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Autor: Prof. Walter Dominas Colaboradoras: Profa. Divane Alves da Silva Profa. Elisabeth Alexandre Garcia Contabilidade Avançada Professor conteudista: Walter Dominas Mestre em Controladoria e Contabilidade pela Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (USP), com 15 anos de experiência nas áreas de Contabilidade e Controladoria. Lecionou as disciplinas de Contabilidade Geral, Contabilidade Avançada, Controladoria e Avaliação de Empresas em instituições de ensino como UNIP, Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), Universidade Mackenzie, Fundação e Escola de Comércio Álvares Penteado, entre outras. Trabalhou em empresas como Camargo Correia Industrial S/A, Indústria de Confecções Vila Romana S/A, Bunge S/A e outras, exercendo as funções de conversão de balanços em dólares, consolidação das demonstrações contábeis da empresa controladora e de suas controladas, elaboração de relatórios sobre alternativas de investimento e avaliação de empresas. © Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem permissão escrita da Universidade Paulista. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) D671c Dominas, Walter. Contabilidade avançada. / Walter Dominas. – São Paulo: Editora Sol, 2015. 168 p., il. Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e Pesquisas da UNIP, Série Didática, ano XXI, n. 2-101/15, ISSN 1517-9230 1. Contabilidade. 2. Demonstrações contábeis. 3. Aspectos societários. 4. Impostos. I. Título. CDU 657 Prof. Dr. João Carlos Di Genio Reitor Prof. Fábio Romeu de Carvalho Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças Profa. Melânia Dalla Torre Vice-Reitora de Unidades Universitárias Prof. Dr. Yugo Okida Vice-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez Vice-Reitora de Graduação Unip Interativa – EaD Profa. Elisabete Brihy Prof. Marcelo Souza Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar Prof. Ivan Daliberto Frugoli Material Didático – EaD Comissão editorial: Dra. Angélica L. Carlini (UNIP) Dra. Divane Alves da Silva (UNIP) Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR) Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT) Dra. Valéria de Carvalho (UNIP) Apoio: Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos Projeto gráfico: Prof. Alexandre Ponzetto Revisão: Lucas Kater Juliana Mendes Sumário Contabilidade avançada APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................7 INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................7 Unidade I 1 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS CONSOLIDADAS ...................................................................................9 1.1 Técnicas de consolidação .................................................................................................................. 18 1.2 Investimentos e acionistas não controladores ......................................................................... 23 1.2.1 Investimentos ........................................................................................................................................... 23 1.2.2 Acionistas não controladores............................................................................................................. 23 1.2.3 Dividendos ................................................................................................................................................. 25 2 DUPLICATAS A RECEBER E CONTAS-CORRENTES .............................................................................. 25 2.1 Duplicatas a receber ............................................................................................................................ 25 2.2 Contas-correntes .................................................................................................................................. 25 3 VENDAS E DESPESAS COM VENDAS ....................................................................................................... 26 3.1 Vendas e Custo das Vendas .............................................................................................................. 26 3.2 Comissões sobre vendas, juros e outras receitas e despesas .............................................. 26 3.3 Lucros nas transações entre empresas do grupo .................................................................... 26 3.4 Estoques ................................................................................................................................................... 27 3.5 Ativo imobilizado .................................................................................................................................. 28 4 IMPOSTOS NA CONSOLIDAÇÃO ................................................................................................................. 29 4.1 Imposto de Renda e Contribuição Social ................................................................................... 29 4.2 ICMS, IPI e PIS ........................................................................................................................................ 30 4.3 ISS e Cofins ............................................................................................................................................. 31 4.4 Exemplos completos de consolidação ......................................................................................... 31 4.5 Apresentação das Demonstrações Financeiras ........................................................................ 43 Unidade II 5 ASPECTOS SOCIETÁRIOS E CONTÁBEIS .................................................................................................101 5.1 Aspectos societários ..........................................................................................................................101 5.2 Aspectos contábeis ............................................................................................................................104 6 INCORPORAÇÃO ............................................................................................................................................108 7 FUSÃO ................................................................................................................................................................117 8 CISÃO .................................................................................................................................................................128 7 APRESENTAÇÃO O objetivo da disciplina Contabilidade Avançada é desenvolver com os alunos os conhecimentos necessários para a elaboração de demonstrações contábeis consolidadas e a combinação de negócios. Na consolidação de demonstrações contábeis, serão abordadas as noções preliminares de consolidação, as técnicas de consolidação, as eliminações na consolidação, o tratamento dos Lucros nos Ativos, o Diferimento dos Tributos e a segregação dos Acionistas não Controladores. Na combinação de negócios, serão estudadas as operações de fusão, cisão e incorporação. INTRODUÇÃO No mundo moderno, as operações que envolvem grandes conglomerados se tornam cada vez mais frequentes. Todos os dias, nos meios de comunicação, surgem notícias de aquisições ou fusões de empresas, tanto no mercado nacional como no internacional. Dificilmente encontramos empresas isoladas no mundo dos negócios; o que observamos comumente é que existem grupos de empresas. Quando precisamos analisar o desempenho de uma empresa para elaborar um relatório ou tomar uma decisão de investimento, é preciso conhecer a situação das outras empresasdo mesmo grupo, pois a empresa, individualmente, pode estar econômica e financeiramente bem, mas as outras empresas do grupo podem não estar, e, como elas estão ligadas à saúde financeira do grupo, isso influencia a empresa analisada. Por outro lado, podemos querer analisar o grupo de empresas, e nesse caso não basta fazermos uma análise individual, pois elas podem realizar operações entre si que podem estar distorcendo suas Demonstrações Contábeis. Podem existir, por exemplo, operações entre elas visando a transferências de lucros. Para que possamos analisar corretamente as empresas do grupo, é necessário que tenhamos Demonstrações Contábeis que espelhem a situação real do grupo. Essas demonstrações não podem estar distorcidas por políticas internas, então devemos ter uma Demonstração Contábil que mostre a situação do grupo como se fosse uma única empresa e com os efeitos das operações entre as empresas do grupo eliminadas; trata-se da Demonstração Consolidada. Nesta disciplina, vamos estudar a legislação e as técnicas envolvidas na elaboração de Demonstrações Contábeis Consolidadas. Antes de elaborarmos as demonstrações consolidadas, porém, devemos apurar corretamente as Demonstrações Contábeis das empresas do grupo, e, como dito anteriormente, no mundo moderno as operações que envolvem grandes conglomerados tornam-se cada vez mais frequentes. Operações com empresas acontecem todos os dias, e essas operações podem ser uma incorporação, uma fusão ou uma cisão. Temos de conhecer cada uma dessas operações, para que, de posse de demonstrações corretas, possamos elaborar as Demonstrações Contábeis Consolidadas. Então vamos estudar também a legislação e as técnicas envolvidas na combinação de negócios. 