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TCC OS IMPACTOS DA COVID-19 NA SAÚDE DOS PACIENTES NO BRASIL DURANTE E APÓS A INFECÇÃO

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ 
CAMPUS TERESÓPOLIS 
ÁREA DA SAÚDE 
CURSO DE BACHARELADO EM BIOMEDICINA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
OS IMPACTOS DA COVID-19 NA SAÚDE DOS PACIENTES NO BRASIL 
DURANTE E APÓS A INFECÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
Laryssa Bragança Peixoto 
Gleisla Rocha Cunha 
Adriana Castilho de Melo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Teresópolis / RJ 
2021 
 
 
UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ 
CAMPUS TERESÓPOLIS 
ÁREA DA SAÚDE 
CURSO DE BACHARELADO EM BIOMEDICINA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
OS IMPACTOS DA COVID-19 NA SAÚDE DOS PACIENTES NO BRASIL 
DURANTE E APÓS A INFECÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
Laryssa Bragança Peixoto 
Gleisla Rocha Cunha 
Adriana Castilho de Melo 
 
 
 
 
 
 
Artigo Científico apresentado ao Curso de 
Graduação em Biomedicina da Universidade Estácio 
de Sá como parte dos requisitos para aprovação da 
disciplina de TCC em Saúde, com orientação da 
Profa. Dra. Roberta Rollemberg Cabral Martins. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Teresópolis / RJ 
2021 
 
 
LARYSSA BRAGANÇA PEIXOTO 
GLEISLA ROCHA CUNHA 
ADRIANA CASTILHO DE MELO 
 
Os Impactos da COVID-19 na Saúde dos Pacientes no Brasil Durante e Após a Infecção 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Estácio de Sá como parte dos 
requisitos parcial para obtenção do título de bacharel em Biomedicina. 
 
Avaliada em ___ / ___/ ___ 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
________________________________________ 
Prof. Roberta Rollemberg Cabral Martins - DSc 
UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ 
 
 
________________________________________ 
Prof. Cláudio José da Silva Menezes - Me. 
UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ 
 
 
________________________________________ 
Prof. Diego Rissi Carvalhosa - Me. 
UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ 
 
 
 
 
 
¹ Alunas do curso de graduação em Biomedicina da Universidade Estácio de Sá 
² Docente dos cursos de Saúde da Universidade Estácio de Sá 
OS IMPACTOS DA COVID-19 NA SAÚDE DOS PACIENTES NO BRASIL 
DURANTE E APÓS A INFECÇÃO 
 
Laryssa Bragança Peixoto1 
Gleisla Rocha Cunha1 
Adriana Castilho de Melo1 
Roberta Rollemberg Cabral Martins2 
 
RESUMO 
Desde o fim do ano de 2019, a doença Coronavírus 2019 (COVID-19) vem afetando pessoas 
ao redor do mundo em diversos aspectos e atingindo grupos sociais sem um padrão, causando 
assim grande impacto na saúde daqueles que contraem a doença, nas pessoas ao seu redor e na 
população em geral como um efeito em cadeia. Isso transformou o vírus em um problema que 
vem acometendo cada vez mais pessoas, sendo, portanto, crescente em quase todos os países 
do mundo. Neste contexto, torna-se importante reconhecer não apenas os sintomas durante a 
doença causada pelo SARS-CoV-2, mas as sequelas, agravos e riscos, de modo que torne 
possível prever e evitar danos colaterais que podem ser evitados. Neste artigo, cujo objetivo é 
fazer um levantamento quantitativo em torno da prevenção, sintomatologia, tratamento e 
sequelas relatadas, estão os principais impactos observados durante e após a COVID-19 na 
saúde das pessoas que contraíram a doença entre 2019 e 2021, e o comportamento em relação 
ao tratamento e prevenção da doença relatados pelos respondentes da pesquisa. 
 
Palavras-chaves: Coronavírus, Sintomatologia, Sequelas 
 
 
ABSTRACT 
Since the end of 2019, Coronavirus 2019 (COVID-19) has been affecting people around the 
world in various aspects and reaching social groups without a pattern, therefore causing a 
great impact on the health of those who contract the disease, in the people around and in the 
general population as a cascade effect. This has turned the virus into a worldwide problem 
that is affecting more and more people, growing in almost every country in the world. In this 
context, it is import to recognize not only the symptoms during the disease caused by SARS-
CoV-2, but the sequelae, injuries and risks, so that it becomes possible to predict and avoid 
possible collateral damage. In this article, whose objective is to carry out a quantitative survey 
on prevention, symptoms, treatment and reported sequelae, the main impacts observed during 
and after COVID-19 on the health of people who contracted the disease between 2019 and 
2021, and their behavior in relation to the treatment and prevention of the disease reported by 
the survey respondents. 
 
Key Words: Coronavirus, Symptomatology, sequelae 
 
 
2 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
Após seu surgimento na cidade de Wuhan, China, em dezembro de 2019, a doença do 
Coronavírus 2019 (COVID-19) se espalhou pelo mundo, e em apenas três meses, no dia 11 de 
março de 2020, passou a ser reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS), como 
uma pandemia (AQUINO et al. 2020). 
Ante as medidas que foram tomadas para tentar retardar o problema crescente que o 
vírus se tornou, sendo o isolamento a principal medida, o mundo foi forçado a se adaptar às 
restrições e mudanças que geraram grandes impactos que puderam ser observados, não apenas 
na saúde, onde estudos apontaram que brasileiros passaram a praticar menos atividades físicas 
e aumentaram consequentemente o uso de eletrônicos, por exemplo, mas em outros campos, 
visto que gerou uma crise social e econômica (CRUZ, 2020; MALTA et al. 2020). 
O mais preocupante é que, embora a primeira Síndrome Respiratória Aguda Grave 
(SARS), causada pelo SARS-CoV, tenha surgido em 2002, as consequências da pandemia de 
2019 ainda não são completamente conhecidas, ainda que algumas possam ser previstas 
levando em consideração o que se sabe da primeira pandemia de 2002. (PERRIN R. et al 
2020) 
Conhecendo essas questões, torna-se importante não apenas saber os principais 
sintomas relatados, mas também os de menor ocorrência e as possíveis sequelas que podem 
ser deixadas pelo vírus, relacionadas ou não às complicações durante a doença e fatores pré-
existentes. 
 
2 REFERENCIAL TEÓRICO 
 
2.1 A COVID-19 
 
2.1.1 Definição 
 
Com os maiores genomas entre os vírus de RNA, o nome corona vírus originou-se do 
aspecto de coroa da proteína Spike, também chamada de proteína S. Essa proteína tem a 
função de ajudar o vírus a penetrar nas células hospedeiras do organismo e iniciar o processo 
de infecção viral, agindo como uma chave ao ligar-se à Enzima Conversora da Angiotensina 2 
(ECA-2), presente na membrana de diversas células do organismo. Estudos experimentais 
recentes confirmaram que a ECA-2 é o receptor humano do SARS- CoV-2. A ligação do vírus 
3 
 
a esse receptor, afeta o sistema renina angiotensina aldosterona. Esse sistema é muito 
importante e está presente nas células atuando na regulação da pressão arterial, da quantidade 
de água e sódio do nosso organismo e está presente no epitélio, que é o revestimento de vias 
aéreas, vasos sanguíneos, pulmões, rins, coração, trato gastrointestinal, que por sua vez são os 
locais que o vírus tem a propensão de se ligar primeiro. Esses receptores também estão 
presentes nas regiões do cérebro, no nervo vago (que é responsável pelas funções sensitivas e 
motoras) e em células do nosso sistema nervoso central, atingindo os neurônios. Essa ligação 
chave fechadura que ocorre entre a proteína S da COVID-19 com o receptor ECA-2 também 
altera a função da barreira protetora do nosso sistema nervoso, a barreira hematoencefálica, 
deixando a barreira mais fraca e mais frágil, permitindo que o vírus a ultrapasse. Após 
ultrapassar a barreira de proteção, a infecção se espalha rapidamente de um neurônio para o 
outro através de processos de endocitoses e exocitoses, possibilitando assim o acometimento 
de outras regiões cerebrais. Uma vez dentro do sistema nervoso, além de perdas de neurônios 
em áreas importantes, como no centro respiratório que regula a nossa respiração, ele também 
causa infecção de células vasculares e gliais causando a diminuição da chegada de oxigênio 
nas células e inflamação com liberação de substâncias chamadas de citocinas que levam a 
diminuição e até perda de função celular (ABDELRAHMAN et al. 2020; WANG F et al.2020; MAJUMDER; MINKO 2021). 
 
