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CONTEÚDO 
Página 
1. TIPOS DE ADUBAÇÃO ... .. ........ .. ........ .......... ...... ..... .......... 01 
1.1. Adubação orgânica .... .. ....... ..... ..... ... ..... ........... .. .......... 01 
1.2. Adubação mineral .. :.. ........ ...... ... .. .. ........... .... .. ......... .... 01 
1.3. Adubação organomineral .. ........ ...... .... .. .. . .. ... . .. . . ...... . .. . 02 
2. LEGISLAÇÃO BRASILEIRA SOBRE ORGANOMINERAL.. 06 
2.1. Determinação da matéria orgânica no organomineral 13 
2.1.1. Preparo da amostra e análise da matéria orgâ-
nica .......... .. .... ................... ...... ................. ..... .... . 
2.2. Determinação de colóides orgânicos totais ...... ........... . 
3. TAXA DE MINERALIZAÇÃO DOS FERTILIZANTES 
ORGÂNICOS E TAXA DE APROVEITAMENTO DOS 
FERTILIZANTES MINERAIS .......... ... ................ ..... .... ........ . 
4. A MATÉRIA ORGÂNICA COMO CONDICIONADORA 
DOS FERTILIZANTES MINERAIS ...... .. .......... .................. . 
4.1. A capacidade de troca de cátions do organomineral .. . 
4.2. A superfície específica do organomineral ....... ........... . . 
4.3. A capacidade de retenção de água no organomineral 
4.4. Comprovação experimental ........ ............................. ... . 
5. O NITROGÊNIO NO FERTILIZANTE ORGANOMINERAL 
5.1. Fertilizantes nitrogenados .. ............... ... .......... ... ...... ... .. 
5.2. Experimentos com nitrogênio e matéria orgânica ... ... . 
6. O FÓSFORO NO FERTILIZANTE ORGANOMINERAL .... . 
14 
15 
19 
23 
28 
31 
32 
33 
36 
36 
38 
43 
6.1. Experimentos com o fósforo . . . . . .. . . . . .. . . .. . . . . . . . . . . ... .. .. .. . . . . 44 
7. DISPONIBILIDADE DE FÓSFORO NO ORGANOMINE-
RAL ....... ..... . ... . . . . . . . .. .. . . . . . . .. . . . .. . . . . .. . . . .. . .. . . . .. . . . . . . ...... ... ... . .. . . .... 51 
8. O POTÁSSIO NO FERTILIZANTE ORGANOMINERAL ... .. 56 
8.1. O potássio e a CTC do fertilizante organomineral ..... . 56 
8.2. Experimentos com o potássio .. . . . .. . .. . . .. .. . . . .. . . . .. . . . .. . . . . . . 58 
9. MACRONUTRIENTES SECUNDÁRIOS E MICRONU-
TRIENTES NO ORGANOMINERAL ... .. ... .... . .. ...... .. ... ... ... .... 60 
9.1. Macronutrientes secundários . . . . . . . . . ... . . .. .. . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . 60 
9 2 M. · 65 . . Icronutnentes ..... ... .. ...... ...... ..... ... .... .. ....... ... • • • • • • · • • · ·· · · · · 
1 O. PREPARO DO ORGANOMINERAL .. .... . ... .......... ... ..... .. ... 67 
ix 
X 
Página 
10.1. Principais fontes de matéria-prima orgânica para a 
fabricação de organomineral ........ ....... .. ..... ... ...... 70 
10.2. Cálculos das misturas . . ....... ..... .. . . ... . . . . .. . . . .. ..... ....... 7 4 
11. ADUBAÇÃO COM ORGANOMINERAL .. ...... ... .. .............. 81 
11 .1. Calagem . . . . . . .. ... . . . ... . . . .. . . . . . . . . .. . . .. .. . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . 81 
11.2. Fórmulas recomendadas ........ .. .... .... ........ ... . ... . .... .. . 85 
11 .3. Representação gráfica das fórmulas ....................... 89 
11.4. Aplicação do organomineral no campo ................... 91 
12. ORGANOMINERAL NA ALFACE ......... ........................... 94 
13. ORGANOMINERAL NO ALGODÃO ........................ ."....... 97 
14. ORGANOMINERAL NA BATATA ................................... .. 101 
15. ORGANOMINERAL NO CAFÉ ...... .................................. 102 
16. ORGANOMNINERAL NA CANA-DE-AÇÚCAR ............... 105 
17. ORGANOMINERAL NA CENOURA .... ........................... . 111 
18. ORGANOMINERAL NO COQUEIRO .............................. 114 
19. ORGANOMINERAL NO EUCALIPTO ............. ................ 116 
20. ORGANOMINERAL NO FEIJÃO ..................................... 121 
20.1. Experimento com cultivar Rio Tibagi .. ........ ... ...... .... 121 
20.2. Experimento com a variedade carioquinha .... .. .... 124 
20.3. Experimento em solo de cerrado ........... .... ........... .. 126 
21 . ORGANOMINERAL NO MILHO ...................................... 128 
22. ORGANOMINERAL NO TRIGO .................. ................... . 131 
23. CONCLUINDO... ............................................................ .. 133 
BIBLIOGRAFIA .......... .... .. ······· ... ··················.......................... 135 
f NDICE REMISSO . ....... .. ... . .. . .. .. . .. .. . . . . . . .. .. .. . . .. . . . . . . .. . . . .. . . . .. . . .. . 141 
uEmbara os mestres e os 1/vros sejam au-
xiliares necessários, é com esforço que se 
consegue o sucesso desejado". 
PREFÁCIO 
xi 
Este é o primeiro livro escrito em português sobre fertilizantes 
organominerais. 
Em 1979, na cidade do Recife, PE, no IV Seminário Nacional de 
Limpeza Pública, apresentei e foi aprovada uma moção a ser enca-
minhada ao Ministério da Agricultura, propondo a criação da cate-
goria de fertilizante orgânico enriquecido com fertilizantes minerais. 
A primeira alteração do antigo Decreto de 1975 que regulamen-
tava o comércio de fertilizantes, sem se referir aos orgânicos, ocor-
reu em 1980, sem ter criado a pretendida categoria dos 
organominerais. Foi então que um grupo de produtores de fertilizan-
te orgânico simples e de fertilizante orgânico composto, compare-
ceu ao Ministério da Agricultura e conseguiu em 1982 a inclusão 
daquela nova categoria na legislação. 
Como "pai do fertilizante organomineral" senti-me na obriga-
ção de escrever este despretencioso livro, abordando as razões da 
recomendação da mistura dos orgânicos com os minerais e relatan-
do experimentos que comprovam os argumentos expendidos. 
Na história da adubação, o emprego do organomineral pode 
ser considerado recente, se comparado com os minerais que têm 
cerca de 150 anos de experimentos. Mas, a pesquisa provará e re-
comendará cada vez mais o emprego do fertilizante organomineral 
pelos agricultores brasileiros. 
1. TIPOS DE ADUBAÇÃO 
1.1. Adubação Orgânica. Desde os mais recentes tempos, vêm os 
,..-~--- agricultores adubando suas terras com estercos, camas 
animais, restos de cultura e outros materiais orgânicos. A 
adubação verde é igualmente uma prática agrícola conhe-
cida há milênios e empregada para a manutenção e recu-
peração da fertilidade das terras de cultura. A garantia de 
---..,._,;---- boas safras, em épocas passadas, repousou exclusivamen-
te na adubação orgânica. Para os antigos agricultores não 
era possível manter ou aumentar a fertilidade do solo sem incorporar 
restos vegetais e estercos animais. Durante séculos predominou o con-
ceito de que a criação de animais pelo agricultor para obtenção de adubo 
era "um mal necessário". Essa idéia, passada de uma geração para ou-
tra, era comprovada pelo favorável desempenho dos adubos orgânicos 
na produtividade das terras de cultura. 
Como os melhores resultados eram obtidos quando a matéria or-
gânica aplicada estava bem decomposta, transformada em húmus, a 
conclusão óbvia a que chegaram os antigos agricultores foi a que esse 
constituintes do adubo, o húmus, era o responsável pela alimentação 
das plantas. Dessa observação nasceu a "teoria humista da alimentação 
vegetal"; os antigos lavradores diziam, com muita propriedade, que o 
adubo orgânico tornava a terra fresca, fofa e fértil. Ainda hoje há países 
no Oriente que desconhecem outro sistema de adubação de suas terras 
a não ser o que se baseia no emprego de resíduos orgânicos de origem 
vegetal, animal ou humana. 
A matéria orgânica tem um papel importante na fertilização do solo; 
esse papel é complexo e exercido por mecanismos diversos, agindo de 
um lado nas propriedades físicas, químicas, físico-químicas e biológicas 
do solo e, de outro, diretamente na fisiologia vegetal. 
1.2. Adubação mineral. No final do primeiro quartel do século pas-
sado começaram a ser descritas experiências demonstrando a assimila-
ção de certos sais minerais conhecimentos que o alemão Justus von 
,---
2 
--------
FERTILIZANTES ORGANOMINERAIS 
Liebig fez a seguinte experiência: analisouuma planta adul-
ta, nela encontrando 25 elementos químicos; preparou en-
tão, uma solução contendo esses elementos químicos na 
mesma proporção encontrada na análise, e nessa solução 
cultivou plantas que cresceram, desenvolveram e comple-
taram o seu ciclo vegetativo; tudo na ausência absoluta de 
matéria orgânica ou húmus. Diante desse resultado, Liebig 
lançou em 1842 sua "teoria minera lista da alimentação vegetal". Ficara 
provado que as plantas podiam viver na ausência da adubação orgânica. 
A nova teoria vinha em oposição à "teoria humi5ta da alimentação 
vegetal", causando um grande impacto no meio científico da época. Pes-
quisas posteriores demonstraram que, dos 25 elementos químicos en-
contrados por Liebig, apenas 16 são considerados essenciais, indispen-
sáveis à vida vegetal. São os chamados macronutrientes nitrogênio, fós-
foro, potássio, cálcio, magnésio e enxofre, e os micronutrientes boro, 
cobre, ferro, manganês, zinco, molibdênio e cloro. A estes 13 nutrientes 
somam-se o carbono, o hidrogênio e o oxigênio que, por serem forneci-
dos pelo ar e pela água em profusão, não são cogitados nas adubações. 
Restou uma explicação a ser dada: se as raízes não se alimentam 
da matéria orgânica humificada, por que, durante quase dois milênios as 
culturas se tomaram mais produtivas pela adubação orgânica? A respos-
ta é encontrada no efeito da decomposição microbiana da matéria orgâ-
nica, dando a formação de dois importantes componentes: o húmus e os 
sais minerais que fornecem os nutrientes às raízes. 
1.3. Adubação organomineral. A natureza é sábia, diz o dito po-
pular. No caso da adubação das plantas o homem obtém 
os melhores resultados quando imita a natureza, repetin-
do nas suas plantações o que ocorre nas florestas; nestas 
ou nas matas virgens, o derrame natural das folhas, flo-
res, ramos, frutos, forma na superfície do solo a manta 
florestal, também conhecida como serapilheira, ou mais 
tecnicamente, como horizonte orgânico do solo. Por de-
composição dessa massa vegetal infestada de microrga-
nismos, vermes, insetos e outros pequenos animais, uma bem desenvol-
vida microflora e fauna, há formação de húmus e liberação de sais mine-
rais contendo os indispensáveis nutrientes das plantas; o húmus que vai 
TIPOS DE ADUBAÇÃO 3 
sendo gerado vai se combinando com esses sais minerais gerando uma 
associação que se pode chamar de ºfertilizante organomineral formado 
naturalmente no solo", Figura 1.1. O húmus também se pode combinar 
com os colóides minerais do solo (minerais de argila e óxidos de ferro e 
alumínio) formando o importante complexo argilo-húmico. 
1.THOSFE.RA 
SOLO A.GOA ~ · " 
\.../ PERTlL'IZANTES HATl!RIA ROCllJIS E 
ORGJINOHINERÃIS ORCÃNICA Mna:nA rs 
NATURAIS ~ / 
/ ~ DECOHPOSIÇJ\O 
NOTRIENTES BÔMUS HICRODI1.-NA 
LIBERADOS ~~ 
'\._ NINERALIZACJ\O 
"-- DA HATtRJ.A 
ORGÃNICA 
Figura 1.1. Na natureza, o húmus e os sais minerais formados pela de-
composição da matéria orgânica e pela intemperização das 
rochas e minerais se associam, formando um "fertilizante 
organomineral". 
É prática comum em agricultura misturar no sulco ou na cova de 
plantação os fertilizantes orgânicos com os minerais. Essa recomenda-
ção nada mais é que a hoje conhecida adubação com fertilizantes 
organominerais. 
A legislação brasileira criando a categoria dos fertilizantes 
organominerais, nada mais fez que oficializar uma mistura de adubos 
que engenheiros agrônomos e técnicos do resto do mundo reconhecem 
4 FERTILIZANTES ORGANOMINERAIS 
como sendo um excelente insumo agrícola. Consultando-se o Boletim 
200 (29) ou o Boletim 100 (46) do Instituto Agronômico de Campinas, se 
observará a preocupação dos técnicos que escreveram as "Instruções 
Agrícolas" ou as "Recomendações de adubação e calagem" em indicar a 
mistura dos fertilizantes orgânicos com os minerais para garantia de 
melhores e maiores colheitas. 
Os experimentos realizados por institutos de pesquisa e escolas de 
agronomia demonstram o inegável efeito da associação dos fertilizantes 
minerais com os orgânicos. Assim, por exemplo, :ão os trabalhos de 
Hiroce (27), Hiroce e outros (28), onde o esterco de curral foi empregado 
associado com fertilizante mineral; concluíram os autores em seus traba-
lhos que, "o adubo mineral e orgânico combinados aumentaram os teo-
res de enxofre e manganês nas folhas de cafeeiro". 
Experimentos realizados na Escola Superior de Agricultura "Luiz 
de Queiroz"- USP durante dez anos consecutivos , nos quais se estudou 
a aplicação do esterco mais fertilizante mineral na cova e depois anual-
mente de uma só vez, em coroa e na projeção da saia do cafeeiro, bem 
corno a aplicação somente de fertilizantes minerais ou só orgânicos, de-
monstraram que a associação da adubação orgânica com a mineral foi 
sempre igual ou superior à adubação exclusivamente orgânica ou mine-
ral e sempre superior à ausência de adubação ( 16, 17, 18, 19, 20, 21 , 22, 
23, 24 e 25). 
Há outro experimento ainda mais longo (cinquenta e cinco anos) 
em que a cultura de trigo foi adubada apenas com esterco, apenas co~ 
fertilizante mineral ou com um organomineral formado pela mistura dos 
dois anteriores. 
O gráfico da figura 1.2. mostra claramente que durante 55 anios: 
os tratamentos adubados sempre foram superiores à testemu-
nha, indicando que o solo requeria fertilização; 
a associação fertilizante mineral mais orgânico {organomineral) 
em 55 anos nunca foi superada quer pela adubação orgânica, 
quer pela mineral aplicadas isoladamente. 
TIPOS DE ADUBAÇÃO 
120 
rE llO e., 
,::C 
t-1 
(E 'ºº u 
~ 
2 90 
rE 80 
~ 70 g 
o 
g f>O 
~ 
50 
o 
-
Esterco Fertilizante 
mineral 
Testemunha (sem fertilizante) 
( 
10 30 40 50 
ANOS DE CULTURA 
5 
bO 
Figura 1.2. Produções relativas de trigo comparando-se os fertilizantes 
mineral e orgânico, aplicados isoladamente, com o 
organomineral (produção com fertilizante mineral igual a 100 
(5) . 
6 FERTILIZANTES ORGANOMINERAIS 
2. LEGISLAÇÃO BRASILEIRA SOBRE 
ORGANOMINERAL 
Os fertilizantes orgânicos não eram considerados em nossa legis-
lação, pois o Decreto Federal 75.5823, de 9-11-74 , apenas fazia uma 
única referência a esses insumos agrícolas, declarando: "Ficam dispen-
sados de registro: esterco curado, lixo fermentado, cinzas, turfas, fu li-
gens e outros resíduos , quando vendidos com sua denominação exata". 
Nada mais. 
Os produtores de fertilizantes orgânicos industrializados não tinham 
apoio na legislação para processar a matéria-prima orgânica melhoran-
do suas qualidades, fazendo correções ou adições de nutrientes para 
obter um produto comercial enriquecido, mais nobre; não podiam registrar 
esses produtos no Ministério da Agricultura , como acontecia com os fer-
tilizantes minerais, a fim de comercializá-los, garantindo a composição 
química e outros parâmetros que caracterizassem o produto, submeten-
do-se à fiscalização e penas impostas pela lei se os teores de nutrientes 
associados não correspondessem aos da etiqueta contida na sacaria do 
adubo. 
Só a partir de 1982 é que a antiga legislação brasileira foi alterada, 
criando-se três categorias de fertilizantes orgânicos: fertilizante orgânico 
simples, fertilizante composto e fertilizante organomineral. 
A legislação brasileira que regulamenta os fert i lizantes 
organominerais historicamente é a seguinte: 
Decreto 86. 955, de 18-2-1982. Pela primeira vez aparece na lei a 
palavra fertilizante organomineral - assim definida no Capitulo I das Dis-
posições Preliminares: "Fertilizante organomineral - fertilizante procedente 
da mistura ou combinação de fertilizantes minerais e orgânicos (42). 
LEGISLAÇÃO BRASILEIRA SOBRE ORGANOMINERAL 7 
O legislador empregou as palavras "mistura ou combinação" com 
muita propriedade, considerando a diferença de conceitos desses ter-
mos: mistura é a reunião de dois ou mais corpos de sorte que o conjunto 
apresenta a média das propriedades de seus componentes, os quais 
podem ser posteriormente separados por processos mecânicos. Um exem-plo clássico de mistura é a reunião de limalha de ferro com enxofre em 
pó: pode-se separar a limalha dessa mistura com auxílio de um imã per-
manente ou dissolvendo-se o enxofre pelo disulfeto de carbono. Se, no 
entanto, essa mistura for aquecida e o enxofre fundido, ligando-se à 
limalha de ferro. tem-se um composto denominado sulfeto de ferro, fruto 
de uma combinação química. Na combinação química relação entre os 
elementos constituintes é constante, estequiométrica, enquanto que na 
mistura pode ser variável; as combinações só se destroem mediante agen-
tes físicos enérgicos; na mistura se separam pela ação de solventes ou 
por meios mecânicos. 
Esta diferenciação feita pela legislação está correta, pois, no pre-
paro do organomineral , ocorrem misturas entre componentes dos fertili -
zantes orgânicos com os minerais, como também podem se dar combi-
nações entre eles: como exemplo cita-se a combinação do ácido húmico 
com cátions dos fertilizantes minerais . originando humatos alcalinos de 
cálcio, magnésio, potássio, etc. 
O Capitulo 11 desse mesmo Decreto trata do Registro das Pessoas 
Físicas e Jurídicas; o Capítulo 111 , trata da Inspeção e Fiscalização; o 
Capitulo IV, da Inspeção da Produção; o Capítulo V das Medidas 
Cautelares; o VI, das Infrações e Penalidades: o VII, da Assistência da 
Produção e o VIII , das Disposições Gerais e Transitórias (42) . 
Portaria 84, de 29-3-1982 Contém disposições sobre exigências, 
critérios e procedimentos para Inspeção e Fiscalização da Produção e 
Comércio de Fertilizantes. No Capítulo 1, classifica na Categoria li e 
atividade "C" o produtor de fertilizante organomineral. Descreve as insta-
lações e equipamentos de produção exigidos para o registro do estabe-
lecimento no Ministério da Agricultura. O Capítulo li cuida do registro de 
produtos; o Capitulo Ili da coleta de amostras ; o Capitulo IV, do embargo 
de estabelecimento e apreensão de produtos; o Capitulo V, da embala-
gem, marcação ou rotulagem e propaganda de produtos. 
Portaria 1, de 4-3- 1983. Estabelece especificações sobre garanti-
as, tolerâncias e procedimentos para coleta de amostras. O Capitulo I dá 
8 FERTILIZANTES ORGANOMINERAIS 
instruções sobre garantias e tolerâncias de produtos. Quanto à natureza 
física, os organominerais podem ter as seguintes especificações: 
1 - Granulado e mistura granulada. Produto constituído de grânu-
los que deverão passar 100% em peneira de 4 mm e até 5% em peneira 
de 0,5 mm, em que cada grânulo contenha os elementos garantidos do 
produto; 
2 - Mistura de grânulos. Produto granulado misto, em que os grâ-
nulos contenham, separadamente, os elementos garantidos, e as mes-
mas dimensões especificadas no item anterior; 
3 - Pó. Produto constituído de partículas que deverão passar 95% 
em peneira de 2 mm e 50% em peneira de 0,3 mm; 
4 - Farelado. Produto constituído de partículas que deverão pas-
sar 100% em peneira de 4,8 mm e 80% em peneira de 2,8 mm. 
A legislação dá, ·ainda, as especificações para o farelado grosso, 
produto muito grosseiro, impróprio para ser usado nos organominerais. 
O Ministério da Agricultura manifestou interesse em fazer uma revi-
são na legislação de fertilizantes, tendo solicitado sugestões às entida-
des de classe. A Associação Brasileira da Indústria de Fertilizantes Orgâ-
nicos - ABIFOR, encaminhou a seguinte proposta de classificação dos 
fertilizantes em geral, apresentada na Tabela 2.1 (proposta ainda não 
aprovada pelo DICOFE, M.A.). 
LEGISLAÇÃO BRASILEIRA SOBRE ORGANOMINERAL 9 
Tabela 2.1. Proposta apresentada pela ABIFOR para classificação de 
fertilizantes orgânicos, compostos e organominerais, quanto 
ao estado ffsico, especificações granulométricas e garantias. 
Estado físico Especificações granulométricas 
Peneira °/c, Retida 
(m~) (acumulada) 
Pó 2,0 10 máxima 
0,5 60 máxima 
Farelado fino 4,8 15 máxima 
2,8 45 máxima 
Farelado médio 11,2 15 máxima 
6,3 45 máxima 
Farelado grosso 22,5 15 máxima 
13,5 45 máxima 
Granulado 4,0 5 máxima 
1,0 70 máxima 
0,5 95 máxima 
Quanto à composição do·fertilizante, a legislação exigia inicialmen-
te as seguintes garantias para os organominerais. 
Garantia Valores Tolerância 
Matéria orgânica total mfnimo 15% 10% a menos 
Umidade máximo 20% 10% a mais 
lndice pH mlnimo 6,0 10% a menos 
Soma (NPK, PP, mlnimo 6,0% 1 (uma) unidade a 
PK ou NK) menos do teor total 
1 
1 
·1 
1 
10 FERTILIZANTES ORGANOMINERAIS 
A legislação foi benevolente quanto ao teor mínimo de matéria or-
gânica que o organomineral deveria conter; teor de 15% de matéria orgâ-
nica, com tolerância de 10%, ou seja, 13,5% no produto comercial, o que 
é muito baixo para caracterizar um organomineral. Foi então que a ABIFOR 
pleiteou e conseguiu que o teor mínimo de matéria orgânica passasse a 
25% e fosse retirado o parâmetro pH. 
O item 7.3. da Portaria 1 diz que o "organomineral deverá ser cons-
tituído no mínimo de 50% de matéria-prima orgânica"; portanto, cada to-
nelada de produto acabado deve conter no mínimo 500 kg de fertilizante 
orgânico. 
Outra modificação: a tabela apresentada pelo Ministério da Agricul-
tura para as especificações do fertilizante organomineral indicava que o 
produto acabado, o comercial, deveria apresentar pH 6,0; houve ai um 
engano do legislador, pois a matéria-prima orgânica empregada no pre-
paro do organomineral é que deve ter pH igual ou maior que 6,0, o qual é 
um dos parâmetros indicativos de que o material estâ no mínimo 
semicurado ou bioestabilizado, em fase de humificação. Acontece que 
se uma matéria orgânica com pH 8,0, por exemplo, for misturada com um 
fertilizante mineral de reação ácida, como os superfosfatos (que normal-
mente contém ácido livre) , a mistura final (produto comercial) poderá ser 
ácida e não mais alcalina. Como não fazia sentido essa exigência, a 
ABIFOR solicitou e obteve a exclusão da legislação. 
Outra modificação: a soma dos nutrientes NPK do organomineral 
tinha corno mínimo inicialmente 6,0%; posteriormente, o Ministério da 
Agricultura resolveu elevar para 12%, a pedido da ABIFOR. 
É a nossa opinião que a lei deveria exigir que a matéria-prima em-
pregada no preparo do fertilizante organomineral e não o produto acaba-
do, tivesse os parâmetros recomendados para o composto, que são: 
a) teor mínimo de matéria orgânica total de 40%, com tolerância 
de 10% para menos; isto porque, para se obter 25% de matéria 
orgânica em uma tonelada de organomIneral com tal matéria-
prima, tem-se que empregar 625 kg, restando 375 kg para os 
fertilizantes minerais, como mostrado na tabela 10.2. 
LEGISLAÇÃO BRASILEIRA SOBRE ORGANOMINERAL 11 
b) relação C/N máxima de 18/1 , o fertilizante orgânico cru (ester-
cos, tortas, compostos mal curados), pode ter relação C/N ele-
vada; o fertilizante orgânico semicurado (tecnicamente deno-
minado bioestabilizado) deve ter relação C/N entre 16/1 e 20/1 
ou, teoricamente, 18/1; o fertilizante orgânico curado (tecnica-
mente denominado humificado) deve ter relação C/N entre 8/1 
e 12/1, média de 10/1 . Portanto, para se evitar o emprego de 
matéria-prima de má qualidade, a lei deve exigir, no caso das 
fontes orgânicas citadas, que ela tenha uma relação igual ou 
menor que 18/1 . 
c) Índice pH mínimo 6,0; a matéria orgânica crua de origem vege-
tal ou animal é preponderantemente ácida; pela decomposição 
aeróbia vai se formando ácido húmico que reage com bases 
liberadas pelo processo, dando formação a humatos alcalinos, 
os quais, como o próprio nome está indicando, tem reação al-
calina, básica; assim, pela decomposição na presença do 
oxigênio do ar, a matéria orgânica de ácida passa para neutra 
(bioestabilizada) e depois para alcalina (humificada); a exigên-
cia de matéria-prima orgânica com pH mínimo igual ou maior 
que 6,0, associado à relação C/N máxima de 18/1, é uma boa 
indicação de que o material deve estar no mínimo 
bioestabilizado, podendo ser empregado no preparo do 
organomineral. 
Não é tarefa fácil saber se um fertilizante organomineral foiprepa-
rado com uma matéria-prima orgânica de boa qualidade. O recomendá-
vel é o agricultor sempre adquirir produtos de fabricantes com boa repu-
tação no mercado de fertilizantes. Outra maneira de se evitar abusos é 
confiar no fiscal do Ministério da Agricultura, o qual em sua visita periódi-
ca à indústria, coleta amostra da matéria-prima orgânica e a envia à aná-
lise para comprovar suas qualidades. 
Idealizamos um método que permite avaliar o grau de humificação 
de uma matéria-prima orgânica empregada no preparo do fertilizante 
organomineral. Apresentamos o método à Associação Brasileira de Nor-
mas Técnicas - ABNT, em São Paulo, e estamos aguardando sua apro-
vação para então sugerirmos à Divisão de Fert1l1zanles e Corretivos -
DICOF. do Ministério da Agricultura , para ser oficializado O método se 
12 FERTILIZANTES ORGANOMINERAIS 
aplica para todos os fertilizantes orgânicos, o simples, o composto e o 
organoimineral. 
As boas indústrias, principalmente as pertencentes à Associação 
Brasileira da Indústria de Fertilizantes Orgânicos - ABIFOR, empregam 
como matéria-prima a turfa ou o linhito, ricos de colóides húmicos ou 
então, cama de aviário compostado; outros resíduos, que constituem se-
gredo do produtor, são acrescentados aos anteriormente citados. 
A Portaria 1 faz ainda referência à coleta de amostra para fins de 
fiscalização; nos produtos ensacados, a amostra seré; obtida por meio de 
sonda de tubo duplo perfurado e ponta cônica. Para se retirar as frações 
de cada saco a ser amostrado, inserir totalmente a sonda dentro do saco 
para que o produto caia pelos furos; em seguida, fechá-la e retirá-la. O 
produto deve ser amostrado de sacos escolhidos ao acaso- para que a 
amostra seja representativa do lote. O número mínimo de sacos segun-
do a legislação, depende do tamanho do lote, conforme indicado na ta-
bela 2.2. 
Tabela 2.2. Relação entre o tamanho do lote e o número mf nimo de sa-
cos de fertilizantes a serem amostrados. 
Tamanho do lote Número mínimo de sacos amostrados 
Até 1 O Totalidade 
De 11 a 50 10 
De 51 a 100 20 
Superior a 100 até 2000 20 mais 2% da totalidade 
A legislação brasileira é rigorosa quanto à fabricação e 
comercialização do fertilizante organomineral, o que constitui uma ga-
rantia para os agricultores que os adquirem e aplicam em suas lavouras. 
Embora o fiscal do Ministério da Agricultura colete amostras nas fábricas, 
para confirmação do controle de qualidade, o agricultor, ao adquirir uma 
partida de fertilizante organomineral pode, por iniciativa própria, mandar 
verificar se o produto atende às especificações anunciadas pelo fabri-
LEGISLAÇÃO BRASILEIRA SOBRE ORGANOMINERAL 13 
cante; para isso, deve mandar uma amostra corretamente coletada para 
ser analisada em laboratório oficial ou privado ou pode ainda. solicitar 
por carta ao Ministério da Agricultura, Abastecimento e Reforma Agrária 
ou através de suas Diretorias nos Estados, Seção de Fiscalização de 
Insumos e Serviços Agrícolas - SFA/SPV, a visita de um fiscal para reti-
rar uma amostra ·e enviá-la para análise em laboratório do Governo. É 
importante que o pedido ao Ministério da Agricultura seja feito o mais 
breve possível, pois não será atendido se decorridos 60 (sessenta) dias 
após a data da emissão da nota fiscal. 
Para a coleta, acondicionamento, embalagem e vedação da amos-
tra, há um procedimento especial, bem como para o preenchimento do 
formulário para encaminhamento do pedido. Desta maneira, para o re-
sultado da análise ter validade, permitindo que o interessado entre com 
recurso para se ressarcir de danos sofridos se o produto adquirido não 
corresponder às garantias oferecidas, a coleta deve ser feita por fiscal ou 
funcionário credenciado. Caso a amostragem seja feita pelo próprio agri-
cultor e o resultado da análise indicar que houve fraude, o mesmo não 
poderá recorrer à justiça diretamente; se, contudo, ainda não se passa-
ram 60 dias da data da emissão da nota fiscal, o agricultor poderá cha-
mar o fiscal do Ministério da Agricultura para coletar a amostra e 
encaminhá-la para análise oficial. 
2.1. Determinação da matéria organ1ca no 
organomineral. A legislação brasileira não indica o mé-
todo para determinação da matéria orgânica no fertili-
zante organomineral; os métodos oficiais (41) só se apli-
cam à determinação da matéria orgânica para os fertili-
zantes orgânicos simples e o fertilizante composto. 
Para determinação do teor de matéria orgânica no fertilizante orgâ-
nico em geral, podem ser empregados dois métodos diferentes· determi-
nação da matéria orgânica total e determinação do carbono orgânico, 
multiplicando esse resultado por um fator para encontrar o valor da maté-
ria orgânica . Para ambos os métodos, no caso dos fertilizantes 
organominerais, a·amostra necessita receber um tratamento prévio, para 
então serem feitas as análises pelos métodos convencionais . 
-- --- ---
14 FERTILIZANTES ORGANOMINERAIS 
A determinação do teor de matéria orgânica total por combustão é 
feita tomando-se uma amostra de peso conhecido, seca em estufa a 60-
650C e secando-a a 100-105°C, para eliminar toda a água; em seguida a 
amostra é incinerada em forno elétrico (mufla) a 500-SS0ºC, para destruir 
a matéria orgânica (41) e (32) . Acontece que na formulação do fertilizan-
te organomineral pode conter componentes que se evaporam ou se des-
dobram e volatilizam pelo forte aquecimento, alterando o resultado da 
análise pois, tais componentes entrarão no cálculo como se fossem ma-
téria orgânica volatilizada. Os fertilizantes uréia e os amoniacais são um 
exemplo dos que ocasionam erros na análise se a amostra não tiver o 
preparo aqui recomendado. 
A determinação do carbono orgânico pelo método da via úmida é 
feita tomando-se uma amostra de peso conhecido e atacando-a com 
uma mistura de solução de dicromato de potássio e ácido sulfúrico con-
centrado; a matéria orgânica será oxidada pela mistura sulfocrõnica e o 
excesso de agente oxidante será determinado por titulação com sulfato 
ferroso ou sulfato ferroso amoniacal (32). 
Acontece que podem ser encontrados na composição dos fert ili-
zantes minerais - que entram na formulação do organomineral - possí-
veis interferentes nas reações que se passam no processo, interferentes 
tais como NO·2 e CI· dos macronutrientes primários e S
2· , Fe2•• MnO· 
2 
e 
Mn 2•. 
2.1.1. Preparo da amostra e análise da matéria orgânica. O pre-
paro consiste em se remover os sais solúveis que provém principalmente 
dos fertilizantes minerais; para isso a amostra depois de seca a 60-65ºC 
é pesada e transferida para funil contendo papel-de-filtro-de-cinza-co-
nhecida (pequeno, suficiente para conter a amostra) e lavada com água 
quente levemente acidulada. 
O húmus em meio alcalino está na forma de húmus sol. isto é, 
disperso, com suas micelas coloidais em contínuo movimento chamado 
brauniano, não obedecendo a lei da gravidade , portanto, não se 
sedimentando; nessa situação, as micelas coloidais , por serem infinita-
mente pequenas, atravessam os poros do papel de filtro, só sendo retidas 
pelo ultra-filtro Se, contudo , a suspensão coloidal for acidificada, em 
meio ácido haverá floculação das m1celas húmicas , aglomerando-se e 
li . 
LEGISLAÇÃO BRASILEIRA SOBRE ORGANOMINERAL 15 
formando um gel de húmus; os flocos formados têm dimensões maiores 
não atravessando os poros do papel de filtro e passando a sofrer o efeito 
da gravidade, sedimentando-se. 
O preparo de amostra sugerida consiste em se lavar a amostra de 
fertilizante organomineral com água quente levemente acidulada, usan-
do, por exemplo, uma solução de ácido clorídrico vigésimo normal ; se o 
filtrado ainda tiver forte coloração negra, deve-se repetir a operação com 
solução ácida mais concentrada, pois componentes do adubo devem ter 
neutralizado parte do ácido empregado; a coloração do filtrado, no geral, 
lembra a de um chá bem fraco. 
Para se ter a certeza que a lavagem foi completa, removendo os 
sais solúveis, pode-se fazer nofiltrado um teste para reação ao cloro 
(principalmente no caso de análise para carbono orgânico) e de amônio 
(no caso de análise de matéria orgânica total). 
Terminada a lavagem, secar o papel de filtro contendo a amostra e. 
depois de seco, usá-lo para análise. 
