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sistema de gestão e agrupamento ambiental.livro

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SISTEMAS DE GESTÃO E 
AUDITORIA AMBIENTAL
U
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SISTEM
A
S D
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ESTÃ
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ITO
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IA
 A
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IEN
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L9 788587 686596
ISBN 978-85-87686-59-6
SISTEMAS DE GESTÃO E 
AUDITORIA AMBIENTAL
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L9 788587 686596
ISBN 978-85-87686-59-6
SISTEMAS DE GESTÃO E 
AUDITORIA AMBIENTAL
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L9 788587 686596
ISBN 978-85-87686-59-6
Rosimeire Midori Suzuki Rosa Lima
Jamile Ruthes Bernardes
Rodrigo de Menezes Trigueiro
Sistemas de
gestão e auditoria
ambiental
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Lima, Rosimeire Midori Suzuki Rosa
L732s Sistemas de Gestão e Auditoria Ambiental / 
Rosimeire Midori Suzuki Rosa Lima, Jamile Ruthes 
Bernardes, Rodrigo de Menezes Trigueiro — Londrina: 
UNOPAR, 2014.
p. 184
ISBN 978-85-87686-59-6
1. Gestão. 2. Ambiental. I Título.
CDD 657.45
2014
Pearson Education do Brasil
Rua Nelson Francisco, 26 
CEP: 02712 ‑100 — São Paulo — SP 
Tel.: (11) 2178 ‑8686, Fax: (11) 2178 ‑8688 
e ‑mail: vendas@pearson.com
© 2014 by Unopar 
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação 
poderá ser reproduzida ou transmitida de qualquer modo 
ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, 
gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de informação, 
sem prévia autorização, por escrito, da Unopar.
Diretor editorial e de conteúdo: Roger Trimer
Gerente de produção editorial: Kelly Tavares
Supervisora de produção editorial: Silvana Afonso
Coordenador de produção editorial: Sérgio Nascimento
Editor: Casa de Ideias
Editor assistente: Marcos Guimarães
Revisão: Thais Nakayama
Capa: Solange Rennó
Diagramação: Casa de Ideias
Sistema Gestao Auditoria Ambiental.indd 4 08/01/14 19:21
Unidade 1 | Gestão ambiental sustentável no ambiente empresarial
Seção 1 - Gestão ambiental sustentável nas empresas
Seção 2 - Dimensões da sustentabilidade
Unidade 2 | Considerações sobre a ISO 14000
Seção 1 - Normas ISO 14000
1.1 | Classificação das normas
1.2 | Níveis de normalização
1.3 | Uso de normas
1.4 | Voluntariedade das normas
1.5 | Divisão da normalização no Brasil
 1.5.1 | Normas técnicas
 1.5.2 | Normas nacionais
1.6 | ISO: International Organization for Standardization
 1.6.1 | A série ISO 14000
1.7 | Norma para certificação ambiental
1.8 | Normas de rotulagem ambiental
Seção 2 - Normas de Avaliação do Ciclo de Vida (ACV)
2.1 | Normas de desempenho ambiental
Unidade 3 | Considerações sobre o sistema de gestão ambiental (SGA)
Seção 1 - O sistema de gestão ambiental
1.1 | A ISO 14001
1.2 | Sistema
1.3 | Política Ambiental
1.4 | “Princípios de Valdez”
1.5 | “Carta Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável”
1.6 | Aspectos do planejamento em um SGA
 1.6.1 | Ciclo PDCA (Plan, Do, Check, Action)
 1.6.1.1 | Etapa Planejamento (P) 
 1.6.1.2 | Etapa Desenvolvimento (D) ou execução
 1.6.1.3 | Etapa Verificação (C)
 1.6.1.4 | Etapa Corretiva (A)
 1.6.2 | Brainstorming (tempestade de ideias)
 1.6.3 | Diagrama de causa e efeito: diagrama de Ishikawa
 1.6.4 | Lista de verificação
 1.6.5 | Gráfico ou diagrama de Pareto
 1.6.6 5 | W + 2 H
Seção 2 - Considerações sobre a implementação de um sistema de 
gestão ambiental
2.1 | Estrutura e responsabilidades 
2.2 | Treinamento, conscientização e competência 
2.3 | Comunicação 
2.4 | Documentação do Sistema de Gestão Ambiental — SGA 
2.5 | Controle dos documentos 
Sumário
7
10
15
27
30
31
33
33
34
34
35
36
37
38
40
41
44
48
53
56
58
58
58
58
59
61
63
63 
64
64
64
64
65
66
66
67
68
68 
69
70
71
74
2.6 | Controle operacional 
2.7 | Preparação para atendimento às emergências 
2.8 | Verificação e ações corretivas — monitoramento e medição 
2.9 | Não conformidade, ações corretiva e preventiva 
2.10 | Registros 
2.11 | Auditoria do sistema de gestão ambiental 
2.12 | Análise pela administração
76
78
79
82
84
85
85
Unidade 4 | Auditoria ambiental
Seção 1 - Auditoria como ferramenta de gestão
1.1 | Sujeitos envolvidos no processo de auditoria
1.2 | Classificação das auditorias
1.3 | Planejamento da auditoria
1.4 | Instrumentos de coleta de evidências
 1.4.1 | Formulário para coleta de dados e evidências de auditoria ambiental
 1.4.1.1 | Identificação do auditado
 1.4.1.2 | Identificação da área a ser auditada
 1.4.1.3 | Passivo ambiental
1.5 | Análise de documentos
1.6 | Práticas de gerenciamento ambiental
1.7 | Inventário de resíduos sólidos
1.8 | Controle de impactos ambientais
1.9 | Licenciamento ambiental
1.10 | Uso e reuso da água
 1.10.1 | Efluentes líquidos
1.11 | Uso de energia: consumo racional e energias alternativas
1.12 | Critérios de auditoria
1.13 | Relatório de auditoria
1.14 | Reunião de encerramento
Seção 2 - Auditoria de certificação do SGA
87
90
96
99
112
116
119
119
120
120
121
121
123
124
124
125
126
128
130
137
140
142
Unidade 5 | Imagem corporativa e rotulagem ambiental
Seção 1 - Imagem corporativa
1.1 | Histórico
1.2 | Responsabilidade social e ambiental
 1.2.1 | Indicadores de responsabilidade socioambiental
Seção 2 - Rotulagem ambiental
2.1 | Ciclo de vida dos produtos 
2.2 | Os rótulos ambientais
153
156
157
159
162
169
169
171
Apresentação
Atualmente nos defrontamos com inúmeros problemas ambientais, 
decorrentes em grande parte do crescimento populacional, da 
elevação da taxa de urbanização, da concentração de indústrias e, 
consequentemente, da poluição.
Nesse cenário, a busca pelo desenvolvimento sustentável é uma 
necessidade e pode ser constatada por meio das ações das organizações, 
que têm recorrido a uma gestão preventiva, implementando normas 
ambientais e práticas sustentáveis.
A necessidade de atendimento à legislação, assim como as atuais 
exigências do mercado, somadas à responsabilidade ambiental, tem 
direcionado a procura pelo desenvolvimento sustentável. Isso se dá por 
meio de ações proativas alicerçadas na implantação de Sistemas de 
Gestão Ambiental, que, tendo por base as normas ambientais, buscam 
garantir a qualidade ambiental.
Este livro está dividido em cinco unidades. A Unidade 1 apresenta 
uma abordagem sobre a gestão ambiental sustentável no ambiente 
empresarial, na Unidade 2 são apresentadas as normas que compõem 
a série ISO 14000, na Unidade 3 são apresentados os passos para 
implantação do Sistema de Gestão Ambiental — SGA de acordo com 
a ISO 14001, e na Unidade 4 apresentamos os conceitos de auditoria 
e como ela é planejada, estruturada e aplicada. Existem muitos 
exemplos para que você possa analisar e entender como ocorre 
tal processo. Também é discutido o planejamento das auditorias 
ambientais e são mostrados formulários para consulta. Os tipos de 
auditoria são exemplificados para que você possa compreender 
que cada auditoria possui seu objetivo e objeto de análise, o que 
modifica o foco de atuação do auditor dependendo da ação que será 
desenvolvida. Ainda nesta unidade estudaremos também a certificação 
ambiental, exemplificando como ocorre o processo de certificação, 
qual formulário pode ser utilizado para essa etapa e quais são os 
atores envolvidos nesse processo. Finalmente, na Unidade 5 você 
poderá analisar conceitos muito atuais, referentes aos selos verdes e 
a responsabilidade socioambiental das empresas. O marketing verde e 
indicadores ambientais também são abordados, mostrando que vale a 
pena obter a certificação para agregar valor ao produto ou serviço que 
será oferecido pela empresa.
Esperamos que você aprecie o livro.
Boa leitura!
Unidade 1
Gestão ambiental sustentável 
no ambiente empresarial
Nesta unidade, você será levado a compreender a importância 
da gestão ambiental no setor empresarial por meio de ações 
que incorporem as dimensões de sustentabilidade com a devida 
responsabilidade socioambiental.
Objetivos de aprendizagem
Nesta seção, você compreenderá a importância de incorporar a gestão 
ambiental nas empresas, sua relação com as dimensões de sustentabilidadee 
aspectos da responsabilidade socioambiental.
Nesta seção, discutiremos alguns conceitos e aspectos importantes sobre 
sustentabilidade, de maneira que se possam compreender as vantagens da 
aplicação de seus princípios na administração das empresas.
Seção 1 | Gestão ambiental sustentável nas empresas
Seção 2 | Dimensões da sustentabilidade
Rosimeire Midori Suzuki Rosa Lima
Introdução à unidade
É evidente o aumento da pressão das atividades antrópicas sobre 
os recursos naturais. A influência direta e/ou indireta do homem tem 
causado diversas consequências, como desmatamento, erosão, 
contaminação do solo, do ar e da água, resultando na perda da 
biodiversidade.
Existem fortes pressões do sistema produtivo sobre os recursos 
naturais, devido à extração de matéria-prima empregada na produção 
e utilizada para o crescimento econômico. Diante desse cenário, um 
sistema produtivo deve se preocupar com a forma de desenvolvimento 
e dar maior atenção a questões relacionadas ao aumento da geração 
de resíduos sólidos, à poluição das águas, à baixa proteção à saúde 
ambiental e à falta de preservação do meio ambiente.