2.1.2 História da COVID-19 
 
Um vírus surge em uma população humana e persiste através da transmissão de pessoa 
para pessoa onde há pouca ou nenhuma imunidade prevista, transformando-se em um vírus 
pandêmico, gerando um problema de saúde pública duradouro. (ABDELRAHMAN et al. 
2020) 
Em novembro de 2002 a epidemia da SARS, causada pelo betacoronavírus SARS-
CoV começou no sul da China e se espalhou por 29 países, gerando uma Taxa de Fatalidade 
(CFR), de 9,6%. Em setembro de 2012, outro betacoronavírus surgiu na Arábia Saudita, o 
MERS-CoV, causador da Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS), que se espalhou 
para 27 países com uma CFR de 34,4% (ABDELRAHMAN et al. 2020). 
O SARS-CoV é um vírus enorme de RNA de fita positiva pertencente à família 
Coronaviridae, ordem Nidovirales, gênero Betacoronavirus, linhagem B (do Comitê 
Internacional de Taxonomia de Vírus). SARS-CoV, MERS-CoV e SARS-CoV-2 do gênero 
beta. Ao analisar e comparar SARS-CoV, MERS-CoV e SARS-CoV-2 identifica-se que 
4 
 
SARS-CoV-2 tem uma estrutura de domínio de receptor obrigatório (RBD), parecida à do 
SARS-CoV apesar de alguns resíduos-chave variarem de aminoácidos. Essa comparação 
revelou que as subunidades S1 das proteínas de pico têm uma identidade de sequência. Porém 
SARS-CoV-2 possui maior similaridade com SARS-CoV (ABDELRAHMAN et al. 2020). 
SARS e MERS causaram grandes ameaças à saúde global no passado, atualmente a 
pandemia COVID-19 está se espalhando rapidamente em todo o mundo e está tendo um 
impacto de contaminação global. SARS-CoV, MERS-CoV e SARS-CoV-2, são vírus 
altamente patogênicos, o vírus entra em contato com o corpo humano por meio da ligação da 
sua proteína Spike com o receptor da ECA-2, que se encontra no organismo do hospedeiro e 
assim começa a replicação viral. Podem causar infecções do trato respiratório inferior, 
pneumonia grave e, às vezes, lesão pulmonar aguda fatal ou síndrome do desconforto 
respiratório agudo, especialmente em idosos Além dos pulmões, a infecção por coronavírus 
pode danificar outros órgãos ou tecidos, incluindo o trato gastrointestinal, baço, linfonodos, 
cérebro, músculos esqueléticos, tireoide e coração (ROTHAN et al. 2020; ABDELRAHMAN 
et al. 2020; MEYEROWITZ et al. 2021; MARQUÊS et al. 2021). 
O novo betacoronavírus (SARS-CoV-2) se propagou rapidamente e um sentimento de 
pânico se espalhou pela cidade quando 11 milhões de habitantes foram colocados em 
quarentena para evitar a propagação do mesmo. O mundo não estava preparado para enfrentar 
a força desse vírus mortal. Em 12 de janeiro de 2020 o coronavírus foi designado pela OMS 
como uma SARS, devido aos seus sintomas agudos associados à pneumonia, como febre, 
tosse seca, calafrios, dispneia e mialgias, que ao comparar com os outros dois coronavírus, o 
SARS-CoV-2 parece ser ainda mais contagioso e infeccioso; resultando rapidamente em uma 
pandemia. No dia 30 de janeiro de 2020 a OMS decretou que o novo coronavírus era uma 
emergência de saúde mundial, de categoria reservada para eventos que podia pôr em risco 
diversos países e que necessitava de uma resposta internacional imediata. No dia 11 de março 
de 2020, poucos meses após seu aparecimento, a contaminação por esse agente etiológico foi 
reconhecida pela OMS como uma pandemia. Esse acontecimento gerou uma crise de saúde 
pública, que se tornou uma crise sanitária global na qual tem acometido vários países, porém 
com perfil clínico diferenciado, pois sua evolução está diretamente interligada ao passado 
clínico de cada paciente. Apesar de 80% dos casos apresentarem infecções respiratórias e 
pneumonias mais leves, pessoas idosas e portadoras de doenças sofrem as consequências das 
formas mais severas, necessitando de hospitalização, cuidados intensivos e uso de 
ventiladores mecânicos (MAJUMDER; MINKO 2021; AQUINO et al. 2020; 
ABDELRAHMAN 2020). 
5 
 
 
2.1.3 Sintomas 
 
Os sintomas da COVID-19 variam entre os casos assintomáticos, leves e graves que se 
assemelham à pneumonia grave. Pacientes com condições clínicas pré-existentes como 
hipertensão, neoplasia e diabetes possuem mais chances de desenvolver a forma mais grave 
da doença e consequentemente correrem risco de vida devido a complicações que a infecção 
pode vir a causar no quadro já existente (EJAZ et al. 2020). 
O Ministério da Saúde, designa que a manifestação mais comum encontrada na 
COVID-19 é a Síndrome Gripal (SG), sendo então um quadro respiratório agudo que é 
identificado com sintomas de febre ou uma sensação febril, acompanhada de uma odinofagia, 
tosse ou um incomodo para respirar. Com a prevalência da falta de ar, chama-se de SARS, 
que apresenta dispneia, saturação menor que 95%, pressão permanente no tórax ou cianose no 
rosto ou lábios. Uma grande parte dos indivíduos infectados apresenta a forma branda da 
doença com uma sintomatologia de tosse, congestão nasal, cefaleia, odinofagia, mialgia, mal-
estar, fadiga, febre, dispneia leve, anorexia e alguns casos apresentam também êmese, diarreia 
e náusea. Os casos podem se agravar mais rápido em pessoas imunossuprimidas e idosos, 
podendo causar assim a morte, devido ao sistema imunológico fragilizado (LIU et al. 2021). 
Os transtornos mentais e neurológicos também estão relacionados as manifestações da 
COVID-19, pois o vírus afeta a região do sistema nervoso central e periférico e os relatos 
mais comuns nos pacientes infectados são a e cefaleia, alguns relatos graves também foram 
vistos, como convulsão, comprometimento da mente, acidente vascular cerebral e 
encefalopatia (LIU et al. 2021). 
Os hábitos dos pacientes da COVID-19 também interferem diretamente na evolução 
da infecção dos pacientes, por isso, podem ser vistos como um agravante quando não são 
saudáveis. Estudos apontam que os brasileiros passaram a praticar menos atividades físicas, 
aumentando uso de eletrônicos como TV, aparelhos celulares e tablets, reduzindo o consumo 
de alimentos saudáveis e aumentando o consumo de alimentos ultraprocessados, como 
também o aumento do uso de cigarros e álcool em decorrência do isolamento social. Esse 
aumento na frequência dos comportamentos de risco é muito preocupante e pode resultar em 
severos danos à saúde, aumentando a possibilidade de pessoas anteriormente saudáveis nas 
quais sofreriam as formas mais brandas, sofrerem as consequências das formas mais severas, 
necessitando de hospitalização, cuidados intensivos e uso de ventiladores mecânicos por conta 
6 
 
do seu agravamento do estado de saúde quando infectado pelo COVID-19 (CRUZ et al. 2020; 
MALTA et al. 2020). 
 No começo da doença, a carga viral é vista em maior quantidade na nasofaringe e na 
orofaringe, que ficam na parte superior do trato respiratório, sendo a região inicial de 
replicação viral e logo em seguida a carga viral fica maior no trato respiratório inferior. A 
infecção pelo vírus é a principal causa de danos ao pulmão, em resposta a essa infecção o 
nosso corpo libera substâncias que acabam destruindo o próprio sistema de sustentação dos 
nossos brônquios e dos nossos pulmões, causando uma lesão direta no alvéolo, que é uma 
célula muito importante, pois realiza a troca gasosa no processo de hematose. As possíveis 
causas de transmissão não estão totalmente claras, mas observa-se que a transmissão 
respiratória é dominante, principalmente por contato íntimo de pessoa para pessoa, por 
pequenas gotículas respiratórias de aerossol, contaminantes do ar que por sua vez estão sendo 
bastante estudados e transmissão indireta por meio de superfícies (ROTHAN; 
BYRAREDDY, 2020; MEYEROWITZ et al. 2021; MAJUMDER; MINKO, 2021). 
 
