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TERAPIA-COGNITIVO-COMPORTAMENTAL-E-DEPENDÊNCIA-QUÍMICA.

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1 
 
 
 
2 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ................................................................................... 3 
2 DEPENDÊNCIA QUÍMICA DEPENDÊNCIA QUÍMICA: A EVOLUÇÃO 
DO CONCEITO .............................................................................................. 4 
3 COMPREENSÕES PSICOLÓGICAS ................................................ 9 
3.1 Terapia Cognitivo-Comportamental e Tratamento de Dependência 
Química 11 
3.2 Semelhanças Entre Os Critérios Cid-10 e Dsm-5 ..................... 16 
4 FATORES ASSOCIADOS AO USO DE DROGAS .......................... 17 
5 DEPENDÊNCIA QUÍMICA: MODELOS TEÓRICOS ....................... 20 
6 DEPENDÊNCIA FÍSICA E PSÍQUICA ............................................. 26 
7 CLASSIFICAÇÃO DAS SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS ................. 28 
7.1 Substâncias Depressoras do Sistema Nervoso Central ............ 30 
7.2 Substâncias Estimulantes do Sistema Nervoso Central ............ 31 
7.3 Substâncias Perturbadoras do Sistema Nervoso Central.......... 32 
8 TEORIA E TÉCNICA COGNITIVA APLICADA À DEPENDÊNCIA 
QUÍMICA ...................................................................................................... 33 
9 TÉCNICAS UTILIZADAS PELA TERAPIA COGNITIVA .................. 37 
10 BIBLIOGRAFIA ................................................................................ 47 
 
 
 
 
 
3 
 
1 INTRODUÇÃO 
Prezado aluno! 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é 
semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – 
quase improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao 
professor e fazer uma pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida 
sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta 
para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma 
coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao 
protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da 
nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à 
execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da 
semana e a hora que lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
2 DEPENDÊNCIA QUÍMICA DEPENDÊNCIA QUÍMICA: A EVOLUÇÃO DO 
CONCEITO 
 
Fonte: pixabay.com 
Uma relação de dependência se estabelece quando há um investimento 
desproporcional do sujeito sobre um objeto específico, de tal forma que, esse 
envolvimento prejudique a participação em outras esferas da vida do sujeito 
(laboral, afetiva, social) (MORGADO, 1985 apud SOUZA, 2017). 
Ao se tornar o órgão responsável pelos assuntos relacionados às 
substâncias psicoativas, a Organização Mundial de Saúde (OMS), antes de 
buscar medidas para lidar com o problema da dependência, deu início a 
produção de definições que objetivavam designar o consumo compulsivo de uma 
determinada substância e suas características. A partir dessas definições, 
surgiam também, formas diferentes de abordar o fenômeno (BERRIDGE, 1994 
apud SOUZA, 2017). 
Inicialmente, houve uma separação dos conceitos de hábito e vício, e 
posteriormente sua substituição pelo conceito de dependência, devido à 
conotação moral imbuída no termo vício. Surge então, a proposta de diferenciar 
 
5 
 
as drogas que produziam apenas dependência física, das que produziam apenas 
dependência psicológica. Por observar o consumo compulsivo de substâncias 
que aparentemente não produziam dependência, bem como, casos em que 
ocorriam a interrupção do uso, sem grandes dificuldades, de substâncias como 
a morfina, que se associavam a grave dependência física (CRUZ, 2002 apud 
SOUZA, 2017). 
Duas situações específicas nos servem para ilustrar a diferenciação feita 
sobre as dependências físicas e psicológicas. Durante a Guerra de Trincheira, o 
tratamento das neuroses de guerra motivou pesquisas que levaram ao 
reconhecimento dos fatores psicológicos envolvidos na dependência. Refutando 
o argumento sustentado pelas teorias da degeneração hereditária, que 
defendiam a existência de uma causa orgânica, transmitida hereditariamente. 
Influência que se manteve presente durante várias décadas no pensamento 
psiquiátrico (DRUMONND, 1992; STONE, 1985 apud BERRIDGE, 1994 apud 
SOUZA, 2017). 
Da mesma maneira, um estudo emblemático realizado com soldados 
enviados à Guerra do Vietnã, constatou que durante o período da guerra, 43% 
da amostra (13.760 soldados) consumia alguma substância psicoativa, e dentro 
desse percentual, 20% tornou-se dependente de heroína, reconhecida pela alta 
capacidade de causar dependência. No entanto, ao contrário do esperado, ou 
seja, a permanência dessas taxas após o regresso da tropa, o que ocorreu foi 
que dos 20% de soldados que haviam se tornado dependentes, apenas 1% 
manteve-se nessa condição. Esses resultados apontaram para a evidente 
importância do contexto sociocultural, no estabelecimento de relações de 
dependência com determinada substância psicoativa (ROBIN e col. 1974 apud 
MORGADO, 1985 apud SOUZA, 2017). 
Ainda assim, mesmo com as descobertas envolvendo a dependência, as 
mudanças das definições oficiais adotadas não representavam as evoluções 
obtidas no entendimento do fenômeno, já que mantiveram o postulado de que 
eram as propriedades farmacológicas que engendravam a dependência 
(MORGADO, 1985 apud SOUZA, 2017). 
 
6 
 
Na década de 50, a influência das tendências científicas enfatizava o nível 
bioquímico da dependência, acarretando num postulado que atrelavam, em 
grande parte, os fenômenos da dependência às propriedades farmacológicas 
das substâncias psicoativas (BERRIDGE, 1994; MORGADO, 1985 apud 
SOUZA, 2017). Por sua vez, as críticas embasadas por evidências que 
invalidavam esse pensamento, impulsionaram a continuidade na formulação de 
conceitos que visassem abranger todos os fatores (biológicos, psicológicos e 
sociais) envolvidos no desenvolvimento e estabelecimento do problema 
(CALANCA, 1991 apud SOUZA, 2017). 
Frente a essa situação é importante trazermos as tentativas sociológicas 
de definir a dependência, que nos ajudam a ampliar o entendimento do 
problema, para além do sujeito em sua dimensão biológica. As perspectivas 
mediacionais, destacavam as desigualdades das estruturas sociais, que criariam 
condições para o desenvolvimento e manutenção da dependência. Na 
perspectiva construcionista, a dependência é entendida como um conceito 
cultural, que envolve uma variedade de significados e funções, independente das 
sequelas fisiológicas que muitas definições apresentam (BABOR, 1994 apud 
SOUZA, 2017). De acordo com essa compreensão, não existiriam droga a priori, 
pois são a atividade simbólica e o conjunto das motivações do consumidor, que 
transformariam uma substância psicoativa em droga. Esta perspectiva privilegia 
a noção do sujeito ativo e não, necessariamente, dotado de uma personalidade 
patogênica (BUCHER, 1992; MACRAE, 2001 apud SOUZA, 2017). 
A terceira e última perspectiva chamada é chamada de rotuladora, e se 
relaciona com a anterior (construcionista), ao apresentar a dependência em 
termos do que seria o papel do doente, criado pelas expectativas sociais. Essas 
expectativas interfeririam no comportamento, no padrão de uso e no 
estabelecimento da dependência, a medida em que o sujeito que faz o uso de 
alguma substância psicoativa, aceitasse o rótulo que lhe é conferido. (BABOR, 
1994 apud SOUZA, 2017). 
Ao dispor de recursos teóricos imprescindíveis, a abordagem sociocultural 
contribuiu para uma compreensão interdisciplinar da questão através das 
 
7 
 
análises sociais e históricas, que devem ser estudadas em consonância com as 
interpretaçõesbiológicas e psicológicas, evitando uma abordagem 
unidimensional (BUCHER, 1992 apud SOUZA, 2017). 
No conceito de farmacodependência, desenvolvido em 1969, os fatores 
sociais ainda não são mencionados entre causas: 
Estado psíquico e algumas vezes físico resultante da interação entre 
um organismo vivo e uma substância, caracterizado por modificações 
de comportamento e outras reações, que sempre incluem um impulso 
a utilizar a substância de modo contínuo ou periódico, com a finalidade 
de experimentar seus efeitos psíquicos e, algumas vezes, de evitar o 
desconforto da privação. A tolerância pode estar presente ou não 
(ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 1969 apud SILVEIRA, 1996 
apud SOUZA, 2017). 
Atualmente, a mudança é percebida nos fatores considerados pela OMS 
prejuízos sociais, ocupacionais e psicológicos, além dos fisiológicos para o 
estabelecimento do diagnóstico de dependência. Porém, o reconhecimento da 
complementaridade entre os fatores biopsicossociais, na configuração de um 
consumo compulsivo de uma ou mais substâncias, não foram suficientes para 
mudar o pensamento hegemônico, de que cabem as abordagens biológicas 
(médicas e farmacológicas) o papel de tratar a questão (CRUZ, 2002 apud 
SOUZA, 2017). 
Dalgalarrondo (2008 apud SILVA; et al., 2020), define dependência como 
a apresentação de um padrão mal adaptativo no uso de substâncias em que há 
repercussões psicológicas, físicas e sociais resultado da interação entre o ser 
humano e uma substância psicoativa. 
O Manual de Diagnóstico e Estatística da Associação Psiquiátrica 
Americana (DSM-IV) define a dependência como um padrão mal 
adaptativo do uso de substâncias, levando a prejuízo ou sofrimento 
clinicamente significativo, caracterizado pela presença de três ou mais 
dos critérios a seguir, pelo período de um ano: tolerância (necessidade 
de quantidades maiores para obtenção do mesmo efeito ou menor 
intensidade do efeito com a dose habitual); abstinência (síndrome com 
sinais e sintomas típicos de cada substância, que são aliviados pelo 
consumo); consumo por período de tempo mais prolongado e em 
quantidades maiores que o planejado; desejo persistente de uso e 
incapacidade para controlá-lo; muito tempo gasto em atividades para 
obtenção da substância; redução do círculo social em função do uso 
 
