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Parasitismo: Interação entre Espécies

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Julia Ladeira de Moraes – 08/02/2022
PARASITO - PARASITISMO
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
Parasitismo:
~ É a interação ecológica entre indivíduos de espécies diferentes, em que os parceiros (hospedeiro e parasito) estabelecem entre si relações íntimas e duradouras com certo grau de dependência metabólica
- Esse processo é marcado por adaptação recíproca, compatibilidade e baixa virulência (gravidade de uma doença ocasionada por um agente infeccioso) do parasitismo, asseguram a sobrevivência de ambas as espécies
~ O hospedeiro é o organismo que abriga o parasito
- Geralmente o hospedeiro proporciona ao parasito todos ou quase todos os nutrientes e as condições fisiológicas requeridas por ele
- Ele pode ser classificado em:
. Hospedeiro definitivo: Apresenta o parasito na fase madura ou em atividade sexual (ex: Ser humano na doença chamada esquistossomose)
. Hospedeiro intermediário: Apresenta o parasito em fases imaturas ou assexuadas (ex: Caramujos de água doce do gênero Biomphalaria na doença chamada esquistossomose e mosquito Culex na doença chamada filariose linfática/elefantíase)
. Hospedeiro paratênico/de transporte: Tipo de hospedeiro intermediário no qual o parasito não sofre desenvolvimento, permanecendo encistado até que o hospedeiro definitivo o ingira (ex: Hymenolepis nana/taenia anã” em besouros na doença chamada himenolepíase)
~ O parasito é o organismo que se abriga no hospedeiro
- O parasito só poderá seguir existindo se não destruir toda a população de seus hospedeiros ou se não impedir a reprodução deles (caso contrário, a espécie parasitária desapareceria, pois ela depende se seus hospedeiros para sobreviver)
- Ele pode ser classificado em:
. Parasito heteroxênico: Possui diferentes hospedeiros, sendo definitivo e intermediário (ex: Trypanosoma cruzi na doença chamada doença de Chagas)
. Parasito monoxênico: Só possui um hospedeiro, que será, portanto, o definitivo, logo esse tipo de parasita apresenta maior taxa de prevalência nas populações (ex: Ascaris lumbricoides na doença chamada ascaridíase)
. Parasito obrigatório: Incapaz de viver fora do hospedeiro (ex: Parasita do gênero Plasmodium na doença chamada malária, Toxoplasma gondii na doença chamada toxoplasmose e parasitas do gênero Leishmania na doença chamada leishmaniose)
. Parasito facultativo: Pode viver parasitando um hospedeiro ou não, ou seja, pode ter hábitos de vida livre ou parasitária (ex: larvas de mosca Chrysomya megacephala que podem desenvolver-se em feridas necrosadas, carcaças ou em matéria orgânica/esterco em decomposição)
. Parasito errático/ectópico: Vive fora do seu habitat natural e não atinge a fase adulta fora de seu hospedeiro natural (ex: Ancylostoma braziliensis na doença chamada ancilostomose/ancilostomíase, que é o “amarelão”, e na doença chamada larva migrans cutânea, que o parasito é o “bicho-geográfico”) 
. Parasito acidental: Pode atingir a fase adulta em outro hospedeiro que não seja o seu natural (ex: Fasciola hepática na doença chamada fasciolíase e ser humano na doença chamada brucelose)
 
Ascaris lumbricoides
Hymenolepis nana
 Larvas de mosca Chrysomya megacephala 
Fasciola hepatica
 Mosca Chrysomya megacephala 
Larva migrans cutânea
Ancylostoma braziliensis 
Ciclos biológicos:
~ Os ciclos biológicos podem ser classificados em:
- Ciclo biológico heteroxênico: Há a participação de diferentes hospedeiros, sendo definitivo e intermediário (ex: ciclo biológico do Trypanosoma cruzi na doença chamada doença de Chagas e ciclo do Wuchereria bancrofti na doença chamada filariose hepática)