U1 - Gestão ambiental sustentável no ambiente empresarial10
Seção 1
Gestão ambiental sustentável nas empresas
O desenvolvimento econômico deve incorporar um novo modelo 
estratégico, tanto do ponto de vista do fabricante como do consumidor, 
que devem adotar uma nova postura frente às questões ambientais.
Nesse modelo, “[...] os interesses dos acionistas dividem espaços 
com as demandas da comunidade e dos clientes, funcionários e 
fornecedores. É para esse grupo, os chamados ‘stakeholders’, que a 
empresa do futuro terá de gerar valor” (KRAEMER, 2013, p. 1).
Para saber mais
Stakeholders é um termo muito utilizado no meio empresarial e significa 
público estratégico, ou seja, os colaboradores, funcionários, clientes, 
consumidores, acionistas, fornecedores e outros.
É inegável que houve, nos últimos anos, avanços consideráveis no 
que se refere à proposição de instrumentos técnicos, políticos e legais, 
assim como na consolidação do atendimento às diretrizes que tratam 
da questão ambiental de forma mais sistematizada e integrada.
Atualmente, existe uma grande pressão pela qualidade ambiental 
tanto no desenvolvimento dos produtos quanto no pós-consumo. 
Buscar soluções para minimizar os impactos gerados passou a ser 
um fator determinante para o sucesso nos negócios. Essa pressão é 
consequência do poder que as empresas conquistaram nas últimas 
décadas. Essas empresas devem buscar conhecimentos e atualizar 
suas técnicas de gestão. Essa nova estratégia de gestão demanda 
investimentos em pessoas e tecnologias para melhorar a qualidade 
ambiental a que as empresas se propõem.
Nesse contexto é que o desenvolvimento da tecnologia deve ser 
compatível com as metas de equilíbrio com a natureza. Para Meyer 
(2000), o conceito de desenvolvimento sustentável deve considerar 
o crescimento econômico, incorporando a percepção dos 
resultados sociais decorrentes, assim como o equilíbrio ecológico 
U1 - Gestão ambiental sustentável no ambiente empresarial 11
na utilização dos recursos naturais.
Compreende-se que as reservas naturais são finitas e que as 
soluções podem ser obtidas por meio da adoção de tecnologias 
mais adequadas ao meio ambiente.
Segundo Donaire (1999), o retorno do investimento, que 
antes era entendido somente como lucro e enriquecimento de 
seus acionistas, agora passa pela sustentabilidade. Essa mudança 
de paradigma tem introduzido novos sistemas operacionais em 
que as práticas passam a ser positivas e proativas, o que induz ao 
desenvolvimento de novos métodos e experiências.
Souza (1993) confirma essa visão ao dizer que as estratégias de 
marketing ecológico adotadas pela maioria das empresas visam à 
melhoria da imagem da empresa e dos seus produtos por meio da 
proposição de novos produtos com enfoque sustentável, além de 
ações voltadas para a proteção ambiental.
Dessa forma, a alta administração de uma empresa deve 
implantar um gerenciamento que incorpore a variável ambiental de 
forma a subsidiá-la na tomada de decisão, mantendo assim uma 
postura proativa e responsável de respeito à questão ambiental.
Questão para reflexão
Por que é tão importante que as empresas atendam aos requisitos 
ambientais em seus processos?
Muitas empresas que já implantaram o gerenciamento integrando 
a variável ambiental reconhecem ter tido resultados positivos em 
relação aos aspectos econômicos e estratégicos. Entretanto, esses 
resultados não são visualizados logo de início, sendo necessário um 
planejamento e a implementação de ações na organização para 
que ela incorpore o atendimento às questões ambientais na sua 
atividade, trazendo com isso a vantagem competitiva.
Uma das questões mais polêmicas que surge quando discute-
se a importância do atendimento às questões ambientais é 
sobre o aspecto econômico, devido ao aumento das despesas 
e, consequentemente, do acréscimo dos custos do processo 
produtivo.
De acordo com Donaire (1999), algumas empresas têm 
U1 - Gestão ambiental sustentável no ambiente empresarial12
demonstrado que é possível ganhar dinheiro e proteger o meio 
ambiente desde que se utilizam da sua criatividade e viabilizem 
condições internas que possam transformar as restrições e ameaças 
ambientais em oportunidades de negócios.
Outra questão muito importante é a responsabilidade ambiental 
da empresa. Vamos conhecer um pouco mais sobre este assunto.
O mundo corporativo tem papel fundamental na preservação 
do meio ambiente. Empresas socialmente responsáveis conquistam 
resultados melhores e se tornam mais competitivas. Nesse novo 
enfoque, a responsabilidade social deixou de ser uma opção e passou 
a ser uma questão de planejamento estratégico para as empresas 
que passam a ter o compromisso de oferecer mais informação ao 
consumidor e de desenvolver produtos mais sustentáveis.
Nos dias atuais, a necessidade de implantar uma gestão da 
qualidade empresarial não pode desconsiderar a dimensão 
ambiental. As empresas devem contar com sistemas organizacionais 
e de produção que valorizem os recursos naturais, potencializem 
e capacitem seu quadro de funcionários e interajam com as 
comunidades locais. Algumas atividades básicas como a reciclagem, 
o incentivo à redução do consumo, a minimização da geração e 
o destino adequado dos resíduos sólidos são desafios desse novo 
cenário.
A incorporação da proteção do ambiente entre os objetivos de 
uma empresa traz diversas mudanças devidas à adoção de práticas 
que representem o cuidado com as questões ambientais.
Uma organização gera bens e serviços, empregos e dividendos, 
porém também consome recursos naturais escassos e gera 
resíduos sólidos, efluentes e outros poluentes que podem causar 
contaminação. Dessa forma, é necessário que a empresa defina e 
amplie sua visão e estabeleça metas para a solução dos problemas 
ambientais.
De acordo com Callenbach (1993), é possível que os investidores 
e acionistas incorporem cada vez mais o conceito de sustentabilidade 
no lugar da estrita rentabilidade como critério para avaliar o 
posicionamento estratégico das empresas.
O Quadro 1.1 apresenta a evolução dos modelos de gestão 
social e ambiental dos anos 1950 até o ano 2002, com a previsão da 
U1 - Gestão ambiental sustentável no ambiente empresarial 13
passagem para o século XXI, incluindo direcionadores de conduta, 
foco do modelo, comportamento organizacional, padrão de gestão, 
motivação e as ações ou ferramentas utilizadas ou recomendadas 
para boas práticas e responsabilidade socioambiental.
Quadro 1.1 | Evolução dos modelos de gestão social e ambiental dos anos 1950 
até 2002
G e s t ã o a m b i e n t a l s u s t e n t á v e l n o a m b i e n t e e m p r e s a r i a l 5
que a empresa defina e amplie sua visão e estabeleça metas para a solução dos 
problemas ambientais.
De acordo com Callenbach (1993), é possível que os investidores e acionistas 
incorporemcada vez mais o conceito de sustentabilidade no lugar da estrita ren‑
tabilidade como critério para avaliar o posicionamento estratégico das empresas.
O Quadro 1.1 apresenta a evolução dos modelos de gestão social e ambien‑
tal dos anos 1950 até o ano 2002, com a previsão da passagem para o século 
XXI, incluindo direcionadores de conduta, foco do modelo, comportamento 
organizacional, padrão de gestão, motivação e as ações ou ferramentas utili‑
zadas ou recomendadas para boas práticas e responsabilidade socioambiental.
Quadro 1.1 Evolução dos modelos de gestão social e ambiental dos anos 1950 até 2002
Anos Direcionadores Foco Comportamento Padrão de gestão
1950 Prevenção de 
despesas
 A natureza 
resolve 
 Indiferença Inexistente
1960
 Acumulação de 
resíduos
 Poluição 
 Diluição e 
dispersão
 Inexistente
 Capacidade li‑
mitada natureza
 Legislação
 Ambientalismo 
industrial 
 Confinamento 
e tratamento 
de resíduos e 
emissões
 Comando e 
controle
 Fim‑de‑tubo
1970 Legislação
 Pressão social
 Proteção am‑
biental
 Proteção am‑
biental
 Comando e 
controle
 Fim‑de‑tubo
1980 
(com 
ênfase em 
1989)
 Legislação
 Pressão social
 Mercado e com‑
petitividade
 Gerenciamento
 Abordagem 
híbrida
 Comando e 
controle
 Fim‑de‑tubo
 Redução de 
poluição
1990
 Legislação
 Pressão social
 Mercado e com‑
petitividade
 Conhecimento e 
inovação
 Ambientalismo 
estratégico res‑
ponsável
 Ecologia indus‑
trial
 Inovação
 Comando e 
controle
 Produção mais 
limpa
 Produção limpa
 Ecoeficiência
Séc. 21
 Legislação
 Pressão social
 Mercado e 
competitividade
 Conhecimento
 Responsabili‑
dade corporativa
 Sustentabilidade
 Inovação
 Gestão do co‑
nhecimento
 Produção
 Ecoeficiência
 Gestão socioam‑
biental respon‑
sável
continua
Sistema Gestao Auditoria Ambiental.indd 5 08/01/14 19:21
6 S I S T E M A S D E G E S T Ã O E A U D I T O R I A A M B I E N T A L
continuação
Anos Motivação Ação/ferramentas
1950 Liberdade para crescimento Descarte descontrolado
1960
 Crescimento Descarte descontrolado
 Taxas e penalidades 
 Estação de tratamento
 Aterros
 Incineração
 Filtros e lavadores
1970 Taxas e penalidades 
 Estação de tratamento
 Aterros
 Incineração
 Filtros e lavadores 
 Minimização ou redução de resíduos
 Reciclagem
 Prevenção
1980 
(com 
ênfase 
em 
1989)
 Taxas e penalidades
 Estação de tratamento
 Aterros
 Incineração
 Filtros e lavadores 
 Minimização ou redução de resíduos
 Reciclagem
 Prevenção
1990
 Taxas e penalidades
 Externalidades e passivos
 Competitividade: custos, diferen‑
ciação e posicionamento
 Imagem
 Globalização
 Políticas públicas
 Estação de tratamento
 Aterros
 Incineração
 Filtros e lavadores
 Minimização ou redução de resíduos
 Reciclagem
 Prevenção
 Avaliação do ciclo de vida
 Ecodesign
 Precaução
Séc. XXI Sustentabilidade da organização
 Responsabilidade corporativa
 Precaução
 Emissão zero
 Intensidade de material por unidade de 
serviço
 Avaliação de resultado final tríplice ou me‑
dição de desempenho de sustentabilidade
Fonte: Furtado (2003, p. 8).