8 
 
da substância; persistência do uso da substância, apesar de prejuízos 
clínicos (FIDALGO, 2012 apud SILVA; et al., 2020). 
Conforme Fidalgo (2012 apud SILVA; et al., 2020), “A dependência é um 
fenômeno complexo, com diversas variáveis envolvidas, dessa forma, não existe 
uma explicação etiológica simples e que consiga contemplar todas as facetas do 
problema”. Para Dawes (2000 apud SILVA; et al., 2020), não existe única razão 
que explique, para todas as pessoas, o porquê do uso abusivo e dependência 
de drogas, tendo em vista que pode se dar por múltiplos fatores. 
A dependência inclui fenômenos como a tolerância, sintomas de 
abstinência, uso continuo ou muito frequente de quantidades significativas da 
substância, geralmente maiores que as pretendidas pelo sujeito 
(DALGALARRONDO, 2008 apud SILVA; et al., 2020). 
Sendo assim, pontua-se Araújo: 
Mesmo que a utilização de uma droga tenha como efeito direto o 
prazer, trará outras consequências não tão positivas que fazem que 
seja criado um dilema quanto à repetição deste comportamento, sendo 
justamente este espaço entre o desejo e sua realização um dos focos 
terapêuticos na área da dependência química (ARAUJO, et al. 2008 
apud SILVA; et al., 2020). 
Ainda como afirma Dalgalarrondo (2008 apud SILVA; et al., 2020), 
existem períodos de aumento e de diminuição no uso, assim como de 
abstinência e recaídas. Vai se intensificando uma redução dos interesses do 
indivíduo por questões não relacionadas à substância, redução no repertório, 
passando o sujeito a dedicar todo seu tempo e sua energia para localizá-la, 
adquiri-la e consumi-la, que tipicamente assume esse estreito repertório de 
interesses, vindo a abandonar outras atividades sociais, pessoais e ocupacionais 
que não envolvam o consumo (DALGALARRONDO, 2008 apud SILVA; et al., 
2020). 
Quanto ao desejo, Araújo (2008 apud SILVA; et al., 2020), afirma que não 
há como dissociá-lo de sua realização ou da crença que se tem a respeito do 
que esta realização trará como resultado, sendo claro que é possível que ocorra 
 
9 
 
a fissura por uma determinada substância sem que haja a intenção de utilizá-la, 
como por exemplo, pessoas que estão tentando se manter em abstinência. 
3 COMPREENSÕES PSICOLÓGICAS 
 
Fonte:alessandrouniclinicas.com.br 
Formada por sistemas teóricos distintos, a psicologia não dispõe de uma 
teoria comum sobre a (s) causa (s) da dependência de substâncias psicoativas. 
Como resultado, encontramos a elaboração de diferentes hipóteses, que dão 
destaque a determinados elementos, de acordo com sua leitura acerca do 
funcionamento psíquico e/ou as relações estabelecidas entre os homens e o 
meio. Contudo, as teorias da personalidade (modelo psicanalítico) e de 
aprendizagem (modelo comportamental) se destacaram na produção de 
possíveis explicações para uma conduta adicta. De forma resumida, nos 
modelos psicanalíticos, a dependência é compreendida como um sintoma e não 
necessariamente como causa. Na tentativa de viver continuamente sobre o 
domínio do princípio do prazer, o sujeito incorpora a sua rotina um hábito de 
 
10 
 
consumo de substâncias psicoativas que vem a gerar a dependência (MOTA, 
2007 apud SOUZA, 2017). 
Por sua vez, no modelo inspirado nas teorias de aprendizagem, a 
dependência se originaria a partir de uma estratégia habitual de automedicação, 
na tentativa de debelar sentimentos como ansiedade, raiva ou depressão 
(MOTA, 2007 apud SOUZA, 2017). 
Na abordagem sistêmica, o foco da atenção terapêutica recai sobre as 
relações interpessoais que se dão no seio familiar, entendida como um sistema 
de forças (SEADI, 2007 apud SOUZA, 2017). Nessa perspectiva, o conceito de 
dependência é entendido enquanto um mecanismo natural de adaptação, em 
que o sujeito busca uma solução para questões que exigem uma resposta 
adaptada. Desta maneira, recorre-se a droga como algo que irá conferir ao 
sujeito uma competência relacional que lhe falta em determinados contextos 
(SUDBRACK, 2000 apud SOUZA, 2017). 
Outra visão, dentro da abordagem sistêmica, enxerga o sujeito 
dependente como portador do sintoma da disfunção familiar, que contribui para 
a manutenção da mesma, na medida em que seu consumo retira o foco dos 
problemas relacionais existentes entre os outros membros da família (ORTH, 
2005 apud SOUZA, 2017). 
Na abordagem fenomenológico-existencial, a dependência constitui-se 
como uma possibilidade de escolha dentre as possíveis disponíveis no mundo. 
Essa escolha, pelo uso de psicoativos, é tida como inautêntica e deliberada, ao 
transferir para a droga o seu projeto de existir (OLIVEIRA, 2007 apud SOUZA, 
2017). Para a Gestalt-terapia, de base fenomenológica- existencial, as pessoas 
reconhecidas como dependentes, estão fora de seu equilíbrio ótimo, 
frequentemente incapazes de perceber quais as suas necessidades. Ocorrendo 
então, alterações nos processos funcionais de contato e afastando, distorcendo 
a existência do sujeito enquanto ser unificado (TELLEGEN, 1984; PIMENTEL, 
2003 Apud OLIVEIRA, 2007 apud SOUZA, 2017). 
Com o foco na reestruturação de cognições disfuncionais, a teoria 
cognitiva acredita que a dependência é resultado da interação entre o contato 
 
11 
 
inicial com a droga e as cognições que se formarão por influência das crenças 
básicas (SILVA; SERRA, 2004 apud SOUZA, 2017). 
A partir de crenças básicas disfuncionais, o sujeito faz suposições de 
como deverá agir diante de situações específicas, criando uma espécie de ciclo, 
repetindo o mesmo comportamento em ocasiões similares. Para aliviar o 
desconforto, em decorrência dos sentimentos suscitados pelacrença básica 
disfuncional, criam-se então as chamadas estratégias compensatórias. Nesse 
caso o consumo de uma substância psicoativa, como estratégia compensatória, 
poderá desenvolver um novo grupo de crenças que manterá relação com a 
crença básica (SILVA, 2004 apud SOUZA, 2017). 
3.1 Terapia Cognitivo-Comportamental e Tratamento de Dependência 
Química 
Segundo SOUZA (2017), para a teoria comportamental, todo 
comportamento é consequência da interação do indivíduo com seu ambiente. 
São os eventos ambientais que determinam o comportamento, e não a 
consciência e o autocontrole. No modelo do reforço, a manutenção e a extinção 
de determinados comportamentos são explicadas pelos conceitos de reforço e 
punição. 
Pensando no consumo de substâncias psicoativas, estas são entendida 
como um estímulo cuja função dependerá das consequências produzidas e do 
contexto em que é administrada. A repetição do consumo ocorreria pelo papel 
reforçador da substancia, ou seja, a substancia pode desempenhar um papel de 
reforçador positivo, onde o aumento da probabilidade de repetir o uso estaria 
relacionado às consequências recompensadoras, prazerosas, desse consumo. 
Na função de reforçador negativo, o aumento do consumo da substância se 
justificaria pela retirada de algo aversivo, desagradável, à exemplo, afastar/ 
aliviar os sintomas da abstinência (GARCIAMIJARES; SILVA, 2006 apud 
SOUZA, 2017). 
 