9 Re vi sã o: L uc as K ./J ul ia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 6/ 06 /1 3 CONTABILIDADE AVANÇADA Unidade I CONSOLIDAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS: PRIMEIRA PARTE 1 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS CONSOLIDADAS Lembrete A Consolidação das Demonstrações Contábeis é uma técnica que permite conhecer a posição financeira da empresa controladora e das demais empresas do grupo como se fosse uma única empresa. Para isso, as empresas precisam elaborar demonstrações consolidadas. A Lei nº 6.404/76, conhecida como lei das Sociedades por Ações, normatizou em seus artigos 249 e 250 os procedimentos para a elaboração e publicação das Demonstrações Contábeis. O art. 249 delegou para a Comissão de Valores Mobiliários poderes para expedir normas de caráter obrigatório para as companhias de capital aberto. A Lei nº 11.638, de 28 de dezembro de 2007, não alterou esses artigos. Usando dessas atribuições, a CVM, por meio de sua Instrução nº 15, de 3 de novembro de 1980, atualizada pela Instrução nº 247, de 27 de março de 1996, introduziu mudanças significativas nos procedimentos vigentes. Segundo a Lei nº 6.404/76, as Demonstrações Consolidadas devem ser elaboradas conforme o disposto no artigo 249: Art. 249. A companhia aberta que tiver mais de 30% (trinta por cento) do valor do seu patrimônio líquido representado por investimentos em sociedades controladas deverá elaborar e divulgar, juntamente com suas demonstrações financeiras, demonstrações consolidadas nos termos do artigo 250. Parágrafo único. A Comissão de Valores Mobiliários poderá expedir normas sobre as sociedades cujas demonstrações devam ser abrangidas na consolidação, e: a) determinar a inclusão de sociedades que, embora não controladas, sejam financeira ou administrativamente dependentes da companhia; b) autorizar, em casos especiais, a exclusão de uma ou mais sociedades controladas (BRASIL, 1976). 10 Unidade I Re vi sã o: L uc as K ./J ul ia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 6/ 06 /1 3 A instrução da CVM nº 247, de 27 de março de 1996, com as alterações introduzidas pelas instruções CVM nº 269/97, 285/98, 464/08 e 469/08 sobre o dever de elaborar e divulgar demonstrações contábeis consolidadas dispõe o seguinte: Art. 21. Ao fim de cada exercício social, demonstrações contábeis consolidadas devem ser elaboradas por: I – companhia aberta que possuir investimento em sociedades controladas, incluindo as sociedades controladas em conjunto referidas no artigo 32 desta Instrução; e II – sociedade de comando de grupo de sociedades que inclua companhia aberta. Art. 22. Demonstrações contábeis consolidadas compreendem o balanço patrimonial consolidado, a demonstração consolidada do resultado do exercício e a demonstração consolidada das origens e aplicações de recursos, complementadas por notas explicativas e outros quadros analíticos necessários para esclarecimento da situação patrimonial e dos resultados consolidados. Art. 23. Poderão ser excluídas das demonstrações contábeis consolidadas, sem prévia autorização da CVM, as sociedades controladas que se encontrem nas seguintes condições: I – com efetivas e claras evidências de perda de continuidade e cujo patrimônio seja avaliado, ou não, a valores de liquidação; ou II – cuja venda por parte da investidora, em futuro próximo, tenha efetiva e clara evidência de realização devidamente formalizada. § 1º Em casos especiais justificados, poderão ser ainda excluídas da consolidação, mediante prévia autorização da Comissão de Valores Mobiliários, as sociedades controladas cuja inclusão, a critério da CVM, não represente alteração relevante na unidade econômica consolidada ou que venha distorcer essa unidade econômica. § 2º No balanço patrimonial consolidado, o valor contábil do investimento na sociedade controlada excluída da consolidação deverá ser avaliado pelo método da equivalência patrimonial. § 3º Não será considerada justificável a exclusão, nas demonstrações contábeis consolidadas, de sociedade controlada cujas operações sejam de natureza diversa das operações da investidora ou das demais controladas (BRASIL, 1996). 11 Re vi sã o: L uc as K ./J ul ia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 6/ 06 /1 3 CONTABILIDADE AVANÇADA Em seu pronunciamento XXI – “Normas de Consolidação”, parágrafo 2º, o Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (IBRACON, 1982) define as Demonstrações Contábeis Consolidadas como o produto de agregação de demonstrações contábeis de uma ou mais controladas com as demonstrações contábeis da controladora após a eliminação de saldos e transações entre as companhias e efetuada a constituição de provisão para os interesses de minoritários nas controladas. Segundo o parágrafo 3º, tais demonstrações são o reconhecimento de que as entidades legais, separadamente, são componentes de uma unidade econômica distinta da controladora ou de qualquer de suas controladas e devem refletir as operações da controladora e de suas controladas, no país ou no exterior, a partir da data de aquisição destas. Observação A primeira condição necessária para a consolidação, de acordo com o parágrafo 4 do referido pronunciamento, é a participação majoritária (acima de 50%) no capital votante da controlada. O controle pode ser exercido de forma direta ou indireta (por intermédio de outras controladas). Assim, por exemplo, se duas subsidiárias integrais da companhia A possuírem, cada uma, 30% do capital votante da Companhia C, então a Companhia C é uma controlada da Companhia A. A recomendação encontrada no parágrafo 5º é a de que a Lei das Sociedades por Ações estabelece a obrigatoriedade da consolidação somente para as companhias abertas e, mesmo assim, apenas quando os investimentos nas controladas atingem ou excedem 30% do patrimônio líquido da controladora. Consequentemente, poderá acontecer que a controladora detenha 99% na controlada e, ainda assim, o investimento não atinja 30% do capital da controladora. Nesse caso, embora a norma contábil aqui enunciada recomende a consolidação, a controladora estaria desobrigada, pela lei, de fazê-la. Para os casos de empresas de um mesmo grupo econômico cujas operações sejam demasiadoheterogêneas, o Ibracon recomenda, em seu parágrafo 7º, a consolidação com evidenciação das controladas, a natureza de suas operações e elementos que identifiquem, se possível, a procedência dos principais saldos. Segundo o parágrafo 8º, mesmo que, no caso específico das companhias abertas, a Comissão de Valores Mobiliários seja o órgão determinado pela Lei nº 6.404/76 para autorizar, em casos especiais, a exclusão ou inclusão de sociedades na consolidação, a opinião do Ibracon (1982) é: “a consolidação é indevida se inexistir o efetivo controle sobre a controlada, mesmo que temporariamente, como no caso de falência, intervenção, ou acordo entre acionistas etc.”. O Ibracon, no item 2 da Interpretação Técnica nº 01/90, ao comentar a aplicabilidade das normas contábeis da Comissão de Valores Mobiliários às companhias não abertas, incentiva a adoção por estas sociedades de demonstrações financeiras consolidadas, quando elaboradas para divulgação a terceiros. (IBRACON, 1990) 12 Unidade I Re vi sã o: L uc as K ./J ul ia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 6/ 06 /1 3 Observação Com a convergência das normas contábeis brasileiras às normas internacionais, a legislação sobre as Demonstrações Contábeis Consolidadas passou a ser baseada nas instruções do Comitê de Pronunciamentos Contábeis, por meio do Pronunciamento Técnico CPC 36 (R1), referente às Demonstrações Consolidadas, para manter a Correlação com as Normas Internacionais de Contabilidade – IAS 27. O CPC 36 deve ser aplicado na elaboração de demonstrações financeiras consolidadas de grupo econômico de entidades, as quais têm em comum o controle de uma entidade controladora, não tratando dos aspectos referentes à combinação de negócios, assunto que vamos abordar na Unidade II. Esse CPC foi aprovado pela Coordenadoria Técnica do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), que tornou pública a aprovação, pelos membros do CPC, de acordo com as disposições da Resolução CFC n.º 1.055/05 e alterações posteriores, do Pronunciamento Técnico CPC 36 – Demonstrações Consolidadas. O Pronunciamento foi elaborado a partir do IAS 27 – Consolidated and Separate Financial Statements (IASB), e sua aplicação, no julgamento do Comitê, produz reflexos contábeis que estão em conformidade com o documento editado pelo IASB. Observação A combinação de negócios é regulada pelo CPC 15. A aprovação do Pronunciamento Técnico CPC 36 – Demonstrações Consolidadas, pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis, está registrada na Ata da 41ª Reunião Ordinária do Comitê de Pronunciamentos Contábeis, realizada no dia 6 de novembro de 2009. O Comitê recomenda que o Pronunciamento seja referendado pelas entidades reguladoras brasileiras, visando à sua adoção. Observação A CVM, Comissão de Valores Mobiliários, por meio de sua Deliberação CVM nº 608, de 26 de novembro de 2009, aprovou o Pronunciamento Técnico CPC 36 do Comitê de Pronunciamentos Contábeis. A Deliberação CVM nº 608/2009 trata de demonstrações consolidadas, como vemos a seguir: I – aprovar e tornar obrigatório, para as companhias abertas, o Pronunciamento Técnico CPC 36, emitidos pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis – CPC, anexo à presente Deliberação, que trata de demonstrações consolidadas; e 13 Re vi sã o: L uc as K ./J ul ia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 6/ 06 /1 3 CONTABILIDADE AVANÇADA II – que esta Deliberação entra em vigor na data da sua publicação no Diário Oficial da União, aplicando-se aos exercícios encerrados a partir de dezembro de 2010 e às demonstrações financeiras de 2009 a serem divulgadas em conjunto com as demonstrações de 2010 para fins de comparação. (BRASIL, 2009b). O CFC (Conselho Federal de Contabilidade), membro do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), que tem por objetivo estudar, preparar e emitir pronunciamentos técnicos sobre procedimentos de contabilidade, por meio da Resolução CFC nº 1.240/09, aprovou a NBC TG 36 – Demonstrações Consolidadas. Como vimos anteriormente, toda a legislação referente