Sistema Gestao Auditoria Ambiental.indd 6 08/01/14 19:21
continua
U1 - Gestão ambiental sustentável no ambiente empresarial14
6 S I S T E M A S D E G E S T Ã O E A U D I T O R I A A M B I E N T A L
continuação
Anos Motivação Ação/ferramentas
1950 Liberdade para crescimento Descarte descontrolado
1960
 Crescimento Descarte descontrolado
 Taxas e penalidades 
 Estação de tratamento
 Aterros
 Incineração
 Filtros e lavadores
1970 Taxas e penalidades 
 Estação de tratamento
 Aterros
 Incineração
 Filtros e lavadores 
 Minimização ou redução de resíduos
 Reciclagem
 Prevenção
1980 
(com 
ênfase 
em 
1989)
 Taxas e penalidades
 Estação de tratamento
 Aterros
 Incineração
 Filtros e lavadores 
 Minimização ou redução de resíduos
 Reciclagem
 Prevenção
1990
 Taxas e penalidades
 Externalidades e passivos
 Competitividade: custos, diferen‑
ciação e posicionamento
 Imagem
 Globalização
 Políticas públicas
 Estação de tratamento
 Aterros
 Incineração
 Filtros e lavadores
 Minimização ou redução de resíduos
 Reciclagem
 Prevenção
 Avaliação do ciclo de vida
 Ecodesign
 Precaução
Séc. XXI Sustentabilidade da organização
 Responsabilidade corporativa
 Precaução
 Emissão zero
 Intensidade de material por unidade de 
serviço
 Avaliação de resultado final tríplice ou me‑
dição de desempenho de sustentabilidade
Fonte: Furtado (2003, p. 8).
Sistema Gestao Auditoria Ambiental.indd 6 08/01/14 19:21
Fonte: Furtado (2003, p. 8).
continuação
U1 - Gestão ambiental sustentável no ambiente empresarial 15
Seção 2
Dimensões da sustentabilidade
Introdução à seção
Já discutimos anteriormente sobre a importância do 
desenvolvimento sustentável. Vamos conhecer um pouco mais 
sobre sua conceituação e dimensões de sustentabilidade.
Você sabe o que é desenvolvimento sustentável?
A expressão ecodesenvolvimento surgiu na década de 1970 e foi 
substituída ao longo do tempo por desenvolvimento sustentável. Na 
década de 1980, esse conceito foi popularizado por meio do Relatório 
Nosso Futuro Comum, denominado Relatório Brundtland, de 1987.
Na década de 1990, a União Internacional para a Conservação 
da Natureza e dos Recursos Naturais (MUNRO, 1991) definiu 
desenvolvimento sustentável como o processo que melhora as 
condições de vida das comunidades humanas e, ao mesmo tempo, 
respeita os limites de carga dos ecossistemas. Ainda nessa década, 
negociações ocorridas durante a Conferência Rio 92 refletiram as 
preocupações das nações mais pobres ao declarar como um princípio 
básico o direito ao desenvolvimento. Os estudos conduzidos como 
subsídios a essas negociações mostraram claramente que os padrões 
de consumo do hemisfério norte foram os principais responsáveis 
pelos problemas emergentes de mudança climática (PARIKH et al., 
1991).
A Conferência Internacional das Nações Unidas sobre o Meio 
Ambiente e Desenvolvimento, realizada na cidade do Rio de Janeiro em 
1992, foi a consagração do paradigma do desenvolvimento sustentável 
ampliou as expectativas da construção de uma nova perspectiva 
mundial para romper com o ciclo de insustentabilidade do planeta.
Na ocasião, o termo desenvolvimento sustentável caracterizou-
se como um modelo de desenvolvimento baseado na conservação 
e utilização racional de recursos naturais e no objetivo de atender 
às necessidades das gerações atuais e futuras, em que as ações de 
desenvolvimento não existem desvinculadas do meio ambiente, e o 
que se busca são limites para essa relação.
U1 - Gestão ambiental sustentável no ambiente empresarial16
Nesse sentido, as empresas assumem um papel de extrema 
importância, pois sua prática empresarial deve assumir a diretriz da 
sustentabilidade, e essa prática provocará mudanças de valores e de 
orientação em suas rotinas e sistemas operacionais, que deverão estar 
sempre voltadas para o desenvolvimento sustentável e a preservação 
do meio ambiente.
Donaire (1999) defende que a questão do desenvolvimento 
econômico deve considerar o novo conceito de desenvolvimento 
sustentável, induzindo a um espírito de responsabilidade comum em 
que o desenvolvimento da tecnologia deverá estar em equilíbrio com 
a natureza.
Para Almeida (2002) a ideia do desenvolvimento sustentável é 
de integração e interação, por meio de uma nova maneira de olhar 
baseada no diálogo entre saberes e conhecimentos diversos. De 
acordo com o autor, todas as dimensões estão inter-relacionadas, 
em permanente interação, e apresentam as diferenças entre o velho 
e o novo paradigma da sustentabilidade, como pode ser visto no 
Quadro 1.2.
Links
Para que você possa analisar o conteúdo do Relatório “Nosso Futuro 
Comum”, acesse: <http://pt.scribd.com/doc/12906958/Relatorio-
Brundtland-Nosso-Futuro-Comum-Em-Portugues>.
Quadro 1.2 | Paradigma cartesiano versusparadigma da sustentabilidade
8 S I S T E M A S D E G E S T Ã O E A U D I T O R I A A M B I E N T A L
mudanças de valores e de orientação em suas rotinas e sistemas operacionais, 
que deverão estar sempre voltadas para o desenvolvimento sustentável e a 
preservação do meio ambiente.
Donaire (1999) defende que a questão do desenvolvimento econômico deve 
considerar o novo conceito de desenvolvimento sustentável, induzindo a um 
espírito de responsabilidade comum em que o desenvolvimento da tecnologia 
deverá estar em equilíbrio com a natureza.
Para Almeida (2002) a ideia do desenvolvimento sustentável é de integração 
e interação, por meio de uma nova maneira de olhar baseada no diálogo entre 
saberes e conhecimentos diversos. De acordo com o autor, todas as dimensões 
estão inter‑relacionadas, em permanente interação, e apresentam as diferenças 
entre o velho e o novo paradigma da sustentabilidade, como pode ser visto no 
Quadro 1.2.
Quadro 1.2 Paradigma cartesiano versus paradigma da sustentabilidade
Cartesiano Sustentável
Reducionista, mecanicista, tecnocêntrico Orgânico, holístico, participativo 
Fatos e valores não relacionados Fatos e valores fortemente relacionados 
Preceitos éticos desconectados das práticas 
cotidianas 
Ética integrada ao cotidiano 
Separação entre o objetivo e o subjetivo Interação entre o objetivo e o subjetivo 
Seres humanos e ecossistemas separados, em 
uma relação de dominação 
Seres humanos inseparáveis dos ecossistemas, 
em uma relação de sinergia 
Conhecimento compartimentado e empírico Conhecimento indivisível, empírico e intuitivo 
Relação linear de causa e efeito Relação não linear de causa e efeito 
Natureza entendida como descontínua, o todo 
formado pela soma das partes 
Natureza entendida como um conjunto de 
sistemas inter‑relacionados, o todo maior que 
a soma das partes 
Bem‑estar avaliado por relação de poder (di‑
nheiro, influência, recursos) 
Bem‑estar avaliado pela qualidade das inter‑
‑relações entre os sistemas ambientais e 
sociais 
Ênfase na quantidade (renda per capita) Ênfase na qualidade (qualidade de vida) 
Análise Síntese 
Centralização de poder Descentralização de poder 
Especialização Transdisciplinaridade 
Ênfase na competição Ênfase na cooperação 
Pouco ou nenhum limite tecnológico 
Limite tecnológico definido pela sustentabili‑
dade 
Fonte: Almeida (2002, p. 65).
Sistema Gestao Auditoria Ambiental.indd 8 08/01/14 19:21
continua
U1 - Gestão ambiental sustentável no ambiente empresarial 17
8 S I S T E M A S D E G E S T Ã O E A U D I T O R I A A M B I E N T A L
mudanças de valores e de orientação em suas rotinas e sistemas operacionais, 
que deverão estar sempre voltadas para o desenvolvimento sustentável e a 
preservação do meio ambiente.
Donaire (1999) defende que a questão do desenvolvimento econômico deve 
considerar o novo conceito de desenvolvimento sustentável, induzindo a um 
espírito de responsabilidade comum em que o desenvolvimento da tecnologia 
deverá estar em equilíbrio com a natureza.
Para Almeida (2002) a ideia do desenvolvimento sustentável é de integração 
e interação, por meio de uma nova maneira de olhar baseada no diálogo entre 
saberes e conhecimentos diversos. De acordo com o autor, todas as dimensões 
estão inter‑relacionadas, em permanente interação, e apresentam as diferenças 
entre o velho e o novo paradigma da sustentabilidade, como pode ser visto no 
Quadro 1.2.
Quadro 1.2 Paradigma cartesiano versus paradigma da sustentabilidade
Cartesiano Sustentável
Reducionista, mecanicista, tecnocêntrico Orgânico, holístico, participativo 
Fatos e valores não relacionados Fatos e valores fortemente relacionados 
Preceitos éticos desconectados das práticas 
cotidianas 
Ética integrada ao cotidiano 
Separação entre o objetivo e o subjetivo Interação entre o objetivo e o subjetivo 
Seres humanos e ecossistemas separados, em 
uma relação de dominação 
Seres humanos inseparáveis dos ecossistemas, 
em uma relação de sinergia 
Conhecimento compartimentado e empírico Conhecimento indivisível, empírico e intuitivo 
Relação linear de causa e efeito Relação não linear de causa e efeito 
Natureza entendida como descontínua, o todo 
formado pela soma das partes 
Natureza entendida como um conjunto de 
sistemas inter‑relacionados, o todo maior que 
a soma das partes 
Bem‑estar avaliado por relação de poder (di‑
nheiro, influência, recursos) 
Bem‑estar avaliado pela qualidade das inter‑
‑relações entre os sistemas ambientais e 
sociais 
Ênfase na quantidade (renda per capita) Ênfase na qualidade (qualidade de vida) 
Análise Síntese 
Centralização de poder Descentralização de poder 
Especialização Transdisciplinaridade 
Ênfase na competição Ênfase na cooperação 
Pouco ou nenhum limite tecnológico 
Limite tecnológico definido pela sustentabili‑
dade 
Fonte: Almeida (2002, p. 65).
