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Brasil Colonial

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Periodo Pre-Colonial 
(1500-1530) 
 
Primeiras expedições 
⇾ Com a descoberta do novo caminho 
para as Índias, o comércio de especiarias 
passou a ser uma das fontes de riqueza de 
Portugal. 
⇾ Nas primeiras expedições às novas 
terras, os enviados da Coroa encontraram 
grande quantidade de pau-brasil no 
litoral. Mas não descobriram o desejado 
ouro. Com isso, o governo português 
percebeu que não seria possível obter 
lucros fáceis e imediatos na região, pois o 
lucro gerado pela exploração da madeira 
seria menor do que o então vantajoso 
comércio de produtos africanos e 
asiáticos. 
⇾ Por esse motivo, durante 30 anos (1500-
1530), o governo português limitou-se a 
enviar para o Brasil algumas expedições 
marítimas destinadas principalmente ao 
reconhecimento da terra e à preservação de 
sua posse. O efetivo processo de 
colonização só ocorreu posteriormente. 
 
 
Expedições exploradoras 
Tinham o objetivo de explorar 
geograficamente o território e procurar 
metais preciosos. 
1º expedição (1501): Comandada por 
Gaspar de Lemos, confirmou a presença de 
pau-brasil no território e deu nome aos 
principais acidentes geográficos então 
encontrados (ilhas, cabos, rios, baías). 
2º expedição (1503): comandada por 
Gonçalo Coelho, trouxe o geografo Américo 
Vespúcio, que constatou que o Brasil fazia 
parte de um continente, e não era uma 
ilha, como imaginavam os portugueses. 
 
 
 
 
Expedições guarda-costas 
⇾ Eram expedições comandadas por 
Cristóvão Jacques (1516 e 1520). Foram 
organizadas para deter o contrabando de 
pau-brasil realizado por outros comerciantes 
europeus. 
⇾ Na segunda expedição, Cristóvão 
Jacques aprisionou 3 navios franceses 
carregados de pau-brasil, prendeu cerca de 
300 tripulantes, massacrou outros e entregou 
os que restaram para índios antropófagos. 
⇾ Apesar disso, essas expedições não 
conseguiam policiar o imenso litoral da 
colônia, o que deixava Portugal preocupado 
com a sua possível perda. 
 
 
Extrativismo do pau-brasil 
⇾	O pau Brasil foi a única forma de 
exploração econômica do Brasil, durante 30 
anos. Dele podia ser extraído corante 
vermelho, que era utilizado na tintura de 
tecidos, além da produção de 
embarcações. 
⇾	Ao ser informado sobre a existência de 
pau-brasil nestas terras, o rei de Portugal 
declarou que a exploração dessa árvore 
era monopólio da Coroa (estanco régio), ou 
seja, ninguém poderia retirá-la das matas 
brasileiras sem permissão do governo 
português e sem pagamento do tributo 
correspondente. No entanto, isso não foi 
respeitado por ingleses, espanhóis e, 
principalmente, franceses. 
⇾	A primeira concessão da Coroa para a 
exploração do pau-brasil foi dada ao 
comerciante português Fernão de Noronha, 
em 1503. Seus navios foram os primeiros a 
chegar à ilha que mais tarde recebeu seu 
nome. 
 
 
Trabalho indígena 
⇾	A extração de pau-brasil nesse período 
era realizada pelos índios. Eles derrubavam 
as árvores, cortavam em toras e as 
carregavam até os locais de 
armazenamento (feitorias), de onde eram 
levadas para os navios. 
⇾	O trabalho era realizado de forma 
amigável, por meio do escambo, uma 
forma de negócio na qual os índios davam 
a mão de obra, em troca de mercadorias 
(como roupas, canivetes, facas, espelhos) 
concedidas pelos portugueses. 
 
