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Anotações D Administrativo II

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Contratos administrativos
Teorias
· Nega a existência de contrato administrativo (violaria a autonomia das vontades e o pacta sunt servanda) 
· A que diz que todos os contratos celebrados pela Administração são todos contratos administrativos.
· A que aceita a existência de contratos administrativos como uma das espécies de contratos celebrados pela Administração - posição majoritária.
 
Conceito
· Os contratos administrativos são as manifestações de vontade entre duas ou mais pessoas visando à celebração de negócio jurídico, havendo a participação do Poder Público, atuando com todas as prerrogativas decorrentes da supremacia do interesse público, visando sempre à persecução de um fim coletivo.
· Possibilidade de haver tratamento desigual
· Verticalidade
· Contratos administrativos (espécie) x contratos da administração (gênero)
· Contrato administrativo: É aquele celebrado pela Administração Pública e regido pelo Direito Público 
· Contrato da administração: É todo contrato celebrado pela Administração Pública.
 
Competência legislativa
· União: normas gerais
· Estados e municípios: a edição de normas suplementares, em obediência às regras estipuladas na legislação federal (Art. 22, XXVII). 
· A União, portanto, editou a lei 14.133/21 que, regulamentando o disposto no art. 37, XXI da Carta Magna e substituindo a legislação anterior.
 
Características dos contratos administrativos
· Comutativo: aquele que gera direitos e deveres previamente estabelecidos para ambas as partes, não havendo a submissão a álea por parte dos contratantes.
· Consensual: o simples consenso das partes já formaliza o contrato.
· Adesão: não admitem a rediscussão de cláusulas contratuais.
· Onerosos: não são admitidos contratos gratuitos firmados com o poder público, devendo o particular ser remunerado pela execução da atividade ou entrega do bem objeto do acordo firmado.
· Sinalagmático: as obrigações das partes são recíprocas, ou seja, a execução da atividade de uma das partes enseja o adimplemento contratual pela outra.
· Personalíssimo: os contratos administrativos devem ser celebrados com o vencedor do procedimento licitatório, não podendo ser transferido a terceiro.
· Formal: todo contrato administrativo tem uma forma definida em lei, indispensável à sua regularidade
· A lei 14.133/21, em seu artigo 92, prevê a forma do contrato, designada pela doutrina de Instrumento (ou termo) do contrato
Lei 14.133/21, art. 92:
I – O objeto e seus elementos característicos, devidamente detalhados, vedada a escolha de marca ou exigência que possa frustrar o caráter competitivo.
II – A vinculação ao edital de licitação e à proposta do licitante vencedor ou ao ato que tiver autorizado a contratação direta e à respectiva proposta, inclusive sendo princípio regulado na lei de licitações.
III – A legislação aplicável à execução do contrato, inclusive quanto aos casos omissos.
IV – O regime de execução ou a forma de fornecimento, com apresentação dos projetos e cronogramas.
V – O preço, considerando a proposta vencedora, e as condições de pagamento, os critérios, a data-base e a periodicidade do reajustamento de preços e os critérios de atualização monetária entre a data do adimplemento das obrigações e a do efetivo pagamento.
VI – Quando se tratar de contrato cujo pagamento dependa de medição dos serviços executados, os critérios e a periodicidade da medição, quando for o caso, e o prazo para liquidação e para pagamento, sendo importante salientar que, nos contratos de obras e serviços de engenharia, sempre que compatível com o regime de execução, a medição será mensal.
 VII – Os prazos de início das etapas de execução, conclusão, entrega, observação e recebimento definitivo, quando for o caso.
VIII – O crédito pelo qual correrá a despesa, com a indicação da classificação funcional programática e da categoria econômica.
IX – A matriz de risco, relevante para a definição de qual das partes deve assumir qual tipo de prejuízo, como forma de manter o equilíbrio financeiro desse contrato.
X – O prazo para resposta ao pedido de repactuação de preços, sendo que, em se tratando de contratos para serviços contínuos com regime de dedicação exclusiva de mão de obra ou com predominância de mão de obra, esse prazo será preferencialmente de 1 (um) mês, contado da data do fornecimento da documentação necessária.
XI – O prazo para resposta ao pedido de restabelecimento do equilíbrio econômico-financeiro, em situações de desequilíbrio inesperadas.
XII – As garantias oferecidas para assegurar sua plena execução, quando exigidas, inclusive as que forem oferecidas pelo contratado no caso de antecipação de valores a título de pagamento.
XIII – O prazo de garantia mínima do objeto, observados os prazos mínimos estabelecidos na Lei e nas normas técnicas aplicáveis, e as condições de manutenção e assistência técnica.
XIV – Os direitos e as responsabilidades das partes, as penalidades cabíveis e os valores das multas e suas bases de cálculo.
XV – As condições de importação e a data e a taxa de câmbio para conversão, quando for o caso.
XVI – a obrigação do contratado de manter, durante toda a execução do contrato, em compatibilidade com as obrigações por ele assumidas, todas as condições exigidas para a habilitação na licitação, ou para qualificação, na contratação direta.
XVII – a obrigação de o contratado cumprir as exigências de reserva de cargos prevista em lei, bem como em outras normas específicas, para pessoa com deficiência, para reabilitado da Previdência Social e para aprendiz.
XVIII – o modelo de gestão do contrato, observados os requisitos definidos em regulamento.
XIX – os casos de extinção.
Formalismo
· O termo de contrato ou instrumento de contrato é o meio, determinado por lei, para formalização do contrato; 
· Ainda que não tenha sido realizado procedimento licitatório por inexigibilidade ou outra hipótese de dispensa de licitação (que não seja referente ao valor), o instrumento de contrato será obrigatório, se não estiver presente algumas condições estipuladas no quadro abaixo. 
· Exemplo 1: contrato de obras no valor de 80 mil reais: o instrumento de contrato não é obrigatório, porque o valor admite a dispensa deste termo contratual. 
· Exemplo 2: obra de 2 milhões de reais, sendo hipótese de dispensa de licitação, definida em lei é obrigatório instrumento de contrato, porque não importa se foi feita licitação, mas tão somente o valor do contrato.ATENÇÃO
INSTRUMENTO DE CONTRATO PODE SER SUBSTITUÍDO POR:
· CARTA CONTRATO
· ORDEM DE SERVIÇO
· NOTA DE EMPENHO
· AUTORIZAÇÃO DE COMPRA
Quando:
1 – Se tratar de contratos obras e serviços de engenharia de até R$ 100.000,00 (cem mil reais) e para aquisição de bens e outros serviços no valor de até R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais).
2 – Se tratar de contratos que não ensejem obrigações futuras.
· Em via de regra não é permitido o contrato verbal, é preciso que haja a documentação, mesmo havendo a dispensa do termo de contrato, através de instrumento mais simples.
· Excepcionalmente, admite-se contrato verbal, nas compras e serviços que não ultrapassam R$ 10.000,00 (dez mil reais) – desde que se trate de compra de pronta entrega e pronto pagamento. 