Sistema Gestao Auditoria Ambiental.indd 8 08/01/14 19:21
Fonte: Almeida (2002, p. 65).
Os empresários, nesse novo enfoque da sustentabilidade, são levados 
a compreender melhor as mudanças estruturais e a interrelação das 
áreas ambiental, econômica e social.
O novo paradigma de desenvolvimento sustentável introduz as 
dimensões de sustentabilidade na gestão empresarial de forma a 
considerar o desenvolvimento dentro de um processo de mudança 
social, com previsão da democratização do acesso aos recursos 
naturais.
Sachs (1993, p. 25) enfatizou a necessidade de incorporar cinco 
dimensões de sustentabilidade no planejamento do desenvolvimento, 
as quais deveriam ser consideradas de forma simultânea:
Sustentabilidade social — entendida como a consolidação
de um processo de desenvolvimento baseado no 
crescimento orientado pela visão do que é a boa sociedade;
Sustentabilidade econômica — refere-se à alocação e 
gestão mais eficiente dos recursos e por um fluxo regular 
do investimento público e privado;
Sustentabilidade ecológica — que pode ser incrementada
por meio do uso racional dos recursos naturais, limitação
do consumo de combustíveis fósseis, redução do volume 
de resíduos e de poluição; intensificação da pesquisa e 
implantação de tecnologias limpas;
Sustentabilidade espacial — refere-se a uma melhor 
distribuição territorial de assentamentos humanos e 
atividades econômicas; principalmente no que se refere 
à concentração excessiva nas áreas metropolitanas, 
destruição de ecossistemas frágeis e estabelecimento de 
uma rede de reservas naturais e de biosfera para proteger 
a biodiversidade e;
Sustentabilidade cultural — visando a um desenvolvimento
que respeite as especificidades de cada ecossistema, de 
cada cultura e de cada local.
continuação
U1 - Gestão ambiental sustentável no ambiente empresarial18
Entretanto, para Guimarães (1997, p. 32), o processo de construção 
social do desenvolvimento sustentável é baseado em sete dimensões 
que podem aparecer ora isoladas, ora de forma combinada nas várias 
dinâmicas:
Sustentabilidade ecológica — base física do processo de 
crescimento; tem como objetivo a conservação e o uso 
racional do estoque de recursos naturais incorporados às 
atividades produtivas;
Sustentabilidade ambiental — relacionada à capacidade 
de suporte dos ecossistemas associados de absorver ou se 
recuperar das agressões derivadas da ação humana (ação 
antrópica), implicando um equilíbrio entre as taxas de 
emissão e/ou produção de resíduos e as taxas de absorção 
e/ou regeneração da base natural de recursos;
Sustentabilidade demográfica — revela os limites da 
capacidade de suporte de determinado território e de 
sua base de recursos; implica cotejar os cenários ou as 
tendências de crescimento econômico com as taxas 
demográficas, sua composição etária e os contingentes de 
população economicamente ativa esperados;
Sustentabilidade cultural — necessidade de manter a 
diversidade de culturas, valores e práticas existentes no 
planeta, no país e/ou em uma região e que integram ao 
longo do tempo as identidades dos povos;
Sustentabilidade social — objetivapromover a melhoria da 
qualidade de vida e a reduzir os níveis de exclusão social 
por meio de políticas de justiça redistributiva;
Sustentabilidade política — relacionada à construção da 
cidadania plena dos indivíduos por meio do fortalecimento 
dos mecanismos democráticos de formulação e de 
implementação das políticas públicas em escala global, diz 
respeito ainda ao governo e à governabilidade nas escalas 
local, nacional e global; e,
Sustentabilidade institucional — necessidade de criar e 
fortalecer engenharias institucionais e/ou instituições 
cujo desenho e aparato já levem em conta critérios de 
sustentabilidade.
Guimarães (1997) apresenta duas dimensões a mais que Sachs 
(1993), sendo a política e a institucional. A primeira relacionada aos 
mecanismos de democracia, visando à cidadania e à implementação 
de políticas públicas; e a segunda relacionada ao fortalecimento dos 
aspectos institucionais.
U1 - Gestão ambiental sustentável no ambiente empresarial 19
De acordo com Kraemer (2004, p. 8), as empresas que integram 
a lista do Dow Jones de Sustentabilidade (DJSI) possuem diversos 
benefícios, tais como:
• Reconhecimento público da preocupação com a área
ambiental e social;
• Reconhecimento dos stakeholders importantes tais como 
legisladores, clientes e empregados (por exemplo, conduzir 
a uma lealdade melhor do cliente e do empregado);
• Benefício financeiro crescente pelos investimentos 
baseados no índice;
• Os resultados altamente visíveis, internos e externos à 
companhia, como todos os componentes são anunciados 
publicamente pelo Boletim do Índice e a companhias são 
intituladas a usar “membro da etiqueta oficial de DJSI”.
Dessa forma, observa-se que as empresas estão mais preocupadas 
com os aspectos sociais e ambientais, o que reduz o risco dos seus 
investimentos.
É crescente a quantidade de empresas preocupadas em incorporar 
um processo de gestão ambiental. Um dos principias aspectos que as 
motiva é a análise do ciclo de vida dos produtos e também os aspectos 
relacionados à questão dos passivos ambientais. A gestão ambiental faz 
parte da gestão de uma empresa: nessa área planeja-se e se implanta 
políticas e estratégias ambientais por meio de ações preventivas e 
corretivas.
Para Meyer (2000, p. 38) a gestão ambiental tem como objetivo:
Questão para reflexão
Por que é tão importante existir a gestão ambiental sustentável em uma 
empresa? E por que ela gera tantas mudanças?
• Manter o ambiente saudável de forma a atender às 
necessidades humanas atuais, sem comprometer o 
atendimento das necessidades das gerações futuras;
• Buscar meios de atuar sobre as modificações causadas no 
meio ambiente pelo uso e/ou descarte dos bens e detritos 
U1 - Gestão ambiental sustentável no ambiente empresarial20
gerados pelas atividades humanas, a partir de um plano de 
ação viáveis técnica e economicamente, com prioridades 
perfeitamente definidas;
• Identificar instrumentos de monitoramentos, controles, 
taxações, imposições, subsídios, divulgação, obras e ações 
mitigadoras, além de treinamento e conscientização;
• Identificar bases de atuação de diagnósticos ambientais da 
área de atuação, a partir de estudos e pesquisas dirigidos em 
busca de soluções para os problemas que forem detectados.
É inevitável que quando uma empresa implanta a gestão ambiental 
passa por uma mudança significativa em sua rotina diária, seus hábitos 
e atitudes mudando a cultura empresarial existente. Dessa forma, a 
gestão ambiental altera muitos paradigmas e tem se apresentado 
como um dos grandes desafios na atualidade.
Macedo (1994) apresenta no Quadro 1.3 uma visão geral da gestão 
ambiental.
Quadro 1.3 | Visão geral da gestão ambiental
12 S I S T E M A S D E G E S T Ã O E A U D I T O R I A A M B I E N T A L
Quadro 1.3 Visão geral da gestão ambiental
GESTÃO AMBIENTAL
Gestão de processos 
Gestão de 
resultados 
Gestão de 
sustentabilidade 
Gestão do plano 
ambiental 
Exploração de recursos Emissões gasosas Qualidade do ar 
Princípios e 
compromissos 
Transformação de recursos Efluentes líquidos Qualidade da água Política ambiental 
Acondicionamento de 
recursos 
Resíduos sólidos Qualidade do solo Conformidade legal 
Transporte de recursos Particulados 
Abundância e diversi‑
dade da flora 
Objetivos e metas 
Aplicação e uso de 
recursos 
Odores 
Abundância e diversi‑
dade da fauna 
Programa ambiental 
Quadros de riscos 
ambientais 
Ruídos e vibrações 
Qualidade de vida do 
ser humano 
Projetos ambientais 
Situações de emergência Iluminação Imagem institucional 
Ações corretivas e 
preventivas 
Fonte: Macedo (1994 apud KRAEMER, 2004, p. 9).
De acordo com Macedo (1994 apud KRAEMER, 2004, p. 10), a gestão 
ambiental se divide em quatro níveis:
 Gestão de processos — envolvendo a avaliação da qua‑
lidade ambiental de todas as atividades, máquinas e 
equipamentos relacionados a todos os tipos de manejo 
de insumos, matérias‑primas, recursos humanos, recursos 
logísticos, tecnologias e serviços de terceiros;
 Gestão de resultados — envolvendo a avaliação da qua‑
lidade ambiental dos processos de produção, através de 
seus efeitos ou resultados ambientais, ou seja, emissões 
gasosas, efluentes líquidos, resíduos sólidos, particulados, 
odores, ruídos, vibrações e iluminação;
 Gestão de sustentabilidade — envolvendo a avaliação da 
capacidade de resposta do ambiente aos resultados dos 
processos produtivos que nele são realizados e que o afe‑
tam, através da monitoração sistemática da qualidade do 
ar, da água, do solo, da flora, da fauna e do ser humano;
 Gestão do plano ambiental — envolvendo a avaliação sis‑
temática e permanente de todos os elementos constituintes 
do plano de gestão ambiental elaborado e implementado, 
aferindo‑o e adequando‑o em função do desempenho 
ambiental alcançado pela organização;
 Os instrumentos de gestão ambiental objetivam melhorar 
a qualidade ambiental e o processo decisório. São apli‑
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Fonte: Macedo (1994 apud KRAEMER, 2004, p. 9).
De acordo com Macedo (1994 apud KRAEMER, 2004, p. 10), a 
gestão ambiental se divide em quatro níveis:
• Gestão de processos — envolvendo a avaliação da 
qualidade ambiental de todas as atividades, máquinas e 
U1 - Gestão ambiental sustentável no ambiente empresarial 21
equipamentos relacionados a todos os tipos de manejo 
de insumos, matérias-primas, recursos humanos, recursos 
logísticos, tecnologias e serviços de terceiros;
• Gestão de resultados — envolvendo a avaliação da 
qualidade ambiental dos processos de produção, através 
de seus efeitos ou resultados ambientais, ou seja, emissões 
gasosas, efluentes líquidos, resíduos sólidos, particulados, 
odores, ruídos, vibrações e iluminação; 
• Gestão de sustentabilidade — envolvendo a avaliação 
da capacidade de resposta do ambiente aos resultados 
dos processos produtivos que nele são realizados e que o 
afetam, através da monitoração sistemática da qualidade do 
ar, da água, do solo, da flora, da fauna e do ser humano;
• Gestão do plano ambiental — envolvendo a avaliação 
sistemática e permanente de todos os elementos 
constituintes do plano de gestão ambiental elaborado e 
implementado, aferindo-o e adequando-o em função do 
desempenho ambiental alcançado pela organização;
• Os instrumentos de gestão ambiental objetivam melhorar 
a qualidade ambiental e o processo decisório. São 
aplicados a todas as fases dos empreendimentos e podem 
ser: preventivos, corretivos, de remediação e proativos, 
dependendo da fase em que são implementados.
