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CONTABILIDADE 
AVANÇADA
Professor Me. Augusto César Oliveira Camelo
Google Play App Store
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a 
Distância; CAMELO, Augusto César Oliveira. 
 
 Contabilidade Avançada. Augusto César Oliveira Camelo. 
 Maringá-Pr.: UniCesumar, 2019. Reimpressão.
 192 p.
“Graduação - EaD”.
 
 1. Avançada. 2. Contabilidade . 3. Negócios 4. EaD. I. Título.
ISBN 978-85-459-1670-3 
CDD - 22 ed. 657
CIP - NBR 12899 - AACR/2
Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário 
João Vivaldo de Souza - CRB-8 - 6828
Impresso por:
Reitor
Wilson de Matos Silva
Vice-Reitor
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor Executivo de EAD
William Victor Kendrick de Matos Silva
Pró-Reitor de Ensino de EAD
Janes Fidélis Tomelin
Presidente da Mantenedora
Cláudio Ferdinandi
NEAD - Núcleo de Educação a Distância
Diretoria Executiva
Chrystiano Minco�
James Prestes
Tiago Stachon 
Diretoria de Graduação e Pós-graduação 
Kátia Coelho
Diretoria de Permanência 
Leonardo Spaine
Diretoria de Design Educacional
Débora Leite
Head de Produção de Conteúdos
Celso Luiz Braga de Souza Filho
Head de Curadoria e Inovação
Tania Cristiane Yoshie Fukushima
Gerência de Produção de Conteúdo
Diogo Ribeiro Garcia
Gerência de Projetos Especiais
Daniel Fuverki Hey
Gerência de Processos Acadêmicos
Taessa Penha Shiraishi Vieira
Gerência de Curadoria
Carolina Abdalla Normann de Freitas
Supervisão de Produção de Conteúdo
Nádila Toledo
Coordenador de Conteúdo
Juliana Moraes da Silva
Designer Educacional
Marcus Vinicius A. S. Machado
Projeto Gráfico
Jaime de Marchi Junior
José Jhonny Coelho
Arte Capa
Arthur Cantareli Silva
Ilustração Capa
Bruno Pardinho
Editoração
Ellen Jeane da Silva
Qualidade Textual 
Jaqueline Mayumi Ikeda Loureiro
Ilustração
Marta Kakitani
Em um mundo global e dinâmico, nós trabalha-
mos com princípios éticos e profissionalismo, não 
somente para oferecer educação de qualidade, 
mas, acima de tudo, para gerar uma conversão in-
tegral das pessoas ao conhecimento. Baseamo-nos 
em 4 pilares: intelectual, profissional, emocional e 
espiritual.
Iniciamos a Unicesumar em 1990, com dois cursos 
de graduação e 180 alunos. Hoje, temos mais de 
100 mil estudantes espalhados em todo o Brasil: 
nos quatro campi presenciais (Maringá, Curitiba, 
Ponta Grossa e Londrina) e em mais de 400 polos 
EAD no país, com dezenas de cursos de graduação e 
pós-graduação. Produzimos e revisamos 500 livros 
e distribuímos mais de 500 mil exemplares por 
ano. Somos reconhecidos pelo MEC como uma 
instituição de excelência, com IGC 4 em 7 anos 
consecutivos e estamos entre os 10 maiores grupos 
educacionais do Brasil.
A rapidez do mundo moderno exige dos educa-
dores soluções inteligentes para as necessidades 
de todos. Para continuar relevante, a instituição 
de educação precisa ter pelo menos três virtudes: 
inovação, coragem e compromisso com a quali-
dade. Por isso, desenvolvemos, para os cursos de 
Engenharia, metodologias ativas, as quais visam 
reunir o melhor do ensino presencial e a distância.
Tudo isso para honrarmos a nossa missão que é 
promover a educação de qualidade nas diferentes 
áreas do conhecimento, formando profissionais 
cidadãos que contribuam para o desenvolvimento 
de uma sociedade justa e solidária.
Vamos juntos!
Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está 
iniciando um processo de transformação, pois quando 
investimos em nossa formação, seja ela pessoal seja 
profissional, transformamo-nos e, consequentemente, 
transformamos também a sociedade na qual estamos 
inseridos. De que forma o fazemos? Criando oportu-
nidades e/ou estabelecendo mudanças capazes de 
alcançar um nível de desenvolvimento compatível com 
os desafios que surgem no mundo contemporâneo. 
O Centro Universitário Cesumar, mediante o Núcleo de 
Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo 
este processo, pois, conforme Freire (1996): “Os homens 
se educam juntos, na transformação do mundo”.
Os materiais produzidos oferecem linguagem dialógica 
e se encontram integrados à proposta pedagógica, 
contribuem no processo educacional, complementam 
sua formação profissional, desenvolvem competências 
e habilidades, aplicando conceitos teóricos em situação 
de realidade, de maneira a inseri-lo no mercado de 
trabalho. Ou seja, esses materiais têm como principal 
objetivo “provocar uma aproximação entre você e o 
conteúdo”, desta forma possibilita o desenvolvimento 
da autonomia em busca dos conhecimentos necessá-
rios para a sua formação pessoal e profissional.
Portanto, nossa distância neste processo de crescimen-
to e construção do conhecimento deve ser apenas 
geográfica. Utilize os diversos recursos pedagógicos 
que o Centro Universitário Cesumar possibilita, ou seja, 
acesse regularmente o Studeo, que é o seu Ambiente 
Virtual de Aprendizagem, interaja nos fóruns e enque-
tes, assista às aulas ao vivo e participe das discussões. 
Além disso, lembre-se de que existe uma equipe de 
professores e tutores que se encontra disponível para 
sanar suas dúvidas e o(a) auxiliá-ro(a) em seu proces-
so de aprendizagem, possibilitando-lhe trilhar com 
tranquilidade e segurança, sua trajetória acadêmica.
A
U
TO
R
Professor Me. Augusto César Oliveira Camelo
Mestre em Ciências Contábeis, área de concentração Controladoria e linha 
de pesquisa Contabilidade para Usuários Externos (2017). Especialista em 
Controladoria e Gerência Financeira pela Faculdade Cidade Verde de Maringá 
(2013) e Auditoria e Perícia Contábil pela Universidade Estadual de Maringá 
(2004). Bacharel em Ciências Contábeis pela Universidade Estadual Vale do 
Acaraú (2001). Atua como Professor de Graduação em Ciências Contábeis 
(Unicesumar e FCV), Pós-Graduação Lato Sensu (FCV, PUC e Unicesumar). 
Exerce o magistério desde 2004 com experiência nas áreas de Administração 
Financeira, Análise das Demonstrações Contábeis, Auditoria, Contabilidade 
Agropecuária, Contabilidade Geral, Contabilidade Gerencial, Controladoria, 
Perícia, Sistemas de Informações e Trabalho de Conclusão de Curso. Instrutor 
de Cursos Empresariais, Auditor Interno e Consultor Autônomo.
Link: <http://lattes.cnpq.br/1755838524473556>.
Olá, caro(a) aluno(a)! Seja bem-vindo(a) ao estudo de mais um volume da Ciência Con-
tábil. Desta vez, as nossas discussões abordarão conteúdos da Contabilidade Avançada. 
Para facilitar a compreensão e o progresso dos assuntos aqui descritos, dividimos o livro 
em cinco unidades, a saber:
A Unidade I trata do valor justo e valor presente. Preliminarmente, apresenta-se o con-
texto histórico e normativo do valor justo (fair value), a identificação dos participantes 
do mercado e as exceções ao valor justo de ativos, passivo e instrumentos patrimoniais. 
Em seguida, destaca-se o valor presente (present value), também conhecido por Ajuste 
a Valor Presente (AVP), que tem por finalidade apresentar o valor do ativo e passivo a 
valores adequados àqueles publicados na data das demonstrações contábeis.
Na Unidade II, você conhecerá os conceitos e demais aspectos relacionados à Combina-
ção de Negócios, contemplando a transformação, incorporação, fusão e cisão. A com-
binação de negócios é uma das formas encontrada pelas companhias para expandir as 
suas transações e ampliar o seu patrimônio. Esse novo ordenamento depende de alguns 
requisitos, como: consentimento dos sócios; aprovação por assembleia-geral; nomea-
ção de peritos para avaliação de patrimônios e posterior emissão de laudos; constitui-
ção da nova companhia; arquivamentos dos atos societários; publicação e escrituração 
das condutas praticadas entre outros.
Já na Unidade III, o foco de estudo está relacionado ao Método da Equivalência Patrimo-
nial (MEP), das características das sociedades coligadas e controladas, da demonstração 
dos procedimentos contábeis para aplicação do MEP e do efeito do ágio e deságio dos 
investimentos pelo MEP. No desdobramento do MEP, você também conhecerá os efeitos 
dos resultados nas operações de compra e venda de bens entreas empresas participan-
tes de um mesmo grupo, especificamente, sobre a eliminação dos lucros não realizados 
para venda de mercadorias, imobilizado e investimentos. 
Na Unidade IV, o tema central relaciona-se com a Consolidação das Demonstrações Con-
tábeis — sendo entendida como a reunião ou integração dos resultados contábeis de 
um conjunto de empresas, dando condições analíticas aos investidores, consultores e 
administradores conhecer, detalhadamente, o resultado individual e coletivo do grupo 
de empresas participantes. Aqui, você saberá mais sobre o conceito da consolidação, o 
alcance das previsões legais, as entidades atingidas e os atributos típicos das entidades 
de investimento. Na sequência, o CPC 36 é estudado, analisando-se as condições para 
que a Controladora apresente, ou esquive-se da divulgação das demonstrações contá-
beis consolidadas, bem como dos procedimentos necessários para o registro contábil e 
indicação dos itens que devem ser contabilizados como uma única transação nos acor-
dos múltiplos.
Por fim, chegamos à Unidade V, que conceitua e especifica o alcance do Pronunciamen-
to sobre Informações por Segmento (CPC 22). Este assunto aborda as diretrizes para 
a caracterização e divulgação de informações por segmento operacional relevantes à 
análise dos usuários das demonstrações contábeis relativas às atividades operacionais, 
mix de produtos e serviços, presença em mercados ou áreas geográficas específicas. 