· Esses gastos são denominados suprimento de fundos e costumam ser efetivados mediante a utilização de cartão corporativo do gestor, mediante prestação de contas posterior.Títulos de dívida pública
Desde que emitidos sob a forma escritural, mediante registro em sistema centralizado de liquidação e de custódia autorizado pelo Banco Central do Brasil, e avaliados por seus valores econômicos, conforme definido pelo Ministério da Economia.
Fiança bancária
Deve garantir o fiel cumprimento das obrigações assumidas pelo contratado devendo abarcar as multas, os prejuízos e as indenizações decorrentes de inadimplemento
Seguro garantia
Não se admitindo qualquer outra espécie de fiador, que não a instituição financeira.
Ps. Na contratação de obras e serviços de engenharia, o edital poderá exigir a prestação da garantia na modalidade seguro-garantia do tipo “performancebond”
· Não obstante a ausência de previsão legal, a doutrina admite a celebração de contratos verbalmente, para posterior formalização por escrito, em casos emergenciais.
Divulgação do contrato – requisito de eficácia
· A divulgação deve ser feita no Portal Nacional de Contratações Públicas (PNCP);
· A divulgação deve abranger o inteiro teor do contrato, bem como todos os aditamentos que forem feitos posteriormente;
· Deve se dar nos seguintes prazos, contados da sua assinatura pelas partes: 
· 20 (vinte) dias úteis, no caso de licitação;
· 10 (dez) dias úteis, no caso de contratação direta 
· Contratação de profissional do setor artístico por inexigibilidade, a divulgação deverá identificar todos os custos desse contrato, incluindo o valor do cachê do artista, dos músicos ou da banda, quando houver, do transporte, da hospedagem, da infraestrutura, da logística do evento e das demais despesas específicas.
· Obras públicas, se faz necessária a divulgação dos valores apresentados na proposta, analiticamente, abrangendo os valores unitários de cada item, em até 25 (vinte e cinco) dias úteis após a assinatura do contrato. Posteriormente, serão divulgados os preços efetivamente pagos, também detalhado de forma unitária em até 45 (quarenta e cinco) dias úteis após a conclusão do contrato.
Garantia
· Caução que pode ser exigida, pelo Estado, para garantir o ressarcimento de danos em caso de descumprimento contratual pelo particular, sendo que a garantia poderá ser prestada em dinheiro, títulos da dívida pública, fiança bancária ou seguro garantia, a critério do contratado privado.
· Limite máximo de 5% do valor do contrato, sendo que, em observância a este limite, o poder público deve, discricionariamente, dispor acerca do valor a ser cobrado em cada contratação específica 
· Contratos que envolvam alta complexidade técnica ou riscos financeiros consideráveis, a garantia pode chegar a 10% do valor inicial do contrato, sempre mantida a regra que o ente estatal é quem define o valor da caução. 
· Quando o contrato for de fornecimento contínuo com vigência superior a 1 (um) ano, assim como nas subsequentes prorrogações, será utilizado o valor anual do contrato para definição e aplicação dos percentuais da garantia. 
· Em caso de contratos que importem na entrega de bens pela Administração, dos quais o contratado ficará depositário, ao valor da garantia deverá ser acrescido o valor desses bens. 
· Ao final do contrato administrativo, duas situações são possíveis. Vejamos. 
· Em caso de cumprimento do contrato e adimplemento: a garantia deverá ser devolvida e, se foi prestada em dinheiro, deve haver a correção do valor, no momento da devolução.
· Em caso de descumprimento contratual: a garantia pode ser utilizada pelo Estado como mínimo indenizatório, ou seja, o ente público pode executar a garantia e cobrar indenização excedente em caso de o prejuízo ultrapassar o valor da caução.
Novidade: Cláusula de retomada
· Na contratação de obras e serviços de engenharia de grande vulto, o edital poderá exigir a prestação da garantia na modalidade seguro-garantia do tipo “performance bond”, com clausula de retomada. 
· Como ela funciona? 
· A seguradora se torna responsável pelo cumprimento do contrato na forma como foi concebido. Ela irá fiscalizar a execução do contrato – independentemente da fiscalização do poder público – como forma de evitar inadimplemento contratual. 
· O contrato de seguro poderá determinar a obrigação de seguradora, em caso de inadimplemento pelo contratado, assumir a execução e concluir o objeto do contrato. 
· A empresa poderá subcontratar a conclusão do contrato, total ou parcialmente. 
· Se a seguradora não quiser executar a obra deverá pagar o valor da apólice do seguro. 
· Deverão atuar não apenas na identificação de falhas nos projetos, como também na fiscalização rigorosa da obra, exigindo do tomador não apenas qualidade, mas também o cumprimento dos prazos contratuais.
Cláusulas exorbitantes
· Tratadas pela lei como prerrogativas da Administração Pública, são aquelas que extrapolam as regras e características dos contratos em geral, pois apresentam vantagem excessiva à Administração Pública.
· Estas cláusulas são implícitas em todos os contratos administrativos
Estão previstas no artigo 104 da lei 14.133/21:
 Alteração unilateral do contrato
· Modifica a avença, independentemente do consentimento da outra parte; 
· Não pode prejudicar o contratado e desde que a modificação seja feita nos limites previamente estipulados pela lei; 
· Não pode haver alteração que atinja o equilíbrio econômico financeiro do contrato ou que modifique a natureza do objeto que foi explicitado no edital do procedimento licitatório; 
· Só pode acontecer para:
1) Melhor adequação técnica aos seus objetivos 2) Quando necessária a modificação do valor contratual em decorrência de acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto
· A alteração de projeto é qualitativa quando o projeto original não atende mais aos fins desejados pela Administração. 
· Limites de alteração: Modificação quantitativa (afetam a dimensão do objeto contratado, com o intuito de promover acréscimo ou supressão) e Modificação qualitativa (técnica aplicada, a qualidade, as especificações do objeto)
 Regra geral
· Alteração unilateral 
· Até 25% para acréscimos ou diminuições
Exceções
· Contratos de reforma
· Até 50% para acréscimos 
· Até 25% para diminuições
· O equilíbrio econômico-financeiro do contrato deve ser mantido (a margem de lucro deve ser respeitada) 
· Ex.: suponha que, em determinado contrato para construção de estradas, no qual o particular tem a responsabilidade de construir mil quilômetros, caso a Administração Pública resolva suprimir o contrato em 20%, para que somente sejam construídos oitocentos quilômetros, o valor a ser pago será reduzido proporcionalmente para que o particular receba o mesmo montante que estava previamente acordado, considerando o valor, por quilômetros. 
· Obs.: se esse particular comprovar que já havia feito despesas com compras de material para o total de mil quilômetros, será indenizado pela Administração, no valor da nota fiscal dos produtos adquiridos a mais, para que não sofra prejuízos
Rescisão unilateral do contrato
· Põe fim à avença, independentemente, de consentimento do particular e sem depender de decisão judicial. 
· Pode se dar em razão do:
· Inadimplemento do particular
· O particular deverá indenizar a Administração Pública.