- Ciclo biológico monoxênico: Há a participação de somente um hospedeiro, que será, portanto, o definitivo, logo esse tipo de ciclo apresenta maior taxa de prevalência nas populações (ex: ciclo do Ascaris lumbricoides na doença chamada ascaridíase, ciclo da Entamoeba histolytica na doença chamada amebíase, ciclo da Giardia lamblia na doença chamada giardíase e ciclo do Trichomonas vaginalis na doença chamada tricomoníase)
 
 Ex: Ciclo biológico heteroxênico do Trypanosoma cruzi Ex: Ciclo biológico monoxênico do Ascaris lumbricoides 
Adaptações do parasito ao hospedeiro:
~ Morfológicas (anatômicas): 
- Degenerações: Quando, ao longo da evolução, o parasito perde determinadas estruturas para se adaptar melhor ao hospedeiro, o que os favorecem, podendo até mesmo se tornarem independentes dele
- Atrofias: Redução do tamanho de estruturas, o que resulta na perda da funcionalidade delas, não interferindo na vida dos parasitos, pois, com a evolução, certas partes do corpo, que no passado eram desenvolvidas, podem atrofiar por não possuírem mais importância funcional com o decorrer do tempo, podendo até mesmo ocasionar vantagens a eles
- Hipertrofias: Super desenvolvimento de certas estruturas nos parasitos, o que pode ocasionar vantagens a eles
. Ex: Piolho/Pediculus capitis: Possui corpo achatado dorsoventralmente, o que aumenta a área ocupada dele no corpo do hospedeiro, possibilitando-o uma melhor fixação; possui, graças à evolução, garras super desenvolvidas/hipertrofiadas nos 3 pares de pernas para agarrar melhor o corpo do hospedeiro e, assim, se fixar, além de elas poderem provocar irritações na pele, o que leva à coceira no hospedeiro; são termo dependentes, ou seja, eles dependem da temperatura corporal de seu hospedeiro para realizar o próprio metabolismo, logo quanto maior a superfície de contato entre o piolho e seu hospedeiro, melhor para ele; anoplura é o nome dado ao piolho sugador
. Ex: Mosca dos estábulos/Stomoxys calcitrans: Não permanece a vida toda no corpo do hospedeiro, logo ele só fica nele durante sua alimentação; possui, graças à evolução, asas para se locomover; é classificada como um díptero por possuir 2 asas; possui aparelho bucal hipertrofiado capaz de alcançar os vasos sanguíneos de seu hospedeiro; tem como hospedeiro bovinos e equinos; possui 3 pares de pernas longas hipertrofiadas para melhor pouso sobre o couro do hospedeiro
. Ex: Mosca do berne/Forma adulta de Dermatobia hominis: Possui corpo hipertrofiado para ela ser capaz de capturar a mosca dos estábulos em pleno voo, botando os ovos nela para eles serem transportados até os hospedeiros dela; possui pernas hipertrofiadas; atrofia do aparelho bucal, já que ela não se alimenta em sua fase adulta, logo ela vive pouco tempo (cerca de 12 dias), o que é bom para os hospedeiros da mosca dos estábulos, pois, se a mosca do berne se alimentasse na fase adulta e, portanto, vivesse mais, mais ovos seriam transportados até eles, provocando a morte desses animais pela quantidade excessiva de parasitos
. Ex: Ancylostoma duodenale: Possui boca hipertrofiada com 4 dentes para melhor fixação na parede do intestino dos hospedeiros, provocando lesões, a fim de sugar
o sangue dos vasos sanguíneos intestinais deles para se alimentar disso, o que os classifica como hematófagos, logo, por esse motivo, haverá sangue nas fezes (hematoquezia) dos hospedeiros
. Ex: Taenia saginata: Possui 4 ventosas em sua cabeça hipertrofiada para se fixar na parede do intestino; não possui aparelho digestivo, já que ele foi degenerado, logo ela obrigatoriamente apresenta uma vida no interior do intestino delgado do hospedeiro para conseguir nutrientes; possui aparelho reprodutor (proglote) hipertrofiado, o que faz com que ela tenha uma grande capacidade de reprodução; é hermafrodita, portanto possui aparelho reprodutor feminino e masculino
