Buscar

INQUERITO POLICIAL COMPLETO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 19 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 19 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 19 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

INQUÉRITO POLICIAL 
Professor Danilo Mesquita 
 
Investigação Preliminar 
O Estado ao tomar conhecimento de uma infração penal, no uso do seu 
jus puniendi, dá início a persecução penal. Assim, o que até então estava 
somente em um plano abstrato (normas), passa a existir no plano concreto, 
através da persecução penal, que pode ser compreendida como “conjunto de 
atividades levadas adiante pelo Estado, objetivando a aplicação da norma penal 
ao infrator da lei”. 
Nessa esteira, no Brasil, temos que a persecução penal é composta por 
uma fase preliminar investigatória e por uma fase judicial. 
A fase preliminar, na maior parte das vezes é marcada pela existência do 
Inquérito Policial. O inquérito policial figura como principal instrumento 
investigatório. Contudo, não se trata do único meio, existindo outras formas, por 
exemplo, as investigações feitas pelo MP, pelas CPIs e TCO. 
Inquérito Policial 
1-Conceito: Segundo Renato Brasileiro, o inquérito policial deve ser 
compreendido como sendo “procedimento administrativo inquisitório e 
preparatório, presidido pela autoridade policial, com o objetivo de identificar 
fontes de prova e colher elementos de informação quanto à autoria e 
materialidade da infração penal, a fim de permitir que o titular da ação penal 
possa ingressar em juízo”. 
→É um procedimento administrativo: IP não é processo, mas sim um 
procedimento. Tendo natureza de procedimento, não resultará na imposição de 
sanção penal de imediato. Além disso, nessa fase não há observância do 
contraditório. Também vemos que o IP é realizado pela polícia judiciária, que é 
órgão do poder executivo. 
→É um procedimento inquisitório e preparatório: não há na fase do inquérito 
policial direito ao contraditório. Prepara, através de elemento de informação uma 
possível e futura ação penal. 
→Presidido pela Autoridade Policial: o inquérito policial será presidido pela 
autoridade policial, referindo-se à “pessoa” do Delegado de Polícia. Ao Delegado 
de Polícia, na qualidade de autoridade policial, cabe a condução da investigação 
criminal por meio de inquérito policial ou outro procedimento previsto em lei, que 
tem como objetivo a apuração das circunstâncias, da materialidade e da autoria 
das infrações penais. 
→Objetivo de identificar fontes de prova e colher elementos de informação: 
inicialmente, cumpre destacar que as expressões fontes de prova e elementos 
de informação não possuem o mesmo sentido. Nessa linha, fontes de prova são 
todas pessoas ou coisas que tem algum conhecimento sobre o fato delituoso, 
são anteriores ao processo e tem sua existência independentemente do próprio 
processo. Difere das fontes de prova, os elementos de informação. 
À luz do art. 155 do CPP, o que é colhido durante o inquérito policial são 
“elementos de informação”. O termo prova deve ser resguardado para a fase 
judicial, aquilo que é produzido em juízo com observância do contraditório. 
Prova: aquilo que é produzido em contraditório judicial. 
Elementos informativos: colhidos na investigação. ( materialidade e autoria da 
infração). 
Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida 
em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão 
exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, 
ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas. 
→Finalidade de subsidiar ação penal 
 Dupla função do IP: 
Função preservadora: a existência prévia de um inquérito policial inibe a 
instauração de um processo penal infundado, temerário, resguardando a 
liberdade do inocente e evitando custos desnecessários para o Estado. Assim, 
através da instauração do IP tenta-se impedir a instauração de processos penais 
levianos, sobre pessoas inocentes. 
Função preparatória: fornece elementos de informação para que o titular da ação 
penal possa ingressar em juízo, além de acautelar meios de prova que poderiam 
desaparecer com o decurso do tempo. 
 
*******Candidato, qual a natureza jurídica do Inquérito Policial? Trata-se de um 
PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO. Não é processo judicial, pois dele não 
resulta diretamente a imposição de sanção penal. Em virtude disso, não há que 
se falar em contraditório ou ampla defesa nessa etapa. Por tratar-se de 
procedimento, eventual vício constante do inquérito, não anulará posterior 
processo em fase seguinte (não contamina a fase judicial). 
 