2.1.4 COVID-19 e Comorbidades 
 
Um estudo realizado em 2020 aponta que o maior risco de desenvolvimento da 
infecção para sua versão mais grave é principalmente para pacientes com mais de 60 anos e 
detentores de comorbidades como diabetes, doenças cardiovasculares e respiratóriascrônicas, 
uma vez que doenças metabólicas e infecciosas pré-existentes tendem a aumentar a gravidade 
da COVID-19. A mesma pesquisa também expõe que na China e EUA, os casos com maior 
frequência de mortalidade são de obesidade, sendo respectivamente de 13% e 55% dos 
pacientes desses grupos, já na Itália o maior número de casos fatais dentro de um grupo são 
devido ao agravo de hipertensão representado por 73,8% (EJAZ et al. 2020). 
Nos casos de obesidade, a COVID-19 está relacionada à queda da saturação de 
oxigênio no sangue desencadeada pelo comprometimento da funcionalidade dos pulmões nos 
lobos inferiores, e relacionada a secreção de adipocinas, citocinas e consequências do 
interferon na resposta imunológica, sendo estes agravos causados por inflamações 
relacionadas à condição pré-existente. Inicialmente, para China, Itália e EUA a condição de 
obeso não era um fator de risco, tornando-se após a elevação dos números de casos, visto que 
47,6% dos infectados pertencem a este grupo e, dentre os infectados que são obesos, 68,6% 
recebem ventilação em situações críticas. Já no caso de hipertensos, os inibidores de ECA-2 e 
7 
 
de construtores dos receptores de angiotensina (ARBs), usados no tratamento da doença, 
podem se tornar um risco quando usados em altas quantidades, isso porque aumentam a 
expressão da ECA2 e consequentemente a suscetibilidade à infecção pelo vírus causador da 
COVID-19, resultando no aumento das chances de lesões pulmonares graves e insuficiência 
respiratória pela expressão da grande quantidade de células receptoras dessas enzimas nos 
pulmões (EJAZ et al. 2020). 
Diabéticos representam na Itália, EUA e China respectivamente 35,5%, 58% e 7,4% 
das mortalidades, no Brasil, um estudo aponta que 39,4% dos diabéticos infectados foram a 
óbito. Isso porque além das células fagocíticas prejudicadas pela condição, o elevado nível de 
ECA-2 e outras subjacentes se tornam fatores cruciais para tornar essa população mais 
suscetível à infecção pelo SARS-CoV-2. Além disso, a protease furina é expressa em altos 
níveis em pacientes diabéticos, essa pró-enzima envolvida na entrada do vírus na célula 
hospedeira é capaz de tornar a dependência do patógeno menos dependente de proteases 
humanas enquanto a proteína Spike do pico do vírus anexada aos receptores de ECA-2 é 
ativada pelos níveis altos de furina, permitindo assim que o patógeno entre na célula e escape 
do sistema imunológico. A resposta imune desregulada somada à expressão de furina pode 
acarretar uma lesão inflamatória pulmonar mais alta com níveis mais baixos de insulina, 
resultando em risco à vida dos pacientes diabéticos (EJAZ et al. 2020; MARCOLINO et al. 
2021). 
No caso de asmáticos, a resposta imune antiviral inata é retardada e por isso esses 
pacientes tendem a ter os sintomas mais graves. Em um estudo publicado, diz que 5% dos 
pacientes asmáticos do Brasil vieram a óbvio, entretanto, embora seja associada à SARS junto 
de outras doenças pulmonares crônicas, não foram encontradas evidências especificas de que 
a asma seja um fator de risco para a infecção do SARS-CoV-2, uma vez que não houve uma 
associação significativa. Ainda assim, está associada à agravos em casos de fumantes 
asmáticos (EJAZ et al. 2020; MARCOLINO et al. 2021). 
Por outro lado, Cateterismo Vesical de Demora (CVD) é fortemente associado à 
SARS, assim como o vírus também é relacionado ao aumento da prevalência de Doenças 
Cardiovasculares (DCV). O mecanismo que causa essa associação ainda não foi descoberto 
com precisão, porém, há relatos de comprometimento imunológico em pacientes com DCVs, 
sendo de alto risco durante infecção da COVID-19 em casos pré-existentes devido à presença 
de receptores da ECA-2 em células do miocárdio. Isso faz com que estes pacientes tenham 
mais risco de desenvolvimento de síndrome coronariana aguda no caso das infecções agudas, 
o que pode levar a uma lesão ou infarto do miocárdio. No mesmo estudo citado anteriormente, 
8 
 
destacam-se dentre os óbitos de doenças cardiovasculares o percentual de hipertensos, 
correspondente a 70,6% dos óbitos (EJAZ et al. 2020; MARCOLINO et al. 2021). 
No caso dos pacientes com HIV e doenças malignas, o maior risco teoricamente se dá 
devido ao comprometimento do sistema imune. No entanto, nos estudos apontados por Ejaz, 
pacientes com carcinoma de pulmão que contraíram a infecção não precisaram de cuidados na 
Unidade de Terapia Intensiva (UTI) durante internação hospitalar e possuíam uma taxa de 2% 
de letalidade entre os casos com neoplasia. Nos casos de HIV positivo que contraíram a 
COVID-19, embora tenham sido inicialmente vistos como uma comorbidade vulnerável 
devido a fragilidade do sistema imune, os pacientes soropositivos não tiveram o 
desenvolvimento grave da doença, apresentando assim os sintomas leves e sem internações na 
UTI. Ejaz cita a possibilidade dessa resistência dos pacientes com HIV aos sintomas graves da 
COVID-19, apesar do sistema imunológico enfraquecido, esteja diretamente relacionada ao 
uso dos antirretrovirais (EJAZ et al. 2020). 
Sete placentas de mulheres com SARS foram estudadas. Em duas destas sete, cujas 
recuperações foram no primeiro trimestre, estavam normais, em três placentas de mulheres 
que deram a luz no estágio agudo da doença apresentavam aumento de fibrina, que pode estar 
relacionado aos distúrbios no fluxo de sanguíneo gerado pela hipóxia. Já outras duas mulheres 
em recuperação no terceiro trimestre, apresentaram vasculopatia trombótica extensa no lado 
fetal, que pode ser relacionado à trombose por SARS ou também à hipóxia, sendo que essas 
duas últimas gestações também tiveram restrição no crescimento intrauterino resultando em 
recém-nascidos pequenos para gestação e oligoindrâmnio, o que sugere que a infecção pode 
ter impactos no desenvolvimento ao ser contraída nos estágios mais avançados da gestação 
(WENLING et al. 2020). 
 