É importante que as corporações se organizem internamente para 
atingir um grau de excelência em seus sistemas de gestão, já que seu 
sucesso está intimamente relacionado com seus resultados, inclusive 
os ambientais.
Vamos conhecer agora os beneficios da incorporação da gestão 
ambiental em uma organização.
De acordo com North (apud CAGNIN, 2000) os benefícios da 
gestão ambiental se dividem em benefícios econômicos e estratégicos 
e seapresentam da seguinte forma:
Benefícios econômicos
• Economia de custos.
• Redução do consumo de água, energia e outros insumos.
• Reciclagem, venda e aproveitamento de resíduos, e 
diminuição de efluentes.
• Redução de multas e penalidades por poluição.
• Incremento de receita.
U1 - Gestão ambiental sustentável no ambiente empresarial22
• Aumento da contribuição marginal de produtos, que 
podem ser vendidos a preços mais altos.
• Aumento da participação no mercado, devido à inovação 
dos produtos e à menor concorrência.
• Linhas de novos produtos para novos mercados.
• Aumento da demanda para produtos que contribuam para 
a diminuição da poluição.
Benefícios estratégicos
• Melhoria da imagem institucional.
• Renovação da carteira de produtos.
• Aumento da produtividade.
• Alto comprometimento do pessoal.
• Melhoria nas relações de trabalho.
• Melhoria da criatividade para novos desafios.
• Melhoria das relações com os órgãos governamentais, 
comunidade e grupos ambientalistas.
• Acesso assegurado ao mercado externo.
• Melhor adequação aos padrões ambientais (CAGNIN,
2000, p. 67).
A gestão ambiental envolve funcionários, alta direção, acionistas, 
fornecedores, comunidade e clientes na busca da preservação do meio 
ambiente, de forma não mais exclusiva de uma atitude ecologicamente 
correta, mas para uma mudança de postura, evidenciando uma 
responsabilidade corporativa e, para tanto, busca formas de amenizar 
os impactos causados pela sua atividade junto às partes interessadas. 
Dessa forma a incorporação da gestão ambiental apresenta-se como 
uma visão estratégica que contempla relacionamento com comunidade 
e sociedade, em uma visão de longo prazo e demonstração nítida de 
sustentabilidade.
Há muito tempo que os problemas ambientais restringiam-se 
somente a ecologistas idealistas, porém, atualmente essa questão 
faz parte do cotidiano. A crise ambiental é fenômeno presente em 
todos os países, a acentuada degradação que ocorreu pós-Revolução 
Industrial impacta diretamente na sobrevivência do homem, tendo 
em vista que os recursos naturais necessários para manutenção do 
consumo humano são finitos, enquanto que o atual estilo de vida da 
sociedade que contempla um consumismo exacerbado é ilimitado. 
Andreoli (2002, p. 62) ressalta que:
U1 - Gestão ambiental sustentável no ambiente empresarial 23
Justamente a responsabilidade ética de empresários e 
políticos mais arrojados foi capaz de comprovar na prática 
que há vantagens em ultrapassar essa visão unilateral 
do meio ambiente como um custo e considerá-lo uma 
oportunidade. A iniciativa de adotar os princípios da 
gestão ambiental, numa economia que se caracteriza pelo 
elevado desperdício de recursos, determina um importante 
diferencial competitivo. Há anos a comercialização 
superou a produção como fator limitante da atividade 
econômica; tornou-se mais difícil vender do que produzir. 
A colocação de produtos no mercado globalizado exige 
diferenciais de competitividade, definidos principalmente 
pelo preço e pela qualidade. Devemos observar 
cuidadosamente que os clássicos conceitos de qualidade 
do produto estão bastante ampliados, com um grande 
destaque à qualidade ambiental. Dentro dessa perspectiva 
os investimentos na sustentabilidade, além de essenciais 
à qualidade ambiental, podem representar um importante 
diferencial especialmente para exportações a mercados 
altamente promissores.
As organizações já perceberam que para se manter competitivas 
é necessário bem mais que uma simples campanha de marketing. 
Atualmente os consumidores estão mais atentos e valorizam os 
investimentos realizados para melhoria de produtos, em especial 
aqueles voltados para a qualidade de vida, por meio de ações e atitudes 
que visam à qualidade ambiental.
De acordo com Andreoli (2002), alguns princípios de gestão 
ambiental tais como a eliminação de desperdícios, a inserção de 
tecnologias limpas e a reciclagem de insumos são condição de 
sobrevivência empresarial.
As exigências ambientais variam de um país para outro, em alguns 
as exigências são maiores e as práticas ambientais são constantes, 
fazendo parte da rotina de uma organização e seus fornecedores 
que precisam se adequar para atender aos rigorosos padrões de 
exigência ambiental para sustentação de seus clientes. Nesse 
contexto, quanto maior for o potencial poluidor ou extrativista das 
atividades de uma empresa, maior ênfase deve ser dada à questão 
ambiental.
U1 - Gestão ambiental sustentável no ambiente empresarial24
Para saber mais
Para que você possa refletir um pouco mais sobre o tema 
sustentabilidade, dedique cerca de cinco minutos de seu tempo e 
assista ao vídeo A sustentabilidade — Gestão para Sustentabilidade, 
disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=GZ8js2FX0mU>. 
Acesso em: 16 out. 2017.
Outro grupo preocupado em pressionar o atendimento das 
empresas aos requisitos ambientais são os investidores, que desejam 
saber se estão aplicando seus recursos em uma empresa sólida; outro 
que também se preocupa com esse atendimento são os agentes 
financeiros e as seguradoras que vinculam a liberação de recursos ou 
contratos de seguros somente após uma avaliação ambiental. Além 
desses já citados, está a sociedade e as ONGs protetoras do meio 
ambiente, cada vez mais conscientes e exigentes em relação ao 
cumprimento ao atendimento legal.
A incorporação da gestão ambiental em uma empresa propicia 
melhorias em produtos, processos e serviços, possibilitando reduções 
nos impactos ambientais por ela causados.
De acordo com Viterbo Júnior (1998, p. 51), “[...] a gestão ambiental 
nada mais é do que a forma como uma organização administra as 
relações entre suas atividades e o meio ambiente que as abriga, 
observadas as expectativas das partes interessadas”.
Para concluir o estudo da unidade
Resumo
Chegamos ao final desta unidade, momento para reflitir sobre a 
importância da gestão ambiental inserida na gestão empresarial e 
avaliar os benefícios que ela pode vir a obter. Participe de todas as 
atividades propostas nesta unidade, estude os materiais indicados, 
assista aos vídeos, estude o conteúdo desta unidade e com certeza 
você estará apto para contribuir na condução e gestão sustentável de 
uma empresa.
Esta unidade trouxe assuntos muito atuais, levando-nos a 
compreender a importância da gestão ambiental nas empresas/
organizações.
U1 - Gestão ambiental sustentável no ambiente empresarial 25
Você pôde observar as características das empresas com o 
paradigma da sustentabilidade e a importância da inter-relação das 
áreas ambiental, econômica e social.
Você teve acesso à discussão das questões relacionadas à 
responsabilidade socioambiental no que diz respeito à importância do 
papel do mundo corporativo na preservação do meio ambiente.
Para finalizar, gostaria de ressaltar a importância da necessidade de 
incorporar a variável ambiental na gestão empresarial, não somente 
por uma necessidade de cumprimento à legislação, mas como uma 
mudança de postura voltada à sustentabilidade do desenvolvimento 
econômico.
Atividades de aprendizagem da unidade
1. Busque saber sobre os riscos que as empresas estão expostas quando 
não incorporam a variável ambiental em sua gestão.
2. Busque informações na sua cidade sobre os requisitos exigidos para o 
licenciamento ambiental.
3. Procure analisar projetos de empresas com ações de responsabilidade 
socioambiental.
4. Chegando ao final desta unidade, faça uma revisão do conteúdo e 
verifique se ficou claro para você a importância da gestão ambiental nas 
empresas.
Unidade 2
Considerações sobre a 
ISO 14000
Nesta unidade, você conhecerá a normalização brasileira, sua 
cronologia e a série de normas que compõem a ISO 14000.
Objetivos de aprendizagem
Nesta seção, você conhecerá os objetivos das normas ambientais e, 
assim entenderá melhor os benefícios e motivações que levam as empresas a 
implementarem o sistema de gestão ambiental.
Nesta seção, você conhecerá as normas relacionadas à avaliaçãodo ciclo 
de vida e compreenderá para que serve essa ferramenta.
Seção 1 | Normas ISO 14000
Seção 2 | Normas de Avaliação do Ciclo de Vida (ACV)
Rosimeire Midori Suzuki Rosa Lima
Introdução à unidade
A busca da qualidade tem conduzido as empresas ao sucesso 
organizacional, pois a qualidade está diretamente relacionada à 
satisfação de um produto ou serviço.
Com o passar do tempo, a qualidade passou a integrar também 
o conceito da qualidade ambiental nas estratégias de gestão das 
empresas, devido principalmente à preocupação com a extração 
ilimitada dos recursos naturais que demonstrou ser insustentável.
Fatores tais como a necessidade em atender aos requisitos legais e à 
exigência de investidores, o cliente consciente e a sociedade passaram 
a exigir empresas voltadas para a proteção ambiental.
Diante de tais pressões, as organizações de um modo geral 
não tinham mais como desconsiderar os aspectos relacionados à 
preservação do meio ambiente, ou seja, a qualidade ambiental das 
empresas torna-se requisito para sua manutenção.
Atualmente, mesmo as organizações que já possuem um sistema 
documentado de qualidade, por meio da padronização de seus 
processos e produtos, necessitam ir além, e para isso devem incluir em 
seu sistema de gestão o instrumento da qualidade ambiental: a gestão 
ambiental.