APRESENTAÇÃO
CONTABILIDADE AVANÇADA
Dessa forma, é possível finalizarmos nossas discussões fazendo uma reflexão sobre 
este importante progresso de divulgação de informações vinculadas à abordagem 
gerencial, permitindo, sobremaneira, que os stakeholders aproximem-se mais da re-
alidade operacional das entidades pelas quais têm interesse financeiro ou relações 
profissionais.
Aproveite! Bons estudos!
APRESENTAÇÃO
SUMÁRIO
09
UNIDADE I
VALOR JUSTO E VALOR PRESENTE
15 Introdução 
16 Valor Justo - Introdução e Conceito 
21 Mensuração e Principais Aplicações do Valor Justo 
27 Participantes do Mercado e Divulgação 
29 Valor Presente - Introdução e Conceito 
32 Mensuração e Divulgação do Valor Presente 
37 Considerações Finais 
45 Referências 
47 Gabarito 
UNIDADE II
COMBINAÇÃO DE NEGÓCIOS
51 Introdução 
52 Combinação de Negócios 
55 Transformação 
58 Incorporação 
63 Fusão 
66 Cisão 
70 Considerações Finais 
SUMÁRIO
10
78 Referências 
80 Gabarito 
UNIDADE III
MÉTODO DE EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL (MEP)
83 Introdução 
84 Método de Equivalência Patrimonial (MEP) 
88 Sociedades Coligadas e Controladas 
95 Procedimentos para Aplicação do MEP 
102 Lucros não Realizados 
108 Ágio e Deságio 
112 Considerações Finais 
118 Referências 
120 Gabarito 
UNIDADE IV
CONSOLIDAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
123 Introdução 
124 Consolidação das Demonstrações Contábeis 
126 Pronunciamento Técnico CPC 36 
131 Processos de Consolidação, Normas Técnicas e Papéis de Trabalho 
SUMÁRIO
11
138 Eliminação do Saldo de Vendas entre Empresas do Grupo 
140 Eliminação do Saldo de Investimentos 
145 Considerações Finais 
153 Referências 
154 Gabarito 
UNIDADE V
INFORMAÇÕES POR SEGMENTO
157 Introdução 
158 CPC 22 - Contextualização e Alcance 
161 Segmento Operacional 
163 Segmento Divulgável 
167 Divulgação e Mensuração 
171 Evidenciação Relativa ao Conjunto da Entidade 
177 Considerações Finais 
183 Referências 
184 Gabarito 
185 CONCLUSÃO 
186 ANOTAÇÕES 
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N
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E I
Prof. Me. Augusto César Oliveira Camelo
VALOR JUSTO E VALOR 
PRESENTE
Objetivos de Aprendizagem
 ■ Conceituar e contextualizar o valor justo.
 ■ Descrever as características e a forma de mensurar o valor justo e 
suas principais aplicações.
 ■ Apresentar características da negociação com os participantes do 
mercado e os atributos necessários para divulgação das informações.
 ■ Evidenciar as particularidades e o conceito do ajuste a valor presente.
 ■ Explanar as características e a forma de calcular e divulgar o valor 
presente.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
 ■ Valor Justo - Introdução e Conceito
 ■ Mensuração e principais aplicações do valor justo
 ■ Participantes do Mercado e Divulgação
 ■ Valor Presente - Introdução e Conceito
 ■ Mensuração e Divulgação do valor presente
INTRODUÇÃO
A contabilidade, ao longo dos anos, vem passando por muitas mudanças. Em 
especial, destaca-se a harmonização das normas contábeis brasileiras às interna-
cionais, modificando a forma como as organizações mensuram e publicam suas 
demonstrações financeiras. Essa mensuração sempre foi realizada antes mesmo 
da moeda, e com o advento desta, a necessidade de avaliar e determinar o quanto 
vale um produto ou serviço tornou-se ainda mais intensa no mundo dos negócios.
É nesse contexto de avaliação e determinação de valores relacionados com 
ativo e passivo da empresa que a Unidade I foi planejada e desenvolvida, abran-
gendo conceitos, ilustrações e exemplos das situações que caracterizam o valor 
justo e o ajuste ao valor presente entre as partes interessadas do negócio.
Inicialmente, apresenta-se o conceito e contexto histórico e normativo do 
valor justo (fair value), a identificação dos participantes do mercado e as exce-
ções ao valor justo de ativos, passivo e instrumentos patrimoniais. O valor justo 
é considerado uma medida baseada no mercado, e não na entidade, por isso, não 
pode haver favorecimento na transação. Sendo assim, a unidade apresenta onde 
essa operação deve ocorrer. Discute-se, ainda, sobre os ativos não financeiros, 
os passivos e os instrumentos patrimoniais e, por último, os níveis de classifica-
ção da informação do valor justo.
Na sequência, o livro destaca o valor presente (presente value), também 
conhecido com Ajuste a Valor Presente (AVP), que tem por finalidade apresen-
tar o valor do ativo e passivo a valores adequados àqueles publicados na data 
das demonstrações contábeis.
Por fim, são divulgados os requisitos para determinar o AVP de um fluxo 
de caixa, a aplicação prática e as sugestões de itens para divulgação do AVP. 
Assim, deseja-se que esta unidade possa cumprir o seu papel de ensinar e habi-
litar satisfatoriamente, os alunos no entendimento dos conceitos básicos dos 
temas propostos.
Bons estudos!
Introdução
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VALOR JUSTO E VALOR PRESENTE
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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VALOR JUSTO - INTRODUÇÃO E CONCEITO
O valor justo refere-se ao valor de negociação (ativo ou passivo) entre partes inte-
ressadas e conhecedoras do negócio. Assim, o capítulo apresenta os conceitos, 
as características, principais aplicações e os atributos necessários para divulga-
ção das informações.
Antes mesmo da introdução da moeda ou do dinheiro, as transações comer-
ciais já eram realizadas intensamente pela atividade conhecida como escambo. 
Com o advento da moeda, este tipo de negócio tornou-se mais complexo e espe-
cializado, pois, além de inserir determinados elementos normativos, passou a 
considerar a equivalência do valor em relação às mercadorias.
Segundo Iudícibus et al. (2013), ainda na época do escambo, as pessoas já se 
deparavam com a questão do valor de determinado produto para fins de realiza-
ção de troca entre os interessados. Portanto, a inquietação sobre o ‘quanto vale’ 
um objeto, produto ou ativo é muito antiga, revelando-se, assim, a necessidade 
permanente de avaliar e determinar o valor do negócio, tipo de investimento, 
produto ou serviço. Conforme os autores, estes são alguns dos motivos pelos 
quais a avaliação faz-se necessária.
Em um contexto mais atual, e face à convergência das normas brasileiras de 
contabilidade às normas internacionais, Mackenzie et al. (2013) afirmam que háanos auditores, usuários, preparadores das demonstrações contábeis, normati-
zadores e autoridades reguladoras debatem sobre a relevância, a transparência 
e a utilidade das informações contábeis preparadas sobre o enfoque das nor-
mas internacionais, incluindo a avaliação pelo valor justo. Mesmo diante dos 
Valor Justo - Introdução e Conceito 
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acalorados debates e algumas críticas, os autores são unânimes em declarar que 
os dados atuais sobre o valor justo ou de mercado tornaram-se mais fáceis de 
serem obtidos, embora com certo nível de instabilidade oriunda da turbulên-
cia dos mercados.
Consoante Almeida (2007) salienta as regras contábeis vêm sofrendo alte-
rações em todo o mundo com a finalidade de atenderem às novas necessidades 
dos investidores com relação à confiabilidade e qualidade das informações divul-
gadas pelas companhias. Para Almeida, uma das alterações é a utilização cada 
vez maior do valor justo ou fair value ainda em dissonância entre alguns espe-
cialistas e usuários.
Para Aguiar, Silva e Fernandes (2008, on-line)¹, o tema valor justo já era 
muito discutido nas normas internacionais de contabilidade e passou a integrar 
a realidade das sociedades brasileiras em geral por meio das alterações na legis-
lação societária. Nesse sentido, o termo valor justo trouxe alterações à legislação 
societária brasileira (Lei nº 6.404/1976) com as introduções da Lei nº 11.638 (de 
28/12/2007) e da Lei nº 11.941 (de 27/05/2009) prevendo que:
Art. 182. A conta do capital social discriminará o montante subscrito 
e, por dedução, a parcela ainda não realizada. (...)
§ 3º Serão classificadas como ajustes de avaliação patrimonial, enquanto 
não computadas no resultado do exercício em obediência ao regime de 
competência, as contrapartidas de aumentos ou diminuições de valor 
atribuídos a elementos do ativo e do passivo, em decorrência da sua 
avaliação a valor justo, nos casos previstos nesta Lei ou, em normas 
expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários, com base na compe-
tência conferida pelo § 3º do art. 177 desta Lei.
Art. 183. No balanço, os elementos do ativo serão avaliados segundo os 
seguintes critérios: (...)
I - As aplicações em instrumentos financeiros, inclusive derivativos, e 
em direitos e títulos de créditos, classificados no ativo circulante ou no 
realizável a longo prazo:
a) pelo seu valor justo, quando se tratar de aplicações destinadas à ne-
gociação ou disponíveis para venda; (...) 
