promulgação Decreto nº Convenção relativa às Zonas Úmidas de Importância Internacional, particularmente como "habitats" das aves aquáticas (RAMSAR) https://www.youtube.com/watch?v=gvYj6MM5qtM 1971 1.905/1996 Convenção para o Comércio Internacional das Espécies da Flora e Fauna Selvagens em Perigo de Extinção (CITES) https://www.youtube.com/watch?v=i9eHLhq5zgk 1973 76.623/1975 Convenção sobre a Conservação de Espécies Migratórias de Animais Selvagens (CMS) https://www.youtube.com/watch?v=-F9vgdxNrFU 1979 9.080/2017 https://www.youtube.com/watch?v=gvYj6MM5qtM https://www.youtube.com/watch?v=i9eHLhq5zgk https://www.youtube.com/watch?v=-F9vgdxNrFU 46 Acordos Ambientais Multilaterais (Diversidade Biológica) Título Assinatura Brasil Promulgação Decreto nº Convenção sobre Diversidade Biológica https://www.youtube.com/watch?v=p3yQrN39x-k&t=48s 1992 2.519/1998 Protocolo de Cartagena sobre Biossegurança da Convenção sobre Diversidade Biológica https://www.youtube.com/watch?v=zu1bbNuqTNw 2000 5.705/2006 Protocolo de Nagoya sobre a Convenção sobre Diversidade Biológica e Conhecimentos Tradicionais https://www.youtube.com/watch?v=Bs45B30qmds 2011 Dec.Leg. 136/2020 Tratado Internacional sobre Recursos Fitogenéticos para Alimentação e Agricultura – TIRFAA (FAO) http://www.fao.org/plant-treaty/en/ 2002 6.476/2008 https://www.youtube.com/watch?v=p3yQrN39x-k&t=48s https://www.youtube.com/watch?v=zu1bbNuqTNw https://www.youtube.com/watch?v=Bs45B30qmds http://www.fao.org/plant-treaty/en/ 47 Acordos Ambientais Multilaterais (Substâncias Químicas e Resíduos) Título Assinatura Brasil Promulgação Decreto nº Convenção da Basiléia sobre o Controle de Movimentos Transfronteiriços de Resíduos Perigosos e seu Depósito. 1989 875/1993 Convenção de Roterdã sobre o Procedimento de Consentimento Prévio Informado para o Comércio Internacional de Certas Substâncias Químicas e Agrotóxicos Perigosos (PIC) 1998 5.360/2005 Convenção de Estocolmo sobre Poluentes Orgânicos Persistentes. 2001 5.472/2005 48 Título Assinatura Brasil Promulgação Decreto nº Convenção de Minamata, Japão, sobre Mercúrio 2013 9.470/2018 https://www.youtube.com/watch?v=wZq-8NINtrM&t=4s https://www.youtube.com/watch?v=69B1BP9BryA&t=116s Acordos Ambientais Multilaterais (Substâncias Químicas e Resíduos) https://www.youtube.com/watch?v=wZq-8NINtrM&t=4s https://www.youtube.com/watch?v=69B1BP9BryA&t=116s 49 Título Assinatura Brasil Promulgação Decreto nº Acordo-Quadro sobre Meio Ambiente do Mercosul 2001 5.208/2004 Acordo Regional sobre Acesso à Informação, Participação Pública e Justiça em Assuntos Ambientais na América Latina e no Caribe, assinado em Escazú, na Costa Rica 2018 ___ Protocolo Adicional à Convenção Americana sobre Direitos Humanos em Matéria de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, mais conhecido como “Protocolo de San Salvador” 1996 3.321/1999 Convenção sobre Acesso à Informação, Participação do Público no Processo de Tomada de Decisões e Acesso à Justiça em Matéria de Ambiente, ou Convenção de Aarhus Brasil não é signatário Acordos Ambientais Multilaterais (Governança Regional) 50 https://www.youtube.com/watch?v=nBGvltIBQTA&t=33s https://www.youtube.com/watch?v=LPSvdYlZMbo&t=84s https://www.youtube.com/watch?v=nBGvltIBQTA&t=33s https://www.youtube.com/watch?v=LPSvdYlZMbo&t=84s
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