à Consolidação de Demonstrações Contábeis está baseada no Pronunciamento Técnico CPC 36. Por isso, nosso texto segue esse pronunciamento, e vamos explicar e interpretar essas novas regras e como serão aplicadas na prática. Segundo o Pronunciamento Técnico CPC 36, demonstrações consolidadas são as demonstrações contábeis de um conjunto de entidades (grupo econômico) apresentadas como se fossem as de uma única entidade econômica. As seguintes definições são encontradas no CPC 36: Demonstrações consolidadas são as demonstrações contábeis de um conjunto de entidades (grupo econômico), apresentadas como se fossem as de uma única entidade econômica. Controle é o poder de governar as políticas financeiras e operacionais da entidade de forma a obter benefício das suas atividades. Grupo econômico é a controladora e todas as suas controladas. Participação de não controlador é a parte do patrimônio líquido da controlada não atribuível, direta ou indiretamente, à controladora. Controladora é uma entidade que tem uma ou mais controladas. Demonstrações separadas são aquelas apresentadas por controladora, investidor em coligada ou empreendedor em entidade controlada em conjunto, nas quais os investimentos são contabilizados com base no valor do interesse direto no patrimônio (direct equity interest) das investidas, em vez de nos resultados divulgados e nos valores contábeis dos ativos líquidos das investidas. Não se confundem com as demonstrações individuais (consultar NBC T 19.35 – Demonstrações Separadas). Controlada é a entidade, incluindo aquela não constituída sob a forma de sociedade tal como uma parceria, na qual a controladora, diretamente ou por meio de outras controladas, é titular de direitos de sócio que lhe 14 Unidade I Re vi sã o: L uc as K ./J ul ia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 6/ 06 /1 3 assegurem, de modo permanente, preponderância nas deliberações sociais e o poder de eleger a maioria dos administradores (CPC, 2011, p. 869). O conceito de grupo econômico é muito importante ao estudarmos a consolidação das demonstrações contábeis, pois esta é feita com as demonstrações da controladora e todas as suas controladas, ou seja, a consolidação é feita para o grupo econômico. Outros conceitos que precisam ficar bem-definidos para a elaboração das demonstrações consolidadas são os conceitos de Controladora e Controlada, que são utilizados para definir grupo econômico, objeto da consolidação. Controladora é uma entidade que tem uma ou mais controladas. Controlada é a entidade na qual a controladora é titular de direitos de sócio que lhe garantem, de modo permanente, a supremacia nas decisões da sociedade e o poder de eleger a maioria dos administradores. Esses direitos de sócio podem ser exercidos diretamente ou por meio de outras controladas. Para que uma empresa seja controlada, é necessário que a controladora tenha o controle de outras entidades, e esse controle é o poder de governar as políticas financeiras e operacionais da empresa tida como controlada, de forma que obtenha benefício das suas atividades, ou seja, a controladora toma decisões sobre as políticas da empresa considerada controlada, e essas políticas vão gerar benefícios para a empresa controladora. O conceito de controle é mais abrangente que o controle acionário. Muitas vezes, o capital da empresa controlada não pertence totalmente à empresa controladora. Uma parte desse capital pode pertencer a outras empresas do grupo, ou até mesmo a acionistas que não fazem parte do grupo econômico. Essa é a chamada participação de não controlador, que é a parte do patrimônio líquido da empresa controlada não atribuível à controladora. Essa participação tem um tratamento especial na elaboração das demonstrações consolidadas, que veremos mais adiante. O objetivo da consolidação é apresentar aos acionistas e credores os resultados das operações ea posição financeira da sociedade controladora e de suas controladas, como se fossem uma única empresa. A consolidação é obrigatória para a companhia aberta que possua investimento em empresas controladas, incluindo sociedades controladas em conjunto, e para a sociedade de comando de grupo de sociedades que inclua companhia aberta. No caso de sociedades controladas em conjunto, o CPC 36 recomenda o seguinte: A controladora ou suas controladas podem ser um investidor em coligada ou um empreendedor em entidade controlada em conjunto (joint venture). Nesse caso, as demonstrações contábeis consolidadas devem ser elaboradas e apresentadas em conformidade com esta Norma e com a NBC T 19.37 – Investimento em Coligada e em Controlada e a NBC T 19.38 – Investimento em Empreendimento Controlado em Conjunto (Joint Venture) (CPC, 2011, p. 869). A controladora que atender às exigências enumeradas e for dispensada de apresentar as demonstrações consolidadas poderá apresentar as demonstrações financeiras separadas de acordo com a NBC T 19.35 – Demonstrações Separadas. 15 Re vi sã o: L uc as K ./J ul ia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 6/ 06 /1 3 CONTABILIDADE AVANÇADA O período de abrangência das demonstrações contábeis deve ser idêntico para todas as empresas envolvidas na consolidação. Havendo defasagem nesse período, deve ser eliminada. As demonstrações contábeis consolidadas devem ser preparadas utilizando-se políticas contábeis uniformes para transações e outros eventos iguais, em circunstâncias similares. Se uma entidade do grupo econômico utiliza políticas contábeis diferentes daquelas adotadas nas demonstrações contábeis consolidadas para transações e eventos de mesma natureza, em circunstâncias semelhantes, serão necessários ajustes para adequar as demonstrações contábeis dessa entidade quando da elaboração das demonstrações contábeis consolidadas. As empresas obrigadas à consolidação deverão elaborar e divulgar, juntamente com suas demonstrações financeiras, as demonstrações consolidadas, não podendo publicar as demonstrações individuais da controladora separadamente das demonstrações consolidadas. A consolidação de demonstrações contábeis é bastante utilizada em países onde a emissão de ações por meio da Bolsa de Valores é um importante instrumento de captação de recursos. Permite um entendimento da situação financeira como um todo e do volume global de operações das companhias. Em alguns países, as demonstrações financeiras consolidadas são as demonstrações financeiras primárias da controladora, dispensando a divulgação de suas demonstrações financeiras individuais. Os principais problemas contábeis relativos à consolidação de demonstrações financeiras são: determinar quando elas devem ser apresentadas, quais entidades devem ser nelas incluídas ou excluídas, como deve ser o tratamento de interesses minoritários e as divulgações a serem feitas. As demonstrações contábeis da controladora e de suas controladas utilizadas na elaboração das demonstrações contábeis consolidadas devem ser de mesma data. Quando a data de encerramento da controladora for diferente da data de uma controlada, esta última deve elaborar, para fins de consolidação, uma demonstração financeira adicional na mesma data das demonstrações da controladora, a menos que isso seja impraticável. Nesse caso, se as demonstrações contábeis de uma controlada, utilizadas para fins de consolidação, forem de uma data diferente da data de encerramento das demonstrações da controladora, deverão ser feitos os ajustes necessários, em razão dos efeitos de eventos ou transações relevantes que ocorrerem entre aquela data e a data das demonstrações contábeis da controladora. Independentemente disso, a defasagem máxima entre as datas de encerramento das demonstrações da controlada e da controladora é de até dois meses. A duração dos períodos abrangidos nas demonstrações contábeis e alguma diferença entre as respectivas datas de encerramento deverão ser iguais de um período para outro. 16 Unidade I Re vi sã o: L uc as K ./J ul ia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 6/ 06 /1 3 As demonstrações contábeis consolidadas devem incluir todas as controladas de uma controladora. Se a aquisição de uma controlada atender aos requisitos para sua classificação como um ativo não circulante mantido para venda, ela será classificada nessa conta na consolidação. Presume-se que exista controle quando a controladora possui, direta ou indiretamente, por meio de suas controladas, mais da metade do poder de voto de uma entidade, a menos que, em circunstâncias excepcionais, possa ficar claramente demonstrado que tal relação de propriedade não constitui controle. Conforme o CPC 36, o controle também pode existir no caso de a controladora possuir menos da metade do poder de voto de uma entidade, quando houver: (a) poder sobre mais da metade dos direitos de voto por meio de um acordo com outros investidores; (b) poder para governar as políticas financeiras e operacionais de uma entidade conforme especificado em estatuto ou acordo; (c) poder para indicar ou destituir a maioria dos membros da diretoria ou conselho de administração, quando o controle da entidade é exercido por essa diretoria ou conselho de administração; (d) poder para mobilizar a maioria dos votos nas reuniões da diretoria ou conselho de administração, quando o controle da entidade é exercido por essa diretoria ou conselho (CPC, 2011, p. 870) Uma controlada não deve ser excluída da consolidação porque suas atividades de negócio são diferentes daquelas das demais entidades do grupo econômico. Informações relevantes são fornecidas pela consolidação de tais controladas e pela divulgação de informações adicionais nas demonstrações contábeis consolidadas sobre as diferentes atividades de negócio dessas controladas. Por exemplo, podem ser divulgadas informações por segmento para descrever a relevância das diferentes atividades de negócio