Para a determinação da matéria orgânica total, o papel com a cinza 
conhecida contendo amostra, bem dobrado, é colocado em cadinho e 
queimado da maneira habitual. 
Para a determinação do carbono orgânico é necessário fazer pre-
viamente a determinação da quantidade de carbono contida no papel de 
filtro, para ser esse valor deduzido do resultado obtido; para isso, deter-
mina-se o teor de carbono de um ou vários papéis de filtro e toma-se uma 
média no caso de se empregar mais de uma unidade. 
O método sugerido é uma tentativa devendo, com seu emprego 
continuado, sofrer alterações no sentido de aprimorá-lo. 
2.2. Determinação dos colóides orgânicos totais. O método é 
uma tentativa apresentada pelo autor para a determinação da fração 
coloidal encontrada nos fertilizantes orgânicos humificados. Baseia-se 
no método da pipeta, empregado para determinação do teor do colóide 
argila em amostra de terra (31 ); tem por principio a separação da fração 
coloidal da não coloidal dos fertilizantes orgânicos 
16 FERTILIZANTES ORGANOMINERAIS 
As análises químicas que são usualmente feitas só determinam os 
ácido húmico e fúlvico, não determinando ou não especificando os de-
mais componentes do húmus. O método aqui sugerido determina a fração 
orgânica coloidal total, nela estando implicitamente incluída humina, áci-
do húmico, ácido fúlvico, ácido himantomelânico, ácido apocrênico, ulmina, 
enfim, tudo que estiver na forma coloidal. 
Justificativas do método: 
a) há diferença entre matéria-prima orgânica (material cru, não de-
composto) e húmus (matéria orgânica decomposta microbiologicamente) , 
com propriedades físicas, químicas e físico-químicas inteiramente dife-
rentes; 
b) na literatura são citados dois_ tipos de matéria orgânica: matéria 
orgânica ativa, fresca , crua, não decomposta, que por decomposição 
origina húmus; matéria orgânica inativa, humificada, ou estabilizada, não 
mais sujeita a rápida e intensa decomposição, constituindo a fração 
coloidal ; em nosso entender as expressões matéria orgânica ativa e inativa 
seriam melhor definidas como matéria orgânica coloidal e matéria orgâ-
nica não coloidal, respectivamente. A matéria orgânica ativa é a que tem 
influência nas propriedades quimicas e físico-químicas e a matéria orgâ-
nica não coloidal, grosseira, influindo mais nas propriedades físicas do 
solo; 
e) consequentemente, o fertilizante orgânico contém duas frações, 
uma coloidal e outra de dimensões grosseiras; 
d) o valor de um fertilizante orgânico como condicionador ou 
mélhorador do solo é avaliado em função do conteúdo de matéria orgâni-
ca humificada, dos seus colóides orgânicos totais e não apenas dos áci-
dos húmico e fúlvico, desconsiderando-se os demais componentes cita-
dos (ulmina, ácidos himantomelânico, aprocrenico, etc.) geralmente não 
determinados ou ainda desconhecidos; 
e) a fração húmica coloidal é a que no solo influi favoravelmente 
nas suas propriedades físicas, qulmicas e flsico-qulmicas. 
O método de determinação dos colóides orgânicos totais é O se-
guinte: partindo-se de uma amostra de fertilizante orgânico Já preparada 
LEGISLAÇÃO BRASILEIRA SOBRE ORGANOMINERAL 17 
para análise, isto é, seca a 60-65°C e moída finamente, tomar 20g e 
passar para recipiente com cerca de um litro de capacidade. Juntar 50 mi 
de álcool (para favorecer a posterior absorção de água nesse material 
seco) agitando a amostra com o auxílio de um bastonete de vidro. Juntar 
400ml de água e adicionar cuidadosamente hidróxido de sódio (aproxi-
madamente) 0,5 N até obter reação alcalina com o indicador fenolítaleína. 
Levar o recipiente ao fogo ou em banho de areia até ebulição; com 
bastonete de vidro retirar algumas gotas do líquido colocando-as em um 
pires (ou azulejo) branco; juntar uma gota da solução de fenolftaleina; 
provavelmente não deve mais dar reação alcalina pois, pela ação mecâ-
nica da ebulição em água e ação química da soda, o colóide orgânico 
(ácido) entrou em dispersão no líquido, reagindo com a soda e baixando 
o pH da suspensão coloidal ; nesse caso, cuidadosamente juntar mais 
solução de hidróxido de sódio até obter reação alcalina contra o indica-
dor fenolftaleína. Continuar com a ebulição repondo as quantidades de 
água evaporadas, sempre que o nível inicial baixar; repetir o teste com a 
fenolftaleína e adição cuidadosa de soda de tempos em tempos a fim de 
manter o líquido permanente alcalino (a viragem da fenolftaleina se dá 
no pH 8,2). 
Quando se observar que após um tempo de ebulição o teste com a 
fenolftaleína permanece dando reação alcalina, é sinal que se comple-
tou a dispersão do húmus. Desligar o aquecimento, deixar esfriar o liqui-
do e passar o conteúdo para uma proveta de 1000ml, fazendo-o passar 
por uma peneira de 0,053mm de abertura: colocar um funil na boca da 
proveta e dentro dele a peneira: após passar todo o liquido para a prove-
ta , lavar a peneira com jacto de água, o recipiente usado para ferver a 
amostra de fertilizante e mais a peneira até completar o volume de um 
litro. Agitar o líquido da proveta com o agitador manual mostrado na figu-
ra 2.1 por cerca de meio minuto e, em seguida, introduzir uma pipeta de 
20ml até uma profundidade de 10cm, aspirando lentamente uma alíquota 
da suspensão; passar a alíquota para cápsula de porcelana previamente 
queimada em mufla e de tara determinada; levar a cápsula à estufa a 
100-105ºC, para evaporar toda a água, até peso constante; resfriar em 
dessecador e pesar (p). 
18 
Visto de perfil 
FERTILIZANTES ORGANOMINERAIS 
Visto em 
perspectiva 
~ Visto de cima 
Figura 2.1 . Agitador para líquidos contidos em provetas. 
Queimar a cápsula em mufla a 550ºC por uma hora (até cinza bran-
ca), deixando no forno até seu resfriamento; completar o resfriamento da 
cápsula em dessecador e pesar (p 1). 
Subtraindo-se (p - p1) tem-se o peso dos colóides totais na amos-
tra de 20g. Supondo-se que o fertilizante organomineral contém 30%, de 
matéria orgânica, calcula-se a quantidade de colóides totais existentes 
só nesse teor de matéria orgânica conhecido (e não no peso total da 
amostra). 
É aconselhável, após novas agitações, coletar mais duas alíquotas 
para se ter como resultado final a média de três determinações. 
O método sugerido é uma tentativa devendo, com seu emprego 
continuado, sofrer alterações no sentido de aprimorá-lo. 
TAXA DE MINERALIZAÇÃO DOS FERTILIZANTES ORGÂNICOS 19 
3. TAXA .. DE MINERALIZAÇÃO DOS FERTILIZANTES 
ORGANICOS E TAXA DE APROVEITAMENTO DOS 
FERTILIZANTES MINERAIS 
É incorreto pensar que no preparo do fertilizante organomineral é 
desfavorável o fato de se misturar fertilizantes minerais solú-
lc~~7 veis contendo nitrogênio, fósforo, potássio, com materiais or-
gânicos cujos componentes, úteis às plantas, podem estar 
em parte na forma orgânica não prontamente assimilável pe-
las raízes. 
Os fertilizantes orgânicos empregados no preparo do 
fertilizante organomineral são, segundo define nossa legislação, um ufer-
tilizante de origem vegetal ou animal contendo um ou mais nutrientes 
das plantas". Sendo constituídos de resíduos vegetais e/ou animais, para 
se tornarem úteis às plantas é necessário que sofram um processo 
microbiano de decomposição; como resultado dessa digestão da maté-
ria orgânica, haverá formação de dois importantes componentes: húmus 
e sais minerais contendo os macronutrientes nitrogênio, fósforo, potás-
sio, cálcio, magnésio, enxofre, e os micronutrientes zinco, cobre, ferro, 
manganês, boro, molibdênio e cloro, os quais deixam sua forma orgânica 
dita imobilizada para passar à forma mineralizada. 
A taxa de mineralização ou conversão da matéria orgânica é go-
vernada pelo teor de nitrogênio na matéria-prima, e pela presença de 
microrganismos, umidadee outras condições que tornam o processo mais 
rápido e favorável. Os componentes da matéria orgânica não são igual-
mente atacados e decompostos pelos microrganismos com a mesma fa-
cilidade. Os açúcares, amidos e proteínas hidrossolúveis são de<?ompos-
tos mais rapidamente, enquanto as demais proteínas, hemicelulose, óle-
os, gorduras e resinas se mostram mais resistentes à mineralização e 
humificação. 
A velocidade e o grau de decomposição da matéria orgânica crua 
pode ser medida em laboratório por diferentes métodos, determinando-
se a taxa de mineralização ou índice de conversão, que indicam a dispo-
20 FERTILIZANTES ORGANOMINERAIS 
nibilidade dos nutrientes às plantas . Sobre o assunto , a publicação 
intitulada "Recomendações de adubação e calagem para os Estados do 
Rio Grande do Sul e Santa Catarina (50) , diz o seguinte: 
"Os índices de conversão que se encontram na Tabela 3.1, repre-
sentam o percentual médio de transformação da quantia total dos nutri-
entes contidos nos adubos orgânicos que passam para a forma mineral 
nos sucessivos cultivas . Considera-se a partir daí, que a fração 
mineralizada se comporta semelhantemente aos nutrientes oriundos de 
fertilizantes minerais. Portanto, eles passam a integrar as mesmas reações 
químicas dos íons presentes no solo, bem como dos µrovindos dos ferti-
lizantes minerais, tais como insolubilização do fósforo, lixiviação do 
nitrogênio, etc. Verifica-se na tabela 3.1, que todo o potássio da matéria 
orgânica comporta-se como mineral desde a aplicação, uma vez que ele 
não faz parte de nenhum composto orgânico estável; portanto, não pre-
cisa sofrer a ação dos microrganismos. Verifica-se, ainda, que 60% do 
P 
2
0
5 
aplicado, mineraliza-se no primeiro cultivo e, 20%, no segundo; o 
mesmo ocorre com o nitrogênio, nas taxas de 50 e 20% para os dois 
primeiros cultives, respectivamente. No segundo cultivo, além do efeito 
residual do P e do K mineralizados no primeiro cultivo, estarão disponí-
veis, aproximadamente. 20% do total tanto de N como de P 
2
0
5 
aplicados 
por ocasião do primeiro cultivo. A partir do terceiro cultivo, a totalidade do 
N, P 
2
0
5 
e K
2
0, aplicados na forma orgânica, já se encontram mineralizados 
e a quantidade disponível nesse cultivo dependerá das doses aplicadas 
anteriormente e dos fatores que afetam o efeito residual de cada nutrien-
te, avaliado na sua forma tradicional" . 
Tabela 3.1. indices de conversão dos nutrientes aplicados na forma or-
gânica para a forma mineral, em cultives sucessivos (50). 
Nutrientes 
Nitrogénio (N) 
Fósforo {P~O~) 
Potássio (~O) 
lndices de Convers~o (•} 
1 !! Cultivo 2~ Cultivo 
50 % 
60% 
100% 
20% 
20% 
(•) Cullivos em relação ao aproveitamento do r ertihzante orgànico aplicado. 
TAXA DE MINERALIZAÇÃO DOS FERTILIZANTES ORGÂNICOS 21 
O índice de conversão para o nitrogênio, indicado na tabela 3.1, 
está de acordo com o encontrado por Pratt e outros (44), (45), segundo 
os quais 50% desse elemento encontrado no esterco animal na forma 
orgânica são aproveitados pelas plantas no primeiro ano de cultivo: para 
0 segundo ano, esses autores indicam que o índice de conversão é de 
apenas 10%. 
Os indices de conversão indicados são aplicáveis, como foi dito, 
para material orgânico cru ou semicurado. Acontece que os materiais 
orgânicos que sofreram processo de compostagem. sendo transforma-
dos em húmus, apresentam nitrogênio inorgânico na forma de nitrato 
(ver Capítulo 7), prontamente assimilável; o fósforo orgânico também é 
mineralizado a partir de compostos como fitina, fosfolipídeos , 
nucleoproteínas, ácido nucléico, proteínas, que, pela ação de microrga-
nismos. liberam ians fosfato (H
2
PO /) prontamente assimiláveis pelas 
raízes das plantas. A mineralização do fósforo depende, principalmente, 
de vários fatores como índice pH, conteúdo de matéria orgânica. micror-
ganismos, umidade e temperatura. 
O aproveitamento dos nutrientes NPK dos fertilizantes minerais no 
primeiro ano de cultura, segundo Malavolta (34) é o da tabela 3.2: o 
nitrogênio dos fertilizantes uréia, sulfato de amônia, MAP. DAP é aprovei-
tado entre 50 e 70% no primeiro ano de cultura, em média, 60%; o fósfo-
ro, em condições desfavoráveis, apenas 5% e em condições favoráveis, 
20%, dando uma média de 12%; o potássio, entre 50 e 70% em condi-
ções desfavoráveis e favoráveis, respectivamente. 
Comparando-se os índices de aproveitamento dos nutrientes con-
tidos no fertilizante orgânico com os contidos nos fertilizantes minerais 
ou inorgânicos, no primeiro ano de cultura, vê-se que são próximos, com 
certa vantagem para os fertilizantes orgânicos. 
Do exposto pode-se concluir o seguinte: se a matéria-prima orgâni-
ca empregada no preparo do fertilizante organomineral estiver completa-
mente curada, humificada, terá elevada capacidade de troca de cátions 
e de retenção de água, alta superfície específica e com seus nutrientes 
quase completamente mineralizados. Ao contrário, se estiver crua ou 
semicurada, bioestabilizada, os valores das características só se mani-
festarão com a humificação e mineralização, só se completarão após o 
fertilizante organomineral ser aplicado no solo Este inconveniente será 
1. 
22 FERTILIZANTES ORGANOMINERAIS 
em grande parte compensado pelo fato da mineralização e conseqüente 
liberação dos nutrientes se dar aos poucos durante o desenvolvimento 
da cultura à semelhança de uma adubação dita de disponibilidade con-
trolada, onde as perdas dos nutrientes por lavagem pela água das chu-
vas será mínima. 
Tabela 3.2. Eficiência comparada dos fertilizantes minerais e orgânicos. 
Fertilizante mineral Fertilizante orgânico 
(34) (57) 
Nutriente Valores Média Valores 
em% em% em% 
Nitrogênio 50 a 70 60 50 
Fósforo 5 a 20 12 60 
Potássio 50 a 70 60 100 
Média geral de eficiência 44 70 
TAXA DE MINERALIZAÇÃO DOS FERTILIZANTES ORGÂNICOS 23 
4. MATÉRIA ORGÂNICA COMO CONDICIONADORA 
DOS FERTILIZANTES MINERAIS 
Os compêndios de química agrícola costumam trazer uma tabela 
---- indicando a compatibilidade e a incompatibilidade dos fertili-
zantes minerais que devem co~por as fórmulas para aduba-
ção. As incompatibilidades podem ser físicas e químicas. 
A incompatibilidade física ocorre nas fórmulas de fertili-
zantes minerais que empregam, por exemplo, produtos 
higroscópicos ou deliqüescentes. Diz-se que um fertilizante é higroscópico 
ou deliqüescente quando tem a propriedade de absorver água do meio 
ambiente ou de nela se dissolver, transferindo essa água para a mistura 
de adubos; fórmulas que contém, por exemplo, nitrocálcio ou nitrato de 
cálcio; absorvem umidade do ar e depois de misturados com outros ferti-
lizantes e armazenados por algum tempo, absorvem umidade do ar e 
tomam-se empedrados, principalmente os sacos que· ficam na parte de 
baixo da pilha. 
Sabe-se, de longa data, que esse inconveniente pode ser reduzido 
utilizando-se como carga 1 , em tais fórmulas, cerca de 1 O a 15% de ferti-
lizante orgânico com baixa umidade e bem moído; a carga orgânica dá à 
fórmula friabilidade suficiente para que os sacos de adubo aparentemen-
te empedrados sejam antes de serem abertos, batidos no chão para que 
seu conteúdo se solte e flua livremente ao ser descarregado; esse antigo 
conhecimento aplicado às fórmulas de fertilizantes minerais com proble-
mas de empedramento pode-se dizer que agora é prática obrigatória no 
organomineral, dando ao produto comercial a vantagem de uma garanti-
da friabilidade; o organomineral é um fertilizante que se esboroa, escor-
rendo facilmente da sacaria e que não embucha a adubadeira quando se 
faz a distribuição no campo. 
1 
Carga. Assim se denomina o matenal, mesmo que Inerte, que a lei permite adicionar às fórmulas de 
íertilizantes minerais para completar uma tonelada da mistura, uma vez que a concentração 
garantida não seja alterada nem interfira no aprove1tamcnlo dos nulnentes . 
-- ------------------------------
24 FERTILIZANTES ORGANOMINERAIS 
Incompatibilidade química é o fenómenoque ocorre nas misturas 
de fertilizantes quando entram na sua composição produtos com reação 
alcalina ou que tenham cálcio livre, como nos termofosfatos, cianamida 
de cálcio. escória de desfosforização ou de Thomas, e fertilizantes 
amoniacais; se a umidade desses produtos for favorável , haverá des-
prendimento do gás amônia, com perda de nitrogénio; outro exemplo de 
incompatibilidade química é a mistura de fertilizantes solúveis fosfatados, 
como os superfosfatos simples ou triplo, com substâncias contendo cál-
cio na forma livre ou combinada (termofosfato, cianamida de cálcio , es-
córias de siderurgia); nesse caso, a reação química que se dá provoca o 
fenômeno da retrogradação, reduzindo a disponibilidade do nutriente 
fosfato. 
A fixação do fósforo que ocorre no solo, fenômeno pelo qual o fós-
foro solúvel passa para a forma insolúvel, com evidente perda de sua 
disponibilidade, é outro fato indesejável. Na composição do fertilizante 
organomineral entram pelo menos 500 kg de um fertilizante orgânico, 
que. na fabricação, por ser bem misturado com o fertilizante mineral 
fosfato, solúvel, envolve-o, protegendo-o e evitando, quando aplicado no 
solo, que reaja livremente com cálcio, ferro, manganês e alumínio, com 
os quais daria fosfato insolúvel. 
A matéria orgânica juntada ao fertilizante mineral para compor o 
organomineral, portanto, diminui a possibilidade de ocorrerem incompati-
bilidades físicas ou químicas entre os componentes do adubo inorgânico. 
Os fertilizantes minerais quando empregados em altas doses po-
dem causar danos à cultura pelas seguintes razões (35): 
a) pela concentração salina exagerada em volta da semente ou 
das raízes; a tabela 4 .1, dá 9 índice salino de alguns fertilizantes; 
b) pelo excesso de ácido ou cálcio livres; 
e) pela presença de substâncias tóxicas. 
A mistura de fertilizante orgânico com mineral empregada no pre-
paro do organomineral evita tais inconvenientes. 
TAXA DE MINERALIZAÇÃO DOS FERTILIZANTES ORGÂNICOS 25 
Fenômeno indesejável é o que ocorre quando se empregam doses 
exageradas de fertilizantes com alto índice salino e a cultura atravessa 
período de verânico (estiada em estação chuvosa com dias de muito 
calor e insolação) . Os sais do fertilizante mineral dissolvem-se na solu-
ção do solo em concentração mais elevada que a da seiva das raízes, 
desidratando-as por osmose e causando a plasmólise das células; 
consequentemente, a planta murcha, sofrendo pela falta d'água. Adu-
bando com fertilizante organomineral a probabilidade de ocorrer esse 
dano é mínima, uma vez que ele contém menos sais minerais e ainda os 
tem condicionado pela matéria orgânica. A tabela 4.1 dá uma relação do 
índice salino de alguns fertilizantes mais usados. 
Tabela 4.1 . lndice salino de alguns fertilizantes minerais, tomando o ni-
trato de sódio como base de salinidade igual a 100. 
Fertilizante Índice Salino 
Nitrato de sódio 100 
Nitrato de amõnio 105 
Uréia 75 
Sulfato de amõnio 69 
Nitrocálcio 61 
Amõnia anidra 47 
Fosfato diamônico (DAP) 34 
Fosfato monoamônico (MAP) 30 
Superfosfato triplo 10 
Superfosfato simples 8 
Cloreto de potássio 116 
Nitrato de potássio 74 
Sulfato de potássio 46 
Chaminade (8) estudou a neutralização pela água-de-cal em uma 
mistura de ácido húmico e fosfato monocálcico (super triplo). Cinco reci-
pientes contendo fosfato monocálcio receberam doses crescentes de 
água-de-cal com húmus, em seguida, os líquidos foram centrifugados e 
26 FERTILIZANTES ORGANOMINERAIS 
dosado o P 
2
0 
5
, o húmus e determinado o pH do centrifugado. Paralela-
mente, o mesmo experimento foi repetido com fosfato monocálcio e água-
de-cal sem adição de ácido húmico. As curvas da figura 4.1 mostram que 
as precipitações do superfosfato na ausência de húmus foram bem mai-
ores. A Tabela 4.2 dá os valores de fósforo em solução nesses líquidos. 
Tabela 4.2. Valores de fosfato monocâlcio {superfosfato triplo) nos trata-
mentos com a presença e ausência de húmus a diferentes 
índices de pH (8). 
lndice pH 
7,0 
8,0 
9,0 
Tratamentos e conteúdos de P 20 5 
Sem húmus 
40 mg/litro 
20 mg/litro 
5 mg/litro 
Com húmus 
170 mgnitro 
160 mg/litro 
140 mg/litro 
O experimento mostra a marcante influência do ácido húmico so-
bre o superfosfato triplo, evitando a insolubilização do fósforo por cátions 
floculantes, como o cálcio. 
No mesmo trabalho Chaminade (8) apresenta espectrogramas de 
fosfato tricálcico obtido pela precipitação com água-de-cal, na presença 
e na ausência de húmus. No espectro obtido por raios X, o composto 
fosfo-húmico mostrou que o fosfato tricálcio perdeu sua estrutura crista-
lina. 
Ensaio realizado pelo método de Neubauer feito pelo mesmo pes-
quisador (8) para determinar a quantidade de fósforo assimilada por uma 
planta indicadora, empregando uma suspensão fosfo-húmica preparada 
precipitando o fosfato monocálcio (super triplo) pelo humato de cálcio 
{húmus precipitado pela água-de-cal) e outra suspensão precipitando o 
fosfato pela água-de-cal na ausência de húmus, mostrou que a assimila-
ção do fósforo de composto do fosfo-húmico foi mais elevada que do 
fosfato tricálcio. 
TMA DE MINERALIZAÇÃO DOS FERTILIZANTES ORGÂNICOS 27 
mg de P205 em sol.uçao 
ou suspensão cm 50 ml. 
'º , 
8 
7 
6 
s 
4 
3 
2 
:tndi..ce pH 
fosfato monocálcico 
mais húmus 
fosfato monocálcico 
sem húmus 
Figura 4.1. Precipitação do fosfato monocálcio pela água-de-cal na pre-
sença e na ausência de húmus (8). 
Na composição do fertilizante organomineral sempre se emprega 
como matéria-prima um adubo orgânico rico em húmus, como por exem-
plo a turfa e o linhito (ou linhita), podendo-se usar os estercos animais, 
composto de lixo domiciliar e o lodo de esgoto, tratados em usinas, bem 
como outros resíduos orgânicos industriais depois de passarem por um 
processo de compostagem para humificação da matéria orgânica. É im-
portante lembrar que matéria-prima orgânica crua, que não s9freu de-
composição microbiana, é simplesmente fonte para produzir fertilizante 
orgânico curado, humificado como se diz mais tecnicamente. Lembrar 
que "nem toda matéria orgânica é húmus, porém, todo húmus é matéria 
orgânica". 
A recomendação acima é importante porque só depois que a maté-
ria orgânica se decompõe e se torna rica em húmus, é que ela apresenta 
-- - - -----------------------------
l 
•' 
28 FERTILIZANTES ORGANOMINERAIS 
as desejáveis propriedades, como por exemplo: alta capacidade de troca 
de cátions, elevada retenção de água, alta superfície específica e pre-
sença de quelados. No organomineral , a matéria orgânica funciona como 
condicionadora dos fertilizantes minerais por possuir essas e outras pro-
priedades que serão relatadas mais adiante. 
4.1. A capacidade de troca de cátions do organomineral. A ca-
pacidade de troca de cátions ou capacidade de troca catiônica , repre-
sentada pelas letras CTC, pode ser definida como sendo a soma total de 
cátions que o fertilizante orgânico pode adsorver, exprimindo-se o resul-
tado em equivalentes miligramas por 100 gramas (e .mg/1 00g) ou 
miliequivalentes por 100 gramas (meq/1 00g ou me/1 00g). Os resultados 
também podem ser expressos por 100 centímetros de amostra seca em 
estufa a 65° Celsius. 
O húmus tem a propriedade de adsorver eletrostaticamente nutri-
entes catiônicos como o potássio, cálcio, magnésio, manganês, ferro, 
cobre, zinco, amônia, bem como o sódio, etc., cedendo-os posteriormen-
te às raízes das plantas. Essa retenção, denominada adsorção, pode 
ser entendida tomando-se como exemplo a atração que o ímã perma-
nente realiza quando em contato com limalhas de ferro; estas ficam ade-
rentes ao imã sem, contudo, fazerem parte da sua composição; os câtions 
ligados eletrostaticamente ao húmus, podem ser removidos por troca com 
outros cátions. A adosrção é um fenômeno físico-químico e não deve 
ser confundido com a absorção, que é um efeito físico como, por exem-
plo, a fixação de uma substância líquida ou gasosa no interior de outra , 
geralmente sólida.Os cátions adsorvidos pelos húmus ou pela argila do solo são me-
nos lavados ou lixiviados pela água da chuva que atravessa o perfil. Suas 
perdas podem ocorrer por trocas por outros cátions; no solo pobre em 
argila ou húmus, por exemplo, o potássio do fertilizante mineral aplicado, 
não encontrando colóides para adsorvê-lo, permanece dissociado na água 
do solo (que é chamada pelos técnicos solução do solo); chovendo, a 
água dilui e arrasta o potássio para os horizontes mais profundos, levan-
do os sais minerais da solução do solo para posições fora do alcance das 
raízes das plantas cultivadas. 
TAXA DE MINERALIZAÇÃO DOS FERTILIZANTES ORGÁNICOS 29 
A partícula de húmus é tão diminuta que recebe o nome especial 
de micela coloidal húmica; o húmus, como as argilas coloidais do solo, 
possuem cargas elétricas negativas que são balanceadas (neutraliza-
das) por cátions (portadores de cargas positivas) , como representado na 
figura 4.2; nessa figura vê-se uma micela coloidal húmica com suas car-
gas negativas assim neutralizadas: uma carga negativa por uma carga 
positiva de potássio (K·), de sódio (Na•) ou de amônia (NH• 4); duas car-
gas negativas de húmus balanceadas por duas positivas de cálcio (Ca 2•) 
ou de magnésio (Mg 2•), podendo, ainda, cátions como o cobre, zinco, 
manganês e ferro divalentes realizar esse balanceamento; finalmente, 
três cargas negativas do húmus, por três positivas de alumínio (Al3·), 
elemento quimicamente trivalente. Se o solo recebesse uma calagem 
pesada, o cálcio, pela lei de Way, desalojaria os cátions da figura 4.2, os 
quais passariam para a solução do solo; a micela se tornaria, então, cál-
cio saturada. 
Ca+-
+-
MI CELA 
COLOIDAL 
• ORGANICA 
1\ 
+t 
Mg 
-+ NH4 
Figura 4.2. Representação de uma micela coloidal húmica com suas car-
gas elétricas negativas balanceadas por cargas positivas de 
diversos cátions. 
A ca pacidade de troca de cátions do fertilizante organtco é 
diretamente proporcional à quantidade de substância coloidal húmica nele 
existente; portanto, quanto mais curada ou decomposta for a matéria 
30 FERTILIZANTES ORGANOMINERAIS 
orgânica, maior a quantidade de húmus e maior a capacidade de troca 
catiônica do fertilizante. O valor agrícola de um fertilizante orgânico pode 
ser estimado por vários fatores, dentre eles a capacidade de reter nutri-
entes, protegendo-os da lavagem pela água das chuvas. A tabela 4.3 dá 
a capacidade de troca de cátions de alguns materiais orgânicos empre-
gados no preparo do fertilizante organomineral. 
Tabela 4.3. Capacidade de troca de cátions de fertilizantes orgânicos 
empregados no preparo do organomineral. 
Fertilizante orgánico 
Linhito ou linhita 
Turfa 
Esterco de bovino 
Esterco de ovelha 
Esterco de galinha 
Tortas vegetais 
Fonte: compilado pelo autor. 
Capacidade de troca de cátions 
(Valores em me/1 00g) 
180 a 220 
80 a 120 
44 
41 
40 
41 
A CTC dos solos brasileiros varia de 3 a 15me/1 00g, ou seja, uma 
média de 1 0me/1 00g, enquanto que a CTC do húmus é em média 300me/ 
1 00g, valor trinta vezes maior. Para se ter uma idéia do papel que a 
matéria orgânica realiza no fertilizante organomineral, basta fazer o cál-
culo abaixo. 
A legislação brasileira exige que as fórmulas de organomineral 
comercializadas tenham no mínimo 50% de matéria-prima orgânica, ou 
sejam, 500kg por tonelada no produto acabado. Considerando que a 
matéria-prima empregada no preparo do organomineral tenha 60% de 
matéria orgânica (600kg/t), os 500 kg usados para fazer a mistura leva-
rão a ela 300 kg de matéria orgânica em cada 1.000kg de organomineral. 
Anote-se que geralmente as fábricas empregam mais de 500kg de maté-
ria orgânica; se nos 300kg de matéria orgânica houver 50% de colóides 
TAXA DE MINERALIZAÇÃO DOS FERTILIZANTES ORGÂNICOS 31 
húmicos, o fertil izante organomineral conterá 150kg de húmus por tone-
lada. Como a CTC do húmus é 30 vezes maior que a CTC da argila, a 
meio tonelada de matéria orgânica usada na fabricação de uma tonelada 
de organomineral, contendo apenas 150kg de húmus, tem um valor na 
retenção e aproveitamento dos nutrientes, igual a 4.500kg de argila. Um 
solo com 25% de argila tem, em média, 625 toneladas desse mineral por 
hectare a uma profundidade de 20cm, sendo sua CTC igual a 62.S00me; 
os 150kg de húmus tem 450.000me, sete vezes mais. 
Os cálculos acima comprovam como os 500 a 700kg de matéria 
orgânica humificada, misturada com fertilizante mineral, tem condições 
de funcionar como condicionador do fertilizante "químico". É importante 
ressaltar que nesses cálculos não foi levado em consideração o fato de o 
fertilizante organomineral ser aplicado de forma localizada (no sulco, na 
cova, etc.), o que faz com que seu efeito seja ainda maior. Quando apli-
cado isoladamente, como fertilizantes e melhoradores do solo, os adu-
bos orgânicos são empregados em grandes doses, variando de 1 O a 20 
toneladas por hectare. Em pequenas quantidades, caso do organomineral, 
a matéria orgânica humificada funciona comprovadamente como condi-
cionadora dos fertilizantes minerais que entram na composição do 
organomineral, como se demonstrará nos próximos capítulos deste livro. 
4.2. A superfície específica do organomineral. Os microrganis-
mos, ao decomporem a matéria orgânica, realizam ao mesmo tempo uma 
alteração química e uma demolição física. Partículas de matéria orgânica 
são demolidas até formar partículas de minúsculas dimensões, conheci-
das como micelas coloidais, tão pequenas que em meio líquido levemen-
te alcalino formam uma suspensão coloidal, não se sedimentando, não 
obedecendo portanto, a lei da gravidade. 
A superfície específica abreviadamente Sup. sp., de uma amostra 
é a soma ou o total da área de cada uma das suas partículas por unidade 
de massa; é como se determinasse a superfície de cada um dos compo-
nentes da amostra, se representasse essa área em um plano e depois se 
somasse todas elas; esse resultado é expresso sempre em metros qua-
drados por grama de material. 
A superficie específica de uma amostra de fertilizante orgânico pode 
ser determinada em laboratório por métodos relativamente simples (31 }. 
32 FERTILIZANTES ORGANOMINERAIS 
As amostras são postas em contato com gases ou com líquidos que são 
retidos sobre a superfície das partículas, sempre na forma de uma cama-
da monomolecular, permitindo calcular ponderalmente a soma das áreas 
das micelas coloidais. 
Um único grama de húmus tem uma superfície de exposição de 
suas micelas que, somadas, dão em média 700 metros quadrados. Quanto 
maior a superfície de exposição do colóide , maior será sua capacidade 
de reter nutrientes e de fornecê-los às plantas, pois de outra maneira 
seriam lavados pela água das chuvas. 
Considerando-se que uma tonelada de organomineral contenha 150 
kg de húmus, conforme demonstrado em 4.1, e que a superfície especi-
fica do húmus é de 700m 2/g, a superfície de exposição dessa tonelada 
de fertilizante organomineral será de 105 milhões de metros quadrados, 
ou seja, uma área de exposição para reter nutrientes contidos no fertili-
zante mineral e oferecê-los às raízes, igual a uma gleba de terra medindo 
10km por 10,5km. Sabendo-se que a alimentação de uma planta se faz 
por suas raízes e seus pêlos absorventes, pode-se compreender a im-
portância desse fato. As radicelas e os pêlos absorventes que formam a 
camada pelífera têm por função absorver as substâncias minerais ne-
cessárias à vida da planta; os pêlos que podem atingir comprimento até 
de 9mm, aderem à superfície das substâncias minerais do solo ou dos 
fertilizantes, formando concreções especiais que facilitam a absorção. A 
argila caulinita, a mais comum nos solos brasileiros, oferece uma super-
fície específica que varia de 1 O a 40 metros quadrados por grama; com-
parativamente, o húmus oferece para as radículas e pêlos absorventes, 
uma superfície específica contendo nutrientes adsorvidos, de 700 me-
tros quadrados por grama, ou seja, cerca de 30 vezes mais que a da 
argila. 
Estaé outra explicação técnica de como o fertilizante orgânico quan-
do misturado com o fertilizante mineral funciona como seu melhorador 
(condicionador), aumentando a eficiência em fornecer nutrientes aos 
vegetais . 
4.3. A capacidade de retenção de água no organomineral. A 
capacidade de matéria orgânica reter água por absorção está ligada j 
quantidade do colóide húmus que ela contém. A matéria orgânica crua 
, 
' 
TAXA DE MINERALIZAÇÃO DOS FERTILIZANTES ORGÂNICOS 33 
tem , em média, cerca de 80% de capacidade de retenção de água -
CRA; à medida que se processa sua decomposição, vão se formando 
colóides húmicos cujas micelas tem elevada CRA. Assim, por exemplo. a 
turfa brasileira, bem decomposta, chega a absorver de 300 a 700% de 
água, isto é, um quilograma de turfa pode reter de 3 a 7 quilogramas de 
água; turfas de "esfagnum", existentes em países de clima frio, têm CRA 
mais elevada ainda, ultrapassando a casa dos mil por cento. Allison (1) 
cita existir turfa fibrosa com CRA até de 2.420%. 