 
A decisão de ocupar a terra 
⇾	A partir de 1530, o comércio português 
com as Índias entrava em declínio. Ao 
mesmo tempo, existiam as ameaças de 
invasões estrangeiras (franceses, holandeses 
e ingleses). Nesse contexto, o governo 
português receava perder as terras 
americanas. Além disso,	as expedições que 
tinha enviado até então não conseguiam 
deter a atuação clandestina de outros 
europeus, principalmente dos franceses, 
que haviam estabelecido alianças com os 
indígenas tupinambás para a extração do 
pau-brasil. 
⇾ Assim,	para acabar com esse 
contrabando e evitar as invasões, a Coroa 
portuguesa decidiu colonizar efetivamente 
o Brasil. A colonização da América também 
começou a ser vista pelos portugueses 
como uma alternativa para buscar novos 
lucros comerciais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Periodo Colonial 
(1530-1822) 
 
⇾	A colonização do Brasil foi a posse 
efetiva da terra por parte de Portugal, com 
os colonos se fixando nas terras, criando 
povoados e fortificações que se 
estenderiam por toda a costa. 
 
 
A expedição de Martim 
Afonso de Souza 
⇾	Em 1530, Martim Afonso de Souza 
comandou a primeira expedição 
colonizadora. Os objetivos da expedição 
eram: 
• iniciar a ocupação da terra e sua 
exploração econômica por colonos 
portugueses; 
• combater corsários estrangeiros; 
• procurar metais preciosos; 
• fazer melhor reconhecimento 
geográfico do litoral. 
 
⇾	Em janeiro de 1532, foi criada a Vila de 
São Vicente, primeiro núcleo que deu 
origem à cidade de São Paulo. 
 
 
Cultivo da cana-de-açúcar 
⇾	Para colonizar o Brasil, os portugueses 
implantaram a produção açucareira em 
certos trechos do litoral, uma vez que o 
açúcar era um produto que tinha grande 
procura na Europa. Por meio da cultura 
da cana, seria possível promover a 
ocupação sistemática da colônia. 
⇾	Com isso, Portugal deixou de lado a 
exploração de pau-brasil e iniciou a 
montagem de uma organização 
produtiva dentro das diretrizes do sistema 
colonial. 
⇾	No Brasil, o primeiro estabelecimento 
de produção de açúcar (engenho) foi 
instalado na região de São Vicente. 
 
Monopólio Português 
⇾	No início do século XVI, época da 
instalação dos primeiros engenhos e núcleos 
de povoamento, o comércio do açúcar era 
relativamente livre. A Coroa concedia terras 
a portugueses que tivessem recursos para a 
instalação de engenhos. Entre 1560 e 1570, a 
economia açucareira apresentou 
crescimento expressivo e o governo de 
Portugal decidiu estabelecer normas mais 
rígidas para a concessão de terras. 
⇾	Em 1571, decretou que o comércio 
colonial com o Brasil deveria ser feito 
exclusivamente por navios portugueses. O 
governo pretendia implantar o monopólio 
comercial nas transações do açúcar. Com 
o monopólio, os produtos coloniais eram 
comprados pelos preços mais baixos do 
mercado, enquanto os artigos 
metropolitanos eram vendidos para os 
colonos do Brasil pelos preços mais altos. 
 
 
Escravização dos indígenas 
⇾	O relacionamento entre os colonos 
portugueses e os vários povos indígenas foi 
se tornando conflituoso à medida que os 
nativos resistiam ao processo de 
colonização. Os colonos, no entanto, para 
satisfazer suas necessidades, usaram 
violência contra os indígenas e passaram a 
escravizá-los. 
⇾	A escravização indígena estabeleceu-se 
a partir da década de 1530, principalmente 
quando os colonos portugueses 
necessitaram de mão de obra para a 
produção açucareira. Os portugueses e 
alguns aliados nativos guerreavam contra os 
“indígenas inimigos”, e os prisioneiros eram 
distribuídos ou vendidos como escravos. 
 
 
⇾	No século XVII, a escravização 
indígena continuou ligada à expansão 
açucareira pelo litoral, mas se estendeu 
também para as áreas dos atuais estados 
de São Paulo, Maranhão, Pará, entre 
outros. Nessas regiões, os nativos 
trabalhavam em atividades como o 
cultivo de milho, feijão, arroz e mandioca 
e a extração das chamadas “drogas do 
sertão” (guaraná, cravo, castanha, 
baunilha, plantas aromáticas e 
medicinais). 
⇾	Além disso, o escravo indígena foi 
utilizado para o transporte de mercadorias. 
De São Paulo a Santos, por exemplo, o 
carregador nativo descia a Serra do Mar 
transportando nos ombros cargas de 
aproximadamente 30 quilos. 
 