12 
 
Entretanto, o modelo do reforço possui restrições para explicar a 
dependência. Se o comportamento não é controlado somente pelos 
reforçadores, mas também pelos punidores (que diminuem a probabilidade do 
comportamento), como justificar a manutenção do comportamento de consumir 
substâncias psicoativas, quando as consequências aversivas (na saúde, 
trabalho, família) são maiores do que os reforços propiciados pelo consumo 
(GARCIA-MIJARES; SILVA 2006 apud SOUZA, 2017)? 
Frente a essas objeções, teorias atuais da dependência que entendem o 
problema como resultante de um processo de aprendizagem, onde a substância 
e os estímulos associados a seus efeitos adquirem controle potente sobre o 
comportamento, são propostas para explicar a etiologia da dependência. 
Apresentaremos essas teorias, que se diferenciam quanto aos processos de 
aprendizagem envolvidos (GARCIA-MIJARES; SILVA 2006 apud SOUZA, 
2017). 
A teoria comportamental como escolha, desenvolvida por Heyman (1996 
apud GARCIAMIJARES; SILVA, 2006 apud SOUZA, 2017), entende que a 
dependência é um processo em que o consumo repetido da substância, diminui 
progressivamente o valor reforçador de outras atividades, por serem as 
substâncias psicoativas um reforçador atípico (GARCIA-MIJARES; SILVA 2006 
apud SOUZA, 2017). 
A estratégia de escolha que controla o comportamento do indivíduo é 
base da explicação para o desenvolvimento da dependência. Nesses casos, o 
sujeito se vale da estratégia de melhoração (sic), que tem como objetivo obter o 
maior benefício no momento, ou seja, escolhem-se as alternativas, que possuam 
maior taxa de reforço local. A escolha em recorrer a essa estratégia varia de 
acordo com as contingências. (GARCIA-MIJARES; SILVA 2006 apud SOUZA, 
2017). 
Outra teoria que visa explicar a dependência é a teoria da sensibilização, 
que propõe que a dependência acontece porque a administração repetida de 
uma substância psicoativa causa mudanças cerebrais (sensibilização neural), 
que tornam os sistemas associados à motivação, hipersensíveis aos efeitos das 
 
13 
 
substâncias. Desta forma, qualquer estímulo associado à substância psicoativa 
acarretará num comportamento de procura e consumo da substância 
(GARCIAMIJARES; SILVA, 2006 apud SOUZA, 2017). 
 
 
Fonte: pixabay.com 
Por fim, a teoria neurobiológica de Kalivas e outros (2005 apud GARCIA-
MIJARES; SILVA, 2006 apud SOUZA, 2017), integra as duas primeiras, 
descrevendo as mudanças no circuito do reforço que acontecem no processo de 
dependência. O consumo repetido de psicoativos produziria mudanças no 
sistema nervoso, em vias dopaminérgicas e glutamatérgicas especificas, que 
ocasionariam a diminuição do valor reforçador de estímulos naturais, com o 
aumento da resposta à estímulos associados com a substancia, alterando o 
comportamento de escolha (GARCIA-MIJARES; SILVA, 2006 apud SOUZA, 
2017). 
No que concernem as técnicas, a abordagem comportamental possui 
grande reconhecimento no tratamento da dependência, sendo largamente 
 
14 
 
recomendados por guias terapêuticos médicos, pela sua aceitabilidade na área 
psiquiátrica (SONENREICH; ESTEVÃO; FILHO, 2000 apud SOUZA, 2017). 
É importante ressaltar a existência de diversas terapias denominadas 
cognitivo comportamentais, havendo em comum entre elas a influência da 
cognição sobre o comportamento e a modificação do comportamento que pode 
ser realizado por mudanças cognitivas (MARQUES; SILVA, 2000 apud SOUZA, 
2017). 
Entretanto, mesmo com o reconhecimento e a recomendação sobre a 
utilização das técnicas oriundas das teorias comportamentais e cognitivas, nos 
casos de dependência de álcool, cerca de 50 a 60% dos pacientes não se 
beneficiam desses procedimentos (RAMOS; WOITOWITZ, 2004 apud SOUZA, 
2017). Para nós, esse tipo de dado é importante na medida em que aponta para 
a necessidade de produção de explicações plurais, que explorem elementos 
distintos do fenômeno, e assim, contribuam na construção de propostas 
terapêuticas capazes de agregar aqueles que não se beneficiem dos métodos 
padrões. 
A Terapia Cognitiva utiliza o conceito da estrutura “biopsicossocial” na 
determinação e compreensão dos fenômenos relativos a psicologia humana, no 
entanto constitui-se como uma abordagem que focaliza o trabalho sobre os 
fatores cognitivos da psicopatologia (BAHLS; NAVOLAR, 2004 apud SILVA; et 
al., 2020). Entre as principais formas de tratamento destacadas por Correa 
(2003) para a dependência de substâncias psicoativas estão a intervenção 
farmacológica, psicoterapia individual, psicoterapia de grupo, psicoterapia 
familiar, grupos de ajuda mútua, entrevista motivacional, prevenção de recaída 
e treinamento de habilidades sociais (THS). 
Vázquez e Becoña (1996 apud SILVA; et al., 2020 apud SILVA; et al., 
2020) destacaram o papel das terapias cognitivo-comportamentais e o papel das 
terapias farmacológicas em termos de eficácia e de estabilidade. Em relação à 
eficácia, os resultados indicaram que as terapias cognitivo-comportamentais são 
eficazes mesmo sem o uso de medicamentos; já os medicamentos, na ausência 
das terapias cognitivo comportamentais não se mostraram tão eficazes. 
 
15 
 
Mesmo que a utilização de uma droga tenha como efeito direto o prazer, 
trará outras consequências não tão positivas que fazem que seja criado um 
dilema quanto à repetição deste comportamento, sendo justamente este espaço 
entre o desejo e sua realização um dos focos terapêuticos na área da 
dependência química anteriores (ARAUJO, et al. 2008 apud SILVA; et al., 2020). 
Assim como afirmam Alverson et al. (2000 apud SILVA; et al., 2020), o 
envolvimento com a substância acaba por tornar-se compulsório, o processo de 
recuperação implica em desenvolver-se afetivamente com outras atividades e 
desenvolver relações afetivas com pessoas significativas reconquistando, assim 
a autoestima 
Diante de um paciente que faz uso de substâncias, é importante a 
caracterização detalhada do consumo, questionando, para todas as 
drogas consumidas: as motivações do uso; a quantidade utilizada; o 
padrão de uso; os aspectos circunstanciais do uso; os efeitos obtidos 
e o sentimento pós-uso (FIDALGO, 2012 apud SILVA; et al., 2020). 
Araújo (2008 apud SILVA; et al., 2020), observa que, na prática clínica, e 
pelas pesquisas realizadas na área de dependência química, que a terapia 
cognitivo-comportamental associada à farmacoterapia, ao utilizar o modelo 
biopsicossocial, são as mais indicadas para o tratamento destaclientela, 
apresentando bons subsídios teóricos e práticos. 
 
 
16 
 
3.2 Semelhanças Entre Os Critérios Cid-10 e Dsm-5 
 
 
Fonte: supera.org.br 
Conforme FERRI; et al (2016), como pode ser visto na comparação entre 
as duas classificações, os itens abordados são praticamente idênticos, mudando 
 
17 
 
apenas a forma da redação. Os dois sistemas (CID-10 e DSM-5) também diferem 
na terminologia: a CID-10 classifica os usuários com problema em uso nocivo 
(ou prejudicial harmful use, em inglês) ou dependência. O DSM-V classifica em 
“transtornos do uso de substâncias”. Outro aspecto fundamental: nenhum dos 
dois critérios menciona a quantidade ingerida de álcool ou de qualquer outra 
droga, pois esse aspecto é extremamente variado e está relacionado a 
diferenças individuais. 
4 FATORES ASSOCIADOS AO USO DE DROGAS 
 
Fonte: pixabay.com 
Conforme BITTENCOURT; et al., (2015) a adolescência é um momento 
de grande impacto no desenvolvimento humano, e se molda como período 
crucial no que tange ao uso de drogas. De acordo com o Ministério da Saúde, a 
adolescência corresponde à faixa etária entre 10 e 20 anos – conforme critério 
definido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) – e consiste em um 
 
18 
 
processo de emancipação afetado por diversos fatores nos quais atitudes, 
hábitos e comportamentos se encontram em transformação. 
Os primeiros contatos com o álcool e outras drogas ocorrem, geralmente, 
durante esse período, no qual as estruturas cerebrais responsáveis pela 
percepção temporal e pelo controle de impulsos estão ainda em 
amadurecimento. A satisfação imediata proporcionada pelo uso de substâncias 
psicoativas (SPA) vem ao encontro do comportamento impulsivo e do 
imediatismo muitas vezes presentes nos jovens dessa faixa etária. Tal fato, 
somado às transformações físicas e psíquicas e aos conflitos com o meio familiar 
e social, acaba por aprofundar a vulnerabilidade inerente a essa população 
específica, afirma BITTENCOURT; et al., (2015). 
Conforme Levinas (apud BITTENCOURT; et al., (2015 p.312) define 
vulnerabilidade como condição de todo ser humano, na medida em que todos 
estamos expostos ao outro e ao mundo, e por eles somos responsáveis. A fim 
de precisar o uso do termo “vulnerabilidade” e como seu conceito vem sendo 
aplicado e compreendido pela bioética, Neves parte do reconhecimento da 
vulnerabilidade, estendendo tal entendimento à apuração da existência de 
grupos e indivíduos especialmente vulneráveis, os quais devem ser protegidos 
em razão de sua condição agravada por circunstâncias e situações específicas. 
Essa mesma distinção é feita, pela bioética da proteção, que diferencia essas 
duas condições por meio dos termos “vulnerável” e “vulnerado”. 
Um dos principais aspectos da formação da identidade é a capacidade de 
se ver como um indivíduo único e desempenhar um papel na estrutura familiar 
ou comunitária. Alguns adolescentes inicialmente usaram álcool e drogas para 
entretenimento. Se essas substâncias não forem usadas, alguns desses 
adolescentes terão dificuldade em manter relacionamentos emocionais, o que 
torna mais difícil construir relacionamentos mais fortes. 
Os eventos que marcam a transição da adolescência para a vida adulta 
podem não ser biológicos ou de idade, mas sociais, como o início da vida sexual, 
a composição familiar ou a entrada no mercado de trabalho. 
 