A propriedade do húmus absorver água em elevadas proporções, 
dez vezes mais do que os solos argilosos, é importante, pois, garante a 
solubilidade dos nutrientes do fertilizante mineral contido no 
organomineral. 
O húmus perde água com facilidade; uma amostra de turfa ou com-
posto colocada em estufa a 60-65ºC, em cerca de 4 horas, perde pratica-
mente toda a água; no entanto, para reabsorver água até a saturação, o 
húmus pode levar até 72 horas, pois o processo é lento. 
Considerando que o fertilizante mineral contendo NPK só é assimi-
lado pelas raízes quando em solução, verifica-se a importância da eleva-
da capacidade de retenção de água da fração orgânica, dissolvendo os 
sais do adubo mineral e favorecendo a assimilação pela planta . 
4.4. Comprovação experimental. Não foram poucos os técnicos 
que fazendo experimentação agrícola de adubação empregando fertili-
zantes minerais misturados com fertilizantes orgânicos observaram a in-
fluência destes últimos no aumento da produção, graças à ação do húmus 
favorecendo o melhor aproveitamento dos nutrientes minerais. 
O efeito da torta de mamona como condicionadora do fertilizante 
mineral está relatado no experimento de algodão realizado no ano agrí-
cola 1968-69, em seis municípios diferentes e, em 1969-70, em nove 
municípios; são ao todo 15 experimentos de campo conduzido em 
Latossolo roxo (55). 
Os tratamentos empregados foram os seguintes , em kg/ha: 
1 - N
0 
sem N: 0-60-50 
2 - P O sem P: 30-0-50 
3 - K
0 
sem K: 30-60-0 
34 FERTILIZANTES ORGANOMINERAIS 
4 - NPK, adubação básica (b): 30-60-50 
5 - N
2
, dose dupla de N: 60-60-50 
6 - K
2
, dose dupla de K: 30-60-100 
7 - NPK + tm: adubação básica (b): 30-60-50 + 200kg/ha de torta 
de mamona (equivalente a 10kg de N, 4kg de P e 2kg de K). 
A composição química da torta de mamona era, em média: 5% de 
N, 2% de P20 5 e 1% de K20. 
Ao analisar os dados do experimento, o autor surpreendeu-se com 
os resultados da associação da torta de mamona cJm os fertilizantes 
minerais, assim comentando: "Percebe-se claramente o efeito da incor-
poração da torta à mistura de adubos minerais. Mas a que atribuí-lo? 
Como foi exposto, a torta utilizada fornec_eu um mínimo de nutrientes: 
cerca de 1 0kg/ha de N, 4kg/ha de P 20 5 e 2kg/ha de K20. A quantidade 
total de torta utilizada é muito pequena para se admitir a possibilidade de 
sua ação sobre as propriedades físicas do solo. Uma hipótese provável 
seria a da formação de compostos organofosfatados, que competiriam 
com o processo de fixação do fósforo mineral, do superfosfato simples, 
pelos sesquióxidos de alumínio e ferro (muito comuns em Latossol roxo) , 
compostos estes que contém o nutriente em forma assimilável pelas plan-
tas". 
Comentando a produção obtida, mais adiante continua o autor da 
pesquisa: "O nitrogênio e o fósforo pouca influência tiveram, enquanto 
que a torta (torta mais NPK) propiciou um acréscimo de 17% sobre a 
produção do tratamento básico, valor muito próximo da significância es-
tatística. Nesse caso, também, a torta não deve ter funcionado como 
direta fornecedora de nutrientes. O irrisório acréscimo de 2kg de K20 
provenientes da torta não poderia explicar o seu efeito, bem superior 
àquele devido à adubação de potássio (tratamento~), que, fornecendo 
50kg de K20 a mais que no tratamento básico, aumentou em 8% a pro-
dução das plantas". 
Continuando, comenta: "Para explicar o evidente efeito da mistura 
de torta com o adubo mineral potássico, pode-se admitir um bloqueio do 
potássio nessa mistura, onde permaneceria retido sob forma mais pron-
tamente assimilável pelas plantas que àquela devida às argilas, minerais 
comuns". 
O NITROGÊNIO NO FERTILIZANTE ORGANOMINERAL 35 
Observe-se que o autor do experimento comprovou que a torta 
quando associada a fertilizantes minerais, tem um efeito além da "irrisó-
ria" (sic) contribuição em NPK que ela fornece em relação à fórmula 
mineral empregada. Ê o efeito condicionador ou potencializador que tam-
bém outros pesquisadores já comprovaram com experimentos, mas que 
todos eles não souberam explicar ou melhor, não chegaram na criação 
do fertilizante organomineral. 
Para finalizar seu trabalho o autor (55) diz textualmente nas con-
clusões: "O acréscimo de produção devido à aplicação de torta de mamona 
(4kg/ha de P 20 5) foi correspondente à aplicação de 60kg/ha de P 20 5 sob 
forma mineral. O aumento de produção devido à aplicação da torta de 
mamona (2kg/ha de K20), superou, em quase o dobro, àquele acréscimo 
de 50kg/ha de K20, sob a forma mineral". 
Ponto final! 
36 FERTI LIZANTES ORGANOMINERAIS 
5. O NITROGÊNIO NO FERTILIZANTE ORGANOMINERAL 
r-~---_-_-_-.... - __ 5.1 . Fertilizantes nitrogenados. Toda forma de 
nitrogênio mineral introduzida no solo, se não passar à for-
ma orgânica, será lavada pela água das chuvas. A única 
maneira de se armazenar nitrogênio no solo é na forma 
orgânica; é que o nitrogênio dos fertilizar.tes minerais é fa-
cilmente lavado, perdendo-se nas camadas mais profun-
das do perfil do solo. 
As formas de nitrogênio mineral amoniacal (NH 4·) ou nítrica (NQ:l-) , 
quando aplicadas na cultura como fertilizantes minerais tais como uréia, 
nitrato de cálcio, nitrato de amônio, sulfato de amônio, serão absorvidas 
pelas plantas ou pelos organismos do solo, passando para a forma orgâ-
nica, ou serão lavados e se perderão. Quando se faz análise química de 
uma amostra de terra verifica-se que 98 a 100% do nitrogênio está na 
forma orgânica e apenas menos de 2% na forma mineral. 
Os fertilizantes minerais nitrogenados como uréia, sulfato de amônio, 
DAP, MAP sempre acabam sendo lavados pela água das chuvas, não 
tendo condições de serem armazenados no solo para culturas dos anos 
seguintes. Se o fertilizante mineral contém nitrogênio na forma nítrica 
(N03-) - radical de carga negativa - não será adsorvido pelos colóides 
húmus e argila, que também são negativos (materiais de carga seme-
lhante se repelem) ; ao contrário, se o nitrogênio mineral for amoniacal 
(NH 4•) - radical positivo - então poderá ser adsorvido eletrostaticamente 
pelo complexo argilo-húmico do solo, não sendo temporariamente lava-
do; mas, infelizmente, esse armazenamento durará poucos dias, pois em 
cerca de duas semanas, bactérias nitrificadoras transformarão o nitrogênio 
amoniacal em nítrico, sujeito ao processo de lavagem. Curiosamente, os 
adubos nitrogenados difundem-se mais facilmente que os fosfatados e 
potássicos; seu nitrogênio caminha até às raízes. 
O nitrogênio orgânico existente no solo ou contido no fertilizante 
organomineral não é absorvido nesta forma pelas raízes das plantas; 
para se tornar assimilável é necessário que microrganismos transformem 
O NITROGÊNIO NO FERTILIZANTE ORGANOMINERAL 37 
0 nitrogênio orgânico em nitrogênio amínico, depois em amoniacal, de-
pois em nitrito e, em seguida, em nitrato, como mostrado a seguir: 
N ➔ N ➔ N ➔ N ➔ N 
ocgãnlco :imlnlco amoniacal-NH4 nllr11o-N02 nltrato-N03 
As formas amoniacale nítrica são as assimiláveis pelas raízes; na 
forma de nitrito, o nitrogênio é tóxico, porém, como é uma forma lábil, 
rapidamente transitória, não causa danos. 
Do exposto, verifica-se que o nitrogênio orgânico, para chegar à 
forma nitrato, que é a fase final de toda decomposição aeróbica da maté-
ria orgânica, passa obrigatoriamente pela amoniacal, como acontece 
quando se aduba um solo com sulfato de amônia, nitrato de amônio, 
uréia, etc. A passagem de nitrogênio orgânico para amoniacal e nítrica é 
lenta, fornecendo o nutriente às raízes por período mais longo. Para tor-
nar o fertilizante mineral amoniacal disponível às raízes por um período 
maior, evitando a lavagem, tem-se empregado vários expediente~; com 
a uréia, por exemplo, tentou-se tratá-la com óleo mineral, misturá-la com 
argilas ou terra "fuller'\ com o intuito de envolver os grânulos e dificultar 
sua solubilização pela água do solo; outro tratamento é com formal, que 
forma nos grânulos uma película plástica, envolvente, dificultando a so-
lubilidade da uréia; o novo produto tomou o nome de "ureaformu; aos 
fertilizantes minerais amoniacais, para permanecer por mais tempo no 
solo sem ser transformado em nitrato, sujeito à lavagem, junta-se um 
produto comercial inibidor do processo de nitrificação. 
Os fertilizantes minerais que recebem tratamentos artificiais para 
dificultar sua solubilização no solo são classificados como "adubos de 
disponibilidade controlada". Acontece que os fertilizantes orgânicos já 
possuem naturalmente seu nitrogênio com disponibilidade controlada. 
Corno o organomineral é preparado misturando-se adubos minerais com 
adubo orgânico, o nitrogênio deste último funciona com disponibilidade 
controlada, liberando o nutriente paulatinamente, enquanto que o 
nitrogênio do fertilizante mineral é de pronta assimilação. Essa combina-
ção ideal de diferentes disponibilidades de nitrogênio é que permite ao 
organomineral ser usado nas culturas de ciclo curto em uma só aplica-
ção, sem necessidade de uma posterior cobertura nitrogenada. 
' . 
38 FERTILIZANTES ORGANOMINERAIS 
5.2. Experimentos com nitrogênio e matéria orgânica. A experi-
ência demonstrou que, como o plantio e as adubações são feitos justa-
mente em época de chuvas , na cultura do milho. por exemplo, não se 
deve colocar no fundo do sulco todo o fertilizante mineral nitrogenado 
que a análise do solo indicou ser necessária; se assim se proceder, até 
que se formem as raízes fasciculadas da plantinha de milho, capazes de 
assimilar o nitrogênio do adubo, a água das chuvas já terá levado a mai-
or parte desse nutriente; a solução tem sido adubar com pequena dose 
de nitrogênio no plantio e depois de uns 45 dias da emergência , quando 
as raízes já estiverem desenvolvidas, fazer nova adubação de cobertura 
com fertilizante mineral nitrogenado. Os experimentos em que se com-
parou a adubação convencional, isto é, pequena dose de nitrogênio no 
plantio e o restante em cobertura, com a adubação organomineral levan-
do a dose total de nitrogênio já no plantio, demonstraram que não houve 
diferença estatística significativa entre os dois tratamentos, ganhando-
se com isso a mão-de-obra de aplicação do fertilizante em cobertura. 
O pesquisador francês Chaminade, foi um dos pioneiros no estudo 
da influência do húmus extraído da matéria orgânica na maior absorção 
de nutrientes pelas plantas. Chaminade (7) instalou um experimento em 
vasos contendo solução nutritiva com e sem a presença de húmus, jun-
tando uma "suspensão coloidal estável de ácido húmico e, em outra sé-
rie, uma suspensão de humato cálcico coloidal". Observou-se que "com 
pequena dose de húmus a planta absorve maior quantidade de elemen-
tos minerais; esse aumento de absorção compreende todos os elemen-
tos aplicados". O autor admite a hipótese de que a "presença de matéria 
orgânica coloidal aumenta a permeabilidade celular". Trabalhando com a 
conhecida técnica de Neubauer (usada para avaliar a fertilidade de amos-
tras do solo), Chaminade (7) empregou amostras de um subsolo limoso, 
pobre em matéria orgânica, às quais juntou humato de cálcio; observou 
que nos recipientes em que foi adicionado húmus, aumentou com regu-
laridade o consumo dos nutrientes minerais pela planta, confirmando os 
resultados obtidos quando trabalhou com solução nutritiva. Ainda mais: 
que "a ação estimulante do húmus deu lugar a um 'consumo de luxo' de 
todos os nutrientes. Na conclusão do trabalho , comenta a importante 
relação existente entre a adubação orgânica e a mineral. 
Chaminade (9) realizou outro interessante experimento em que 
doses de fósforo de O, 40, 80, 120 e 200 mg misturadas respectivamente 
com doses de potássio de O, 250, 500, 750 e 1.5000mg foram compara-
o NITROGÊNIO NO FERTILIZANTE ORGANOMINERAL 39 
das com doses de O, 200, 400, 600 e 800mg de nitrogênio. O experimen-
to comparou a produção de matéria seca de "ray-grass" (Lolium sp.) na 
ausência de matéria orgânica e com a adição de 2% de "turfa previamen-
te fermentada" . Todos os tratamentos receberam ainda, doses iguais de 
magnésio e micronutrientes. 
Nas figuras 5.1 e 5.2, estão representados os tratamentos que re-
ceberam doses crescentes de fósforo e de potássio, pelas letras 
P, e 
Na ausência de matéria orgânica, ao nível de zero de P 
O
, figura 
5.1, a ação do nitrogênio foi fraca, segundo o autor; todavia, o rendimen-
to aumentou conforme aumentaram as doses de fósforo e potássio; as 
curvas P 3 e P 4 praticamente se confundem, indicando que a partir de P 3 , 
o fósforo e o potássio não intervém mais como fator limitante e que os 
demais nutrientes minerais foram juntados em quantidades suficientes 
para não limitar a produção. 
Os aumentos da produção das curvas a partir do nível P , não po-
dem ser admitidos como um exemplo da célebre lei do mínimo de Liebig , 
que diz: "as produções das culturas são reguladas pelas quantidades do 
elemento disponlvel que se encontra em mlnimo, em relação às necessi-
dades das plantas. É que as duas curvas P 
3 
e P 
4 
se confundem, indican-
do que a partir do nível P 
3 
a adubação fosfatada não está mais interferin-
do como fator limitante, sendo o rendimento máximo obtido igual a 9,2g. 
Na presença da matéria orgânica, figura 5.2, nota-se que as curvas 
de resposta situaram-se em valores mais elevados e que as doses me-
nores de fósforo produziram quase tanto quanto as doses maiores em-
pregadas no experimento; o autor conclui que, sem dúvida, o aumento 
na produção em matéria seca obtida com três cortes sucessivos do ca-
pim, foi de 39% e ocorreu devido à ação especifica da matéria orgânica 
associada aos fertilizantes minerais. 
40 FERTILIZANTES ORGANOMINERAIS 
------~.,-----•·----•-?o 
SEM MATÉRIA ORGÃNICA 
200 goo 
mg . de N por vaso 
Figura 5.1. Produção de uray-grassº em função de diferentes níveis de 
nitrogênio e de fósforo, na ausência de matéria orgânica (9). 
o 
tQ 
cU 
t> ...... 
o, 
·~ . 
. • · -
P:, 'º/' •--..:~ ..,P• 
Pa 
•;.o 
.,_ 
COM 2% DE MAT~RIA ORGÂNICA 
o,...__ ___________________ _ 
200 ~00 800 000 
mg de N por vaso 
Figura 5.2. Produção de uray-grass" em função de diferentes níveis de 
nitrogênio e de fósforo, na presença de matéria orgânica (9). 
O NITROGÊNIO NO FERTILIZANTE ORGANOMINERAL 41 
Em outro experimento em vasos, com solo limoso carente de maté-
ria orgânica, Chaminade (7) pesquisou a influência de diferentes doses 
de PK na presença e na ausência de húmus, cujos tratamentos e produ-
ção de mostarda estão na tabela 5.1. 
Tabela 5.1. Produção de mostarda obtida com diferentes doses de PK, 
na presença e na ausência de húmus e em dois cultives 
subseqüentes. 
Doses 
de 
Sem húmus 
nutrientes 1 º cultivo 2º cultivo 
NPOKC 19,200 15,250 
NP,K, 34,050 22,400 
NP}<2 39,950 22,650 
NP3~ 43,450 24,600 
NP,K, 47,150 30,150 
Com húmus 
1º cultivo 2° cultivo 
24,750 15,800 
44,300 20,400 
44,750 19,450 
49,350 29,950 
54,100 26,900 
O autor observou que "o aumento do rendimento apresentouuma 
grande regularidade em função das doses crescentes de P 20 5 e ~O". 
Outro pesquisador que estudou a influência dos colóides húmicos 
sobre a absorção de nutrientes pela planta foi Blanchet (4); cultivando 
trigo durante 40 dias em solução nutritiva extremamente diluída, de ma-
neira a provocar deficiências nutritivas, Blanchet adicionou húmus, na 
forma de humato de amônio nas proporções de 0,0; 2,0 e 5,0mg por litro. 
Constatou que a "absorção dos nutrientes minerais foi consideravelmen-
te acelerada adicionando-se à solução nutritiva uma pequena quantida-
de de húmus; essa ação é particularmente acentuada para os elementos 
N, P, S e K". O húmus na concentração de 2mg por litro exerceu a maior 
ação estimuladora sobre a absorção do potássio, sendo a dose ótima 
para o fósforo um pouco menor. 
42 FERTILIZANTES ORGANOMINERAIS 
Comenta ainda o autor: uos colóides húmicos aceleram a adsorção 
dos ions minerais nos colóides radiculares, aumentando a velocidade de 
absorção. Isto explica o fenômeno de desplasmólise, provocado pela 
penetração de ions no interior das células, que é acelerado pela presen-
ça de húmus". Os experimentos mostram o inegável efeito da matéria 
orgânica sobre a absorção dos nutrientes pelas plantas, comprovando o 
chamado efeito potencializador do húmus nela contido. 
O FÓSFORO NO FERTILIZANTE ORGANOMINERAL 43 
6. O FÓSFORO NO FERTILIZANTE ORGANOMINERAL 
Sabe-se que de cada 100kg de fósforo solúvel de fertilizante mine-
ral aplicado corno adubo, no primeiro ano de cultura, ape-
r-::=-=:::::-i nas cerca de 25% (uma quarta parte) são aproveitados pe-
las plantas; em situações desfavoráveis o aproveitamento 
chega a ser de apenas 5kg a 1 dkg dos 100kg de fertilizante 
fosfatado aplicado. Aplicam-se, portanto, quatro vezes mais 
1.::=::::::::::...i fósforo do que a planta vai absorver, pelo fato de ocorrer no 
solo a reação de fixação, pela qual o nutriente fósforo solú-
vel reage com alumínio, ferro e manganês do solo, formando fosfatos de 
alumínio, de ferro e de manganês, insolúveis; a fixação ou insolubilização 
do fósforo diminui grandemente a disponibilidade do nutriente para as 
raízes. É por essa razão que as fórmulas de fertilizantes minerais costu-
mam conter maiores proporções de fósforo que de nitrogênio ou de po-
tássio; há fórmulas em que a sorna dos teores de nitrogênio e de potás-
sio é menor que a quantidade de fósforo. Curiosamente, as análises das 
plantas maduras mostram que as quantidades de nutrientes encontra-
dos estão na seguinte proporção decrescente: nitrogênio, potássio, 
magnésio, cálcio, enxofre, vindo em sexto lugar o fósforo, aquele geral-
mente aplicado no solo em maior quantidade. 
Antigamente, as adubações fosfatadas eram feitas aplicando-se o 
adubo no fundo do sulco de plantio, sendo em seguida espalhado com a 
intenção de fazer com que o nutriente se distribuísse por um maior volu-
me de terra, ficando "mais disponível às ralzes". Este procedimento fazia 
com que houvesse maior contato do fósforo solúvel com os óxidos, 
hidróxidos e sesquióxidos de alumínio, ferro e manganês do solo, com os 
quais reagia mais facilmente e se insolubilizava. Presentemente, procu-
ra-se concentrar o fertilizante em uma faixa restrita , ao lado e logo abaixo 
da semente, procurando reduzir a área de contato do adubo com a terra, 
evitando a fixação do fósforo. O emprego de fertilizantes granulados tam-
bém contribue para evitar o contato exagerado e imediato dos fosfatos 
solúveis com os referidos óxidos (15). 
Outra maneira de proteger os fertilizantes fosfatados da fixação é 
misturá-los com fertilizantes orgânicos que, quando finamente pulveriza-
44 FERTILIZANTES ORGANOMINERAIS 
do, envolve suas partículas ou grânulos protegendo-os da fixação, que 
no solo se dá segundo a reação: 
OH 
AI/ OH 
""-......_OH 
6.1. Experimentos com o fósforo. Para estudar o efeito da mistu-
ra de composto de lixo urbano com fontes de fósforo mineral empregan-
do o feijoeiro como planta indicadora, Peixoto e outros (43)2 , instalaram 
um experimento misturando inicialmente o lixo tratado em usina, com 
fontes de fósforo, em leiras, no campo, durante 91 dias. Em casa-de-
vegetação, o experimento teve três níveis de pH em água (4,8; 5,3 e 6, 1) 
sendo os vasos inoculados com Rhizobium phaseoli; como fonte de fós-
foro foram empregados superfosfato triplo (ST), fosfato natural de Araxá 
(FAN) e de Patos de Minas (FNP) e fosfato de Araxá mais sulfato de 
amônia (FNA + N). O experimento demonstrou (Figura 6.1) que no pH 
4.8, superfosfato triplo aplicado ao lixo a ser compostado aumentou a 
absorção de fósforo pelo feijoeiro em relação ao superfosfato triplo apli-
cado no plantio com ou sem composto e aos demais tratamentos. 
A figura 6.1 mostra que houve aumento significativo de absorção 
de fósforo pelo feijoeiro quando se aplicou lixo que recebeu supertosfato 
triplo antes de ser compostado e lixo que só depois de curado recebeu o 
supertosfato triplo; não houve diferença em relação ao supertosfato tri-
plo sem composto. 
1 Ricardo Trippia dos G. Peixoto, engenheiro agrõnomo, M.Sc., IAPAR, PR, Avilio A. Franco, engenhelfO 
agrônomo, Ph.D. e Dejair Lopes de Almeida, engenheiro Agrônomo, M Se., ambos da EMBRAPA 
O FÓSFORO NO FERTILIZANTE ORGANOMINERAL 
10 
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------
45 
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II 
o---+--r-------T""""--------------
•.1 
_..SOLO 
Figura 6.1. Efeito do composto de lixo, de fontes de fósforo e do pH do 
solo na produção de matéria seca do feijoeiro (raiz + parte 
aérea + nódulos), (43). 
As figuras 6.2 e 6.3 igualmente mostram o efeito da combinação 
composta de lixo mais superfosfato e lixo compostado com superfosfato, 
em número e no peso de nódulos de feijoeiro, onde igualmente os dois 
tratamentos anteriormente citados como melhores foram os que mais se 
destacaram segundo o teste de Tukey. 
46 
:soo 
FERTILIZANTES ORGANOMINERAIS 
• - ST . - '"'" .. - '"'" O- ,N,..•N } fONTl S o e ,os,ono 
- ····- - AOUIIO ,uno }"nOCUSAMlNTO 
--- - ACUDO• COM,.OSTO DOS 
-- - ADUDO COMf'OST ADO ADUDOS 
O- COM,.OSTO 
0 - SOLO } TU.fl!MUNHAS 
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o-h-----+==:::::::::::::===!==---------..-
0 . 4-• s.:s 
.+iSOLO 
Figura 6.2. Efeito do composto de lixo, de fontes de fósforo e do pH do 
solo no número de nódulos do feijoeiro (43). 
São palavras dos autores: "no tratamento com superfosfato triplo 
houve um efeito pronunciado, que foi maximizado com a adição de com-
posto; a adição de superfosfato com composto teve um aumento no índi-
ce de eficiência agronômica (IEA)", como mostra a tabela 6.1. 
O FÓSFORO NO FERTILIZANTE ORGANOMINERAL 
:é 
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o 
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-- - ADUIIO COM,.OSTAOO ADUIIOI 
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.,. . 
~~~--------------------
----------------
•---- --- ------- ___ _., ____ ---------- --
• 
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o..J.....-+~~========~~------------• a.> .. , 
"'"SOLO 
47 
Figura 6.3. Efeito do composto de lixo, de fontes de fósforo e do pH do 
solo no peso dos nódulos do feijoeiro (43). 
A maior eficiência agronômica do superfosfato com o composto 
(tabela 6.1) e, principalmente os dados de fósforo total da planta no pH 
4.8 (onde a presença do composto que no início da compostagem rece-
beu o superfosfato) apresentou valores mais altos (figura 6.1 ), indicando 
que o composto deu certa proteção contra propriedades adsortivas dos 
colóides do solo ou insolubilização temporária do fósforo, aumentando a 
disponibilidade deste nutriente para a planta. 
48 FERTILIZANTES ORGANOMINERAIS 
Tabela 6.1. Avaliação da eficiência dasfontes de fósforo através dos 
índices de eficiência agronômica (IEA), no cultivo de feijão 
(médias obtidas dos três índices de pH), (43). 
Tratamento lndice de eficiência agronômica 
Composto 36 
a 13 
Fosfato natural de Patos b 39 
e 40 
a 26 
Fosfato natural de Araxá b 50 
e 45 
a 100 
Superfosfato triplo b 142 
e 157 
Hedley e outros, citados pelos autores, observaram que a adição 
de matéria orgânica (fertilizante orgânico) com fertilizante fosfatado em 
um solo pobre em fósforo, proporcionou um aumento no teor de fósforo 
orgânico, o qual funcionou como reserva desse nutriente para as plan-
tas. 
Outra comprovação do melhor aproveitamento do fósforo quando 
associado à matéria orgânica está no experimento de campo realizado 
por Santos3 , Stamford◄ e Santos" (53), usando um "solo Pdozol 
Hidromórfico", textura arenosa, com a finalidade de avaliar o efeito do 
composto de lixo domiciliar, da suplementação fosfatada e da inoculação 
na fixação de nitrogênio por bactérias e na produção de caupi. Os níveis 
de composto foram O; 5; 1 O e 15Uha e a suplementação fosfatada O; 1 O; 
20 e 30kg/ha de P 10 5, tendo-se utilizado delineamento de parcelas sub-
divididas, com 4 repetições em fatorial 2x4x4. Para efeito comparativo o 
experimento contou, ainda, com um tratamento com adubação mineral 
NPK com formulação 10-10-1 O. A tabela 6.2 apresenta os resultados 
obtidos no xperlmento. 
' E íl SANTO · , Mostr om l\gronomlil (parta da tese). 
4 
N.I'. :nAMFOHD, f>roíut-!101 Trlulur, UFRf"E, PE o O.R. SANTOS, Pesquisador, UFRPE. PE 
Tabela 6.2. Efeito do composto (C), da suplementação fosfatada (P) e da inoculação (1) na nodulação e 
atividade da nitrogenase do caupi 1 em experimento de campo (53) . 
Numero de nódulos Peso de nódulos Atividade da nitrogenase 
Suplemenlação Composto. t/ha Composto, l/ha Composto, t/ha 
rosralada o 5 10 15 o 5 10 15 o 5 10 15 
nR (✓ x)(/cova) mg/cova ·---JIC2H.lh/g nódulos--· 
Não Inoculado 
o 6,56 7,00 7,21 7,35 212 300 330 354 12 18 19 27 
10 7.35 6,71 8,25 8,54 230 265 386 393 13 13 20 21 
20 7,62 7,13 8,25 8,94 315 213 310 427 9 18 13 30 
30 7.35 7.75 8,90 9,20 273 473 433 477 12 10 16 42 
Inoculado 
o 12,€6 13,00 14,73 15,81 622 801 1239 1522 45 99 152 141 
10 12,06 13,00 14,49 15,39 005 891 1027 1773 56 97 122 123 
20 13,42 13,42 16,73 19,19 547 725 1600 2031 64 135 99 111 
3) 13,04 13,78 14,39 17,46 638 836 1683 2884 77 152 00 96 
CV(I) % 5,56 6,66 15,68 
CV (e)% 4,01 12,00 31 ,35 
CV (P) % 4.40 14,02 34,49 
OMS (lxCxP), 1.13 338,10 64,00 
Tul<ey 1 % 
o 
"TI 
o 
(/) 
"TI o 
::u o 
z 
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)> 
r 
~ 
(D 
.--- - -
50 
tes: 
FERTILIZANTES ORGANOMINERAIS 
As conclusões. em palavras dos próprios autores. foram as seguin-
"a - Houve efeito sinérgico da adição do composto do lixo urbano 
com a suplementação fosfatada. para os níveis utilizados. 
b - O efeito mais expressivo dos tratamentos avaliados foi o do 
inoculante. 
c - Os incrementas em função da adição dos 1osfatos estudados 
foram equivalentes aos obtidos com a adubação mineral NPK, no solo 
usadon. 
Os efeitos benéficos da mistura de matéria orgânica com fertilizan-
tes minerais, originando novas combinações químicas e transformações 
microbiológicas, podem ser mais uma vez comprovadas com o experi-
mento de Singh e Yadav (50). Esses autores provocaram a decomposi-
ção da palha de arroz com e sem fosfato de rocha; ao final, a palha 
decomposta manteve todas as formas de nitrogênio devido à formação 
de fosfo-proteína; a liberação de fósforo solúvel da rocha fosfatada deve 
ser devido à presença de ácidos orgânicos da matéria orgânica 
humidificada. segundo os autores. 
A expressão potencialização de nutrientes NPK pela matéria or-
gânica é exatamente o fenômeno observado pelos autores dos experi-
mentos anteriormente citados. 
DISPONIBILIDADE DE FÓSFORO NO ORGANOMINERAL 51 
, 
7. DISPONIBILIDADE DE FOSFORO NO ORGANOMINERAL 
Não mais se duvida da propriedade da matéria orgâ-
nica em aumentar a disponibilidade do fósforo, dos fertili-
zantes fosfatados, solúvel às raízes das plantas. Todavia, 
é sempre oportuno relatar experimentos cujas conclusões 
vêm reafirmar esse benéfico efeito da matéria orgânica 
humidificada. Mazur e outros (36) estudaram o efeito da 
matéria orgânica na disponibilidade do fósforo do 
superfosfato triplo, empregando doses de 150kg desse fertilizante asso-
ciadas ao composto de lixo domiciliar na dose de 30Uha, na presença ou 
ausência de calcário, de fósforo (fosfato de rocha) e de nitrogênio. O 
experimento foi montado em vasos utilizando o milho como planta 
indicadora e o solo, um Latossolo Amarelo. 
Com relação ao fósforo assimilável, os autores resumem seus re-
sultados, aqui representados na figura 7.1, concluindo que a ação da 
matéria orgânica na maioria dos tratamentos foi positiva, indicando que 
fenômenos de redução, de fixação de fósforo e/ou mineralização da ma-
téria orgânica poderiam ter ocasionado maiores níveis de fósforo 
assimilável no solo. Verificou-se, dizem os autores, uma elevação de 57°/o 
no teor de fósforo assimilável devido à associação da matéria orgânica 
do composto com o superfosfato triplo. Nas terras que não receberam 
organomineral, só superfosfato, o valor médio de fósforo assimilável foi 
de 21 ppm (partes por milhão), enquanto nas terras com organomineral 
(composto mais superfosfato) esse valor alcançou 32ppm. Houve, por-
tanto, um aumento dos níveis de fósforo assimilável graças à associação 
de matéria orgânica e superfosfato triplo, como mostra a figura 7.1.; ain-
da como tratamento entrou o fosfato de rocha, que não aparece indicado 
na figura. 
Na figura 7 .1 são mostrados os resultados para fósforo assimilável 
observando-se que a mistura do composto com superfosfato 
(organomineral) foi positiva, indicando que a menor fixação de fósforo e/ 
ou a mineralização da matéria orgânica (liberando fósforo assimilável) 
poderiam ter - segundo os autores - ocasionando a liberação de maio-
res níveis de nutriente assimilável. Pela figura 7 .1 vê-se que as terras 
que receberam matéria orgânica liberaram cerca do dobro de fósforo em 
52 FERTILIZANTES ORGANOMINERAIS 
relação às terras não tratadas com esse fertilizante orgânico; o aumento 
de fósforo disponível às raízes devido a associação supeiiosfato triplo e 
matéria orgânica foi de 57% segundo os autores do trabalho. 
18,0 
■ 
li 
COM MATlRIA 
ORoAt,IICA 
TRIPLO 
SEM NITROG~NIO 
SEM CALCÁRIO 
80 '9'he OE NITROG~NIO 
SEM CALCÁRIO 
SEMMATlRIA 
ORCANICA. 
S\Jf"E,. 
TRIP'l.O 
SEM NITROG~NIO 
2.S tlha D~ CALCÁRIO 
80 kg/he DE NITROG~IO 
2,15 tJha OE CALCÁRIO 
Figura 7.1. Efeito da matéria orgânica na disponibilidade do fósforo do 
superfosfato triplo associado ou não ao nitrogênio e ao 
calcário. 
Está se tornando comum a expressão "potencialização dos nutri-
entes NPK pela matéria orgânica11 • O experimento anteriormente relata-
do confirma a veracidade desse conceito para o caso do fósforo. 
Numerosos pesquisadores têm relatado que o húmus extraido do 
solo tem aumentado a solubilidade do fósforo aplicado como fertilizante 
mineral. Tisdale & Nelson (62) dão as seguintes explicações para esse 
aumento de solubilidade: 
a) formação de complexos fosfoúmicos, os quais são mais facil-
mente assimiláveis pelas plantas; 
DISPONIBILIDADE DE FÓSFORO NO ORGANOMINERAL 53 
b) troca aniônica do fosfato pelo íon humato (por exemplo, fosfato 
de cálcio passa a humato de cálcio, liberando o ion fósforo para 
as raízes das plantas); 
e) revestimentos das partículas de sesquióxido pelo húmus, for-
mando uma cobertura protetiva, a qual reduz a capacidade do 
solo em fixar fosfato. 
Esses mesmos autores comentam que pesquisadores da Estação 
Experimental de Massachusetts demonstraram que certos ânions orgâ-
nicos originados pela decomposição da matéria orgânica podem formar 
complexos com ferro e alumínio, evitando, assim, a reação com o fósfo-
ro. Verificaram também que os íons fixadores liberavamfósforo posteri-
ormente, pelo mesmo mecanismo, e que os ânions mais efetivos em subs-
tituir os fosfatos eram os citratos, oxalatos, tartaratos e maiatos. Segun-
do Cooke (11 ), pode-se acrescentar a essa lista outros ácidos orgânicos 
capazes de aumentar a disponibilidade dos fosfatos. 