dentro do grupo econômico. A empresa controladora pode perder o controle sobre uma controlada mesmo que não ocorra uma mudança de propriedade absoluta ou relativa. Esse fato pode acontecer quando uma controlada se torna sujeita ao controle do governo, tribunal, ou órgão regulador. A perda de controle também pode acontecer em decorrência de um acordo contratual. Segundo o CPC 36, um ou mais dos itens a seguir podem indicar se a controladora deve contabilizar um contrato múltiplo como uma única transação: (a) eles foram firmados ao mesmo tempo e são complementares; 17 Re vi sã o: L uc as K ./J ul ia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 6/ 06 /1 3 CONTABILIDADE AVANÇADA (b) eles formam uma única transação, projetada para alcançar efeito comercial global; (c) a ocorrência do contrato é dependente da ocorrência de pelo menos outro acordo; (d) um acordo, considerado isoladamente, não se justifica economicamente; porém, quando considerado em conjunto com outros acordos, ele passa a se justificar. Um exemplo disso é quando o acordo prevê a alienação de ações a um preço abaixo do mercado, mas é compensado por outro, com a subsequente alienação a um preço acima do mercado (CPC, 2011, p. 872). Se a controladora perder o controle da controlada, ela deverá, segundo o CPC 36: (a) desreconhecer os ativos (incluindo o ágio por rentabilidade futura – goodwill) e os passivos da controlada pelos seus valores contábeis na data em que o controle for perdido; (b) desreconhecer o valor contábil de qualquer participação de não controladores na ex-controlada na data em que o controle for perdido (incluindo quaisquer componentes de outros resultados abrangentes reconhecidos diretamente no patrimônio líquido e atribuíveis aos não controladores); (c) reconhecer: (i) o valor justo da compensação recebida em troca, se houver, proveniente da transação, evento ou circunstância que resultou na perda do controle; e (ii) se a transaçãoque resultou na perda do controle envolver a distribuição de ações da controlada aos sócios, na qualidade de proprietários, essa distribuição; quando houver aumento de capital na controlada e a controladora não exercer o seu direito na compra de ações adicionais, pode haver a diluição da participação relativa da controladora. Se essa mudança é suficiente para ela perder o controle, essa perda pela diluição de sua participação deve ser considerada nesse item; (d) reconhecer o investimento remanescente na ex-controlada, se houver, ao seu valor justo na data em que o controle foi perdido; (e) reclassificar para o resultado do período ou transferir diretamente para lucros acumulados, quando couber, os valores identificados no item 35; e (f) reconhecer a diferença resultante como ganho ou perda no resultado do período atribuível à controladora (CPC, 2011, p. 873). 18 Unidade I Re vi sã o: L uc as K ./J ul ia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 6/ 06 /1 3 Saiba mais Para conhecer o CPC 36 na íntegra, pode acessar o site do Comitê de Pronunciamentos Contábeis: Disponível em: <http://www.cpc.org.br/pdf/ cpc_pronunciamentos_2011.pdf>. Acesso em: 25 jun. 2013. Depois que você tomou conhecimento de todos os aspectos conceituais e legais sobre a consolidação de demonstrações contábeis, vamos, no item seguinte apresentar as técnicas de consolidação. 1.1 Técnicas de consolidação Lembrete Na elaboração de demonstrações contábeis consolidadas, basicamente, uma entidade controladora combina suas demonstrações contábeis com as de suas controladas, linha a linha, ou seja, somando os saldos de itens de mesma natureza como ativos, passivos, receitas e despesas. Na consolidação, é importante haver uniformidade nas práticas contábeis entre as empresas consolidadas na classificação dos ativos, passivos, receitas e despesas, para que os saldos consolidados representem valores de mesma natureza. Há a necessidade de se eliminar os saldos existentes ou transações realizadas entre as empresas do grupo para que as Demonstrações Contábeis não apresentem saldos em duplicidade. Os saldos de balanços e transações entre as empresas do grupo, incluindo as receitas, as despesas e os dividendos, devem ser totalmente eliminados. Observação Os resultados decorrentes das transações das empresas do grupo que estiverem reconhecidos nos ativos, tais como um estoque ou um ativo imobilizado, também devem ser eliminados. Os impostos e contribuições referentes às diferenças temporárias causadas pela eliminação dos lucros ou prejuízos nas transações entre as empresas do grupo devem ser reconhecidos no ativo ou no passivo como tributos diferidos. A seguir, veremos os aspectos legais referentes às técnicas de consolidação. Nem todas as operações efetuadas pelas empresas de um determinado grupo deverão necessariamente ser representadas por uma única conta na consolidação. Tais procedimentos estão amparados pelo artigo 250 da Lei 6.404/76, alterado pela Lei no 11.941, de 27 de maio de 2009, conforme segue: 19 Re vi sã o: L uc as K ./J ul ia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 6/ 06 /1 3 CONTABILIDADE AVANÇADA Art. 250. Das demonstrações financeiras consolidadas serão excluídas: I – as participações de uma sociedade em outra; II – os saldos de quaisquer contas entre as sociedades; III – as parcelas dos resultados do exercício, dos lucros ou prejuízos acumulados e do custo de estoques ou do ativo não circulante que corresponderem a resultados, ainda não realizados, de negócios entre as sociedades. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) § 1º A participação dos acionistas não controladores no patrimônio líquido e no lucro do exercício será destacada, respectivamente, no balanço patrimonial e na demonstração do resultado do exercício. (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997.) § 2° A parcela do custo de aquisição do investimento em controlada, que não for absorvida na consolidação, deverá ser mantida no ativo não circulante, com dedução da provisão adequada para perdas já comprovadas, e será objeto de nota explicativa. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009.) § 3º O valor da participação que exceder do custo de aquisição constituirá parcela destacada dos resultados de exercícios futuros até que fique comprovada a existência de ganho efetivo. § 4º Para fins deste artigo, as sociedades controladas, cujo exercício social termine mais de 60 (sessenta) dias antes da data do encerramento do exercício da companhia, elaborarão, com observância das normas desta Lei, demonstrações financeiras extraordinárias em data compreendida nesse prazo. (BRASIL, 1976). Saiba mais Para conhecer as determinações legais referentes à técnica de consolidação, consulte os artigos 24 a 29 da Instrução CVM nº 247/1996, no seguinte endereço: <http://www.cvm.gov.br/asp/cvmwww/atos/exiato. asp?File=/inst/inst247.htm>. Como explicado anteriormente, com a convergência das normas contábeis brasileiras às normas internacionais, a legislação sobre as Demonstrações Contábeis Consolidadas passou a ser baseada nas instruções do Comitê de Pronunciamentos Contábeis, o CPC 36. Veja a seguir como as eliminações são abordadas nesse documento. 20 Unidade I Re vi sã o: L uc as K ./J ul ia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 6/ 06 /1 3 Para que as demonstrações contábeis consolidadas apresentem informações sobre o grupo econômico como uma única entidade econômica, os seguintes procedimentos devem ser adotados: (a) o valor contábil do investimento da controladora em cada controlada e a parte dessa controladora no patrimônio líquido das controladas devem ser eliminados. [ver a NBC T 19.23 – Combinação de Negócios, o qual descreve o tratamento do ágio pago por expectativa de rentabilidade futura (goodwill) resultante]; (b) identificar a participação dos não controladores no resultado das controladas consolidadas para o período de apresentação das demonstrações contábeis; e (c) identificar a participação dos não controladores nos ativos líquidos das controladas consolidadas, separadamente da parte pertencente à controladora. A participação dos não controladores nos ativos líquidos é composta: (i) do montante da participação dos não controladores na data da combinação inicial, calculada em conformidade com a NBC T 19.23 – Combinação de Negócios; e (ii) da participação dos não controladores nas variações patrimoniais das controladas consolidadas desde a data da combinação. 19. Quando existirem potenciais direitos de voto, a parte atribuível à controladora nos resultados e demais variações do patrimônio líquido da controlada é determinada com base na sua atual participação e não deve refletir o possível exercício ou conversão dos potenciais direitos de voto. 20. Os saldos, transações, receitas e despesas intragrupo (entre as entidades do grupo econômico) devem ser eliminados. 21. Os saldos de balanços e transações intragrupo, incluindo receitas, despesas e dividendos são eliminados. Os resultados decorrentes das transações intragrupo que estiverem reconhecidos nos ativos, tais como estoque ou ativo imobilizado, devem ser eliminados. As perdas intragrupo podem indicar redução no valor recuperável dos ativos correspondentes que precisa ser reconhecida nas demonstrações contábeis consolidadas. Os impostos e contribuições decorrentes das diferenças temporárias pela eliminação de resultados não realizados nas transações intragrupo devem ser reconhecidos no ativo ou passivo como tributos diferidos (NBC T 19.2 – Tributos sobre o Lucro). 22. As demonstrações contábeis da controladora e de suas controladas utilizadas na elaboração das demonstrações contábeis consolidadas devem ser de mesma data. Quando a data de encerramento da controladora for diferente da data da controlada, esta última 21 Re vi sã o: L uc as K ./J ul ia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 6/ 06 /1 3 CONTABILIDADEAVANÇADA deve elaborar, para fins de consolidação, demonstração contábil adicional na mesma data das demonstrações da controladora, a menos que isso seja impraticável. 