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Padrões de Qualidade da Água

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Padrões de qualidade e classificação das 
águas
APRESENTAÇÃO
Esta Unidade de Aprendizagem apresenta reflexões relacionadas a um importante recurso 
natural: a água. Esse recurso, de fundamental importância para a existência da biodiversidade na 
Terra, está cada vez mais escasso e ameaçado. A fim de entender melhor esse cenário negativo e 
promover ações que o minimizem, torna-se fundamental que um gestor ambiental compreenda 
os padrões de qualidade e a classificação das águas.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Identificar características, padrões de qualidade e classificação das águas.•
Reconhecer os indicadores de qualidade física, química e biológica da água.•
Diferenciar as classes de água doce, segundo as diretrizes da Resolução no 357/2005 do 
Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA).
•
DESAFIO
Você é o gestor ambiental em uma indústria. Ao lado desse local, há um arroio com água 
de cor esverdeada e cheiro desagradável.
Alguns moradores do entorno lhe informaram que tiveram contato com a água e se sentiram 
mal, com náuseas e vômitos. Por essa razão, seu diretor contatou um laboratório especialista na 
realização de análise da qualidade da água.
 
A partir de suas respostas, o técnico terá condições de separar os materiais adequados 
para realizar a coleta das amostras de água e efetuar as análises laboratoriais?
INFOGRÁFICO
O infográfico mostra os principais pontos relacionados aos padrões de qualidade e à 
classificação das águas, foco desta Unidade de Aprendizagem.
CONTEÚDO DO LIVRO
O trecho selecionado é do livro Meio ambiente e sustentabilidade. Nele, há uma interessante 
abordagem sobre características, padrões de qualidade e classificação das águas.
Boa leitura!
André Henrique Rosa
Leonardo Fernandes Fraceto
Viviane Moschini-Carlos
Organizadores
M514 Meio ambiente e sustentabilidade [recurso eletrônico] / 
 Organizadores, André Henrique Rosa, Leonardo Fernandes 
 Fraceto, Viviane Moschini-Carlos. – Dados eletrônicos. – 
 Porto Alegre : Bookman, 2012. 
 Editado também como livro impresso em 2012. 
 ISBN 978-85-407-0197-7
 1. Meio ambiente. 2. Sustentabilidade. I. Rosa, André 
 Henrique. II. Fraceto, Leonardo Fernandes. III. Moschini- 
 Carlos, Viviane. 
CDU 502-022.316
Catalogação na publicação: Natascha Helena Franz Hoppen CRB10/2150
INTRODUÇÃO
Nos últimos 50 anos, devido ao elevado 
crescimento populacional associado à busca 
por melhor qualidade de vida, ocorreu um 
aumento na produção industrial e agrícola 
caracterizada pela intensa fabricação e utili-
zação de compostos químicos sintéticos 
(inseticidas, herbicidas, plásticos, entre ou-
tros). Seja de maneira natural ou antrópica, 
os resíduos gerados por esses compostos 
aportam aos recursos hídricos com conse-
quente alteração da qualidade da água.
Por ser um recurso natural de fonte 
esgotável, a Organização Mundial da Saúde 
estima que a água se tornará cada vez mais 
uma fonte de tensão e competição por parte 
de diversas nações, fazendo com que os pro-
blemas referentes à deterioração da quali-
dade da água se tornem objeto de preocu-
pação. O conhecimento e a compreensão 
das fontes de poluição, interações e efeitos 
dos poluentes aquáticos são essenciais para 
o controle destes em um ambiente seguro e 
economicamente sustentável.
O planeta Terra é o único do nosso 
sistema solar que apresenta moléculas de 
água na forma líquida, na maior parte da 
superfície, sendo 97,5% da água existente 
no planeta, marinha, enquanto apenas 2,5% 
restantes são de água doce. Ressalta-se que a 
maior parcela dessa água doce (68,9%) 
forma as calotas polares, geleiras e neves. Os 
29,9% restantes constituem as águas sub-
terrâneas. A umidade dos solos e as águas 
dos pântanos representam cerca de 0,9% do 
total, e a água de rios e lagos aproximada-
mente 0,3% (Rebouças et al., 2006).