A fixação biológica de fosfatos, diz Ribeiro (47), é benéfica, pois o 
fósforo fixado biologicamente (mais tecnicamente, fósforo imobilizado, 
ou seja, que passou da forma mineral para a orgânica) será liberado com 
a morte dos microrganismos que os incorporaram; esta liberação é lenta 
e se constitui em um valioso princípio para a nutrição vegetal, pois se ela 
fosse rápida, poderia haver fixação química. ficando o fósforo em forma 
muito menos disponível para as plantas. Experimento em vasos realiza-
do por esse autor empregando os tratamentos: torta de filtro sem trata-
mento e torta misturada com apatita do Araxá mais superfosfato simples 
e só superfosfato simples tendo como planta indicadora o painço e em 
dois solos, Latossolo Roxo e Podzólico Vermelho Amarelo variação Laras, 
mostrou que as misturas de torta com fertilizantes fosfatados superaram 
as formas minerais empregadas isoladamente. A matéria orgânica 
humidificada, quando associada a fertilizantes fosfatados solúveis, man-
tém esse nutriente nos solos de climas tropicais úmidos em estado 
assimilável, disponível às plantas, registra esse autor. 
54 FERTILIZANTES ORGANOMINERAIS 
Em 197 4, muito antes da legislação brasileira criar a categoria de 
fertilizante organomineral, Setzer (54) já afirmava que se podia reduzir 
as quantidades de fertilizantes fosfatados solúveis a um terço ou mesmo 
a um quarto das doses habituais, simplesmente misturando-os, antes da 
aplicação, com um fertilizante orgânico de boa qualidade como um ester-
co seco e passado em peneira. A matéria orgânica, dizia Setzer, mantém 
assimilável o uadubo fosfórico" até seu consumo total, pois o fósforo não 
sofre lixiviação no solo; desprotegido por matéria orgânica, o fósforo dos 
adubos é insolubilizado rapidamente pelos sesquióxidos de ferro e alu-
mínio livres. 
EI-Baruni & Olsen (14) observaram que misturando previamente 
esterco com superfosfato simples e aplicando em dois diferentes solos, a 
disponibilidade de fósforo para as raízes era maior do que quando os 
fertilizantes orgânico e mineral eram usados separadamente. 
A figura 7.2 mostra o efeito da aplicação de doses de O, 10, 20, 40 
e 60ppm de superfosfato simples e de O, 11, 22 e 44 toneladas por hec-
tare de esterco aplicados misturados ou separadamente. Inegavelmen-
te, quando misturado previamente fertilizante orgânico com o superfosfato, 
a solubilidade de fósforo disponível às raízes aumenta, como demonstra-
do por esses dois autores. 
------- - - - - - -
DISPONIBILIDADE DE FÓSFORO NO ORGANOMINERAL 55 
-
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,e 
0.1 
ij":M·W~l Superfosfato + esterco misturados 
1 1 Idem, separadarrente 
oo.n> OQ.22) <~ti-O <20.1u <2Q22> !20,44> «<>.1u <~..w '4:>.44> cro,1u l:i0.22> 160.44> 
DOSES DE FERTILIZANTES EMPREGADAS 
Figura 7 .2. Efeito do superfosfato de cálcio simples e do esterco animal 
empregados separadamente ou previamente misturados no 
teor de fósforo disponível do solo (14). 
56 FERTILIZANTES ORGANOMINERAIS 
8. O POTÁSSIO NO FERTILIZANTE ORGANOMINERAL 
8.1. O potássio e a CTC do fertilizante organomineral. O apro-
,__ ____ veitamento do potássio solúvel, pelas raízes, está intima-
mente ligado com a capacidade de troca de cátions - CTC 
do solo; a CTC do solo, por sua vez, depende dos seus 
colóides minerais e orgânicos. A CTC dos solos brasilei-
.. ~ ros varia de 3 a 15 miliequivalentes (meq ou me) por 100g 
., .... ~· ou 100cm
3 
de solo; tome-se como média 10me/100g (ou ____ ,. =.·--~~==~- 1 0me/1 00m 3). Um hectare de terra a 20cm de profundida-
de pesa de 2.000 a 3.000 toneladas; tome-se como média 
2.500Uha. 
Então tem-se que: 
1 00g de solo possuem 10me e 2.50ot = 250Keq(quilo-equivalentes) 
• ♦ 
250Keq vezes 39 (equivalentes grama do K) = 9.750kg de K . 
Pelo cálculo acima, um solo com CTC média de 1 0me/1 00g é ca-
paz de reter por adsorção 9.750 quilogramas de potássio por hectare. Se 
o solo tiver apenas 5me/1 00g, o que é comum, reterá a metade, 4.875kg 
de potássio. 
Veja-se agora a importância desse fato na cultura da soja, por exem-
plo. As raízes da soja exploram uma faixa de terra de 0,30m de largura; 
plantada no espaçamento de 0,60m, as raízes teoricamente, exploram 
cerca de 50% da área. 
Assim, tem-se que: 
50% de 9.750kg de K = 4.875kg de potássio por hectare. 
50% de 4.875kg de K = 2.473kg de potássio por hectare. 
A atual recomendação dos técnicos é de não se aplicar o nutriente 
potássio (K20) em quantidade superior a 3% da CTC do solo. 
O POTÁSSIO NO FERTILIZANTE ORGANOMINERAL 
Tem-se então que: 
3% de 4.875kg de K• = 246kg de K2O/ha; 
3% de 2.437kg de K• = 73kg de K
2
O/ha. 
57 
Suponha-se um fertilizante organomineral preparado utilizando a 
turfa como matéria-prima orgânica. Como se sabe, a legislação obriga 
que se empregue no mínimo 500kg de matéria-prima orgânica por tone-
lada de produto comercial acabado; as indústrias usam no geral até 750kg 
por tonelada de fertilizante orgânico. A capacidade de troca de cátions 
da turfa varia de 80 a 120me/1 00g; tome-se como média 1 00me/1 00g de 
turfa. 
Tem-se então: 
500kg de turfa correspondem a 500.000me ou 500eq; 
500eq vezes 39eq do K • = 19,5kg de K .. = 23,5 de K
2
O. 
Portanto, 500kg de turfa empregadas no preparo de uma tonelada 
de fertilizante organomineral podem reter, já na própria mistura, 23,5kg 
de K20, enquanto 750kg de turfa reteriam 35,2kg de K20. 
O cálculo mostra que no caso do exemplo dado para a soja, o solo 
não deveria receber mais de 73 a 146kg de K20 por hectare; mostra, 
ainda, que os 500 ou 700kg de turfa empregados no preparo do fertili-
zante organomineral podem adsorver, evitando a lavagem do potássio 
no solo, de 23,5 a 35kg de K
2
0, já na própria mistura feira na fábrica ou 
seja, respectivamente, 24 a 32% da quantidade máxima que o solo deve 
receber. 
Fazendo-se os mesmos cálculos com a matéria-prima linhito (ou 
linhita), empregada no preparo do organomineral, tem-se: 
CTC do linhito: 180 a 220me/'I 00g , média de 200me/1 00g; 
58 FERTILIZANTES ORGANOMINERAIS 
500g de linhito correspondem a 1.000.000me = 1.000eq; 
1.000eq vezes 39 (equivalente grama do K·) = 39kg de K· 
39kg de K· = 47kg de K
2
O que podem ser retidos por adsorção pelo 
fertilizante organomineral. 
Tome-se, como exemplo, a adubação da soja segundo as URECO-
MENDAÇÕES DE ADUBAÇÃO E CALAGEM PARA OS ESTADOS DO 
RIO GRANDE DO SUL E SANTA CATARINA" (50), tabela 8.1 
Tabela 8.1. Recomendações para cultura da soja para o Rio Grande do 
Sul e Santa Catarina (50). 
Teor de K· Adubação Potássica - 1 º Cultivo Potássio adsorvido 
no solo Aplicar kg/ha de ~O da dose aplicada 
Baixo 70 67% 
Médio 60 78% 
Suficiente 50 94% 
Alto :540 117% 
Pela tabela 8.1 vê-se que os 47 kg de K
2
0 que o linhito pode 
adsorver corresponde a 94 % da dose de 50kg de potássio recomendada 
para ser aplicada no primeiro cultivo e indicada para um teor considerado 
suficiente no solo. 
8.2. Experimento com potássio. Medcalf e outros (37) trabalhan-
do com composto preparado com esterco de curral, estudaram a influên-
cia desse fertilizante orgânico, do cloreto de potássio e da associação de 
ambos, formando um organomineral potássico, sobre o teor de potássio 
nas folhas de cafeeiro e na produção de café. Os resultados obtidos 
estão na tabela 8.2. 
O POTASSIO NO FERTILIZANTE ORGANOMINERAL 59 
Tabela 8.2. Relação entre níveis de potássio nas folhas e produção de 
café após a aplicação de cloreto de potássio (KCI) associa-
do ou não ao composto (37). 
Tratamento K' nas folhas Safra de 1954 Aumen1os 
folhas kg/parcela em% 
Testemunha 1,0 2.226 (100%) 
KCI 1,8 13.697 615 
Composto 2,0 15.903 714 
KCI + composto (organomineral)2,3 18.044 810 
Na figura 8.1 estão representados graficamente os resultados dos 
experimentos com cafeeiro. 
Niveis de K+ em folhas Produção de grãos 
de cafeeiro em% em kg/parcela 
O O, 5 1, O 1, 5 4 O 4 5 O 5 10 15 20 . 
' . . 
1 TESTEMUNHA TESTEMUNHA 
KCl 
1 KCl 
COMPOSTO 1 COMPO~TO r t-----
KCl + COMPOSTO 
1 
KCl + COMPOSTO 
Figura 8.1. Níveis de potássio em folhas de cafeeiro e produção de grãos 
pela aplicação de cloreto de potássio (KCI), de composto e 
de ambos, como organomineral. 
60 FERTILIZANTES ORGANOMINERAIS 
9. MACRONUTRIENTES SECUNDÁRIOS E 
MICRONUTRIENTES NO ORGANOMINERAL 
9.1. Macronutrientes secundários. u A pretensão humana de 
reformular a natureza tem receita simples: N + P + K 
- nitrogênio, fósforo e potássio - em combinações 
diferentes de acordo com o que se presumiam ser a 
necessidade de cada cultura. O resultado dessa pre-
tensão também foi bem simples: um udesastreº, diz o 
Globo Rural5 • Ainda na mesma revista: use continu-
armos a aplicar apenas nitrogênio, fósforo e potássio 
em nossos solos vamos sofrer um prejuízo incalculá-
vel - afirma o pesquisador Euripedes Malavolta, da 
Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queirozº 
(ESALQ), de Piracicaba, SP. Malavolta tem razões para fazer uma adver-
tência tão grave. Ele e sua equipe estudaram os resultados de 40.000 
amostras de solo feitas em São Paulo, Minas Gerais e Paraná e conclu-
íram que os solos brasileiros precisam de muito mais enxofre, cálcio, 
magnésio e cobre, por exemplo, do que tem recebido, porque estão mui-
to desequilibrados e a própria ciência agronômica apenas intúi as corre-
lações entre os mais de oitenta sais minerais existentes no soloº. 
Realmente, os produtores de fertilizantes e os agricultores não tem 
dado a devida importância que os nutrientes cálcio, magnésio e enxofre 
desempenham na nutrição vegetal e, consequentemente, na produção 
agrícola. 
Desses três macronutrientes, o caso mais grave é o do enxofre. O 
Brasil não possui jazidas desse elemento químico, daí milhões de dóla-
res serem gastos na importação de enxofre. Com esse uenxofre-dólar" 
importado fabrica-se o ácido sulfidrico (H SO ) e com ele se ataca a apatita, 
rocha fosfatada que contém fosfato tri~álc~o, solúvel somente em áci-
dos concentrados; como resultado dessa reação obtém-se o superfosfato 
simples ( 18% de P 20 5), fertilizante composto de fosfato monocálcio, so-
lúvel em água, e sulfato de cálcio (gesso). 
1 
GLOBO RURAL, páginas 22-28, julho de 1987 
MACRONUTRIENTES SECUNDÁRIOS E MICRONUTRIENTES... 61 
Tratando a mesma quantidade de apatita com cerca do dobro da 
quantidade de ácido sulfúrico empregado para fabricar o superfosfato 
simples, obtém-se o ácido ortofosfórico (H
3
PO 
4
), líquido xaposo, mais 
gesso, que é separado por processamento especial e fica inutilmente 
estocado no pátio das fábricas; para cada tonelada de P 
2
0
5 
produzida 
na forma de ácido fosfórico, 4,5 toneladas de "gesso-dólar" são geradas, 
sendo seu acúmulo um verdadeiro transtorno para as _indústrias. Com o 
ácido fosfórico (sem "gesso-dólar"), ataca-se nova porção de apatita e 
obtém-se o superfosfato triplo (42% de P 20J. 
Fazendo-se o ácido fosfórico reagir com a amônia (NHJ, obtém-se 
o fosfato monoamônico (MAP) ou o fosfato diamônico (DAP), fertilizan-
tes concentrados, para cuja produção emprega-se o ácido sulfúrico con-
tendo o "enxofre-dólar", mas que não apresentam enxofre em suas com-
posições. 
O Brasil tem déficit de dólares e está gastando essa moeda na 
importação de enxofre para produzir superfosfato triplo, MAP e DAP, fer-
tilizantes que não levam esse valioso nutriente. Enquanto no superfosfato 
simples o enxofre na forma de "gesso-dólar'' está obrigatoriamente inte-
grado, nos demais inexiste. Com a desculpa de reduzir o frete do fertili-
zante e a mão-de-obra da aplicação, a indústria continua produzindo esses 
insumos concentrados. Acontece que o agricultor, adquirindo superfosfato 
triplo, MAP, DAP ou fórmulas que os contenham, está pagando o preço 
gasto na compra do "enxofre-dólar' sem recebê-lo; está pagando por 
uma tecnologia sofisticada para serem produzidos fertilizantes mais con-
centrados que não contém nenhuma forma diferente de fosfato assimilável 
pelas raízes das plantas; explicando melhor, o superfosfato simples, o 
t_riplo, o MAP e o DAP, fornecem à planta os mesmos radicais H2PO 4; a 
unica diferença é o super triplo não conter gesso, dai ser mais concentra-
do, e o MAP e DAP terem, além do fósforo , 9 e 16%, respectivamente, de 
nitrogênio; essas quantidades são menores que as da uréia, que contém 
45% de nitrogênio. 
Voltando ao artigo da revista Globo Rural: "É claro que o NPK 
concentrado representa uma enorme economia durante o transporte -
reconhece o professor Euripedes Malavolta. O problema é que só agora 
se conhecem, também, os prejulzos que essa "economia" poderá causar 
no futuro, e os que já foram causados, tornando os solos exaustos, 
desestruturados e incapazes de reagir como antes ao próprio adubo con-
--------------------------------
62 FERTILIZANTES ORGANOMINERAIS 
centrado. Na qualidade biológica dos vegetais produzidos por esses so-
los desequilibrados, então nem se fala. E não é por falta de aviso: as 
experiências do francês Chaboussou comparando a qualidade dos 
aminoácidos (proteínas) dos vegetais produzidos apenas com NPK com 
os de plantas tratadas com manejo orgânico, constataram diferenças gri-
tantes em favor do segu~do grupo. A explicação para isso é a capacida-
de dos solos ricos em húmus e matéria orgânica de manter uma dosa-
gem hannoniosa dos minerais contidos em sua solução". 
Diz ainda a revista: "Se a harmonia entre os nutrientes é mais im-
portante que sua quantidade, é fácil deduzir-se que eI ,1panturrar um solo 
com apenas três elementos minerais é a melhor forma de desequilibrá-lo 
e empobrecê-lo. Também é fácil concluir que nossa indústria de adubos 
está no caminho errado, utilizando um trabalhoso processo para promo-
ver a transformação de um bom fertilizante em maus concentrados. Essa 
idéia é reforçada pela esmagadora maioria de pesquisadores mais avan-
çados da agronomia brasileira". 
Para economizar o enxofre-dólar tem-se procurado produzir o fosfato 
natural parcialmente acidulado, em cuja fabricação se emprega menos 
ácido sulfúrico no ataque à rocha fosfatada; com esse tratamento forma-
se, além do gesso, o fosfato monocálcico, solúvel em água, o fosfato 
dicálcico, cujo teor em fósforo é por lei determinado em citrato de amônio 
mais água, formas nutrientes perfeitamente assimiláveis pelas raízes. 
Em conclusão: os fertilizantes concentrados, como regra geral, não 
contêm nutrientes secundários; as fórmulas comerciais concentradas, 
consequentemente, também não os têm. A legislação permite que o pro-
dutor indique na etiqueta da sacaria, além dos teores de macronutrientes 
primários, NPK, os conteúdos de macronutrientes secundários, Ca, Mg e 
S, dos quais nossos solos são muito carentes. 
A legislação brasileira tem uma exigência mínima para as quanti-
dades de macronutrientes secundários associados aos macronutrientes 
primários que é a seguinte: garantias minimas expressas em porcenta-
gem ou partes por milhão (42) . 
Cálcio (Ca) ............ 0,0100% (cem décimos) ou 100ppm 
Magnésio (Mg) ... ... 0,0100% (cem décimos) ou 1 00ppm 
Enxofre (S) .... .. .. ... 0,0100% (cem décimos) ou 1 000ppm 
MACRONUTRIENTES SECUNDÁRIOS E MICRONUTRIENTES ... 63 
Concitamos a todos os produtores de fertilizantes organominerais 
que empreguem na formulação de seus produtos o superfosfato sim-
ples, ou outros fertilizantes contendo cálcio, magnésio e enxofre, como 
os relacionados na tabela 9.1 e não deixem de indicá-los nas etiquetas 
apostas nas sacarias. 
Tabela 9.1. Fertilizantes minerais contendo macronutrientes primários e 
portadores de macronutrientes secundários (garantias mí-
nimas exigidas pela legislação brasileira) (42). 
Fertirczante Mineral 
Nrtrato de amônio e cálcio 
Nrtrosulfocãlcio 
Sulfatode amônlo 
Cloreto de amônlo 
Sulfonitrato de amônlo 
Cianamida de cálcio 
Sulfonltrato de amónio e magnésio 
Fo5fossulfato de amônio 
Superfosfato simples amonlado 
Super triplo amõnlo 
Macronutnentes 
Primários e 
20%deN 
25%deN 
20%deN 
25%deN 
25%deN 
18%deN 
19%de N 
13%de N 
20%de P~O~ 
1%deN 
14%de P:O!> 
38%de PP~ 
Macronutrientes Secundários 
Micronutrientes CI 
2a 8%deCa 
1 a5% deMg 
3a5%deS 
3a 5% de Ca 
22a24%deS 
62a66% deCI 
13a15%deS 
28 a38% deCa 
12a 14% deS 
3,5%deMg 
14a 15% deS 
15 a 19% deCa 
sumJnoO 
64 FERTILIZANTES ORGANOMINERAIS 
Fertilizante Mineral Macronutrientes Macronutnentes Secundários 
Primários e Micronutrientes CI 
Nitrofosfato 14% de N 8a 10% deCa 
18% de P
2
0 ~ 
Escórias de Thomas 12% de P 20 ~ 20 a29% de Ca 
0,4a3% deMg 
Hiperfosfato, pó 30% de P:01 30 a-1% dcCa 
Hiperfosfato, granulado 28% de Pl Os 30 a34% deCa 
Superfostato simples 18% de P.O~ 18a20% deCa 
10a12% deS 
Superfosfato duplo 28% de P,Os 18 a20%deCa 
6 a 8% de S 
Superfosfato triplo 41 %de P_O~ 12a14%deCa 
Fosfato natural parcialmente 20%de P~O. 25 a27% deCa . , 
acidulado 0a6% deCa 
0a2%deMg 
Termofosfato magnesiano 17%deP:O~ 
7%de Mg 12 a 14% deCa 
Fosfato dlcâlclco 38% dePp~ 12 a 14c:,;., deCa 
Tenno-fosfato 16% de P .O, 12a15% deS ' , 
3 a 5% de S 
1 a 2% deMg 
Cloreto de potássio 58% de K 10 45 a 28% de CI 
Sulfnto de pol ssio 48% deK..O 15u17 , deS 
Oa 1,2%deMg 
Sulf ~ lo lia potê'lsslo o mognóslo 18% de K.O 22 a 24° ' de S 
1 a 2 ~ d CI 
ulf JIO do m gn lo 9'" de Mg 12 s 1-t% deS 
MACRONUTRIENTES SECUNDÁRIOS E MICRONUTRIENTES .. 65 
9.2. Micronutrientes. Os micronutrientes zinco . boro, cobre e 
molibdénio são geralmente aplicados no solo junto a minerais ou 
organominerais , na forma de sais solúveis. Notando-se deficiência des-
ses nutrientes na planta, pode-se recorrer com sucesso à adubação foliar; 
os micronutrientes ferro e manganês na forma de sais solúveis não de-
vem ser aplicados diretamente no solo ou em mistura com fertilizantes 
minerais por serem facilmente insulibilizados. Esse problema, no entan-
to, pode ser controlado misturando-se os sais solúveis de ferro e manganês 
previamente com o fertilizante orgânico humificado usado no preparo do 
organomineral; é que o fertilizante orgânico humificado contém quelados6 
que impedem a insolubilização. O quelado metálico, por exemplo o 
quelado de ferro ou de manganês, são solúveis em água, mas o elemen-
to químico sequestrado não se ioniza nem se liberta para formar outros 
compostos quando em presença de agentes precipitantes, como os 
fosfatos e os hidróxidos. O aprisionamento ou quelação do cátion se dá 
sem ocorrer reação entre o metal e o quelado. Os quelados são excelen-
tes fontes de micronutrientes metálicos para suprimento às culturas (60). 
( 1). 
Quanto aos micronutrientes, a legislação brasileira tem a seguinte 
exigência: "nos produtos com micronutrientes, estes serão indicados na 
sua forma elementar, com as garantias mínimas expressas em percenta-
gens ou partes por milhão como segue: 
boro {B) . ...... . 0,0200 (duzentos décimos milésimos) ou 200ppm 
cloro (CI) ...... O, 1000 (mil décimos milésimos) ou 1 00Oppm 
cobalto (Co) ... 0,0005 {cinco décimos milésimos) ou Sppm 
cobre (Cu) .... 0,0500 (quinhentos décimos milésimos) ou S00ppm 
ferro (Fe) ..... . 0, 1000 (mil décimos milésimos) ou 1 000ppm 
manganês(Mn) 0,0200 (duzentos décimos milésimos) ou 200ppm 
molibdênio(Mg) 0,0005 (cinco décimos milésimos) ou Sppm 
zinco (Znm) 0,0500 (quinhentos décimos milésimos) ou S00ppm 
O termo que lado vem do grego "cheia . cJo inglês "cheia, om português quola significa a garra ou pinça de 
artrópodes como a aranha. da palavra que la velo o alljelrvo quolado (pinçado, sequestrado). a traduç.lo 
do inglês "cheia te" por quelato é Incorrei a 
66 FERTILIZANTES ORGANOMINERAIS 
As plantas que mais tem apresentado deficiências de 
micronutrientes estão relacionadas a seguir (6): 
Boro: algodão, café, ervilha, girassol , laranja, limão, mamão e 
tangerina. 
Zinco: arroz, banana, cacau, café, laranja, limão, mamão, man-
dioca, milho e tangerina. 
Molibdato: brocolos, couve-flor, ervilha, feijão-vagem, quiabo 
e repolho. 
Tem sido constatado deficiência do nutriente secundário enxofre . 
nas seguintes culturas: arroz, banana, ervilha, feijão, girassol, milho, sorgo-
granifero e trigo. 
PREPARO DO ORGANOMINERAL 67 
10. PREPARO DO ORGANOMINERAL 
O preparo do fertilizante organomineral tem sido feito 
quase que exclusivamente pelas indústrias. Todavia, a 
mistura dos fertilizantes orgânicos com os minerais pode 
ser feita pelo agricultor na sua propriedade agrícola de 
dois modos: manualmente, da mesma maneira como os 
pedreiros batem a mistura de cal e areia para preparar 
argamassa; mecanicamente, se a propriedade dispuser 
de uma betoneira ou outro tipo de misturador. 
É importante que o fertilizante orgânico esteja finamente moído, o 
que constitui uma dificuldade para o agricultor que não dispuser de moi-
nho; é importante também que a mistura seja bem feita, pois, do contrá-
rio, ao se fazer a adubação no campo, a distribuição será imperfeita. 
Para se ter uma idéia da importância de se misturar bem os fertilizantes 
empregados, cito o caso de uma pequena indústria de fertilizante 
organomineral; testando sua instalação usando pequeno misturador, ve-
rificou-se que o produto obtido não apresentava boa homogeneidade; as 
proporções juntadas eram corretas, no entanto, as proporções de N-P/K, 
determinadas por análise de laboratório, não correspondiam à fórmula 
desejada; assim, por exemplo, tinham ora, excesso de potássio e falta de 
nitrogênio, ou vice-versa; isso acontecia devido ao pequeno tempo de 
residência dos fertilizantes no misturador. Com a substituição desse equi-
pamento por outro mais longo, proporcionando maior tempo de residên-
cia, o defeito foi sanado. Anote-se que uma fórmula 6-6-6, por exemplo, 
com concentração de 18% de NPK, se for mal misturada e a análise da 
amostra colhida pelo fiscal do Ministério da Agricultura mostrar a propor-
ção, por exemplo, de 4-8-8, somando-se 20%, o produtor será multado; 
mesmo a concentração total sendo 2% acima da garantia, a legislação 
exige que cada nutriente tenha, no minimo, o teor indicado, com tolerân-
cia de 1 % na soma de N+P+K; não tolera que um só nutriente tenha 
menos de 1 % da garantia oferecida pelo produtor. 
O costume de certos agricultores de distribuir o fertilizante orgânico 
no fundo do sulco e sobre ele o fertilizante mineral, não produz o mesmo 
68 FERTILIZANTES ORGANOMINERAIS 
efeito que faria um fertilizante organomineral preparado industrial~ente. 
Como foi visto no Capítulo 7, as vantagens proporcionadas pela mistura 
e pelas combinações químicas dos dois fertilizantes - orgânico e mineral 
- só acontecem quando eles são bem incorporados um ao outro. 
Preparo industrial do organomineral . Para o funcionamento de 
uma fábrica a legislação exige primeiramente o registro do estabeleci-
mento, o chamado EP, que recebe um número; obtido o EP, providencia-
se o registro das fórmulas , apresentando com detalhes a relação dos 
fertilizantes e proporções das matérias-primas empregadas nas suas com-
posições. A legislação exige que a fábrica tenha os seguintes equipa-
mentos, os quais serão vistoriados e aprovados pelo fiscal do Ministério 
da Agricultura, para então a indústria passar a produzir (42) : 
Instalações e equipamentos de produção 
a) unidade de armazenamento da matéria-prima; 
b) equipamento de movimento da matéria-prima; 
c) unidade industrial com capacidade para obtenção do produto 
dentro das garantias, especificações e normas técnicas; 
d) unidade embaladora; 
e) unidade de armazenamento do produto acabado. 
Matéria-prima orgânica. A indústria pode utilizar-se de uma ou 
mais fontes de fertilizante orgânico de boa qualidade, finamente moldo e 
rico em húmus. Na indústria, o fertilizante orgânico pode receber correções 
qulmicas ou beneficiamento paramelhorar a granulometria ou outra pro-
priedade física. O fertilizante orgânico rico em húmus já tem naturalmen-
te boas propriedades físico-químicas (capacidade de troca catiônica -
CTC, superfície especifica, etc.). 
Há fábricas que no preparo do organomineral empregam o fertili-
zante orgânico na forma de pó, outras granulam esse adubo e juntam a 
ele fertilizantes contendo N-P-K adquiridos na forma de grânulos (N e P) 
ou de plaquetas (K); o produto comercial neste caso é denominado mis-
tura de grânulos; nesse produto pode-se distinguir a olho nú os fertilizan· 
tes orgânicos, nitrogenados, fosfatados e potássicos empregados, quer 
pelo aspecto, quer pela coloração. 
PREPARO DO ORGANOMINERAL 69 
Outras fábricas misturam todos os fertilizantes. orgânico e mine-
rais , na forma de pó e granulam essa massa, obtendo o fertilizante 
organomineral denominado granulado; nesse produto comercial não é 
possível distinguir a presença de cada um dos componentes emprega-
dos na sua fabricação. 
Pesagem e mistura. Decidida a fórmula a ser preparada e, calcu-
lada a quantidade de cada componente orgânico e mineral, efetuam-se 
as pesagens e a mistura; do misturador o produto é encaminhado para 
um depósito ou silo estrategicamente localizado em posição elevada, 
para dele ser posteriormente descarregado por gravidade. O fertilizante 
organomineral vendido na forma de pó vai diretamente para a ensacadeira: 
o vendido na forma granulada, a mistura vai para o granulador. 
Granulação. O aparelho granulador consta de um grande cilindro 
disposto horizontalmente, possuindo movimento de rotação, recebendo 
continuamente a mistura de fertilizantes; nela aplica-se um jacto de água 
atomizada, sob forte pressão, quente ou fria, ou ainda, em outros pro-
cessos, água na forma de vapor produzido por caldeira; pela rotação, 
pelo tombamento do material no granulador e pela adição de água 
atomizada na quantidade correta, o fertilizante passa da forma de pó 
para a granulada. 
Secagem. O passo seguinte é a remoção da água aplicada, reali-
zada em secador cilíndrico rotativo; pela boca de entrada o adubo granu-
lado recebe calor produzido pela chama de um maçarico a óleo; um ven-
tilador instalado na saída do secador injeta uma contracorrente de ar frio, 
favorecendo o resfriamento. O fertilizante organomineral granulado deve 
ter cerca de 1 O a 20% de umidade, para poder ser ensacado sem provo-
car embuchamento na ensacadeira . Existem outros modelos de 
granuladores e secadores, sendo os aqui descritos os mais usuais nas 
instalações em funcionamento no pais. 
Resfriador. Do secador, o fertilizante ainda quente é encaminhado 
para o resfriador, onde perderá o calor que ainda mantinha, para poder 
ser embalado em sacaria de plástico. Do resfriador o organomineral vai 
para o silo da ensacadeira. 
Ensacadeira. O equipamento recebe o fertilizante do silo 
alimentador da ensacadeira; empregam-se geralmente sacos valvulados 
que dispensam costura, com capacidade para 50kg de fertilizante . 
70 FERTILIZANTES ORGANOMINERAIS 
Depósito. Da ensacade1ra, as sacarias são encaminhadas para o 
depósito de produto acabado, pronto para ser comercializado; cada saco 
de fertilizante deve ter obrigatoriamente no rótulo ou em uma etiqueta os 
dados da fábrica e os parâmetros referentes ao tipo de organomineral 
garantido pelo produtor. 
111111 li 
l&IIILl•lllll 
....... 
10.1. Principais fontes de matéria-prima para 
a fabricação de organomineral. As cerca de trinta fá-
bricas de organomineral instaladas no pais empregam 
como matéria-prima orgânica no preparo do fertilizan-
te organomineral, praticamente, apenas três materiais. 
turfa, linhito e cama de aviário . 
Turfa. A turfa é uma substância fóssil . 
organomineral, de consistência branda quando molha-
da e tenaz quando seca: tem coloração variável entre o cinza e o preto , 
havendo turfas avermelhadas graças à pigmentação do óxido de ferro; a 
coloração negra é dada pelo alto teor de ulmina. 
A turfa é um produto de idade geológica recente, resultado da de-
composição de vegetais de pequeno porte que crescem e se desenvol• 
vem em condições subaquáticas. As massas vegetais que se depositam 
na formação da turfeira estão também os esqueletos e restos animais, 
suas dejeções e partes quitinosas dos insetos. 
Uma característica importante da turfa é sua alta capacidade de 
retenção de água - CRA, quando em seu estado natural. na turfeira. 
alcançando 400 a 800%, ou seja, 4 a 8 vezes seu próprio peso; retirada 
da turfeira e posta para secar, a capacidade de retenção de água já não 
será a mesma, pois então será muito menor, às vezes não ultrapassando 
os 100%. 
As boas turfeiras chegam a ter 80 a 90% de matéria orgânica total; 
para uso agrlcola é desaconselhável o emprego de turfas com menos de 
40% de matéria orgânica total. O índice pH da turfa é bai o. pois. o suco 
celular das plantas e os resíduos animais apresentam reação ácida. 
decomposição de componentes orgânicos da turfeira é anerób1a. o ar-
rendo na ausência de oxigênio e as reações químicas predorninJntes 
são de redução, favorecendo a formação de substâncias ácid s 
--
PREPARO DO ORGANOMINERAL 71 
A turfa é rica em substâncias coloidais, formando emulsões com a 
água; são eletronegativas, adsorvendo os cátions amõnio, potássio, cál-
cio , magnésio e os micronutrientes metálicos , ferro , cobre , zinco e 
manganês. 
Outra característica importante da turfa como matéria-prima para 
preparar o organomineral é sua elevada capacidade de troca de cátions 
- CTC. Nas boas turfas a CTC varia de 80 a 120me/1 00g de material, 
cerca de dez vezes mais que a CTC média dos solos. Esta propriedade 
de reter cátions, considerados nutrientes vegetais, vem em abono da 
recomendação do emprego da turfa como matéria-prima para fabricação 
do organomineral. 
O preparo da turfa, para ser empregada na fabricação do 
organomineral, consiste em se corrigir o pH originalmente ácido. Outros 
tratamentos podem ser empregados, como a aplicação de amônia anidra 
sob calor e pressão ou simplesmente juntando solução amoniacal a 24%. 
Os experimentos demonstraram que o nitrogênio da turfa amonizada 
comportou-se melhor que o nitrogênio fornecido pelos fertilizantes mine-
rais nitrogenados. Aplicando-se à turfa ácido fosfórico e neutralizado em 
seguida a acidez gerada com amônia ou amoníaco, obtém-se o produto 
denominado humofosfato: a neutralização do ácido fosfórico também pode 
ser feita com potassa cáustica comercial, obtendo-se um produto rico em 
fósforo com nitratos ou amônia. A turfa, se tratada com cloro antes da 
aplicação da amônia, aumenta a solubilidade da matéria orgânica; outro 
tratamento consiste em passar ar ozonizado na base de 200 a 550g de 
ozônio por quilograma de turfa ou 40 a 240g de ozônio por kilograma de 
massa de humatos alcalinos separados da turfa. 
A turfa é um meio interessante e prático de se levar ao campo os 
micronutrientes metálicos, graças à sua elevada CTC e à presença de 
quelados. 
Llnhito ou linhita. É um carvão fóssil, formado pela decomposição 
de materiais lenhosos e restos de vegetais macerados, de coloração cin-
za escuro ou castanho, podendo se apresentar até mesmo preta. O linhito 
é formado em terrenos do Terciário, apresenta alto teor de umidade, é 
amorfo, com textura fibrosa ou aspecto de madeira carbonizada. Expos-
to ao ar, por dessecação, tem t2ndéncia de se desintegrar por 
esfoliamento . O linhito é um material c~.ja degradação encontra-se entre 
72 FERTILIZANTES ORGANOMINERAIS 
a turfa e o carvão antracito betuminoso. Jazidas de linhito foram localiza-
das em Gandarela e Fonseca, Minas Gerais; em Caçapava, São Paulo; 
em Tabatinga e Benjamin Constant, no Amazonas; Bagé e Distritos de 
Candiota e Minas do Leão. Rio Grande do Sul. 