 
Elementos Informativos 
 
 
Provas 
- Colhidos na fase investigatória (IP, 
PIC, etc.). 
- Em regra, produzido na fase judicial 
sob o crivo do contraditório judicial. É 
a regra, porque existem situações 
excepcionais em que a prova 
seria produzida sem ser na fase 
judicial. 
- Não é obrigatória a
 observância do contraditório 
e da ampla defesa; (mesmo com o 
advento da Lei nº 13.245/2016). 
- É obrigatória a observância do 
contraditório e da ampla defesa. 
- O juiz deve intervir apenas quando 
necessário, e desde que seja 
provocado nesse sentido. 
 
Em nosso Ordenamento Jurídico não 
se admite a atuação de oficio do 
magistrado na fase investigatória. 
- A prova deve ser produzida na 
presença do juiz. A presença pode ser 
direta ou remota. Durante o processo, 
o juiz é dotado de certa iniciativa 
probatória, a ser exercida de maneira 
residual. Art. 212, CPP. 
Finalidade: úteis para a decretação de 
medidas cautelares e auxiliam na 
formação da opinio delicti (convicção 
do titular da ação penal). 
Finalidade: Auxiliar na formação da 
convicção do juiz. O art. 155 
menciona que o juiz deve se valer da 
prova para formar sua convicção. 
 
→Sistema do livre convencimento 
motivado 
 
Obs.1: O fato de o advogado assistir o investigado na fase do inquérito policial 
não retira daquele a característica de ser “elemento informativo”. 
Obs.2: O juiz não deve atuar de ofício na fase investigatória, sob pena de 
violação ao sistema acusatório e do princípio da imparcialidade. Na fase 
investigatória o juiz deve intervir apenas quando necessário, e desde que seja 
provocado nesse sentido. 
Obs.3: O juiz pode fundamentar sua decisão com base apenas nos elementos 
informativos? Nos termos do art. 155 do CPP, não pode ser se for 
exclusivamente. O JUIZ NÃO PODE CONDENAR COM BASE APENAS com o 
que consta no IP, pode utilizá-lo de maneira a complementá-lo. 
Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida 
em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente 
nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas 
cautelares, não repetíveis e antecipadas. 
Diante do exposto, temos que “elementos informativos, isoladamente 
considerados, não podem fundamentar uma sentença. Porém, tais elementos 
não devem ser desprezados durante a fase judicial, podendo se somar à prova 
produzida em juízo para auxiliar na formação da convicção do magistrado”. 
 
Provas cautelares Provas antecipadas Provas não-repetíveis 
São aquelas em que há 
um risco de 
desaparecimento do 
objeto da prova em 
razão do decurso do 
tempo. Fácil 
perecimento. 
 
São de natureza urgente. 
 
Podem ser produzidas 
na fase investigatória e 
na fase judicial. 
 
Dependem de 
autorização judicial, 
sendo que o 
contraditório será 
diferido. 
Exemplo: 
interceptação 
telefônica. 
Precisa de ser produzida 
de 
imediato, sob risco de 
É aquela que uma vez 
produzida não tem como 
ser novamente coletada 
e razão do 
desaparecimento da 
fonte probatória. 
 
Podem ser produzidas 
na fase investigatória e 
na fase judicial. 
 
Não dependem de 
autorização judicial, 
sendo que o 
contraditório será 
diferido. 
 
Exemplo: Exame de 
corpo de delito em 
infração penal cujos 
vestígios podem 
desaparecer. 
São aquelas que não 
podem ser produzidas 
novamente na fase 
processual. 
Situação de urgência e 
relevância. Podem ser 
produzidas na fase 
investigatória e na fasejudicial. 
 
Dependem de 
autorização judicial, 
sendo que o 
contraditório será real. 
 
Exemplo: Art. 225, CPP. 
Testemunha que está 
correndo risco de 
morte. 
perecer. 
 