De acordo com relatório divulgado 
pela Organização das Nações Unidas para 
Educação Ciência e Cultura (UNESCO), du-
rante a terceira edição do Fórum Mundial da 
Água ocorrido em Kyoto em 2003, o Brasil é 
o país mais rico do mundo em recursos hí-
1
Poluição aquática
SONIA DOS SANTOS, LUCIANA CAMARGO DE OLIVEIRA, 
ADEMIR DOS SANTOS, JULIO CÉSAR ROCHA e ANDRÉ HENRIQUE ROSA
Objetivos do capítulo
Neste capítulo são abordadas as principais fontes e tipos de poluição em sistemas 
aquáticos, destacando as características e propriedades dos principais contaminan-
tes orgânicos, inorgânicos e emergentes em águas superficiais e subterrâneas. Os 
aspectos gerais relacionados ao transporte, à reatividade e aos processos que os 
poluentes podem sofrer no corpo hídrico são discutidos, assim como a preocupa-
ção atual em relação à contaminação de águas subterrâneas.
18 Rosa, Fraceto e Moschini-Carlos (Orgs.)
dricos, com 6,2 bilhões de m3 de água doce 
(17% do total disponível no planeta) (Água: 
Fórum Econômico Mundial, 2008).
Sabe-se, porém, que a distribuição de 
água em nosso país é bastante desigual, pois a 
maior parte desse recurso está disponível em 
regiões com baixa densidade populacional 
(região norte), sendo frequentes os problemas 
de abastecimento nas regiões mais populosas 
(grandes capitais da região sudeste).
A água própria para o consumo huma-
no se chama água potável e, para ser conside-
rada como tal, ela deve obedecer a certos pa-
drões de potabilidade necessitando muitas 
vezes de tratamento para se adequar ao con-
sumo. Os métodos vão desde a simples fer-
vura até operações mais complexas.
A água potável e de boa qualidade é 
fundamental para a saúde dos seres huma-
nos (o corpo humano é constituído por 70 
a 75% de água e, na ausência dela, alguns 
órgãos vitais deixam de funcionar), entre-
tanto, a maioria da população mundial não 
tem acesso a esse bem precioso.
Apesar da importância da água para 
os seres humanos, ela também é considera-
da um dos meios mais comuns de transmis-
são de doenças. Se a água que utilizamos, 
seja para aliviar a sede ou para regar os ali-
mentos, não apresentar a qualidade neces-
sária, estes serão igualmente infectados e, 
consequentemente, o corpo que os ingere 
será alvo de inúmeras doenças. O Quadro 
1.1 apresenta algumas doenças infecciosas 
de veiculação hídrica.
Muitas das doenças transmitidas por 
veiculação hídrica podem ser prevenidas 
por um tratamento adequado da água antes 
de seu uso. As estações de tratamento de 
água se utilizam de vários procedimentos 
como a decantação, a filtração, além da clo-
ração para eliminar os microrganismos 
causadores de doenças.
DEFINIÇÃO, FONTES 
E TIPOS DE POLUIÇÃO
A Lei de Política Nacional do Meio Ambiente 
(Lei No 6.938, de 31 de agosto de 1981) defi-
ne como poluição:
(...) a degradação da qualidade ambiental 
resultante de atividades que direta ou indi-
retamente:
a) Prejudiquem a saúde, a segurança e o 
bem-estar da população.
QUADRO 1.1
Doenças de veiculação hídrica
DOENÇAS TRANSMISSÃO PREVENÇÃO
Cólera, febre tifoide Contaminação no Desinfecção adequada 
 sistema de distribuição 
Sarna, infecções Falta de água suficiente para Provisão de quantidades suficientes para 
oculares, diarreia um consumo adequado banhos e limpezas gerais
Esquistossomose Invertebrados aquáticos Distribuição de água potável, e 
 educação sanitária
Malária, febre Organismos patogênicos Aplicação de inseticidas, evitar acúmulo 
amarela, dengue de água em recipientes abertos, drenar 
 áreas inundadas e evitar saturação de 
 áreas agrícolas
 
Meio ambiente e sustentabilidade 323
mos cem anos, o aumento na demanda por 
água foi duas vezes maior que o percentual 
de crescimento populacional.
