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ATIVIDADE 3 
HISTÓRIA MODERNA: SÉCULOS XV E XVI 
 
 
A expressão Antigo Regime refere-se ao modelo político estabelecido 
durante a Idade Moderna, o Absolutismo Monárquico, e à sociedade que 
vivia sob seu jugo. Com suas peculiaridades, esta sociedade se distingue 
muito da sociedade contemporânea e das relações comunitárias 
experienciadas nos dias de hoje. Tanto seu caráter estamental como a 
integração de uma nova classe social à hierarquia comunitária foram 
fundamentais para as alterações que ocorreriam na Idade Moderna. 
 
Refletindo sobre isso, caracterize a sociedade do Antigo Regime, 
explicando de que maneira sua estrutura social foi configurada e 
consolidada durante a Idade Moderna. 
 
 
O Antigo Regime foi uma estrutura que permaneceu atuante até a Revolução 
Francesa. Nessa época, o governo era aristocrático, com o controle centralizado nas mãos 
de um monarca. Outros países da Europa também viviam sob esse regime, mas ele é 
comumente utilizado para identificar o Estado Francês. 
 
Neste período, ficou estabelecido o princípio monárquico. O rei ou imperador, era 
uma figura sagrada. Na França, os reis também possuíam poderes de cura, eles 
precisariam somente tocar na pessoa com enfermidade. Na figura do monarca, além da 
concentração de poderes e riqueza, estava a unidade religiosa. Havia a crença de que o 
rei tinha sido designado por Deus para liderar a nação. Ainda, a monarquia estava rodeada 
de simbolismos e misticismos. Acreditava-se que a essência e a nobreza eram atributos 
imortais dos reis e permaneciam em suas gerações. 
 
Demais disso, fortemente estratificada, o Antigo Regime organizava-se por 
Ordens ou Estados: Clero, Nobreza e 3.º Estado (Povo). Cada categoria social era definida 
pelo nascimento, funções e estatuto jurídico. O Clero e a Nobreza eram grupos 
privilegiados, isentos do pagamento de impostos. O 3.º Estado não tinha privilégios e 
arcava com o pagamento de todos os tributos. O centro da vida política do reino 
encontrava-se na corte do Rei, local onde o seu poder devia ser afirmado. 
 
Havia em cada ordem uma divisão vertical, fragmentando-se, por isso, em vários 
subgrupos. A divisão hierárquica estruturava-se em torno do prestígio, poder e riqueza de 
cada grupo com base no estatuto social, dignidade, direitos, privilégios e sujeições, 
deveres e símbolos distintivos. A categoria social era definida pelo nascimento e funções 
desempenhadas, a que equivalia um estatuto jurídico próprio. 
 
O primeiro estado, o único a que não se acedia por nascimento, era integrado pelos 
representantes da Igreja: o Clero. Este dividia-se em clero secular e clero regular. O clero 
secular, também denominado clero diocesano, sujeito à jurisdição de uma diocese, vivia 
junto da população, desempenhando atividades religiosas públicas. Em contrapartida, o 
clero regular era constituído por professos que, vivendo em conventos, seguiam a regra 
de determinada ordem religiosa. 
 
Sendo a Igreja um dos alicerces da sociedade, era detentora não só de um forte 
poder religioso como também político. Pela sua influência na alma dos crentes dominava 
o indivíduo, sendo um precioso adjuvante do controlo estatal da sociedade. O clero 
gozava não só de imunidades e privilégios – isenção fiscal e militar -, como beneficiava 
do direito à cobrança do dízimo, desempenhando também altos cargos na hierarquia do 
Estado. 
 
A Nobreza, uma das peças fundamentais do regime monárquico, integra o 2.º 
estado. Era um grupo privilegiado, a que se acedia pelo nascimento e pela posse da terra. 
Desempenhando funções militares e detendo altos cargos administrativos, a nobreza 
detém poder, riqueza e prestígio. O seu estatuto social permitia-lhe a isenção de 
pagamentos ao Estado, sendo excepção em caso de guerra, regime jurídico próprio e 
usufruto de direitos senhoriais. Esta Ordem não era, contudo, uniforme. Para lá dos títulos 
nobiliárquicos – de duque a barão – que permitiam designar o seu detentor como 
pertencente à alta ou à baixa nobreza, podemos distinguir a nobreza de espada da nobreza 
de toga. Este último grupo, constituído por burocratas ligados à administração régia, 
juristas, médicos, muito deles enobrecidos pelos serviços prestados, prestigiava as 
atividades liberais. 
 