· O Poder Público deverá assumir imediatamente o objeto do contrato, no estado e local em que se encontrar, ocupar e utilizar o local, instalações, equipamentos, material e pessoal empregados na execução do contrato, necessários à sua continuidade, executar a garantia contratual, para ressarcimento da Administração, e dos valores das multas e indenizações a ela devidos, retendo os créditos decorrentes do contrato até o limite dos prejuízos causados à Administração.
· Interesse público devidamente justificado
· indenizar o particular se houver dano;
· indenizar os investimentos não amortizados do contratado, em razão da extinção antecipada do acordo;
· devolução da garantia prestada;
· pagamentos devidos pela execução do contrato até a data da rescisão;
· pagamento do custo da desmobilização.
· *Lucros cessantes: divergência doutrinária. A lei não prevê por se tratar de mera expectativa de direito.
• Administração inadimplente (exceção de contrato não cumprido ou exceptio non adimplenti contractus)
· Questiona-se: caso o poder público seja inadimplente no contrato administrativo celebrado, o particular pode rescindir o contrato unilateralmente? NÃO. 
· A rescisão unilateral é cláusula exorbitante e acontece só se o ente estatal: 
· Determinar suspensão de execução do contrato por prazo superior a 3 (três) meses 
· Ocorrerem repetidas suspensões que totalizem 90 (noventa) dias úteis, independentemente do pagamento obrigatório de indenização pelas sucessivas e contratualmente imprevistas desmobilizações e mobilizações 
· Em casos de atraso superior a2 (dois) meses, contado da emissão da nota fiscal, dos pagamentos ou de parcelas de pagamentos devidos pela Administração por despesas de obras, serviços ou fornecimentos. 
· O particular pode SUSPENDER A EXECUÇÃO do contrato (exceção de contrato não cumprido), conforme disposição do art. 137, §3º, II da lei 14.133/21. 
· A rescisão só ocorrerá por decisão judicial.
Fiscalização da execução do contrato 
· Poder-dever da Administração Pública: o Estado poderá responder por omissão por eventuais danos causados pela empresa, inclusive, no que tange ao inadimplemento das obrigações trabalhistas. 
· Um ou mais agentes públicos ficarão responsáveis pela fiscalização na execução contratual, aplicando penalidades e exigindo o cumprimento das obrigações pela parte contratada. 
· O contratado deverá manter preposto, aceito pela Administração, no local da obra ou serviço, para representá-lo na execução do contrato 
· Atenção! A fiscalização contratual não exclui ou reduz a responsabilidade do particular contratado que continua sendo responsável pelos danos causados diretamente à Administração ou a terceiros, decorrentes de sua culpa ou dolo na execução do contrato 
· O fiscal do contrato será auxiliado pelos órgãos de assessoramento jurídico e de controle interno da Administração
Ocupação temporária de bens
· Para manter a prestação dos serviços prestados pelo particular contratado, o Estado precisa ocupar temporariamente os bens da contratada.
· Hipóteses
a) risco à prestação de serviços essenciais – garantia do princípio da continuidade
b) necessidade de acautelar apuração administrativa de faltas contratuais pelo contratado, inclusive após extinção do contrato.
· Deve ser precedida de processo administrativo no qual sejam assegurados o contraditório e a ampla defesa ao particular contratado, sendo garantido, ainda, o direito à indenização por eventuais prejuízos causados.
Aplicação de penalidades
· Dar causa à inexecução parcial do contrato; 
· Dar causa à inexecução parcial do contrato que cause grave dano à Administração, ao funcionamento dos serviços públicos ou ao interesse coletivo; 
· Dar causa à inexecução total do contrato; 
· Deixar de entregar a documentação exigida para o certame. 
· Não manter a proposta, salvo em decorrência de fato superveniente devidamente justificado; 
· Não celebrar o contrato ou não entregar a documentação exigida para a contratação, quando convocado dentro do prazo de validade de sua proposta; 
· Ensejar o retardamento da execução ou da entrega do objeto da licitação sem motivo justificado; 
· Apresentar declaração ou documentação falsa exigida para o certame ou prestar declaração falsa durante a licitação ou a execução do contrato; 
· Fraudar a licitação ou praticar ato fraudulento na execução do contrato; 
· Comportar-se de modo inidôneo ou cometer fraude de qualquer natureza; 
· Praticar atos ilícitos com vistas a frustrar os objetivos da licitação; 
· Praticar ato lesivo previsto no art. 5º da Lei nº 12.846/13 – lei anticorrupção.
Tipos de penalidades:
Advertência: sempre por escrito;
Multa: trata-se de penalidade pecuniária e deve ter previsão de valor definida no bojo do acordo firmado (aplicada após regular processo administrativo e pode ser descontada da garantia do respectivo contratado).
· Não se confunde com o ressarcimento por prejuízo. 
· Além do dever de ressarcir ao erário por eventuais danos causados, pode ser aplicada ao particular a sanção de multa punitiva (penalidade), que poderá ser aplicada isoladamente ou cumulativamente com outras penalidades. 
· Deve ser precedida de abertura de prazo, pelo poder público, de 15 (quinze) dias para que o acusado apresente sua defesa. 
· O contrato deverá regulamentar os valores: não podendo ser inferior a 0,5% (cinco décimos por cento) nem superior a 30% (trinta por cento) do valor do contrato licitado ou celebrado com contratação direta. 
Impedimento de licitar e contratar:
· Por, no máximo, 3 (três) anos (com o ente que aplicou a penalidade) 
· Declaração de inidoneidade para licitar ou contratar: enseja proibição de licitar ou contratar com a Administração Pública por prazo que pode variar entre 3 (três) e 6 (seis) anos (com todos os entes da administração direta e indireta). 
· Se trata de penalidade aplicada por autoridade de nível hierárquico mais alto 
· A aplicação das sanções de impedimento de licitar e contratar e de declaração de inidoneidade dependem da instauração de processo de responsabilização; 
· Deve ser conduzido o processo por comissão composta de 2 (dois) ou mais servidores estáveis, que avaliarão fatos e circunstâncias conhecidos 
· Intimação do licitante ou o contratado para, no prazo de 15 (quinze) dias úteis, contado da data de intimação, apresentar defesa escrita e especificar as provas que pretenda produzir.
OBS: REABILITAÇÃO - É admitida a reabilitação do licitante ou contratado perante a própria autoridade que aplicou a penalidade, exigidos, cumulativamente:
I – Reparação integral do dano causado à Administração Pública;
II – Pagamento da multa;
III – Transcurso do prazo mínimo de 1 (um) ano da aplicação da penalidade, no caso de impedimento de licitar e contratar, ou de 3 (três) anos da aplicação da penalidade, no caso de declaração de inidoneidade;
IV – Cumprimento das condições de reabilitação definidas no ato punitivo;
V – Análise jurídica prévia, com posicionamento conclusivo;
VI – No caso de cometimento de infrações mais graves, como fraude à licitação, será condição de reabilitação do licitante ou contratado, a implantação ou aperfeiçoamento de programa de integridade pelo responsável.