As substâncias húmicas são os principais constituintes do linhito, 
derivados que são da parte estrutural lenhosas das plantas e árvores 
que lhe deram origem. A intensa decomposição sofrida por esses resídu-
os levou-os à condiçãode colóides, os quais com a presença de água 
deu um hidrossol e, posteriormente, com a perda de água, floculou , pas-
sando ao estado de hidrogel . como é encontrado. 
A industrialização do línhito. para obtenção de matéria-prima para 
fabricar o organomineral. se faz corrigindo-se o pH com calcário ou me-
lhor ainda, com hidróxido de potássio (potassa cáustica xaroposa, co-
mercial), que o neutraliza e o enriquece com o nutriente potássio. Tratan-
do-se o linhito com ácido nítrico a 5%, oxida-se a porção de matéria orgâ-
nica crua nele existente, preparando-se assim o material para combinar-
se com o amoníaco ou com gás amômia que se lhe aplica em seguida. A 
amonização neutraliza o excesso de acidez deixada pelo ácido nitrico 
que não reagiu, com o qual forma nitrato de amônia. O linhito assim tra-
tado chega a ter 9% de nitrogênio total. Outro processo, patenteado no 
exterior, consiste em tratar o linhito com água oxigenada em meio alcali-
no, a pH 12. 
Segundo a legislação brasileira, o linhito para ser comercializado 
como fertilizante orgânico simples ou logicamente, recomendado como 
matéria-prima para o organomineral, deve apresentar os seguintes 
parâmetros: umidade máxima de 25%; matéria orgânica total mínima de 
30%; índice pH mínimo de 6,0; relação C/N máxima de 18/1 e nitrogênio 
total mínimo de 1 %. Para a fabricação do organomineral, é importante 
que a umidade máxima não ultrapasse 15% e o teor de matéria orgânica 
total seja superior a 40%. 
Estercos e camas animais. Os estercos de mamíferos. bem como 
o de aves ou suas camas, devidamente preparados, constítuen1 outra 
fonte de matéria-prima orgânica para a fabricação do fertilizante 
organomineral. Os estercos ou camas necessitam ser previamente de-
compostos para que a matéria orgânica crua se transforme em húmus e 
sais minerais. Pela decomposição microbiana, o material sofre uma in-
PREPARO DO ORGANOMINERAL 73 
tensa decomposição química resultando substâncias inteiramente dife-
rentes daquelas que lhe deram origem; ao mesmo tempo ocorre uma 
demolição física dos materiais vegetais e animais, gerando os colóides, 
responsáveis pela atividade físico-químicas do fertilizante. As sementes 
e ervas daninhas por acaso existentes são destruídas pelo calor desen-
volvido ou são digeridas pelos microrganismos responsáveis pela de-
composição microbiana da matéria orgânica. 
O esterco de aves ou as camas de aviário devem estar pelo menos 
semicurados (bioestabilizados). Os estercos e camas dos mamíferos 
devem preferivelmente estar bem curados (humificados). Ambos os es-
tercos devem ser finamente moídos para serem empregados no preparo 
do organomineral; e, para serem bem moídos, é necessário que estejam 
com baixa umidade. 
Tortas vegetais. A sementes oleaginosas após sofrerem 
prensagem para extração do óleo, deixam como resíduo um subproduto 
comercialmente conhecido como torta vegetal. As tortas constituem im-
portante componente das rações animais, alcançando preços mais ele-
vados do que quando vendidas como adubo. Tortas que se deterioram 
pelo mau armazenamento ou outro motivo, tornando-se imprestáveis para 
a fabricação de rações, podem ser tratadas e empregadas na fabricação 
do organomineral. 
Composto de lixo domiciliar. O adubo orgânico obtido em usinas 
de compostagem de lixo, devidamente seco, peneirado, moído e penei-
rado fino mais uma vez, pode ser usado na fabricação do organomineral. 
Há uma fábrica na cidade de São Paulo que faz esse tratamento e lança 
o produto no mercado como fertilizante orgânico ou substrato para va-
sos, vendidos em sacos nos supermercados e lojas de artigos para la-
voura. 
Com o desenvolvimento da campanha de seleção domiciliar do lixo, 
dele separando-se latas , vidros, plásticos, metais, papéis, papelões e 
outros materiais recicláveis, o lixo fica muito mais rico em matéria orgâni-
ca e livre da maior parte dos inertes ou contaminantes; tal lixo será no 
futuro, um excelente fertilizante orgânico e uma matéria-prima especial 
para fabricar organomineral, pois em sua composição se encontrará, prin-
cipalmente, restos de frutas, de verduras e de comida. O composto de 
lixo domiciliar é no momento o adubo mais barato encontrado no merca-
do. 
74 FERTILIZANTES ORGANOMINERAIS 
Outras fontes de matéria orgânica para serem usadas no preparo 
do organomineral estão descritos no livro "Fertilizantes orgânicosº (32). 
10.2. Cálculo das misturas. As quantidades de fertilizantes mine-
rais e orgânicos a serem empregadas no preparo do fertilizante 
organomineral, bem como os teores de umidade e ma-
..,._ ____ ., téria orgânica desejados no produto comercial acaba-
do, podem ser estimados rapidamente por intermédio 
das tabelas 10.1 e 10.2. 
1 º exemplo: suponha-se que se pretenda prepa-
rar um fertilizante organomineral a partir de uma maté-
ria-prima orgânica com 20% de umidade e que a mistu-
------- ra conterá 600kg de fertilizante orgânico e 400kg de 
minerais. Pela tabela 10.1, ligando-se a coluna 20% com as linhas que 
contém os números 600 e 400 à esquerda, tem-se que a umidade do 
organomineral será de 14%. Vê-se pela tabela que fertilizantes orgâni-
cos com mais de 35% de umidade não devem nem podem ser emprega-
dos. 
2º exemplo: tem-se um fertilizante orgânico com 60% de matéria 
orgânica e deseja-se preparar um fertilizante organomineral; consultan-
do-se a tabela 10.2, localiza-se na primeira coluna da esquerda, o valor 
60% e vê-se nessa linha, que as quantidades de fertilizante orgânico a 
serem usadas para preparar o organomineral devem estar entre 500 e 
667kg; portanto, as quantidades de fertilizantes minerais necessárias para 
completar uma tonelada de mistura devem estar entre 500 e 333kg (1000 
- 500 = 500 e 1000 - 667 = 333); se o peso da mistura NPK der 362kg, 
deve-se juntar 638kg de fertilizante orgânico para se obter uma tonelada 
de fertilizante organomineral; nesse caso, a tabela 10.2 indica que o teor 
de matéria orgânica resultante no organomineral será cerca de 38% (por 
cálculo, 38,28%), pois o número 638 é mais próximo de 633. Inversa-
mente, por exemplo, para preparar uma fórmula de fertilizante 
organomineral pesando a mistura de fertilizantes minerais 458kg, deve-
se empregar, 542kg de fertilizante orgânico para completar uma tonela-
da (1000 - 458 = 542); consultando-se a tabela 10.2, vê-se que não se 
pode preparar esse fertilizante organomineral com matéria-prima orgâni-
ca contendo menos de 46% de matéria orgânica, e que daria 25°/o o 
minimo permitido por lei de matéria orgânica no produto acabado; outra 
alternativa é usar fertilizante mineral mais concentrado, então se poderá 
empregar maior quantidade fertilizante orgânico mais pobre em matériJ 
orgânica. 
-
Tabela 10.1. Teor de umidade do fertilizante organomineral resultante da mistura entre fertilizante orgânico 
(FO) com diferentes conteúdos de umidade e fertilizantes minerais (FM), supondo que conte-
nham 5% de água livre (*). 
FO.m FM.m Umldect. do fertittnnte OfU6nk:o {mat"19-i)rima Q!Sllnlca} 
~ m 10 12 1-4 ,e 18 20 22 24 26 28 30 32 - 34 ~ 
5X) m> 7,50 8,50 fl/50 10,5> 11,5> 12,50 13,!50 14.~ 1S,5l HS,&l 17,'!D 18,50 1g,S) 20,00 
~o 4i30 7/;13 8.S7 Q,Cilli> 10,61 1T,G3 12.65 13.67 14.eQ 115. 7'1 16,73 17,75 16,77 1'3.79 
520 430 7,00 8,'54 9,ee 10,72 11,76 12.eo 13,84 14,88 15,92 16,00 18,00 19,04 10,08 
530 470 7.ffi 8,71 9,77 10,83 11,89 12,95 14,01 15,07 16,13 17,19 18,25 18,31 
5«l «JO 7,70 8,78 9,88 10,94 12.02 13,10 14,18 15,26 10,34 17,42 18,50 19,58 
e:51:) .,e) 7,75 8,65 ~Sil5 11,0S 12.1$ 13.25 14.35 15,45 1e,~ 17,ff> 18,75 1Q,85 
eeo 440 7,80 8,92 10,04 11,16 12,2B 13,«> 14,52 15.54 16,76 17,88 18,CX) 20,12 
570 .G) 7JJ5 6,88 10,13 11,27 12.41 13,55 1,4,ee 15,83 16,97 18,11 18,25 
'5eO 420 1/X) 9,08 10,22 11,38 12.54 13,70 14.86 16.02 17,18 18,34 19,50 
510 410 7,95 8,13 10,31 11,48 12,G'T 13,85 15,03 16,21 17,:S 18,57 19,75 
~ 4)() e.oo 9,20 10,«> 11,tlO 12,eo 1 ◄,00 15,20 16,4'J 11.m 1e,eo .20,00 
810 3,() a.os e;n 10.~ 11,71 12.~ 1 ◄.15 15.37 16,SG 17,8119,CX, 
e:20 300 8.10 Q,34 10.S, 11,82 13,oe 14,30 15,54 U!,78 18,CZ 19.2' 
ex, 370 8,15 8,41 10,67 11,93 13, 1g 14,45 15,n 16,07 18,23 18,~ 
640 360 6.20 9,46 ,0;1e 12.04 13,32 1-4,a::> 1s,ae 17,16 18,"44 18,72 
tf:jC) 350 8,25 9,55 10.85 12,15 13,46 1 ◄,75 16,(6 17,36 18,65 19,Q6 
m:> 3«l 8~ 9,62 10,94 12,26 13,58 14,00 16,22 17,54 16,etS 20,18 
tS70 3X1 8,315 a,oo 11,03 1Z37 13,71 15.05 16,39 17,73 18,07 
eeo 320 8,«> 9.,76 11, 12 12,46 13,64 15,20 16,56 17,92 19,28 
eg() 310 8 ,415 9,83 11,21 12.59 13,97 15,35 16,73 18,11 19,43 
700 3)0 8,50 8,80 11,3) 12.70 14,10 16,fiD 18,90 16,3) 18,70 
710 290 8.55 91}7 11,39 12.81 14,Z3 15,(55 17,07 18,48 19,91 
720 280 e.eo 10,04 11,-48 12,92 14,36 15,eo 17,24 18,58 20,12 
TYJ 270 8,815 10.11 11.ST 13,03 14.43 16,Q5 17,41 18,87 
7«J 200 8,70 10,16 11,0C 13,14 14,62 16,10 17,58 18,oe 
150 ~ 875 1025 11 75 1 25 1 75 1<525 1775 1825 
M ivre é • w)Q)f__.o cu,uta para a.e designer o ·umidade" dos fartimntes minerais; essa nomenotatura especial ó de'lido ao 
fato de • dei~ também eor NPOclal, tato é, fria em eelufe a 50 graus Cel&luu e aob v~. 
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76 FERTILIZANTES ORGANOMINERAIS 
Tabela 10.2. Quantidade de fertilizante orgânico (FO) em kg/ha a ser 
tomada, de acordo com a porcentagem de matéria orgâni-
ca (MO) contida no FO, para compor uma tonelada de ferti-
lizante organomineral, cujo teor de MO é previamente de-
sejado. 
Porc:en- Porcentagem de matéria orgãnica no organomineral 
tagemde 25 26 27 28 29 30 31 . 32 33 34 35 36 37 38 39 40 
NiOnoPO ···•-kg/t 
35 714 743 771 800 
36 694 722 750 778 
37 676 703 730 757 784 
38 658 684 711 737 763 789 
39 641 667 692 718 744 769 795 
40 625 650 675 700 725 750 775 800 
41 610 634 659 683 707 732 756 780 805 
42 595 619 643 667 690 714 738 762 786 810 
43 581 605 628 651 674 698 721 744 767 791 
44 568 591 614 636 659 682 705 727 750 773 795 
45 556 578 600 622 644 667 689 711 733 756 778 800 
46 543 565 587 609 630 652 674 696 717 739 761 783 804 
47 532 553 574 596 617 638 660 681 702 723 745 766 787 809 
48 521 542 563 583 604 625 646 667 688 708 729 750 771 792 
49 510 531 551 571 592 612 633 653 673 694 714 735 755 776 796 
50 500 520 540 560 580 600 620 640 660 680 700 720 740 760 780 800 
51 510 529 S49 569 588 608 627 647 667 686 706 725 745 765 784 
52 500 519 538 558 577 596 615 635 654 673 692 712 731 750 769 
53 509 528 547 566 585 604 623 642 660 679 696 717 736 755 
54 500 519 537 556 574 593 611 630 648 667 685 704 722 741 
55 509 527 S45 564 582 600 618 636 655 673 691 709 727 
56 500 518 536 554 571 589 607 625 643 661 679 696 714 
57 509 526 544 561 579 596 614 632 649 667 684 702 
58 500 517 534 552 569 586 603 621 638 655 672 690 
59 508 525 542 559 576 593 610 627 644 661 676 
60 500 517 533 550 567 583 600 617 633 650 6()7 
61 508 525 541 557 574 590 607 623 639 65ó 
62 500 516 532 548 565 581 597 613 629 645 
63 508 524 540 556 571 587 603 619 635 
64 500 516 531 547 563 578 594 609 6:?5 
65 508 523 538 554 569 585 600 615 
66 500 515 530 545 561 576 591 6()6 
67 507 522 537 552 567 582 597 
68 500 515 529 544 559 574 55-S 
507 522 536 551 565 580 
70 357 371 386 400 414 429 443 457 500 514 529 543 557 571 
71 352 366 380 394 408 423 437 451 507 521 535 549 5ôJ 
72 347 361 375 389 403 417 431 444 500 514 528 542 SSô 
73 342 356 370 384 397 411 425 438 507 521 ~ >48 
74 338 351 365 378 392 405 419 432 500 514 527 t,41 
75 333 347 360 373 387 400 413 427 507 520 5,3.J 
76 328 342 355 368 382 395 408 421 500 513 5:0 
77 325 338 351 364 377 390 403 416 5<Ã1 519 
78 321 333 346 359 372 385 397 410 500 ~IJ 
79 316 329 342 354 387 380 392 405 50d 
80 313 325 338 350 363 376 388 400 ~ ) 
PREPARO DO ORGANOMINERAL 77 
Lembrar que a legislação brasileira exige que por tonelada de pro-
duto acabado se empregue, no mínimo, 50°/o de fertilizante orgânico, 
500kg/t. Ao mesmo tempo, a lei exige que o produto acabado tenha no 
mínimo, 25% de matéria orgânica. Curibsamente, vê-se pelos dados da 
tabela 10.2, localizados na parte inferior da mesma, destacados dos de-
mais, que, tendo-se uma matéria-prima orgânica de primeira qualidade, 
com 70 a 80% de matéria orgânica, se poderia fabricar fertilizante 
organomineral , por exemplo, com 25 a 32% de matéria orgânica, empre-
gando-se menos de 500kg de fertilizante orgânico por tonelada de mistu-
ra (pela tabela, de 313 a 457kg/t); todavia, no momento, a lei não permite 
tais formulações, que comportariam o teor mínimo de 25% de matéria 
orgânica no produto acabado e fórmulas com mais altos teores de nutri-
entes fornecidos pelos fabricantes minerais. 
32 exemplo: tem-se um fertilizante orgânico com 50% de matéria 
orgânica e deseja-se produzir fertilizante organomineral com 30% de 
matéria orgânica; a tabela 10.2 dá que se poderá empregar matéria-pri-
ma contendo desde 38 a 60% de matéria orgânica e que os pesos varia-
rão de 500 a 789kg. 
4Q exemplo: suponha-se que se pretenda preparar a fórmula 2-10-
4, empregando-se a tabela 10.4, onde as porcentagens de teores de 
nutrientes dos fertilizantes minerais estão de acordo com a legislação 
brasileira: para o sulfato de amônia e para a uréia. 20 e 44% de N. res-
pectivamente; para os superfosfatos simples e triplo, 18 e 41% de P20 5, 
respectivamente; para o cloreto de potássio. 58% de K20 . 
78 FERTILIZANTES ORGANOMINERAIS 
Tabela 10.3. Modelos de alternativas possíveis para se preparar a fórmu-
la 2-10-4 empregando-se diversos fertilizantes minerais, 
recorrendo-se à tabela 10.4. 
a - empregando-se sulfato de amónio, uréia, super simples, super triplo e cloreto de 
potássio. 
Alter- Nitrogênio Fósforo Potássio 
nativa Soma 
Sulfato de Uréia Super Super Cloreto de 
amõnio simples triplo potássio 
1 kg 100 555 67 722 
2 kg 45 555 67 667 
3 kg 100 244 67 411 
4 kg 45 244 67 356 
% 2 2 10 10 4 2-1Q-4 
b - empregando-se os fertilizantes fosfato monoamônio (MAP), uréia e cloreto de potás-
sio. 
Nitrogênio Fósforo Potássio 
Alternativa MAP Uréia MAP Cloreto de Soma 
potássio 
1 kg 29,8 208 67 304,8 
% 1,89 0,13 10 4 2-10~ 
' 
> 
' 
' 
l 
PREPARO DO ORGANOMINERAL 79 
e - empregando os fertilizantes fosfato díamônico (DAP) super simples, super triplo e 
cloreto de potássio. 
Nitrogênio Fósforo Potássio 
Alter- DAP DAP + DAP+ Cloreto de 
nativa super super potássio Soma 
simples triplo 
1 kg 178+111 69 358 
2 kg 178+49 69 296 
% 2,0 10 10 4 2-10-4 
Tabela 10.4. Relação entre porcentagem de nutriente NPK que deve entrar 
na composição de uma fórmula de adubação e seu respec-
tivo peso em quilogramas, para preparar uma tonelada de 
mistura mineral e orgânica. 
Porcentagem Sulfato de Uréia Super Super Cloreto de 
na fórmula amónio simples triplo potássio 
1 50 23 56 24 17 
2 100 45 111 49 34 
3 150 68 167 73 52 
4 200 91 222 98 69 
5 250 114 278 122 86 
6 300 136 333 146 103 
7 350 159 389 171 
. 121 
8 400 182 444 195 138· 
9 450 205 500 220 155 
10 500 227 555 244 172 
A TABELA CONTINUA NA PAGINA SEGUINTE 
80 FERTILIZANTES ORGANOMINERAIS 
MA P 9%de N e 48% de Pp5 MAP 
P,0 5 kg/t da leva mais Nitrogênio kg/t da leva mais 
mistura %N mistura p~º~ % 
1% 21 0,19 1% 111 5,3 
2% 42 0,38 2% 222 10,6 
3% 62 0,57 3% 333 16,0 
4% 83 0,76 4% 444 21,3 
5% 104 0,94 5% 555 26,6 
6% 125 1,12 6% 666 32,0 
7% 146 1,3 7% 777 37,3 
8% 167 1,5 8% 888 42,6 
9% 167 1,7 9% 999 47,7 
10% 208 1,89 1000 48% 
11% 229 2,08 
12% 250 2,2 
DAP 16% de N e 45% de P
2
O
5 DAP 
P2Os kg/t leva mais Nitrogênio kg/tda leva mais 
mistura ¾N mistura PlOS % 
1% 23 0,28 1% 63 2,8 
2% 45 0,56 2% 125 5,6 
3% 67 0,84 3% 188 8,4 
4% 89 1,12 4% 250 11,2 
5% 111 1,40 5% 313 14,0 
6% 134 1,68 6% 375 16,8 
7% 156 1,96 7% 438 19,6 
8% 178 2,24 8% 500 22,4 
9% 200 2,52 9% 563 25,2 
10% 223 2,80 10% 625 28,0 
ADUBAÇÃO COM ORGANOMINERAL 81 
11. ADUBAÇÃO COM ORGANOMINERAL 
11.1. Calagem. Cerca de 90º/o dos solos brasilei-
ros apresentam leve ou forte acidez, tendo índice pH 
abaixode 7,0 que representa o pH neutro; tais solos 
sempre respondem favoravelmente à calagem . 
... _ •)··· __ _, Antes do agricultor fazer sua adubação, quer mi-
------.....;..~ neral, quer organomineral , é importante mandar uma 
amostra de terra para ser analisada e saber se ela ne-
cessita do corretivo calcário para eliminar o excesso de acidez. 
A quantidade de corretivo a ser aplicada é calculada no laboratório 
por diferentes métodos; um deles é baseado na alteração que uma solu-
ção tamponada (que resiste à mudança de pH) sofre em seu pH quando 
em contato com uma amostra de terra; de acordo com a mudança sofrida 
é calculada a quantidade necessária de calcário para neutralizar o ex-
cesso de acidez, elevando o pH do solo ao valor desejado, geralmente 
entre 5,5 e 6,5. Este método é empregado no Rio Grande do Sul e Santa 
Catarina (50). 
No método usado pelo Instituto Agronômico de Campinas-SP, a 
quantidade de calcário a ser empregada é calculada para elevar a por-
centagem de saturação em bases, símbolo V%, de um solo a valores de 
acordo com o recomendado para a cultura a ser implantada ou já instala-
da. Aceita-se que, para nossas condições, um bom solo deve ter em 
média a seguinte composição: cálcio, 55 a 65%; magnésio, 1 O a 15%; 
potássio, 3 a 5%, somando entre 70 a 80%, enquanto o hidrogênio mais 
o alumínio entre 20 a 30%, completando o total de 100% de cátions. Os 
cátions cálcio, magnésio, potássio e, eventualmente, o sódio e o amônio, 
são as bases que proporcionam a alcalinidade do solo; os cátions 
hidrogênio e alumínio conferem acidez ao solo. Se, por exemplo; a soma 
da porcentagem de cálcio, magnésio e potássio for 70º/?, diz:s~ que .ª 
saturação em bases é 70%; nesse caso, a soma de htdrogent~ ~ais 
~lumínio será 30%, pois o total calculado sempre perfaz 100% de cat,on;. 
E comum encontrar-se solos cujas somas de Ca + Mg + K ~lcançam 201/o 
e a de H + AI 80% exatamente o inverso dos valores deseJados. Quando 
a saturação em b
1
ases for inferior a 40%,. h_averá probler:1as com .ª al,~-
mentação da planta, ocorrendo uma espec,e de bloqueio das ra1zes , 
82 FERTILIZANTES ORGANOMINERAIS 
impedindo a livre absorção dos nutrientes contidos na solução do 
solo. 
O valor V% constitui um parâmetro utilizado para identificar solos 
com maior ou menor fertilidade; solos com V% acima de 50% são classi-
ficados como eutróficos, geralmente mais férteis; solos com V% abaixo 
de 50% são classificados como distróficos, de baixa fertilidade (31). 
A saturação em bases do solo é calculada como mostrado nos se-
guintes exemplos: 
Solo A - valores em me/1 0_0g (miliequivalentes 1,;or 1 00g de amos-
tra) ; 
Ca = 4,77 
Mg = 0,72 
K = 0,36 
H+AI = 1,58 
CTC = 7,43me/1 00g 
Ca = 4,77 
Mg = 0,72 
K = 0,36 
S = 5,85me/q00g (S=soma de bases) 
S. 100 5,85 . 100 
V¾ = --- = --- = 78,73% 
CTC 7,43 
Solo B - valores em me/1 00g 
Ca = 2,35 
Mg = 0,32 
K = 0,15 
H+AI = 0,76 
CTC = 3,58me/1 0Og 
Ca = 2,35 
Mg = 0,32 
K = 0,15 
S = 2,82 
S . 100 2,82. 100 
Vo/o=---=---=78,77% 
CTC 3,58 
Pelos exemplos acima vê-se que os dois solos, A e 8, têm igual 
saturação em bases, V% = 78%; as capacidades de troca de cátions, 
CTC, no entanto, são diferentes; a do solo A é praticamente o dobro da 
do solo B; isto mostra que os valores da capacidade de troca e da satu-
~ação em bases, não são correlatos quando se comparam dois solos, 
isto é, um solo pode ter alta saturação em bases e baixa capacidade 
-
r 
ADUBAÇÃO COM ORGANOMINERAL 83 
troca de cátions. O Boletim 100 (46) faz as seguintes recomendações 
para correção da saturação em bases para as culturas do Estado de São 
Paulo: 
Elevar a saturação em bases a 40%, sempre que seu valor for infe-
rior a 30% nas seguintes culturas: plantas aromáticas, capim-limão, 
citronela, chá, gramíneas e palma rosa. 
Elevar para 50% sempre que inferior a 40%> nas culturas: arroz, 
cacau, eucalipto (para extração de óleo essencial), fórmio, fumo, funcho, 
mandioca e seringueira. 
Elevar para 60% sempre que inferior a 50% nas culturas: abacate, 
abacaxi, batata, batata-doce, cana-de-açúcar, cará, gradíolos, gramados, 
manga, mamona, menta, plantas ornamentais, rami, trigo e vetiver. 
Elevar para 70%, sempre que inferior a 60%,, nas culturas: abóbora, 
adubos verdes, alface, algodão, alho, almeirão, ameixa, amendoim, ba-
nana, berinjela, beterraba, brócolos, bucha, café, camomila, caqui, cebo-
la, cenoura, chicória, chuchu, couve-flor, ervilha, escarola, feijão, figo, 
girassol, goiaba, jiló, laranja, limão, maçã, macadâmia, maracujá, mar-
melo, melancia , melão, milho, moranga, morango, nabo, nectarina, 
nêspera, pecã , pepino, pêra, pêssego, pimenta, pimentão, quiabo, 
ranabete, repolho, rosa, soja, sorgo, tangerina e tomate. 
Elevar para 80% sempre que inferior a 70% nas culturas: mamão, 
piretro, sisai e uva. 
A calagem deve ser feita 30 a 60 dias antes do plantio e adubação, 
pois o calcário é muito pouco solúvel em água, necessitando de tempo 
para reagir com o solo. 
Se um solo tiver V% abaixo de 40% e receber adubação contendo 
potássio, esse nutriente no solo será usado para elevar a saturação, não 
ficando prontamente disponível às raízes. Acontece, também, que o po-
tássio aplicado em solo ácido será menos aproveitado porque -a maior 
parte das cargas negativas dos colóides estar~ ocupada por hidrogênio 
e alumínio, cátions que não podem ou não sao fac}l_mente des_loc~d?s 
pelo potássio; assim, não sendo adsorvido pelos coloides, estara suJe~to 
a perder-se por lixiviação. Fazendo-se a calagem a_ntes ?ª. aduba~~o, 
haverá eliminação de todo o alumínio e de parte do htdrogerno,. permitin-
do que maior quantidade de potássio seja adsorvida pelos coloides. 
----- -------------------- ---- ---
84 FERTILIZANTES ORGANOMINERAIS 
Outro efeito importante é o do fósforo, pois se aplicado em solo 
ácido será pouco aproveitado pelas plantas devido ao fenômeno da fixa-
ção, já abordado no capítulo 7. Como a fixação diminui com a correção 
da acidez, o aproveitamento do fósforo pela cultura é maior quando apli-
cado após a calagem. Estas são algumas das razões de se insistir na 
recomendação de, primeiro se fazer a calagem e depois a adubação, 
quer mineral, quer organomineral. 
Um interessante experimento que comprova o que 
foi realizado durante dez anos por Sanches, em 1977 (51). 
O experimento mostra a influência da calagem e da maté-
ria orgânica, no caso esterco animal, na produção do cafe-
eiro. Os resultados estão na tabela 11.1. 
Tabela 11.1 . Produção de café beneficiado (kg/ha) em solo de cerrado 
de Batatais, SP, em função da calagem e adubação (51 ). 
Tratamento 
NPK 
NPK + Zn + B 
Esterco 
NPK + calcário 
NPK + esterco 
NPK + Zn + 8 + calcário 
NPK + esterco + calcário 
Média anual - 1960/1969 
196 cd 
305 cd 
498 bcd 
517 abc 
561 ab 
754 a 
762 a 
Examinando-se os resultados obtidos vê-se que: 
a) houve baixa produção com os tratamentos só NPK, NPK + Zn + 
8 e só esterco; 
b) a calagem potencializou os efeitos dos tratamentos NPK + 
calcário, NPK + Zn + 8 + calcário e NPK + esterco + calcàrio; 
c) houve diferença estatística entre o tratamento NPK + esterco 
(rico em micronutrientes) e o tratamento NPK + Zn + B, sugerindo que o 
l 
------ -- ----- -
ADUBAÇÃO COM ORGANOMINERAL 85 
esterco substituiu, com vantagem, os micronutrientes fornecidos por este 
último. 
O experimento mostra que não só o fertilizante ogâníco pode 
potencializar os efeitos nutritivos dos macronutrientes; mostra ainda, que 
a calagem, quando necessária, é primordial na instalação de uma cultu-
ra . 
A figura 11 .1 serve para visualização dos resultados obtidos neste 
último experimento. Vê-se, por ela, que os tratamentos NPK + Zn + 8 + 
calcário e NPK + esterco + calcário, foram os mais produtivos e que se 
destacaram dos demais, superando os tratamentos só com NPK, só es-
terco ou NPK + Zn + 8. O experimento evidencia a influência da associ-
ação da matéria orgânica com os fertilizantes minerais e o efeito, tam-
bém potencializados, docalcário. 
11.2. Fórmulas recomendadas. As fórmulas comerciais dos fertili-
zantes organominerais devem conter, por exigência da lei, os nutrientes 
nitrog$nio, fósforo e potássio (NPK) ou pelo menos dois nutrientes, NP, 
NK, ou PK, e mais 50º/o em peso, no mínimo, de um fertilizante orgânico 
(500kg/t). Veja mais detalhes no capítulo 2 Legislação Brasileira sobre 
Organominerais. 
a a 
800 . 
-,a 
.e ...... 
0-, 
.la( 600 -
bcd abc a.b o . H 
o:: 
o 
..; 
C> 
1::::) ~ºº 
Q 
o 
e: 
~ 
200 
o ~,e 
M ~ -~ ,e 
~ t.> . 
cd cd ,e + o t) 
H o o -~ o + o a. o:: 
~ 
DQ f ~ ~ ~ i-4 
+ ,li( gj = ~ . e o l'J N 
.,,e; N e.> + ~ + + + + 
P-1 IIICI f-f .,,e; J,G 11111: "' z ~ til ~ ~ ~ ~ DQ IZ'-
T R A T A R E N T O S 
Figura 11.1 . Valores médios de 9 anos de produção de café beneficiado 
com diversos tratamentos de adubação. 
• · • ♦ 
86 FERTILIZANTES ORGANOMINERAIS 
Para se saber quais e quanto de nutrientes se deve empregar, re-
comendam-se os seguintes procedimentos: 
a - análise do solo: coletar amostras de terra e enviar para análise 
solicitando que o resultado venha com a devida interpretação; 
b - análise conjunta do solo e da planta: colher folhas de determi-
nadas posições na planta e orientação Norte, Sul, Leste ou Oeste 
indicadas por técnicos ou pelo próprio laboratório de análise, de acordo 
com a cultura; coletar amostras de solo junto das raízes das plantas que 
forneceram as folhas, enviando tudo para análise; este tipo de análise 
conjunta, folhas e solo, dá as quantidades de macronutrientes e 
micronutrientes existentes no solo e na planta; o curioso é que a avalia-
ção tanto pode indicar, por exemplo, que falta determinado nutriente no 
solo e na planta, como também que é baixo o teor no solo mas normal na 
planta por ela ter bom poder esgotante, ou ainda, que é alto no solo mas 
deficiente na planta. Como se percebe, a análise foliar associada com a 
de solo é mais indicada para cultura já instalada ou, também, quando 
surgem sintomas de deficiências alimentares, havendo necessidade de 
correção, principalmente no caso de micronutrientes. 
Existem mais de mil fórmulas de adubação mineral registradas pe-
los fabricantes no Ministério da Agricultura. O Boletim n2 100 do Instituto 
Agronômico de Campinas (46) apresenta um interessante grupamento 
das principais fórmulas recomendadas para as dez maiores culturas do 
Estado de São Paulo, reduzindo esse enorme número a 142; como su-
gestão, essa publicação transformou as 142 fórmulas, expressas em 
porcentagem de NPK, em apenas 42 relações de NPK; explicando me-
lhor: na representação de uma fórmula em porcentagem, os números 
são separados por traços, por exemplo - 10-10-10, indicando que ela 
contém 10%> de N, 10% de P 
2 
O 
5 
e 10% de K
2 
O; nas representações em 
relações, os números guardam uma proporção entre os valores de NPK 
e são separados por dois pontos; a fórmula 10-10-10, por exemplo, tem 
a relação 1:1:1; a fórmula 15:15:15 também tem a relação 1:1:1 ; na fór-
mula 4-8-12 a relação é 1:2:3 . 
ADUBAÇÃO COM ORGANOMINERAL 87 
Tabela 11 .2. Fórmulas de fertilizantes organominerais sugeridas para as 
dez culturas de área cultivada superior a 100.000 hectares 
no Estado de São Paulo (46). 