Para alcançar a qualidade ambiental, utilizam-se as mesmas 
ferramentas utilizadas pela empresa para assegurar a qualidade de sua 
produção: treinamento, planos de ação, controle de documentação, 
organização e limpeza, injeções e análises periódicas da situação (as 
auditorias).
Estes procedimentos são realizados por meio da normalização 
pelas empresas, de forma a representar, efetivamente, um instrumento 
de administração e de gerência da produção nos processos industriais.
U2 - Considerações sobre a ISO 1400030
Seção 1
Normas ISO 14000
Introdução à seção
Você sabia que a ISO 14000 não é obrigatória? Ela tem caráter 
voluntário, isto é, é uma decisão da empresa implantá-la.
Você sabe o que é normalização?
Podemos definir normalização como o processo de estabelecer e 
aplicar normas, ordenando uma atividade específica, com a participação 
de todos os interessados e, em particular, de promover a otimização 
da economia, levando em consideração as condições funcionais e as 
exigências de segurança.
A normalização tem por objetivo: aumentar a produtividade, 
melhorar a qualidade do produto e proporcionar uma maior segurança 
e satisfação para o consumidor, visando proteger a saúde e a segurança 
humana; a busca constante por melhores índices de produtividade; 
a conservação das fontes de recursos naturais; a minimização do 
desperdício; ajudar na incorporação de novas tecnologias; e facilitar 
o comércio nacional e internacional. A normalização pode ter um ou 
mais objetivos específicos, conforme o produto, processo ou serviço, 
a saber:
• Proteção ao consumidor: comprar produtos normalizados nos 
induz a estarmos comprando um produto com qualidade comprovada, 
fabricado de acordo com as respectivas normas técnicas, no qual temos 
a garantia de que o fabricante utilizou processos e matérias-primas 
controlados e também, o que é mais importante, que o produto 
adquirido irá atender aos nossos desejos e/ou necessidades.
• Simplificação: a simplificação traz como principal virtude a 
limitação da variedade dos produtos fabricados e seus componentes, 
o que leva à intercambialidade, ou seja, a capacidade de o fabricante 
produzir grandes lotes dos produtos e componentes, garantindo a 
substituição, pois mantém as características originais dos produtos e 
não altera o seu desempenho em caso de consertos ou substituições 
de peças.
• Eliminação de barreiras comerciais: com a normalização é 
U2 - Considerações sobre a ISO 14000 31
possível eliminar as barreiras técnicas do comércio internacional, pois 
com ela pode-se alcançar a concordância com relação às normas 
técnicas internacionais de fabricação, a exemplo do que acontece nos 
Comitês Técnicos da ISO e IEC, a respeito do conteúdo técnico das 
normas. Na fabricação aplica-se o princípio da referência às normas 
nas regras dos desenhos e regulamentos de cada país.
• Segurança: a segurança talvez seja o objetivo maior das normas 
técnicas e da normalização industrial, pois traz consigo a proteção da 
vida humana. Segundo as normas, os produtos devem ser fabricados 
dentro de critérios que os façam alcançarem elevado grau de 
confiabilidade não só quando novos, mas também ao longo de sua 
vida útil.
• Economia: a normalização traz em seu bojo a sistematização e 
ordenação das atividades e procedimentos de produção, o que leva 
à redução dos custos dos produtos e serviços, trazendo economia 
para os fornecedores e clientes.
• Comunicação: na engenharia podemos buscar exemplos 
nos quais a comunicação normalizada pode levar à simplificação 
dos entendimentos dos produtos elaborados independentemente 
do país onde foram produzidos. As ISO 128 e 129 (Desenhos de 
Engenharia) apresentam a uniformalização dos desenhos dos 
projetos de engenharia, permitindo a sua compreensão em 
qualquer parte do globo. Já as ISO 31 e 1000 (Prática dos Sistemas 
Internacionais) nos fornece os meios de representar as dimensões e 
quantidades de forma igual em tudo o mundo.
Nesses casos, os requisitos especificados são expressos de 
forma a serem compreendidos facilmente, o que facilita e garante a 
comunicação entre fabricante/cliente.
Para saber mais
Saiba que para a classificação das normas são adotadas duas categorias: 
tipo e nível.
1.1 Classificação das normas
As normas podem ser classificadas de várias maneiras, conforme 
a ênfase que se deseja. As normas quanto ao tipo e nível apresentam 
duas classificações principais.
Existem sete tipos de normas, a saber (NUNES et al., 2003):
U2 - Considerações sobre a ISO 1400032
• De especificação: são normas que especificam quais 
características, sejam elas físicas, químicas ou outras, os produtos 
ou materiais devem apresentar. Destinam-se a determinar as 
características de materiais, processos, componentes, equipamentos 
e elementos de construção, assim como as condições de aceitação 
ou rejeição de materiais, produtos semiacabados ou acabados. 
Como exemplo, temos a NBR 10.721/96, que especifica as 
características e os ensaios a que devem satisfazer os extintores de 
incêndio com carga de pó químico.
• De procedimento: essas normas fixam as rotinas ou condições 
de procedimento para a realização de algo, como, por exemplo, 
elaboração de cálculos estruturais, projetos, obras, serviços e 
instalações, emprego de materiais e produtos industriais etc. A 
norma NBR 5410 — Instalações elétricas de baixa tensão é um 
exemplo desse tipo de norma.
• De classificação: essas normas destinam-se a ordenar, designar, 
distribuir e subdividir conceitos, materiais ou objetos de acordo com 
determinada sistemática. Elas agrupam ou dividem em classes um 
determinado campo do conhecimento. Um exemplo é a NBR 5980, 
que estabelece os critérios para a designação dos diferentes estilos 
de caixas de papelão.
• De ensaio: são normas que preconizam como realizar o 
teste das propriedades de materiais ou artigos manufaturados. 
Têm a finalidade de indicar o modo de determinar ou verificar as 
características, condições ou requisitos exigidos de um material ou 
produto de acordo com suas especificações ou de uma obra ou 
instalação de acordo com seus respectivos projetos. A NBR 11.768 
— Aditivos para concreto de cimento Portland é exemplo de uma 
norma de ensaio.
• De terminologia: as normas de terminologia servem para 
definir os termos e expressões associadas a um dado campo de 
conhecimento. Visam o estabelecimento de uma linguagem 
uniforme em um determinado setor de atividade. Como exemplo, 
a NBR ISO 9000, que define os termos relativos aos conceitos de 
qualidade.
• De simbologia: normas que estabelecem símbolos visuais para 
serem associados a produtos e indicações de serviços. Essas normasfixam condições gráficas, ou seja, símbolos gráficos paragrandezas, 
U2 - Considerações sobre a ISO 14000 33
sistemas, com a finalidade de representar esquemas de montagem, 
circuitos, componentes de circuitos, fluxogramas etc. Um bom 
exemplo é a NBR 5444 que estabelece símbolos gráficos referentes 
às instalações elétricas prediais.
• De padronização: essas normas destinam-se a reduzir a 
variedade de tamanhos de produtos ou opções de serviços. 
Restringem a variedade pelo estabelecimento de condições 
precisas a serem satisfeitas de modo a uniformizar as características 
geométricas ou físicas de elementos de fabricação, produtos 
semiacabados, desenhos e projetos. Como exemplo, a NBR 6017, 
que padroniza as dimensões das válvulas usadas para inflar e 
desinflar pneus.
1.2 Níveis de normalização
Conforme seus níveis, as normas técnicas podem ser de caráter 
internacional (ISO — IEC), regional (Mercosul — Copant), Nacional 
(ABNT — DIN — ANSI) ou normas de empresas.
Como já vimos, as normas técnicas se aplicam a produtos, 
processos, sistemas de gestão, pessoal, ou seja, nos mais diversos 
campos da atividade humana e são usualmente estabelecidas 
pelo próprio cliente, no fornecimento de bens ou serviços; 
esse estabelecimento pode ser feito explicitamente (quando o 
cliente define claramente a norma a ser aplicada) ou quando ele 
simplesmente espera que as normas em vigor sejam seguidas.
Sem as normas, existiriam dificuldades no avanço tecnológico, 
na execução de algumas atividades e também na comercialização 
de produtos entre países.
As normas podem vir a ser usadas para ordenar o cumprimento 
de regulamentos técnicos e também com grande frequência 
referem-se a outras normas necessárias para a sua aplicação.
1.3 Uso de normas
Você sabe para que servem as normas?
São inúmeras as utilidades das normas, desde a proteção aos 
projetos estruturais de um edifício até outras variadas finalidades 
como, por exemplo, a realização de ensaios ou para a certificação.
É comum o cliente desejar que o produto, além de seguir 
U2 - Considerações sobre a ISO 1400034
determinada norma, tenha conformidade com essa mesma norma 
demonstrada, utilizando-se de procedimentos de avaliação desta 
conformidade.
Existem casos nos quais esses referidos procedimentos de 
avaliação da conformidade, em particular a certificação, são 
obrigatórios legalmente para determinados mercados, ou existem 
também casos nos quais as práticas correntes de mercado exigem 
a certificação, mesmo esta não sendo obrigatória por força legal.
Na verdade, a maioria dos mercados exige que as normas em 
vigor sejam atendidas, e é de fundamental importância que uma 
empresa, ao introduzir seus produtos ou serviços num determinado 
mercado, procure seguir as normas que lá se aplicam e adequar 
seus produtos ou serviços a elas.
1.4 Voluntariedade das normas
As normas têm seu uso como voluntário, ou seja, não são 
obrigatórias por lei, e podem existir produtos ou serviços que não 
sigam a norma que se aplica àquele determinado segmento. Em 
diversos países, existe a obrigatoriedade de se seguir as normas, 
ao menos em algumas áreas, como no caso do Brasil, onde se 
obedece ao preconizado no Código de Defesa do Consumidor, 
por exemplo.
É evidente que fornecer um produto “fora da norma” significa 
maiores esforços para a sua entrada no mercado, inclusive com 
a necessidade de se demonstrar de maneira convincente que 
o referido produto atende às necessidades do cliente e que as 
questões como intercambialidade de componentes e insumos não 
representam problemas futuros aos que irão adquiri-lo.
Em muitos locais, até do ponto de vista legal, quando não se 
segue a norma vigente naquele mercado, o fornecedor do produto 
ou serviço tem responsabilidades adicionais sobre as garantias de 
uso do mesmo.