- Lei nº. 12.830/2013 – LEI DO DELEGADO DE POLÍCIA 
Art. 2º. As funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais 
exercidas pelo Delegado de Polícia são de natureza jurídica, essenciais e 
exclusivas de Estado. 
§1º. Ao delegado de polícia, cabe a condução da investigação criminal por meio 
de inquérito policial ou outro procedimento previsto em lei, que tem como 
objetivo, a apuração das circunstâncias, da materialidade e da autoria das 
infrações penais. 
Embora a atribuição da presidência do inquérito policial seja exclusiva da 
polícia, existem outros meios de investigação que poderão ser feitos por outro 
órgão, que não a Polícia Judiciária. (Ex. Ministério Público realiza PIC - 
Procedimento Investigatório Criminal). 
§2º. Durante a investigação criminal, cabe ao delegado de polícia a requisição 
de perícia, informações, documentos e dados que interessem à apuração dos 
fatos. 
§4º. O inquérito policial ou outro procedimento previsto em lei em curso somente 
poderá ser avocado ou redistribuído por superior hierárquico, mediante 
despacho fundamentado, por motivo de interesse público ou nas hipóteses de 
inobservância dos procedimentos previstos em regulamento da corporação que 
prejudique a eficácia das investigações. 
→Os Delegados de Polícia não são dotados da garantia da independência 
funcional, inamovibilidade. 
→Na hipótese de avocação ou redistribuição será necessário a fundamentação 
(... mediante despacho fundamentado). 
§5º. A remoção do Delegado dar-se-á somente por ato fundamentado. A 
remoção do delegado de polícia dar-se-á somente por ato fundamentado. (§5º, 
Art. 2, Lei 12.830/13). Isto porque Delegado de Polícia não é dotado da garantia 
da inamovibilidade. 
Decisão →somente por ATO OU DESPACHO FUNDAMENTADO! 
 
2- Natureza do crime e atribuição para as investigações 
a) Crime militar da competência da Justiça Militar da União: as investigações 
serão realizadas pelas Forças Armadas através de um inquérito policial militar, 
no qual um oficial será designado como encarregado. 
 
b) Crime militar da competência da Justiça Militar Estadual: as funções de 
polícia judiciária serão exercidas pela Polícia Militar ou pelo Corpo de 
Bombeiros – oficial designado como encarregado. 
 
c) Crime “Federal”: crimes da competência da Justiça Federal (aqueles que estão 
listados nos incisos do art. 109 CF): as investigações ficarão a cargo da Polícia 
Federal. 
 
 
d) Crime comum da Competência da Justiça Estadual: em regra, a investigação 
será realizada pela Polícia Civil. 
 
*******A Polícia Federal também pode investigar crimes da competência da 
Justiça Estadual, desde que tais delitos sejam dotados de repercussão 
interestadual ou internacional e houver previsão legal. Nesse sentido, proclama 
a Constituição Federal: 
CF, Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade 
de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade 
das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos: § 1º A polícia 
federal, instituída por lei como órgão permanente, organizado e mantido pela 
União e estruturado em carreira, destina-se a: I - 
apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de 
bens, serviços e interesses da União ou de suas entidades autárquicas e 
empresas públicas, assim como outras infrações cuja prática tenha repercussão 
interestadual ou internacional e exija repressão uniforme, segundo se dispuser 
em lei. 
 
→Terrorismo (Legislação especial): o art. 11 da Lei n. 13.260/16 atribui à Polícia 
Federal a atribuição para investigar os crimes ali previstos. Vejamos: 
Art. 11. Para todos os efeitos legais, considera-se que os crimes previstos nesta 
Lei são praticados contra o interesse da União, cabendo à Polícia Federal a 
investigação criminal, em sede de inquérito policial, e à Justiça Federal o seu 
processamento e julgamento, nos termos do inciso IV do art. 109 da Constituição 
Federal. 
 