2.1.5 Sequelas 
 
É esperado que pacientes que desenvolveram a doença em estado crítico apresentem 
limitações funcionais por períodos mais extensos de tempo, mesmo após a melhora física e a 
alta hospitalar, alguns chegando a anos, especialmente considerando o histórico dos 
sobreviventes da pandemia de 2003. Entretanto, é importante destacar que existências e 
evidências de sintomas também são encontradas em pacientes que desenvolveram os sintomas 
mais leves da doença. Isso sugere que os sintomas desencadeados pela infecção podem não se 
resolver espontaneamente, resultando em sequelas (LAMPRECHT, 2020; GOËRTZ et al. 
2020). 
9 
 
De acordo com Lamprecht, embora muitas das vezes essas sequelas sejam citadas 
como Síndrome pós-COVID, é de suma importância compreender que em alguns casos é cedo 
chamá-las desse modo. Isso porque para que a síndrome seja confirmada, é necessária a 
permanência desses sintomas persistentes após a cura por mais de seis meses. Em um período 
inferior, estas sequelas são, na verdade, um quadro de fadiga pós-infecciona (LAMPRECHT, 
2020). 
Em um estudo realizado e publicado pela revista Lancet, em janeiro de 2021, 33 dos 
2.469 pacientes que receberam alta do Hospital Jin Yin-tan entre os meses de Janeiro e Maio 
de 2020 morreram devido complicações de doença pulmonar, cardíaca ou renal subjacentes à 
COVID-19, 25 foram readmitidos em decorrência de complicações da doença, incluído entre 
eles 1 caso de um paciente com insuficiência respiratória causada por fibrose pulmonar de 
base, 1 caso de embolia pulmonar em decorrência de uma trombose venosa após alta e 3 
tiveram acidentes vasculares cerebrais isquêmicos. De 1.655 pacientes, 1.265 relataram pelo 
menos um sintoma persistente, com maior porcentagem em mulheres, os sintomas mais 
comuns relatados foram fadiga, fraqueza muscular e dificuldade para dormir. Problemas de 
mobilidade, dor, ou desconforto corporal, ansiedade ou depressão também foram observados 
em maior frequência em pacientes com quadrosmais graves (HUANG et al. 2021). 
A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) e outras doenças crônicas estão 
associadas à infecções pelo vírus da COVID-19, devido ao aumento dos receptores ECA-2 
que contribui para os sintomas mais graves e também danos estruturais nos pulmões, 
hiperprodução de muco e alterações imunológicas. A DPOC causa o bloqueio das vias aéreas 
e a alta produção de muco, elevando a mortalidade entre pacientes (EJAZ et al. 2020). 
Lesões hepáticas foram associadas a infecções por SARS no passado, e também à 
COVID-19 atualmente devido a uma secreção anormal de enzimas hepáticas AST (aspartato 
aminotransferase), ALT (alanina aminotransferase) e LDH (lactato desidrogenase) 
relacionada à infecção pelo vírus, que tem sua entrada nas células mediada pelos receptores 
ECA-2 das células do fígado. Além dos altos níveis de ALT e AST, há também relatos de 
aumento da bilirrubina. De acordo com Ejaz, cerca de 29% dos pacientes com COVID-19 
demonstraram lesão hepática e desenvolveram complicações posteriores à infecção, 
entretanto, não há insuficiência hepática na maioria dos pacientes, embora possa ser 
prejudicial nos casos graves da infecção. Essas lesões não estão evidentemente relacionadas 
ao SARS-CoV-2, mas sim à estresse, respostas inflamatórias sistêmicas, drogas e doenças 
hepáticas anteriores que servem de mecanismos subjacentes (EJAZ et al. 2020). 
10 
 
Pacientes com doenças renais são mais propensos a sofrer infecção pelo SARS-CoV-2 
devido ao aumento da ECA-2. Nesses casos, o vírus afeta os rins através de lesões celulares 
diretas ou sepse, um quadro mais grave. De acordo com Ejaz, um estudo onde SARS-CoV-2 
de duas amostras de urina de um paciente infectado foram isoladas, sugerindo assim que os 
rins também sejam alvos em potencial do vírus. A Lesão Renal Aguda (LRA) foi observada 
em casos da doença, e relatada em pacientes da SARS e MERS com alta taxa de mortalidade 
(EJAZ et al. 2020). 
É importante destacar que existem ainda evidências em pacientes que tiveram 
sintomas leves durante a infecção e ainda apresentam sintomas persistentes, o que sugere que 
os sintomas desencadeados na infecção podem não se resolver espontaneamente (GOËRTZ et 
al. 2020). 
Em pesquisas post-mortem de SARS, identificaram que o vírus foi capaz de atravessar 
a barreira hematoencefálica para o hipotálamo pela via olfatória, o que pode explicar a 
anosmia observada em parte dos pacientes infectados, levando ao acúmulo de agentes pró-
inflamatórios que, no Sistema Nervoso Central, pode resultar em sintomas pós-virais, levando 
à disfunção autonômica. Essa disfunção manifesta-se como febre alta inicialmente, e a longo 
prazo pode resultar na desregulação do ciclo sono-vigília, disfunções cognitivas e anergia 
profunda e persistente (GOËRTZ et al. 2020). 
 
2.2 MÉTODOS DE PREVENÇÃO 
 
Enquanto toda a população não estiver devidamente vacinada, faz-se necessária a 
utilização de medidas preventivas e terapêuticas específicas para a COVID-19 uma vez que a 
elevada capacidade de infecção do SARS-CoV-2 obrigou a adoção de medidas de isolamento 
social com o objetivo de contenção da doença. Iniciando-se assim, um árduo trabalho de 
conscientização da população mundial a tomar medidas individuais como a lavagem das 
mãos, uso de máscaras, limpeza rotineira de ambientes e superfícies, e medidas coletivas 
como a restrição e a proibição ao funcionamento de escolas e universidades, diminuição de 
transportes públicos além de outros espaços que tendem a ter aglomerações, facilitando o 
isolamento social. Essas medidas se tornaram um enorme desafio para a sociedade mundial 
(MALTA et al. 2020) 
A medida preventiva mais utilizada pelas autoridades foi a restrição social, que se 
mostrou a mais efetiva para evitar a disseminação da doença e capaz de achatar a curva de 
transmissão do SARS-CoV-2. Além dessa, várias outras medidas foram adotadas com a 
11 
 
finalidade de alcançar o melhor método de contenção da doença. O trânsito em ambientes 
com risco aumentado de infecção apenas quando houver uma verdadeira necessidade, respeito 
ao uso contínuo e correto das máscaras, que de preferência possuam camadas com fibras que 
possibilitem anular e limitar o espalhamento das partículas infectantes através da gota da 
substância que possivelmente contenha o vírus e frequente higienização das mãos com uso de 
sabonete e álcool 70% principalmente (GARCIA, 2020). 
Na ausência de vacinação e antivirais eficazes contra o SARS, muitos medicamentos 
foram utilizados por prescrição médica ou até mesmo por automedicação sem que houvesse 
uma certeza em relação à eficácia. Mesmo sem o total conhecimento do mecanismo de ação 
do SARS-CoV-2, suas principais manifestações patogênicas começaram a serem tratadas de 
acordo com o conhecimento estratégico adquirido pelo manejo clínico realizado com o SARS 
em 2002. O uso de antivirais ou moduladores da função imune são algumas das opções 
propostas de tratamento adotadas com a finalidade de evitar as respostas imunológicas e as de 
infecções bacterianas secundárias (ABUBAKAR et al. 2020; ECHEVERRÍA-ESNAL et al. 
2020; RAJAIAH et al. 2020). 
Todos os medicamentos oferecem riscos à saúde, porém dois deles foram muito 
mencionados e levantaram uma grande preocupação referente as suas graves consequências, a 
hidroxicloroquina (HCQ) e a azitromicina (AZM). Esses dois medicamentos lideraram o 
manejo clínico de prevenção e de tratamento para a COVID-19 (RAJAIAH R et al. 2020). 
Em novembro de 2020, a UFRGS publicou sobre a inexistência de profilaxia 
medicamentosa contra a COVID-19, trazendo resultados de estudos em torno da HCQ e da 
ivermectina, em ambos os casos, ineficazes como profilaxia (UFRGS, 2020). 
Para provar a ineficácia da hidroxicloroquina, a publicação da UFRGS cita dois 
ensaios clínicos randomizados e duplo-cegos que foram feitos. Em ambos os casos, não houve 
reduções nos números de infecções pelo SARS-CoV-2, e em um deles destacou que o uso da 
cloroquina esteve mais associado à efeitos adversos que o placebo utilizado. Na mesma 
publicação, abordando agora a ivermectina, foi destacado os aparentes efeitos antivirais in 
vitro do medicamento citado, considerado em uso terapêutico de outras doenças causadas por 
vírus. Todavia, embora em um estudo australiano citado tenha demonstrado atividade contra o 
vírus causador da COVID-19, não foram feitos estudos em humanos que comprovem sua 
eficácia no tratamento ou profilaxia da doença. Logo, com base nas informações divulgadas 
não existem medicamentos comprovadamente eficazes contra a infecção pelo SARS-CoV-2 
(UFRGS, 2020). 
12 
 