Relaçao 
sugerida de 
0:1:1 
0:1:2 
0:2:1 
0:2:3 
0:3:1 
0:3:2 
1:1:1 
1:1:3 
1:2:0 
1:2:1 
1:2:3 
1:3:1 
1:3:2 
1:3:5 
1:4:5 
1:4:6 
Cultura e percentagem de 
utilização do adubo(·) 
Soja (22). feijão (8) 
amendoim (2) 
Feijão, menor que (1) 
Soja (23), feijão (24), 
amendoim (19) 
Soja (1 O), feijão (3) 
Soja (23), feijão (54), 
amendoim (70) 
Café (1) 
Milho (1) 
Milho(3) 
Arroz (3) 
Trigo (22) 
Milho (5), arroz (7) 
Trigo (9) 
Milho (13), arroz (17), 
trigo (19) 
Cana-planta (1 O) 
Cana planta {16) 
Algodão (11) 
Fórmulas em porcentagem, 
oriundas das relações sugeridas 
ao lado 
0-6-6, 0-8-8. 0-10-10 
0-12-12 
04-8. 0-5-10, 0~12 
0-8-4, 0-10-5, 0-12-6 
0-5-8, 0-6-9, 0-8-12 
0-9-3, 0-12-4, 0-15-5 
6-0-6. 8-0-8, 10-0-10, 
12-0-12 
~-4. 6-6-6, 8-8-8 
3-3-9, 4-4-12 
4-8-0,6-12-0,8-16-O 
3-6-3,4-8-4,6-12-6 
2-46, 3-6-9. 4-8-12 
2-6-2. 3-9-3, 4-12-4, 
5-15-5 
2-6-4,3-9-6, 4-12-8 
2-6-1 º· 3-9-15 
1-5-6, 2-8-10 
1-4-7, 1-8-12 
88 
Tabela 11 .2. continuação 
Relação 
sugerida de 
1:5:0 
1:5:1 
1:5:2 
1:5:5 
1:6:3 
1:6:5 
1:6:6 
1:8:2 
1:8:4 
2:1:1 
2:1:2 
3:1:0 
3:1 :2 
3:1:3 
3:1:4 
3:2:3 
3:2:4 
4:1:2 
4:1:4 
4:1:5 
4:2:3 
8:0:5 
8:1:6 
Cultura e percentagem de 
utilízação do adubo(•) 
Arroz (35) 
Trigo (8) 
Trigo (2) 
Cana planta (22) 
Milho (42), arroz (38) 
FERTILIZANTES ORGANOMINERAIS 
Fórmulas em porcentagem, 
oriundas das relações sugeridas 
ao lado 
2-10-0,3-15-0, 4-20-0 
2-10-2, 3-15-3 
1-8-3, 2-10-4, 3-15-6 
1-6-6, 2-10-10 
1-7-4, 2-12-6 
Cana-planta (51 ), milho (18), 1-ô-5, 2-12-10 
algodão (31) 
Algodão (24) 
Algodão(3) 
Algodão (3) 
Laranja (9) 
Cana-soca (43_) 
Café (1) 
Café (65) 
Café(23) 
Cana-soca (15) 
Laranja (28) 
Cana soca(34), laranja(31) 
Laranja (1) 
Laranja (4) 
Laranja (4) 
Cana-soca (8) 
Café (2) 
Café (8) 
1-6-6, 2-12-12 
1-9-2, 2-16-4 
1~.2-26-8 
6-3-3, 8-4-4, 10-5-5, 12-6-6 
5-2-5,6-3-6, 8-4-8 
9-3-0, 12-4-0, 15-5-0, 18-6-0 
6-2-4. 9-3-6. 12-4-8 
6-2-6, 9-3-9 
4-2-6,6-2-8 
6-4-6, 7-5-7, 9-ô-9 
4-3-6, 6-4-8, 7-5-10 
8-2-4, 12-3-6 
6-2-6, 8-2-8 
5-6-6, er2-10 
6-3-4, 8-4-6 
8-0-5, 12-0-7 
6-1-5, 8-1-6, 13-2-10 
(j Os números entre parênteses indicam a porcentagem do adubo, em peso relativo à adubação aplicad 
na cultura, não sendo considerada a parte aplicada como cobertura, Isoladamente. 
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ADUBAÇÃO COM ORGANOMINERAL 89 
A tabela 11 .2 (46), modificada, apresenta as relações de NPK das 
principais culturas do Estado de São Paulo, citadas no Boletim 100, se-
guidas de diferentes fórmulas em porcentagem de NPK, oriundas das 
respectivas relações; assim, por exemplo, da relação 1 :2:3 resultaram as 
fórmulas 2-4-6 , 3-6-9 e 4-8-12, qualquer delas indicadas para a cultura 
do milho ou arroz. 
Explica o Boletim 100 que, "a contribuição das relações dentro de 
cada cultura é outro ponto a destacar. Assim, para o café, a relação 3:1 :2 
atende a 65% da adubação; a 3:1:3 a 23% e a 8:1:6 a 8%. As demais, 
8:0:5, 1 :O: 1 e 3: 1 :O, seriam insignificantes, atendendo apenas 2, 1 e 1 %, 
respectivamente" . 
A legislação brasileira exige que os fertilizantes "químicos" devem 
ter no mínimo a soma de 24% de NPK ou seja, 240kg por tonelada; para 
os fertilizantes organominerais a lei exige o mínimo de 12% de NPK, 
justamente a metade, uma vez que cada tonelada de produto acabado, 
comercial , deve ter no mínimo 50% de fertilizante orgânico ou seja, 500kg 
por tonelada. Curiosamente, experimentos citados neste livro demons-
tram que, por exemplo, uma fórmula de fertilizante 
organomineral 2-5-5 + matéria orgânica, tem dado no cam-
po o mesmo resultado que uma fórmula 4-10-1 O, não asso-
\~. I ciado à matéria orgânica. Por essa razão é que se acres-
·~ centou à tabela 11 .2 do Boletim 100, a coluna: ''Fórmulas 
em porcentagem oriundas das relações sugeridas ao lado". 
Anote-se que essas fórmulas se referem a fertilizantes 
organominerais, e a concentração em NPK, de propósito varia 
de 12 a 24%; exemplificando: a relação 1 :3:2, recomendada 
para milho, arroz e trigo, pode ser atendida com fórmulas de 
fertilizantes organominerais com as porcentagens 2-6-4, 3-
9-6 4-12-8 ou outros como 5-15-10. 
1 
11.3. Representação gráfica das fórmulas. As fór-
mulas indicadas podem ser representadas em gráfico trian-
gular, como mostra a figura 11 .2, da me~ma ~aneira ~ue se 
representa os componentes do solo: argila, s1lte e areia (31 ); 
primeiramente calculam-se, em _porcentagem, por regr_a-de• 
três, a participação de cada nutriente N, P: K .. de uma formu-
la de adubação, fazendo sua concentraçao igual a_ 1 ~O; as-
sim, por exemplo, a fórmula 2-6-4, tem conc~ntraçao igual a 
·12; fazendo 12 igual a 100,_ por regra
0
-de-tres, _encontra-;eque o N é igual a 17%; o P, igual a 501/o e o K, igual a 33 ~º· 
sempre arredondando as decimais para que a soma seJa 
90 FERTILIZANTES ORGANOMINERAIS 
100% (17 + 50 + 33 = 100). As fórmulas para café, 6-2--4 ou 9-3-6 darão 
as porcentagens: 50%, 17% e 33%, as fórmulas 6-2-6 ou 0-3-9 dão 43%, 
14% e 43%, sempre na sequência N, P, K. Em segundo lugar, desenha-
se um triângulo com seus lados divididos em 100 partes e que represen-
tarão os nutrientes N, P, K, como mostrado na figura 11 .2. Fazendo os 
mesmos cálculos para as demais culturas indicadas na tabela 11 .2, e 
passando os resultados para os gráficos triangulares. figura 11.2 pode-
se notar o seguinte : apesar da diversidade de fórmulas de adubação 
indicadas na tabela 11 .2, a tendência delas, para cada cultura, é se 
gruparem em determinadas regiões do triângulo, indicando a possibilida-
de de se encontrar apenas uma ou duas fórmulas que representem o 
grupo; ainda como exemplo, para o caso do café, os \alares das fórmu-
las mais empregadas são: para a relação 3:1 :2 ou fórmulas 6-2-4 , tem-se 
50% para N, 17% para P e 33% para K, enquanto para a relação 3:1 :3 ou 
fórmula 6-2-6, tem-se 43% para N, 14% para P e 43% para K. Como se 
vê no triângulo do café, todas as fórmulas estão relativamente muito pró-
ximas e, escolher 6-2-4, ou 6-2-6, a decisão será em função da menor ou 
maior fertilidade natural do solo, pois ambas são praticamente iguais. 
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Figura 11 .2. Os gráficos triangulares para diversas culturas mostram como 
as diferentes fórmulas de adubação da tabela 11.2, quando 
nela dispostas, ocupam determinadas regiões do gráfico e 
poderiam ser representaradas por uma ou duas fórmulas, 
médias das demais. 
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ADUBAÇÃO COM ORGANOMINERAL 91 
11.4. Aplicação do organomineral no campo . A adubação com 
fertilizante organomineral é feita em duas principais situações e épocas, 
as quais conduzem a dois tipos, a saber: fundamental e complementar. 
Adubação fundamental, também denominada adu-
bação de plantio ou de instalação, é a que se faz em 
culturas em sulco, semeando e adubando ao mesmo tem-
po; também se denomina fundamental a adubação que 
se faz no primeiro ano de plantação, até mesmo a adu-
.-.·.: bação de cobertura feita aos 30 ou 60 dias da emergên-
:~::;: eia das plantas, quando as raízes já estão em condições ._ ...................... ._ 
de absorver rapidamente o nitrogênio então aplicado. Adu-
bação fundamental pode ser a lanço (em área total do terreno) ou em 
linhas ou sulcos, podendo o adubo ser distribuído manualmente ou me-
canicamente. 
Adubação complementar é a que se faz em plantações perenes, 
depois da cultura estar instalada, em fase de crescimento, chamada adu-
bação de formação; quando a árvore já está formada a adubação com-
plementar recebe diversas denominações: adubação de produção, de 
manutenção, de exploração ou ainda de frutificação, conforme a finalida-
de pretendida. 
A maneira de se aplicar e a localização do fertilizante 
r-----OW\ organomineral é idêntica à recomendada para fertilizante 
mineral: 
a) no sulco, manualmente: para as plantas cultivadas 
em linhas, a localização ideal do fertilizante é um pouco abai-
xo e dos lados da semente; como tal aplicação exige 
_____ _. semeadeira-adubadeira especial, o pequeno agricultor abri-
rá o sulco ou linha de plantio e distribuirá o fertilizante ma-
nualmente, no fundo do mesmo, cobrindo-o levemente com 
terra, para então fazer a semeadura. 
b) no sulco, mecanicamente: com o sulco já aberto, 
usando semeadeira-adubadeira ou equipamento que sul-r----- ca, aduba e semeia, o organomineral será aplicado, por-
tanto, em duas ou uma única operação, respectivamente. 
e) na cova: para culturas perenes a serem instala-
,....... ......... ~ das, ou melhor, no plantio, as recomendações são as se-
guintes: abrir a cova colocando de um lado a terra de su-____ _. 
92 FERTILIZANTES ORGANOMINERAIS 
perficie, mais fértil , removida dos primeiros 20 centímetros; continuar abrin-
do a cova colocando a terra restante em separado. 
Terminada a abertura da cova , passar a terra de su-
perfície para o fundo da cova, misturar bem com o fertili-
zante organomineral, colocar a muda na cova e completar 
~~ o enchimento com terra raspada da superfície do terreno, 
em volta do buraco aberto; enchendo a cova com terra in-
teiramente da superfície, proporciona-se às raízes um vo-
lume de terra fértil, rica em nutrientes e matéria orgânica. 
d) em coroa, em terreno plano e cultura instalada, 
em formação: o fertilizante organomineral deve ser aplica-
do em cobertura, em faixas circulares, em torno da árvore; 
se a planta for jovem, de pequeno porte, a coroa formada 
pela faixa de adubo não deve ultrapassar a projeção da 
copa da planta. 
Ao contrário, se a árvore já está formada, então a 
faixa de fertilizante organomineral deve ser distribuída fora 
da projeção da copa; com esse expediente , o adubo fican-
, do fora da região das raízes, por efeito de quimiotropismo 
(atração das raízes aos sais minerais nutrientes contidos 
-~-··_;li) __ no fertilizante) o sistema radicular se expandirá em busca 
de mais alimento; consequentemente, haverá um aumento 
de volume de terra a ser explorado pela planta, aumentando a produção. 
e) em coroa, em terreno com declive, em cultura nova, 
em formação: a faixa de distribuição do adubo, neste caso, 
será localizada dentro da projeção da copa da árvore, em 
meia coroa, disposta na parte mais alta do terreno, a mon-
tante da planta; assim procedendo, pelo efeito da erosão, 
como é de se esperar, os nutrientes serão arrastados ''morro 
---- abaixoº e as raízes da parte baixa, a jusante da planta, ab-
sorverão os nutrientes que de outro modo se perderiam. 
f) em coroa, em terreno com declive e cultura forma-
da: o fertilizante será aplicado em meia coroa, fora da pro~ 
jeção da copa da árvore, tendo como limite interno da fa,xa 
de adubo a projeção da copa: o intuito é o mesmo já co-
mentado, dar tempo das raízes localizadas mais abaixo do 
tronco da planta absorver os nutrientes arrastados pela en-
xurrada. 
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ADUBAÇÃO COM ORGANOMINERAL 93 
g) a lanço ou cobertura total do terreno: esta maneira 
de distribuir aplica -se para plantas cultivadas com 
espaçamento muito estreito; ·em terreno limpo distribui-se o 
fertilizante o mais uniformemente possível e incorpora-se com 
grade de disco; em pastagens, terreno cultivado, emprega-
se uma distribuidora de calcário fazendo-se a operação, sem-
pre que possível , em dias chuvosos, para que a água leve o 
fertilizante para dentro da terra. 
h) em cobertura total ou em faixas : em faixas, ao longo 
da linha de plantio, é a adubação complementar, por exem-
plo, feita para completar a dose inicial de fertilização mineral 
nitrogenada aplicada por ocasião do plantio; em cobertura 
J. total, é a maneira de se distribuir usada para plantas cultiva-
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A 8 ,t das com espaçamento muito estreito, quando não é possível 
adubar diretamente nos sulcos de plantio; nesse caso, em 
terreno limpo, arado e gradeado, distribui-se o adubo em cobertura total , 
o mais uniforme possível e incorpora-se com grande de discos, sulcan-
do-se e plantando-se em seguida; em pastagens instaladas também se 
emprega a adubação com cobertura total, usando-se uma distribuidora 
de calcário e fazendo-se a operação em dias chuvosos. 
Adubos muito solúveis, que não são retidos pelos 
húmus ou pela argila do solo, como a uréia, são aplicados 
em cobertura quando a plantinha já desenvolveu raízes 
~~~~,,..t capazes de aproveitar o nutriente aplicado; é recomendá-
vel sempre fazer uma leve incorporação do fertilizante; para 
_,,__ absorver umidade da terra e se dissolver; lembrar que as 
raízes só absorvem os nutrientesdos fertilizantes quando 
estão dissolvidos na água do solo; fertilizante seco não é 
absorvido. 
i) em cobertura, entre as linhas de cultura perma-
nente: é a adubação complementar, também denomina-
da de produção, de manutenção ou de frutificação, que 
se faz em pomares, ou adubação de exploração, quando 
se trata de plantas têxteis, extrativas ou outras. A distri-
buição pode ser man~al ou mecâ~ica, usando uma distr!-
buidora de calcário. E recomendavel fazer-se, em segui-
da, uma leve incorporação do adubo para melhor e mais 
rápido aproveitamento. 
94 
12. ORGANOMINERAL NA ALFACE 
Os efeitos da aplicação do fertilizante composto 
orgânico associado à adubação mineral em dois solos 
classificados como Latossolo Vermelho-Amarelo foram 
estudados em experimento em vasos, instalado na Uni-
versidade Federal de Viçosa e apresentado como tese 
para obtenção do título de "Magister Scientiae" por 
Rodrigues (48)7. 
Os níveis de adubação mineral foram: 0,0 (ausência), nível 1 e ní-
vel 2; o nível 2 consistia, por decimetro cúbico de terra, em 150mg de 
nitrogênio; 300mg de fósforo e 150mg de potássio, além de 
micronutrientes e enxofre; o nível 1 consistia da metade dos teores dos 
nutrientes adicionados no nível 2. O adubo orgânico foi obtido por 
compostagem de palhada de milho seca e triturada, e esterco de gado 
leiteiro. Uma vez compostado, o fertilizante orgânico foi passado em pe-
neira de 4mm. As doses de fertilizante orgânico foram as seguintes: 0,0 
(testemunha); 33,66 e 99t/ha na base de matéria seca. 
Os pés de alface foram colhidos, separando-se, em seguida, as 
raízes das folhas. "No peso da parte aérea seca, diz o autor, evidencia-
ram-se os efeitos significativos, a 5% de probabilidades, na interação 
solo versus composto, e a 1 % de probabilidade, na interação composto 
versus adubação mineral". 
O autor estima que produções máximas seriam obtidas com as 
doses de 38,84t/ha, 17,48Uha e 11,08t/ha de composto, para as doses O, 
1 e 2 de fertilizante mineral, respectivamente, como mostra a figura 12.1 ; 
acima dessas doses o compostà promoveu reduções progressivas no 
peso das plantas, como mostrado na mesma figura. A explicação para 
essa redução está, segundo o autor do trabalho, no "elevado grau de 
mineralização do composto utilizado, contribuindo para a ocorrência das 
diminuições no peso das plantas. 
7 Edson Talarlco Rodrigues, Engenheiro agrónomo, pesquisador da Empresa de Pesquisa Ag1o~ âria 
do Estado do Mato Grosso (EMPA/MT) . 
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M • ausência de fertilizante mineral 
LlrGIMJ>A1 M • 1: uma dose de fez:tilizante mineral 
--
M • 2s duas doses de fertilizan~e mineral 
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1 
99 
95 
Figura 12.1. _produção de folhas de alface, em matéria seca, em função 
de doses de fertilizantes orgânico e fertilizante mineral (48). 
Anote-se na figura 12.1 que, com 38t/ha de composto e sem fertili-
zante mineral, a produção estimada seria de 7,5g; com 17Uha de com-
posto e a dose 1 de fertilizante mineral, a produção seria maior, cerca de 
9,7g e, finalmente, com a menor dose de composto associado à dose 2 
de fertilizante mineral, a produção estimada seria a maior delas, cerca de 
10,99. 
96 FERTILIZANTES ORGANOMINERAIS 
A citada mineralização realmente ocorre quando se empregam 
doses exageradas de fertil izante orgânico. No capítulo 5.1 foi mostrado 
que o nitrogênio orgânico ao ser decomposto aerobicamente se transfor-
ma, por ação microbiana, em nitrogênio amoniacal, nitrito e nitrato; nesta 
última forma, quando em excesso no solo, é lavado, alcançando o lençol 
freático, tornando-se tóxico ao homem e aos animais que beberem des-
sa água. O nitrato ataca principalmente a vista e as funções cerebrais. 
Na Holanda, nas regiões de criação de gado leiteiro, onde há abundân-
cia de esterco e cama animal, o governo, através de fiscais, controla o 
emprego desse adubo na agricultura; de posse dos teores de nitrato nos 
cursos d'água, os fiscais determinam a quantidade máxima de esterco a 
ser juntado ao solo como adubo. O experimento em apreço comprova 
que o emprego exagerado de composto (99t/ha na base seca ou mais de 
200Uha com sua umidade natural, ou ainda, dose levando cinco tonela-
das de nutrientes N, P e K) é realmente prejudicial. No Brasil, a legisla-
ção está certa quando determinou que o fertilizante organomineral tenha 
50% em peso, no mínimo, por tonelada de fertilizante orgânico, sendo o 
restante do peso complementado com fertilizantes minerais. 
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ORGANOMINERAL NO ALGODÃO 97 
13. ORGANOMINERAL NO ALGODÃO 
Um trabalho realizado na Seção de Algodão do Instituto Agronômi-
co de Campinas, SP, teve por objetivo estudar a aplica-
ção de micronutrientes e matéria orgânica associada à 
adubação mineral com NPK, -na cultura do algodoeiro, 
em solo de cerrado, de acidez média e baixa fertilidade, 
no município de Aguaí, SP (49). Como este livro trata de 
fertilizantes organominerais, tomou-se do experimento de-
terminados tratamentos e produções em que entraram 
.._..,....,__._, só fertilizantes minerais ou fertilizantes minerais associa-
dos com matéria orgânica. 
O nitrogênio foi fornecido pelo sulfato de amônio, o fósforo pelo 
superfosfato triplo e o potássio pelo cloreto de potássio. Como fonte de 
matéria orgânica foi empregado o esterco de galinha EG, tendo sido in-
corporado ao solo, no sulco de plantio, juntamente com a mistura dos 
fertilizantes fosfatados, potássico e mais um terço do nitrogenado; o res-
tante do nitrogênio foi fornecido em duas coberturas, uma no desbaste e 
outra decorridos 15 dias dessa operação. O efeito das adubações foi 
estudado sobre a produção de algodão em caroço, peso de sementes, 
peso de capulhos e porcentagem de fibras . 
Os tratamentos foram os seguintes: 
N
0
P 
0
K (testemunha absoluta): sem adubo 
N P K
0 
(testemunha relativa): 50, 80 e 50kg/ha de N, P20 55 e K20 1 1 1 
N
2
P K : 75, 120 e 75kg/ha de N, P 0 5 e K O. 
N P
2
K
2 + EG · 50 80 e 50 de N P Ó e K Ô + 400 de EG em kg/ha. 
1 1 1 1· ' 1 2 5 2 
N P K + EG · 50 80 e 50 de N P O e K O+ 800 de EG em kg/ha. 
1 1 1 1· 1 1 2 5 2 
A Tabela 13.1 dá os resultados restritos à produção de algod~o e_m 
caroço e aos tratamentos em que houve adubação mineral e assoc_iaçao 
de fertilizante orgânico com mineral; nessa tabela o autor do expen_m~n-
to apresenta também as produções relativas, em porcentagem, atnbu~n~ 
do à produção obtida com a testemunha relativa _(Nl 1K1) 00valor 
100t0 , 
assim, o tratamento testemunha absoluta ficou igual a 211/o, produçao 
98 FERTILIZANTES ORGANOMINERAIS 
cinco vezes menor que a anterior; os tratamentos N1P1K1 + EG 1 e N1P1K1 
+ EG
2 
tiveram produções relativas iguais a 118 e 134%. 
Tabela 13.1 . Tratamentos e médias das produções de algodão em caro-
ço (49). 
Tratamentos Produção em kg/ha 
208 e 
1013 b 
1183 ab 
1200 ab 
1354 a 
Produção relativa 
em¾ 
21 
100 
11,' 
118 
134 
Nota: Médias seguidas de letras iguais não diferem significativamente entre si (Duncan 
5%). 
Os resultados do experimento mostraram que a produção de algo-
dão em caroço de todos os tratamentos, diferiram significativamente da 
testemunha .absoluta, sem adubo, indicando que a adubação teve seu 
objetivo alcançado. Não houve diferença entre as doses 1 e 2 de ester-
co, associadas às doses de fertilizantes minerais, N1P 1K1 ou o tratamen-
to com dose dupla de fertilizante mineral, N2P 2K2 isoladamente. 
A figura 13.1 mostra a diferença entre a produção testemunha e os 
que receberam adubação 
São palavras do autor do experimento: "Pelos resultados pode-se 
observar que houveresposta das aplicações de ma,téria orgânica, no 
que se refere à produção de algodão em caroço. A aplicação das doses 
1 e 2 de matéria orgânica proporcionou aumentos de produção de 18 e 
34%, respectivamente". Os resultados relatados no trabalho, lembra o 
autor, confirmam o efeito benéfico da associação da matéria orgânica 
com os fertilizantes minerais na produção do algodoeiro, obtidos por ou-
tros pesquisadores como Guimarães (26), Menezes e Araújo (40), que 
trabalharam dez anos com um experimento de adubação de algodoeiro, 
sendo que no sétimo ano, para estudar o efeito residual dos dois anos 
anteriores, que não receberam nenhuma adubação mineral com NPK. 
aplicaram 20 toneladas de esterco de curral uniformemente distribuído 
por todas as parcelas. Dizem eles: UJá no ano (seguinte) de 1.947/48, 
ainda sob o efeito residual dos elementos minerais em que se fez a adu• 
ORGANOMINERAL NO ALGODÃO 99 
bação orgânica, a produção subiu de muito, alcançando números altos e 
salientando ainda mais os minerais em seu estado residual. Em 1948/49, 
observou-se ainda a atuação da matéria orgânica anteriormente apli-
cada". A Tabela 13.2 mostra os resultados obtidos com o experimento. 
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A 
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.e:: ...... AB . AB 
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~ o r-t N ri ~ o z z z z ~ 
4? R A T A M B H T O S 
Figura 13.1. Produção de algodão em caroço com adubação mineral e 
orgânica. 
Esses dados são curiosos, mostrando que, para o melhor aprovei-
tamento do NPK que ainda restava no solo nos dois últimos anos que 
não receberam adubação com fertilizantes minerais, falta~a a 
complementação dos colóides orgânicos, os quais, uma vez supridos, 
proporcionaram elevados aumentos de produção. 
1 1 
1 
1 
100 FERTILIZANTES ORGANOMINERAIS 
Tabela 13.2. Produção do algodoeiro sob o efeito de adubação residual 
de dois anos, sem aplicação de NPK, seguidos de aduba-
ção com fertilizante orgânico.(40). 
Tratamento Efeito residual (sem Adubação Aumento Aumento 
aplicação de NPK) orgânica médio em 
anos 45/46 46/47 47/48 kg/ha % 
N 309 292 706 405 77 
p 375 426 852 451 55 
K 336 396 802 436 61 
NPK 483 586 916 381 13 
NP 328 384 850 494 81 
NK 389 378 926 542 83 
PK 436 499 836 368 33 
Testemunha 282 286 448 164 
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ORGANOMINERAL NO ALGODÃO 101 
14. ORGANOMINERAL NA BATATA 
Um experimento foi instalado em Regossolo do 
Agreste Pernambucano pelos engenheiros agrônomos 
Portella, Lima, Mafra e Silvaª. Dizem eles, "os solos utili-
zados com a cultura da batata ( Solanum tuberosum L.) 
em Caruaru, PE são, em sua maioria, classificados como 
Regossolos, de baixa fertilidade natural, principalmente 
em relação a fósforo e a matéria orgânica. A adubação 
com esterco bovino é utilizada pelos agricultores, po-
'-;.._j~ ..... ~--J rém, a quantidade aplicada está relacionada à baixa dis-
ponibilidade e ao elevado custo do insumo na região". 
"O objetivo do trabalho foi avaliar os efeitos produzidos por doses 
de esterco bovino e de biofertilizante, complementados ou não com adu-
bação mineral, sobre o rendimento de batatas e características químicas 
do solo. O experimento foi instalado no triênio 1986/88, em propriedade 
particular, utilizando-se o delineamento experimental de blocos ao acaso 
com parcelas subdivididas. Avaliou-se as doses 5, 1 O, 15 e 20t/ha de 
esterco ou biofertilizante com ou sem complementação mineral (1 t/ha da 
fórmula 4-16-8 mais 300kg/ha de sulfato de amônia). 
A análise conjunta dos dados observados no triênio permitiram as 
seguintes conclusões, segundo os autores: 
- "as doses testadas não foram suficientes para determinação da-
quela que maximizaria a produção; as variáveis foram ajustadas ao mo-
delo linear· 
- o e~terco bovino foi mais eficiente na elevação da produtividade 
da cultura· . , . ... . 
- independentemente das doses e fontes de matena o~garnca, a 
complementação mineral promoveu aumento de 71 % no rendimento da 
batata· 
-· as doses dos adubos orgânicos alteraram o teor de fósforo do 
solo" 
8 Maria Cristina Lemos da Silva Portella Luiz Evandro de Urna, engenheiros agrônomos, IPA~EP/Caruaru: 
Rivaldo Chagas Mafra, professor ad{unto, UFRPE e Jair Teixeira Pereira, engi:mhetro agronomo, 
EMBRAPNSNLOS, PE. 
Nota: O resumo deste trabalho intitulado "Adubação organomineral na cultura da batata (So/anum 
tuberosum L.) em Regossolo do Agreste Pernambucano· f~i apresentado no XXII Cong:sso 
Brasileiro de Ciência do Solo, Recife, 1989. Deverã ser publicado pela PAPP/CNPq._ Da osso 
bre o experimento não são apresentados pelo fato dos autores não nos terem fornecido. 
! \ 
1 
FERTILIZANTES ORGANOMINERAIS 
102 
15. ORGANOMINERAL NO CAFÉ 
A experimentaç ão tem salientado a importân-
cia da adição de fertilizante preparado à base de es-
terco animal como componente do substrato para for-
mação de mudas de cafeeiro. Acontece que em cer-
tas regiões os cafeicultores têm dificuldade em encon-
trar cama ou esterco animal curtido, razão pela qual 
._ __ .,.. _ __. tem-se procurado substituir esse adubo por outras fon-
tes de matéria orgânica. 
Santino e outros (52) já demonstraram ser possível a substituição 
do esterco de curral pelo lixo domiciliar tratado, e torta de filtro Oliver. 
Um experimento foi realizado em São Francisco de Paulo, MG, em 
viveiro comercial de café, com o objetivo de verificar a viabilidade da 
substituição do esterco por borra de café industrializada e um fertilizante 
orgânico comercial , aqui representado pelas letras NE (2). 
Para o preparo do substrato foi empregada terra de um Latossolo 
Vermelho Escuro - LE; a adubação mineral constou de 5kg de 
superfosfato simples e 0,5kg de cloreto de potássio por metro cúbico de 
mistura. O delineamento experimental foi em blocos ao acaso com 6 tra-
tamentos e 4 repetições. Os tratamentos foram os seguintes: 
1. Adubo mineral + esterco (300 litros/m3) 
2. Adubo mineral+ adubo orgânico comercial (1 kg/m3) 
3. Adubo mineral + adubo orgânico comercial (2kg/m3) 
4. Adubo mineral+ borra de café (5kg/m3) 
5. Adubo mineral + borra de café (1 0kg/m 3) 
6. Adubo mineral. 
As avaliações foram efetuadas aos 8 meses, sendo as médias e os 
resultados estatísticos indicados nas tabelas 15.1 e 15.2. 
, 
,. 
ORGANOMINERAL NO CAFÉ 103 
Tabela 15.1. Matéria seca (gramas) de folhas de mudas de café tratadas 
com fertilizante mineral (FM) associado ou não a esterco 
de curral (EC), a duas doses de fertilizante orgânico co-
mercial (NE 1 e NE2) e a duas doses de borra de café (BC1 e 
BC
2
) (2). . 
Testemunha Matéria seca Matéria seca Matéria seca 
de folhas de caules de raízes 
1. FM + EC 2,13 a 1,53a 1,61 a 
2. FM + NE 1,73 b 1,25ab 1,40 ab 
3. FM + NE 1 1,60 bc 1,16 bc 1,49 ab 
' 4. FM + BC 1,42 bcd 1.02 bcd 1,29 ab 
5. FM + BC 1,13 d 0,82 d 1,18 b , 
6. FM 1,25 cd 0,90 cd 1.20 b 
F - tratamentos 17,0-" 14,49- 3,87* 
Coef. var. 12,34 11 ,71 12,50 
DMS5% 0,40 0,31 0,40 
Médias acompanhadas de uma ou mais letras em comum não diferem entre si ao nível de 5%. 
Tabela 15.2. Altura e número de folhas de mudas de café tratadas com 
fertilizante mineral (FM) associado ou não a esterco de cur-
ral (EC), a duas doses de fertilizante orgânico comercial (NE 
e NE) e a duas doses de borra de café BC BC (2). 1 
Tratamentos 
1. FM + EC 
2. FM + NE 
1 
3. FM + NE 
2 
4. FM + BC 
1 
5. FM + BC 
6. FM 
2 
F - tratamentos 
Coef. var. 
DMS5% 
2 1 2 
Altura da planta 
(cm) muda 
14,30 a 
12,99 ab 
12,43 bc 
11,10 cd 
9,81 d 
10,06 d 
26,69** 
5,43 
1,49 
Número de folhas/ 
7,20 a 
6,77 ab 
6,45 ab 
6,04 bc 
5,35 e 
5,41 e 
13,81º 
6,61 
0,92 
Médias acompanhadas de uma ou mais letras em comum não diferem entre si ao nlvel de 5%. 
104 FERTILIZANTES ORGANOMINERAIS 
A figura 15.1. refere-se ao experimento que se está descrevendo e 
mostra apenas o resultado dos tratamentos números 1 e 6; os demais 
tratamentos, 2, 3, 4 e 5, não estão sendo representados pelo fato de setratar de adubos comerciais. Notar que as adubações com fertilizante 
mineral mais esterco - organomineral - em todos os parâmetros avalia-
dos, superou a adubação só mineral, como será comentado a seguir. 
16 
~14 
~ 
212 
~10 
o 
~ 8 
X 
i 6 
o 
Altura 
das 
plantas 
NCuero 
de 
folhas 
Peso 
das 
fo1has 
fü!f ffl!B!ffl organomineral 
Ll'Cmu>a. 
Feso 
dos 
caul.es 
Fertilizante mineral 
Peso 
das 
ra.í.zes 
3,0 
2,5 
tO 
~ 
O, 5 a: s 
< 
> 
Figura 15.1. Resultados em valores médios comparativos entre os trata-
mentos com organomineral e fertilizante mineral. 
Segundo os autores, ua análise de variância indicou o valor F alta-
mente significativo para altura e número de folhas. A comparação das 
médias pelo teste de Tukey a 5% evidenciou a superioridade do trata-
mento 1 (fertilizante mineral com esterco de curral). Para o peso de ma-
téria seca das folhas, caule e raiz a análise de variância mostrou F alta-
mente significativo para folhas e caule, e significativo para raiz. O teste 
de Tukey a 5% mostrou superioridade na comparação das médias para o 
tratamento 1 (adubo mineral + esterco de curral). Os resultados mostra-
ram os efeitos benéficos do esterco de curral, sendo que nenhuma das 
fontes utilizadas, em diferentes dosagens, substituiu o esterco de curralu_ 
, 
, 
., 
ORGANOMINERAL NA CANA 105 
16. ORGANOMINERAL NA CANA-DE-AÇÚCAR 
Já no ano de 1952, a Escola Superior de Agricul-
tura "Luiz de Queirozn - ESALQ, realizou experimento 
de adubação em que entraram duas tortas vegetais as-
sociadas ou não com fertilizante mineral. Na ocasião, 
uma firma de São Paulo estáva produzindo, experimen-
talmente, um produto derivado do cacau, tendo como 
----- resíduo orgânico uma torta, fruto do processo de esgo-
tamento químico das sementes tratadas. Era uma torta de emprego des-
conhecido na agricultura, que professores da ESALQ (13) decidiram es-
tudar, instalando um experimento de campo com cana-de-açúcar. A com-
posição das tortas, na base de matéria seca, era a seguinte: 
Composição Cacau Algodão 
Matéria orgânica % 70,31 92,40 
Nitrogênio 2,70 · 568 1 
Fósforo - P2O5 % 1,34 2,14 
Potássio - ~ O % 0,37 1,33 
Cálcio - CaO % 13,16 . 0,31 
O experimento foi instalado em quadrado latino, conduzido em solo 
arenoso, com a variedade de cana Co 290, empregando os seguintes 
tratamentos: · 
1 - testemunha - sem adubação 
2 - adubação mineral 
3 - torta de cacau 
4 - torta de algodão 
5 - adubação mineral + torta de cacau 
6 - adubação mineral + torta de algodão 
A adubação mineral constou de 30kg de N, 100kg de P 20 5 e 40kg 
de K
2
0 . As tortas de cacau e de algodão - dizem os autores - foram 
---
106 FERTILIZANTES ORGANOMINERAIS 
usadas em doses "economicamente eqüivalentes". A figura 16.1 mostra 
as produções obtidas; por ela se vê o seguinte: 
- o tratamento torta de cacau, isoladamente, teve produção inferior 
ao tratamento testemunha, sem adubo; 
- todas as demais adubações foram superiores à testemunha, mos-
trando que a cana-de-açúcar respondeu bem aos tratamentos aplicados; 
- a adubação mineral com NPK foi inferior às associações 
organominerais (tortas mais NPK). 
Releva notar que a torta de cacau, isoladamente, deu produção de 
colmos inferior ao tratamento testemunha, sem adubo, mas, quando for-
mou um organomineral (torta de cacau+ NPK), teve produção superior à 
adubação mineral isoladamente. O curioso é que os autores da pesquisa 
não comentaram esse importante fato ocorrido no experimento, a ação 
potencializante do fertilizante orgânico junto aos fertilizantes m_inerais. 