A contaminação dos recursos hídricos 
ocorre por meio da drenagem das pasta-
gens, da adubação na agricultura, pelo des-
pejo de efluentes industriais e, principal-
mente, pela descarga de esgoto doméstico 
sem tratamento, sendo esta última a princi-
pal fonte de contaminação dos corpos 
d’água. A lista de agentes patogênicos(mi-
crorganismos como vírus, bactérias, fungos, 
protozoários e até helmintos) que podem 
ser veiculados pela água é grande, os quais 
são capazes de causar doenças nos organis-
mos hospedeiros. Segundo a Organização 
Mundial de Saúde, doenças de veiculação 
hídrica são a principal causa de mortalida-
de no mundo.
As Estações de Tratamento de Água 
(ETA) são responsáveis por transformarem 
a água bruta captada de um corpo aquático 
em uma água potável (pronta para ser con-
sumida pelo homem), enquanto as Estações 
de Tratamento de Esgoto (ETE) tratam os 
efluentes domésticos de forma que os mes-
mos possam ser descartados nos corpos re-
ceptores, não provocando impactos am-
bientais severos. O tratamento da água é re-
alizado por meio de diferentes etapas, tais 
como gradeamento, coagulação/floculação, 
decantação, filtração e desinfecção. Para o 
tratamento de esgotos e efluentes, normal-
mente são empregados processos físico-
-químicos e biológicos.
PARÂMETROS DE QUALIDADE 
E CLASSIFICAÇÃO DAS ÁGUAS
Os componentes que alteram o grau de pu-
reza da água podem ser definidos por suas 
características físicas, químicas e biológicas, 
conhecidos como parâmetros de qualidade 
de água.
As características físicas, químicas e 
biológicas das águas naturais decorrem de 
uma série de processos que ocorrem no 
corpo hídrico.
Indicadores de qualidade física
Os principais indicadores de qualidade físi-
ca da água são: cor, temperatura, turbidez, 
sabor e odor.
A cor resulta da existência de substân-
cias em solução, como ferro, manganês, co-
rantes, matéria orgânica e algas. Esse parâ-
metro de qualidade da água adquiriu maior 
importância no início da década de 1970, 
devido à confirmação da formação de pro-
dutos potencialmente cancerígenos (trialo-
metanos) como consequência da cloração 
de águas coloridas.
A temperatura tem importância, uma 
vez que influi nas propriedades da água (so-
lubilidade de substâncias e gases), nas velo-
cidades das reações químicas e bioquímicas 
e, principalmente, no metabolismo dos mi-
crorganismos presentes na mesma.
A turbidez da água está relacionada 
com a atenuação de intensidade que um 
feixe de luz sofre ao atravessá-la devido à 
presença de sólidos em suspensão. É um pa-
râmetro que indica a qualidade estética das 
águas. Um dos problemas associados à tur-
bidez é a queda na eficiência de agentes de-
sinfetantes, como o cloro, por exemplo, 
uma vez que pode servir de suporte para 
microrganismos patogênicos, protegendo-
-os da ação dos desinfetantes.
O sabor e odor das águas naturais se 
originam da presença de diversas substâncias 
químicas (provenientes de esgotos domésti-
cos e efluentes industriais), gases dissolvidos 
e microrganismos (principalmente algas e 
cianobactérias). O sabor e odor das águas 
podem não representar riscos à saúde huma-
na, mas a importância da suas remoções se 
deve à possível rejeição da água com essas ca-
racterísticas pela população consumidora.
324 Rosa, Fraceto e Moschini-Carlos (Orgs.)
Indicadores de 
qualidade química
Os principais indicadores de qualidade quí-
mica da água são: pH, alcalinidade, acidez, 
dureza, ferro e manganês, cloretos, fluoretos, 
oxigênio dissolvido (OD), demanda quí mica 
de oxigênio (DQO), demanda bioquímica 
de oxigênio (DBO), carbono orgânico total 
(COT), nitrogênio, fósforo e elementos po-
tencialmente tóxicos.