A principal preocupação envolvida com a utilização terapêutica da HCQ está 
intimamente ligada a suas complicações referente a problemas na visão, convulsões, insônia, 
disenterias, êmese, hipersensibilidades severas, arritmias e paradas cardíacas. A mesma 
também está relacionada com a causa de linfopenia e com o aumento da imunodeficiência. 
Foi comprovado por estudos que a HCQ além de não prevenir ou tratar com eficácia infecções 
por COVID-19 leves, moderadas ou graves, também não pode retardar a progressão da 
doença, pneumonia, dificuldade aguda e morte (ABUBAKAR et al. 2020; KELLENI, 2021). 
O uso de antimicrobiano também tem sido muito utilizado no manejo clínico da 
COVID-19, principalmente a AZM, tanto para prevenção das infecções bacterianas 
secundárias quanto para o tratamento da infecção já instalada. A AZM é uma opção muito 
relevante no tratamento da pneumonia por SARS-CoV-2 por possuir uma importante 
atividade antiviral e imunomoduladora bastante conhecida, porém, seu papel no tratamento de 
COVID-19 ainda permanece na obscuridade. O tratamento com antimicrobianos tem causado 
uma grande preocupação desde o surgimento da SARS e MERS, pois juntamente com a 
SARS-CoV-2 tem sido associado a coinfecções por resistência bacteriana. Mortes em 
pandemias anterioresestão intimamente associadas a infecções resistentes a antimicrobianos 
devido ao uso indevido de medicações (ECHEVERRÍA-ESNAL et al. 2020; UKUHOR, 
2020). 
 
2.3 QUADROS E TRATAMENTOS 
 
2.3.1 Quadros Leves 
 
Os casos leves de COVID-19 normalmente dispensam hospitalização e não 
apresentam pneumonia viral grave, hipóxia ou complicações. No protocolo do Sistema Único 
de Saúde (SUS), os casos leves devem ser tratados com medidas farmacológicas exceto por 
analgésicos e antitérmicos, os cuidados devem ser com alimentação, hidratação e repouso e 
isolamento domiciliar de 14 dias a partir do início dos sintomas. Em pessoas com mais de 60 
anos e portadores de comorbidades um profissional APS, Atenção Primária à Saúde, deve 
realizar evolução do quadro a cada 24horas, já nos demais, a frequência é de 48horas. Em 
caso de necessidade, atendimento domiciliar deve ser realizado, e a verificação permanece 
pelos 14 dias desde o início dos sintomas (DYNAMED, 2021; UNASUS, 2020). 
 
2.3.2 Quadros Graves 
13 
 
 
Casos graves da doença requerem hospitalização e podem ser usadas imagem de tórax 
para auxiliar no diagnóstico e identificar complicações pulmonares. No protocolo do SUS, é 
dito que deve ser feita a estabilização do paciente e então encaminhamento para serviços de 
urgência e/ou hospitais, sendo este encaminhamento responsabilidade da equipe onde ocorre a 
classificação do caso (DYNAMED, 2021; UNASUS, 2020). 
 
2.3.3 Medicamentos Indicados 
 
Corticosteroides são recomendados em casos de pacientes críticos ou graves e devem 
ser continuados em pacientes que fazem uso de esteroides. O Remdesivir, Tocilizumabe e 
baricitinib também podem ser usados adicionados à dexametasona em pacientes com 
oxigenação não invasiva ou de alto fluxo, sendo o tofacitinib um substituto para baricitinib e 
sarilumabe para tocilizumabe. No caso dos casos graves pode ser feito suporte respiratório e 
hemodinâmico para combater os casos de hipóxia ou da Síndrome do Desconforto 
Respiratório Agudo (SDRA) e de sepse ou choque séptico respectivamente. Em pacientes 
ambulatoriais com risco de evolução para o quadro grave, inibidores da proteína Spike podem 
ser considerados para evitar progressão clínica. Antipiréticos para pacientes febris e 
anticoagulantes para coagulopatias e tromboprofilaxias também são usados (DYNAMED, 
2021; UNASUS, 2020). 
Para pacientes que receberam alta em condição estável e não requerem administração 
de oxigênio, a continuação de dexametasona, remdesivir ou baricitinib não são recomendadas, 
embora não tenham evidências suficientes para a reforçar ou contraindicar a continuação 
destes após alta (DYNAMED, 2021). 
 
2.3.4 Contraindicações Medicamentosas 
 
HCQ com ou sem AZM, ritonavir e outros inibidores da protease HIV, ivermectina, 
interferons, nitazoxanida e plasma convalescente não são recomendados e só devem ser 
considerados em caso de ensaio clínico. A dexametasona, outros corticosteroides sistêmicos, 
terapias antiplaquetárias ou anticoagulantes e antibioticoterapia não são recomendados na 
ausência de outras indicações (DYNAMED, 2021). 
 
3 METODOLOGIA 
14 
 
 
Esta é uma pesquisa Survey de caráter exploratório realizada virtualmente. 
Para obtenção dos dados apresentados, foi feito um formulário através da ferramenta 
Google Forms com perguntas dicotômicas, de múltiplas escolhas, de respostas únicas e de 
respostas abertas. Ao todo foram 21 perguntas divididas entre 3 seções: uma para 
conhecimento do público correspondente, outra para respostas das pessoas que tiveram 
COVID-19 e outra para respostas das pessoas que acompanharam casos de COVID-19, com o 
intuito de reunir as experiências dos respondentes e usando como critério de exclusão pessoas 
que não residem no Brasil. 
O formulário ficou disponível entre 14 de abril de 2021 e 25 de agosto de 2021, com 
divulgação do link para respondentes através de redes sociais, tais como Facebook. Twitter, 
Instagram, WhatsApp e Discord. 
Em seguida, foram coletados os dados dos campos dicotômicos, de múltiplas escolhas 
e de respostas únicas, já fornecidos pela plataforma numericamente, para posteriormente, de 
modo manual, ser feita a filtragem dos relatos nos campos de resposta aberta. No caso das 
respostas abertas, as respostas iguais foram primeiramente agrupadas de modo quantificado e 
posteriormente reunidas nos grupos compatíveis. 
Sendo assim, foi feita uma revisão dos dados coletados durante todo o processo até ser 
obtido os números. A análise dos dados relatados foi feita através de estatística descritiva com 
auxílio de gráficos, tabelas e percentuais. 
A pesquisa bibliográfica para referencial teórico foi realizada no site PUBMED e 
plataformas voltadas à profissionais da saúde, como a DYNAMED e UNA-SUS, com 
publicações entre os anos de 2020 e 2021. 
 
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 
Ao fim desse período foram obtidas 850 respostas. Após ser feita a exclusão dos 
formulários de respondentes que não residem no país ou que preencheram campos discursivos 
erroneamente, de modo que viriam a atrapalhar o levantamento dos dados, fugiam do 
propósito ou que apresentavam informações trocadas, foram validades 815 respostas. 
No gráfico 1 pode ser observada a distribuição regional dos respondentes. 
 