74 O, A 
"' ~ À 
Q) 72 o 
M 
a. 
B 
tlS 
Q. 
....... 70 
"' .l( 
o. e 
o 68 o-
,e 
t>, 66 o-
e 
Q 64 o. 
. 
o D '.E 
~ 62 o.. 
p.,. 
60 o 1 1 
1 3 2 5 4 6 
T R A T A M E N T O S 
Figura 16.1. Comparação entre produções de cana-de-açúcar conforme 
os tratamentos pesquisados. 
l 
" 
1 , 
1 
1 • 
I 1 
,. 
ORGANOMINERAL NA CANA 107 
Na Usina Açucareira Zillo Lorenzetti S/A foi instalado um experi-
mento com cana-de-açúcar em dois solos .diferentes: Latossolo Verme-
lho Amarelo e Latossolo Roxo, empregando fertilizantes minerais e orgâ-
nicos. Como fonte de fertilizante orgânico foram empregados produtos 
da compostagem de resíduos da indústria sucroalcooleira, como baga-
ço, pontas de cana trituradas e torta de filtro; como fertilizantes minerais 
foram empregados uréia, super triplo e cloreto de potássio (1 O). 
No experimento 1 empregou-se uma dose única de torta de filtro 
com produtos de compostagem na base de 15t/ha, combinando-se com 
os tratamentos 0-60-60 e 0-60-120. No experimento 2, na ausência de 
complementação mineral foi aplicada a dosagem de 1 St/ha para a torta 
de filtro e para produto de compostagem de bagaço, a 1 0t/ha para a 
mistura de torta de filtro inoculada com esterco e resíduos de matadouro. 
Em presença das formulações 0-60-60 e 0-0-120, as dosagens das fon-
tes orgânicas foram reduzidas: 1 0t/ha para a torta exclusiva e para o 
produto da compostagem de bagaço, e 5t/ha para a mistura torta + 
inoculante. Em ambos os experimentos o padrão da adubação mineral 
foi 20-120-120kg/ha de N, P20 5 e K20. Os resultados dos experimentos 
estão nas tabelas 16.1 e 16.2. 
Tabela 16.1. Produção de cana-de-açúcar em colmos, em toneladas por 
hectare no Experimento 1 ( 1 O). 
Trata- Nutrientes 
mentos Fonte 
N P20s K20 orgânica tlha Produção 
1 o o o 121,71 b 
2 o o o TF 15 150,13 a 
3 o o o CP4 15 134,71 ab 
4 o o o CP2 10 138,67 ab 
5 o o 120 TF 10 140,61 ab 
6 o o 120 CP1 10 136,29 ab 
7 o o 120 CP2 5 142,39 ab 
8 o 60 60 TF 10 141,05 ab 
9 o 60 60 CP1 10 142,54 ab 
10 o 60 60 CP2 5 139,12 ab 
11 20 120 120 TF 10 137,73 ab 
12 20 120 120 CP1 10 134,26 ab 
13 20 120 120 CP2 5 143,24 a 
14 20 120 120 124,74 b 
F 2.54-
CV(%) 6,69 
Tukey d.m.s. 2·1,33 ( 10%) 
-------
108 FERTILIZANTES ORGANOMINERAIS 
Tabela 16.2. Produção de cana-de-açúcar em colmos, em toneladas por 
hectare no Experimento 2 (1 O). 
Trata- Nutrientes 
mentos Fonte 
N P2Os K2O orgânica t/ha 
1 o o o 
2 o o o TF 15 
3 o o o CP
1 
15 
4 o o o CP
2 
15 
5 o o o CP
3 
15 
6 o o o CP, 15 
7 o 60 60 TF 15 
8 o 60 60 CP
1 
15 
9 o 60 60 CP, 15 
10 o 60 60 CP-- 15 
11 o 60 60 CP3 15 
12 o 60 120 TF' 15 
13 o 60 120 CP
1 
15 
14 o 60 120 CP~ 15 
15 o 60 120 cr; 15 
16 o 60 120 CP~ 15 
17 " 20 120 120 
F 
CV(%) 
Tukey d.m.s. 
Legenda (para as tabelas 16.1 e 16.2): 
TF - torta de filtro 
CP, - torta de filtro (74%) + inoculante + superfosfato simples (1 %) 
CP, - bagaço (60%) + inoculante (39%) + superfosfato simples (1 %) 
Produção 
69,2 b 
92,5 ab 
92,5 ab 
93,0 ab 
95,6 a 
101 , 1 a 
99,2 a 
105,7 a 
103,0 a 
94,2 a 
107,3 a 
114,8 a 
111,2 a 
99,8 a 
101,3 a 
109,9 a 
97,2a 
4,54 ... 
9,94 
23,5 (10%) 
CP, - bagaço (45%) + torta de filtro (45%) + inoculante (9%) + superfosfato simples 
(1%) .· 
CP, - pontas trituradas (55%) + inoculante (43%) + fosfato natural (1 %) + superfosfato 
simples (1 %). 
As conclusões a que chegaram os autores foram as seguintes: 
• os produtos de compostagem utilizados nas mesmas doses da 
torta de filtro, proporcionaram efeitos semelhantes, quer como condicio-
nador de solo, favorecendo a germinação, quer como fertilizante influen-
ciando a produtividade agrícola, mostrando ainda que a redução da 
complementação mineral não afetou significativamente a produção agrí-
cola ou a qualidade da matéria•prima. 
1-
,. 
1-
.. 
.. 
.. 
ORGANOMINERAL NA CANA 109 
Observe-se nas tabelas que, realmente, quando se empregou do-
ses duplas de fertilizante mineral na presença de fertilizante orgânico, 
não houve diferença estatística na produção em relação às doses meno-
res. 
Experimentos utilizando os resíduos da indústria sucroalcooleira 
têm mostrado as vantagens da aplicação desses materiais como fertili-
zante. O bagaço e a torta de filtro produzem melhores resultados quando 
tratados pelo sistema de compostagem, pois o produto final apresenta-
se rico em húmus e já contendo parte da matéria orgânica transformadaem sais minerais, prontamente assimiláveis pelas raízes da cana-de-açú-
car. 
Outra modalidade de aplicar o fertilizante obtido por compostagem 
é associando-o com uma fórmula mineral. Experimento realizado na 
COPERSUCAR mostrou a superioridade do organomineral preparado à 
base de torta de filtro mais NPK e composto de bagaço, sobre a fórmula 
contendo fertilizante mineral isoladamente (6). 
O composto foi preparado usando como matéria-prima bagaço de 
cana, tendo sido produzido pelo método da compostagem com pilhas 
estáticas e aeração forçada; a análise mostrou a seguinte composição 
do composto: 
Nitrogênio total % 
Fósforo - P O total% 
Potássio - K Ó total % 
2 
Carbono% 
Relação C/N 
1,06 
1,90 
0,17 
38,89 
37,1 
Os tratamentos empregados estão na tabela 16.3. 
Tabela 16.3. Quantidade de nutrientes minerais usados no experimen-
to, aplicados no sulco (S) ou em área total rn. 
Tratamentos Nutrientes em kg/ha 
t/ha 
Aplicação 
N P206 ~o 
Composto 5 SeT 53,0 95,0 8,5 
Composto 10 SeT 106,0 190,0 17,0 
Composto 60 SeT 530,0 950,0 85,0 
Composto 100 SeT 1060,0 1900,0 170,00 
Composto 5 + NPK SeT 79,6 228,0 141,0 
Composto 1 O + NPK SeT 132,6 323,0 150,0 
Torta de filtro 5 + NPK s 78,1 173,5 ·t47,0 
NPK s 26,6 133,0 133,0 
Testemunha 
11 O FERTILIZANTES ORGANOMINERAIS 
A figura 16.3 visualiza a produção de alguns dos tratamentos do 
experimento em questão. 
160 
cu 140 ..e 
....... ., 
120 
100 
80 
60 
40 
20 
o 
t/ha 
TRATA-
MENTO 
DISTRI-
BUIÇÃO 
A A A A 
50 100 50 100 5 
COMPOSTO COMPOSTO 
~REA 
SULCO TOTAL 
TORI.'A TES'1'E-
+ NPK NPK MUNHA 
SULCO 
Figura 16.3. Efeito de doses de composto de bagaço de cana e da 
associação organomineral torta de filtro mais NPK e só 
NPK, aplicados no sulco e em área total, na produção de 
cana-de-açúcar. 
ORGANOMINERAL NA CENOURA 111 
17. ORGANOMINERAL NA CENOURA 
Na área experimental do Campos da Universidade 
de Alfenas, MG, Bianchini e Bergamo (3)9 instalaram um 
experimento com a finalidade de avaliar o efeito da aplica-
ção de duas fontes de matéria orgânica associadas ou 
não à adubação mineral, na presença e na ausência de 
calagem, empregando como planta indicadora a cenoura 
(Daucus carola L.) cultivar "Nantes". 
A análise química de uma amostra do solo apresen-
tou o seguinte resultado: 
pH p K• Ca+Mg Ca2• Mg2• H+All-t Al3• 
5,8 4 96 3, 1 2,9 0,2 3,2 O, 1 
pH - em suspensão solo/água na proporção 1/2,5 
P - fósforo solúvel em H2S04 0,05 N, em ppm de P 
K - potássio trocável, em ppm de K+ 
Ca, Mg e AI - trocáveis em e.mg/100ml de solo 
V% 
51 
O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado, 
em parcelas subdivididas, com quatro repetições. Cada parcela continha 
5 linhas de plantio espaçadas 0,20m, medindo 3,2m de comprimento, 
recebendo dois níveis de calagem: ausência de calagem e calagem cal-
culada para elevar a saturação em bases (V%) para 70%. Cada parcela 
foi dividida em quatro subparcelas com 0,8m de comprimento e com cin-
co linhas de plantio espaçadas 0,8m. 
As adubações empregadas foram as seguintes: 
- esterco de curral na dosagem de 50Uha; 
- húmus de minhocário na dosagem de 50Uha; . 
-fertilizante mineral, na dose de 2.500kg/ha da fórmula 4-14-8, mais 
50Uha de esterco de curral; 
- fertilizante mineral, na dose de 2.S00kg/ha da fórmula 4-14-8, mais 
50t/ha de húmus de minhocário. 
~ Hudson Carvalho Bianchini e Genevile Carife Bérgarno, Professores da Univer,iidade de Alfenas, MG. 
112 FERTILIZANTES ORGANOMINERAIS 
Após 25 dias da germinação foi feito o desbaste, deixando 20 plan-
tas por metro linear e aplicando-se em seguida, uma adubação de cober-
tura de 250kg/ha de sulfato de amônio. A colheita foi realizada 104 dias 
após a semeadura. A produção de cenouras está na Tabela 17.1. 
Tabela 17 .1. Médias dos peso das raízes comerciáveis de cenoura, obti-
das na presença e na ausência de calagem, com duas 
fontes de matéria orgânica combinadas ou não com adu-
bação mineral (3). 
Com calagem Sem calagem 
Adubação kg kg 
Húmus 0,7200 b 0,7575 b 
Esterco 0,7838 b 0,9388 b 
Húmus+ NPK 1,6475 a 1,6362 a 
Esterco+ NPK 1,7650 a 1,5425 a 
Nota: As médias seguidas por letras distintas diferem entre si pelo teste de Tukey, ao 
nível de 5% de probabilidade. 
A análise da variância dos dados de produção mostrou que o efeito 
da calagem não foi significativo ao nível de 5% de probabilidade; os au-
tores sugerem que isto se deve ao fato de o solo não apresentar acidez 
elevada e possuir teor médio de cálcio trocável. 
Todavia, nas subparcelas, houve diferenças significativas para os 
tratamentos em que se combinou a adubação orgânica e a adubação 
mineral, em relação aos tratamentos só com adubação orgânica. Entre 
as duas fontes de matéria orgânica não houve diferença significativa, 
mesmo quando complementadas com adubação mineral. 
O experimento demonstrou a interessante conclusão: como maté-
ria-prima orgânica a ser empregada no preparo do fertilizante 
organomineral, não há diferença entre usar o esterco ou o húmus de 
minhoca, tido como de melhor qualidade que o esterco de curral curtido, 
e de preço mais elevado; no experimento, o esterco, mais barato, fez o 
mesmo efeito que o húmus de minhoca na prodUção de raízes de cenou-
ra. 
Em resumo, concluem os autores: "a adubação mineral associada 
à orgânica provocou aumento, em média, de 100% na produção, quando 
comparada com a aplicação apenas de matéria orgânica". 
-
.. 
1 
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1 
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-----
ORGANOMINERAL NA CANA 113 
A figura 17 .1 realça a evidente influência da associação de fertili4 
zante orgânico com o fertilizante mineral. 
2,0 
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t-:3 1,6 
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H 
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o,o 
, 
HÚMUS HUMUS ESTERCO ESTERCO 
+ NPK + NPK 
LEGENDA - Com calcário 
1 ) Sem cal.cário 
Figura 17 .1 . Produção de raízes de cenouras obtidas em experimento 
com e sem calagem e com fertilizante orgânico e 
organomineral. 
114 FERTILIZANTES ORGANOMINERAIS 
18. ORGANOMINERAL NO COQUEIRO 
Em três plantações naturais de coqueiro gigante ( Co-
_____ cos nucifera L.) de 5 anos de idade, situadas em três mu-
nicípios diferentes do Estado da Paraíba (Cabedelo, 
Caaporã e Santa Rita), foi instalado um experimento de 
adubação conduzido pelos engenheiros agrônomos 
Te nó rio 10, Rocha Filho 11 , Gomes 12 e Sarruge 13• Os solos 
desses municípios foram classificadc s como Latossolo 
----- Vermelho Amarelo, distrófico, de textura média, fase cer-
rado, relevo plano (61 ). 
Os tratamentos constaram de adubação mineral e organomíneral, 
assim planejados: NPK, NPK + esterco, NK + esterco e testemunha sem 
adubo; as doses empregadas por planta foram: 400g de nitrogênio, na 
forma de sulfato de amônia, 180g de P 20 5, na forma de superfosfato 
simples e 1200g de K20, na forma de cloreto de potássio. A mistura de 
fertilizantes foi aplicada em torno do estipe do coqueiro em um raio de 
1,5m, no início das chuvas (março), durante 4 anos consecutivos. Em 
cada plantação, foi escolhida, ao acaso, uma área experimental constitu-
ída de quatro parcelas com 50 plantas. A partir da época da adubação, a 
cada três meses durante os 4 anos de duração do experimento, foram 
feitas colheitas trimestrais de cocos 
Os resultados da produção de frutos por hectare estão, "de forma 
resumida", na tabela 18.1. Os autores comentam que "as produções dos 
coqueiros, tanto a de Cabedelo, como a de Santa Rita, tiveram compor-
tamento semelhante, isto é: as adubações NPK + esterco e NK + ester-
co, provocaram uma maior produção de frutos, do que a dos coqueiros 
que não receberam adubação. No experimento em Caaporã observa-se 
que somente a adubação NPK + esterco é que provocou aumento na 
produção, em relação a dos coqueiros testemunha. Provavelmente ocor-
reu um efeito associado do fósforo e esterco, responsável pelo aumento 
da produtividade, uma vez que, as demais adubações (NPK e NK + es-
terco) não promoveram aumento da produtividade". 
'° ZelsonTenório, EMBRAPA, Paraiba. 
11 José Vitaliano de C. Rocha Filho, Universidade Federal da Paralba. 
12 Ivo Falcão Pereira Gomes, Secretaria da Agricultura do Estado da Paralba. 
13 José Renato Sarruge, ESALQ, Ulniversidade de São Paulo. 
ORGANOMINERAL NO COQUEIRO 115 
Tabela 18.1. Produção de frytos (kg/ha) do coqueiro gigante, em três 
municípios da.P·araíba , em função da adubação (61 ) . 
• 
Adubação 
Localidade 
Testemunha NPK NK + esterco NPK + esterco 
Cabedelo 1.107 B 1.628 AB 2.220 A 2.257 A 
Caaporã 1.803 8 2.030 B 2.339 AB 2.905 A 
Santa Rita 1.607 BC 1.021 e 2.553 A 2.327 AB 
Médias acompanhadas de uma letra em comum na linha não diferem entre si ao nível de 
5% pelo teste de Tukey (OMS= 747,10). 
A figura 18.1 mostra as produções obtidas: as maiores produções 
indicadas pelas letras A e B, seguindo-se as letras B e BC. Observe-se 
na figura que, só no município de Santa Rita, o tratamento NPK, sem 
esterco, teve produção inferior aos acima citados. 
CABEDELO 
CAAPORA 
PROOOÇJ.O DB JPnOTOS DB COOOEIRO GIGANTP. 
o 
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TES'l.HNIA 
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1 A 
Figura 18.1 . Produção de frutos de coqueiro gigante em kg/ha, obtida em 
três localidades, usando-se fertilizante mineral e 
organomineral. 
116 FERTILIZANTES ORGANOMINERAIS 
19. ORGANOMINERAL NO EUCALIPTO 
Como comentado no capítulo 6, de cada 100kg 
de fósforo solúvel do fertilizante mineral (superfosfato, 
DAP, MAP), aplicados na adubação de uma cultura, no 
primeiro ano, apenas cerca de 25kg, ou uma quarta 
parte da dose aplicada, são aproveitados pelas plan-
tas. Aplicam-se, portanto, quatro vezes mais fósforo do 
que a planta absorve; isto pelo fato . já explicado, de 
ocorrer no solo a reação química conhecida com o nome 
de fixação, ou seja, a insolubilização desse nutriente 
pelos óxidos de alumínio, ferro e manganês, formando fosfatos insolú-
veis desses metais, não assimiláveis pelas raízes. 
A fração orgânica do fertilizante organomineral reduz essa fixação, 
como foi explicado anteriormente, simplesmente misturando o fertilizan-
te fosfatado com matéria orgânica humificada, havendo com isso maior 
aproveitamento do nutriente e empregando-se menor dose de fósforo. 
Esse efeito do húmus está sendo chamado de "potencialização" dos nu-
trientes minerais. As afirmações da existência dessa potencialização eram 
feitas com base em experimentos realizados em outros países, pois não 
tínhamos resultados de pesquisas instaladas em nossas condições de 
clima, solo e culturas. Felizmente, os experimentos estão surgindo e con-
firmando o efeito de potencialização dos nutrientes graças ao húmus 
contido na matéria orgânica do fertilizante organomineral. 
Sulzbacher e Koike (59) 14 instalaram um experimento em 1982, com 
três anos de duração, em solo de cerrado classificado como. Latossolo 
Vermelho Amarelo distrófico, pertencente à Fazenda Olho D'Agua 11, da 
Siderúrgica Aliperti S/A, com partes nos Municípios de Uberlândia e de 
Uberaba, MG_ 
Tendo em vista resultados anteriores utilizando o fertilizante com-
posto, quando se obteve bons resultados no desenvolvimento do 
Euca/iptus sp, foi instalado este novo experimento, dizem os autores, 
com o objetivo de estudar o efeito do composto associado ou não à for-
mulação 10-28-6 e/ou ao fosfato natural e calcário sobre aquela cultura. 
o experimento teve ainda a finalidade de determinar a dosagem mais 
adequada e econômica a ser empregada pela empresa na cultura do 
Eucaliptus sa/igna Smith, em áreas do Triângulo Mineiro. 
14 Gilberto F.S. Sulzbacher, engenheiro agrônomo, Diretor da S.A. Agro-Indústria Eldorado, SP a Emest-1 
Go Kolke, engenholro Florestal da mesma fim1a. 
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ORGANOMINERAL NO EUCALIPTO 117 
No experimento foram empregados oito tratamentos básicos: 
calcário calcítico e/ou composto orgânico; fosfato natural e/ou composto 
,. orgânico, tendo-se três níveis de fosfato natural (O, 1 e 2Uha}, três níveis 
de calcário (O, 1 e 2Uha), três níveis de composto orgânico de lixo domi-
ciliar curado (O, 0,5 e 1,0kg/planta) e testemunha sem o tratamento bási-
co. Sobre estas áreas com tratamentos básicos foram locadas parcelas 
com três níveis de fertilizante mineral da fórmula comercial 10-28-6 nas 
doses O, 75 e 150 g/planta; foram também, designadas parcelas para 
avaliação e confrontação com as que receberam composto orgânico, 
aplicando-se 150g da fórmula 10-28-6 por planta isolada ou associada 
aos tratamentos básicos (com calcário e fosfato natural). 
Os resultados obtidos aos 3 anos de idade dos eucaliptos estão na 
tabela 19. 1, indicados em média de volume do tronco na altura do peito 
(VAP), como é praxe se determinar em ciência florestal. 
Para melhor visualização, os dados estão representados na figura 
19.1 . -
Os resultados permitiram, segundo os autores, as seguintes con-
clusões: 
A dosagem de 0,5kg de composto por planta não apresentou 
resultado superior em relação à testemunha (sem adubo). 
Os tratamentos envolvendo 1,0kg de composto mais 150g de 
NPK apresentaram melhores resultados, ao lado dos tratamen-
tos com 1,0kg de composto mais 75g de NPK, sendo verifica-
dos resultados semelhantes entre ambos. 
Com a aplicação de 0,5kg de composto mais 75g de NPK (10-
28-6) por planta, o resultado está sendo semelhante ao da do-
sagem de 150g de NPK, por planta. 
O resultado da aplicação de 1,0kg de composto somente, foi 
inferior à dosagem comercial da empresa ( 150g de NPK/plan-
ta). 
Houve uma resposta superior ao NPK e/ou composto sobre os 
resultados de volume, em relação aos obtidos com calcário ou 
fosfato natural. 
O composto vem apresentando respostas altamente significati-
vas na dosagem de 1,0kg/planta, quando associado ao adubo 
mineral, nas doses de 75 e 150 gramas de NPK da fórmula 10-
28-6. 
Comentam, finalmente que, "pelos resultados obtidos, poderá ser 
estudada uma redução no consumo de adubo mineral empregado 
118 FERTILIZANTES ORGANOMINERAIS 
atualmente pela empresa, mantendo-se os mesmos níveis de incremen-
to da população comercial a um custo menor". 
Como explicação dessa potencialização que o fertilizante orgânico 
realiza , os autores do experimento sugerem, acertadamente, que "isto é 
explicado pela capacidade do adubo orgânico poder reter certos nutrien-
tes do fertilizante mineral, contra a lavagem pelas águas das chuvas que 
infiltram e pereciam no solo. Esta retenção é realizada nos solos pelas 
argilas e pela matéria orgânica, podendo em solos arenosos, como de 
certos cerrados, pobres em argila, a retenção ficar a cargo quase que só 
da matéria orgânica existente ou a eles adicionada". 
Tabela 19.1. Efeito da adubação mineral, da adubação orgânica, da 
calagem e da fosfatagem sobre o volume clíndrico {VAP) 
de um povoamento de eucalipto de três anos de idade (59). 
Emkg s/CO s/CO ½CO ½CO ½CO 1 co 1 co 1 co 
Emg NPK-0 NPK- NPK-0 NPK- NPK- NPK-0 NPK- NPK-
150 75 150 75 150 
Emt 
2Calc. 29,5 51,0 32,7 48,7 53,4 36,8 54,0 56,8 
e AB e AB A BC A A 
1 Cale. 34,1 49,8 32,4 45,3 55,2 37,3 54,7 65,5 
D BC D BCD AB CD AB A 
1 Fosf. 36,6 43,4 36,6 49,3 49,3 33,9 59,5 57,7 
CB BCO CD ABC ABC D A AB 
2 Fosf. 37,5 41,8 39,4 49,4 51,2 35,0 50,7 57,0 
BC BC BC AB AB e AB A 
o 25,4 50,6 26,2 49,7 55,3 . 35,5 55,6 64,2 
D AB D BC AB CD AB A 
Média 32,6 47,3 33,5 48,5 52,9 35,7 54,9 60,2 
Médias com letras iguais não diferem significativamente entre si ao nlvel de 5% 
Leg.: CO, composto orgânico; Cal., calcário; Fosf., fosfato natural. 
ORGANOMINERAL NO COQUEIRO 119 
1 ~ 1 kg compoato; 1~0 g NPK . 1 A 
li) 
1 kg composto; 75 g NPK IA ... -aJ 
+-
() 
o - 1/2 kg composto; 150 g NPK IA .e 
'-o 
Sem compoatoi 160 g NPK 1 AB a. -
o -... l AB ,(IJ - 1/2 kg composto: 76 g NPK () 
cio - 1 kg composto; aem NPK lec 
~ 
'Tl 
~ - 1/2 kg compoat0: sem NPK jc 
t'-.1 
1 - Sem composto; aem NPK 1c 
o Teatemunha absoluta l D - -E "" 
CI ~ t 1 ' 1 1 1 
10 20 30 -40 50 60 
VOLUME CILINOOICO POR HECTARE 
Figura 19.1 . Produção de eucalipto com fertilizante orgânico associado 
a mineral, na presença de calcário. 
Ao efetuarem o corte do eucalipto os autores ficaram tão impressi-
onados com a diferença de produção entre a adubação organomineral e 
a testemunha, sem adubação, que resolveram registrar esses dois cor-
tes de madeira com uma foto, como mostrado na figura 19.2. 
120 FERTILIZANTES ORGANOMINERAIS 
Figura 19.2. A foto mostra a alta produção de madeira com o emprego 
do fertilizante organomineral comparada com a baixa pro-
dução do tratamento testemunha absoluta, solo sem ne-
nhuma adubação (Gentileza dos autores do experimento). 
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ORGANOMINERAL NO CAFÉ 121 
20. ORGANOMINERAL NO FEIJÃO 
Os fertilizantes são os produtos mais usados para 
o fornecimento de nutrientes às plantas. Todavia, desde 
que a legislação brasileira criou a categoria do fertilizan-
te organomineral , a produção e o consumo deste adubo 
vem aumentando. Os ·adeptos da adubação 
organomineral afirmam que a associação dos célebres 
NPK com matéria orgânica humifícada, promove a 
proteção do ion fosfato, evitando sua fixação pelo solo; 
que a disponibilidade do niutrogênio é mais lenta e graduai· e que o po-
tássio é adsorvido em parte pelo húmus evitando sua lavagem pelas águas 
da chuva; enfim , essa associação melhora o fornecimento de macros e 
micronutrientes às raízes. Conseqüentemente, a respiração vegetal e a 
fotossíntese são beneficiadas. 
20.1. Experimento com cultivar Rio Tibagi: Com o objetivo de 
obter dados sobre a eficiência do fertilizante organomineral , a EMBRAPA 
- Centro de Pesquisas Agropecuárias de Terras Baixas - CPATB, insta-
lou um experimento de campo situado dentro de sua área experimental, 
usando como planta indicadora o feijoeiro cultivar Rio Tibagi , que tem por 
caracteristica crescimento indeterminado (Tipo li) , apresentando uma ou 
duas ramas principais eretas e terminando em gemas vegetativas; a planta 
é do tipo arbustivo, com guias curtas, flor violeta, semente com coloração 
preto fosco, vagem madura cor de palha, apresentando ciclo de 90 dias 
(12). 
O Experimento foi conduzido com delineamento experimental em 
blocos ao acaso com quatro repetições, conforme tabela 20.1. 
A análise estatística mostrou que o tratamento organomineral na 
dose de 350kg/ha (56kg de NPK) foi o mais produtivo, mas não diferiu 
pelo teste de Duncan a 1 % , do tratamento só com 350kg/ha de fertilizan-
te mineral (182kg de NPK) (tabela 20.2). Considerando que a soma de 
NPK empregada nos tratamentos com organomineral foi sempre 3,25 
vezes menor do que as utilizadas nas fórmulas de fertilizantes minerais e 
que, as produções obtidas foram estatisticamente semelhantes, fica com-
provada, mais uma vez, que a matéria orgânica, quando associada com 
fertilizantes minerais , potencializa os nutrientes NPK. 
1 • 
122 FERTILIZANTES ORGANOMINERAIS 
Tabela 20.1. Doses dos adubos utilizados e respetivas concentrações de 
nutrientes totais (12). 
Nutrientes tota is (kg/ha) SomadeNPK 
Tratamentos 
N P20 5, K20 kg/ha 
1. Organonineral 4,5 15,0 4 ,5 24 
150 kg/ha 
2. Organomineral 7,5 25,0 7,5 40 
250 kg/ha 
3. Organomineral 10,5 35,0 10,5 56 
350 kg/ha 
4. Ad. Mineral 6,0 42,0 30,0 78 
150 kg/ha 
5. Ad. Mineral 10,0 70,0 · 50,0 130 
250 kg/ha 
6. Ad. Mineral 14,0 98,0 70,0 182 
350 kg/ha 
7. Testemunha 00 
Tabela 20.2. Produção de matéria seca do feijão (cv. Tibagi) em relação 
aos tratamentos utilizados (12). 
Tratamentos 
1. Organomineral (350 kg/ha) 
2. Ad. mineral (350 kg/ha) 
3. Ad. mineral (250 kg/ha) 
4. Ad. mineral (150 kg/ha) 
5. Organomineral (250 kg/ha) 
6. Organomineral (150 kg/ha) 
7. Testemunha 
Matéria seca (kg/ha) 
745,30 A 
712.39 A 
693,22 A 
687,18 A 
681 ,56 A 
667,70 A 
558,95 B 
* Médias seguidas por letras distintas diferem entre si ao nível de significância 
(Duncan, 5%). 
A figura 20.1 evidencia que, quantidades muito maiores de fertili-
zantes minerais produziriam praticamente as mesmas safras obtidas com 
os fertilizantes organominerais com menores concentrações de NPK. 
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ORGANOMINERAL NO FEIJÃO 123 
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RWTIUZAaTIE FEI\TIUZANTE PI\ODUCÁO PRODUÇÃO HSTE , ~ tffl::IU'lAL NIH'I.RAL 01\GJVoO. JERTllll.ANTl 
N'UCN)O MUCADO MINERAL liiAlNf.AAL MUHHA 
Figura 20.1. Comparação entre quantidade de NPK aplicadas nas for-
mas de fertilizantes organomineral e mineral, entre as res-
pectivas produções de feijão. 
1 
1 1 
; l.1. 
124 FERTILIZANTES ORGANOMINERAIS 
20.2. Experimento com a variedade carioquinha. Com o objeti-
vo de comparar o efeito de doses crescentes de fertilizantes minerais 
com um fertilizante organomineral, obtido experimentalmente a partir do 
linhito, foi instalado um experimento de campo em solo Brunizem 
(HAPLUDALF) de Bagé, Rio Grande do Sul, usando como planta 
indicadora o feijoeiro variedade carioquinha (38) 15• 
As doses utilizadas foram 50-40-1 O; 33,3-26,6-6,6 e 16,6-13,3-3,3kg/ 
ha de N- P 
2
0 
5 
e K
2
O, respectivamente, para ambas as fontes de fertili-
zantes, doses essas correspondentes a 3/3, 2/3 e 11:. da recomendada 
pelos técnicos (50) . O delineamento experimental foi em blocos ao acaso 
com 4 repetições. 
O fertilizante organomineral foi obtido, experimentalmente, pelo 
mesmo processo empregado na indústria, isto é, neutralizando o linhito 
com bicarbonato de sódio a 1 % e calcário "filler" na proporção de 6%; ao 
linhito foi acrescentado fosfato natural de Araxá, uréia e cloreto de potás-
sio nas proporções de 13,0; 12,3 e 1,85% respectivamente; posterior-
mente, como se fez na indústria, a mistura organomineral foi aquecida a 
80º Celsius; após secagem ao ar foi adicionado superfosfato triplo na 
proporção de 7,7%, obtendo-se ao final , um organomineral com a formu-
lação 5-4-1 . 
A análise química do organomineral preparado experimentalmente 
revelou a seguinte composição: nitrogênio total, 6 , 1 %; fósforo total, 7,7% 
e solúvel em citrato neutro de amônio, 4,0%; potássio, 2,5%. Segundo os 
autores, esse teor de nutrientes acima do esperado pode Ter sido devido 
à contribuição do linhito, que acusa presença de nitrogênio e potássio 
em pequenas quantidades. Para efeito de cálculo foi considerada como 
composição a formulação 5-4-1 . 
Os rendimentos médios do feijoeiro em função das doses e fontes 
de fertilizantes estão na tabela 20. 3. 
•~ Jaime W.V de Mello, Eng. Agr , Proressor da Factildade de Agronomia. FundaçAo Attila Taborda • 
Faculdade Unida de Bagé, RS. Elvo Pomall1, Eng. Agr., Assistente de Pesquisa da Carbosul · 
Agroqulmlca , Bagé, RS 
1 .. 
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.. 
Ir 
► 
.. 
.. 
.. 
ORGANOMINERAL NO CAFÉ 125 
Tabela 20.3. Produção de grãos (g/planta) sob diferentes formas de fer-
tilizantes (médias de 4 repetições) (38). 
Doses (kg/ha) 
16,6 - 13,3- 3,3 
33,3 - 26,6 - 6,6 
50-40-10 
Testemunha 
Fertilizantes 
Organomineral 
12,73 a 
12.,17 a 
7,39 b 
7,45 b 
Mineral 
8,26 b 
7,25 b 
8,03 b 
Tabela 20.4. Análise estatística do rendimento médio (g/planta) do feijoeiro, 
para doses dentro das fontes fertilizantes, com inclusão do 
tratamento testemunha. 
Causas da Variação 
Fontes de fertilizantes 
Doses da fonte organomineral 
Doses da fonte mineral 
Causa de variação: 21,25% 
* = Significativo ao nivel de 5%. 
Ns = Não significativo ao nível de 5% . 
F 
10,86* 
9,01* 
0,25ns 
OMS Tukey 
1,38 
3,71 
Referindo-se aos dados de rendimento da tabela 20.3 afirmam os 
autores: "estes dados revelam uma superioridade do fertilizante organo-
mineral emrelação ao mineral, sendo que as plantas responderam indi-
vidualmente à adubação, somente quando os nutrientes foram forneci-
dos em mistura com o linhito tratado. Neste caso, doses de 33,3 - 26,6 -
6,6 kg/ha de N-P
2
0 5 e K20 na forma organomineral foram suficientes 
para produzir aumentos significativos no rendimento médio por planta 
para o feijoeiro. Considerando-se que a r~dução do "stand" não se deu 
uniformemente ao longo das parcelas, nao se pode afirmar que o au-
mento no rendimento médio por planta foi conseqüência exclusiva da 
menor competição entre plantas na linha, com melhor aproveitamento 
dos nutrientes naqueles tratamentos onde o "stand" era menor. Isto leva 
a crer que, pelo menos em parte_, estes resultados se devam à maior 
eficiência do fertilizante organo-m1neral, demonstrando que o linhito, se 
convenientemente tratado, pode representar uma fonte alternativa de 
matéria-prima para produção de fertilizantes organo-mineraisu. 
126 FERTILIZANTE~ ORGANOMINERAIS 
Nas conclusões do trabalho os autores dizem: 110s resultados obti-
dos, nas condições do presente experimento, permitem concluir que a 
cultura do feijoeiro não respondeu ao aumento das doses de fertilizantes 
minerais, sendo que doses a partir de 33,3 - 26,6 - 6,6 kg/ha de N-P O 
e K~O, respectivamente, foram suficientes para aumentar o rendime~tó 
méaio por planta, quando na forma de fertilizante organo-mineral". 