19 
 
Quando esta etapa é concluída com sucesso, o adolescente apresenta 
autocontrole e autoestima. Caso este processo seja interrompido ou distorcido 
por algum motivo – doença, violência, privação excessiva, uso de drogas – a 
personalidade resultante pode ser excessivamente dependente de fatores 
externos, em vez dos internos, na determinação de comportamentos e da 
identidade. (Scivoletto,2011 apud BITTENCOURT; et al., (2015, p.311). 
As representações sobre a juventude, a posição social dos jovens e o 
tratamento que lhes é dado ganham significados específicos em diferentes 
contextos históricos, sociais e culturais (Peralva,1997 apud Piccolo e Leal, 
2011). 
Conforme proposto por Dias (2006 apud Rapizo,2011), a família é um 
lugar que se atualizam as tensões sociais. É onde ocorre a aprendizagem social, 
a distribuição das relações de autoridade e submissão, a definição dos papéis 
de gênero. Elas suscitam transformações sociais e respondem a essas 
mudanças em um diálogo constante. 
A adolescência é um período de vitalidade física e mental, nesta fase, eles 
precisam de oportunidades para liberar suas energias. Além disso, este é um 
período crítico para o desenvolvimento de habilidades pessoais e interpessoais 
e para a aquisição de habilidades de desempenho e de tomada de decisão. 
 
20 
 
5 DEPENDÊNCIA QUÍMICA: MODELOS TEÓRICOS 
 
Fonte: pixabay.com 
A síndrome da dependência é tida como um grupo inter-relacionado de 
sintomas cognitivos, comportamentais e fisiológicos. As incapacidades 
relacionadas ao álcool, por outro lado, consistem em disfunções 
físicas, psicológicas e sociais que se seguem direta ou indiretamente 
ao uso excessivo da bebida e da dependência. (EDWARDS; LADER, 
1994, apud Colett.C; 2010, p.12). 
Segundo Cordeiro, (2006) diferentes modelos tentam explicar a 
dependência química. A seguir, são apresentados os mais conhecidos. 
 
Modelo moral 
 
Para o modelo moral, o uso de substâncias e a dependência química 
seriam escolhas pessoais. Segundo esse conceito, o consumo seria uma forma 
de desrespeito às normas, transformando o paciente em um transgressor. Esse 
entendimento torna o indivíduo sujeito a críticas sobre a doença, sendo ele 
responsável por ela e, como tal, apto a arcar com todas as consequências em 
quaisquer situações. Esse modelo muitas vezes faz do paciente intoxicado um 
 
21 
 
alvo de críticas, desatenção e punição em serviços de saúde. São exemplos de 
pensamentos gerados por essa concepção: “Tanta gente doente e esse aí 
causando confusão porque bebe” ou “Esse paciente vive chegando drogado no 
pronto-socorro. Melhor atender rápido e mandar logo embora. ” Afirma, Cordeiro 
(2006). 
O modelo moral é uma abordagem em desuso para o tratamento da 
dependência química. Apenas responsabilizar o paciente pelo quadro de 
intoxicação não torna o profissional diferente das pessoas em geral (família, 
empregador, vizinhos), as quais, muitas vezes, já apresentaram esse tipo de 
postura. O indivíduo é levado a responsabilizar-se como causador da 
dependência e por mantê-la por não ter a “força de vontade” que promove 
mudanças comportamentais bem-sucedidas. Afirma, Cordeiro (2006). 
Segundo PILLON; et al., (2004) neste modelo, os indivíduos são 
considerados responsáveis tanto pelo início e o desenvolvimento do problema, 
quanto pelas soluções e acredita-se que necessitam apenas de motivação 
apropriada. A principal limitação do modelo moral é que as pessoas são levadas 
a sentir-se culpadas pelo desenvolvimento do problema e a pensar que, de 
alguma forma, lhes faltam força de vontade ou "fibra moral", por não 
conseguirem alterar com sucesso seu comportamento. 
 
Modelo da temperança ou sobriedade 
 
Conforme CORDEIRO (2006), no século XVIII, o consumo de álcool 
começou a ganhar mais atenção, e quadros de embriaguez passaram a ser 
considerados doença a partir de trabalhos científicos, como, por exemplo, 
aqueles publicados por Thomas Trotter. No final do século XIX, nos Estados 
Unidos, o modelo da temperança ou sobriedade surgiu e teve certa credibilidade 
até 1933, sendo a primeira tentativa estruturada para entender a etiologia do 
alcoolismo. Com a utilização desse modelo como forma de entendimento da 
dependência de álcool, o objetivo do tratamento seria a utilização cautelosa e 
moderada da substância. 
 
22 
 
O modelo da temperança, diferentemente do modelo moral, não 
considerava a embriaguez um pecado cometido por falha de caráter do indivíduo, 
mas um hábito a ser desaprendido. O intuitoseria encontrar um equilíbrio no 
consumo de álcool, de forma que o sujeito retornasse ao estágio anterior à 
dependência. Esse modelo servia para entender a dependência de álcool como 
uma espécie de termômetro físico e moral, afirma CORDEIRO (2006). 
Segundo CORDEIRO (2006), para Rush, o consumo “começa com uma 
escolha, torna-se um hábito e, depois, uma necessidade”. Deveria haver uma 
fronteira entre o consumo adequado e o patológico, e as pessoas que tivessem 
ultrapassado esse limite deveriam retornar ao consumo sem prejuízo. A Lei 
Seca, ocorrida entre 1919 e 1932, foi o auge desse movimento, proibindo a 
fabricação e o consumo de bebidas alcoólicas. 
 
Modelo da degenerescência neurológica 
 
Segundo CORDEIRO (2006) em 1849, Magnus Huss, na Suécia, publicou 
um trabalho científico no qual, pela primeira vez, a palavra alcoolismo foi 
utilizada, e o fenômeno foi entendido como uma patologia. Houve forte tendência 
a acreditar que o tratamento deveria ser igual ao de outras doenças na época: 
banhos de vapor, tônicos, uso de sanguessugas, etc. 
 
Modelo espiritual 
 
Conforme CORDEIRO (2006), em 1935, Bill Wilson e Robert Smith 
criaram os Alcoólicos Anônimos. A dependência de álcool, nesse modelo, é 
entendida como uma condição que o indivíduo é incapaz de superar por si só. A 
esperança de mudança consiste em entregar a vida a uma força superior, e, a 
partir daí, segui-la rumo à recuperação. Praticar o Programa de 12 Passos é 
fundamental para a recuperação. A partir do AA, diversas outras irmandades 
foram criadas seguindo, basicamente, a programação dos 12 passos. 
O Al-Anon e o Alateen foram criados para familiares de dependentes de 
álcool; além desses, há o NA (Narcóticos Anônimos), o DASA (Dependentes de 
 
23 
 
Amor e Sexo Anônimos), o Neuróticos Anônimos, o CCA (Comedores 
Compulsivos Anônimos) e muitos outros, afirma CORDEIRO (2006). 
 
Modelo psicológico 
 
São apresentadas a seguir diversas escolas de pensamento voltadas ao 
modelo psicológico que tentam explicar o surgimento da dependência química, 
afirma CORDEIRO (2006): 
 
 Condicionamento clássico – As situações do cotidiano provocam 
estímulos, produzindo respostas no indivíduo, afirma CORDEIRO (2006). 
 Condicionamento operante – O consumo de substâncias psicoativas – 
produzindo bem-estar, relaxamento e quadros de euforia ou retirando 
sensações de ansiedade e mal-estar (reforços positivos e negativos) – 
resultaria em padrões de comportamento, conforme CORDEIRO (2006). 
 Modelo cognitivo-comportamental – Busca ressaltar a importância dos 
processos mentais sobre os comportamentos. O esforço do modelo volta-
se para o entendimento das expectativas do indivíduo acerca dos efeitos 
do álcool e de outras substâncias. Expectativas positivas podem 
promover consumos mais pesados. O modelo de prevenção de recaída 
ressalta a importância dos processos cognitivos na evocação ou evitação 
da recaída. Os enfoques voltados para a teoria comportamental surgiram 
na primeira metade dos séculos XX, com Pavlov e Skinner, e 
preconizavam que situações capazes de prover o indivíduo de prazer e 
recompensa geram reforço positivo, aumentando as chances de 
manutenção do comportamento. Quando a pessoa aprende que o 
consumo de álcool é capaz de trazer alívio diante de situações 
estressantes, aumentam as chances de manter o comportamento para 
situações desse tipo e generalizá-lo para outras. Afirma CORDEIRO 
(2006). 
 