· Atenção! A aplicação em conjunto com a lei anticorrupção – lei 12.846/13. Assim, ao final do processo administrativo, é possível a aplicação da pena de multa (regulada na lei 14.133/21) e de publicação extraordinária da condenação (prevista da lei 12846/13) 
· O art. 160, da lei 14.133/21, também prevê a possibilidade de desconsideração da personalidade jurídica. 
· As punições serão aplicadas em consonância ao princípio da proporcionalidade. 
· Os agentes públicos que praticarem atos que possam prejudicar a licitação ou frustrar seu caráter competitivo ficarão sujeitos às sanções administrativas, penais e civis cabíveis.
Impedimento Indireto
· A intenção do instituto é coibir o abuso da Pessoa Jurídica. De fato, a intenção é evitar que o
particular se valha da personalidade jurídica de uma empresa como escudo para burlar proibições de contratação, como condenações ocorridas anteriormente.
· Indícios:
(i) a completa identidade dos sócios-proprietários de empresa sucedida e sucessora,
(ii) a atuação no mesmo ramo de atividades
(iii) a transferência integral do acervo técnico e humano de empresa sucedida para a sucessora.
Alteração contratual por vontade das partes
a) Quando o particular julgar conveniente a substituição da garantia de execução do contrato e desde que, essa modificação não enseje prejuízos ao ente público. 
b) Quando necessária a modificação do regime de execução da obra ou serviço, bem como o modo de fornecimento, em face de verificação técnica da inaplicabilidade dos termos contratuais originários. 
c) Quando necessária a modificação da forma de pagamento, por imposição de circunstâncias supervenientes, mantido o valor inicial atualizado, vedada a antecipação do pagamento (a lei 14.133/21 admite o pagamento antecipado, de forma excepcional, se propiciar sensível economia de recursos ou se representar condição indispensável para a obtenção do bem ou para a prestação do serviço), com relação ao cronograma financeiro fixado, sem a correspondente contraprestação de fornecimento de bens ou execução de obra ou serviço. 
d) Nas hipóteses de teoria da imprevisão, que ensejam a necessidade de revisão contratual, como forma de se evitar prejuízos ao particular contratado
Equilíbrio econômico financeiro
· Equação econômico-financeira. É a relação entre encargos e vantagens assumidas pelas partes do contrato administrativo, estabelecida por ocasião da contratação, e que deverá serpreservada ao longo da execução do contrato. 
· O particular contratado não pode sofrer prejuízos de situações não causadas por ele, durante a relação contratual, sob pena de se frustrar a garantia da proposta apresentada. 
· A manutenção deste equilíbrio deve se dar mediante a alteração de valores a serem pagos ou modificação e ampliação de prazos de execução.
Pagamentos feitos ao particular
· Correção monetária: atualização da margem de lucro inicialmente acordada, mantendo o valor real do contrato. Esse pagamento não enseja qualquer espécie de acréscimo, configurando-se uma simples modificação numérica, para evitar que o credor receba menos do que o valor devido em virtude da desvalorização do dinheiro. 
· Reajustamento de preços: reajuste em face do aumento ordinário e regular do custo dos insumos necessários ao cumprimento do acordo. 
· Repactuação: para serviços contínuos com regime de dedicação exclusiva de mão de obra ou predominância de mão de obra mediante demonstração analítica da variação dos custos contratuais, com data vinculada à da apresentação da proposta, para custos decorrentes do mercado ou ao acordo, à convenção coletiva ou ao dissídio coletivo ao qual a proposta esteja vinculada, para os custos de mão de obra. 
· Recomposição de preços (revisão contratual): 
· Quando o reajustamento de preços não consegue fazer face ao real aumento do preço dos insumos. 
· Quando o contrato é alterado unilateralmente pela Administração, em relação ao valor contratado. 
· Decorrentes de alterações bilaterais, nos quais se modifique o regime de execução da obra ou serviço. 
· Nas hipóteses de teoria da imprevisão (caso fortuito, força maior, interferências imprevistas, além das hipóteses de fato da administração e fato do príncipe)
Teoria da imprevisão
· Caso fortuito e força maior – situações imprevisíveis ou inevitáveis que alteram a relação contratual. Pode decorrer de fatos humanos, desde que não sejam provocados por nenhuma das partes do acordo, ou podem ser causados por fatos da natureza, em relação aos quais nenhuma medida pode ser tomada para obstar sua precipitação ( ex.chuva forte) 
· Interferências imprevistas (sujeições imprevistas) – assim como no direito civil, são situações preexistentes à celebração do contrato, mas que só vêm à tona durante sua execução (Ex.: terreno pantanoso) 
· Fato da administração – o desequilíbrio contratual é causado por uma atuação específica da Administração que incide sobre o contrato e impede a sua execução. (ex.: situação na qual a Administração contrata uma empresa para realização de uma obra e, por descaso, não expede as ordens de serviços respectivas ou efetiva as desapropriações necessárias à aquisição dos terrenos onde as obras seriam executadas.) 
· Fato do príncipe: é causado pelo poder público, mas ocorre que, neste caso, há uma atuação extracontratual (geral e abstrata) do ente estatal que termina por atingir diretamente a relação contratual (Ex: triplica a alíquota de determinado tributo que incide sobre o combustível, onerando a prestação do serviço pactuado). 
· Atenção! Para ser fato do príncipe é preciso que o agente que pratica a conduta onerosa seja da mesma esfera de governo daquele que celebrou o contrato administrativo atingido, do contrário será caso fortuito. 
Alocação de riscos
· Cálculo do valor estimado da contratação poderá considerar taxa de risco compatível com o objeto da licitação e os riscos atribuídos ao contratado, de acordo com metodologia predefinida pelo ente federativo.
· Objetivo: reduzir a responsabilidade do poder público pela manutenção do equilíbrio financeiro do contrato administrativo
· Será obrigatória a matriz quando: contratação de obras e serviços de grande vulto ou forem adotados os regimes de contratação integrada e semi-integrada.
· Edital: a previsão da matriz de alocação de riscos deve estar posta no instrumento convocatório da licitação. 
· A matriz de alocação de riscos deverá repartir as responsabilidades entre contratante e contratado. 
· Ex.: obra que deve ser entregue em período regular, mas que é feita a previsão de chuvas na matriz. 
· ATENCÃO! Mesmo havendo matriz de alocação de riscos, o particular pode pedir reequilíbrio financeiro do contrato em duas hipóteses: 
· Alteração unilateral do contrato 
· Aumento de tributos em razão de lei superveniente – ou seja, situações de fato do príncipe
Subcontratação
· A lei 14.133/21 dispõe acerca da possibilidade de subcontratação parcial do objeto do contrato 
· Art. 122. Na execução do contrato e sem prejuízo das responsabilidades contratuais e legais, o contratado poderá subcontratar partes da obra, do serviço ou do fornecimento até o limite autorizado, em cada caso, pela Administração. 
· O particular deve apresentar à Administração documentação que comprove a capacidade técnica do subcontratado.
· Não exige que haja previsão editalícia ou contratual permitindo a subcontratação, mas esses instrumentos podem vedar, restringir ou estabelecer condições para a subcontratação. 