§ 1º Para efeitos do disposto neste artigo, considera-se valor justo:
VALOR JUSTO E VALOR PRESENTE
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E18
a) das matérias-primas e dos bens em almoxarifado, o preço pelo qual 
possam ser repostos, mediante compra no mercado;
b) dos bens ou direitos destinados à venda, o preço líquido de reali-
zação mediante venda no mercado, deduzidos os impostos e demais 
despesas necessárias para a venda, e a margem de lucro;
c) dos investimentos, o valor líquido pelo qual possam ser alienados a 
terceiros.
d) dos instrumentos financeiros, o valor que pode se obter em um mer-
cado ativo, decorrente de transação não compulsória realizada entre 
partes independentes; e, na ausência de um mercado ativo para um 
determinado instrumento financeiro:
1) o valor que se pode obter em um mercado ativo com a negociação 
de outro instrumento financeiro de natureza, prazo e risco similares;
2) o valor presente líquido dos fluxos de caixa futuros para instrumen-
tos financeiros de natureza, prazo e risco similares; ou 
3) o valor obtido por meio de modelos matemático-estatísticos de pre-
cificação de instrumentos financeiros. (BRASIL, 1976)
Em seguida, outras deliberações e convenções técnicas sobre o valor justo foram 
emitidas por entidades brasileiras, que normatizam e fiscalizam o exercício 
da profissão contábil. Em 2012, por exemplo, o Comitê de Pronunciamentos 
Contábeis (CPC) aprovou o Pronunciamento Técnico CPC nº 46 (Mensuração 
do Valor Justo) em consonância com a Norma Internacional de Contabilidade 
(International Financial Reporting Standards) IFRS nº 13, tratando do objetivo, 
alcance, mensuração e divulgação do valor justo.
No ano seguinte, o Conselho Federal de Contabilidade (CFC, 2013) apro-
vou e publicou a Resolução nº 1.428 (de 25/01/2013) que versava sobre a NBC 
TG 46 (Mensuração do Valor Justo), já revisada duas vezes.
Dessa forma, é conveniente dizer que o valor justo pode ser entendido 
como o valor ou a quantia pela qual um ativo pode ser negociado, ou um pas-
sivo liquidado, entre partes interessadas e conhecedoras do negócio, desde que 
a referida transação não caracterize um ato compulsório (AGUIAR, SILVA e 
FERNANDES, 2008, on-line)¹.
Valor Justo - Introdução e Conceito 
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Para contextualizar, considere, portanto, o seguinte exemplo adaptado do 
Pronunciamento 46 quanto à transação no mercado principal (ou mais vanta-
joso) de Nível 1:
a. Determinado produto é comercializado em dois mercados, X e Y.
b. No mercado X, o preço de comercialização é de R$ 40,00 (com custo de 
transporte de R$ 5,00 e de transação R$ 10,00).
c. No mercado Y, o preço de comercialização é de R$ 50,00 (com custo de 
transporte de R$ 5,00 e de transação R$ 8,00).
d. Sendo assim, tem-se o seguinte resultado:
Tabela 1- Identificação do valor justo
DESCRIÇÃO MERCADO X MERCADO Y
PREÇO 40,00 50,00
CUSTO DE TRANSPORTE (5,00) (5,00)
VALOR JUSTO 35,00 45,00
CUSTO DE TRANSAÇÃO (10,00) (8,00)
VALOR LÍQUIDO 25,00 37,00
MERCADO MAIS VANTAJOSO x
Fonte: adaptada de CPC 46 (2012)
A tabela demonstra a mensuração do valor justo de um ativo negociado em 
diferentes mercados, com preços diferenciados, em que no mercado X, a 
empresa receberia o valor líquido de R$ 25,00; enquanto, no mercado Y, o 
valor seria de R$ 37,00.
Se o mercado X fosse o mercado principal para o ativo, representando o maior 
volume e nível de atividade, o valor justo seria de R$ 35,00, após levar em conta 
o custo de transporte (R$ 5,00). Se nenhum dos mercados fosse, porém, o mer-
cado principal para o ativo, o valor justo do ativo seria mensurado utilizando-se 
o preço no mercado mais vantajoso — nesse caso, o mercado Y (R$ 45,00).
Em outras palavras, “o mercado mais vantajoso é aquele que maximiza o 
valor que seria recebido por vender o ativo, após levar em conta os custos de 
transação e os custos de transporte (ou seja, o valor líquido que seria recebido 
nos respectivos mercados” (CPC 46, 2012, p. 45).
VALOR JUSTO E VALOR PRESENTE
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E20
Dessa forma, percebe-se que o custo de transação é levado em considera-
ção apenas para determinar qual é o mercado mais vantajoso e não para ajustar 
o valor justo do ativo. Em outras palavras, Tambosi (2013) reforça que o valor 
justo “é a quantia pela qual um ativo pode ser trocado, ou um passivo liquidado, 
por duas partes dispostas a isso e independentes entre si”, ou seja, um ativo (bem 
ou direito) pode ser comercializado, ou um passivo (dívida) extinto entre partes 
interessadas e dispostas a realizar tais transações.
De acordo com a Escola de Negócios BLB Brasil (2018, on-line)², a expres-
são ‘valor justo’ é dada para a venda de ativos ou transferência de passivos, e os 
valores devem ser justos para ambas as partes. Tudo isso impacta nos resultados 
da gestão e elaboração de novas estratégias das empresas. Complementarmente, 
o Pronunciamento Técnico CPC 46 define o valor justo como sendo uma men-
suração baseada em mercado, e não em uma mensuração específica da entidade 
(CPC, 2012).
Por outro lado, o CFC (2013) sinaliza que, para alguns ativos e passivos,pode 
haver informações de mercado ou transações de mercado observáveis disponí-
veis e para outros pode não haver. Portanto, em ambos os casos, o objetivo da 
mensuração do valor justo é o mesmo, de estimar o preço pela qual uma transa-
ção para vender o ativo ou transferir o passivo, desde que não forçada, ocorreria 
entre participantes do mercado na data de mensuração. A Resolução afirma, 
ainda, que a definição de valor justo concentra-se em ativos e passivos porque 
eles são o objeto primário da mensuração contábil.
Vale ressaltar, que o termo participantes do mercado refere-se aos possí-
veis compradores e vendedores do mercado principal (ou mais vantajoso) para 
o ativo ou passivo.
Findando essa etapa conceitual, Iudícibus et al. (2013, p. 165) esclarecem que 
os requisitos de mensuração e divulgação do Pronunciamento Técnico CPC 46 
aplicam-se “aos ativos, passivos e instrumentos patrimoniais próprios da enti-
dade, sempre que exigida ou permitida, uma mensuração a valor justo por outra 
norma”, exceto para os casos a seguir:
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 ■ Pagamentos baseados em ações dentro do alcance do CPC 10 – Pagamento 
Baseado em Ações;
 ■ Arrendamento mercantil dentro do alcance do CPC 06 – Operações de 
Arrendamento Mercantil; e
 ■ Mensurações que tenham alguma similaridade com o valor justo, mas não 
resultam em valor justo, como, por exemplo, o valor realizável líquido a que 
se refere o CPC 16 – Estoques ou o valor em uso a que se refere o CPC 01 
– Redução ao Valor Recuperável de Ativos (Iudícibus et al., 2013, p. 165).
Sendo assim, é possível compreender, de forma resumida, que o valor justo refe-
re-se ao preço negociado para recebimento de um ativo ou pagamento de um 
passivo, entre participantes do mercado, em uma transação não forçada.
No próximo tópico, serão descritas as características e a forma de mensurar 
o valor justo bem como suas principais aplicações.
MENSURAÇÃO E PRINCIPAIS APLICAÇÕES DO 
VALOR JUSTO
Ao abordar os princípios e as metodologias de mensuração do valor justo 
Mackenzie et al. (2013) atestam que a abordagem de definição ou determina-
ção do valor justo para ativo ou passivo é uma medida baseada no mercado, não 
uma dimensão específica da entidade. Por essa razão, o valor justo baseia-se no 
pressuposto de uma transação sem favorecimento entre participantes do mer-
cado, nas condições dos concorrentes, na perspectiva do participante que possui 
o ativo ou deve o passivo, ou seja, é um preço de saída.
De outra forma, Iudícibus et al. (2013, p. 166) elucidam “que a mensuração 
do valor justo será feita para um ativo ou passivo em particular”. Levando-se 
em conta as condições atuais dos ativos ou passivos; condições estas que podem 
envolver a localização ou a restrição destes para seu uso ou venda.
VALOR JUSTO E VALOR PRESENTE
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E22
Mackenzie et al. (2013) advertem, ainda, que na medida do possível o valor 
justo deve se basear em um preço observável, e quando este estiver indispo-
nível, a determinação do valor dependerá do uso de técnicas de avaliação que 
segundo o CFC (2013, p. 13), devem ser aplicadas de forma consistente para 
mensurar o valor justo. 
Contudo, uma mudança na técnica ou em sua aplicação é apropriada se 
a mudança resultar em uma mensuração que seja igualmente ou mais 
representativa do valor justo nas circunstâncias. Esse pode ser o caso 
se, por exemplo, qualquer dos eventos seguintes ocorrer:
a) Novos mercados surgirem;
b) Novas informações se tornarem disponíveis;
c) Quando informações utilizadas anteriormente não mais estiverem 
disponíveis;
d) Quando houver uma melhora nas técnicas de avaliação; ou
e) Mudanças nas condições de mercado.
A referida Resolução estabelece, ainda, que o ativo ou o passivo mensurado ao 
valor justo pode ser qualquer um dos seguintes:
Quadro 1 - Possibilidades de mensuração ao valor justo de ativo ou passivo
Ativo ou passivo individual: Um instrumento financeiro ou um ativo 
não financeiro, por exemplo.
Grupo de ativos, passivos ou grupo de 
ativos e passivos: 
Uma unidade geradora de caixa ou um 
negócio, por exemplo.
 Fonte: adaptado de CFC (2013).
Desse modo, o valor justo pode ser mensurado individual (ativo ou passivo) ou 
coletivamente (grupo de ativos e/ou passivos). Após entender que essa men-
suração não pode resultar de uma transação forçada, deve-se salientar que ela 
mesma pode ocorrer, segundo o CFC (2013), no mercado principal ou no mer-
cado mais vantajoso (na ausência do mercado principal).
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Segundo o Pronunciamento CPC 46 (CPC, 2012), a companhia não precisa 
buscar exaustivamente todos os possíveis mercados para identificar o principal, 
ou na ausência deste, o mercado mais vantajoso. A entidade deve considerar as 
informações que estejam disponíveis; e na ausência de evidência de mercado, 
presume-se que o mercado principal ou mais vantajoso é o mesmo em que a 
empresa realizaria a transação para venda do ativo ou transferência do passivo. 