15 
 
 
Gráfico 1 – Distribuição dos Respondentes por Região 
Fonte: Própria Autoria, 2021. 
 
Dentre as respostas, é perceptível que a maioria (86%) dos respondentes é residente da 
região Sudeste. Isso acontece devido ao formulário ter sido criado e divulgado por pessoas das 
cidades de Teresópolis e Guapimirim, ambas cidades do estado do Rio de Janeiro, localizado 
na região Sudeste do país. 
No gráfico 2 a faixa-etária dos respondentes está ilustrada. 
 
Gráfico 2 – Distribuição Percentual Segundo a Faixa-etária 
Fonte: Própria Autoria, 2021. 
 
Por fim, com o objetivo de compreender em números quantas das pessoas que 
responderam realmente tiveram a doença ou acompanharam de perto casos, foi feita uma 
pergunta em relação à experiência dos respondentes com a doença. Isso também para 
quantificar quantas das pessoas que responderam à pesquisa que não tiveram qualquer 
experiência com a doença além do que foi divulgado nas mídias. 
No gráfico 3 observa-se a experiência dos respondentes com a doença. 
Sudeste
86%
Sul
6% Nordeste
5%
Centro‐Oeste
2%
Norte
1%
10‐15 anos
1%
16‐21 anos
11%
22‐27 anos
19%
28‐33 anos
18%
34‐39 anos
20%
40‐45 anos
13%
46 anos ou 
mais
18%
16 
 
 
Gráfico 3 – Experiência dos Respondentes com a Doença. 
Fonte: Própria Autoria, 2021. 
 
Ao fim da pesquisa, todas as 310 pessoas que tiveram a COVID-19 compartilharam 
sua experiência pessoal para contribuir com o trabalho e 517 pessoas compartilharam sobre os 
casos que acompanharam. As 236 pessoas que não acompanharam casos e nem tiveram a 
COVID-19 não continuaram a responder o questionário, portanto, os dados apresentados a 
partir deste ponto estão voltados às respostas daqueles que tiveram experiência. 
Para elucidação em relação aos cuidados tomados durante a pandemia, uma das etapas 
do questionário foi voltada aos métodos de prevenção, deixando em aberto para que 
respondessem quais os métodos adquiriram. 
Na tabela 1 são apresentados os 10 métodos mais relatados. 
Métodos de Prevenção N° 
Relatam não ter feito uso de qualquer método de prevenção 118 
Relatam ter adotado algum método de prevenção sem especificar 69 
Relatam ter feito uso de máscara 55 
Relatam uso de Ivermectina 46 
Relatam ter adotado o distanciamento social 40 
Relatam ter feito uso de álcool em gel 35 
Relatam uso de vitaminas para fortalecimento da imunidade 25 
Relatam ter feito higienização das mãos com mais frequência 22 
Relatam ter feito uso de fitoterápicos 9 
Relatam ter feito uso de alguma medicação sem especificar qual 5 
Tabela 1 – Métodos de prevenção mais citados pelos respondentes que tiveram COVID-19. 
0,00%
5,00%
10,00%15,00%
20,00%
25,00%
30,00%
35,00%
Tiveram COVID‐19 e
acompanharam pelo
menos um caso
Não tiveram e nem
acompanharam casos
de COVID‐19
Tiveram COVID‐19 e
não acompanharam
casos
Não tiveram COVID‐19,
mas acompanharam
casos
17 
 
Fonte: Própria Autoria, 2021. 
 
Uso de AZM, hábitos mais saudáveis, vacinação, HCQ, analgésicos, testes regulares, 
higienização de compras e leucogen também foram citados em menor frequência. 
Na tabela 2 são apresentados os 10 métodos de prevenção adotados pelos 517 
pacientes que tiveram seus quadros acompanhados pelos respondentes do questionário foram 
citados. 
Métodos de Prevenção N° 
Relatam que não foi adotado qualquer método de prevenção 192 
Relatam que foram adotados métodos de prevenção sem especificar 124 
Relatam ter feito uso de máscara 78 
Relatam uso de Ivermectina ou antiparasitários 55 
Relatam uso de álcool em gel 44 
Relatam adoção de distanciamento social 43 
Relatam uso de vitaminas para fortalecimento da imunidade 19 
Relatam ter feito higienização das mãos com mais frequência 12 
Relatam uso de Azitromicina 8 
Relatam vacinação 6 
Tabela 2 – Métodos de prevenção adotados pelos pacientes de COVID-19 acompanhados. 
Fonte: Própria Autoria, 2021. 
 
O uso de fitoterápicos, medicamentos com receita médica, adoção de hábitos 
saudáveis, HCQ, vacinação, analgésicos, Face Shield, antialérgicos, antitussígenos, 
Acetilcisteína, luvas e Coquetel contra COVID também são citados. 
Em ambos os casos, ainda que minoria, é notável que há uma quantidade expressiva de 
respondentes que negam ter tomado qualquer método de prevenção, sendo de 38,06% nos 
casos daqueles que tiveram a doença e de 37,13% nos casos acompanhados. 
O expressivo número de medicamentos como prevenção também é preocupante, 
especialmente quando observado que a Ivermectina foi citada quase com a mesma frequência 
que o uso de máscaras, e se coloca também acima do distanciamento social, uso de álcool em 
gel e higienização das mãos, que são os métodos comprovados para redução do risco de 
contaminação pelo vírus. Enquanto o uso de cloroquina como prevenção, também citado 
pelos participantes da pesquisa, é associado à sintomas adversos durante a infecção e o uso 
18 
 
inadequado de azitromicina pode acarretar em resistências bacterianas com impactos e 
complicações futuras relacionadas ou não à COVID-19. 
Sendo relevante o estilo de vida, como relatado por Cruz, visto que estes podem 
interferir diretamente na evolução e estabilidade dos quadros clínicos da doença, os 
respondentes foram questionados quanto aos bons e maus hábitos que possuem. 
No gráfico 4, estão representados os bons hábitos das pessoas que tiveram COVID-19 
e pacientes que tiveram seus casos acompanhados pelos respondentes. 
 
Gráfico 4 – Bons hábitos relatados pelos respondentes. 
Fonte: Própria Autoria, 2021. 
 
No gráfico 5, estão representados os maus hábitos relatados pelas pessoas que tiveram 
a COVID-19 e os maus hábitos dos que tiveram seus casos acompanhados. 
 
Gráfico 5 – Maus hábitos relatados pelos respondentes. 
Fonte: Própria Autoria, 2021. 
 
Exceto em relação ao sono regular, os resultados apresentam que as pessoas que 
tiveram COVID-19 e responderam ao questionário possuem hábitos mais saudáveis do que as 
pessoas que tiveram seus casos acompanhados pelos respondentes, O que se torna um 
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Não possuem esses hábitos
Sono regular
Prática de Exercícios regular
Alimentação saudável
Percentual dos casos de COVID‐19 acompanhados
Percentual de respostas das pessoas que tiveram COVID‐19
0 20 40 60 80 100
Fumam
Consumo de álcool
Sono desregular
Não possuem esses hábitos
Percentual das pessoas que foram acompanhadas com COVID‐19
Percentual de respostas de pessoas que tiveram a COVID‐19
19 
 
problema visto que ambos prejudicam a saúde e podem resultar em sintomas mais graves 
durante a infecção. 
Para o melhor entendimento dos quadros dos participantes da pesquisa, perguntas em 
torno dos sintomas foram feitas antes das perguntas relacionadas à evolução dos casos. Isso 
porque apesar de os sintomas mais comuns serem relacionados à Síndrome Gripal, de acordo 
com a própria OMS, pacientes com a doença podem experimentar diversas manifestações da 
mesma, bem como manifestação alguma, sendo essa uma doença de casos assintomáticos à 
graves, que variam de pessoa para pessoa e se relacionam, muitas das vezes, com quadros pré-
existentes como é o caso de pessoas com diabetes e hipertensão. 
Na tabela 3 estão apresentados os 10 sintomas mais relatados pelos 310 respondentes 
que contraíram a COVID-19. 
Sintomas N° 
Astenia 208 
Anosmia, Ageusia ou Hiposmia 204 
Mialgia 172 
Tosse 151 
Febre 138 
Odinofagia 119 
Disenteria 109 
Dispneia 94 
Angina 93 
Erupções cutâneas 12 
Tabela 3 – Sintomas das pessoas que tiveram a COVID-19 e responderam ao questionário. 
Fonte: Própria Autoria, 2021. 
 