1.5 Divisão da normalização no Brasil
No Brasil, a normalização encontra-se dividida em duas áreas; 
NORMAS TÉCNICAS — que são de caráter voluntário e consensado; 
REGULAMENTOS TÉCNICOS — que têm caráter obrigatório.
U2 - Considerações sobre a ISO 14000 35
1.5.1 Normas técnicas
Trata-se de documentos, gerados por consenso, e aprovados 
por instituições ou organismos tecnicamente reconhecidos e que 
disponibilizam, para uso comum e repetido, as regras, diretrizes ou 
características para produtos, processos ou métodos de produção, 
sendo que seu cumprimento é voluntário por parte de quem produz.
As normas visam, fundamentalmente, otimizar benefícios para 
as empresas produtoras e para a comunidade consumidora, e 
para tanto buscam embasamento na ciência, na tecnologia e nas 
experiências acumuladas.
Podemos então dizer que o objetivo fundamental das normas é 
estabelecer o que fazer e como fazer.
O campo de aplicação das normas técnicas é vasto e variado, 
pois podem ser adotadas nos setores produtores de bens de capital, 
bens de insumos, componentes e partes, em produtos acabados 
e de largo consumo, nos setores de prestação de serviços e na 
agricultura, ou seja, nos setores industriais e seus segmentos. Por 
outro lado, como as normas apresentam linguagem precisa e 
comum, melhoram sobremaneira o funcionamento do mercado e 
seu emprego oferece segurança tanto para o fabricante como para 
o consumidor.
Ao adotar voluntariamente uma norma técnica vigente, o produtor 
está se enquadrando nas prescrições referentes à simbologia, 
terminologia, métodos de ensaios, cor, padronizações, embalagens, 
procedimentos, tamanhos, entre outras, e essas prescrições servem 
para melhoram a comunicação entre o cliente e o fornecedor.
Você já ouviu falar na ABNT, não é mesmo?
No Brasil, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é a 
entidade responsável pela normalização técnica. Apesar de ser uma 
entidade privada, não tem fins lucrativos, e é a única representante 
do Brasil nas entidades internacionais relacionadas a seguir:
• ISO — International Organization for Standardization;
• IEC — International Electrotechnical Comission;
• COPANT — Comissão Panamericana de Normas Técnicas;
• AMN — Associação Mercosul de Normalização.
A ABNT tem como missão “harmonizar os interesses da sociedade 
U2 - Considerações sobre a ISO 1400036
brasileira, provendo-a de referenciais, através da normalização e 
atividades afins”. Entre seus objetivos, destacam-se os seguintes:
• Fomentar e gerir o processo de normalização nacional;
• Promover a participação efetiva e representar o país nos fóruns 
regionais e internacionais de normalização;
• Atuar na área de avaliação de conformidade com reconhecimento 
nacional e internacional;
• Buscar e difundir informação nas suas áreas de atuação;
• Promover e atuar na formação de profissionais nas suas áreas 
de atuação;
• Ser reconhecida pela qualidade dos serviços que presta (à 
sociedade).
1.5.2 Normas nacionais
São normas técnicas criadas por organismos nacionais de 
normalização para aplicação num dado país. No caso do Brasil, as 
normas técnicas — NBRs — são elaboradas pela ABNT, mas em cada 
país geralmente existem organismos nacionais para a elaboração de 
suas normas técnicas.
A ABNT é reconhecida pelo estado brasileiro como sendo o 
Fórum Nacional de Normalização, e isso significa que suas normas, 
as NBRs, são reconhecidas como sendo as normas brasileiras.
Os Comitês Brasileiros (ABNT/CB) e os Organismos de 
Normalização Setorial (ONS) são os órgãos que elaboram as normas 
brasileiras e ambos são organizados numa base setorial ou por temas 
de normalização afetos a diversos setores, como na qualidade ou 
gestão ambiental, por exemplo.
Qualquer pessoa interessada pode se preparar para participar do 
processo de elaboração das normas e, portanto, até interferir em 
seus resultados. Para tanto, basta ficar atento e saber qual norma 
se planeja desenvolver num determinado setor, em determinado 
tempo, até porque, antes de publicadas definitivamente, as normas 
permanecem durante um tempo em consulta publica, sujeitas às 
observações do público em geral. Todos os anos a ABNT públicao Plano Nacional de Normalização, que contém os títulos que se 
pretendem desenvolver naquele ano.
Ao acessar a página da ABNT na internet (<http://www.abnt.org.br>) é 
U2 - Considerações sobre a ISO 14000 37
possível saber quais os Projetos de Normas Brasileiras que estão em 
consulta pública, assim como as NB publicadas, emendas, erratas, 
NBR canceladas etc.
Conforme já dissemos, é comum uma norma se referir a outras 
normas que são necessárias para sua aplicação e também as normas 
podem ser necessárias para o cumprimento de regulamentos 
técnicos ou na certificação compulsória.
1.6 ISO: International Organization for Standardization
ISO é a organização internacional para normalização, fundada em 
1947 e localizada em Genebra, na Suíça. A sigla ISO remete à palavra 
grega ISO, que significa igualdade. Trata-se de uma organização 
não governamental (ONG) que tem como missão promover o 
desenvolvimento da normalização e atividades correlatas no mundo, 
beneficiando e facilitando as trocas de bens e serviços entre os 
países, assim como o desenvolvimento da cooperação nas esferas 
intelectual, científica, tecnológica e das atividades econômicas. Os 
trabalhos da ISO resultam em acordos que são publicados como 
normas internacionais.
A ISO trabalha com comitês técnicos (TC) e centenas de 
subcomitês e grupos de trabalho. Um comitê e seus subcomitês 
incluem em seu escopo representantes de indústria, do governo, 
organizações ambientais e organismos neutros.
Dessa forma, para aqueles que pretendem ser competitivos 
a nível internacional, é de fundamental importância seguirem os 
trabalhos de normalização internacional e procurarem maneiras 
para que seus produtos, serviços e sistemas de gestão atendam ao 
que é preconizado por essas normas.
Pode-se afirmar que a maioria das normas adotadas pelos países 
da comunidade europeia são de caráter internacional, diminuindo 
ou eliminando as barreiras técnicas nos contatos comerciais.
As normas ISO são elaboradas nos seus comitês técnicos (ISO/
TC), que por sua vez são organizados em bases técnicas, e a 
aprovação das normas é feita pela votação entre os seus membros.
A representação brasileira na ISO é feita pela ABNT, que participa 
dos trabalhos de elaboração das normas técnicas daquela instituição 
internacional.
U2 - Considerações sobre a ISO 1400038
1.6.1 A série ISO 14000
Com o aumento dos padrões ambientais em todo o mundo, 
a ISO detectou a necessidade de elaborar padrões ambientais 
empresariais, criando em 1991 o Grupo Aconselhador Estratégico 
no Ambiente (Salva) para a promoção da administração ambiental 
analogamente à administração da qualidade.
Aparece, então, a nova série ISO 14000, projetada para sistemas 
de administração ambiental, avaliação de desempenho ambiental, 
etiquetas ambientais, análise do ciclo de vida e aspectos ambientais 
em padrões de produtos. São documentos que, por serem genéricos, 
se aplicam a todo tipo de indústria, de todos os tamanhos, e são 
elaboradas para atender às diversidades geográficas, culturais e 
sociais.
Compõem a Série ISO 14000:
• 14001:2004 — Sistemas de gestão ambiental — requisitos com 
orientações para uso;
• 14004:2004 — Sistemas de gestão ambiental — diretrizes gerais 
sobre princípios, sistemas e técnicas de apoio;
• 14061:1998 — Informações para auxiliar as organizações 
florestais no uso das normas ISO 14001 e ISO 14004;
• 14063:2006 — Gestão ambiental — comunicação ambiental — 
diretrizes e exemplos;
• 14064-1:2006 — Gases de efeito estufa — parte 1: especificações 
com guia para quantificar e relatar as emissões e remoções de gases 
do efeito estufa no nível da organização;
• 14062-2:2006 — Gases de efeito estufa — parte 2: especificações 
com guia para quantificar, monitorar e relatar as emissões e 
remoções de gases do efeito estufa no nível do projeto;
• 14064-3:2006 — Gases de efeito estufa — parte 3: especificações 
com guia para validação e verificação de afirmações sobre gases do 
efeito estufa;
• 14010:1996 — Diretrizes para auditoria ambiental — princípios 
gerais;
• 14011:1996 — Diretrizes para auditoria ambiental — 
procedimentos de auditoria — auditoria de sistemas;
U2 - Considerações sobre a ISO 14000 39
• 14012:1996 — Diretrizes para auditoria ambiental — critérios de 
qualificação para auditores ambientais;
• 19011:2002 — Diretrizes para auditorias de sistemas de gestão 
da qualidade e/ou ambiental (substitui as normas ISO 14010,14011 
e 14012);
• 14015:2001 — Gestão ambiental — avaliação ambiental de locais 
e organizações (AALO);
• 14031:1999 — Gestão ambiental — avaliação do desempenho 
ambiental — diretrizes;
• 14032:1999 — Gestão ambiental — exemplos de avaliação do 
desempenho ambiental;
• 14021:1999 — Rótulos e declarações ambientais — reivindicações 
de autodeclarações ambientais — rotulagem ambiental tipo II;
• 14024:1999 — Rótulos e declarações ambientais — rotulagem 
ambiental tipo I — princípios e procedimentos;
• 14025:2000 — Rótulos e declarações ambientais — declarações 
ambientais tipo III;
• 14040:1999 — Avaliação do ciclo de vida — princípios e 
estruturas;
• 14041:1998 — Avaliação do ciclo de vida — objetivos e escopo, 
definições e análise de inventários;
• 114042:2000 — Avaliação do ciclo de vida — avaliação de 
impacto do ciclo de vida; Produtos à disposição dos consumidores; 
Avaliação do ciclo de vida ISO/TR;
• 114043:2000 — Avaliação do ciclo de vida — interpretação dos 
resultados de um estudo de avaliação do ciclo de vida;
• 114048:2002 — Avaliação do ciclo de vida — informações sobre 
apresentação de dados para um estudo de avaliação do ciclo de 
vida;
• 114049:2002 — Avaliação do ciclo de vida — exemplos para 
aplicação da norma ISO 14041:1998;
• GUIA 64:1997 — Guia para a inclusão de aspectos ambientais 
em normas de produtos;
• 114062:2002 — Integração dos aspectos ambientais no 
desenvolvimento de produtos — diretrizes;
• 114050:2002 — Gestão ambiental — vocabulário;
U2 - Considerações sobre a ISO 1400040
Com relação às auditorias ambientais, há diretrizes das normas 
ISO 14010, 14011 e 14012 que foram substituídas pelas diretrizes da 
ABNT NBR ISO 19011:2002.