. Ex: Taenia solium: Possui 4 ventosas e 1 coroa de ganchos em sua cabeça hipertrofiada para se fixar na parede do intestino; não possui aparelho digestivo, já que ele foi degenerado, logo ela obrigatoriamente apresenta uma vida no interior do intestino delgado do hospedeiro para conseguir nutrientes; possui aparelho reproduto (proglote) hipertrofiado, o que faz com que ela tenha uma grande capacidade de reprodução; é hermafrodita, portanto possui aparelho reprodutorfeminino e masculino
. Ex: Ascaris lumbricoides: Possui boca hipertrofiada com 3 lábios musculosos para se fixar no hospedeiro, o que provoca ação inflamatória no aparelho intestinal, mas não alcança os vasos sanguíneos, logo ela não é classificada como hematófago
. Ex: Pulga: Possui corpo achatado lateralmente; apresenta espinhos seguindo uma mesma direção; possui garras para se fixar no hospedeiro
Piolho/Pediculus capitis 
 Mosca dos estábulos/
 Stomoxys calcitrans
Mosca do berne/Forma adulta 
de Dermatobia hominis 
Ancylostoma duodenale
 Taenia saginata 
 e Taenia solium
 Ascaris lumbricoides
Pulga
~ Biológicas (comportamentais):
- Capacidade reprodutiva: Todo parasito tem alta capacidade reprodutiva
- Variadas formas de reprodução: Os parasitos possuem diferentes formas de se reproduzir (ex: reprodução sexuada, reprodução assexuada por divisão binária ou por multiplicação de larvas, partenogênese que é quando a fêmea sozinha se reproduz, e ser hermafrodita que é aquele que possui aparelho reprodutor feminino e masculino), o que permite com que eles sejam mais eficientes
- Tropismos: Aproximação (tropismo positivo) ou afastamento (tropismo negativo) do parasito em relação à fonte de um estímulo. Pode ser do tipo geotropismo (se o ser vai em direção ao solo para se desenvolver, ele apresenta um geotropismo positivo, enquanto se o ser vai em direção oposta ao solo para se desenvolver, ele apresenta um geotropismo negativo, ex: Ancylostoma braziliensis na doença chamada larva migrans cutânea), termotropismo (se o ser é atraído por fonte de calor para se desenvolver, ele apresenta um termotropismo positivo, enquanto se o ser é repelido por fonte de calor para se desenvolver, ele apresenta um termotropismo negativo, ex: mosquito Aedes aegypti e fêmea do carrapato do boi denominada Rhipicephalus Boophilus microplus), fototropismo (se o ser é atraído por fonte de luz
para se desenvolver, ele apresenta um fototropismo positivo, enquanto se o ser é repelido por fonte de luz para se desenvolver, ele apresenta um fototropismo negativo, ex: mosquito Culex), quimiotropismo (se o ser é atraído por substâncias químicas para se desenvolver, ele apresenta um quimiotropismo positivo, enquanto se o ser é repelido por substâncias químicas para se desenvolver, ele apresenta um quimiotropismo negativo) e tigmotropismo (é caracterizado por uma mudança de direção, logo se o ser está na horizontal e muda para a posição vertical indo em direção ao corpo do hospedeiro para se desenvolver, ele apresenta um tigmotropismo positivo, enquanto se o ser está na vertical e muda para a posição horizontal indo para o solo para se desenvolver, ele apresenta um tigmotropismo negativo)
Ações do parasita sobre o hospedeiro:
~ Essas ações do parasita se traduzem em sintomas no hospedeiro
- Espoliativa: O parasita absorve os nutrientes ou o sangue do hospedeiro para se alimentar (ex: Ancylostoma duodenale na doença chamada ancilostomose/ ancilostomíase, Anopheles aquasalis na doença chamada malária e Tunga penetrans, que é o “bicho de pé”, na doença tungíase)
- Enzimática: O parasita produz enzimas (antiquinase, que é a enzima que neutraliza a ação dos sucos digestivos sobre numerosos helmintos) que possibilitam sua nutrição e resistência à ação das enzimas do hospedeiro (ex: Ancylostoma duodenale na doença chamada ancilostomose/ancilostomíase, Ancylostoma braziliensis na