· Não se admite a subcontratação de pessoa física ou jurídica, que: 
· Possuam vínculo de natureza técnica, comercial, econômica, financeira, trabalhista ou civil com dirigente do órgão ou entidade contratante ou com agente público que desempenhe função na licitação ou atue na fiscalização ou na gestão do contrato
· Se deles forem cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral, ou por afinidade, até o terceiro grau, devendo essa proibição constar expressamente do edital de licitação.
Duração
· Todo contrato deve ter prazo de vigência predefinido no Edital e no próprio instrumento de contrato 
· Deve ter compatibilidade com a disponibilidade orçamentária para fazer face às despesas decorrentes do acordo (duração máxima de um ano). 
· Somente será possível a celebração de contrato por prazo indeterminado, nos casos em que o ente público for usuário de serviço público oferecido em regime de monopólio, devendo, ainda assim, a cada exercício financeiro, comprovar a existência de créditos orçamentários vinculados à contratação 
Contratação além do prazo de um exercício
· Exceções à vigência máxima de um ano: 
Projetos contemplados na lei do Plano Plurianual:
· Até 4 anos, para cumprimento das metas e execução de seu objeto 
· Possibilidade de prorrogação do acordo por um prazo de 1 ano, desde que isso esteja previamente estipulado no edital do procedimento licitatório e no próprio instrumento do acordo
Prestação de serviços a serem executados de forma contínua:
· Prazo de até 5 (cinco) anos, desde que observadas as seguintes diretrizes:
· A autoridade competente do órgão ou entidade contratante deverá atestar a maior vantagem econômica vislumbrada em razão da contratação plurianual. 
· A Administração deverá atestar, no início da contratação e de cada exercício, a existência de créditos orçamentários vinculados à contratação e a vantagem em sua manutenção. 
· A Administração terá a opção de extinguir o contrato, sem ônus, quando não dispuser de créditos orçamentários para sua continuidade ou quando entender que o contrato não mais lhe oferece vantagem. Nesse caso, a extinção produzirá efeitos somente na próxima data de aniversário do contrato e, para que a empresa possa se programar, não pode ocorrer a menos de dois meses dessa data. 
· Exemplo: se a Administração decidir que irá extinguir o contrato após 3 anos e meio de vigência, essa extinção ocorrerá na data do 4º aniversário do acordo. 
· Podem ser feitas prorrogações não ultrapassando o prazo de 10 (dez) anos. Deve ter previsão em edital e a autoridade competente deve atestar que as condições e os preços permanecem vantajosos para a Administração, permitida a negociação com o contratado ou a extinção contratual sem ônus para qualquer das partes.
Aluguel de equipamentos e utilização de programas de informática
· Até 5 anos 
Contratações previstas nas alíneas f e g do inciso IV e nos incisos V, VI, XII e XVI no caput do art. 75 da lei 14.133/21: 
· Vigência por até 10 anos quando envolver, cumulativamente,alta complexidade tecnológica e segurança nacional 
· A regra ainda se aplica para as compras de material de uso pelas Forças Armadas, com exceção de materiais de uso pessoal e administrativo, quando houver necessidade de manter a padronização requerida pela estrutura de apoio logístico dos meios navais, aéreos e terrestres, mediante parecer de comissão instituída por decreto. 
· O prazo decenal atinge também os acordos de cooperação firmados com Institutos de Ciência e Tecnologia, com entidades privadas sem fins lucrativos, voltadas para atividades de pesquisa e desenvolvimento, que objetivem a geração de produtos, processos e serviços inovadores e a transferência e a difusão de tecnologia. 
· Na contratação que possa acarretar comprometimento da segurança nacional, nos casos estabelecidos pelo Ministro de Estado da Defesa e para contratação em que houver transferência de tecnologia de produtos estratégicos para o Sistema Único de Saúde (SUS). 
· O contrato pode se estender por esse prazo decenal, quando se tratar de aquisição, por pessoa jurídica de direito público interno, de insumos estratégicos para a saúde produzidos por fundação que, regimental ou estatutariamente, tenha por finalidade apoiar órgão da Administração Pública direta, sua autarquia ou fundação em projetos de ensino, pesquisa, extensão, desenvolvimento institucional, científico e tecnológico e de estímulo à inovação, inclusive na gestão administrativa e financeira necessária à execução desses projetos, ou em parcerias que envolvam transferência de tecnologia de produtos estratégicos para o SUS, nos termos do inciso XII do caput deste artigo, e que tenha sido criada para esse fim específico em data anterior à entrada em vigor desta Lei, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado.
Contratos de operação continuada de sistemas estruturantes de tecnologia da informação
· 15 (quinze) anos
Exceções não previstas diretamente na lei:
· Ademais, alguns contratos administrativos podem ser celebrados, sem ensejar gastos ao poder público. Nesses casos, pode-se dizer que, além das exceções mencionadas, os contratos que não geram despesas à Administração Pública não precisam estar previstos na lei orçamentária, logo, não precisam respeitar o limite de vigência definido, que condiciona a vigência à adequação orçamentária (NÃO se trata de celebração de contratos por prazo indeterminado). 
· O contrato administrativo pode ser prorrogado, desde que seja feito dentro do prazo de vigência do contrato e decorra, cumulativamente, de previsão no edital e no contrato e autorização do poder público, mantidas as demais disposições contratuais. 
· Não há possibilidade de prorrogação tácita de contratos administrativos. A prorrogação contratual deve ser efetivada expressamente, por meio de aditivo contratual. 
· Toda prorrogação de prazo contratual deverá ser previamente autorizada pela autoridade competente para celebrar o contrato. 
· Antes de formalizar ou prorrogar o prazo de vigência do contrato, a Administração deverá verificar a regularidade fiscal do contratado, consultar o Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Suspensas (CEIS) e o Cadastro Nacional de Empresas Punidas (CNEP), emitir as certidões negativas de inidoneidade, de impedimento e de débitos trabalhistas e juntá-las ao respectivo processo.
Responsabilidade
· O contratado deverá manter preposto, aceito pela Administração, no local da obra ou serviço, para representá-lo na execução do contrato, perante o poder público e perante terceiros. 
· É responsabilidade do particular reparar, corrigir, remover, reconstruir ou substituir, às suas expensas, no total ou em parte, o objeto do contrato em que se verificarem vícios, defeitos ou incorreções resultantes da execução ou de materiais empregados. 
· Em resumo, o particular responde diretamente pelo serviço prestado ou bem entregue à Administração, ou ainda pela obra por ele executada. 
· Ao longo de toda a execução do contrato, o contratado deverá cumprir a reserva de cargos prevista em lei para pessoa com deficiência, para reabilitado da Previdência Social ou para aprendiz, bem como as reservas de cargos previstas em outras normas específicas 
· Sobre quaisquer prejuízos causados pelo particular, seja à Administração Pública ou a terceiros. 