23. Quando, de acordo com o parágrafo anterior, as demonstrações contábeis da controlada, utilizadas para fins de consolidação, forem de data diferente da data de encerramento das demonstrações da controladora, devem ser feitos os ajustes necessários em razão dos efeitos de eventos ou transações relevantes que ocorrerem entre aquela data e a data das demonstrações contábeis da controladora. Independentemente disso, a defasagem máxima entre as datas de encerramento das demonstrações da controlada e da controladora é de até dois meses. A duração dos períodos abrangidos nas demonstrações contábeis e qualquer diferença entre as respectivas datas de encerramento deve ser igual de um período para outro. 24. As demonstrações contábeis consolidadas devem ser elaboradas utilizando políticas contábeis uniformes para transações e outros eventos iguais, em circunstâncias similares. 25. Se a entidade do grupo econômico utiliza políticas contábeis diferentes daquelas adotadas nas demonstrações contábeis consolidadas para transações e eventos de mesma natureza, em circunstâncias semelhantes, são necessários ajustes para adequar as demonstrações contábeis dessa entidade quando da elaboração das demonstrações contábeis consolidadas. 26. As receitas e as despesas da controlada são incluídas nas demonstrações contábeis consolidadas a partir da data de aquisição, tal como definido na NBC T 19.23 – Combinação de Negócios. As receitas e as despesas da controlada devem estar baseadas nos valores dos ativos e passivos reconhecidos na posição consolidada da controladora na data da aquisição. Por exemplo, despesas de depreciação, reconhecidas na demonstração consolidada do resultado do período, devem estar baseadas nos valores justos dos ativos depreciáveis reconhecidos na posição consolidada da data da aquisição. As receitas e as despesas da controlada são incluídas nas demonstrações contábeis consolidadas até a data em que a controladora perder o controle sobre essa controlada. 27. A participação dos não controladores deve ser apresentada no balanço patrimonial consolidado dentro do patrimônio líquido, separadamente do patrimônio líquido dos proprietários da controladora. 28. O resultado do período e cada componente dos outros resultados abrangentes (reconhecidos diretamente no patrimônio líquido – ver NBC T 19.27 – Apresentação das Demonstrações Contábeis) são atribuídos aos proprietários da controladora e à participação dos não controladores. O resultado abrangente total é atribuído aos proprietários da controladora e à participação dos não controladores, independentemente de esses resultados tornarem negativa a participação dos não controladores. 22 Unidade I Re vi sã o: L uc as K ./J ul ia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 6/ 06 /1 3 29. Se a controlada tem em circulação ações preferenciais com direito a dividendos cumulativos classificadas como componente do patrimônio líquido, as quais estão em poder de não controladores, a controladora calcula a sua parte no resultado do período após a redução deste pelos dividendos pertinentes a essas ações, independentemente de esses dividendos estarem declarados. 30. As mudanças na participação relativa da controladora sobre a controlada que não resultem em perda de controle devem ser contabilizadas como transações de capital (ou seja, transações com sócios, na qualidade de proprietários), e não no resultado ou no resultado abrangente. 31. Em tais circunstâncias, o valor contábil da participação da controladora e o valor contábil da participação dos não controladores devem ser ajustados para refletir as mudanças nas suas participações relativas na controlada. Qualquer diferença entre o montante pelo qual a participação dos não controladores tenha sido ajustada e o valor justo da quantia recebida ou paga deve ser reconhecida diretamente no patrimônio líquido atribuível aos proprietários da controladora. Ver a Interpretação Técnica sobre Demonstrações Contábeis Individuais, Demonstrações Separadas, Demonstrações Consolidadas e Aplicação do Método de Equivalência Patrimonial. Fonte: CPC (2011, p. 871-2). A participação dos não controladores, que são os acionistas que não detêm o controle acionário da empresa, é composta do montante da participação dos não controladores na data da combinação inicial e da parte dos não controladores nas variações patrimoniais das controladas consolidadas desde a data da combinação. Um passo seguinte da consolidação é a eliminação dos saldos existentes ou transações realizadas entre as empresas do grupo. Praticamente todas as operações realizadas entre as empresas que são consolidadas devem ser eliminadas, portanto é necessário, durante o ano, o controle das transações e dos saldos entre as empresas do grupo. Observação A consolidação das demonstrações financeiras pode ser feita usando-se papéis de trabalho ou fichas de Razão extracontábeis, nas quais se lançam os saldos de cada empresa a ser consolidada e depois se registram todos os lançamentos de eliminação de consolidação. A seguir, estudaremos as eliminações e vamos resolver vários exemplos práticos para que você possa entender claramente os procedimentos de eliminação. 23 Re vi sã o: L uc as K ./J ul ia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 6/ 06 /1 3 CONTABILIDADE AVANÇADA 1.2 Investimentos e acionistas não controladores 1.2.1 Investimentos A participação acionária que uma empresa tiver na outra, representada pela conta Investimentos, deverá ser eliminada. Devem ser eliminados os investimentos da controladora e o Patrimônio Líquido das controladas. Suponhamos que a controladora tenha 100% do capital da controlada. A controlada tem um capital de $ 15.000 e $ 5.000 de Reservas de Lucros. A eliminação de consolidação dos investimentos é: Capital $ 15.000 Reservas de Lucros $ 5.000 a Investimentos $ 20.000 Para transações envolvendo investimentos permanentes, se houver ágio na operação, a eliminação será efetuada levando-se em conta a amortização deste. Observação Quando ocorrer redução de participação numa empresa que até então era consolidada e essa redução resultar em exclusão dessa empresa na consolidação, o efeito decorrente desse fato deverá ser divulgado em nota explicativa. Tal divulgação deve incluir todos os efeitos relevantes no resultado do exercício e no patrimônio líquido consolidado, por meio da reconstituição dos montantes do ano anterior. 1.2.2 Acionistas não controladores A Participação dos Não Controladores é a parte do patrimônio líquido de uma controlada não atribuível, direta ou indiretamente, à controladora. É a parcela do patrimônio líquido de empresas controladas que pertence a acionistas minoritários, representados por terceiros que não pertencem ao grupo. O valor dessa participação é constituído pela parte do capital desses minoritários e pelos outros itens do patrimônio líquido. Lembrete Na consolidação do Balanço, a parcela do capital desses minoritários (ou não controladores) deve ser destacada no patrimônio líquido consolidado. 24 Unidade I Re vi sã o: L uc as K ./J ul ia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 6/ 06 /1 3 O lucro ou prejuízo do período e cada componente dos outros resultados abrangentes são atribuídos aos proprietários da controladora e à participação dos não controladores. O resultado abrangente total é atribuído aos proprietários da controladora e à participação dos não controladores, independentemente de esses resultados tornarem negativa a participação dos não controladores. Se uma controlada tem em circulação ações preferenciais cumulativas classificadas como um componente do patrimônio líquido, as quais estão em poder de não controladores, a controladora calcula sua parte no lucroou prejuízo do período após a redução deste pelos dividendos pertinentes a essas ações, independentemente de os dividendos estarem declarados. As mudanças na participação relativa da controladora sobre uma controlada que não resultem em perda de controle devem ser contabilizadas como transações de capital (ou seja, transações com sócios, na qualidade de proprietários). Em tais circunstâncias, o valor contábil da participação da controladora e o valor contábil da participação dos não controladores devem ser ajustados para refletir as mudanças nas participações relativas das partes na controlada. A diferença entre o montante pelo qual a participação dos não controladores foi ajustada e o valor da quantia recebida ou paga deve ser reconhecida diretamente no patrimônio líquido atribuível aos proprietários da controladora. O Ibracon (1982) estabelece em seu pronunciamento que a absorção de prejuízos pelos minoritários se limita à sua participação no patrimônio líquido, devendo tal excesso e os prejuízos futuros ser absorvidos pelos sócios majoritários. Entretanto, os lucros futuros serão creditados aos sócios majoritários até que aqueles prejuízos sejam absorvidos pelos minoritários. Suponhamos que a controladora tenha 80% do capital da controlada. Esta tem um capital de $ 15.000 e $ 5.000 de Reservas de Lucros. A participação dos acionistas não controladores será destacada da seguinte forma: Capital $ 3.000 ($ 15.000 x 20%) Reservas de Lucros $ 1.000 ($ 5.000 x 20%) a Participação de Não Cont. $ 4.000 ($ 20.000 x 20%) Observação Na Demonstração Consolidada do Resultado, a participação dos acionistas não controladores no lucro líquido ou prejuízo do exercício das controladas deverá ser destacada e apresentada, respectivamente, como dedução ou adição ao lucro ou prejuízo líquido consolidado. Suponhamos que a controladora tenha 80% do capital da controlada. Esta tem um Lucro Líquido do Exercício de $ 5.000. A participação dos acionistas não controladores será destacada da seguinte forma: 25 Re vi sã o: L uc as K ./J ul ia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 6/ 06 /1 3 CONTABILIDADE AVANÇADA Débito: Lucro Líquido do Exercício $1.000 ($ 5.000 x 20%) Os lucros estão colocados duas vezes, uma sob a forma de Lucros Acumulados no Balanço Patrimonial e outra como saldo final na Demonstração de Resultados. Nesse sistema, os lançamentos referentes a ajustes e eliminações na Demonstração de Resultados só são considerados nas parcelas que se referem às contas de Resultado. 