Na tabela 4 estão apresentados os 10 sintomas que foram observados com mais 
frequência nos 517 casos acompanhados pelos respondentes da pesquisa. 
Sintomas observados nos casos que foram acompanhados N° 
Astenia 415 
Febre 368 
Mialgia 353 
Tosse 343 
Anosmia, Ageusia ou Hiposmia 343 
Dispneia 232 
Odinofagia 193 
Disenteria 147 
Angina 144 
Erupções Cutâneas 14 
20 
 
Tabela 4 – Sintomas das pessoas que tiveram seus quadros de COVID-19 acompanhados 
pelos respondentes 
Fonte: Própria Autoria, 2021. 
 
Dentre os sintomas citados em menor frequência estão dorsalgia, cefaleia e vertigem, a 
ansiedade e o pânico também são citados, sugerindo que em alguns casos os sintomas não 
sejam apenas físicos, podendo afetar não apenas a fisiologia, mas também o psicológico. 
Outros sintomas diversos como caquexia, êmese, epífora, arritimia, dor retro-orbitária, 
autofonia, polidipsia e pigarro também são relatados. 
Os tratamentos para a COVID-19 variam de acordo com a necessidade de cada caso, 
alguns não precisando de nada além do repouso e outros indo desde à medicamentos para 
tratamentos dos sintomas mais leves como antipiréticos, até medidas mais extremas como a 
administração de antivirais e suportes respiratórios. Por isso em uma das etapas a pergunta foi 
voltada ao tratamento dos pacientes. 
Na tabela 5 estão os tratamentos medicamentosos mais apontados pelas pessoas que 
tiveram COVID-19 durante a infecção e responderam ao questionário. 
Tratamentos medicamentosos dos respondentes que tiveram a COVID-19 N° % 
Relatam uso de medicamentos antibióticos 186 60 
Relatam uso de antiparasitários 110 35,5
Relatam o uso de anti-inflamatórios, antipiréticos ou relaxantes musculares 96 40 
Relatam uso de suplementos vitamínicos 62 20 
Relatam que não foi feito uso de qualquer medicamento 57 18,4
Relatam o uso de corticosteroides 40 13 
Relatam uso de antialérgicos 29 9,3 
Relatam ter feito uso de pelo menos um medicamento, mas não citaram 
qual 
28 9 
Relatam uso de expectorantes 9 3 
Relatam uso de anticoagulantes 8 2,5 
Tabela 5 – Métodos de tratamento citados pelos respondentes que tiveram COVID-19. 
Fonte: Própria Autoria, 2021. 
 
 
 
 
 
Na tabela 6 estão os tratamentos medicamentosos mais utilizados durante a infecção 
que foram adotados apontados pessoas que acompanharam casos da COVID-19. 
21 
 
Tratamentos medicamentosos casos acompanhados da COVID-19 N° % 
Relatam uso de medicamentos antibióticos 236 45,6
Relatam uso de antiparasitários 139 26,9
Relatam o uso de anti-inflamatórios, antipiréticos ou relaxantes musculares 105 20,3
Relataram que foi feito o uso de medicamentos sem citar qual 78 15 
Relatam uso de suplementos vitamínicos 62 12 
Relatam que não foi feito uso de qualquer medicamento 53 10,3
Não souberam responder 52 10 
Relatam uso de AINEs 43 8,3 
Relatam o uso de corticosteroides 36 6,7 
Relatam uso de antialérgicos 25 4,8 
Tabela 6 – Tratamento mais citados pelos respondentes que acompanharam casos de COVID-
19. 
Fonte: Própria Autoria, 2021.Tanto nos antibióticos citados da tabela 5 quanto nos da tabela 6, a azitromicina foi o 
antibiótico mais citado, correspondendo respectivamente à 69,3% e 65,7%. Bem como o uso 
de ivermectina foi muito citado dentro antiparasitários, que nos citados da tabela 5 equivale à 
98,2% e na tabela 6 equivale à 94,2%, mesmo que a eficácia não seja comprovada ou 
indicada. Isso porque além da forte cultura de automedicação no Brasil, muitas notícias em 
torno dessas medicações, sem embasamento cientifico, foram publicadas e compartilhadas nas 
redes sociais e mídias chegando ao público. Por outro lado, profissionais da saúde também se 
basearam no histórico das primeiras Síndromes Respiratórias para tratamento e prevenção do 
novo SARS. 
Além destes, medicamentos para tratamento dos sintomas são citados em peso como 
dipirona e paracetamol. A vitamina C dentre os suplementos vitamínicos foram 
frequentemente citados, diferente de medicamentos de maior complexidade como os 
anticoagulantes, vasodilatadores e um único caso em que foi relatado o uso de codeína 
(analgésico) dentre os casos relatados. O uso de expectorantes, fitoterápicos, probióticos, 
sedativos, anticoagulantes, antivirais também são apontados em menor frequência. 
Para compreensão da evolução dos quadros, os respondentes foram questionados sobre 
a necessidade de hospitalização. 
No gráfico 6 está representada a relação de internações em ambos os casos. 
22 
 
 
Gráfico 6 – Hospitalizações de pessoas que tiveram e de casos acompanhados da 
COVID-19 dentre os respondentes. 
Fonte: Própria Autoria, 2021. 
 
Considerando as informações apresentadas pelo site DynaMed, sugere-se que esses 
5,5% e os 30,4% das pessoas que necessitaram de internação encontravam-se entre os quadros 
moderados e graves, onde a hospitalização se faz necessária ante possíveis progressões do 
quadro e sintomas ou complicações mais graves como o caso de pneumonias e hipóxia. 
A proporção de internações relatadas nos casos observados também pode ser 
facilmente relacionada à complexidade dos sintomas relatados e até mesmo aos tratamentos 
apontados nas tabelas 5 e 6. 
Em alguns casos, os sintomas desencadeados durante a infecção podem não se 
resolver espontaneamente, o que resulta nas sequelas que podem perdurar por longos períodos 
de tempo, principalmente levando em consideração os quadros dos sobreviventes da 
pandemia de 2003 que desenvolveram uma síndrome em decorrência da infecção pelo vírus. 
Todavia, nem todos os sintomas persistentes podem ser vistos dessa forma. Torna-se 
importante destacar que a Fadiga Pós-infecciosa e a Síndrome Pós-COVID estão relacionadas 
com sequelas, no entanto, são muito diferentes entre si. Isso porque para que os sintomas 
persistentes após a cura da doença sejam considerados de fato síndrome, devem permanecer 
por mais de seis meses. 
Sabe-se também que algumas condições pré-existentes podem ser agravadas pela 
infecção pelo SARS, como o caso de pessoas com doenças cardíacas ou respiratórias crônicas. 
As questões psicológicas também se fazem relevantes em vários quadros, e por isso os 
respondentes foram questionados em relação às sequelas que atribuem à COVID-19. 
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Pessoas que tiveram COVID‐19 Pessoas com COVID‐19 que foram
acompanhadas
 pessoas que precisaram de internação
 pessoas que não precisaram de internação
23 
 
Na tabela 7 estão as respostas mais frequentes dadas pelos 296 respondentes que 
tiveram a COVID-19 e falaram sobre as sequelas que atribuem à doença. 
Sequelas mais citadas nos casos de COVID-19 N° % 
Relataram não ter qualquer sequela 134 45,27 
Relataram fadiga persistente 37 12,5 
Relataram permanência de anosmia, ageusia e/ou hiposmia 26 8,78 
Relataram alopecia 24 8,10 
Relataram perdas de memória recente e desorientação 19 6,41 
Relataram dispneia 15 5,06 
Relataram ter sequelas sem especificar 14 4,72 
Relataram mialgia e/ou artralgia 11 3,71 
Relataram resistência cardiorrespiratória no retorno de atividades 
físicas 
9 3,04 
Relataram perda de concentração 8 2,70 
Relataram agravo de doenças respiratórias 8 2,70 
Relataram cefaleia 7 2,36 
Tabela 7 – Sequelas mais frequentes nos respondentes que tiveram COVID-19. 
Fonte: Própria Autoria, 2021. 
 