Se houver mercado principal para o ativo ou passivo, a mensuração 
do valor justo deve representar o preço nesse mercado (seja esse preço 
diretamente observável ou estimado utilizando-se outra técnica de ava-
liação), ainda que o preço em mercado diferente seja potencialmente 
mais vantajoso na data de mensuração (CPC, 2012, p. 5).
Exemplificando, considere, a partir dos tópicos seguintes, alguns conceitos para 
aplicações do valor justo:
ATIVO NÃO FINANCEIRO
Conforme os ensinamentos de Iudícibus et al. (2013, p. 168), um ativo não finan-
ceiro pode ser um estoque, um imobilizado, um intangível ou um investimento; 
o que pode caracterizar uma mensuração de valor diferenciada conforme usos 
diferentes dos respectivos ativos. Para o CFC (2013, p. 5) “a mensuração do valor 
justo de um ativo não financeiro leva em consideração a capacidade do parti-
cipante do mercado de gerar benefícios econômicos utilizando o ativo em seu 
melhor uso possível (...)”. O melhor uso possível de um ativo não financeiro leva 
em conta três aspectos, a seguir:
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Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E24
Figura 1 - Uso possível de um ativo não financeiro
FINANCEIRAMENTE
viável
FISICAMENTE
possível
USO POSSÍVEL
DE UM ATIVO
NÃO FINANCEIRO
LEGALMENTE
permitido
Fonte: adaptada de CFC (2013).
Esses aspectos são conceituados da seguinte forma:
a. Fisicamente possível leva em conta as características físicas do ativo que 
os participantes do mercado levariam em conta ao precificar o ativo (por 
exemplo, a localização ou o tamanho do imóvel).
b. Legalmente permitido leva em conta quaisquer restrições legais sobre o 
uso do ativo que os participantes do mercado levariam em conta ao pre-
cificá-lo (por exemplo, as regras de zoneamento aplicáveis a um imóvel).
c. Financeiramente viável leva em conta se o uso do ativo que seja fisica-
mente possível e legalmente permitido gera receita ou fluxos de caixa 
adequados (levando em conta os custos para converter o ativo para esse 
uso) para produzir o retorno do investimento que os participantes do mer-
cado poderiam exigir do investimento nesse ativo colocado para esse uso.
 Assim, é possível entender que, ao mensurar um ativo não financeiro há uma 
premissa quanto ao seu uso possível, levando em consideração perspectivas ou 
condições diferenciadas quanto à parte física, legal ou financeira.
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PASSIVOS E INSTRUMENTOS PATRIMONIAIS
O termo ‘passivo ou instrumento patrimonial’ é originado de qualquer contrato 
caracterizado como instrumento financeiro que evidencie uma participação nos 
ativos de uma entidade. Um ativo financeiro, por exemplo, é caracterizado pelo 
caixa, como direitos contratuais ou instrumentos patrimoniais de outra entidade. 
Já o passivo financeiro, trata-se de uma obrigação contratual utilizando caixa 
ou troca de ativos financeiros (CPC 39, 2009).
No caso de um passivo financeiro ou não financeiro ou o instrumento patri-
monial próprio da entidade, a mensuração do valor justo presume que ele seja 
transferido a um participante do mercado na data de mensuração; essa transfe-
rência pressupõe o seguinte:
(a) o passivo permaneceria em aberto e o cessionário participante do 
mercado ficaria obrigado a satisfazer a obrigação. O passivo não seria 
liquidado com a contraparte nem seria, de outro modo, extinto na data 
de mensuração;
(b) o instrumento patrimonial próprio da entidade permaneceria em 
aberto e o cessionário participante do mercado assumiria os direitos e 
as responsabilidades a ele associados. O instrumento não seria cance-
lado nem, de outro modo, extinto na data de mensuração (CPC, 2012, 
p. 7).
Desse modo, tanto o passivo quanto o instrumento patrimonial permanecem 
em aberto, sujeitando o participante do mercado a satisfazer as obrigações, ou 
assumir as responsabilidades associadas ao passivo.
Em todos os casos, a companhia deve mensurar o valor justo do passivo ou 
o instrumento patrimonial da seguinte forma:
(a) utilizando o preço cotado em mercado ativo para o item idêntico 
mantido por outra parte como ativo, se esse preço estiver disponível;
(b) se esse preço não estiver disponível, utilizando outros dados obser-
váveis, tais como o preço cotado em mercado que não seja ativo para o 
item idêntico mantido por outra parte como ativo;
(c) se os preços observáveis de (a) e (b) não estiverem disponíveis, uti-
lizando outra técnica de avaliação, como, por exemplo:
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Reprodução proibida. A
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IU N I D A D E26
(i) abordagem de receita (por exemplo, técnica de valor presente que 
leve em conta o fluxo de caixa futuro que um participante do merca-
do esperaria receber por deter o passivo ou o instrumento patrimonial 
como ativo (...);
(ii) abordagem de mercado (por exemplo, utilizando preços cotados 
para passivos ou instrumentos patrimoniais similares mantidos por 
outras partes como ativos (...) (CFC, 2013, p. 7).
Outro ponto importante deste assunto refere-se ao valor justo no reconhecimento 
inicial, pois quando o ativo é adquirido ou o passivo assumido, o preço da tran-
sação é o preço pago para adquirir o ativo ou para assumir o passivo (preço de 
entrada). Por outro lado, o valor justo do ativo ou passivo é o preço que seria 
recebido para vender ou pago para transferir o passivo (preço de saída). Assim, 
a norma esclarece que “as entidades não necessariamente vendem ativos pelos 
preços pagos para adquiri-los. Similarmente, as entidades não necessariamente 
transferem passivos pelos preços recebidos para assumi-los” (CPC, 2012, p. 12).
Além destas aplicações as normas contábeis tratam de outras, como orien-
tações técnicas quanto aos ativos e passivos financeiros com posições de 
compensação em riscos de mercado. O objetivo, porém, deste material não é 
esgotar o assunto, mas proporcionar uma discussão inicial sobre o tema e fomen-
tar leitura adicional sobre o mesmo.
Logo, no próximo tópico, serão apresentadas algumas características da 
negociação com os participantes do mercado e os atributos necessários para 
divulgação das informações relativas ao valor justo.
 Participantes do Mercado e Divulgação
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PARTICIPANTES DO MERCADO E DIVULGAÇÃO
Os compradores e vendedores do mercado principal (ou mais vantajoso), para 
ativo ou passivo, são conhecidos como participantes do mercado. Esses partici-
pantes apresentam as seguintes características:
Quadro 2 - Características dos participantes do mercado
INDEPENDENTES
São considerados independentes entre si, ou seja, não são 
partes relacionadas, conforme definido na NBC TG 05, em-
bora o preço em uma transação com partes relacionadas 
possa ser utilizado como informação (input), na mensura-
ção do valor justo, se a entidade tiver evidência de que a 
transação foi realizada em condições de mercado.
CONHECEDORES
São conhecedores, tendo entendimento razoável do ativo 
ou passivo e da transação com a utilização de todas as in-
formações disponíveis, incluindo informações que possam 
ser obtidas por meio de esforços usuais e habituais com a 
devida diligência.
CAPAZES São considerados capazes de realizar transação com o ativo ou passivo.
INTERESSADOS
Estão interessados em realizar transação com o ativo ou 
passivo, ou seja, estão motivados, mas não forçados ou, de 
outro modo, obrigados a fazê-lo.
Fonte: adaptado de CFC (2013).
VALOR JUSTO E VALOR PRESENTE
Reprodução proibida. A
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IU N I D A D E28
Quanto à hierarquia de valor justo nas divulgações correspondentes, e para 
aumentar a consistência e a comparabilidade nas referidas mensurações, a norma 
contábil (CPC, 2012) estabelece uma hierarquia de valor justo classificada em 
três níveis de informações:
a. NÍVEL 1: refere-se aos preços cotados (não ajustados) em mercados ati-
vos para ativos ou passivos idênticos a que a entidade possa ter acesso 
na data de mensuração. O preço cotado em mercado ativo oferece a evi-
dência mais confiável do valor justo e deve ser utilizado sem ajuste para 
mensurar o valor justo sempre que disponível.
b. NÍVEL 2: são informações que são observáveis para o ativo ou passivo, 
seja direta seja indiretamente, exceto preços cotados incluídos no Nível 1. 
Se o ativo ou o passivo tiver prazo determinado (contratual), a informa-
ção de Nível 2 deve ser observável substancialmente pelo prazo integral 
do ativo ou passivo.
c. NÍVEL 3: relaciona-se com dados não observáveis para o ativo ou pas-
sivo. Os dados não observáveis devem ser utilizados para mensurar o 
valor justo na medida em que dados observáveis relevantes não estejam 
disponíveis, admitindo, assim, situações em que há pouca ou nenhuma 
atividade de mercado para o ativo ou passivo na data de mensuração.
Por fim, a entidade deve divulgar informações que auxiliem os diversos usuá-
rios das demonstrações contábeis a avaliar a mensuração dos ativos e passivos de 
forma recorrente, ou não, após o reconhecimento inicial, as técnicas de avalia-
ção, informações utilizadas para desenvolver essas mensurações e o efeito destas 
sobre o resultado do período ou outros resultados abrangentes (CFC, 2013).
Para atingir tais finalidades, o Pronunciamento Técnico CPC 46 recomenda um 
maior nível de detalhamento necessário para atender aos requisitos de divulgação, 
ênfase a cada um dos diversos requisitos, agregação ou desagregação dos dados 
e informações adicionais sobre elementos quantitativos divulgados (CPC, 2012).
 
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VALOR PRESENTE - INTRODUÇÃO E CONCEITO
O valor presente é um ajuste ou uma estimativa de um valor de fluxo de caixa 
futuro como forma de considerar o custo do dinheiro no tempo. Assim, o capí-
tulo evidenciará as particularidades, os conceitos, a mensuração e a divulgação 
do valor presente.