1.2.3 Dividendos Observação Se a empresa investidora receber dividendos da empresa investida, a eliminação desses saldos será feita conforme a contabilização da empresa investidora. Se a empresa investidora adotar o método de equivalência patrimonial, os dividendos recebidos estão contabilizados como redução da conta do investimento e não como receitas, portanto não haverá eliminação a fazer na Demonstração de Resultados do Exercício. Se a empresa utilizar o Método de Custo para contabilizar os investimentos, o que ocorre com menos frequência, os dividendos estão contabilizados em receita e deverão ser eliminados da seguinte forma: Receita (investidora) a Lucros Acumulados (investida) 2 DUPLICATAS A RECEBER E CONTAS-CORRENTES 2.1 Duplicatas a receber Se uma empresa do grupo vendeu, ao preço de custo, $ 40.000 de mercadorias para outra empresa do grupo, a empresa compradora tem um passivo de $ 40.000 para com a empresa vendedora, e esta, por sua vez, tem a receber $ 40.000 da empresa compradora. Nesse caso, os lançamentos de eliminações são: Fornecedores (empresa compradora) $ 40.000 a Duplicatas a Receber (empresa vendedora) $ 40.000 2.2 Contas-correntes Várias operações podem ocorrer entre as empresas do grupo, as quais serão debitadas ou creditadas em conta-corrente. Na data do balanço, por ocasião da consolidação, haverá saldo devedor em uma 26 Unidade I Re vi sã o: L uc as K ./J ul ia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 6/ 06 /1 3 empresa e um correspondente saldo credor em outra. Ambos deverão ser eliminados na consolidação, com o seguinte lançamento: Contas-correntes Credoras a Contas-correntes DevedorasConsolidação das demonstrações contábeis: segunda parte 3 VENDAS E DESPESAS COM VENDAS 3.1 Vendas e Custo das Vendas As vendas de uma empresa para outra do grupo devem ser eliminadas, assim como o custo dos produtos vendidos. Se uma delas vendeu, a preço de custo, $ 40.000 de mercadorias para a outra, o lançamento seria da seguinte forma: Vendas (empresa vendedora) $ 40.000 a Custo dos Produtos Vendidos (empresa vendedora) $ 40.000 3.2 Comissões sobre vendas, juros e outras receitas e despesas As receitas e despesas de uma controlada são incluídas nas demonstrações contábeis consolidadas a partir da data de aquisição. Devem estar baseadas nos valores dos ativos e passivos reconhecidos na posição consolidada da controladora na data da aquisição. Por exemplo, despesas de depreciação, reconhecidas na demonstração consolidada do resultado do período, devem estar baseadas nos valores dos ativos depreciáveis reconhecidos na posição consolidada da data da aquisição. As receitas e despesas de uma controlada são incluídas nas demonstrações contábeis consolidadas até a data em que a controladora perder o controle sobre essa controlada. Várias transações podem ocorrer entre as empresas do grupo, gerando comissões sobre vendas, juros e outras receitas e despesas que não representam receitas e despesas efetivas com terceiros; portanto, essas Receitas e Despesas devem ser eliminadas pelo lançamento a seguir: Receitas (empresa prestadora do serviço) a Despesas (empresa tomadora do serviço) 3.3 Lucros nas transações entre empresas do grupo É comum que, havendo diversas empresas em um mesmo grupo, haja entre elas transações de vendas de produtos e, em casos menos comuns, de bens do Imobilizado. As demonstrações consolidadas não devem incluir lucros ou prejuízos não realizados nas transações efetuadas entre as empresas do grupo, portanto estes devem ser eliminados. 27 Re vi sã o: L uc as K ./J ul ia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 6/ 06 /1 3 CONTABILIDADE AVANÇADA A eliminação de resultados, para fins de consolidação, derivados das transações entre empresas consolidadas durante o exercício, deve ser feita da seguinte forma: no caso de aquisição de empresa a ser consolidada, devem ser consideradas apenas as despesas e receitas do período após a aquisição, e no caso de venda de empresa até então consolidada, devem-se incluir os resultados obtidos até a data da venda, apresentados numa única linha. Observação As divergências entre o resultado nas demonstrações contábeis da controladora e nas consolidadas e suas causas deverão ser evidenciadas nas próprias demonstrações consolidadas ou em notas explicativas. Os fatores que provocam divergências, segundo o Ibracon (1982), são: os lucros não realizados nas transações entre a controladora e suas controladas, que são eliminados na consolidação, mas não são pelo método da equivalência patrimonial; e o patrimônio líquido negativo da controlada é ajustado no patrimônio líquido consolidado, permanecendo, pelo método da equivalência patrimonial, com o valor zero na conta de investimentos da controladora. 3.4 Estoques A eliminação do lucro das operações intercompanhias em que haja lucro não realizado nos estoques deve ser feita da seguinte forma: a) Se uma empresa do grupo vendeu por $ 40.000, para outra empresa do grupo, mercadorias que custaram $ 30.000, e a empresa compradora não vendeu os estoques, o lançamento seria assim: No Balanço Patrimonial: Res. Lucros (empresa vendedora) $ 10.000 a Estoques (empresa compradora) $ 10.000 Na Demonstração de Resultados: – não há contabilização b) Se uma empresa do grupo vendeu por $ 40.000, para outra empresa do grupo, mercadorias que custaram $ 30.000, e a empresacompradora vendeu 50% dos estoques, o lançamento seria da seguinte forma: No Balanço Patrimonial: Res. Lucros (empresa vendedora) $ 5.000 28 Unidade I Re vi sã o: L uc as K ./J ul ia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 6/ 06 /1 3 a Estoques (empresa compradora) $ 5.000 Na Demonstração de Resultados: Crédito de $ 5.000 no CPV c) Se uma empresa vendeu por $ 40.000, para outra do mesmo grupo, mercadorias que custaram $ 30.000, e a empresa compradora vendeu todos os estoques, o lançamento seria da seguinte forma: No Balanço Patrimonial: – não há contabilização Na Demonstração de Resultados: Crédito de $ 10.000 no CPV O valor dos estoques nas demonstrações consolidadas consiste na soma dos valores nos balanços individuais, deduzida a parcela de lucro não realizado decorrente de transações entre o grupo, que se realizará somente quando da venda definitiva a terceiros. Segundo o Ibracon (1982), o lucro nos estoques pode ser calculado por dois métodos: a) Método Detalhado: consiste em identificar, dentro de cada parcela dos estoques, em qualquer estágio (matéria-prima, produto em processo ou produto acabado), a parte correspondente aos negócios com as companhias consolidadas e o correspondente lucro não realizado; b) Método Indireto: consiste, fundamentalmente, em identificar em termos percentuais a parte do estoque decorrente de operações com companhias consolidadas e, posteriormente, em determinar o lucro não realizado por meio da aplicação das margens de lucro das empresas. 3.5 Ativo imobilizado Outro caso em que há lucro não realizado é o lucro remanescente no ativo imobilizado, que ocorre quando uma empresa vende terrenos, máquinas, veículos ou outros bens do ativo a outra do grupo. O lucro existente no ativo imobilizado, em virtude das transações intercompanhias, deve ser eliminado na consolidação, como também a depreciação referente ao lucro incorporado no valor do custo do bem adquirido na empresa que o comprou. Vamos supor que, no final do período, uma empresa vendeu por $ 5.000, para outra do mesmo grupo, uma máquina com custo contábil de $ 3.000. O lançamento de eliminação seria realizada da seguinte forma no Balanço Patrimonial: 29 Re vi sã o: L uc as K ./J ul ia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 6/ 06 /1 3 CONTABILIDADE AVANÇADA Res. Lucros (empresa vendedora) $ 2.000 a Máquinas (empresa compradora) $ 2.000 Na Demonstração de Resultados, o Lucro na venda de Imobilizado seria eliminado com um débito de $ 2.000. Após um ano, e supondo que a depreciação da máquina seja de 10% ao ano, o lançamento de eliminação seria o seguinte: Res. Lucros (empresa vendedora) $ 2.000 a Máquinas (empresa compradora) $ 1.800 a Despesa Depreciação da Máquina (empresa compradora) $ 200 Após o segundo ano, e supondo que a depreciação da máquina seja de 10% ao ano, o lançamento de eliminação seria o seguinte: Res. Lucros (empresa vendedora) $ 2.000 a Máquinas (empresa compradora) $ 1.600 a Despesa Depreciação da Máquina (empresa compradora) $ 200 a Res. Lucros (empresa compradora) $ 200 Esse lançamento seria repetido até que o lucro no ativo fosse totalmente eliminado. O Ibracon (1982) distingue o tratamento contábil para os resultados positivo e negativo na venda de ativo permanente entre companhias consolidadas. Os prejuízos são contabilizados como despesa não operacional por representarem retificação no valor contábil do bem. Os lucros são eliminados na consolidação, no exercício de sua geração, e nos exercícios seguintes essa eliminação deve considerar a depreciação e a amortização, como se o bem não tivesse sido vendido, para evitar a superavaliação na empresa que o comprou. 4 IMPOSTOS NA CONSOLIDAÇÃO 4.1 Imposto de Renda e Contribuição Social Nas Demonstrações Consolidadas, é preciso eliminar os lucros não realizados das operações intercompanhias. Como muitos desses lucros contabilizados individualmente geraram tributos nas sociedades em que foram lançados, é necessário ajustar esses tributos. 