doença chamada larva migrans cutânea, Anopheles aquasalis na doença chamada malária e Tunga penetrans, que é o “bicho de pé”, na doença tungíase)
- Tóxica: Os resíduos metabólicos que os parasitos eliminam podem oferecer toxicidade (ex: reação alérgica, cólica intestinal, diarreia e intoxicação) para o hospedeiro (ex: Ancylostoma braziliensis na doença chamada larva migrans cutânea, Anopheles aquasalis na doença chamada malária e Tunga penetrans, que é o “bicho de pé”, na doença tungíase)
- Mecânica: É dada pela presença física do parasito que pode ser obstrutiva (ex: Ascaris lumbricoides na doença chamada ascaridíase) ou compressiva (ex: Larva da Taenia solium na doença chamada cisticercose ocular)
- Irritativa: O contato físico do parasito com o organismo do hospedeiro irrita o local parasitado, provocando lesões através de seus órgãos de fixação (ex: Ancylostoma braziliensis na doença chamada larva migrans cutânea)
- Traumatismo: É quando o parasito produz lesão no hospedeiro (ex: Ancylostoma duodenale na doença chamada ancilostomose/ancilostomíase, Ancylostoma braziliensis na doença chamada larva migrans cutânea, Anopheles aquasalis na doença chamada malária e Tunga penetrans, que é o “bicho de pé”, na doença tungíase)
- Imunológica: É quando o parasito induz uma resposta imunológica no hospedeiro, sendo que, se ela for desproporcional, ou seja, não for específica, vai trazer uma série de transtornos para o hospedeiro (ex: Parasita do gênero Plasmodium na doença chamada Malária, Trypanosoma cruzi na doença chamada doença de Chagas e parasitas do gênero Leishmania na doença chamada leishmaniose)
- Inflamatória: É quando o parasito induz processos inflamatórios no organismo do hospedeiro (ex: Schistosoma mansoni na doença chamada esquistossomose)
- Anóxia: É quando o parasito consome altas taxas de hemoglobina do sangue do hospedeiro ao desapropriar ou destruir hemácias, o que provoca redução na taxa de transporte de O2, não sendo ela suficiente, portanto, para manter intacto os tecidos do corpo do hospedeiro, provocando a anóxia e, consequentemente, a necrose deles (ex: Parasita do gênero Plasmodium na doença chamada malária e Ancylostoma duodenale na doença chamada ancilostomose/ancilostomíase)
Conceitos importantes na parasitologia médica:
~ Infecção: É produzida por endoparasitas (parasitas que habitam órgãos e sistemas internos dos hospedeiros). Ex: Vermes como lombriga, e protozoários como ameba e giárdia
~ Infestação: É produzida por ectoparasitas (parasitas que habitam a superfície corporal de hospedeiros). Ex: Mosquitos, pulgas e piolhos
~ Área endêmica: É aquela em que há frequência usual de determinada doença
~ Área indene: É aquela em que determinada doença não ocorre
Exercício:
~ Identifique nos casos a seguir as adaptações e mecanismos de ação dos parasitos
- Um clínico identificou um parasita em um exame parasitológico de fezes. Tratava-se de um helminto que apresentava boca recurvada e armada com dois pares de dentes. Ao analisá-lo bioquimicamente, identificou enzimas anticoagulantes. Encontrou evidências de que o referido helminto alimentava-se de sangue de seu hospedeiro. Ao rastrear seu ciclo biológico percebeu que suas larvas vivem por algum tempo no solo arenoso e que penetram ativamente na pele humana, provocando lesões pruriginosas (que coçam). São bastante tolerantes à luz solar e utilizam a temperatura corporal do hospedeiro como estimulo para invadir seu organismo
. Vermelho: Adaptação morfológica do tipo hipertrofia
. Azul escuro: Ação enzimática
. Azul claro: Ação espoliativa
. Roxo: Adaptação biológica do tipo geotropismo positivo
. Marrom: Ação traumática
. Cinza: Ação irritativa
. Laranja: Adaptação biológica do tipo fototropismo positivo
. Rosa: Adaptação biológica do tipo termotropismo positivo

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