O Valor Presente (presente value), também conhecido como Ajuste a Valor 
Presente (AVP), refere-se à estimativa do valor corrente de um fluxo de caixa 
futuro no curso normal dasatividades operacionais de uma entidade. A Resolução 
CFC nº 1.151/2009 (CFC 2009, p. 10) acrescenta, ainda, que o AVP “tem como 
objetivo efetuar o ajuste para demonstrar o valor presente de um fluxo de caixa 
futuro. Esse fluxo de caixa pode estar representado por ingressos ou saídas de 
recursos”.
Em outras palavras, Queiroz et al. (2010) afirmam que a avaliação feita pelo 
AVP tem por finalidade apresentar o valor do ativo e passivo a valores adequa-
dos com aqueles publicados na data do Balanço Patrimonial ou Encerramento 
do Exercício. De forma mais específica, a Lei nº 6.404/1976, ao tratar dos crité-
rios de avaliação do ativo e passivo, determina, respectivamente, por meio do 
Art. 183, inciso VIII (avaliação do ativo) e do Art. 184, inciso III (avaliação do 
passivo) que:
VIII – os elementos do ativo decorrentes de operações de longo pra-
zo serão ajustados a valor presente, sendo os demais ajustados quando 
houver efeito relevante.
(...)
VALOR JUSTO E VALOR PRESENTE
Reprodução proibida. A
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IU N I D A D E30
III – as obrigações, os encargos e os riscos classificados no passivo não 
circulante serão ajustados ao seu valor presente, sendo os demais ajus-
tados quando houver efeito relevante (BRASIL, 1976, on-line).
Esta previsão legal veio corroborar com uma situação, tratada por Almeida 
(2012), como um dos grandes problemas que a contabilidade vinha enfrentando. 
Tal situação diz respeito aos juros embutidos nos preços das operações a prazo, 
que, segundo o autor, as empresas, via de regra, vinham dando às transações a 
prazo o mesmo tratamento contábil das operações à vista, ignorando o custo 
do dinheiro no tempo, e, assim, deixavam de reconhecer as despesas ou receitas 
financeiras incluídas nas respectivas operações, como consequência, apuravam 
um resultado distorcido.
Almeida (2012) reforça, ainda, que, no passado, as companhias brasileiras 
de capital aberto já utilizaram o AVP para fins de correção monetária integral 
das demonstrações contábeis. Com a nova regra legal, o ajuste estende-se aos 
direitos e obrigações a longo prazo; e a curto prazo, apenas quando o reflexo das 
transações for significativo.
Segundo o Pronunciamento Técnico 12 (CPC, 2008, p. 12), que trata do 
AVP, são requeridas três informações para determinar o valor presente de um 
fluxo de caixa:
a. O valor do fluxo futuro (considerando todos os termos e as condições 
contratados).
b. A data do referido fluxo financeiro.
c. A taxa de desconto aplicável à transação.
Consoante a norma contábil (CFC 2009, p. 3-4), a questão mais relevante para a 
aplicação do conceito de valor presente não é a enumeração minuciosa de quais 
ativos ou passivos são abarcados pela norma, mas o estabelecimento de diretri-
zes gerais e de metas a serem alcançadas.
Nesse sentido, como diretriz geral a ser observada, ativos, passivos e 
situações que apresentarem uma ou mais das características abaixo 
devem estar sujeitos aos procedimentos de mensuração tratados nesta 
Norma:
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(a) transação que dá origem a um ativo, a um passivo, a uma recei-
ta ou a uma despesa (conforme definidos na NBC TG ESTRUTURA 
CONCEITUAL – Estrutura Conceitual para a Elaboração e Apresen-
tação das Demonstrações Contábeis deste CFC) ou outra mutação do 
patrimônio líquido cuja contrapartida é um ativo ou um passivo com 
liquidação financeira (recebimento ou pagamento) em data diferente 
da data do reconhecimento desses elementos;
(b) reconhecimento periódico de mudanças de valor, utilidade ou subs-
tância de ativos ou passivos similares emprega método de alocação de 
descontos;
(c) conjunto particular de fluxos de caixa estimados claramente asso-
ciado a um ativo ou a um passivo.
Toda a orientação normativa visa, sobretudo, demonstrar o efeito das taxas de 
juros nas transações das entidades com reflexo nas demonstrações contábeis que, 
ao serem elaboradas, devem refletir a realidade de tais operações.
Com base nessas definições, o CPC 12 (Ajuste a Valor Presente) apresenta 
uma pequena e importante distinção entre o AVP e valor justo. Conforme o 
Pronunciamento Técnico, o AVP tem como objetivo efetuar o ajuste para de-
monstrar o valor presente de um fluxo de caixa futuro que pode estar repre-
sentado por ingressos ou saídas de recursos (ou montante equivalente; por 
exemplo, créditos que diminuam a saída de caixa futuro seriam equivalen-
tes a ingressos de recursos). Para determinar o valor presente de um fluxo de 
caixa, três informações são requeridas: valor do fluxo futuro (considerando 
todos os termos e as condições contratadas), data do referido fluxo finan-
ceiro e taxa de desconto aplicável à transação. Já o valor justo tem como 
primeiro objetivo demonstrar o valor de mercado de determinado ativo ou 
passivo; na impossibilidade disso, demonstrar o provável valor que seria o 
de mercado por comparação a outros ativos ou passivos que tenham valor 
de mercado; na impossibilidade dessa alternativa também, demonstrar o 
provável valor que seria o de mercado por utilização do ajuste a valor pre-
sente dos valores estimados futuros de fluxos de caixa vinculados a esse 
ativo ou passivo; finalmente, na impossibilidade dessas alternativas, pela 
utilização de fórmulas econométricas reconhecidas pelo mercado.
Fonte: adaptado de CPC 12 (2008).
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MENSURAÇÃO E DIVULGAÇÃO DO VALOR PRESENTE
Para o Conselho Federal de Contabilidade (CFC, 2009), a mensuração contábil 
a valor presente deve ser aplicada no reconhecimento inicial de ativos e passi-
vos. Apenas em situações excepcionais (no caso de uma renegociação de dívida 
em que novos termos são estabelecidos), o AVP deve ser aplicado como se fosse 
nova medição de ativos e passivos.
A norma contábil estabelece, ainda, a necessidade de observar que a aplica-
ção do conceito de AVP nem sempre equipara o ativo ou o passivo a seu valor 
justo. “Por isso, valor presente e valor justo não são sinônimos”.
Por exemplo, a compra financiada de um veículo por um cliente espe-
cial que, por causa dessa situação, obtenha taxa não de mercado para 
esse financiamento, faz com que a aplicação do conceito de valor pre-
sente com a taxa característica da transação e do risco desse cliente leve 
o ativo, no comprador, a um valor inferior ao seu valor justo; nesse caso 
prevalece contabilmente o valor calculado a valor presente, inferior ao 
valor justo, por representar melhor o efetivo custo de aquisição para o 
comprador (CFC, 2009, p. 3).
Como exemplo, considere a seguinte situação ilustrada pelo Pronunciamento 
Técnico 12 (CPC, 2008, p. 13-14):
 ■ Uma entidade efetua uma venda a prazo no valor de $ 10.000 mil para 
receber o valor em parcela única, com vencimento em cinco anos. Caso 
a venda fosse efetuada à vista, de acordo com opção disponível, o valor 
da venda teria sido de $ 6.210 mil, o que equivale a um custo financeiro 
anual de 10%.
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 ■ No primeiro momento, a transação deve ser contabilizada considerando o 
seu valor presente, cujo montante de $ 6.210 mil é registrado como contas 
a receber, em contrapartida de receita de vendas pelo mesmo montante. 
Nota-se que, nesse primeiro momento, o valor presente da transação é 
equivalente a seu valor de mercado ou valor justo.
 ■ Aplicando a técnica de ajuste a valor presente, passado o primeiro ano, o 
reconhecimento da receita financeira deve respeitar a taxa de juros da tran-
sação na data de sua origem (ou seja, 10% ao ano), independentemente da 
taxa de juros demercado em períodos subsequentes. Assim, depois de um 
ano, o valor das contas a receber, para fins de registros contábeis, será de $ 
6.830 mil, independentemente de variações da taxa de juros no mercado.
Ao fim de cada um dos cinco exercícios, a contabilidade deverá refletir os seguin-
tes efeitos:
Quadro 3 - Aplicação do ajuste a valor presente (valores em R$).
ANO VALOR JUROS (TAXA EFETIVA) SALDO ATUALIZADO
1 6.210 620 6.830
2 6.830 683 7.513
3 7.513 751 8.264
4 8.264 827 9.091
5 9.091 909 10.000
Fonte: CPC 12 (2008, p. 13-14) 
Matematicamente, este cálculo poderia ser resolvido com a utilização da calcu-
ladora financeira utilizando as seguintes opções:
a. 10.000 [FV] (valor futuro).
b. 5 [n] (tempo).
c. 10 [ i ] (taxa).
d. [PV] = ? (valor presente 6.209,21).
Assim, o valor presente encontrado seria aproximado daquele demonstrado, no 
quadro apresentado acima, no primeiro ano ($ 6.210).
O outro exemplo, desta vez fazendo referência ao Art. 183 e ao Art. 184 da 
VALOR JUSTO E VALOR PRESENTE
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Lei das Sociedades por Ações, utilizam-se elementos do ativo e a sua interação 
com o resultado da entidade. 
Em seu anexo, a norma contábil (CFC 2009, p. 13-14) apresenta o seguinte 
cenário:
 ■ Considere uma operação de venda com prazo de seis meses para 
recebimento.
 ■ Dados da operação:
Venda com prazo de seis meses = $ 100, com ICMS de 10% = $ 10
Venda à vista = $ 80, com ICMS de 10% = $ 8
 ■ Observe-se que o AVP guarda relação com a operação de financiamento 
das contas a receber em seu todo ($ 100). A entidade, ao conceder prazo 
para o recebimento, está financiando o cliente. Nesse caso, a base para o 
cálculo do AVP é o valor que está sendo financiado, ou seja, o valor total 
da nota fiscal ($ 100).