· Deve arcar com todos os encargos trabalhistas, previdenciários, fiscais e comerciais resultantes da execução do contrato, sendo que, conforme expressa dicção legal, nas contratações de serviços contínuos com regime de dedicação exclusiva de mão de obra, a Administração Pública responde solidariamente com o contratado pelos encargos previdenciários resultantes da execução do contrato e subsidiariamente pelos encargos trabalhistas se comprovada falha na fiscalização do cumprimento das obrigações do contratado.
· No que tange à responsabilidade pelos débitos trabalhistas, a lei regulamenta que haverá a responsabilidade subsidiária do Estado, somente se comprovada falha na fiscalização do cumprimento das obrigações do contratado ( alei 8.666/93 isentava o Estado, a súmula 331 responsabilizou subsidiariamente e a lei trouxe a ressalva da falta de fiscalização – omissão). 
· Como forma de evitar a existência de danos aos empregados, nos contratos de serviços contínuos com regime de dedicação exclusiva de mão de obra, a Administração, poderá exigir caução, fiança bancária ou contratação de seguro-garantia com cobertura para verbas rescisórias inadimplidas. 
· O contrato condiciona o pagamento do fornecedor à comprovação de quitação das obrigações trabalhistas vencidas relativas ao contrato, podendo ser feito o depósito dessa fatura em conta vinculada. Diante do inadimplemento, o ente público pode efetuar diretamente o pagamento, que serão deduzidas do pagamento devido ao contratado.
Recebimento do objeto contratual
· Será feito provisoriamente, pelo responsável por seu acompanhamento e fiscalização, mediante termo circunstanciado, assinado por ambas as partes, verificadas as exigências técnicas em prazo definido em regulamento ou no próprio contrato. 
· Após o decurso do prazo de observação, mediante vistoria que comprove a adequação do objeto aos termos definidos no acordo, a Administração Pública deverá proceder ao recebimento definitivo do objeto do contrato, por servidor ou comissão designada pela autoridade competente, mediante termo circunstanciado, assinado pelas partes, que explicite ter havido o cumprimento de todas as exigências contratuais. 
· Contratos para aquisição de bens, o recebimento provisório ocorrerá de forma sumária, pelo agente responsável por seu acompanhamento e fiscalização, com verificação posterior da conformidade do material com as exigências contratuais. Após a verificações, será realizado o recebimento definitivo, por servidor ou comissão designada pela autoridade competente, mediante termo detalhado que comprove o atendimento das exigências contratuais. 
· O art. 140, §2º da lei 14.133/21 dispõe que “O recebimento provisório ou definitivo não excluirá a responsabilidade civil pela solidez e segurança da obra ou serviço nem a responsabilidade ético-profissional pela perfeita execução do contrato, nos limites estabelecidos pela lei ou pelo contrato”. (5 anos). 
· Os ensaios, testes e demais provas serão exigidos nos moldes definidos por normas técnicas oficiais, para a boa execução do objeto do contrato e correm por conta do contratado. 
· Por óbvio, caso a obra, serviço ou fornecimento tenha sido executado em desacordo com o contrato, a Administração Pública rejeitará, no todo ou em parte, o objeto contratual. 
Formas de extinção do contrato administrativo
· Extinção natural: conclusão do objeto ou advento do termo do contrato. 
· Anulação: vício de ilegalidade no contrato ou no procedimento licitatório de que resultou sua assinatura, com efeitos retroativos à data de início de vigência do acordo. Caso não seja possível o retorno à situação fática anterior, a nulidade será resolvida pela indenização por perdas e danos, sem prejuízo da apuraçãode responsabilidade e aplicação das penalidades cabíveis. 
· Possibilidade de modulação de efeitos do ato que determinou a anulação do contrato administrativo: manutenção de acordo nulo, pelo tempo necessário à realização de novo certame licitatório e celebração de novo contrato, como forma de manutenção da continuidade do serviço ou atividade. 
· Mesmo que o contrato seja nulo, o particular contratado deve ser remunerado pelos serviços prestados de boa-fé. 
· Existe a possibilidade de se relevar nulidade do contrato administrativo, ainda que ela seja insanável, convertendo em perdas e danos a situação de nulidade, quando isso for relevante a atender ao interesse da coletividade.
· Princípio do consequencialismo jurídico: deverá analisar se essa anulação do contrato e suspensão da sua execução poderá ensejar impactos econômicos e financeiros decorrentes do atraso na fruição dos benefícios do objeto do contrato, assim como riscos sociais, ambientais e à segurança da população local decorrentes do atraso na fruição dos benefícios do objeto do contrato.
· Extinção unilateral: ocorre por razões de interesse público ou por inadimplemento total ou parcial do contrato pelo particular. Em casos de: 
· Não cumprimento ou cumprimento irregular de cláusulas contratuais, especificações, projetos ou prazos. 
· Lentidão do seu cumprimento, levando a Administração a comprovar a impossibilidade da conclusão da obra, do serviço ou do fornecimento, nos prazos estipulados, ou ainda, o atraso injustificado no início da obra, serviço ou fornecimento. 
· A paralisação da obra, do serviço ou do fornecimento, sem justa causa e prévia comunicação à Administração, assim como a subcontratação total ou parcial do seu objeto, a associação do contratado com outrem, a cessão ou transferência, total ou parcial, bem como a fusão, cisão ou incorporação, não admitidas no edital e no contrato. 
· A desobediência às determinações regulares da autoridade designada para acompanhar e fiscalizar a sua execução e a alteração social ou a modificação da finalidade ou da estrutura da empresa, que prejudique a execução do contrato.
· Em razões de interesse público, de alta relevância e amplo conhecimento, justificadas e determinadas pela máxima autoridade da esfera administrativa a que está subordinado o contratante e exaradas no processo administrativo a que se refere o contrato. 
· Extinção arbitral ou Judicial: se dá por provocação do particular, quando o ente público é inadimplente. 
· Direitos: 
· Devolução da garantia; 
· Pagamentos devidos pela execução do contrato até a data da extinção; 
· Pagamento do custo da desmobilização.
· Extinção Bilateral (distrato): trata-se de rescisão amigável, realizada por ambas as partes. 
· Extinção de pleno direito: por situações alheias à vontade das partes, em casos excepcionais que impedem a manutenção do contrato e nas quais não seja possível a revisão de preços.
Solução alternativa das controvérsias
· Possibilidade de utilização de meios alternativos de prevenção e resolução de controvérsias.
· Notadamente a conciliação, a mediação, o comitê de resolução de disputas e a arbitragem, para tratar de disputas ocorridas no bojo de contratos administrativos. 
· Somente nos casos de restabelecimento do equilíbrio econômico-financeiro do contrato, ao inadimplemento de obrigações contratuais por quaisquer das partes e ao cálculo de indenizações. 
· Comitê de resolução de disputas. regulamentado por ato normativo posterior e sua criação se dará no próprio contrato administrativo, definindo como será sua composição e quais as suas atribuições, podendo ter a finalidade de auxiliar na fiscalização do objeto do contrato, promover o assessoramento técnico e, até mesmo, julgar as disputas ocorridas ao longo da execução do contrato. 