3- Características do nquérito 
Procedimento Escrito Art. 9º, CPP 
Procedimento Dispensável Art. 39, §5º, CPP 
Procedimento Sigiloso Art. 20, CPP 
Procedimento Inquisitorial 
Procedimento Discricionário Art. 14, CPP 
Procedimento Indisponível Art. 17, CPP 
Procedimento Temporário Art. 10, CPP 
 
Procedimento escrito: é um procedimento que deve ser documentado. Tem que 
documentar e relatar todos os elementos que foram encontrados. Nesse 
sentido, dispõe o artigo 9º do Código de Processo Penal: 
 
Art. 9º. Todas as peças do inquérito policial serão, num só processado, 
reduzidas a escrito ou datilografadas e, neste caso, rubricadas pela autoridade. 
Será que atos do inquérito podem ser gravados pelo Delegado? Importante 
destacar que com a inovação dos recursos é possível ainda que atos do Inquérito 
sejam gravados!!! 
Procedimento dispensável: se houver como formar a justa causa (lastro 
probatório mínimo que demonstre os indícios mínimos de autoria e materialidade 
do crime), que não pelo inquérito policial, poderá este último ser dispensado. 
Assim, se já houver uma peça de informação com todos os elementos 
necessários de autoria e materialidade do crime, o inquérito poderá ser 
dispensado. Nesse sentido, dispõe o art. 39, § 5º do CPP: 
Art. 39, §5º. O órgão do Ministério Público dispensará o inquérito, se com a 
representação forem oferecidos elementos que o habilitem a promover a ação 
penal, e, neste caso, oferecerá a denúncia no prazo de quinze dias. 
 
Sigiloso: o artigo 20, do CPP dispõe que a autoridade assegurará no inquérito o 
sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse da sociedade. 
Nas investigações, EM REGRA, o inquérito policial deve ser conduzido de 
maneira sigilosa. O sigilo é importante para assegurar a eficácia das 
investigações, por exemplo, não pode divulgar a decretação da interceptação 
telefônica, sob pena da prova restar prejudicada. 
É sabido que a CF, em seu art. 93, IX garante o direito a publicidade. 
Contudo, o princípio da publicidade é válido na fase judicial da persecução penal. 
Exceção: Publicidade – Retrato Falado: O retrato falado chega a ser, inclusive, 
importante para o desenvolvimento das investigações a publicidade nesta 
hipótese. Nesse caso, a publicidade é de caráter importante para constatar 
outras pessoas que foram vítimas daquele criminoso. 
 
 
******Acesso do Advogado aos autos do Inquérito Policial O advogado tem 
acesso aos autos do Inquérito Policial? Precisa de procuração? Precisa de 
autorização Judicial prévia? Qual o grau de acesso? 
CF, art. 5º. LXIII – o preso será informado de seus direitos, entre os quais o 
de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de 
advogado. 
Estatuto da OAB, Art. 7º – São direitos do advogado: XIV – examinar, em 
qualquer instituição responsável por conduzir investigação, MESMO SEM 
PROCURAÇÃO, autos de flagrante e de investigações de qualquer natureza, 
findos ou em andamento, ainda que conclusos à autoridade, podendo copiar 
peças e tomar apontamentos, em meio físico ou digital. §10º. NOS AUTOS 
SUJEITOS A SIGILO, deve o advogado apresentar procuração para o exercício 
dos direitos que trata o inciso XIV. 
Desnecessidade de Procuração. Em regra, não há necessidade de procuração. 
SALVO quando houver informações sigilosas, ligadas a intimidade ou a vida 
privada do investigado naqueles autos. Logo a necessidade de procuração é 
medida excepcional, imprescindível quando tiver informações sigilosas. Vamos 
esquematizar a informação? 
 
Regra Exceção 
Advogado tem acesso, mesmo
 SEM procuração. 
Autos sujeitos a SIGILO, advogado 
deve APRESENTAR a procuração. 
 
Súmula Vinculante 14. É direito do defensor, no interesse do representado,ter acesso amplo aos elementos de prova que, JÁ DOCUMENTADOS em 
procedimento investigatório realizado por órgão com competência de 
polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa. 
Qual seria a amplitude do advogado aos autos da investigação reliminar? 
O acesso está restrito as diligências JÁ DOCUMENTADAS, e não aquelas ainda 
em andamento. 
 
Inquisitorial: o inquérito policial é um procedimento inquisitorial posto que não é 
obrigatória a observância do contraditório e da ampla defesa. 
→A Lei nº 13.245/2016, assegurou a assistência de advogado ao investigado. 
Contudo, esse direito não lhes retira o caráter de procedimento inquisitorial. 
 