Essa transação, para o vendedor, ficaria assim:
Débito - Contas a receber - $ 80
Crédito - Receita de vendas - $ 80
Débito - Despesa com ICMS - $ 10
Crédito - ICMS a pagar - $ 10
 ■ Com o passar do tempo, a diferença ($ 20) entre o valor presente das con-
tas a receber ($ 80) e o valor que será recebido no final de seis meses ($ 
100) é apropriada ao resultado do período como receita financeira, utili-
zando o método da taxa efetiva de juros.
Receita de vendas 80 
(-) Deduções de vendas - ICMS (10)
(-) CPV (50)
Lucro bruto 20 
(+) Receita financeira 20 
Mensuração e Divulgação do Valor Presente 
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Lucro antes do IR/CS 40 
Dessa forma, o AVP tem reflexo no ativo (contas a receber) e no resultado (receita 
bruta e financeira).
A divulgação do AVP, em se tratando de evidenciação em nota explicativa, 
deve informar, no mínimo, dados que os usuários das demonstrações contábeis 
possam compreender os efeitos nos ativos e passivos da entidade. O CPC 12 
apresenta um rol com sugestões de itens para divulgação do AVP:
(a) descrição pormenorizada do item objeto da mensuração a valor 
presente, natureza de seus fluxos de caixa (contratuais ou não) e, se 
aplicável, o seu valor de entrada cotado a mercado;
(b) premissas utilizadas pela administração, taxas de juros decompos-
tas por prêmios incorporados e por fatores de risco (risk-free, risco de 
crédito, etc.), montantes dos fluxos de caixa estimados ou séries de 
montantes dos fluxos de caixa estimados, horizonte temporal estimado 
ou esperado, expectativas em termos de montante e temporalidade dos 
fluxos (probabilidades associadas);
(c) modelos utilizados para cálculo de riscos e inputs dos modelos;
(d) breve descrição do método de alocação dos descontos e do proce-
dimento adotado para acomodar mudanças de premissas da adminis-
tração;
(e) propósito da mensuração a valor presente, se para reconhecimento 
inicial ou final;
(f) nova medição e motivação da administração para levar a efeito tal 
procedimento;
(g) outras informações consideradas relevantes (CPC, 2008, p. 10-11).
Após estas orientações, percebe-se o nível de detalhamento de informações neces-
sário para que a entidade divulgue o resultado das suas operações e, desta maneira, 
possa atender com qualidade e tempestividade às exigências dos diversos usu-
ários das demonstrações contábeis interessados nos resultados da companhia.
VALOR JUSTO E VALOR PRESENTE
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E36
O cálculo do AVP deve ser definido com base nas taxas de juros, em que 
algumas são explícitas (descritas e conhecidas no contrato da operação) ou 
implícitas (desconhecidas, mas embutidas na precificação inicial da opera-
ção no ato da compra ou da venda). 
Considerações Finais
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta primeira Unidade, a partir de renomados autores e dos Pronunciamentos 
Técnicos emitidos pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), foram 
apresentados conceitos importantes e atualizados sobre o valor justo (fair value) 
e o Ajuste a Valor Presente (AVP). Constituindo-se um conhecimento normativo 
complementar entre tantos outros discutidos na área de contabilidade avançada.
Conforme demonstrado, o valor justo é considerado uma medida baseada 
no mercado, e não na empresa, por isso, o estudo dos níveis de preços cotados 
(não ajustados) em mercados ativos das informações observáveis e não obser-
váveis para ativo ou passivo. Abordou-se, também, o uso possível de um ativo 
não financeiro (fisicamente possível, legalmente permitido e financeiramente 
viável) de modo a aproximar o conceito legal da realidade profissional ou aca-
dêmica na qual vocês estão inseridos.
Na sequência, exploraram as características dos participantes do mercado 
(independentes, conhecedores, capazes e interessados) e mostrou-se uma ilus-
tração com a divulgação de ativos a valor justo conforme requerida pela norma 
contábil em diferentes níveis de informação — conhecidos com níveis hierár-
quicos: Nível 1 (preços cotados ‘não ajustados’ em mercados ativos); nível 2 
(informações que são observáveis para o ativo ou passivo) e nível 3 (dados não 
observáveis para o ativo ou passivo).
No decurso natural, o livro destacou o valor presente ou Ajuste a Valor 
Presente (AVP), os requisitos informacionais para determinar o AVP de um 
fluxo de caixa, aplicação prática e sugestões de itens para divulgação do AVP.
Dessa forma, acredita-se que esse estudo favorece um aprendizado mais 
avançado sobre a contabilidade aplicada ao valor justo e ajuste a valor presente 
dos seus conceitos, sua utilização, sua restrição e sua divulgação, permitindo-se 
aplicar, quando necessário, em situação real e favorável.
38 
1. Há duas possibilidades para mensurar um ativo ou passivo pelo valor justo, 
assinale a alternativa correta:
a) Grupo de ativos e passivo individual.
b) Passivo individual e grupo de passivos.
c) Ativo individual e grupo de ativos e passivos.
d) Ativo ou passivo individual ou grupo de ativos e passivos.
e) Passivo individual e grupo de ativos e passivos.
2. Considerando os conceitos que envolvem o valor justo, leia e analise as 
afirmativas:
I. O valor justo refere-se a uma mensuração baseada e específica da entidade, 
e não do mercado.
II. A expressão valor justo é dada para a venda de ativos ou transferências de 
passivos, e os valores devem ser justos para ambas as partes.
III. O valor justo refere-se a uma mensuração baseada em mercado, e não em 
uma mensuração específica da entidade.
IV. A expressão valor justo é dada para a compra de ativos ou troca de passivos, 
e os valores devem ser justos para quem propôs a venda.
Assinale a alternativaque apresenta a(s) afirmativa(s) correta(s):
a) Somente as afirmativas I e II estão corretas.
b) Somente as afirmativas II e III estão corretas.
c) Somente a afirmativa I está correta.
d) Somente as afirmativas II, III e IV estão corretas.
e) As afirmativas I, II, III e IV estão corretas.
39 
3. Em relação à hierarquia do valor justo, as normas técnicas classificam-se em 
três níveis de informações. Assinale verdadeiro (V) ou falso (F) nas afirmativas 
a seguir:
 )( O nível 1 refere-se aos preços cotados em mercados ativos.
 )( O nível 2 refere-se às informações inobserváveis para o ativo ou passivo.
 )( O nível 3 relaciona-se com dados não observáveis para o ativo ou passivo.
A sequência correta para a resposta da questão é:
a) F, F e V.
b) F, V e V.
c) V, V e V.
d) V, F e F.
e) V, F e V.
4. O Ajuste a Valor Presente (AVP) pode ser conceituado como:
a) Uma certeza do valor futuro de um fluxo de caixa presente no curso sazo-
nal das atividades operacionais de uma entidade.
b) Uma avaliação de ajuste do valor futuro para um fluxo de caixa presente.
c) Uma estimativa do valor corrente de um fluxo de caixa futuro no curso 
normal das atividades operacionais de uma entidade.
d) Um ajuste do ativo para o passivo na data do Balanço Patrimonial ou De-
monstração do Resultado do Exercício.
e) Uma estimativa do passivo para ajustar o passivo em data futura.
40 
5. O Pronunciamento Técnico 12, que trata do Ajuste a Valor Presente (AVP), re-
quer algumas informações para determinar o valor presente de um fluxo de 
caixa. Neste sentido, considere as seguintes afirmativas: 
I. Com exceção da data do referido fluxo, o valor do fluxo e a taxa desconto 
são itens necessários para avaliar o valor presente.
II. Para utilizar o valor do fluxo futuro com referência, deve-se considerar todos 
os termos e as condições contratados.
III. A data do referido fluxo financeiro é importante para determinar o valor pre-
sente de um fluxo de caixa.
IV. Dentre as informações indicadas pelo Pronunciamento Técnico, deve-se 
considerar também a taxa de desconto aplicação à transação.
 
Assinale a alternativa que apresenta a(s) afirmativa(s) correta(s):
a) Somente as afirmativas I e II estão corretas.
b) Somente as afirmativas II e III estão corretas.
c) Somente a afirmativa I está correta.
d) Somente as afirmativas II, III e IV estão corretas.
e) As afirmativas I, II, III e IV estão corretas.
41 
No ajuste a valor presente é imprescindível ficar atento à contabilização dos fatos que 
alteram o patrimônio empresarial. No caso de compra e venda de bens a prazo, cuja 
contrapartida requeira o AVP, o CPC 12 (2008) traz a seguinte orientação:
No caso de venda, por exemplo, de imóvel a prazo, por valor nominal, sem especificação 
de juros, após os procedimentos de determinação do ajuste a valor presente deve esse 
ajuste retificar o ativo realizável e a receita de venda, podendo o ajuste ao ativo realizá-
vel ser feito em conta retificadora. Conta essa que deverá ser apropriada como receita 
financeira até o vencimento.
No comprador o ajuste retifica o custo do ativo imobilizado que deve ser registrado pelo 
seu valor presente e a retificação do passivo pode também contar com conta redutora a 
gerar despesa financeira até o vencimento.
Por exemplo, suponha-se uma venda de imóvel por $ 10.000 mil, pago com entrada de $ 
4.000 mil em dinheiro e 3 (três) notas promissórias anuais de $ 2.000 mil cada uma, sem 
juros, efetuada num momento em que a taxa de juros, para o tipo de vendedor e com-
prador, seja, para ambos, de 18% ao ano (essas taxas podem ser diferentes para eles).
a) O vendedor, na transação, registra:
D - Caixa
D - Notas Promissórias a Receber
C - Juros a Apropriar 
C - Receita de Venda de Imóveis
$ 4.000.000
$ 6.000.000
$ 1.651.454
$ 8.348.546
b) O comprador:
D - Imóveis
D - Juros a Apropriar
C - Caixa 
C - Notas Promissórias a Pagar
$ 8.348.546
$ 1.651.545
$ 4.000.000
$ 6.000.000
Em ambas as Notas Promissórias aparecerão (em um no seu ativo; no outro, no seu pas-
sivo) pelo seu saldo líquido constituído do valor nominal diminuído dos Juros a Apro-
priar, e esse saldo irá crescendo pela apropriação dos juros ao resultado, até que no 
vencimento essas contas retificadoras zerem.