 
“Guerras justas” 
⇾	Apesar de o governo português ter 
defendido, em princípio, a liberdade 
indígena, os colonos recorreram por 
diversas vezes à “guerra justa” contra os 
indígenas, que era autorizada pelo 
governo português ou seus representantes, 
para conseguir escravos. 
⇾	As “guerras justas” podiam ocorrer 
quando os indígenas não se convertiam à 
fé cristã (imposta pelos colonizadores)ou 
impediam a divulgação dessa religião; 
quebravam acordos ou agiam com 
hostilidade em relação aos portugueses. 
No entanto, os colonos burlavam as 
normas oficiais sobre a “guerra justa”, 
alegando, por exemplo, que eram 
atacados ou ameaçados pelos indígenas. 
⇾	Sucessivas guerras contra povos 
indígenas marcaram a conquista das 
regiões litorâneas pelos europeus no século 
XVI. Foi o caso, por exemplo, das guerras 
contra os indígenas caetés, tupinambás, 
carijós, tupiniquins, guaranis, tabajaras e 
potiguares. 
 
Capitanias hereditárias 
⇾	Como o governo português não tinha 
recursos suficientes para investir na 
colonização do Brasil, em 1534 o rei 
português, João III, decidiu dividir o Brasil 
em quinze grandes faixas de terra que 
abrangiam desde o litoral brasileiro até o 
limite estipulado pelo Tratado de 
Tordesilhas, e entregou para a 
administração dos donatários, geralmente 
pessoas da pequena nobreza lusitana. A 
função deles era desenvolver 
economicamente a região e promover o 
desenvolvimento populacional. No total, 
existiram 14 Capitanias Hereditárias com 12 
donatários. 
 
Principais documentos: 
Carta de Doação – concessão dos direitos 
administrativos; os donatários não eram 
proprietários das capitanias, apenas de uma 
parcela das terras. A eles eram transferidos, 
entretanto, o direito de administrar toda a 
capitania e explorá-la economicamente, 
sendo proibido vendê-la, pois continuavam 
pertencendo à Coroa Portuguesa. 
 
Carta Foral: estabelecia os direitos e os 
deveres dos donatários, relativos à 
exploração da terra. 
direitos 
• Criar vilas e distribuir terras (sesmarias) a 
quem desejasse e pudesse cultivá-las. 
• Exercer plena autoridade judicial e 
administrativa, com plenos poderes até 
mesmo autorizar a pena de morte, caso 
necessário. 
• Por meio da chamada “guerra justa”, 
escravizar os índios considerados inimigos, 
obrigando-os a trabalhar na lavoura, 
podendo inclusive enviar cerca de 30 índios, 
anualmente como escravos para Portugal. 
• Receber 5% dos lucros sobre o comércio 
do pau-brasil. 
 
 
deveres 
Assegurar ao rei de Portugal: 
• 10% dos lucros sobre todos os produtos 
da terra; 
• 25% dos lucros sobre os metais e as 
pedras preciosas que fossem encontrados; 
• o monopólio da exploração do pau-
brasil. 
 
 
Crise das capitanias hereditárias 
⇾	Economicamente, o sistema de 
capitanias não alcançou os resultados 
esperados pelo governo português. Entre 
as poucas capitanias que progrediram e 
obtiveram lucros, principalmente com a 
produção de açúcar, estavam a de 
Pernambuco e a de São Vicente. 
O fracasso ocorreu pelos seguintes motivos: 
• As capitanias eram muito extensas, e os 
donatários geralmente não tinham 
recursos suficientes para explorá-las. 
• A falta interesse dos donatários pelas 
capitanias, acreditando que o retorno 
financeiro não compensaria o trabalho 
empenhado e o capital investido na 
produção. Alguns nem chegaram a 
tomar posse de suas terras. 
• Existia a hostilidade dos grupos 
indígenas que resistiam à dominação 
portuguesa. 
• Havia problemas de comunicação 
entre as capitanias, devido as 
distâncias e as precárias condições dos 
meios de transporte da época. Assim, 
ficavam isoladas umas das outras e em 
relação a Portugal. 
• A falta de solo propício ao cultivo de 
cana-de-açúcar, produção que mais 
interessava. Com isso, restava aos 
donatários a exploração do pau-brasil, 
atividade que gerava pouco lucro. 
 