Na tabela 8 estão respostas mais frequentes observadas pelos respondentes que 
acompanharam casos da COVID-19 de 517 pessoas. 
Sequelas mais citadas nos casos observados de COVID-19 N° % 
Relataram não haver qualquer sequela 235 48,25 
Relataram ter sequelas sem especificar 62 12,73 
Relataram permanência de anosmia, ageusia e/ou hiposmia 36 7,39 
Relataram fadiga persistente 33 6,77 
Relataram óbito do paciente 30 5,80 
Relataram dispneia 19 3,90 
Relataram perdas de memória recente e desorientação 18 3,69 
Relataram mialgia e/ou artralgia 12 2,46 
Relataram desenvolvimento de problemas renais e pulmonares 10 2,05 
Não sabem dizer se houve sequelas 10 2,05 
Relataram problemas na mobilidade ou perda de movimentos 9 1,84 
Relataram alopecia 9 1,84 
Tabela 8 – Sequelas mais frequentes observadas pelos respondentes que acompanharam casos 
da COVID-19 
Fonte: Própria Autoria, 2021. 
 
Comparando as tabelas 7 e 8 verificamos que em ambos os casos o número de pessoas 
que se curaram completamente é significativo, no entanto, a maioria das pessoas possui ao 
24 
 
menos um sintoma persistente, agravo em quadros pré-existentes ou desenvolveram alguma 
enfermidade durante a infecção. 
Em ambos os casos foram relatados que houveram sequelas, no entanto, dos 
respondentes que tiveram a doença 4,72% preferiram não especificar quais foram as sequelas 
percebidas e nos casos observados 12,73% relatam que houveram sequelas sem especificar e 
2,05% das pessoas não souberam dizer se houveram ou não sequela em decorrência da 
infecção. 
Comparando as sequelas mais citadas nas tabelas 7 e 8, a alopecia, fadiga, anosmia, 
ageusia, hiposmia, perdas de memória recente e desorientação, dispneia e mialgia estão entre 
os sintomas mais citados. No entanto, no caso da tabela 7 a resistência respiratória em 
exercícios físicos, problemas de concentração, agravo de doenças respiratórias pré-existentes 
e cefaleias fazem parte dos mais comentados, já na tabela 8 os óbitos, desenvolvimento de 
problemas renais e pulmonares e de mobilidade são relatados com frequência e se tornam 
parte dos mais citados. 
Outros sintomas persistentes e mudanças negativas na saúde dos pacientes também 
foram observadas e citadas, ainda que com menor frequência. 
Na tabela 9 estão os sintomas menos frequentes relatados pelos 296 entrevistados que 
passaram pela infecção da COVID-19 e compartilharam o que observaram após a cura da 
doença. 
Sequelas menos citadas nos casos observados de COVID-19 N° % 
Desenvolveram ou tiveram agravos na HAS, instabilidade emocional, 
ansiedade e problemas circulatórios. 
20 6,75 
Desenvolveram ou tiveram agravo em Transtorno Obsessivo 
Compulsivo (TOC), angina, disenteria recorrente, nódulos pulmonares, 
aftas, úlceras, dorsalgia, sudorese, imunossupressão, soluço, ganho de 
peso, taquicardia e agravo de quadro pré-existente não especificado. 
13 4,39 
Desenvolveram ou tiveram agravos em dores nos membros inferiores, 
respiração sibilante e tosse persistente. 
12 4,05 
Desenvolveram dificuldade no raciocínio, tremores e alterações na 
coordenação motora e agravo de labirintite. 
9 3,04 
Desenvolveram ou tiveram agravos na insônia, na visão, problemas 
renais e níveis glicêmicos. Desenvolveram trombose, vulvovaginte, 
fraqueza e caquexia. 
8 2,70 
Tabela 9 – Sequelas menos observadas dos respondentes que tiveram COVID-19. 
Fonte: Própria Autoria, 2021. 
 
25 
 
Na tabela 10 estão os sintomas menos frequentes relatados pelos entrevistados que 
acompanharam os 517 casos de infecção da COVID-19. 
Sequelas menos citadas dentre os que tiveram COVID-19 N° % 
Desenvolveram ou tiveram agravos em quadro de colecistite, 
desnutrição,caquexia, episódios de crise asmática, gastrite, aftas, 
miocardite, vulvovaginite, miocardite, piora na artrose, deficiência 
pancreática não especificada, derrame ocular, problemas de esôfago, 
disenteria recorrente, hipotensão, vertigens recorrentes, fraqueza, 
tremores, taquicardia, autofonia, cefaleia, complicações na recuperação 
de uma cirurgia, dificuldade de fala, nódulos pulmonares, problema de 
visão já existente piorado, sudorese, inapetência, epistaxe, 
imunossupressão. Um relato de falência pulmonar e renal também foi 
feito. 
59 11,41 
Desenvolveram tosse persistente. 20 3,86 
Desenvolveram ou tiveram agravos em hipertensão, angina e alterações 
nos níveis glicêmicos e diabetes. 
18 3,48 
Desenvolveram ou tiveram agravos em problemas cardíacos, 
instabilidade emocional, dificuldade de raciocínio, problemas auditivos, 
embolias, formações de trombos, erupções cutâneas e reações alérgicas a 
mudanças bruscas de tempo ou resfriados constantes. 
10 1,93 
Desenvolveram dificuldade no raciocínio, tremores e alterações na 
coordenação motora e agravo de labirintite. 
9 1,74 
Desenvolveram ou tiveram agravos na ansiedade, tremores e 
coordenação motora. 
8 1,54 
Desenvolveram pneumonia e relataram agravos em doenças crônicas 
não especificadas. 
6 1,16 
Tabela 10 – Sequelas observadas que menos foram citadas pelos respondentes que 
acompanharam casos da COVID-19 
Fonte: Própria Autoria, 2021. 
 
Levando em consideração as tabelas 7, 8, 9 e 10 e comparando as sequelas deixadas 
pelo vírus, é possível ver que alguns são semelhantes entre os grupos das pessoas que tiveram 
e responderam ao questionário e das pessoas que compartilharam a experiência observada, 
entretanto, outros diferem sendo que os dos casos observados são mais graves. Essas 
informações também podem explicar a proporção de internações dos casos observados ser 
maior do que dos casos relatados pelos respondentes da pesquisa, como foi ilustrado 
anteriormente no gráfico 6, relacionando também com os sintomas mais graves descritos na 
26 
 
tabela 4. Entretanto, deve ser levado em consideração que a permanência de sequelas e o 
tempo destas não está relacionada à gravidade do quadro de infecção. 
 
5 CONCLUSÃO 
 
Conclui-se que o estilo de vida não saudável pode interferir direta e negativamente na 
evolução quadros da COVID-19, em contrapartida hábitos saudáveis podem interferir 
positivamente contribuindo para redução de riscos e evolução da melhora. Além disso, é 
possível concluir que na infecção pelo SARS-CoV-2 não há uma relação direta da gravidade 
do quadro com desenvolvimento de sequelas mesmo após o fim da infecção. 
 
27 
 
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