O potencial hidrogeniônico (pH) con-
siste na concentração dos íons H+ presentes 
nas águas. Valores muito diferentes da neu-
tralidade conferem um caráter agressivo à 
água, podendo causar prejuízos à vida dos 
organismos e provocar corrosão ou incrus-
tação em tubulações.
A alcalinidade pode ser definida como 
a capacidade que um sistema aquoso tem 
para neutralizar ácidos, sendo devida prin-
cipalmente aos íons carbonatos e bicarbo-
natos. Cabe ressaltar que a alcalinidade é 
um fator de capacidade e não de intensida-
de (como é o caso do pH). Diante disso, 
uma solução aquosa com valor de pH abai-
xo de 7 pode apresentar uma alcalinidade 
considerável.
A acidez é definida como a capacidade 
que um sistema tem para neutralizar bases. 
Do mesmo modo que para a alcalinidade, 
uma acidez elevada não resulta, necessaria-
mente, em pH baixo. Ambos os parâmetros 
estão relacionados com a capacidade tam-
pão do meio.
A dureza é a propriedade relacionada 
com a concentração de íons de determina-
dos minerais dissolvidos na água, principal-
mente cálcio e magnésio. A presença desses 
íons na água pode reduzir a formação de es-
pumas de sabões e provocar incrustações 
em tubulações de água quente.
O ferro e o manganês presentes nas 
águas naturais são oriundos, principalmen-
te, de rochas e solos. A oxidação dessas 
substâncias confere cor marrom ou aver-
melhada à água, podendo resultar em man-
chas em roupas. A presença de ferro nas 
águas pode desencadear o desenvolvimento 
de ferrobactérias, podendo provocar o apa-
recimento de odor e sabor à água e levar à 
formação de incrustações em tubulações.
A presença de cloretos em águas pode 
ser atribuída à dissolução de sais, à introdu-
ção de águas salgadas e ao lançamento de 
efluentes domésticos e industriais nas mes-
mas. Quando presentes em maiores con-
centrações, esses íons conferem sabor, re-
sultando em maiores índices de rejeição 
desta pela população.
O flúor, quando aplicado em concen-
tração adequada, é benéfico no combate às 
cáries. Entretanto, em maiores concentra-
ções (superior a 2 mg/L), podem desenca-
dear a fluorose dentária, que é o escureci-
mento e a deterioração dos dentes.
A presença de oxigênio dissolvido 
(OD) nas águas é fundamental para a ma-
nutenção de uma grande parte dos seres 
vivos. A redução do oxigênio dissolvido nas 
águas pode ocorrer pela respiração dos or-
ganismos presentes no ambiente aquático, 
por perdas para a atmosfera e devido à mi-
neralização da matéria orgânica e oxidação 
de íons. A determinação da concentração de 
OD é de fundamental importância na ava-
liação da qualidade das águas, uma vez que 
o oxigênio está envolvido praticamente em 
todos os processos químicos e biológicos. O 
nível de OD na água, além de depender da 
temperatura e da pressão, é profundamente 
afetado quando poluentes orgânicos biode-
gradáveis são lançados no curso receptor. As 
bactérias aeróbias originalmente presentes 
consomem o OD da água durante a degra-
dação dos compostos biodegradáveis. O 
nível de oxigênio dissolvido pode atingir va-
lores bastante baixos, prejudicando a fauna 
aquática (peixes) e provocando alterações 
marcantes na biodiversidade.
A DBO expressa a quantidade de oxi-
gênio consumida durante a degradação da 
Meio ambiente e sustentabilidade 325
matéria orgânica por microrganismos, en-
quanto a DQO se refere à quantidade de 
oxigênio para a degradação química da ma-
téria orgânica, apresentando, portanto, va-
lores sempre superiores ao da DBO. A DBO 
está relacionada com a matéria orgânica 
biodegradável, ou seja, passível de ser oxi-
dada bioquimicamente, e a DQO está rela-
cionada com a matéria orgânica total (bio-
degradável e não biodegradável). Ambos os 
parâmetros inferem a concentração de ma-
téria orgânica no meio.