24 
 
 Modelo psicanalítico: A dependência de substâncias estaria ligada a 
tentativas de retorno a estados prazerosos infantis. A doença é explicada 
a partir da “hipótese da automedicação” a interações disfuncionais na 
primeira infância, como vulnerabilidade no desenvolvimento da 
autoestima, construção de relacionamentos e de intimidade 
problemáticos, habilidade de autoproteção com prejuízos e déficits de 
tolerância aos afetos, conforme CORDEIRO (2006). 
 Modelo de aprendizado social: Discorda que o indivíduo nasça 
dependente. O aprendizado não é só do contexto da substância, mas do 
que ela pode proporcionar ao indivíduo. O modelo sociocultural apresenta 
uma visão mais ampla sobre o papel da sociedade e das subculturas na 
modelagem dos padrões individuais de consumo, pois propõe 
intervenções macrossociais para atuar nas questões das substâncias (p. 
ex., aumento de preços, normas claras sobre o consumo, cumprimento 
de punições previstas, proibição de anúncios, etc.) segundo, CORDEIRO 
(2006). 
 Modelo sistêmico: O comportamento individual é parte interativa de um 
sistema social mais amplo, no qual a família se destaca. No entendimento 
das atitudes do dependente, consideram-se seus relacionamentos (nos 
vários níveis). O sistema (família) tende a manter um equilíbrio – muitas 
vezes precário – que resiste às mudanças. O modelo propõe que a 
dependência química é um distúrbio familiar, e a mudança de 
comportamento do dependente provocaria desagrado ou resistência da 
família. A terapia familiar é um instrumento indicado para alcançar o 
sucesso terapêutico, afirma CORDEIRO (2006). 
 
 Modelo biológico 
 
Segundo CORDEIRO (2006), o modelo biológico ganhou novo fôlego na 
década de 1970 e envolveu a etiologia com a fisiologia e a genética. O transtorno 
relacionado ao consumo de substâncias seria primário e independente de outras 
 
25 
 
condições. Esse modelo estuda a herança genética e a constituição biológica do 
indivíduo e como tais características determinam o surgimento da dependência. 
Estudos com famílias, gêmeos e adoção enfatizam a importância das 
características biológicas dos indivíduos para o surgimento desse processo, 
como, por exemplo, estudos com gêmeos idênticos separados na infância e 
adotados por famílias com diferentes características evoluindo para quadros de 
dependência química na idade adulta. Na década de 1970, a Organização 
Mundial da Saúde (OMS) desenvolveu uma nova conceituação sobre a 
dependência química, considerando-a como uma síndrome que obedece uma 
continuidade de gravidade. Além disso, estabeleceu uma distinção entre 
consumo abusivo e dependência, afirma CORDEIRO (2006). 
 
 Modelo biopsicossocial 
 
Segundo esse modelo, uma multifatoriedade está envolvida no 
surgimento da dependência química. As diferentes teorias associadas seriam 
necessárias para determinar a doença, e o indivíduo não teria apenas uma única 
causa para explicar o desenvolvimento, o curso e o prognóstico do problema. A 
substância seria apenas um dos fatores de uma tríade que incluiria o indivíduo e 
a sociedade de que faz parte e na qual a substância se encontra, conforme 
CORDEIRO (2006). 
 
 
 
26 
 
6 DEPENDÊNCIA FÍSICA E PSÍQUICA 
 
Fonte: pixabay.com 
A dependência física ocorre pela adaptação das células à presença de 
substâncias químicas reassumindo sua função parcialmente normal. Para que o 
organismo responda de maneira semelhante à primeira exposição à droga, 
doses cada vez maiores são necessárias. 
A dependência celular também implica uma adaptação de células isoladas 
à presença da droga em seu ambiente, mas neste caso a adaptação é tão severa 
que a célula não pode funcionar normalmente na ausência da droga (Edwards; 
Lader, 1994, apud Colett.C; 2010). 
Depois que a dependência orgânica é instalada, as células não 
funcionarão "normalmente" quando há a ausência da droga. Essa disfunção 
celular é chamada de síndrome de abstinência, o que significa que o corpo não 
pode manter seu próprio estado sem a adição de álcool e / ou drogas. Essa 
síndrome é caracterizada por sinais e sintomas como: delirium tremens, ou seja, 
tremor intenso e alucinações. 
 
27 
 
Inicialmente, os sintomas são mais leves, menos comuns e ainda não 
afetam a capacidade do indivíduo de manter relacionamentos sociais e 
produtivos; ansiedade, insônia e irritação podem ser atribuídas a outros fatores 
diários. Os sintomas mais perceptíveis, segundo Focchi(2001, p. 3 apud 
Colett.C; 2010), são: físicos (tremores, náuseas, vômitos, sudorese, cefaleia, 
câimbras, tontura); afetivos (irritabilidade, ansiedade, fraqueza, inquietação, 
depressão); senso percepção (pesadelos, ilusões, alucinações visuais, auditivas 
ou tácteis). 
Portanto, o organismo possui uma certa tolerância à dependência física. 
A tolerância é a capacidade das células funcionarem com a ingestão de doses 
em maiores ou menores quantidades e com maior ou menor frequência. Já a 
dependência física é caracterizada pelos sintomas estereotipados, pois, ao 
ingerir doses elevadas, o funcionamento neuronal fica alterado, afirma apud 
Colett.C; (2010). 
Há também dependência psicológica, que na verdade é impossível de 
medir porque contém coisas subjetivas. Os usuários terão comportamentos de 
busca de drogas. Portanto, pode-se dizer que a relação de dependência está 
relacionada aos valores internos e externos do ser humano, pois o vício não é 
apenas desencadeado por diferentes aspectos da personalidade, mas também 
desencadeado por uma sociedade que historicamente busca novos prazeres. 
 
 
 
28 
 
7 CLASSIFICAÇÃO DAS SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS 
 
Fonte: tercerangel.org 
Antes de classificar as substâncias psicotrópicas, é necessário 
compreender alguns conceitos sistematizados pela Organização Mundial da 
Saúde (OMS): Droga: “qualquer entidade química ou mistura de entidades 
(outras que não aquelas necessárias para a manutenção da saúde, como, por 
exemplo, água e oxigênio) que alteram a função biológica e possivelmente a sua 
estrutura”. 
Drogas psicoativas: “são aquelas que alteram comportamento, humor e 
cognição”. Os principais efeitos nocivos do uso de substâncias podem ser 
divididos em quatro categorias. Primeiro, temos efeitos crônicos na saúde. No 
caso do álcool, inclui cirrose hepática e muitas outras doenças crônicas; no caso 
do tabaco fumado na forma de cigarros, inclui câncer de pulmão, enfisema e 
outras doenças crônicas. Em muitos países, o uso de heroína injetável e o uso 
de agulhas compartilhadas são importantes transportadores para a transmissão 
 
29 
 
de patógenos infecciosos, como o HIV e os vírus da hepatite B e C. Em segundo 
lugar, a substância tem efeitos agudos ou de curto prazo para a saúde em drogas 
como opióides e álcool, principalmente incluindo overdose de drogas. 
Esta categoria também inclui acidentes causados pelo efeito da 
substância na coordenação física, concentração e discriminação sob as 
condições de qualidade necessárias. Nesta categoria, os acidentes causados 
por dirigir um veículo após o consumo de álcool ou outras substâncias são muito 
evidentes, mas também estão incluídos outros acidentes, suicídio e (pelo menos 
no caso do álcool) agressão. 
O terceiro e o quarto tipos de efeitos prejudiciais incluem consequências 
sociais prejudiciais: problemas sociais graves, como separação ou detenção 
repentina, e problemas sociais de longo prazo, como capacidade insuficiente 
relacionada ao trabalho ou papéis familiares. 
 