O Terceiro Estado, ordem não privilegiada, englobava a maior parte da população. 
É a ordem tributária por excelência, sobre quem caía a obrigação de prover ao sustento 
da nação através do trabalho e dos impostos. De composição muito heterogénea, 
integrava grupos diferenciados que iam do burguês mercador ao camponês assalariado. 
Assim, integrando a ordem dos não privilegiados, coexistiam os burgueses ricos 
(mercadores e cambistas), letrados exercendo profissões liberais (advogados, notários, 
médicos), pequenos comerciantes, almocreves, artesãos (donos de manufaturas e simples 
assalariados) e camponeses. Controlado política e espiritualmente pelo poder binário do 
Estado e da Igreja, o Terceiro Estado trabalhava e cumpria os preceitos que lhe eram 
exigidos, aparentemente sem levantar a cabeça. Porém, foi precisamente no interior desta 
ordem, encabeçado pela burguesia, que fervilhou o fermento revolucionário que deu 
origem às Revoluções Liberais dos finais de setecentos. 
 
O centro da vida política do reino encontrava-se na corte do Rei. Era na corte que 
se juntavam as mais altas figuras do reino, era aí que se reuniam os órgãos de 
aconselhamento do rei e era na corte que se apresentavam diplomatas nacionais e 
estrangeiros. Neste sentido, o palácio real era o local onde o poder do rei devia ser 
afirmado. A monumentalidade e o recurso a materiais e técnicas luxuosas caracterizaram 
a arquitetura dos grandes estados absolutistas Europeus, que neste caso partilhavam o 
propósito propagandístico da Igreja Católica de afirmação e encenação do poder. 
 
Mas não era apenas na arquitetura, na escultura ou na pintura que o poder era 
encenado. A organização de grandes banquetes, festas ou concertos animava a vida da 
corte, tornando-a um centro cultural fundamental ao longo do Antigo Regime, por via do 
mecenato do Rei ou da encomenda de obras para eventos específicos. O Palácio 
Versalhes, construído por Luís XIV nos arredores de Paris, é um dos exemplos dos 
edifícios erigidos para albergar a corte e todas as suas atividades, exemplificando como 
até os espaços exteriores, nomeadamente o grande canal, onde se realizavam grandes 
espetáculos náuticos, foram pensados para demonstrar a magnificência do Rei. 
 
Por fim, do ponto de vista econômico, o Estado se sustentava graças à exploração 
do terceiro Estado, o único que pagava impostos. Embora as finanças do reino estivessem 
em crise há várias décadas, seria com o apoio francês às 13 Colônias na Guerra de 
Independência Americana (1775-83) que desequilibrou definitivamente a economia. 
Colheitas ruins agravariam a situação, expondo a sociedade extremamente desigual 
gerada pelo Antigo Regime e os privilégios dos dois primeiros estamentos. Chamando os 
Estados Gerais pela primeira vez em quase duzentos anos, o rei Luís XVI viu-se sem 
legitimidade suficiente para forçar uma solução, o que iniciou uma crise política. Poucas 
semanas depois, ocorreria a queda da Bastilha, tradicionalmente considerada o marco 
inicial da Revolução Francesa e do processo que levaria ao fim do Antigo Regime. 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
 
PISSURNO, Fernanda Paixão. Antigo Regime. Disponível em: 
https://www.infoescola.com/historia/antigo-regime/. Acesso em: 05/04/2022. 
 
SANTANA, Esther. Antigo Regime. Disponível em: 
https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/historia/antigo-regime. Acesso em: 
05/04/2022. 
 
SILVEIRA, André. Sociedade e poder nas sociedades de Antigo Regime. Disponível em: 
https://ensina.rtp.pt/explicador/sociedade-e-poder-nas-sociedades-de-antigo-regime-
h51/. Acesso em: 05/04/2022. 
 
https://www.infoescola.com/historia/antigo-regime/
https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/historia/antigo-regimehttps://ensina.rtp.pt/explicador/sociedade-e-poder-nas-sociedades-de-antigo-regime-h51/
https://ensina.rtp.pt/explicador/sociedade-e-poder-nas-sociedades-de-antigo-regime-h51/

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