30 Unidade I Re vi sã o: L uc as K ./J ul ia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 6/ 06 /1 3 Lembrete Se o lucro for eliminado, o imposto sobre ele incidente também deverá ser, mas se o lucro for reincluído no futuro, o imposto também deverá ser. Por exemplo: se uma empresa do grupo vendeu por $ 40.000, para outra empresa do grupo, mercadorias que custaram $ 30.000, a empresa vendedora foi tributada em 30% (0,30 x $ 10.000 = $ 3.000), e a empresa compradora não vendeu os estoques, o lançamento seria da seguinte forma. No Balanço Patrimonial: Res. Lucros (empresa vendedora) $ 10.000 a Estoques (empresa compradora) $ 10.000 IR Diferido (empresa vendedora) $ 3.000 a Res. Lucros (empresa vendedora) $ 3.000 Na Demonstração de Resultados: Crédito: IR do Exercício $ 3.000 Se a empresa vender uma parte de seu estoque, o IR Diferido deverá ser proporcional ao lucro não realizado. Se o lucro eliminado não voltar a aparecer na consolidação, então não haverá ajuste a fazer, pois a incidência do imposto é uma despesa para o consolidado. Todas as considerações relativas ao imposto de renda se aplicam à Contribuição Social sobre o Lucro Líquido. 4.2 ICMS, IPI e PIS Esses impostos, quando são recuperáveis, não fazem parte do custo de aquisição dos estoques da compradora nem da receita líquida da vendedora. No balanço consolidado, é preciso eliminar o lucro não realizado, mas nenhum ajuste é necessário em termos de IPI, ICMS e PIS. Os saldos a recolher ou a recuperar desses impostos não são eliminados no consolidado. Na demonstração consolidada do resultado, é necessário eliminar o Faturamento referente à transação, o IPI, a Receita Bruta, o ICMS, o PIS, a Receita Líquida e o Custo dos Produtos Vendidos. Por exemplo, se uma empresa do grupo vendeu, por $ 45.000, para outra empresa do grupo, mercadorias que custaram $ 40.000, e na receita estão inclusos $ 5.000 de ICMS, na Demonstração de Resultados o lançamento seria da seguinte forma: 31 Re vi sã o: L uc as K ./J ul ia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 6/ 06 /1 3 CONTABILIDADE AVANÇADA Vendas (empresa vendedora) $ 45.000 a ICMS sobre Vendas (empresa vendedora) $ 5.000 a Custo dos Produtos Vendidos (empresa vendedora) $ 40.000 Os procedimentos referentes aos outros impostos são os mesmos. 4.3 ISS e Cofins Observação Esses impostos são tratados na empresa adquirente do serviço como despesa, como acréscimo ao custo do bem negociado, ou como despesa antecipada. Se a sociedade compradora do serviço o considerar uma despesa, deveremos fazer a eliminação no resultado consolidado: Receita Bruta (na vendedora dos serviços) a Despesas (na compradora dos serviços prestados) Se a sociedade compradora do serviço o ativou, a eliminação deverá ser: Receita Bruta (na vendedora dos serviços) a Custo do ativo (na compradora dos serviços prestados) 4.4 Exemplos completos de consolidação Agora vamos considerar três exemplos completos de consolidação que vão aumentando de complexidade. No primeiro exemplo, a empresa compradora de mercadorias não revende essas mercadorias. Exemplo 1: Com as informações a seguir, vamos elaborar as Demonstrações Contábeis consolidadas para as empresas A e B aplicando os conceitos estudados: • A empresa A detém 80% do capital da empresa B. • A empresa A comprou mercadorias de terceiros por $ 700 e vendeu essas mercadorias a prazo por $ 1.100 para a empresa B. A empresa B não vendeu as mercadorias. 32 Unidade I Re vi sã o: L uc as K ./J ul ia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 6/ 06 /1 3 Tabela 1 BP A B A + B Eliminações AB DEB CRED Ativo 2.600 2.100 4.700 - - 2.480 Bancos 700 500 1.200 - - 1.200 Dup 1.100 500 1.600 - (1) 1.100 500 Estoques 0 1.100 1.100 - (2) 400 700 Investimentos 800 0 800 - (3) 800 0 IR - - - (4) 80 - 80 Passivo 2.600 2.100 4.700 - Fornecedores 800 1.100 1.900 (1) 1.100 - 800IR a Pagar 80 0 80 - - 80 N.Contrl. - - - - (5) 200 200 Capital 1.200 800 2.200 (3) 640(5) 160 - 1200 Res Lucros 520 200 720 (3) 160 (2) 400 (5) 40 (4) 80 200 Tabela 2 DRE A B A + B Eliminações AB DEB CRED R. Vendas 1.100 - 1.200 (6) 1.100 - 0 (-) CMV (700) - (700) - (6) 700 0 L. Bruto 400 - 400 - - 0 (-) IR -20% (80) - (80) - (7) 80 0 LLAP N. Contrl 320 - 320 - - 0 (-) PAN. Contrl - - - - - 0 LLDP N. Contrl - - - - - 0 Se uma empresa vendeu a prazo $ 1.100 de mercadorias para outra do grupo, a compradora tem um passivo de $ 1.100 para com a vendedora, e esta, por sua vez, tem $ 1.100 a receber da empresa compradora. Nesse caso, o lançamento de eliminação é: (1) Fornecedores (empresa compradora) $ 1.100 a Duplicatas a Receber (empresa vendedora) $ 1.100 33 Re vi sã o: L uc as K ./J ul ia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 6/ 06 /1 3 CONTABILIDADE AVANÇADA Observação Se uma empresa do grupo vendeu por $ 1.100 mercadorias, que custaram $ 700, para outra empresa do grupo, e a empresa compradora não vendeu as mercadorias, o estoque na empresa compradora é de $ 1.100. O lucro contido nos estoques é de $ 400 / $ 1.100 * $ 1.100 = $ 400. O lançamento seria da seguinte forma: No Balanço Patrimonial: (2) Res. Lucros (empresa vendedora) $ 200 a Estoques (empresa compradora) $ 200 Na Demonstração de Resultados: Na demonstração consolidada do resultado, é necessário eliminar a Receita Bruta e o Custo dos Produtos Vendidos, pois são decorrentes de operações entre as empresas do grupo. Se a empresa compradora não vendeu os estoques, não há o lucro a ser eliminado no CMV. O lançamento seria realizado da seguinte forma: (6) Vendas (empresa vendedora) $ 1.100 a Custo dos Produtos Vendidos (empresa vendedora) $ 700 Como os lucros estão colocados duas vezes, uma sob a forma de Lucros Acumulados no Balanço Patrimonial e outra como saldo final na Demonstração de Resultados, nesse sistema, os lançamentos referentes a ajustes e eliminações na Demonstração de Resultados só são considerados nas parcelas que se referem às contas de Resultado. Observação Se a empresa vendedora tiver sido tributada em 20% (0,20 x $ 400 = $ 80), e esse tributo for decorrente de operação entre as empresas do grupo, ele deverá ser eliminado na consolidação. Como a consolidação de demonstrações contábeis não tem efeito fiscal e as empresas do grupo que apuraram isoladamente o imposto vão ter de pagá-lo, para a elaboração das demonstrações consolidadas, esse imposto vai ser diferido no ativo, como uma forma de compensar o imposto a pagar do passivo e não distorcer as demonstrações consolidadas. Quando a empresa compradora vender os estoques, o diferimento será proporcional ao lucro das mercadorias não vendidas. O lançamento será feito da seguinte forma: 34 Unidade I Re vi sã o: L uc as K ./J ul ia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 6/ 06 /1 3 No Balanço Patrimonial: (4) IR Diferido (empresa vendedora) $ 80 a Res. Lucros (empresa vendedora) $ 80 Na Demonstração de Resultados: O valor diferido no ativo deve ser o mesmo a ser eliminado na DRE. (7) Débito: IR do Exercício $ 80 Suponhamos que a controladora tenha 80% do capital da controlada. A controlada tem um capital de $ 800 e $ 200 de Reservas de Lucros. A eliminação de consolidação dos investimentos é: No Balanço Patrimonial: (3) Capital $ 640 ($ 800 x 80%) Reservas de Lucros $ 120 ($ 200 x 80%) a Investimentos $ 800 A participação dos acionistas não controladores será destacada em uma conta específica dentro do Patrimônio Líquido, da seguinte forma: No Balanço Patrimonial: (5) Capital $ 160 ($ 800 x 20%) Reservas de Lucros $ 40 ($ 200 x 20%) a N. Contrl. $ 200 Na Demonstração de Resultados: Não há lançamento a ser feito, pois a empresa controlada não apurou nenhum resultado no período. A seguir, vejamos o Exemplo 2, que apresenta um grau de complexidade maior que o exercício anterior. Exercício 2: Com as informações abaixo, vamos elaborar as Demonstrações Contábeis consolidadas para as empresas A e B aplicando os conceitos estudados: 35 Re vi sã o: L uc as K ./J ul ia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 6/ 06 /1 3 CONTABILIDADE AVANÇADA A empresa A detém 90% do capital de B. A empresa A comprou mercadorias de terceiros por $ 1.000 e vendeu 80% dessas mercadorias a prazo, por $ 1.400, para a empresa B. A empresa B vendeu para a empresa A, à vista, uma máquina com custo contábil de $ 300 e depreciação acumulada de $ 270, por $ 50. A empresa B vendeu 60% dos estoques para terceiros, a prazo, por $ 1.050. Tabela 3 BP A B A + B Eliminações AB DEB CRED Ativo 2.944 2.600 5.544 - - 2.956 Bancos 250 500 750 - - 750 Dup. Rec. 1,400 1.120 2.520 - (1) 1.400 1.120 Estoques 200 480 680 - (2) 160 520 Investimentos 1,044 500 1.544 - (6) 1.044 500 IR - - - - (5) 32(4) 4 32 4 Máquinas 50 50 (4) 20 30 Passivo 2.944 2.600 5.544 - 2.956 Fornecedores 800 1.400 2.200 (1) 1400 - 800 IR a Pagar 80 40 120 - - 120 N. Contrl. - - - - (7) 116 116 Capital 1.600 1.000 2.600 (7) 100(6) 900 - 1.600 Lucros Acum. 464 160 624 (6) 144 (2) 160 (7) 16 (4) 20 (3) 32 (5) 4 320 Tabela 4 DRE A B A + B Eliminações AB DEB CRED R. Bruta 1.400 1.050 2.450 (8) 1.400 - 1.050 (-) Ded. (200) (100) (300) - (8) 200 (100) R. Líquida 1.200 950 2.150 - - 950 (-) CMV (800) (720) (1.520) (8) 800(8) 240 - (480) L. Bruto 400 230 630 - - 470 (-) DOP - (50) (50) - - (50) (+) Ven. Imob. - 20 20 (11) 20 - - 36 Unidade I Re vi sã o: L uc as K ./J ul ia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 6/ 06 /1 3 (+) Res. Eq. 144 - 144 (12) 144 - - (-) IR -20% (80) (40) (120) - (13) 32(14) 4 (84) LLA N. Contrl. 