A presença de diversos contaminantes 
orgânicos na água é resultante do lança-
mento de esgotos e efluentes industriais, da 
percolação de poluentes presentes em solos 
contaminados, bem como de compostos 
naturais. A avaliação da matéria orgânica 
presente no efluente pode ser obtida por 
um analisador de carbono orgânico total 
(COT). Esse equipamento fornece o teor 
exato de carbono em uma amostra.
O desenvolvimento de organismos 
aquáticos é estimulado principalmente por 
nutrientes limitantes, como fósforo e nitro-
gênio. Nos ambientes aquáticos, é necessá-
ria uma concentração muito baixa desses 
compostos, de forma que pequena altera-
ção em seus teores pode desencadear uma 
série de eventos não desejáveis, como, por 
exemplo, o crescimento excessivo de plantas 
aquáticas, principalmente de algas, fenôme-
no conhecido como eutrofização.A eutrofi-
zação pode resultar em diminuição do uso 
da água para recreação e balneabilidade 
(devido a aspectos estéticos e maus odores), 
mortandade de peixes, maior dificuldade e 
elevação dos custos para o tratamento des-
sas águas e rejeição da água para abasteci-
mento humano e animal devido à presença 
de substâncias tóxicas excretadas pelas 
algas.
A presença de metais e metaloides po-
tencialmente tóxicos em águas é resultado 
do lançamento de efluentes industriais e da 
lixiviação de áreas de garimpo e mineração.
Indicadores de qualidade 
biológica
Dejetos urbanos e esgoto doméstico são 
amplamente descarregados em corpos 
d’água, principalmente em rios. Esse fato, 
além de gerar um impacto negativo à biota 
presente no corpo d’água, afeta alguns usos 
preponderantes a ele destinados, tais como, 
abastecimento de água potável e balneabili-
dade, pois a presença de bactérias, vírus e 
protozoários em águas representa riscos 
para a população. Esses microrganismos 
podem ser responsáveis pelo desencadea-
mento de doenças de veiculação hídrica.
A avaliação da qualidade da água por 
meio da utilização de indicadores biológi-
cos possibilita complementar as limitações 
impostas pelas análises físico-químicas. Vá-
rios tipos de organismos têm sido utilizados 
como indicadores da qualidade das águas, 
com vantagens e desvantagens para cada 
grupo, e de acordo com as características par-
ticulares do sistema aquático que se queira 
avaliar.
O monitoramento da presença de 
bactérias patogênicas é essencial no contro-
le da qualidade de água, quando o uso, dire-
ta ou indiretamente, leva ao consumo hu-
mano. Tais usos incluem água para consu-
mo, higiene pessoal, recreacional, irrigação 
de alimentos vegetais e lavagem e processa-
mento desses alimentos.
A contaminação fecal é utilizada como 
indicador da presença de poluentes orgâni-
cos de origem humana. Membros de dois 
grupos de bactérias, coliformes e estrepto-
coccus fecais, são usados como indicadores 
de uma possível contaminação por esgoto, 
uma vez que são comumente encontrados 
em fezes humanas e de animais. Embora a 
maioria delas não seja propriamente pato-
gênica, servem como indicadoras de uma 
potencial contaminação por bactérias pato-
gênicas, vírus e protozoários, os quais tam-
bém vivem no sistema digestivo.
326 Rosa, Fraceto e Moschini-Carlos (Orgs.)
Uma vez descarregados em corpos 
d’água, a sobrevivência dos patógenos é al-
tamente dependente da qualidade da água, 
particularmente em relação à turbidez, nível 
de oxigênio, nutrientes e temperatura. Po-
dem também, com frequência, ficar adsor-
vidos nas partículas de areia, argila e sedi-
mento, com consequente acumulação des-
ses organismos em rios e lagos.
As algas têm grande importância para 
o equilíbrio do meio aquático e são respon-
sáveis pela geração de parte do oxigênio 
presente neste devido à fotossíntese. Entre-
tanto, podem também acarretar problemas, 
tais como, formação de grande quantidade 
de massa orgânica; liberação de compostos 
tóxicos, os quais podem resultar em sabor e 
odor desagradáveis nas águas; e prolifera-
ção exagerada de algas nas superfícies, au-
mentando a turbidez da água e impedindo 
a penetração de luz solar. O tempo útil dos 
filtros (carreira) nas ETA é seriamente com-
prometido quando há presença de algas.
