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CESARIANA Indicações: Absolutas: · Placenta prévia centro total (recobrindo o orifício interno do colo uterino) · Miomectomia prévia (cicatrizes uterinas) · Histerectomia corporal prévia (inclusive em caso de cesárea anterior com esse tipo de incisão) → risco de rotura uterina · Fórcipe/vácuo extrator falhado · Apresentação fetal córmica · Iminência de rotura uterina (Sinal de Bandl → útero parece uma ampulheta) → urgência · Distócia funcional não corrigível (parada de evolução da dilatação e não corrigiu mesmo com todos os artifícios) · Desproporção céfalo-pélvica REAL, diagnosticada durante a fase ativa do trabalho de parto (mesmo com dilatação satisfatória, o feto não passa) · Prolapso de cordão → emergência obstétrica → quando rompe a bolsa e vem o cordão antes da apresentação → aumenta o risco de ser comprimido durante o trajeto e de haver óbito fetal · Cesárea perimortem (gestante tem uma Parada Cardiorrespiratória – PCR → faz-se durante a Ressuscitação Cardiopulmonar – RCP) · Tumor prévio obstrutivo · Herpes genital ativa → risco de contaminação do feto · Gêmeos xipófagos Relativas: nem sempre, mas está correto se bem justificado · Descolamento Prévio de Placenta – DPP (faz-se a via mais rápida) · Sofrimento fetal agudo (faz-se a via mais rápida) · Apresentação pélvica (avaliar → se já teve bebês grandes...) · Gestação múltipla · Iteratividade (cesáreas sucessivas – geralmente 2 anteriores) · Macrossomia (indicado prova de trabalho de parto para confirmar o peso estimado no USG) · HIV com carga viral >1000 cópias · Malformações fetais (hidrocefalia importante...) Não são indicações (FAKE NEWS): · Circular de cordão · Bacia estreita (tem que avaliar prova de trabalho de parto) · Biotipo materno (tem que avaliar prova de trabalho de parto) · Idade materno · Pós-datismo (resolução da gestação, não necessariamente por cesárea) · Gestação de alto risco (resolução da gestação) · Desproporção céfalo-pélvica SEM trabalho de parto Classificação de Robson Sistema padronizado. Totalmente inclusiva e mutualmente exclusiva (toda gestante vai se enquadrar em uma das categorias e nenhuma pode ocupar mais de uma). Uso indicado pela OMS desde 2015, para avaliar as taxas de cesárea. Taxa de cesárea recomendada pela OMS 10-15% → no Brasil: 51,9%. Variáveis Obstétricas avaliadas: · Paridade: Nulípara; Multípara; · Cesárea anterior: Sim (1 ou +) Não · Início do trabalho de parto: Espontâneo Induzido Cesárea antes do início do trabalho de parto · Número de fetos: Únicos Múltiplos · Idade gestacional: Pré-termo (<37 semanas) Termo (≥ 37 semanas) · Apresentação fetal: Cefálica Pélvica Córmica Vão ser divididas em 10 grupos (1 a 10): 1-4: menor expectativa de cesárea. Taxas têm que ser baixas. 5: cesárea anterior. Questionar a cultura do “uma vez cesárea, sempre cesárea”. 6-10: maior expectativa de cesárea. Técnica Cirúrgica Preparo: · Anestesia: Raquianestesia (clássica); Peridural (pode complementar com medicações e manter o cateter peridural); Geral (evitar, pois pode passar anestésico pela placenta e o feto nascer deprimido – tem que tirar o bebê rápido. Indicado em pacientes de alto risco, com contraindicação à raqui – plaquetopenia importante, síndrome HELLP); · Sondagem vesical de demora · Assepsia e antissepsia · Colocação de campos estéreis · Antibiótico profilático antes da incisão (Cefazolina 2g EV) Incisão: · 7 camadas até o bebê: pele, subcutâneo, aponeurose, músculo reto abdominal, peritônio parietal, peritônio visceral, útero · Incisão de Pfannenstiel: 2-3 cm acima da sínfise púbica, com 10-12 cm de extensão e com formato arciforme. Menor taxa de dor no pós-operatório, de deiscência e de hérnias incisionais em comparação com as incisões verticais, pois acompanham as linhas de tensão cutânea. · Incisão e dissecção por planos · Histerectomia: principal tempo cirúrgico → incisão do útero · Escolha: incisão segmentar transversa (Marshall-Fuchs) → feita na região mais fina do útero. É arciforme e pode ser completada com dígito-divulsão ou com tesoura de Metzenbaum) · Corporal: indicada quando → Acrestismo placentário (placenta adere ao útero, infiltrando na sua musculatura); Post mortem; Prematuridade extrema; Dificuldade de acesso ao segmento inferior (aderências, miomas, varizes calibrosas, cirurgias prévias); Extração Fetal: · Manual: Manobra de Geppert (colocar a mão, apreender o polo, fletir a cabeça, enquanto o auxiliar faz pressão no fundo uterino) · Alavanca: uma colher do fórceps (útero muito fino, com risco de prolongamento da histerectomia...) · Fórcipe: muito aderida, extração muito difícil Após a saída da cabeça, faz-se a retirada dos ombros com manobras semelhantes às do parto vaginal → retirar o ombro anterior e posterior. Profilaxia para Hemorragia Puerperal: Ocitocina após a extração fetal Dequitação Placentária: Limpeza da cavidade, ver se não ficou resto, passa compressa na cavidade uterina Sutura por planos com revisão da hemostasia: · Histerorrafia (fechamento do útero) → fica muito atento a sangramento · Aproximação do músculo reto abdominal · Fechar peritônio é controverso (faz-se cada vez menos) · Rafia da aponeurose (garante sustentação da parede abdominal) · Tecido subcutâneo · Pele Obs.: as camadas mais importantes de serem fechadas são → útero e aponeurose. Complicações Hemorragias: principal e mais grave · Pelos lábios da histerectomia · Prolongamento da histerectomia na hora da extração fetal (por isso deve ser arciforme → para ir para cima se acontecer → se for pra baixo, vai na região da artéria uterina – hemorragia importante) · Atonia uterina Aderências: aumenta o risco de lesões de órgãos e de estruturas durante a abertura da cavidade peritoneal → mais comuns são as lesões urológicas Infecções: · Ferida operatória pode infeccionar · Endometrite: infecção puerperal. Potencialmente grave tanto via cesárea, quanto vaginal Hematoma Seroma: acúmulo excessivo de líquido próximo à cicatriz cirúrgica Deiscência: abertura espontânea dos pontos cirúrgicos Tardias: · Aderências · Rotura uterina · Placenta prévia · Acretismo placentário · Gravidez ectópica em cicatriz de cesárea Obs.: sucessivas cesáreas comprometem o futuro reprodutivo Fetais: · Prematuridade → se eletiva, fora de trabalho de parto, pode ter erro de data · Desconforto respiratório → durante o trabalho de parto, o líquido vai saindo, o que melhora a transição para o bebê respirar sozinho · UTI neonatal
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