· A arbitragem será sempre de direito e observará o princípio da publicidade e o processo de escolha dos árbitros, dos colegiados arbitrais e dos comitês de resolução de disputas observará critérios isonômicos, técnicos e transparentes
Planos de Contratação Anual
O que é o PAC? 
· O PAC é o documento que consolida todas as compras e contratações que o órgão ou entidade pretende realizar ou prorrogar, no ano seguinte, e contempla bens, serviços, obras e soluções de tecnologia da informação.
Quem deve elaborar?
· Cada Unidade Administrativa de Serviços Gerais (Uasg), com autonomia de compra, que pertence aos órgãos e entidades da Administração Pública federal direta, autárquica e fundacional, deve elaborar anualmente seu PAC.
Como elaborar?
· Para apoiar a elaboração do PAC, foi disponibilizado o “Sistema de Planejamento e Gerenciamento de Contratações (PGC)” onde devem ser registradas todas as demandas que irão compor o PAC. O PGC permite a tramitação de demandas entre os setores requisitantes e o setor de licitações que irá avaliar as demandas para consolidar o PAC, bem como o encaminhamento para a autoridade competente que irá realizar a aprovação final e o envio ao Ministério da Economia.
Qual o objetivo?
· Reduzir a realização de vários procedimentos licitatórios similares por órgãos diversos, mas vinculados a uma mesma estrutura de licitação e contratação, como forma de otimizar os contratos e buscar maior eficiência Portal Nacional de contratações públicas 
Portal Nacional de Contratações Públicas
· A lei determina a criação do Portal Nacional de Contratações Públicas (PNCP), que configura o sítio eletrônico oficial destinado à divulgação centralizada e obrigatória dos atos exigidos por esta Lei e à realização facultativa das contratações pelos órgãos e entidades dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário de todos os entes federativos. 
· O PNCP será gerido pelo Comitê Gestor da Rede Nacional de Contratações Públicas, a ser presidido por representante indicado pelo Presidente da República e composto de: 
I – 3 (três) representantes da União indicados pelo Presidente da República; 
II – 2 (dois) representantes dos Estados e do Distrito Federal indicados pelo Conselho Nacional de Secretários de Estado da Administração; III – 2 (dois) representantes dos Municípios indicados pela Confederação Nacional de Municípios.
· O PNCP conterá, entre outras, as seguintes informações acerca das contratações: 
a) planos de contratação anuais, nos termos definidos pelos órgãos responsáveis pelas contratações públicas. 
b) catálogos eletrônicos de padronização. 
c) editais de credenciamento e de pré-qualificação, avisos de contratação direta e editais de licitação e respectivos anexos. 
d) atas de registro de preços, o que facilita a pesquisa de órgãos que precisem fazer a adesão para aquisição de bens ou serviços. 
e) ss, os contratos devem ser divulgados e mantidos à disposição de qualquer interessado integralmente. 
f) notas fiscais eletrônicas, quando for o caso.
· Finalidade de reduzir custos para as entidades licitantes (principalmente os entes federativos menores) e garantir uma maior competitividade dos certames licitatórios. 
· Permite a participação de todos os entes da federação
Serviços públicos
Considerações gerais
· A conceituação de serviço público era muito abrangente. 
· A conceituação de determinada atividade como serviço público depende da conjunção de 3 (três) elementos, a saber: 
· Substrato material: Comodidade ou utilidade fruível pelo particular, de forma contínua. 
· Substrato formal: as atividades são prestadas com a intenção de beneficiar toda a coletividade. 
· Elemento subjetivo: o serviço público deve ser prestado pelo Estado de forma direta ou indireta
Conceito
· Serviço público é, portanto, toda atividade executada pelo Estado de forma a promover à sociedade uma comodidade ou utilidade, usufruída individualmente pelos cidadãos. (prerrogativas decorrentes da supremacia estatal e sujeições justificadas pela indisponibilidade do interesse público). 
· É prestada de forma direta ou mediante delegação a particulares que atuarão por sua conta e risco.
Distinção de outras atividades
· Obra pública: A obra pública é uma atividade estanque, com projetoque determina início e fim das atividades. 
· Poder de polícia: Configura uma restrição e não uma comodidade. Enquanto o poder de polícia é restritivo, o serviço público é ampliativo. 
· Atividade econômica: Quando o ente estatal atua no mercado, submete-se às normas de direito privado, não se beneficiando das prerrogativas de poder público.
Princípios
· Todos os princípios da Administração Pública são aplicáveis, no entanto, a lei 8987/95 traz alguns:
Dever de prestação pelo Estado
· O poder público deve a prestação de serviços públicos, configurando-se poder-dever do ente estatal (que deve fazê-lo de forma direta ou por particulares)
· Descentralização (Administração Indireta ou aos particulares); 
· A Administração, no caso de descentralização, se mantém responsável subsidiariamente ao prestador direto; 
· A prestação de serviço configura abuso de poder em caso de omissão e justifica, inclusive, responsabilidade civil, caso algum dano decorra.
Modicidade
· As tarifas cobradas para os usuários devem ser baixas.
Atualidade
· Também chamado de princípio da adaptabilidade, estabelece que a prestação do serviço público deve, sempre, ser feita dentro das técnicas mais modernas. 
Cortesia 
· É o dever do prestador de serviço público de ser cortês e educado em sua prestação. 
Economicidade
· Prestação do serviço de forma eficiente, com resultados positivos à sociedade e com gastos dentro dos limites da razoabilidade
Generalidade
· Serviço deverá ser prestado à maior quantidade de pessoas possível. 
Submissão à controle
· Devem ser controlados pela sociedade, assim como pela própria Administração Pública. 
Princípio da isonomia
· A prestação dos serviços não pode criar diferenciação indevida entre os usuários. 
Princípio da continuidade (ou da permanência)
· A prestação de serviços deve ser ininterrupta, na medida do possível. 
· Não se caracteriza como descontinuidade do serviço a sua interrupção em situação de emergência ou após prévio aviso, quando: I - motivada por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações; e, II - por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da coletividade. (8987/95, 6º, parágrafo 3º). 
· De ordem técnica: é unânime a compreensão. 
· Por inadimplemento: 
· Compreensão majoritária: deve-se interromper em caso de inadimplência do usuário. 
· Compreensão minoritária: não pode haver interrupção em caso de inadimplência (manter a execução da atividade, somente se admitindo que faça paralelamente a cobrança judicial dos valores não pagos)
· Exceptio non adimpleti contractus: o particular tem direito de invocar a exceção do contrato não cumprido desde que a Administração seja inadimplente por mais de 60 (sessenta) dias em relação aos seus pagamentos, salvo em caso de calamidade pública, grave perturbação da ordem interna ou guerra.
· Ocupação temporária de bens: a Administração Pública, para evitar a interrupção da atividade, poderá, nos casos de serviços essenciais, efetivar a ocupação provisória. Se trata da ocupação de bens móveis, imóveis, de pessoal e serviços vinculados ao objeto do contrato, na hipótese da necessidade de acautelar apuração administrativa de faltas contratuais pelo contratado
· Reversão de bens: admite-se a transferência de propriedade, ao final do contrato, dos bens da concessionária que estejam atrelados à prestação do serviço público. 