[...] Embora a nova redação da Lei mencione claramente os ajustes para saldos de ativos 
e passivos, esses ajustes têm relação direta com as transações de compra e venda que 
envolvem, preponderantemente, as contas do resultado do exercício (por exemplo, AVP 
de transação de vendas e o respectivo saldo das contas a receber). Nesse caso, conside-
rando que o reflexo do AVP de determinado saldo ativo ou passivo tenha contrapartida 
direta em conta do resultado do exercício, o AVP também afeta essas linhas do resultado 
(que é o caso específico da receita bruta versus o registro do saldo de contas a receber). 
42 
Para ilustrar essa questão, veja o cenário para operação de venda com prazo de seis 
meses para recebimento, com as seguintes características:
Venda com prazo de seis meses = $ 100, com ICMS de 10% = $ 10
Venda a vista = $ 80, com ICMS de 10% = $ 8
Observe-se que o AVP guarda relação com a operação de financiamento das contas a 
receber em seu todo ($ 100) e não somente sobre o saldo, depois de deduzidos os im-
postos a recuperar. A entidade, ao conceder prazo para o recebimento, está financiando 
o cliente. Nesse caso, a base para o cálculo do AVP é o valor que está sendo financiado, 
ou seja, o valor total da nota fiscal ($ 100). Na contabilização da transação a prazo ficaria 
da seguinte forma:
a) No vendedor:
Débito - Contas a receber - $80
Crédito - Receita de vendas - $80
Débito - Despesa com ICMS (*¹) - $10
Crédito - ICMS a pagar - $10
Com o passar do tempo, a diferença ($ 20) entre o valor presente das contas a receber ($ 
80) e o valor que será recebido no final de seis meses ($ 100) é apropriada ao resultado 
do período como receita financeira, utilizando o método da taxa efetiva de juros.
b) No comprador:
No lado do comprador, ao contrário do vendedor, a taxa de juros imputada pelos seus 
fornecedores não é conhecida e a tarefa de determinação de qual taxa utilizar se torna 
mais complexa, mas deve ser estimada tomando-se por base a carteira de fornecedores 
como um todo.
Débito - Estoques - $70
Débito - ICMS a recuperar - $10
Crédito - Contas a pagar - Fornecedores - $80
A diferença ($ 20) entre o valor presente das contas a pagar ($ 80) e o valor que será 
pago no final de seis meses ($ 100) é apropriada ao resultado do período como despesa 
financeira, utilizando o método da taxa efetiva de juros.
43 
Essa questão da reclassificação da parcela do ICMS calculada sobre os juros embutidos 
na operação para o resultado financeiro comercial altera o lucro bruto, o resultado fi-
nanceiro e também o LAJIDA (ou EBITDA, na sigla em inglês, se a entidade faz uso dessa 
medida não contábil). Dessa forma, essa questão pode ser relevante para algumas en-
tidades. Qualquer que seja o método utilizado, ele deve ser divulgado em nota explica-
tiva para melhor entendimento do usuário das demonstrações contábeis e aplicado de 
maneira uniforme ao longo dos exercícios.
O quadro a seguir ilustra esses efeitos, depois de decorrido todo o período desde a ven-
da até o recebimento, com apropriação dos juros no prazo da transação:
ICMS sem segregação ICMS com segregação entre a parcela sobre venda e a parcela sobre receita financeira
Receita de vendas 80
Deduções de vendas - ICMS (10)
CPV (50)
Lucro bruto 20
Receita financeira 20
Lucro antes do IR/CS 40
Receita de vendas 80
Deduções de vendas - ICMS (8)
CPV (50)Lucro bruto 22
Receita financeira 20
ICMS sobre receita financeira (2)
Lucro antes do IR/CS 40
Esse mesmo conceito é aplicável para os demais tributos incidentes sobre venda, tais 
como IPI, PIS e COFINS. 
Para algumas entidades, a diferença ($20) entre o valor presente das contas a receber 
($80) e o valor que será recebido no final de seis meses ($100) poderá ser apropriada 
como receita financeira comercial, no mesmo grupo que as receitas de vendas, em lugar 
de receita financeira, desde que a entidade demonstre que o financiamento feito a seus 
clientes faça parte de seus negócios e que opera com, por exemplo, dois segmentos: (i) 
venda de produtos e serviços e (ii) financiamento das vendas a prazo. Essa demonstra-
ção poderá ser evidenciada por meio da combinação de algumas das seguintes circuns-
tâncias (na entidade e/ou por ocasião da preparação das demonstrações contábeis): a 
atividade financeira é parte de seus negócios; previsão da atividade de financiamento 
no estatuto da entidade; organização e condução da atividade de financiamento como 
um segmento operacional distinto; portfólio de serviços como oferta de crédito pessoal 
e outros serviços correlatos a todos os seus clientes; etc. Observada essa situação, os 
custos financeiros com terceiros, decorrentes dos passivos (tais como fornecedores e 
financiamentos) utilizados como funding para sustentar a carteira de valores a receber 
de clientes, deverão também compor o custo das receitas com vendas, para uma ade-
quada apuração da margem bruta. Nesses casos, tanto a receita, quanto o custo, devem 
ser apresentados por segmento de negócios.
Fonte: CPC 12 (2008, on-line).
MATERIAL COMPLEMENTAR
Manual de Contabilidade Societária. Aplicável a Todas as 
Sociedades de Acordo com as Normas Internacionais e do CPC
Sérgio de Iudícibus; Eliseu Martins; Ernesto Rubens Gelbcke; Ariovaldo dos 
Santos.
Editora: Atlas
Sinopse: em 1977, após a revolução contábil no país, devido à edição 
da Lei das S.A. (nº 6.404/76), a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) 
foi procurada pela Fipecafi para alterar o Manual de Contabilidade das 
sociedades por ações. O Manual tinha como finalidade guiar profissionais, empresas e o mercado 
em geral, de acordo com as novidades que constavam na dita lei, que também já estavam sendo 
repassadas no Departamento de Contabilidade e Atuário da FEA/USP.
Para mais informações sobre o ajuste a valor presente (AVP), recomenda-se a leitura do artigo 
científico divulgado no Congresso USP de Iniciação Científica de Contabilidade dos autores 
Queiroz, Oliveira, Medeiros e Moura da Universidade Federal de Uberlândia. O estudo teve 
como objetivo analisar os efeitos do AVP, em consonância com a Lei n° 11.638/07, no Patrimônio 
Líquido das empresas brasileiras de aviação civil, durante o ano de 2008. Como resultado, foi 
possível verificar que as empresas têm dificuldades em se adaptar às mudanças ocorridas, ficando 
explícitos os equívocos cometidos na aplicação do AVP ao incluir determinados elementos.
Acesse: <http://www.congressousp.fipecafi.org/anais/artigos102010/243.pdf>.
http://www.congressousp.fipecafi.org/anais/artigos102010/243.pdf
http://www.congressousp.fipecafi.org/anais/artigos102010/243.pdf
REFERÊNCIAS
45
ALMEIDA, M. C. Manual prático de interpretação contábil da lei societária. 2. ed. 
São Paulo: Atlas, 2012.
ALMEIDA, S. B. D. Valor justo (fair value) na regulamentação contábil brasileira, 
norte-americana e internacional. 2007. Dissertação (Mestrado Profissional em Ad-
ministração de Empresas) - FGV - Fundação Getúlio Vargas, São Paulo, 2007. 
BRASIL. Lei n. 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Dispõe sobre as sociedades por 
ações. Brasília: Senado Federal. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/cci-
vil_03/leis/L6404compilada.htm>. Acesso em: 17 set. 2018.
______. Lei n. 11.638, de 28 de dezembro de 2007. Altera e revoga dispositivos 
da Lei nº 6.404 e dá outras providências. Brasília: Senado Federal. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11638.htm>. 
Acesso em: 17 set. 2018.
______. Lei n. 11.941, de 27 de maio de 2009. Altera a legislação tributária federal 
relativa ao parcelamento ordinário de débitos tributários e dá outras providências. 
Brasília: Senado Federal. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_
Ato2007-2010/2009/Lei/L11941.htm>. Acesso em: 18 set. 2018.
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS - CPC. Pronunciamento Técnico CPC 
12 - Ajuste a valor presente. 2008. Disponível em: <http://static.cpc.aatb.com.br/Do-
cumentos/219_CPC_12.pdf>. Acesso em: 18 set. 2018.
______. Pronunciamento Técnico CPC 39 - Instrumentos financeiros: apresenta-
ção. 2009. Disponível em: <http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pro-
nunciamentos/Pronunciamento?Id=70>. Acesso em: 18 set. 2018
______. Pronunciamento Técnico CPC 46 - Mensuração do valor justo. 2012. Dis-
ponível em: <http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/395_CPC_46_rev%2012.
pdf>. Acesso em: 18 set. 2018.
CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE - CFC. Aprova a NBC TG 12 - Ajuste a 
Valor Presente. Resolução n. 1.151/09, de 23 de janeiro de 2009. Brasília: CFC, 
2009. Disponível em: <http://www1.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?Codi-
go=2009/001151>. Acesso em: 18 set. 2018.
______. Aprova a NBC TG 46 - Mensuração do Valor Justo. Resolução n. 1.248/13, 
de 25 de janeiro 2013. Brasília: CFC, 2013. Disponível em: <http://www1.cfc.org.br/
sisweb/SRE/docs/Res_1428.pdf>. Acesso em: 04 de maio, 2018.
IUDÍCIBUS, S.; MARTINS, E.; GELBCKE, E. R.; SANTOS, A. Manual de contabilidade 
societária: aplicável a todas as sociedades de acordo com as normas internacionais 
e do CPC. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2013.