 
 
 
⇾	Apesar das dificuldades, o sistema de 
capitanias criou as bases da colonização 
da América portuguesa, estimulando a 
formação e o desenvolvimento dos 
primeiros núcleos de povoamento, como 
São Vicente (1532), Porto Seguro (1535), 
Ilhéus (1536), Olinda (1537) e Santos (1545). 
⇾	Contribuiu, também, em relação aos 
colonizadores lusos, para preservar a posse 
das terras e revelar as possibilidades de 
exploração econômica da colônia. 
 
 
Governo Geral 
⇾	Os problemas das capitanias 
hereditárias levaram a Coroa portuguesa, 
em1548, ainda no reinado de D. João III, a 
instituir o governo-geral, conduzido por um 
governador-geral (funcionário do governo 
português), que ajudaria os donatários e 
interferiria mais diretamente no processo 
de colonização do Brasil. 
Objetivos 
• Corrigir as falhas das capitanias 
hereditárias, e não as extinguir. 
• Centralizar a administração colonial, 
sendo o Governador-Geral a maior 
autoridade da Colônia e representante 
direto do rei. 
• Os capitães-donatários perderiam 
parte de sua autoridade, o que explica 
certa resistência deles ao Governo 
Geral. 
• Viabilizar lucros para Portugal 
 
⇾	A sede do governo-geral escolhida foi 
a capitania da Bahia, por localizar-se em 
um ponto central da costa, facilitando a 
comunicação com as demais capitanias. 
Ali foi erguida Salvador, a primeira capital 
do Brasil, construída em um terreno 
elevado e de frente para o mar, o que 
facilitava a defesa militar da cidade. 
 
 
 
⇾	O governo-geral coexistiu com o 
sistema das capitanias hereditárias até 
1759, quando as mesmas foram extintas e 
o Brasil passou a ser efetivamente 
administrado pelos representantes da 
Coroa portuguesa, e não mais por 
particulares. 
 
Regimento do governo-geral 
⇾	Era o documento que determinava as 
principais funções do Governador Geral: 
• Militares: comando e defesa militar da 
colônia; 
• Administrativas: relacionamento com 
os governadores das capitanias e 
controle dos assuntos ligados às 
finanças; 
• Judiciárias: direito de nomear 
funcionários da Justiça e alterar penas; 
• eclesiásticas: indicação de sacerdotes 
para as paróquias. 
 
⇾	Para o desempenho de suas funções, o 
governador-geral contava com três 
auxiliares principais: 
• o ouvidor-mor, responsável pelos 
assuntos de justiça e pela imposição 
das leis na colônia; 
• o provedor-mor; responsável pela 
arrecadação e administração das 
finanças; 
• o capitão-mor, encarregado da defesa 
do litoral. 
 
⇾	O governador geral e seus auxiliares 
encontraram vários problemas no 
cumprimento de suas funções, 
principalmente por causa das distâncias 
entre as Capitanias, o que dificultavam as 
Comunicações e pela oposição de poderes 
e interesses locais, especificamente dos 
“Homens Bons” (Homens de posses, 
proprietários de terra, de gado e de 
escravos). Nas vilas e cidades eram eles que 
exerciam o Poder Político, participando das 
Câmaras Municipais, que eram 
encarregadas da Administração Local. 
 
Câmaras municipais 
⇾	Eram encarregadas da administração 
das vilas e cidades coloniais, sendo os 
principais órgãos de poder local. 
⇾	Sua atuação abrangia setores como o 
abastecimento, a tributação e a execução 
das leis. Além disso, organizavam 
expedições contra os indígenas, 
determinavam a construção de povoados e 
estabeleciam os preços das mercadorias. 
⇾	O Regimento de 1506 determinava 
a eleição de três a quatro vereadores, 
conhecidos por “homens bons”, um 
escrivão, um procurador e um 
tesoureiro, membros da elite que 
detinham projeção social. A Câmara 
Municipal era renovada a cada três 
anos. 
 
Primeiro governo-geral 
Tomé de Sousa (1549-1553) 
⇾	Realizações durante o seu governo: 
• a fundação de Salvador, primeira cidade 
e capital do Brasil em 1549; 
• criação do primeiro Bispado do Brasil, em 
1551, chefiado pelo bispo D. Pero 
Fernandes Sardinha; 
• implantação da pecuária e o incentivo 
ao cultivo da Cana-de-açúcar; 
• a organização de expedições para 
explorar o território à procura de metais 
preciosos (as chamadas Entradas), porém 
em primeiro momento sem sucesso. 
 