20.3. Experimento em solo de cerrado: Solos de cerrado são 
geralmente pobres em matéria orgânica e minerais de argila , 
aprensentando problemas de retenção de fertilizantes minerais. Com o 
intuito de estudar o comportamento do feijoeiro em tais solos foi instala-
do um experimento empregando-se um fertilizante organomineral, pro-
-'! 
curando-se "conhecer o potencial deste adubo na substituição nitrogenada . 1 
em cobertura e na produtividade da cultura do feijão tipo carioca11 • Para I, 
isso, Junqueira Neto 16 e colaboradores (30) instalaram um experimento 
de campo na Fazenda Sucuriú, Município da Morada Nova, MG, em área 
de cerrado típico, irrigado por pivô central. 
O delineamento experimental foi em blocos casualizados com três 
repetições, envolvendo 4 níveis de fertilizantes organomineral e 4 níveis 
de fertilizante nitrogenado em cobertura; todos os tratamentos recebe-
ram adubação básica no plantio de 400 kg/ha da fórmula 5 - 25 - 15 e 
duas adubações foliares contendo 3 kg de uréia, 3 kg de sulfato de zinco 
e 0,8 kg de ácido bórico aplicados aos 25 e 60 dias após a emergência 
qo feijoeiro. 
Os resultados obtidos, segundo os autores, "mostraram diferença 
estatística ao nível de 99% de probabilidade, sendo a melhor média a do 
tratamento número 13, seguido pelos tratamentos 4, 12, 5, 1 O, 11, 9, 8, 6, 
7, 3 e 2, que não diferiram estatisticamente entre si", como mostrado na 
figura 20.2. 
Os autores concluíram que houve efeito benéfico do fertilizante 
organomineral sobre a produtividade do feijoeiro, sendo o melhor trata-
mento e o mais econômico o de número 4 (200 kg/ha de organomineral e 
20 kg/ha de nitrogênio em cobertura), cuja produção foi 25,49% maior 
que o testemunha. 
10 Professor11tular da Escola Superior de Agricultura de Lavras, Lavras, MG. 
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ORGANOMINERAL NO CAFÉ 127 
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Figura 20.2. 
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1-· ..... r.n-- ... 11/11 
U.GENDA: 1 N1"1 d, doa"'" lpibdo"' - .. 11/11 
cm a>-
bem,-
n 
li 1J 14 
Efeito de dosagens de fertilizante organomineral associa-
dos a nlveis de nitrogênio, em cobertura, sobre a produti-
vidade do feijoeiro. 
1 1 
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1 
I ' 
1 '. 
1 f. 
128 FERTILIZANTES ORGANOMINERAIS 
21. ORGANOMINERAL NO MILHO 
O milho é, como o trigo e o arroz, um dos cereais mais 
cultivados no mundo, sendo largamente empregado em mui-
tos produtos industrializados. O milho oferece a vantagem 
de ser utilizado tanto na alimentação humana, como ani-
mal. 
Para se determinar a quantidade de fertilizante que deve ser em-
pregada em uma cultura, os agrônomos lançam mão de vários expedien-
tes. Conhecendo-se a composição química da planta, sabe-se a quanti-
dade de nutrientes exigidos; no caso do milho, os grãos são mais ricos 
em nitrogênio, seguindo-se o potássio e o fósforo, como mostra a Tabela 
21.1. Fazendo-se a análise do solo, fica-se conhecendo sua disponibili-
dade em nutrientes; com esses dados pode-se montar um experimento 
agrícola que indicará, para cada solo e cada cultura, a quantidade de 
fertilizante a ser empregada. Como os livros trazem tabelas indicando as 
exigências das culturas, para instalar um experimento de adubação, o 
pesquisador analisa o solo e planeja as dosagens de fertilizantes a se-
rem testadas. Foi exatamente isso que Souza17 (58) fez ao montar seu 
experimento de adubação do milho com fertilizante organomineral. 
O experimento foi montado no campo, em solo classificado como 
Latossolo Vermelho Escuro. Sabendo-se que cerca de 90% dos solos 
brasileiros apresentam reação entre levemente ácida a ácida, foi efetuada 
uma calagem do terreno. Presentemente os agrônomos estão recomen-
dando que o calcário a ser aplicado seja calculado em função da satura-
ção em bases do solo. 
Tabela 21.1. Exigência de nutrientes pela cultura do milho, em quilogra-
mas por hectare (33). 
Milho Colheita Exigências em kg/ha 
Vha N p K Ca Mg s 
Grãos 5 115 28 35 2 10 11 
Restos 10 55 7 140 25 29 8 
Total 15 170 35 175 27 39 19 
17 Euclides C.A. de Souza, Professor da Universidade Estadual Paulista, UNESP, Jaboticabal, SP. 
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ORGANOMINERAL NO MILHO 129 
A tabela 21 .2 dá as características do solo do experimento. Por ela 
se vê que a soma das bases cálcio mais magnésio, mais potássio, cátions 
não ácidos, é de 0,46 me/100 cm 3 de solo, enquanto a soma do hidrogênio 
mais alumínio (cátions responsáveis pela acidez do solo) é 3,60 me/100 
cm3 . Por regra de três encontra-se que a saturação em bases do solo é 
de 11 ,33% e que o hidrogênio mais alumínio correspondem a 88,67°/o. 
Os solos cultivados devem ter saturação em bases (V°lc>) acima de 50%, e 
no caso da cultura do milho, a saturação em base foi elevada pela calagem 
a 60%; com isso o H + AI ficou reduzido a 40% . 
Tabela 21 .2. Composição do Latossolo Vermelho Escuro do experimen-
to (58). 
Características 
lndice pH em CaCl
2 
0,01 M 
Matéria orgânica 
Fósforo (extraido por resina) 
Potássio (K~) 
Cálcio (Ca2•) 
Magnésio (Mg2•) 
Hidrogênio + alumínio (H' + AP•) 
Valores 
4.4 
1,55% 
15 µg/cm3 
0,10 me/ cm3 
0,12 me/ crn3 
0,24 me/ cm3 
3,60 me/ cm3 
Em experimento de campo espera-se que a maior parte dos trata-
mentos que receberam adubação, apresente resultados acima do produ-
zido pela testemunha. Se nenhum tratamento for superior à testemunha 
o experimento indica que não houve efeito dos adubos, e que eles não 
são necessários a esse solo. No caso presente todos os tratamentos 
foram superiores à testemunha. 
O autor fez a análise do retorno econômico do experimento; este 
cálculo se faz subtraindo-se o valor da produção obtida com o tratamento 
testemunha, sem adubação, dos obtidos com o emprego do fertilizante 
organorninal; tem-se assim os aumentos de produção graças às fertiliza-
ções; transformam-se, agora, essas produções em dinheiro, multiplican-
do-as pelo valor do milho no mercado; a seguir, calcula-se em quanto 
ficou cada dose de fertilizante e, finalmente, divide-se o valor encontrado 
para o milh~, pe_lo ~usto do fertilizante empregado e~ ca?a tratamento; o 
número obtido indica quantas vezes rendeu, em dinheiro, a adubação 
empregada. No experimento, os retornos foram os seguintes: 
1 1 
u'. 
130 
Fertilizante organomineral aplicado 
em kg/ha 
400 
800 
1200 
1600 
2000 
FERTILIZANTES ORGANOMINERAIS 
Retomo econômico 
obtido 
8,78 
4,72 
3,12 
2,35 
0 ,18 
A figura 21.1 mostra, objetivamente, as produções obtidas com as 
dosagens crescentes de fertilizantes,as quais foram ~uperiores à teste-
munha, mas não se mostraram estatisticamente diferentes entre si; isto 
quer dizer que no experimento, aumentando as doses de 400 para 800 
quilogramas de fertilizantes por hectare, ou mais, a produção não au-
mentou significativamente; mostra ainda que os retornos econômicos 
foram cada vez menores à medida que foram aumentadas as quantida-
des de fertilizante, indicando que a dose de 400 kg/ha produziu o dobro 
do tratamento testemunha, sem adubo, cujo retorno econômico (8,78) foi 
o maior de todos. 
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1200 1600 2000 O 
KG/HA DE FERTILIZANTE ORGANO-MINERAL 
LEGENDA li 
RETORNO PRODUÇÃO 
figura 21.1. Produção de milho e retorno econômico obtido com diferen-
tes dosagens de fertilizante organomineral. 
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.. 
ORGANOMINERAL NO TRIGO 131 
22. ORGANOMINERAL NO TRIGO 
Em 1986 foi conduzido um experimento de adu-
bação de trigo em solo arenoso, pertencente à unidade 
de mapeamento "Santa Tecla", localizado no Campus 
Rural da FAT-FunBA, Faculdade de Agronomia de Bagé, 
RS. O objetivo do experimento foi comparar a eficiência 
do fertilizante organomineral com a do fertilizante mine-
ral na cultura do trigo. O trabalho de pesquisa foi condu-
zido pelo Prof. Dr. Jaime Wilson V. Mello com a colabo-
ração de dois alunos (39). 
O delineamento experimental foi em blocos ao acaso com 4 repeti-
ções; os tratamentos constaram de doses de nitrogênio, fósforo e potás-
sio, nas formas mineral e organomineral, num total de 12 tratamentos 
assim planejados: dose de N-P-K, conforme a Recomendação de Adu-
bação e Calagem para os Estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina 
(50) e metade dessa dose; dose de P e K completa e meia dose de N; 
dose de N e K completa e meia dose de P; dose de N e P completa e 
meia dose de K. Além desses tratamentos constaram do experimento 
mais 8 parcelas testemunhas, sem nenhuma adubação. Correspondendo 
aos tratamentos com fertilizantes minerais, idênticas dosagens foram 
preparadas com fertilizante organomineral, isto é, ½ dose de N e dose 
inteira de PK; ½ dose de P e dose inteira de NK; ½ dose de K e dose 
inteira de NP, como mostra a tabela 22.1. 
As parcelas mediam 4 x 25m tendo sido plantadas com o trigo cul-
tivar Mascarenhas. O efeito dos tratamentos foi avaliado pela produção 
de grãos, tendo sido escolhidos 5,0 m2 de cada parcela. 
A análise estatística das 48 parcelas, cujas médias estão represen-
tadas na tabela 22.1 permitem as seguintes conclusões: 
1. A produção média nos tratamentos ~d~bados (780 g/parcela) foi 
superior à da testemunha (37 4 g/parcela), tndIcando que a cultura res-
pondeu bem à adubação. 
2. Para as cinco doses em conjunto, isto é, no experimento como 
um todo não houve diferença significativa entre a produção obtida com 
0 fertiliz~nte organomineral (mé~ia 828 g) ~ a obtida com o mineral (mé-
dia 731 g) indicando que os dois adubos tiveram o mesmo valor fertili-
zante. Ent~etanto, a produção obtida com a dose K/2 + NP na forma de 
1 
1 1 
. 1. 
1 I 
132 FERTILIZANTES ORGANOMINERAIS 
organomineral (830 g) foi significativamente superior à obtida com igual 
dose na forma mineral (555 g) . A figura 22.1 mostra as produções de 
trigo, onde se percebe melhor a diferença entre os tratamentos que rece-
beram adubação e o tratamento testemunha, bem como o alto valor do 
fertilizante organomineral. 
Tabela 22.1. Produção média de trigo em função da dose e da natureza 
do fertilizante aplicado (39). 
Dose 
NPK/2 
N/2 + PK 
P/2 + NK 
K/2 + NP 
NPK 
Média 
Fertilizante 
Organomineral mineral 
grama por parcela 
538 Ab 
900Aa 
898 Aa 
830 Aab 
975 Aa 
828A 
633 Aa 
698Aa 
888 Aa 
555 Ba 
833Aa 
731 A 
Média 
585 b 
798 ab 
892 a 
692 ab 
929 a 
780A 
Obs.: - Produção da testemunha (sem adubo): 374 g/parcela 
- Médias acompanhadas da mesma letra maiúscula na linha e minúscula na coluna não diferen-
ciam entre si pelo teste de Tukey ao nlvel de 5%. 
-Coeficiente de variação: 23,02% 
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Figura 22.1. Produções médias de trigo em função de doses de ~PK 
aplicadas na forma de fertilizantes organomlneral e mine-
ral. 
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l. 
CONCLUSÃO 133 
23. CONCLUINDO ... 
Conforme comentado no Capítulo 1, por mais de 
dois milênios os agricultores de todo o mundo adubaram 
suas terras unicamente com fertilizantes orgânicos, pois 
inexistiam os fertilizantes minerais. 
Nestes últimos 140 anos a maior parte dos agricul-
..., _ _. tores do ocidente vêm adubando as terras principalmen-
te com fertilizantes minerais. 
Presentemente está cada vez mais disseminada a campanha da 
adubação unicamente orgânica, voltando às origens q1;1anto à maneira 
de fertilizar o solo, abolindo os fertilizantes minerais. E a denominada 
agricultura orgânica ou alternativa, produzindo alimentos ditos isentos de 
"contaminantes químicos". 
Eliminar completamente o emprego de fertilizantes minerais é, pelo 
menos no momento, uma insensatez. 
Já foi dito que, se todas as fábricas do mundo parassem hoje de 
fabricar fertilizantes minerais, haveria uma imensa mortalidade de pes-
soas, já que não se conseguiria produzir alimentos para todos. Tudo pelo 
fato da agricultura atual estar dependente dos fertilizantes minerais para 
obtenção de boas safras. 
As jazidas de minerais fosfatados e, possivelmente as de minerais 
potássicos, segundo se prevê. dentro de mais um a dois séculos se es-
gotarão. São insumos ditos irrenováveis, diferentemente dos orgânicos, 
sabidamente renováveis. 
Não devemos ser tão radicais decidindo adubar as terras de cultu-
ra exclusivamente com fertilizantes minerais ou empregando apenas os 
orgânicos. 
A solução no momento é a adoção do fertilizante organomineral 
economizando em quantidade os fertilizantes minerais, por ter fórmul~ 
com menor concentração em NPK e ser fabricado em associação com 0 
1 1 
134 FERTILIZANTES ORGANOMINERAIS 
fertilizante orgânico, o qual potencializa os efeitos dos nutrientes mine-
rais, a serem postos à disposição das raízes das plantas. 
Lembrar que para as plantas, tanto faz os nutrientes virem de ferti-
lizantes minerais ou da mineralização da matéria orgânica; quimicamen-
te falando, o nitrogênio na forma dos radicais NH/ ou NO
3
·, fosfato como 
radical H
2
PO / e o potássio na forma de cátion K♦, são absorvidos pelas 
raízes nessas formas, como já foi dito, independentemente de sua ori-
gem, quer mineral ou quer orgânica. 
Por que razão não empregar mais fertilizante organomineral nas 
nossas plantações, se a própria natureza o cria e utiliza para a nutrição 
vegetal das matas e florestas? 
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50 - SIQUEIRA, 0.J.F. de, coord. Recomendações de adubação e calagem 
para os Estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. 2.ed. 
Passo Fundo: EMBRAPA, CNPT, 1989. 128p. 
51 - SANCHEZ, P.A. Advances in the management of oxisols and ultisoils in 
tropical South Amerca. ln: INTERNATIONAL SEMMINARY ON SOIL 
ENVIRONMENT ANO FERTILITY IN INTENSIVE AGRICULTURE 
1977, Tokyo, p.535-566. ' 
52 - SANTINATO, R.; OLIVEIRA, J.A. de; PINHEIRO, M.R Estudos prelimina-
res para o aproveitamento de novas fontes de matéria orgâniGa na pro-
dução de mudas e formação do cafeeiro. ln: CONGRESSO BRASILEI-
RO DE PESQUISAS CAFEEIRAS, 6., 1978. Ribeirão preto. Resu-
mos ... Rio de Janeiro: IBC, 1978. P.373-376. 
53 _ SANTOS, C.E.R.S.; STAMFORD, N.P.; SANTOS, D.R. Efeito do composto 
do lixo urbano suplementado com fósforo e da inoculação com 
Bradyrhizobium em caupí. Revista Brasileira de Ciência do Solo, 
campinas, v.16, p.25-30, 1992. 
140 FERTILIZANTES ORGANOMINERAIS 
54 - SETZER, J. O fósforo e a matéria orgânica no solo. Revista dos Criado-
res, São Paulo, v.44, n.533, p.68-70, jun. 1974. 
55 - SILVA, N.M. Estudo preliminar do emprego de torta de mamona à 
adubação mineral do algodoeiro. Campinas: Instituto Agronômico, / 
1971 . 8p. (Publicação, 1 O). 
56 - SINGH, R.D.; YADAY, D.V. Transformation of N, P and organic matter 
during paddy straw decomposition with and withouth rock phosphate. 
Agricultura! Wastes, Barking, v.18, p.247-251 , 1986. 
57 - SIQUEIRA, O.J.F. Proposta de recomendação da ar:iubação e calagem 
para a cultura do trigo no Rio Grande do Sul e 3anta Catarina. ln: 
REUNIÃO DA COMISSÃO SUL-BRASILEIRA DE PESQUISA DE TRI-
GO, 19., 1987. Pelotas, p.1-13. 
58 - SOUZA, E.C.A. de. Relatório sobre um ensaio na cultura do milho com 
fertilizante organo-mineral RF-120. Jaboticabal: UNESP, Faculdade 
de Ciências Agrárias e Veterinárias, 1985. 3p. 
59 - SULZBACHER, G.F.S.; KOIKE, E.G. Efeito da fertilização com composto 
orgânico associado com adubação mineral em povoamento de 
Euca/yptus saligna Smith. s.l.: Agroindustrial Eldorado, 1986. 9p. 
60 - ZUNINO, H.; MARTIN, J.P. Metal-binding organic macromolecules in soil. 
1. Hypothesis interpreting the role of soil organic matter in the 
translocation of metal ions from rocks to biological systems. Soil 
Science, Baltimore, v.123, p.65-76, 1977. 
61 - TENÓRIO, Z.; ROCHA FILHO, J.V. de C.; GOMES, 1.F.P.; SARRUGE, J.R. 
Efeitos da aplicação da adubação mineral e orgânica na produção de 
coqueiro gigante ( Cocos nucifera L.) no litoral do Estado da Paralba. 
Anais da Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz'\ 
Piracicaba, v.36, p.539-547, 1979. 
62 - TISDALE, S.L. ; NELSON, W.L. Soil fertility and fertilizers. 2.ed. New 
York: Macmillan, 1966. 694p. 
63 - THOMPSON, L.M. EI suelo y su fertilidad. 3.ed. Barcelona, Reverté, 
1974. 409p. 
- - . 
INDICE REMISSIVO 
141 
ÍNDICE REMISSIVO 
;· 
(Consulte também o CONTEÚDO do livro) 
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1 
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l 
ABIFOR, Associação Brasileira da Indús-
tria de Fertilizantes orgânicos, 8-9. 
Absorção luxuriante, 38 
Absorção de nutrientes pelas raízes, 32. 
Absorção e adsorção, 28 
Ácidos fúlvico, húmico, himantomelânico 
e apocrênico, 16. 
Acido húmico, 7, húmico e fúlvico, 16. 
Adsoção de nutrientes pelo húmus, 28. 
Adubações com organomineral; maneiras 
e localização do adubo: no sulco, na cova, 
91; em coroa, 92: a lanço, em cobertura 
entre linhas de cultura, 93. 
Adubação da soja, tabela, 58. 
Adubação de cobertura com fertilizantes 
nitrogenados, 38. 
Adubação de disponibilidade controlada, 
22. 
Adubação mineral, 1. 
Adubação orgânica, "mal necessárion, 
teoria humista da alimentação vegetal, 1. 
Adubação organomineral, 2. 
Adubação, recomendação dos nutrientes: 
pela análise do solo, pela análise conjunta 
do solo e da planta; fórmulas de aduba-
ção do Boletim 100 do IAC, 86-89. 
Adubos de disponibilidade controlada, 37; 
Algodão, organomineral no, experimen-
to, 97; tabela, 98, 100; figura, 99. 
Allison, 33; Allison, quelados, 65. 
Aplicação do organomineral no campo: 
adubação fundamental, complementar, 
91 -93. 
Alface , organomlneral na, experimento, 
1 
L._ 
94-96: figura 95. 
Alternativas para o preparo de uma 
fórmula de organomineral; tabela, 78-
80. 
Aumento da solubilidade do fósforo 
pela matéria orgânica , explicações 
sobre, 52-53. 
Batata, organomineral na ; exp~rimen-
to, 101. 
Bianchini, experimento com cenoura, 
111 . 
Bioestabilizados (semicurados), ester-
cos, 73 . 
Blanchet, colóides húmicos na absor-
ção de nutrientes, 41. 
Boletim do IAC, números 100 e 200, 
4; fórmulas de adubação, 86-89. 
Borra de café, experimento com, 102. 
Café, organomineral no, 102; tabelas. 
103, figura, 104. 
Calagem do solo: métodos; correção 
do pH; elevação da porcentagem de 
saturação em bases (V%), exemplos, 
81 . 
Cálcio, magnésio e enxofre, 60 
Capacidade de retenção de água , 
(CRA) da matéria orgânica , 32. 
Capacidade de troca de cátions de fer-
tilizantes orgânicos, 29; tabela, 30. 
Carbono orgânico, determinação do, 
14-15. 
Carga dos fertilizantes minerais, defi-
nição, 23. 
Cenoura, organomineral na, experi-
1 
1 1 
1 • 
142 
mente, 111 : tabela, 112, figura , 113. 
Chaboussou, comparação entre ali-
mentação mineral e orgânica dos ve-
getais, 62. 
Chaminade, doses de PK na presen-
ça e ausência de húmus, tabela, 41 ; 
experimento de neutralização com 
água de cal e adição de ácido húmico, 
25-26; fósforo e potássio comparados 
com doses de nitrogênio, experimen-
to, 38-39; figuras, 40; húmus e absor-
ção de nutrientes, experimento, 38; 
solubilização de fosfatos e húmus, 26. 
Coleta de amostra para fiscalização; 
tabela, 12; pelo agricultor, 12-13; pro-
cedimentos, prazo, 13. 
Colóides totais, determinação dos, 15. 
Complexo argilo-húmico, 3; do solo e 
o nitrogênio amoniacal, 36. 
Composto de lixo: disponibilidade de 
fósforo do super triplo, 51; como fon-
te de matéria-prima para 
organominerais, 73. 
Concentração salina , indice salino 
dos fertilizantes minerais, 24-25. 
Conversão ou mineralização da ma-
téria orgânica , 19. 
Coocke, ácidos orgânicos no aumen-
to da disponibilidade dos fosfatos, 53. 
COPERSUCAR, experimento com 
organomineral, 109, tabela, 109, figu-
ra, 110. 
Coqueiro, organomineral no, experi-
mento com, 114; tabela e figura, 115. 
CRA, veja capacidade de retenção de 
água. 
CTC do húmus, cálculo, 30-31 . 
CTC do organomineral e aproveita-
mento do potássio; cálculos clemons-
FERTILIZANTES ORGANOMINERAIS 
trativos; doses de potássio em relação a 
CTC, 56 
DAP e MAP, preparo industrial, 61 . 
Desplasmolise, fenômeno de, 42. 
Deliqüescentes, fertilizantes minerais, 23. 
Determinação da matéria orgânica no 
organomineral , 13; por combustão, 14; 
reações interferentes, 14. 
Determinação dos colóides totais, méto-
do, 15-18. 
Dosagem harmoniosa dos minerais às 
plantas, 62. 
Efeito sinérgico do composto de lixo, 50. 
El- Baruni, experimento com superfosfato 
e esterco, 54, figura, 55. 
Enxofre, cálcio e magnésio; Menxofre-dó-
lar", 60; enxofre e manganês no cafeeiro, 
4. 
Eficiência dos fertilizantes minerais e or-
gânicos, tabela, 22. 
Esterco de curral: experimento, 4; na ce-
noura, experimento,111 ; experimento com, 
102; experimento com café na ESALQ, 4. 
Estercos e CTC, 30; estercos e camas ani-
mais como fonte de matéria-prima para 
organomineral, 72. 
Eucalipto, organomineral no, experimen-
to, 116-120 ;tabela, 118; figura (foto) , 120. 
Exemplos e alternativas para o preparo de 
uma fórmula de organomineral , tabela, 78-
80. 
Experimento de fixação biológ ica de 
fosfatos, 53. 
Feijão, organomineral no, 121; experimen-
to cultivar Rio Tibagi , 121; tabela, 122; fi-
gura, 123; experimento com a variedade 
carioquinha, ·124; tabela , 123; experimen· 
to em solo de cerrado, 126. 
Feijoeiro , expe rimento com li. v 
FiL 
1 ' 
INDICE REMISSIVO 
compostado e fósforo, 44-47. 
Fertilizante, veja também, adubo; como 
determinar a quantidade a ser emprega-
da, 128 
Fertilizantes minerais, tabela de índice 
salinos, 25. 
Fertilizante orgânico, definição, 19. 
Fertilizante organomineral: experimento 
com trigo por 50 anos, 4, figura, 5; expe-
rimento na ESALQ, com café, 4 . 
Fixação biológica de fosfatos, 53. 
Fixação de fósforo, 24; redução pelo uso 
de composto de lixo, 51 . 
Fontes de matéria-prima para 
organomineral, principais: turfa, 70; 
linhito, 71; estercos e camas de animais, 
72; tortas vegetais e composto de lixo, 
73. 
Fosfato monocálcico, solubilidade de 
acordo com o pH, 26. 
Fosfo-proteína, formação de, 50. 
Fósforo: aumento da disponibilidade pelo 
organomineral, 51; experimento com 
organomineral, 44; imobilizado (fixado), 
53; insolubilização no solo, 43; proteção 
contra fixação, 43-44; reação da fixação, 
44; melhor aproveitamento pela calagem 
do solo: experimento por Sanches, influ-
éncia da matéria orgânica e calagem no 
cafeeiro; tabela e figura, 84-85; nos ferti-
lizantes granulados, 43; fósforo, potás-
sio e nitrogênio, conversão,20. 
Fórmulas de adubação, 86-89; represen-
tação gráfica, 90. 
Fração húmica coloidal e propriedades do 
solo, 16. 
Garantias dos organominerais, 9. 
Gel de húmus, 15. 
143 
Gesso (sulfato de cálcio) do 
superfosfato, 60 
Globo Rural , artigo sobre nutrientes, 
61-62. 
Grau de humificação da matéria-pri-
ma orgânica, 11-13. 
Higroscópicos, fertilizantes minerais, 
23. 
Hiroce, 4 
Horizonte orgânico do solo, 2. 
Humatos alcalinos, 7. 
Humato de cálcio, 26. 
Húmus; experimento com ausência e 
presença na absorção de nutrientes, 
41; CTC do, 30; absorção de nutrien-
tes pelas plantas; absorção luxurian-
te, 38; efeito potencializador na absor-
ção de nutrientes, 42; gel de húmus, 
15; na permeabilidade celular das plan-
tas, 38; solubilidade de fosfato 
monocálcico, 26; sol de húmus, 14. 
Húmus de minhoca na cenoura, expe-
rimento, 111 . 
Imobilizada, forma orgânica, 19. 
Incompatibilidade: dos fertilizantes mi-
nerais, 23-24; físicas e químicas ,23. 
lndice de conversão da matéria orgâ-
nica , 19-21, tabela, 20; 
lndice de eficiência agronômica (lEA), 
48. 
lndice pH no organomineral, 10-11. 
Índice salino, concentração salina dos 
fertilizantes minerais. 24-25; tabela , 
25. 
lntemperizaçáo das rochas, 3, 24-25, 
tabela. 
Legislação e fertilizante organomineral , 
3; definição, categorias de fertilizantes 
orgênicos, 6-7 . 
--------------------------------' 
' 1 
144 
Liebig, Justus von , 2; lei de Liebig, 39 . 
Linhito, como adubo orgânico, 27; 
como matéria -prima para 
organomineral, 57-58 , 71 ; industriali-
zação, parâmetros exigidos por lei, 72; 
CTC do linhito , 30; jazidas existentes 
no Brasil, 72. 
Lixo domiciliar compostado: como fon-
te de matéria-prima para 
organomineral; seleção domiciliar, 73; 
experimento com fósforo, 44, figuras, 
45-47; substituto do esterco, 102; (veja 
também, composto de lixo domiciliar). 
Macronutrientes essenciais, 2. 
Macronutrientes secundários : e 
organominerais, 60; exigência mlnima 
da legislação, 62, tabela , 63-64; defi-
ciência de enxofre nas culturas, 66. 
Magnésio, cálcio e enxofre, 60 
Manganês e enxofre no cafeeiro, 4. 
Malavolta, aproveitamento de nutrien-
tes , 21-22; tabela, 22; sobre 
macronutrientes secundários e 
micronutrientes, 60-61. 
MAP e DAP, preparo industrial , 6. 
Matéria orgânica: ativa, inativa, fres-
ca, crua, coloidal e não coloidal, 16; 
como condicionadora dos fertilizantes 
minerais, 23, 31; componentes húmus 
e sais minerais, 2; decomposição de 
seus componentes, 19, teor minimo no 
organomineral, 10. 
Matéria-prima orgânica : no 
organomíneral , 11 ; no preparo do 
organomineral_, 27, 68; turfa, linhito, 
cama de aviário, 12. 
Mazur, experimento da disponibilida-
de do fósforo do super triplo pelo com-
posto de lixo, 51 . 
FERTILIZANTES ORGANOMINERAIS 
Medcalf, experimento com composto e 
cloreto de potássio, 58; tabela e figura, 
59. 
Micela coloidal húmica, 29, 31 . 
Micronutrientes: deficiências nas plantas, 
66; no organomineral, 65. 
Milho, organomineral no, experimento 
com, 126; tabela, 128, 129, figura, 130. 
Minerais de argila, 3. 
Mineralizada, forma , 19. 
Mistura e ou combinação, conceitos, 6-
7 . 
Movimento brauniano, 14. 
Natureza flsica dos organominerais, 8; 
mistura de grânulos , pó, farelado , 8-9. 
Neubauer, método para fósforo assimi-
lado pelas plantas , 26. 
Neutralização com água de cal e uso do 
húmus em experimento de Chaminade, 
25-26. 
Nitrito, forma de nitrogênio lábil no solo, 
37. 
Nitrogênio: amoniacal , 36; aminico, 37; 
armazenado no solo, formas no solo, 36; 
de disponibilidade controlada, 37. expe-
rimento com matéria orgânica , 38; fós-
foro, nitrogênio e potássio, conversão, 20-
21; nítrico e amoniacal , 36; no 
organomineral, 36-42. 
Nutrientes NPK no organomineral, mini-
mo dos, 10. 
Organomineral : adubação com, 81 ; e re-
tenção de água, 32;e fertilizantes 
nitrogenados, 36;e fósforo , 43; em pó, 
granulado, mistura de grânulos, 68-69: e 
potássio, 56; importância de se misturar 
bem os componentes, 67-68 ; macro e 
micronutrientes no, 65; na cana de açú-
car, 105; figura, 106; tabela, 107-108; pie-
.---------------·••· 
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1 
INDiCE REMISSIVO 
paro artesanal. 67; industrial , instalações, 
matéria-prima orgânica , 68 ; pesagem, 
mistura. granulação. secagem, resfriador, 
ensacadeira, 69; depósito, 70; superfície 
específica do, definição, 31. 
Óxidos de ferro e de alumínio, 3 . 
Peixoto, experimento com fósforo e com-
posto de lixo domiciliar, 44. 
Plasmólíse das células, 25. 
Porcentagem de matéria orgânica no 
organomineral; tabela. 76-77; exemplos de 
cálculos, 74-77. 
Porcentagem de saturação em bases do 
solo (V%), 81; cálculos e exemplos, 82-
83. 
Potássio, experimento com composto, 58-
59; 
Potássio, nitrogênio e fósforo, conversão 
1 20. 
Portaria número 1, de 4-3-83 , garantias, 
tolerâncias e procedimentos para coleta 
de amostras, 7-10. 
Portaria 84 de 29-3-82, Inspeção e fisca-
lização de organominerais, 7. 
Potencialização de nutrientes pela maté-
ria orgânica . 50, 52. 
Pratt, índice de conversão ,. 21 . 
Precipitação de fosfato pela água-de-cal, 
experimento e figura , 27. 
Preparo de amostra para análise da ma-
téria orgânica , 14-15. 
Produção de "ray-grass~, na presença e 
na ausência de matéria orgânica, figura 
40. 
Qualidade biológica dos vegetais, 62. 
Quantidade de fertilizante orgânico com-
posição do organomineral, tabela, 76. 
Quelados
1 
fontes de micronutrientes , 65. 
Reações interferentes na determinação da 
145 
matéria orgânica do organomineral , 
14. 
Relação C/N, para o organomineral, 
11 , Representação gráfica das fórmu-
las de adubação, 89-90, gráficos, 90. 
Restos vegetais, como adubo orgâni-
co, 1. 
Retorno econômico nas adubações; 
cálculos, 129-130. 
Retrogradação, 24. 
Ribeiro, experimento de fixacão bio-
lógica de fosfatos, 53. 
Rodrigues, experimento com. alface, 
94-96. 
Santino, substituição do este(co pelo 
lixo e pela torta de filtro Oliver, 102. 
Santos,experimento com fósforo e 
matéria orgânica de lixo, 48, tabela. 
49. 
Serapilheira ou horizonte orgânico do 
solo, 2. Setzer, redução da fixação do 
fósforo pelo esterco, 54. 
Singh, experimento com palha de ar-
roz com e sem fosfato de rocha, 50. 
Soja, adubação da, 58. 
Solução do solo ou água do solo,.28. 
Souza, experimento com milho, 128. 
Sulzbacher, experimento com 
eucalipto, 116-120. 
Superfosfato, preparo industrial, 60. 
Superfosfato triplo, preparo industri-
al, 61. 
Tabela de macronutrientes primários 
e secundários em fertilizantes mine-
rais, 63-64. 
Taxas de aproveitamento e 
mineralização (conversão) de fertili-
zantes, 19 
i 1 
1 1 
146 
Tenório , experimento com coqueiro, 
114 . 
Teoria humista da alimentação das 
plantas, 1, 
Teoria mineralista da alimentação ve-
getal, 2. 
Tisdale, explicação para o aumento da 
solubilidade do fósforo pela matéria 
orgânica , 52. 
Tolerâncias admitidas dos 
organominerais, 9. 
Torta de algodão; experimento com, 
105. 
Torta de cacau, experimento com, 105. 
Torta de filtro Oliver, substituto do es-
terco, 102. 
FERTILIZANTES ORGANOMINERAIS 
Torta de mamona, experimento com algo-
dão, 33-35. 
Tortas vegetais como fonte de matéria-
prima para organominerais, 73. 
Trigo, organomineral no, experimento . 
131 , tabela e figura, 132. 
Troca de cátions dos organominerais, 28. 
Turfa : como adubo orgânico, 27; como 
matéria-prima para organomineral, 57, 70; 
CRA da, 33; CTC da, 30. 
Ulmina, 16. 
Usina Açucareira Zillo Lorenzetti S.A., 
experimento com cana-de-açúcar, 107. 
Verãnico, período de, 25. 
Zunino, quelados, 65 . 
	Página em branco

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