Drogas psicotrópicas: “Eles desempenham um papel no sistema 
nervoso central, produzem mudanças no comportamento, humor e cognição, 
têm um grande efeito de aprimoramento e, portanto, estão sujeitos ao 
autogerenciamento. ” Portanto, os psicotrópicos são substâncias que podem 
causar dependência. 
O primeiro grupo são as drogas que reduzem a atividade cerebral, ou seja, 
reduzem a função cerebral, o que significa que as pessoas que usam essa droga 
"não se interessam" pelas coisas e "aos poucos" se "desconectam". É por isso 
que essas drogas são chamadas de inibidores da atividade do sistema nervoso 
central (SNC - o sistema nervoso central é a parte localizada dentro da caixa do 
crânio; o cérebro é o principal órgão do sistema). Na segunda categoria das 
drogas psicotrópicas, essas drogas agem aumentando nossa atividade cerebral, 
ou seja, estimulam a função, de forma que as pessoas que usam essas drogas 
fiquem em um estado "ligado" e "elétrico" sem dormir. É por isso que essas 
drogas são chamadas de estimulantes da atividade do sistema nervoso central. 
Existe uma terceira classe de drogas que atuam alterando 
qualitativamente a atividade do cérebro. Portanto, não se trata de mudanças 
 
30 
 
quantitativas (como aumentar ou diminuir a atividade cerebral). Aqui, mudança 
é qualidade. O cérebro começa a não funcionar adequadamente e a mente 
humana ficando “perturbada”. Portanto, a terceira categoria de medicamentos é 
chamada de distúrbio de atividade da doença central. 
7.1 Substâncias Depressoras do Sistema Nervoso Central 
 
Fonte: pt.slideshare.net 
Drogas depressivas do sistema nervoso central (SNC) reduzem a 
atividade do sistema e retardam sua função. Com efeito, as consequências 
desse fenômeno são sonolência, desatenção, movimentos mentais lentos, 
reflexos enfraquecidos e uma sensação de relaxamento e tranquilidade. As 
seguintes substâncias se enquadram nesta categoria: 
 
 Benzodiazepínicos 
 Álcool 
 Solventes 
 Opiáceos 
 
 
31 
 
7.2 Substâncias Estimulantes do Sistema Nervoso Central 
 
Fonte: slideplayer.com.br 
As substâncias estimulantes do sistema nervoso central aceleram as 
atividades do sistema nervoso central, o que leva à aceleração das atividades 
psicomotoras. Essa excitação excessiva aumenta o estado de alerta e a 
concentração, reduz o sono e o apetite, produz euforia e causa irritabilidade. As 
substâncias pertencentes a esta categoria são as seguintes. 
 
 Cocaína e crack 
 Anfetaminas 
 Tabaco 
 
 
 
32 
 
 
Fonte:proavirtualg10.pbworks.com 
 
7.3 Substâncias Perturbadoras do Sistema Nervoso Central 
As substâncias que interferem no SNC podem causar distúrbios da 
atividade cerebral, resultando em alucinações que geralmente são de natureza 
visual. São consideradas drogas psicoticomiméticas porque mimetizam o estado 
psicótico (delírios, alucinações, perda do conceito de realidade) do indivíduo que 
as usa. As seguintes substâncias se enquadram nesta categoria: 
 
 Cannabis 
 LSD 
 Cogumelos 
 Anticolinérgicos 
 
33 
 
 
 
Fonte: extremosbioquimica.spot.com 
8 TEORIA E TÉCNICA COGNITIVA APLICADA À DEPENDÊNCIA QUÍMICA 
Segundo SILVA; et al., (2004) a TC é uma abordagem estruturada ou 
semiestruturada, diretiva, ativa e de prazo limitado. Ela se fundamenta na 
racionalidade teórica de que o afeto e o comportamento de um indivíduo são, em 
grande parte, determinados pelo modo como ele estrutura o mundo. Neste 
sentido, mais importante do que a situação real, é a avaliação que o indivíduo 
faz a respeito dela. Uma mesma situação pode, portanto, desencadear 
diferentes emoções (tristeza, raiva, ansiedade, etc). Por exemplo, imaginemos 
um indivíduo que chega à garagem do seu prédio e percebe que esqueceu as 
chaves do carro no apartamento. Ele pode avaliar esta situação de várias 
maneiras. Exemplifiquemos duas: 
1) Ao perceber que está sem as chaves, ele pode pensar que é uma 
pessoa “azarada” e que seu dia começara ruim; a emoção que acompanha essa 
avaliação é tristeza e desânimo. Com este sentimento, seu desempenho no 
trabalho tende a ser baixo, afirma SILVA; et al., (2004). 
 
34 
 
 2) Ele pode, ao contrário, pensar que, se subir ao apartamento para pegar 
as chaves, vai se atrasar. A emoção que ocorre neste caso é ansiedade. Ele 
chega ao trabalho tão ansioso que não consegue seguir a programação do dia: 
seu desempenho também cai. O objetivo da TC é reestruturar as cognições 
disfuncionais e dar flexibilidade cognitiva no momento de avaliar situações 
específicas. Como a exemplificada acima. A TC visa à resolução de problemas 
focais, objetivando, em última análise, dotar o paciente de estratégias cognitivas 
para perceber e responder ao real de forma funcional, afirma SILVA; et al., 
(2004). 
 
 
Fonte: alessandrouniclinicas.com.br 
Segundo SILVA; et al., (2004) a TC contrasta com a BT por dar maiorênfase às experiências internas (pensamentos, sentimentos, desejos). O 
terapeuta cognitivo formula as ideias e crenças disfuncionais do paciente sobre 
si, sobre suas experiências e sobre seu futuro em hipóteses e, então, testa a 
validade dessas hipóteses de uma forma objetiva e sistemática. 
Segundo COSTA (2018), Beck preconiza que as crenças adictivas giram 
em torno da busca de prazer, da solução de problemas e do alívio do desconforto 
 
35 
 
e variam de pessoa para pessoa e com o tipo de droga preferida. Entre as 
crenças adictivas, cita: 
• a droga é necessária para manter o equilíbrio psicológico ou emocional; 
• a droga melhorará o funcionamento social e intelectual; 
• a droga trará prazer e excitação; 
• a droga fornecerá força e poder; 
• a droga terá efeito calmante; 
• a droga trará alívio para a monotonia, ansiedade, tensão e depressão; 
• sem o uso da droga, o craving – fissura – continuará, indefinidamente e 
cada vez mais forte. 
Em oposição às crenças adictivas, os pacientes apresentam crenças de 
controle, aquelas que diminuem a possibilidade do uso e abuso de substâncias. 
Os dependentes lidam com situações mistas, ou seja, convivem com a 
coexistência de crenças adictivas e crenças de controle. Afirma SILVA; et al., 
(2004). 
Os pilares conceituais da prática de TC são os seguintes: 
 
- Esquemas e Crenças Básicas 
 
Segundo SILVA; et al., (2004) os Esquemas são estruturas psíquicas que 
contêm avaliações firmemente estabelecidas. O Esquema, se traduzido em 
palavras, forma criações hipotéticas chamadas de Crenças Básicas. As Crenças 
Básicas, quando disfuncionais, caracterizam-se por serem irracionais, 
supercentralizadas e rígidas. Levam a sofrimento psíquico e comportamentos 
mal adaptados, além de impedirem a realização de metas. Segundo Beck, as 
Crenças Básicas disfuncionais podem ser classificadas em dois tipos: 
1) Crenças de Desamparo e 
2) Crenças de “Não ser querido”. 
 
 
 
 
36 
 
- Pensamentos automáticos 
Afirma SILVA; et al., (2004), as Crenças Centrais Básicas são avaliações 
genéricas sobre si mesmo, sobre o outro e sobre a relação com o mundo que o 
cerca. Na maioria das vezes, tais crenças não são conhecidas e claras para o 
indivíduo (são inconsciente) mas, sob determinadas circunstâncias, influenciam 
a percepção sobre as coisas e é expressa como pensamento automático, 
específico a uma situação. Os pensamentos automáticos derivam de um “erro” 
cognitivo e têm íntima relação com as crenças. 
 
- Estratégia compensatória 
 
Conforme SILVA; et al., (2004), são comportamentos que visam aliviar ou 
anular os pensamentos automáticos e emoções negativas. Por exemplo, 
imaginemos um paciente músico, diante de uma situação na qual vai se 
apresentar publicamente. Ocorre-lhe um pensamento: “Vou errar”. Lembrando 
que o pensamento automático é uma constatação inflexível, o paciente sente-se 
triste, com medo e ansioso. Ele, então, faz uma suposição: “se eu beber, 
conseguirei ficar menos ansioso e poderei me apresentar”. Pede uma bebida 
alcoólica e bebe. O comportamento de busca e ingestão do álcool é um exemplo 
de Estratégia Compensatória. Poderíamos nos perguntar: por que esse conjunto 
de cognições ocorreu? 
Uma explicação possível seria a seguinte: o fato de ser exposto a essa 
situação ativou, neste paciente, um Esquema disfuncional que, em palavras, 
seria: “Sou inadequado“; “Sou incapaz”. A partir desta ativação, desencadeou-
se todo o processo cognitivo descrito. O terapeuta cognitivo chega a hipóteses 
semelhantes à descrita acima ao longo do processo terapêutico. Ele vai testando, 
reconstruindo suas hipóteses e se aproximando da Estrutura Cognitiva do 
paciente. Essa construção da hipótese cognitiva global é chamada de 
Conceituação Cognitiva, afirma SILVA; et al., (2004). 
 