Aculturação dos indígenas: 
⇾	Com Tomé de Souza vieram os primeiro 
Jesuítas, chefiados pelo padre português 
Manoel da Nóbrega, com a missão de 
Catequizar os indígenas. 
⇾	Os jesuítas faziam parte de um mundo 
regulado pelas normas e pelos costumes das 
sociedades católicas europeias e não 
aceitavam ou compreendiam diversos 
aspectos das culturas indígenas como a 
nudez, a poligamia, a antropofagia e as 
crenças próprias. 
⇾	Iniciou-se,assim, um processo de 
modificação da cultura dos indígenas 
(aculturação). Para transmitir-lhes os 
valores europeus e do cristianismo, os 
jesuítas reuniram as populações indígenas 
em aldeias ou aldeamentos. 
 
 
Segundo governo-geral 
Duarte da Costa (1553-1558) 
⇾	Trouxe mais jesuítas para a colônia, se 
destacando o Padre José de Anchieta. 
⇾	Em1554, Anchieta e Manuel da 
Nóbrega fundaram o Colégio de São 
Paulo, junto ao qual surgiu a vila que deu 
origem à cidade de São Paulo, no planalto 
de Piratininga. 
⇾	Em 1555 ocorreu a Invasão Francesa na 
Baía de Guanabara, que com o apoio de 
grupos indígenas, fundaram uma colônia 
francesa: a França Antártica. 
 
 
Terceiro governo-geral 
Mem de Sá (1558-1572) 
⇾	Expulsou os franceses, com a ajuda do 
chefe militar Estácio de Sá (seu sobrinho). 
Fundou assim, a cidade do Rio de Janeiro 
em março de 1565. 
⇾	Luta contra os indígenas que resistiam 
à dominação portuguesa, levando à 
destruição de centenas de aldeias do 
litoral brasileiro. 
⇾	Fim da Confederação dos tamoios 
(união de tupinambá, guaianazes e 
aimorés, inimigos dos portugueses que 
haviam se aliado aos franceses) por 
interferência direta de Nóbrega e 
Anchieta, através do tratado Paz de 
Iperoig. 
⇾	Fundação das primeiras missões 
jesuíticas - aldeias indígenas criadas por 
jesuítas para promover a catequização 
dos nativos. 
 
 
Confederação dos Tamoios 
(1562 – 1567) 
 
⇾ Para combater a escravização dos 
indígenas, feita em grande escala pela 
família de João Ramalho que vivia no 
planalto de Piratininga, e como protesto 
contra as aldeias dos padres jesuítas, várias 
nações indígenas resolveram se unir. 
⇾ Assim, os tupinambás, parte dos 
tupiniquins, os carijós e os guayanás das 
regiões de São Paulo e Rio de Janeiro, com 
o apoio dos franceses, fizeram uma grande 
aliança de guerra, que recebeu o nome 
de Confederação dos Tamoios. Era, 
portanto, uma guerra dos antigos do lugar, 
isto é, dos donos da terra, contra os 
portugueses, os invasores e inimigos dos 
indígenas. 
⇾ Vários líderes tupinambás se 
destacaram, principalmente Cunhambebe 
e Aimberê. Os ataques tiveram altos e 
baixos e o grande aliado dos portugueses 
foi certamente a varíola, forte epidemia 
que matou centenas de indígenas, inclusive 
o grande Cunhambebe. 
⇾ Com a expulsão dos franceses do Rio de 
Janeiro, a Confederação dos Tamuya foi 
enfraquecendo, pois já não tinha de quem 
receber armas de fogo. Os portugueses 
jogaram pesado, não só enviando de 
Portugal um grande reforço militar como 
também envolvendo os jesuítas nessa 
guerra violenta. 
⇾ A participação do padre Manuel da 
Nóbrega e do padre José de Anchieta foi 
decisiva para a vitória lusitana. Através 
deles aconteceu o Tratado de Paz de 
Iperoig, que na realidade tornou-se um 
tratado de morte para os tupinambás. 
⇾ O final da guerra foi desigual e violento. 
Três mil sobreviventes desta campanha 
militar foram levados para algumas aldeias 
dirigidas pelos jesuítas, no Rio de Janeiro e 
na Bahia. 
 