· Substituição e suplência: os servidores investidos em cargo ou função de direção ou chefia e os ocupantes de cargo de Natureza Especial terão substitutos indicados no regimento interno ou, no caso de omissão, previamente designados pelo dirigente máximo do órgão ou entidade
Formas de serviços públicos
· Serviços realizados diretamente ou indiretamente pelo Estado; 
· Outorga: é transferida a titularidade e a execução do serviço público à pessoa jurídica diversa do Estado, através de lei específica.
· Delegação: a execução é transferida, mediante lei ou contrato de concessão ou permissão, permanecendo com o Estado a titularidade do serviço. 
· OBS: Mesmo quando o Estado transfere a titularidade do serviço, ele se mantém responsável pelos danos decorrentes da atividade, de forma subsidiária.
Espécies
· Serviços públicos exclusivos, não delegáveis: são aqueles serviços que somente podem ser prestados diretamente pelo Estado. 
· Serviços públicos exclusivos delegáveis: São os serviços que devem ser necessariamente prestados pelo Estado. que pode realizar esta prestação diretamente ou mediante delegação a particulares. Os particulares realizam por sua conta e risco sob a responsabilidade subsidiária do Estado. 
· Serviços públicos de delegação obrigatória: O Estado tem o dever de prestar, mas devem ser necessariamente delegados à particulares, através de contrato. 
· Serviços públicos não exclusivos do Estado: O Estado presta e o particular também, sem a necessidade de delegação. Ex: educação e saúde. 
Classificação 
· Serviços uti singuli (divisível): São os serviços prestados a toda coletividade, mas é possível o Estado individualizar a utilização (taxa ou tarifa): 
· Os serviços compulsórios a cobrança deve ser feita pelo poder público em decorrência de ter colocado o serviço à disposição dos cidadãos. Ex: água e energia elétrica. Nestes casos, a cobrança deve ser efetivada mediante taxa e se admite a cobrança da chamada "taxa mínima”.
· Os serviços facultativos podem ou não ser utilizados pelos usuários (a contraprestação deve ser feita mediante tarifas ou preços públicos). Ex: telefonia, correio, transporte coletivo. 
· Serviço uti universi (indivisível): são os serviços que não podem ser divididos em sua utilização, ou seja, não é possível saber quanto cada usuário utilizou desses serviços.
· Outros doutrinadores classificam os serviços públicos em: serviços administrativos, serviços industriais (ou comerciais) e serviços sociais 
· Serviços administrativos abarca as atividades internas do Estado, voltadas à organização e estruturação institucional (imprensa oficial) 
· Os serviços sociais são serviços prestados diretamente pelo Estado para a satisfação dos interesses da sociedade, em paralelo à execução pela iniciativa privada, como ocorre com serviços de saúde, educação, previdência, entre outros. 
· Os serviços comerciais ou industriais são, em verdade, exploração de atividade econômica pelo Estado, não se configurando serviço público propriamente dito. 
· Obs.: É inconstitucional a taxa que tenha como finalidade arcar com os custos de um serviço indivisível, como é o caso da iluminação pública (súmula 670, STF)
Bens públicos
O domínio público
· Em sentido amplo: o poder que o Estado exerce sobre todos os bens que se encontram em seu território; 
· Domínio eminente: é o poder de regulamentação exercido pelo ente estatal sobre os bens públicos e também sobre os bens privados; 
· Em sentido estrito: é conceituado pelo conjunto de bens que pertencem ao poder público.
Constituição Federal 
Art. 5º - LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência;
Art. 20 - Trata dos bens da União
Art. 23 - É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios:
I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e conservar o patrimônio público;
Art. 26 - Trata dos bens dos Estados
Art. 183 - § 3º - Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião.
Conceito
Primeiro momento, bens das pessoas jurídicas de direito público, bem como aqueles bens pertencentes a pessoas e direito privado, desde que estivessem afetados à prestação de determinado serviço público
Segundo momento (entendimento atual) – CC/02 – 
Art. 98. São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno; todos os outros são particulares,seja qual for a pessoa a que pertencerem.
Algumas considerações
Os bens das pessoas jurídicas de direito privado - utilizados na prestação de determinado serviço público gozam das prerrogativas de direito público.
Os bens das empresas estatais que não estejam vinculados à prestação dos serviços estão sujeitos à penhora.
Os bens das empresas estatais exploradoras de atividades econômicas não gozam de nenhuma das garantias inerentes aos bens públicos.
Empresas estatais extintas: os bens serão devolvidos automaticamente à pessoa política que a criou.
Competência para legislar
Art. 22, CF - O ente federal legisla acerca do Direito Civil referente aos bens públicos
Os demais entes da federação: podem expedir leis específicas acerca de uso, ocupação alienação de bens, desde que em consonância com as regras gerais.
Classificação 
Quanto à titularidade: o proprietário do bem: federais, estaduais, municipais ou distritais.
Quanto à destinação: 
· Bens de uso comum do povo – são bens que a Administração Pública mantém para o uso normal da população, de uso livre, gratuito ou mediante a cobrança de taxas (no caso de utilização anormal ou privativa). 
· Bens de uso especial – são bens usados para a prestação de serviço público pela Administração ou conservados pelo Poder Público com finalidade pública. Ex. Escola Pública, logradouro onde se localiza a repartição pública, automóvel oficial, entre outros. 
· Bens dominicais ou dominiais – são bens que não têm qualquer destinação pública. Ex: terra devoluta de um determinado Estado da federação, bens móveis apreendidos sem utilização definida.
Afetação e desafetação de bens públicos
Afetar o bem é dar destinação pública a bem dominical e desafetar é suprimir a destinação de bem que estava atrelado, de alguma forma, ao interesse público.
A afetação é livre, ou seja, não depende de lei ou ato administrativo específico e não é uma característica permanente do bem, este poderá ser desafetado posteriormente, caso não haja mais interesse público em sua não utilização.
A desafetação torna o bem passível de alienação. A desafetação para que seja feita licitamente, depende de lei específica ou manifestação do Poder Público mediante ato administrativo expresso, não ocorrendo com o simples desuso do bem.
Características
São prerrogativas inerentes ao bens públicos. 
Impenhorabilidade: os bens públicos não podem ser penhorados em juízo para garantia de uma execução contra a fazenda pública, por exemplo. Até os bens dominicais são impenhoráveis.
Imprescritibilidade: Nesse sentido, os bens públicos não podem ser adquiridos pela posse mansa e pacífica por determinado espaço de tempo continuado, nos moldes da legislação civil (incluindo os bens desafetados). Ps: Superior Tribunal de Justiça vem-se manifestando no sentido de que a utilização de bens públicos não induz posse, tratando-se de mera detenção pelo particular
Não-onerabilidade: É a impossibilidade dos bens públicos serem gravados com direito real de garantia em favor de terceiros. Os bens públicos não podem ser objeto de Hipoteca, por exemplo.
Garantias

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