 
 
 
37 
 
- Conceituação Cognitiva 
 
Segundo SILVA; et al., (2004) a Conceituação Cognitiva é uma hipótese 
sobre pensamentos, suposições, emoções e crenças do paciente. Ela pode ser 
reformulada no decorrer da terapia, à medida que novas informações e 
evidências vão se reunindo. 
9 TÉCNICAS UTILIZADAS PELA TERAPIA COGNITIVA 
 
Conforme SILVA; et al., (2004) as técnicas utilizadas visam identificar, 
testar a realidade e corrigir as conceituações cognitivas distorcidas. O paciente 
é instruído sobre seu problema sobre a terapia. A própria terapia é uma 
experiência de aprendizado para o paciente. Durante o processo terapêutico, o 
paciente aprende as técnicas utilizadas pelo terapeuta para que se torne o seu 
próprio terapeuta. As técnicas mais usadas na TCC do dependente químico, 
embora sejam de uso comum nas terapias cognitivas em geral, serão 
sucintamente descritas a seguir: 
Identificação de pensamentos automáticos (PA) Avaliação e 
questionamento de PA Registro diário de pensamentos automáticos 
disfuncionais (RPD) Identificação de crenças Avaliação e modificação de 
crenças Seta descendente Solução de problemas Exame das vantagens e 
desvantagens Distração, Agendamento e monitorização, Exposição gradual e 
dificuldade crescente, Experimentos comportamentais, Cartões de 
enfrentamento, Relaxamento Exercício físico, Dramatização, Treinamento de 
assertividade, afirma SILVA; et al., (2004). 
 
 
 
 
 
 
38 
 
Identificação de pensamentos automáticos (PA) 
 
Segundo COSTA (2018), logo após uma importante modificação de 
humor ou o surgimento de forte vontade de usar a droga, o terapeuta, ou o 
próprio paciente, deve investigar: o que você estava pensando naquele 
momento, naquela situação? Que pensamento você acha que lhe passou pela 
cabeça? 
 Outras perguntas podem auxiliar a identificação do pensamento 
automático: O que você acha que estava pensando naquela situação? Que 
pensamento lhe passou pela cabeça? Poderia estar pensando...? Ou? O que 
essa situação significou para você? Será que você pensou…? (O terapeuta 
propõe um pensamento neutro ou oposto ao esperado.) Afirma COSTA (2018). 
 
Avaliação e questionamento de PA 
 
Depois de determinar uma ou mais pensamentos automáticos, o 
terapeuta ajudará o paciente a avaliar sua precisão, utilidade e consequências. 
Para tanto, ele usou métodos de questionamento socrático, não só podem guiar 
os pacientes para tirar suas próprias conclusões, mas também pode treiná-lo 
para fazer este exercício sozinho. 
Conforme COSTA (2018) o paciente deve avaliar, de O a 10, o quanto 
acredita em seu pensamento e depois questioná-lo. As perguntas básicas do 
questionamento socrático são: Quais as evidências reais a 
favor deste pensamento? Quais as evidências reais contra este pensamento? 
Poderia haver outra explicação? Outra hipótese? Se o PA for verdadeiro, o que 
de pior poderia acontecer? Você conseguiria superar isto? O que de melhor 
poderia acontecer? Qual o resultado mais provável? O que você deveria fazer a 
esse respeito? Qual a consequência de você acreditar neste pensamento? O 
que poderia fazer para modificar este pensamento? O que você diria para um 
amigo ou parente que estivesse nessa situação? 
 
39 
 
Nem todas as perguntas são sempre feitas e muitas vezes precisam ser 
ajustadas. Após questionamento e reavaliação, o paciente ainda acreditava em 
AP. 
Registro Diário de Pensamentos Disfuncionais (RPD) 
 
Segundo COSTA (2018) treinar o paciente e solicitar que ele registre seus 
pensamentos disfuncionais, no final do dia, de preferência, ainda na vigência do 
desconforto psicológico, é técnica muito utilizada na TCC. No tratamento dos 
dependentes químicos, o mesmo é feito em relação às fissuras. Os usuários 
tendem a seguir usando drogas em função de seus pensamentos automáticos e 
crenças disfuncionais e das emoções negativas resultantes. O preenchimento 
do RPD ainda durante a fissura ocupa um tempo no qual pode ocorrer a 
diminuição da mesma. Além disso, o exame da adequação e da veracidade dos 
PA pode levar à redução da intensidade da fissura.O preenchimento do RPD como tarefa de casa, no intervalo das 
sessões, oportuniza ao paciente seguir identificando, avaliando e questionando 
seus pensamentos automáticos. E permite ao terapeuta ter uma ideia do que 
realmente ocorre com seu paciente entre as sessões, afirma COSTA (2018). 
 
Identificação de crenças 
 
Conforme COSTA (2018) as crenças sobre drogas, sobre fissuras e as 
crenças intermediárias e centrais do paciente podem ser identificadas pelo uso 
das mesmas técnicas: Observando quando um pensamento automático 
expressa uma crença; usando a técnica da seta descendente a partir de um PA; 
examinando diversos PA e encontrando uma temática comum; pinçando uma 
suposição do paciente e explorando-a; aplicando inventários de crenças 
sobre uso de drogas e sobre fissuras. 
 
 
 
 
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Avaliação e modificação de crenças 
 
A avaliação e a modificação de crenças é uma atividade central na terapia 
cognitiva em geral. Na TCC dos dependentes químicos, isso se repete. Crenças 
centrais e crenças intermediárias identificadas, muitas vezes relacionadas com 
a comorbidade apresentada pelo paciente (frequentemente transtorno 
depressivo, transtorno de ansiedade e da personalidade), precisam ser 
modificadas, para que seja obtida melhora mais duradoura, afirma COSTA 
(2018). 
 Segundo COSTA (2018) as crenças adictivas identificadas, sejam 
antecipatórias, de alívio ou permissivas, devem ser modificadas, e crenças de 
controle devem ser reforçadas, elaboradas e testadas. Para isso, podem ser 
usados: o questionamento socrático; o exame das vantagens e desvantagens de 
acreditar na crença; o experimento comportamental; a dramatização. 
 
Seta descendente 
 
COSTA, (2018) afirma que é uma técnica usada, com frequência, para 
atingirmos uma crença a partir da identificação de um PA. Parte-se do PA 
questionando: se isto é verdadeiro, significa o quê? E se isto é verdadeiro, 
significa o quê? De maneira repetitiva, até que muitas vezes se chega a uma 
crença central. Exemplo: Pensamento automático: “Não dá para ir a uma festa e 
não beber”. Se isto é verdade, significa o quê?: “Que eu não consigo me divertir 
se não beber”. E não se divertir na festa, significa o quê?: “Não vou poder falar 
com ninguém, dançar”. E se for assim, significa o quê?: “Que eu sou uma 
porcaria, não sou de nada”. Ser uma porcaria, não ser de nada, significa o quê?: 
“Que eu sou um incapaz, um fracasso” – a crença central subjacente. 
 
 
 
 
 
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Solução de problemas 
 
Conforme COSTA (2018), essa técnica básica na TCC e pode ser treinada 
e utilizada desde o início da terapia. Ela visa a auxiliar o paciente a: identificar e 
delimitar o problema; pensar nas diversas soluções possíveis (tempestade de 
ideias); examinar os prós e os contras para cada solução pensada; escolher a 
melhor solução disponível; colocá-la em prática; avaliar a efetividade e a 
adequação da solução escolhida. 
 
Exame das vantagens e desvantagens 
 
É uma técnica utilizada para auxiliar os pacientes na tomada de decisões. 
O paciente é estimulado a escrever as vantagens e desvantagens de 
determinada decisão ou comportamento e examiná-las e, então, tomar sua 
decisão. Pode ser utilizada, também, na análise sobre a conveniência de manter 
determinada crença ou de aceitar uma crença nova, Segundo COSTA (2018). 
 COSTA (2018) afirma também que na TCC das dependências químicas, 
ela pode ser usada para examinar as vantagens e desvantagens do uso da droga 
e da abstinência na motivação do paciente, no trabalho de modificação das 
crenças adictivas e na elaboração de novas crenças de controle. 
 Os usuários de drogas, tipicamente, mantêm crenças que minimizam as 
desvantagens do uso e maximizam suas vantagens. Os pacientes são 
orientados a preencher uma matriz, com quatro áreas, nas quais listarão as 
vantagens de usar, as desvantagens do uso, as vantagens e as desvantagens 
da abstinência, conforme COSTA (2018). 
 
 
 
 
 
 
 
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Distração 
 
De acordo com conforme COSTA (2018) esta é uma técnica importante 
no manejo da ansiedade e da fissura. Nestas condições, ansiosa e fissurada, a 
pessoa tende a concentrar sua atenção nas várias sensações corporais e nos 
pensamentos automáticos concomitantes. A “distração” consiste no esforço para 
mudar o foco da atenção do mundo interno para o ambiente externo. 
Como exemplos de distração: retirar-se do ambiente, se nele está 
presente o desencadeante da ansiedade e da fissura; descrever detalhes do 
meio ambiente (carros, cores, contagens de objetos); envolver-se em diálogo 
sobre outro tema com pessoa disponível (amigo, familiar, consultor, terapeuta); 
envolver-se em atividade prática, como tarefa doméstica, arrumação de arquivo, 
organização de livros, banho; lembrar e executar poema, oração ou música de 
seu agrado, silenciosamente ou em bom som; envolver-se em atividade lúdica e 
que requeira atenção: jogos de carta, videogames, palavras cruzadas, quebra-
cabeças, jogos de computador, afirma COSTA (2018). 
 