MACKENZIE, B. et al. IFRS 2012: Interpretação e aplicação. Tradução Francisco Araú-
jo da Costa et al. Porto Alegre: Bookman, 2013.
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estudo com as empresas de aviação civil brasileira em 2008. In: CONGRESSO USP DE 
INICIAÇÃO CIENTÍFICA EM CONTABILIDADE. Anais. São Paulo: USP, 2010. pg. 1 a 11. 
Disponível em: <https://congressousp.fipecafi.org/anais/artigos102010/243.pdf>. 
Acesso em: 18 set. 2018.
TAMBOSI, B. Contabilidade a valor justo: conceito, mensuração e riscos de adoção. 
AFIXCODE, 01 out. 2013. Disponível em: <http://www.afixcode.com.br/blog/conta-
bilidade-valor-justo-conceito/>. Acesso em: 18 set. 2018.
Referências on-line
¹Em:<http://www.jusbrasil.com.br/noticias/240233/consideracoes-sobre-o-valor-
-justo-dos-ativos>. Acesso em: 18 set. 2018.
²Em:<http://portal.blbbrasilescoladenegocios.com.br/avaliacao-a-valor-justo/>. 
Acesso em: 18 set. 2018.
GABARITO
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1. D
2. B
3. E
4. C
5. D
GABARITO
U
N
ID
A
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E II
Prof. Me. Augusto César Oliveira Camelo
COMBINAÇÃO DE 
NEGÓCIOS
Objetivos de Aprendizagem
 ■ Conceituar e contextualizar as combinações de negócios previstas na 
legislação brasileira.
 ■ Definir e descrever os aspectos legais e contábeis da transformação.
 ■ Conceituar e demonstrar os aspectos legais e contábeis da 
incorporação.
 ■ Descrever e explanar os aspectos legais e contábeis da fusão.
 ■ Conceituar e descrever os aspectos legais e contábeis da cisão.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
 ■ Combinação de Negócios
 ■ Transformação
 ■ Incorporação
 ■ Fusão
 ■ Cisão
Introdução
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INTRODUÇÃO
A combinação de negócios é uma das formas encontrada pelas companhias 
para expandir as suas transações e ampliar o seu patrimônio. Este tipo de ope-
ração é muito comum nas médias e grandes empresas, em que o capital social 
é transferido, modificado, desmembrado ou dissolvido para constituir,ou dila-
tar outras organizações.
Este novo ordenamento depende de alguns requisitos, como: consentimento 
dos sócios; aprovação por assembleia-geral; nomeação de peritos para avaliação 
de patrimônios e posterior emissão de laudos; constituição da nova companhia; 
arquivamentos dos atos societários; publicação e escrituração das condutas pra-
ticadas entre outros.
Preliminarmente, apresenta-se o conceito e contexto normativo do termo 
‘combinação de negócios’; as possíveis estruturas de combinação de negócios; 
formas de obtenção de controle na combinação de negócios e alguns aspec-
tos necessários para a realização desta operação, como questões operacionais 
e financeiras.
A legislação societária e o pronunciamento técnico do Comitê de 
Pronunciamentos Contábeis foram materiais frequentemente utilizados na for-
matação desta unidade para proporcionar um entendimento acadêmico mais 
próximo das normas da profissão contábil.
Na sequência, discute-se sobre as formas de combinação de negócios: 
Transformação, Incorporação, Fusão e Cisão. No item Transformação, abor-
dam-se os conceitos da referida operação, as previsões legais, um exemplo de 
transformação de firma individual para sociedade limitada e os respectivos lan-
çamentos contábeis retratando esse tipo de procedimento entre as companhias.
Logo após, os demais temas (Incorporação, Fusão e Cisão) também são 
discutidos, conceituados e ilustrados. Por fim, atividades, sugestões de livros e 
materiais complementares estão dispostos no desfecho da unidade para enrique-
cer os seus estudos e contribuir para aproveitamento satisfatório sobre o assunto.
Bons estudos!
COMBINAÇÃO DE NEGÓCIOS
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIU N I D A D E52
COMBINAÇÃO DE NEGÓCIOS
A combinação de negócios apresenta-se como oportunidade de diversificação 
e fortalecimento das atividades empresariais. Sendo assim, a sua articulação ou 
associação pode dar-se pelo processo de transformação, incorporação, fusão ou 
cisão — itens que serão discutidos posteriormente.
CONTEXTUALIZAÇÃO
 A combinação de negócios pode ser entendida como um novo arranjo, contrato, 
pacto ou acordo para associar elementos ou organismos empresariais a fim de 
reorganizar o empreendimento. Conforme Viceconti e Neves (2005), as organi-
zações ou sociedades empresariais podem reorganizar-se mediante processos de 
combinação de negócios entre elas, tais processos podem ser simples ou com-
plexos e envolver valores e operações de diversos portes.
De acordo com a Escola de Negócios BLB Brasil (2018, on-line)¹, o desenvol-
vimento ou a expansão de um empreendimento pode ser realizada de inúmeras 
maneiras, investindo-se na própria companhia ou combinando negócios — 
que pode ser muito mais vantajoso; essa combinação refere-se a uma operação 
de aquisição de outras empresas, que compreende complexidade e implicações 
legais, fiscais e contábeis.
Combinação de Negócios
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Por razões legais, fiscais ou outras, a combinação de negócios pode ser estru-
turada de diversas formas, as quais incluem, mas não se limitam a:
Figura 1 - Possíveis estrutura da combinação de negócios
COMBINAÇÃO DE
NEGÓCIOS
Um ou mais negócios tornam-se 
controlados de um adquirente ou 
ocorre uma fusão entre o adquirente 
e os ativos líquidos de um ou mais 
negócios.
Uma entidade da combinação trans-
fere seus ativos líquidos, ou seus 
proprietários transferem suas respec-
tivas participações societárias para 
outras entidades da combinação (ou 
para os proprietários dessas 
entidades).
Todas as entidades da combinação 
transferem seus ativos líquidos ou 
seus proprietários transferem suas 
respectivas participações societárias 
para a constituição de nova 
entidade.
Um grupo de ex-proprietários de 
uma das entidades da combinação 
obtém o controle da entidade 
combinada.
Fonte: adaptada de CPC 15 (2011, p. 24-25).
Para Ribeiro (2005, p. 390), esta dinâmica empresarial pode ser traduzida e con-
textualizada pelo Princípio da Continuidade, em que
toda entidade econômica, devidamente constituída e revestida de per-
sonalidade jurídica, representa uma organização em constante movi-
mento, produzindo e comercializando bens, prestando serviços e ge-
rando receitas continuadamente.
Segundo Perez Junior e Oliveira (2012), a negociação de empresas é uma opor-
tunidade excepcional para grandes ganhos de capital, e, historicamente, este 
movimento de negociações no mercado financeiro tem registros ascendentes e 
descendentes, fato que, relacionado à complexidade dos aspectos fiscais, opera-
cionais e legais das companhias, merece estudo para melhor preparo técnico e 
adequada prestação de serviços profissionais.
Sob essa perspectiva, o Pronunciamento Técnico - CPC nº 15 (Combinação de 
COMBINAÇÃO DE NEGÓCIOS
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIU N I D A D E54
Negócios) define a combinação de negócios como a operação ou outro evento em 
que o adquirente obtém o controle de um ou mais negócios, independentemente 
da forma jurídica da operação (CPC, 2011, p. 24). A norma prevê, ainda, que o 
adquirente pode obter o controle da adquirida de diversas formas, por exemplo:
Quadro 1- Formas de obtenção de controle na combinação de negócios
Pela transferência de caixa, equivalentes de caixa ou outros ativos.
Pela assunção de passivos.
Pela emissão de instrumentos de participação societária.
Por mais de um dos tipos de contraprestação acima; ou
Sem a transferência de nenhuma contraprestação, inclusive por meio de acordos 
puramente contratuais.
Fonte: adaptado de CPC (2011).
Iudícibus et al. (2013) destacam que o referido pronunciamento trata exclusiva-
mente de quando se adquire o controle de algum negócio (não necessariamente 
uma empresa). Assim, os autores lembram que “a obtenção do controle de outra 
sociedade pode se dar por outros meios que não a ‘compra’ de capital votante, 
como por exemplo mediante assinatura de acordo de acionistas” (IUDÍCIBUS 
et al., 2013, p. 478). 
Oportunamente, a norma contábil CPC 15 define o termo ‘negócio’ como:
um conjunto integrado de atividades e ativos capaz de ser conduzido 
e gerenciado para gerar retorno, na forma de dividendos, redução de 
custos ou outros benefícios econômicos, diretamente a seus investidores 
ou outros proprietários, membros ou participantes (CPC, 2011, p. 22).
Por sua vez, Viceconti e Neves (2005, p. 160) alertam que, na realização da com-
binação de negócios, devem ser considerados os seguintes aspectos:
a. aspectos operacionais e financeiros da sociedade resultante, inclusive, 
a necessidade de aporte de novos recursos por parte dos proprietários.
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b. os reflexos tributários das operações do ponto de vista da sociedade e dos 
seus proprietários.
c. outros interesses, por parte da sociedade e dos seus proprietários.
Em relação ao custo envolvido na combinação de negócios, conforme Conrado 
e Lopes (2012, on-line)2, ele será
o resultado entre os valores justos, na data da operação, dos ativos en-
tregues, passivos incorridos ou assumidos, e instrumentos emitidos 
pela adquirente em troca do controle da adquirida; e quaisquer custos 
diretamente atribuíveis à combinação de negócios.
Entre outras diretrizes brasileiras, a legislação das sociedades por ações (Lei nº 
6.404/1976) ressalta em seu Art. 223, parágrafo primeiro, que “nas operações 
em que houver criação de sociedade serão observadas as normas reguladoras 
da constituição das sociedades do seu tipo” (BRASIL, 1976, on-line). Essa pre-
visão tem como objetivo orientar as companhias, os seus sócios ou acionistas 
quanto às possíveis reestruturações societárias, assunto

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