Classificação das águas naturais
Segundo a resolução CONAMA no 357 
(2005), as águas doces (águas com salinida-
de igual ou inferior a 0,5 ‰) do Território 
Nacional são classificadas, segundo a quali-
dade requerida para os seus usos preponde-
rantes, em cinco classes:
I. classe especial: águas destinadas:
a) ao abastecimento para consumo hu-
mano, com desinfecção;
b) à preservação do equilíbrio natural 
das comunidades aquáticas; e
c) à preservação dos ambientes aquáti-
cos em unidades de conservação de 
proteção integral.
II. classe 1: águas que podem ser destinadas:
a) ao abastecimento para consumo hu-
mano, após tratamento simplificado;
b) à proteção das comunidades aquáticas;
c) à recreação de contato primário, tais 
como natação, esqui aquático e mer-
gulho, conforme Resolução CONA-
MA no 274 (2000);
d) à irrigação de hortaliças que são con-
sumidas cruas e de frutas que se de-
senvolvam rentes ao solo e que sejam 
ingeridas cruas sem remoção de pelí-
cula; e
e) à proteção das comunidades aquáti-
cas em terras indígenas.
III. classe 2: águas que podem ser destinadas:
a) ao abastecimento para consumo hu-
mano, após tratamento convencional;
b) à proteção das comunidades aquáticas;
c) à recreação de contato primário, tais 
como natação, esqui aquático e mer-
gulho, conforme Resolução CONA-
MA no 274 (2000);
d) à irrigação de hortaliças, plantas fru-
tíferas e de parques, jardins, campos 
de esporte e lazer, com os quais o pú-
blico possa vir a ter contato direto; e
e) à aquicultura e à atividade de pesca.
IV. classe 3: águas que podem ser destinadas:
a) ao abastecimento para consumo hu-
mano, após tratamento convencional 
ou avançado;
b) à irrigação de culturas arbóreas, cere-
alíferas e forrageiras;
c) à pesca amadora;
d) à recreação de contato secundário; e
e) à dessedentação de animais.
V. classe 4: águas que podem ser destinadas:
a) à navegação; e
b) à harmonia paisagística.
Os padrões de qualidade das águas de-
terminados nessa Resolução (CONAMA no 
357, 2005) estabelecem limites individuais 
para cada substância em cada classe. Salien-
ta-se que as águas de melhor qualidade po-
Meio ambiente e sustentabilidade 327
dem ser aproveitadas em uso menos exigen-
te, desde que este não prejudique a qualida-
de da água, atendidos outros requisitos 
pertinentes.
Padrão de potabilidade
O controle da qualidade da água de consu-
mo humano se tornou uma ação de saúde 
pública a partir da década de 1970, com o 
advento da Portaria no 56/Bsb do Ministé-
rio da Saúde (1977), que instituiu a norma 
de potabilidade em todo o território nacio-
nal. Entretanto, somente após a criação do 
Sistema Nacional de Vigilância Ambiental 
em Saúde, em 1999, e da publicação da Por-
taria no 1.469, em 2000, foi implementado 
um programa de vigilância da qualidade da 
água.
Os valores máximos permitidos (ou os 
limites máximos de contaminação – MCL) 
foram definidos com base em bioensaios to-
xicológicos e em componentes químicos e fí-
sico-químicos capazes de alterar as proprie-
dades organolépticas da água, os quais, além 
de causarem rejeição de consumo, podem 
diminuir a vida útil de toda a infraestrutura 
utilizada para a distribuição desta, acarretan-
do grandes prejuízos econômicos.
A água potável é definida como a água 
para consumo humano cujos parâmetros 
microbiológicos, físicos, químicos e radioa-
tivos atendam ao padrão de potabilidade e 
não ofereçam riscos à saúde. No Brasil, desde 
25 de março de 2004, o padrão de potabili-
dade é estabelecido pela Portaria no 518 do 
Ministério da Saúde. Essa Portaria estabele-
ce os procedimentos e responsabilidades re-
lativas ao controle e vigilância da qualidade 
da água para consumo humano e seu pa-
drão de potabilidade.