464 160 624 - - 336 (-) N. Contrl. - - - (15) 16 - (16) LLD N. Contrl. - - - - - 320 Se uma empresa do grupo vendeu, a prazo, $ 1.400 de mercadorias para outra empresa do grupo, a empresa compradora tem um passivo de $ 1.400 para com a empresa vendedora, e esta, por sua vez, tem $ 1.400 a receber da empresa compradora. Nesse caso, o lançamento de eliminação é: (1) Fornecedores (empresa compradora) $ 1.400 a Duplicatas a Receber (empresa vendedora) $ 1.400 Uma empresa vendeu para outra do mesmo grupo, por $ 1.400, mercadorias que custaram $ 800, com impostos sobre a venda recuperáveis de $ 200, e a empresa compradora vendeu 60% dos estoques para terceiros. O estoque na empresa compradora é de ($ 1.400 – $ 200) x 0,40 = $ 480. O lucro contido nos estoques é de $ 400 / $ 1.200 x $ 480 = $ 160. O lançamento será realizado da seguinte forma: No Balanço Patrimonial: (2) Res. Lucros (empresa vendedora) $ 160 a Estoques (empresa compradora) $ 160 Na Demonstração de Resultados: Na demonstração consolidada do resultado, é necessário eliminar a Receita Bruta, o Imposto sobre vendas e o Custo dos Produtos Vendidos. Se a empresa compradora vendeu 60% do estoque, o lucro contido no CMV é de $ 400 / $ 1.200 x $ 720 = $ 240. O lançamento seria realizado da seguinte forma: (8) Vendas (empresa vendedora) $ 1.400 a Deduções $ 200 a Custo dos Produtos Vendidos (empresa vendedora) $ 800 a Custo dos Produtos Vendidos (empresa compradora) $ 240 37 Re vi sã o: L uc as K ./J ul ia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 6/ 06 /1 3 CONTABILIDADE AVANÇADA Lembrete Como os lucros estão colocados duas vezes, uma sob a forma de Lucros Acumulados no Balanço Patrimonial e outra como saldo final na Demonstração de Resultados, nesse sistema, os lançamentos referentes a ajustes e eliminações na Demonstração de Resultados só são considerados nas parcelas que se referem às contas de Resultado. Se a empresa vendedora for tributada em 20% (0,20 x $ 400 = $ 80) e a empresa compradora vender uma parte de seu estoque para terceiros, o IR Diferido deverá ser proporcional ao lucro não realizado (0,20 x $ 160 = $ 32), e o lançamento será feito de acordo com o que segue: No Balanço Patrimonial: (3) IR Diferido(empresa vendedora) $ 32 a Res. Lucros (empresa vendedora) $ 32 Na Demonstração de Resultados: (13) Débito: IR do Exercício $ 32 Se uma empresa vendeu uma máquina, no final do período, com custo contábil de $ 270 por $ 300 para outra empresa do grupo por $ 50, o lançamento de eliminação seria realizado da seguinte forma no Balanço Patrimonial: (4) Res. Lucros (empresa vendedora) $ 20 a Máquinas (empresa compradora) $ 20 Na Demonstração de Resultados: (11) Débito de $ 20 na Venda de Imobilizado. Se a empresa vendedora foi tributada em 20%, o lançamento seria da seguinte forma (0,20 x $ 20 = $ 4): No Balanço Patrimonial: (5) IR Diferido (empresa vendedora) $ 4 a Res. Lucros (empresa vendedora) $ 4 38 Unidade I Re vi sã o: L uc as K ./J ul ia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 6/ 06 /1 3 Na Demonstração de Resultados: (14) Débito: IR do Exercício $ 4 Suponhamos que a controladora tenha 90% do capital da controlada. A controlada tem um capital de $ 1.000 e $ 160 de Reservas de Lucros. A eliminação de consolidação dos investimentos é: No Balanço Patrimonial: (6) Capital $ 900 ($ 1.000 x 90%) Reservas de Lucros $ 144 ($ 160 x 90%) a Investimentos $ 1.044 Na Demonstração de Resultados: (12) Débito: REP $ 144 A participação dos acionistas não controladores será destacada em uma conta específica dentro do Patrimônio Líquido da seguinte forma: No Balanço Patrimonial: (7) Capital $ 100 ($ 1.000 x 10%) Reservas de Lucros $ 16 ($ 160 x 10%) a N.Contrl. $ 116 Na Demonstração de Resultados: (15) Débito: N.Contrl. $ 16 Depois de estudar os dois exemplos anteriores, você pode resolver o Exemplo 3, que aborda os principais conceitos já estudados. Exemplo 3: Com as informações a seguir, elabore as Demonstrações Contábeis consolidadas para as empresas A, B e C: A empresa A detém 80% do capital de B e 90% do capital de C. 39 Re vi sã o: L uc as K ./J ul ia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 6/ 06 /1 3 CONTABILIDADE AVANÇADA A empresa A comprou mercadorias de terceiros por $ 700 e vendeu essas mercadorias a prazo por $ 1.400 para a empresa B. A empresa B vendeu 60% dos estoques para terceiros, à vista, por $ 1.200. A empresa C vendeu por $ 360 para a empresa A, à vista, um terreno com custo contábil de $ 300 e, por $ 170, um veículo com custo de aquisição de $ 400 e depreciação acumulada de $ 270. Tabela 5 BP A B C A + B Eliminações AB DEB CRED Ativo 3.230 2.300 800 6.330 - - 3.237,6 Bancos 100 220 200 520 - - 520 Dup. Rec. 800 1.200 300 2.300 - (1) 1.400 900 Estoques 480 100 580 - (2) 200 380 Invest. 1.800 400 200 2.400 - (3) 1.452,4 947,6 Terrenos 360 - - 360 - (6) 60 300 Veículos 170 - - 170 - (7) 40 130 IR Diferido - - - 0 (8) 60 - 60 Passivo 3.230 2.300 800 6.330 - - 3.237,6 Fornecedor 899 1.200 100 2.199 (1) 1.400 - 799 IR a Pagar 80 54 16 150 - - 150 Capital 1.600 730 500 2.830 (3) 1.034(9) 196 - 1.600 R. Lucros 651 316 184 1.151 (3) 418,4 (8) 60 411 PANC - - - - (9) 81,6 (2) 200 (6) 60 (7) 40 (9) 277,6 277,6 Tabela 6 DRE A B C A + B Eliminações AB DEB CRED RBO 1.400 1.200 - 2.600 (10)1.400 - 1.200 (-) Imp. (200) (140) - 340 - (10) 200 (140) RLV 1.200 1.060 - 2.260 - - 1.060 CMV (700) (720) - (1.420) - (10) 700 (420) L. Bruto 500 340 - 840 - (10) 300 640 Res. Eq. 231 - - 231 (11) 231 - 0 (-) Dop (100) (70) (20) (190) - - (190) (+) ORO - - 100 100 (12) 100 - 0 IR - 20% (80) (54) (16) (150) - (13) 60 (90) 40 Unidade I Re vi sã o: L uc as K ./J ul ia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 6/ 06 /1 3 LLAPANC 551 216 64 831 - - 360 (-) PANC - - - - (14) 49,6 - (49,6) LLDPANC - - - - - - 310,4 Se uma empresa vendeu, a prazo, $ 1.400 de mercadorias para outra do grupo, a empresa compradora tem um passivo de $ 1.400 para com a empresa vendedora, e esta, por sua vez, tem $ 1.400 a receber da empresa compradora. Nesse caso, o lançamento de eliminação é: (1) Fornecedores (empresa compradora) $ 1.400 a Duplicatas a Receber (empresa vendedora) $ 1.400 Se uma empresa vendeu para outra do grupo, por $ 1.400, mercadorias que custaram $ 700, com impostos sobre a venda recuperáveis no valor de $ 200, e a empresa compradora vendeu 60% dos estoques para terceiros, o estoque na empresa compradora é de ($ 1.400 – $ 200) x 0,40 = $ 480. O lucro contido nos estoques é de $ 500 / $ 1.200 x $ 480 = $ 200. O lançamento seria realizado da seguinte forma: No Balanço Patrimonial: (2) Res. Lucros (empresa vendedora) $ 200 a Estoques (empresa compradora) $ 200 Na Demonstração de Resultados: Na demonstração consolidada do resultado, é necessário eliminar a Receita Bruta, o Imposto sobre Vendas e o Custo dos Produtos Vendidos. Se a empresa compradora vendeu 60% do estoque, o lucro contido no CMV é de $ 500 / $ 1.200 x $ 720 = $ 300. O lançamento seria realizado da seguinte forma: (10) Vendas (empresa vendedora) $ 1.400 a Deduções $ 200 a Custo dos Produtos Vendidos (empresa vendedora) $ 700 a Custo dos Produtos Vendidos (empresa compradora) $ 300 Como os lucros estão colocados duas vezes, uma sob a forma de Lucros Acumulados no Balanço Patrimonial e outra como saldo final na Demonstração de Resultados, nesse sistema os lançamentos referentes a ajustes e eliminações na Demonstração de Resultados só são considerados nas parcelas que se referem às contas de Resultado. 41 Re vi sã o: L uc as K ./J ul ia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 6/ 06 /1 3 CONTABILIDADE AVANÇADA Se a empresa vendedora tiver sido tributada em 20%, então 0,20 x ($ 500 – 100) = $ 80. Se a empresa compradora vender uma parte de seu estoque para terceiros, o IR Diferido deverá ser proporcional ao lucro não realizado (0,20 x $ 200 = $ 40), mas nesse caso nós devemos calcular o IR Diferido também sobre o lucro não realizado da venda de imobilizado [0,20 x ($ 60 + 40)], que é de $ 20. O IR Diferido total é $ 40 + $ 20 = $ 60. O lançamento seria feito da seguinte forma: No Balanço Patrimonial: (8) IR Diferido (empresa vendedora) $ 60 a Res. Lucros (empresa vendedora) $ 60 Na Demonstração de Resultados: (13) Débito: IR do Exercício $ 60 Se uma empresa vendeu, por $ 170, para outra empresa do grupo, um veículo no final do período com custo contábil de $ 130, o lançamento de eliminação seria da seguinte forma no Balanço Patrimonial: (7) Res. Lucros (empresa vendedora) $ 40 a Veículos (empresa compradora) $ 40 Se uma empresa vendeu, por $ 360, para outra empresa do grupo, um terreno no final do período com custo contábil de $ 300, o lançamento de eliminação seria realizado da seguinte forma no Balanço Patrimonial: (6) Res. Lucros (empresa vendedora) $ 60 a Terrenos (empresa compradora) $ 60 Na Demonstração de Resultados, para eliminar o resultado da venda de imobilizado, o lançamento seria: (11) Débito de $ 100 na Venda de Imobilizado (Outras Receitas Operacionais). Lembrete Se a empresa A detém 80% do capital de B e 90% do capital de C, é necessário fazer a eliminação dos investimentos e o cálculo da participação dos acionistas não controladores. O cálculo dos investimentos deve ser feito separadamente: PLB = 1046 x 80% = 836,80 42 Unidade I Re vi sã o: L uc as K ./J ul ia na - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 6/ 06 /1 3 PLC = 684 x 90% = 615,60 Capital Social B = 730 x 80% = 584,00 Capital Social C = 500 x 90% = 450,00 Res. Lucros B = 316 x 80% = 252,80 Res. Lucros C = 184 x 90% = 165,60 No Balanço Patrimonial: (3) Capital $ 1.034 (584 + 450) Reservas de Lucros $ 418,4 (252,8 + 165,6) a Investimentos $ 1.452,4 (836,8 + 615,6) Na Demonstração de Resultados: (11) Débito: REP $ 144 A participação dos acionistas não controladores será destacada da seguinte forma: PLB = 1046 x 20% = 209,20 PLC = 684 x 10% = 68,40 Capital Social B = 730 x 20% = 146,00 Capital Social C = 500 x 10% = 50,00 Res. Lucros B = 316 x 20% = 63,20 Res. Lucros C = 184 x 10% = 18,40 No Balanço Patrimonial:
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