 Agendamento e monitorização 
 
Conforme COSTA (2018) é um método simples e direto. O paciente, 
concordando em utilizá-lo, recebe uma grade com os sete dias da semana, 
divididos em intervalos de meia ou uma hora, para registrar – monitorar – as 
atividades realizadas, o grau de satisfação e de competência percebidos em 
cada atividade e o estado de humor. Esta técnica visa a: 
 Tornar claro o dia-a-dia do paciente, suas atividades reais durante a 
semana e como elas relacionam com suas fissuras e com seu uso de 
drogas; 
 Programar atividades futuras – agendamento partindo do registro das 
atividades semanais (monitoração) e planejando atividades que o 
afastem do uso de drogas; 
 Acompanhar o cumprimento das atividades agendadas. 
 
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Segundo COSTA (2018) com a interrupção do uso de drogas, pode-se 
sobrar muito tempo livre na vida do paciente, e é possível que sua rede social 
esteja composta exclusivamente por usuários. Esta monitoração servirá como 
uma linha basal, inicial, para introduzir ou resgatar atividades prazerosas ou 
gratificantes, assim como planejar, progressivamente, atividades relacionadas 
com drogas, o que levará o paciente, a médio prazo, a criar uma nova rede social 
e a organizar um novo estilo de vida. 
COSTA (2018) afirma que este é um método simples, mas pode ser de 
difícil implementação, pois exige uma série de habilidades que o paciente talvez 
nunca tenha desenvolvido. É previsível o surgimento de resistências, 
sabotagens, evitação passiva, além de sentimentos de desesperança, baixa 
autoestima, frustração. Cada obstáculo, e os PA com ele relacionados, devem 
ser abordados à medida que novos passos forem programados. 
 
Exposição gradual e dificuldade crescente 
 
Segundo COSTA (2018) a busca da vida em abstinência obriga o paciente 
a algumas tarefas sentidas como muito grandes, muito difíceis e, por isso, 
desanimadoras. Esta técnica consiste em auxiliar o paciente a dividir esta 
(grande) tarefa em diversas etapas e acompanhá-lo no planejamento e na 
execução de cada passo. Exemplo: paciente cocainômano, cujos amigos atuais 
todos usam a mesma droga, pode decidir (e ser apoiado a) realizar uma tarefa 
simples, como ir ao cinema com um vizinho ou colega de serviço que não use 
droga. Após o cumprimento da tarefa, examinado seu sucesso (ou não) e os PA 
relacionados com sua execução, é decidida a nova tarefa, de maior dificuldade 
e exposição. 
 
 
 
 
 
 
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Experimentos comportamentais 
 
São usados para testar tanto a validade de pensamentos e crenças sobre 
o uso de drogas como as crenças centrais do paciente. Este escolhe o 
pensamento ou a crença que quer testar (por sua importância), planeja seu 
experimento cuidadosamente e o implementa. Posteriormente, examina seus 
resultados e a possibilidade de modificar sua crença, conforme COSTA (2018). 
 Exemplo: Umpaciente pode ter a crença de que jamais conseguirá se 
divertir em uma festa sem álcool e cocaína. Programa cuidadosamente sua ida 
a uma festa de não-usuários de cocaína, planeja abster-se de álcool na festa e, 
posteriormente, avalia os resultados. 
 Segundo COSTA (2018), um outro paciente pode ter a crença de que 
perderia todos os seus amigos se parasse de usar maconha. Poderia planejar 
uma reunião com seus amigos para lhes comunicar que parou de usar a droga 
e convidá-los a continuarem companheiros em atividades sem drogas. 
Após algum tempo, seriam examinados os resultados. Quanto aos amigos 
que perdesse, ele seria estimulado a examinar o significado dessas amizades 
pré-abstinência. Os amigos que conservasse estariam corrigindo sua crença de 
que perderia todos os amigos se não usasse maconha, afirma COSTA (2018). 
 
Cartões de enfrentamento 
 
De acordo com COSTA (2018), são cartões com lembretes que o paciente 
pode carregar consigo ou afixar em locais frequentemente visíveis (espelho do 
banheiro, porta da geladeira, agenda, painel do carro). Os lembretes podem ser 
elaborados na sessão ou pelo paciente, como tarefa de casa. Normalmente 
constituem: respostas funcionais a pensamentos automáticos disfuncionais ou a 
crenças sobre drogas (crenças de controle); estratégias de enfrentamento da 
fissura; pensamentos ou crenças que fortaleçam a motivação. Os cartões de 
enfrentamento são instrumentos importantes no enfrentamento das fissuras. 
 
 
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Relaxamento 
 
Segundo COSTA (2018), nos usuários de drogas, com frequência, a 
ansiedade é um sintoma importante. Alcoolistas e tabagistas muitas vezes 
relacionam o uso de drogas com sua necessidade de relaxar. Como sintoma de 
abstinência e na fissura de diversas substâncias, a ansiedade se destaca. Por 
isso, as técnicas de relaxamento, provendo aos pacientes instrumentos de 
redução da ansiedade, são úteis no tratamento das dependências. 
 As principais técnicas de relaxamento são de dois tipos: exercícios 
respiratórios e relaxamento muscular progressivo. Ambas são técnicas nas quais 
há redução importante da ansiedade, sendo, portanto, úteis nas dependências e 
no manejo da fissura. O relaxamento, durante a fissura, além de reduzir a 
ansiedade, fornece ao paciente um intervalo de tempo durante o qual a 
intensidade da fissura pode diminuir. Além disso, o relaxamento pode permitir ao 
paciente a elaboração e confirmação de crenças de que ele está no controle e 
de que é capaz de lidar com sua fissura, afirma COSTA (2018). 
 
Exercício físico 
 
Conforme COSTA (2018), geralmente os usuários de drogas estão 
afastados da prática de esportes e de atividades físicas sadias. A introdução de 
exercícios físicos no tratamento desses pacientes é importante por três 
aspectos: 
 A prática de exercícios físicos é um importante passo no 
desenvolvimento de um estilo de vida sem drogas; 
 É instrumento importante no manejo de emoções negativas como 
ansiedade, insegurança e irritabilidade; 
 Contribui na formação de uma nova a imagem, mais sadia, confirmando 
crenças mais positivas do paciente a respeito de si mesmo. 
 
 
 
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Dramatização 
 
Segundo COSTA (2018), a dramatização (roleplay, encenação) é um 
recurso que pode ser utilizado nas intervenções de tratamento das sete fases do 
modelo adictivo, porque se presta aos mais diversos propósitos: obter um PA, 
provocar reações emocionais, provocar fissura e treinar o seu manejo, 
questionar PA, avaliar crenças, modificá-las e testar novas crenças, treinar 
habilidades, etc. 
 O paciente deve ser estimulado e treinado a utilizar a dramatização, e 
isso é muito facilitado pela participação ativa do terapeuta na sessão, assumindo 
o papel dos “outros” (patrão, cônjuge, amigo, etc.), bem como o do próprio 
paciente, quando cabe a este trocar de papel. As técnicas de dramatização 
podem, com mais facilidade, ser utilizadas em tratamentos em grupo, afirma 
COSTA (2018). 
 
Treinamento de assertividade 
 
De acordo com COSTA (2018) espera-se que o indivíduo seja capaz de 
expressar e defender com clareza e firmeza suas decisões. A fim de capacitá-lo 
para isso, utilizam-se diversas técnicas: dramatização, solução de problemas, 
exposição gradual, experimentos comportamentais. A assertividade deve ser 
dirigida não apenas à capacidade do paciente de “dizer não” ás drogas, mas 
também às diversas da sua vida – familiar, afetiva, profissional – nas quais o 
paciente necessita fazer reajustes que, em conjunto, vão configurar uma 
modificação no seu estilo de vida. 
 
 
 
 
 
 
 
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10 BIBLIOGRAFIA 
BITTENCOURT, Ana Luiza Portela; FRANÇA, Lucas Garcia; GOLDIM, José 
Roberto. Adolescência vulnerável: fatores biopsicossociais relacionados ao uso 
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GALDURÓZ, José Carlos Fernandes; FERRI, Cleusa Pinheiro. Detecção do uso 
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PILLON, Sandra Cristina; LUIS, Margarita Antônia Villar. Modelos explicativos 
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DA TERAPIA COGNITIVA COMPORTAMETAL NO TRATAMENTO DA 
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SOUZA, Amanda Magalhães; COMPREENSÕES PSICOLÓGICAS SOBRE A 
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