Após a desinfecção, a água deve conter 
um teor mínimo de cloro residual livre de 
0,5 mg/L, sendo obrigatória a manutenção 
de, no mínimo, 0,2 mg/L em qualquer 
ponto da rede de distribuição. Recomenda-
-se que, no sistema de distribuição, o pH da 
água seja mantido na faixa de 6,0 a 9,5 e que 
o teor máximo de cloro residual livre, em 
qualquer ponto do sistema de abastecimen-
to, seja de 2,0 mg/L.
A água tratada presente no sistema de 
distribuição (reservatórios e rede) deve ser 
ausente de Escherichia coli ou coliformes 
termotolerantes (em 100 mL de água), en-
quanto coliformes totais podem ser detec-
tados em 5 % das amostras examinadas no 
mês (em sistemas que analisam 40 ou mais 
amostras por mês). Na Tabela 14.1, é apre-
sentado o padrão de radioatividade para a 
água potável, enquanto na Tabela 14.2 são 
apresentados os valores máximos permiti-
dos dos principais parâmetros para água 
própria ai consumo humano.O Ministério da Saúde e as autorida-
des de saúde pública dos Estados, do Distri-
to Federal e dos Municípios são responsá-
veis pela fiscalização do fiel cumprimento 
da Portaria no 518 de 2004.
TABELA 14.1
Padrão de radioatividade para água potável
 PARÂMETRO UNIDADE1 VMP2
 Radioatividade alfa global Bq/L 0,1
 Radioatividade beta global Bq/L 1,0
1 Bq (Becquerel) = uma desintegração por segundo.
2 Valor máximo permitido.
Fonte: Portaria no 518 (2004).
 
DICA DO PROFESSOR
O vídeo traz uma breve apresentação desta Unidade de Aprendizagem: características, padrões 
de qualidade e classificação das águas de acordo com a Resolução no 357/2005 do CONAMA. 
Confira!
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EXERCÍCIOS
1) Os indicadores físicos de qualidade da água incluem:
A) a) Cor, turbidez e pH.
B) b) Turbidez, odor e algas.
C) c) Turbidez, odor e cor.
D) d) pH, algas e bactérias patogênicas.
E) e) pH, ferro e fósforo.
2) Os indicadores químicos de qualidade da água incluem:
A) a) Cor, temperatura e algas.
B) b) pH, temperatura e oxigênio dissolvido (OD).
C) c) Bactérias, sabor e oxigênio dissolvido (OD).
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D) d) pH, oxigênio dissolvido (OD) e demanda química de oxigênio (DQO).
E) e) Bactérias, turbidez e pH.
3) Os indicadores biológicos de qualidade da água incluem:
A) a) Algas, bactérias e contaminação fecal.
B) b) pH, temperatura e algas.
C) c) Cor, dureza e sabor.
D) d) pH, odor e oxigênio dissolvido (OD).
E) e) Bactérias, algas e oxigênio dissolvido (OD).
4) De acordo com a Resolução no 357/2005 do CONAMA, que dispõe sobre a 
classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, a 
classe de água que permite a preservação dos ambientes aquáticos em unidades de 
conservação de proteção integral é a:
A) a) Classe 4.
B) b) Classe 2.
C) c) Classe 3.
D) d) Classe Especial.
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E) e) Classe 1.
5) De acordo com a Resolução no 357/2005 do CONAMA, que dispõe sobre a 
classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, a 
classe de água que somente permite a navegação e a harmonia paisagística é:
A) a) Classe Especial.
B) b) Classe 2.
C) c) Classe 1.
D) d) Classe 3.
E) e) Classe 4.
NA PRÁTICA
Indústrias, colégios e condomínios devem passar por análise referente à água. Nesse 
sentido, alguns cuidados são fundamentais para que se complete uma análise adequada da 
água.
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SAIBA +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
Meio Ambiente e Sustentabilidade
Rosa, André Henrique; Fraceto, Leonardo Fernandes; Moschini-Carlos, Viviane

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