1.7 Norma para certificação ambiental
Da série 14000, a única norma empregada para fins de certificação 
é a NBR ISO 14001, pois se trata de uma norma de gerenciamento 
e não de produto ou processo. Em outras palavras, a ISO 14001 é 
um padrão ambiental empresarial e não um padrão de produto, pois 
não estabelece padrões de desempenho ambiental e sim exigências 
de um SGA — Sistema de Gestão Ambiental efetivo, ao passo que as 
outras ISO 14000 (tanto as já publicadas quanto as a publicar) são 
documentos que apresentam diretrizes para auxiliar as empresas a 
desenvolver e manter seus SGA, assim como para auxiliá-los com 
os elementos do programa de gerenciamento ambiental, como 
a avaliação do ciclo de vida, por exemplo, e com ferramentas de 
identificação e avaliação de aspectos e impactos ambientais.
O objetivo da ISO 14001 é auxiliar as empresas a melhorar seu 
desempenho ambiental, porém são as próprias empresas que 
devem estabelecer seus padrões para tanto, bem como suas metas 
de melhoria.
Assim sendo, a ISO 14000 tem alguns aspectos diferenciados e 
importantes:
• Proatividade: seu objetivo é na ação e no pensamento proativo, 
em vez de reação a comandos e políticas de controle do passado;
• Norma de sistema: ela reitera o melhoramento da proteção 
ambiental pela utilização de um único sistema de gerenciamento 
permeando todas as funções da organização;
• Compreensividade: a ISO 14001 pode ser utilizada por qualquer 
tipo de empresa industrial ou de serviço, de qualquer porte ou ramo 
de atividade. Nela são utilizados processos de identificação de 
Para saber mais
Busca por ISO amplia campo de trabalho do ambientalista. Folha de 
S. Paulo, 13 set. 2001. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/
folha/educacao/ult305u5926.shtml>. Acesso em: 16 out. 2017.
U2 - Considerações sobre a ISO 14000 41
todos os impactosambientais e todos os membros da organização 
participam na proteção ambiental, sejam eles clientes, fornecedores, 
funcionários, diretores, acionistas e até a sociedade em geral.
A ISO 14001 pode ser empregada na implantação e no 
desenvolvimento de um SGA que pode vir a ser credenciado ou 
não. O credenciamento ou CERTIFICAÇÃO é o reconhecimento 
formal de parte de uma organização autorizada, de que uma 
empresa possui processos, produtos ou serviços em conformidade 
com as normas vigentes.
O atendimento à ISO 14001 requer que a empresa desenvolva 
uma política ambiental que seja apoiada pela administração da 
organização e que não seja direcionada apenas ao pessoal interno, 
mas ao público em geral, e para tanto precisa ser clara e estar 
relacionada com a legislação ambiental e fundamentalmente se 
pautando pelo compromisso com a melhoria contínua.
A empresa deve declarar de maneira firme quais são seus 
objetivos ambientais primários, formando as áreas primárias de 
consideração dentro do processo de melhoria e do programa 
ambiental da organização, que deve ser planejado para alcançar 
metas específicas ou objetivos de metas específicas, descrevendo 
os meios para alcançá-los.
Os procedimentos, instruções de trabalho e controle que 
garantem a implementação da política ambiental e realização dos 
objetivos são estabelecidos pelo SGA.
Finalmente, é fundamental que a comunicação seja bem-feita, 
de maneira a permitir que as pessoas estejam atentas às suas 
responsabilidades na empresa e sejam capazes de contribuir para o 
sucesso da política ambiental da mesma.
1.8 Normas de rotulagem ambiental
Essas normas constituem apoio à elaboração de programas 
de rotulagem ambiental cujo objetivo é apresentar aos clientes 
informações claras e precisas de modo a auxiliarem-nos a tomar 
decisões de compra com algum fundamento técnico. Na verdade, 
essas normas estão embutidas em um objetivo maior, qual seja, a 
melhoria do desempenho ambiental das operações industriais.
Em geral, utiliza-se o termo “selo verde” para definir qualquer 
U2 - Considerações sobre a ISO 1400042
sistema de certificação ambiental de produtos, porém o correto 
seria a utilização da expressão “rótulo ecológico dos produtos”, uma 
vez que o selo verde é a tradução do Green Seal, que é um selo 
patenteado nos Estados Unidos da América.
Constantemente, as organizações, associações de classe, órgãos 
de normalização e até setores empresariais lançam diversos tipos 
de selos, porém nem todos são destinados ao reconhecimento 
ambiental dos produtos.
As normas de rotulagem ambiental da série ISO 14000 são:
• ISO 14020 — Objetivos e Princípios Básicos da Rotulagem 
Ambiental: norma que fornece os princípios gerais para o 
direcionamento mais específico de reclamações dos clientes 
para as empresas, em termos de não conformidades constatadas 
em seus produtos. Concomitantemente, esta norma pretende 
ser um instrumento que facilite a escolha de produtos e serviços 
“ambientalmente corretos”, pelos clientes, através da padronização 
dos critérios ou processos industriais; prevenção e minimização das 
reclamações não garantidas; maior habilidade dos compradores 
para que possa fazer escolhas informadas, com maior participação 
no mercado;
• ISO 14021 — Termos e Definições para Reclamações 
Ambientais Autodeclaradas: esta norma estabelece os parâmetros 
gerais em relação ao fornecimento de bens e serviços para clientes. 
Seu objetivo é contribuir para a redução dos impactos ambientais 
associados ao consumo de produtos e serviços, através de 
autodeclarações ambientais e seus respectivos termos e definições. 
Os benefícios incluem a verificação de reclamações apuradas, 
verificáveis e não ilusórias; melhorias ambientais em produtos, 
processos e entrega dos serviços; e a redução das restrições e 
barreiras ao comércio internacional;
• ISO 14022 — Símbolos de Rotulagem Ambiental: esta norma 
tem por objetivos identificar os principais símbolos utilizados em 
diferentes produtos, ou setores industriais. Atualmente, esta norma 
está integrada à ISO 14021 e 14023 num único documento;
• ISO 14023 — Testes e Procedimentos de Verificação: este 
documento tem por objetivos padronizar metodologias de teste 
e verificação entre diferentes países para o estabelecimento de 
benchmarking em rotulagem ambiental;
U2 - Considerações sobre a ISO 14000 43
• ISO 14024 — Rotulagem Ambiental — Princípios-Guia, 
Práticas e Critérios Procedimentos de Certificação: esta norma tem 
por objetivos otimizar os princípios e os protocolos de rotulagem 
ambiental da terceira parte, ou programas mais específicos 
para determinados segmentos de um produto em particular. A 
intenção é unificar os critérios usados em programas mundiais, 
conduzindo-os a um acordo entre os países para certificar, e garantir 
aos consumidores que certos produtos têm certas características 
ambientais ou atributos específicos;
• ISO 14025 — Título III. Etiquetas: seu objetivo é estabelecer os 
requisitos de estruturação das etiquetas que deverão acompanhar 
os produtos, além de seus elementos internos, como a linguagem, 
símbolos e informações adicionais.
U2 - Considerações sobre a ISO 1400044
Seção 2
Normas de Avaliação do Ciclo de Vida (ACV)
Introdução à seção
Por sua vez, as Normas de Avaliação do Ciclo de Vida (ACV) da 
série ISO 14000 têm como objetivo fazer uma avaliação adequada dos 
impactos ambientais de um produto, em todas as etapas de sua cadeia 
produtiva, desde a extração da matéria-prima da qual ele é fabricado 
até a sua disposição final. São elas:
• ISO 14040 — Avaliação do Ciclo de Vida. Diretrizes gerais: a 
norma ISO 14040 visa a estimular os responsáveis pela política pública, 
organizações privadas e o público em geral sobre questões ambientais 
de forma sistemática, considerando o impacto ambiental num escopo 
mais amplo de atividades, do que o habitualmente tratado. Esta norma 
estabelece ainda diretrizes gerais, princípios e práticas para a condução 
e emissão de relatórios, de forma responsável e coerente, nos estudos 
de Avaliação do Ciclo de Vida.
• ISO 14041 — Avaliação do Ciclo de Vida (ACV). Análise do 
inventário: a norma ISO 14041 fornece parâmetros específicos e 
requisitos para se formular a meta e o escopo da avaliação e a análise 
do inventário (escopo do estudo de ACV, sistemas, input, output, 
usos dos resultados, o público-alvo, o processo de análise crítica e as 
limitações da ACV).
• ISO 14042 — Avaliação do Ciclo de Vida (ACV). Avaliação do 
impacto: esta norma propõe três etapas a serem consideradas na 
avaliação do impacto da ACV: a classificação, a caracterização e a 
avaliação, bem como prevê formas de relacionar estes três aspectos, 
para identificar o nível de significância do impacto ambiental.
Questão para reflexão
Você sabe para que serve a avaliação do ciclo de vida de um produto?
Avaliação do Ciclo de Vida — ACV de um produto identifica todo o 
aporte de energia e insumos necessários à sua fabricação, bem como 
todas as saídas relativas ao meio ambiente, sejam elas constituídas por 
U2 - Considerações sobre a ISO 14000 45
A ferramenta Avaliação do Ciclo de Vida — ACV pode ser utilizada 
para avaliação do consumo dos recursos globais requeridos para 
determinada fabricação como, por exemplo, consumo de energia. 
Por meio dessa ferramenta podemos atribuir determinados pesos e 
resíduos sólidos, efluentes líquidos ou emissões gasosas.
A ACV também é considerada por estudiosos como uma técnica 
para avaliação dos aspectos ambientais e dos impactos potenciais 
associados a um produto, compreendendo etapas que vão desde a 
retirada da natureza das matérias-primas até a sua disposição final.
ACV é utilizada para o estudo do impacto ambiental de um 
produto por meio da sequência completa de fabricação, uso e 
descarte final, também conhecida como avaliação do berço ao 
túmulo ou eco-balancing.
É uma ferramenta que auxilia na busca da melhoria contínua de 
desempenho ambiental. A ACV apresenta algumas características

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