Divisão e reunificação do Brasil 
⇾	Com os governos-gerais, a 
administração do Brasil Colônia foi 
centralizada. Porém, no final do governo 
de Mem de Sá, o rei de Portugal resolveu 
dividir a administração da colônia entre os 
governos do Norte e do Sul. 
• O governo do Norte: com sede na 
cidade de Salvador, era chefiado 
pelo conselheiro Luís de Brito de 
Almeida (1573-1578). 
• O governo do Sul: com sede na cidade 
do Rio de Janeiro, era chefiado pelo 
desembargador Antônio Salema 
(1574-1578). 
 
⇾	Entretanto, em 1578, insatisfeito com 
os resultados práticos da experiência, o 
rei de Portugal decidiu reunificar 
novamente a administração no Brasil, 
com sede em Salvador. 
 
 
 
Vínculos entre governo e Igreja 
Católica 
⇾	Na época da colonização, a lei 
determinava o Catolicismo como Religião 
Oficial e obrigatória em Portugal. Assim, os 
súditos portugueses deveriam ser 
católicos, caso contrário estariam sujeitos 
a perseguição. 
⇾	Além disso, diversos religiosos católicos 
participaram do processo de 
colonização, junto com representantes 
da Coroa portuguesa, por estarem 
ligados pelo regime do padroado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Padroado 
⇾	Era um acordo entre o papa e o rei que 
estabelecia uma série de deveres e direitos 
da Coroa portuguesa em relação à Igreja. 
• Deveres: garantir a expansão do 
catolicismo em todas as terras 
conquistadas pelos portugueses; 
construir igrejas e cuidar de sua 
conservação; e remunerar os 
sacerdotes por seu trabalho religioso. 
• Direitos: nomear bispos e criar dioceses 
(regiões eclesiásticas administradas 
pelos bispos); e recolher o dízimo (a 
décima parte dos ganhos) ofertado 
pelos fiéis à Igreja. 
 
⇾	A Igreja e o Estado português atuavam 
em relativa harmonia. As autoridades 
políticas deveriam administrar a colônia, 
decidindo, por exemplo, sobre as formas 
de ocupação do território, povoamento e 
produção econômica. Os religiosos eram 
responsáveis pela tarefa de ensinar a 
obediência a Deus e ao rei, defendendo o 
trono por meio do altar. 
⇾	Houve, no entanto, vários momentos de 
conflito entre sacerdotes católicos e 
autoridades da Coroa. Nesse sentido, 
podemos dizer que se tornou frequente, 
por exemplo, a participação de padres 
em rebeliões coloniais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Inquisição no Brasil 
⇾	Nem tudo estava sob o domínio do 
catolicismo oficial na América 
portuguesa. No cotidiano, parte da 
população colonial resistia ou escapava à 
obrigação de seguir a religião católica, 
praticando outras formas de religiosidade, 
nascidas do sincretismo de crenças e ritos 
provenientes de tradições culturais 
indígenas, africanas e europeias. 
Catimbós, calundus, candomblé, 
benzimentos e simpatias são exemplos 
dessas manifestações religiosas que, 
mesmo condenadas pela Igreja, eram 
praticadas na vida privada por diversos 
grupos sociais. 
⇾	Para combater essas práticas 
chamadas “crimes contra as verdades da 
fé cristã”, as autoridades da Igreja 
Católica e da Coroa portuguesa 
enviaram para o Brasil representantes do 
Tribunal da Inquisição (reativado na 
Europa em meados do século XVI). Eram 
as chamadas visitações, em que o 
sacerdote representante da Inquisição 
(visitador) abria processo punitivo contra 
as pessoas acusadas de crime contra a fé 
católica. Muitos acusados foram levados 
para Portugal para julgamento. 
⇾	Nas visitações realizadas em 
Pernambuco e na Bahia (1591, 1618 e 
1627), no sul da colônia (1605 e 1627) e no 
Pará (1763 a 1769), a Inquisição perseguiu 
grande número de cristãos-novos que 
tinham vindo de Portugal para a colônia. 
⇾	Eles eram acusados de praticar, em 
segredo, a religião judaica. A Inquisição 
também perseguiu muitas outras pessoas, 
acusadas, por exemplo, de feitiçaria, 
blasfêmia e práticas sexuais então 
proibidas (prostituição, 
homossexualidade).

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