Procedimento discricionário: discricionariedade significa liberdade de atuação 
dentro dos parâmetros legais. Existe uma liberdade de atuação da Autoridade 
Policial nos limites traçados pela lei. Por exemplo, ao teor dos arts. 6 e 7º do 
CPP, consta um rol exemplificativo de diligências que poderão ser realizadas 
pelo Delegado de Polícia. Não há um rito procedimental rígido que deve ser 
observado pelo Delegado, trata-se de rol exemplificativo. Assim, a diligência 
será realizada ou não, a cargo da liberdade de atuação da autoridade. A 
discricionariedade não pode ser confundida com arbitrariedade. 
Art. 14. O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado poderão requerer 
qualquer diligência, que será realizada, ou não, a juízo da autoridade. 
Exceção: pedido de exame de corpo de delito por alguma das partes. 
Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de 
corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado. 
 
********Mitigação da discricionariedade, diante do poder de requisição do 
Ministério Público 
 
O Artigo 129, VIII da Constituição Federal dispõe que “são funções 
institucionais do Ministério Público: requisitar diligências investigatórias e a 
instauração de inquérito policial, indicados os fundamentos jurídicos ...” trata-se 
do poder de investigação do Ministério Público. 
→O art.129, VIII da CF, confere ao Ministério Público o poder de requisitar 
diligências investigatórias. Se o poder discricionário do Delegado fosse absoluto, 
não seria obrigado este a atender as requisições do órgão Ministerial. 
Cumpre destacar que a requisição deve ser legal sob pena do Delegado 
não ser obrigado a cumprir. Cabe ao Delegado, na hipótese de requisição ilegal, 
recusar-se ao seu cumprimento, tomando as medidas necessárias, tais como 
comunicação aos órgãos correcionais do Ministério Público. 
 
Procedimento indisponível: significa que a autoridade policial, uma vez 
instaurado o referido procedimento, não poderá mandar arquivar autos do 
inquérito. 
Art. 17 do CPP. Art. 17 do CPP - A autoridade policial não poderá mandar 
arquivar autos de inquérito 
******O Delegado NÃO PODE arquivar o inquérito.***** 
 
Procedimento temporário: o inquérito policial é um procedimento temporário, isso 
porque ele possui prazo determinado para ser encerrado. O prazo para 
conclusão do inquérito irá variar conforme a situação prisional do investigado, se 
solto ou se preso, é o que dispõe o art. 10 do CPP. 
Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido 
preso em flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta 
hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de 
30 dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela. 
****Doutrina moderna defende que a garantia da razoável duração do processo 
também se aplica ao inquérito policial, evitando-se com isso inquéritos “eternos”, 
por exemplo, trancamento do Inquérito policial pelo fato do referido já vim 
tramitando há mais de 7 anos para que a Denúncia fosse oferecida.***** 
 
4- Formas de instauração do Inquérito Policial 
Sobre as formas de instauração do inquérito, é imprescindível o 
conhecimento da espécie de ação penal a que aquele delito está sujeito, pois, a 
depender da espécie de ação penal, a instauração dependerá ou não do 
requerimento ou representação da vítima. 
Instauração do IP nos crimes de ação penal pública condicionada ou de 
ação de iniciativa privada (crimes contra honra, por exemplo): Nesses casos, o 
inquérito policial não pode ser instaurado de ofício. O crime de estupro, por 
exemplo, em regra, depende de representação da vítima. Os crimes contra a 
honra, por seu turno, dependem de requerimento da vítima. Desse modo, nesses 
casos, a instauração do inquérito, igualmente, depende de prévia manifestação 
da vítima. 
****** Nos casos de crimes de ação penal privada, a instauração do 
inquérito policial depende de REQUERIMENTO da vitima ou seu representante 
legal, enquanto que os de ação penal condicionada, dependem de 
REPRESENTAÇÃO do ofendido.****** 
Instauração do IP nos crimes de ação penal pública incondicionada: 
a. De ofício: nos crimes de ação penal pública incondicionada a 
instauração do IP poderá ocorrer de ofício, isso porque o Delegado de Polícia 
também está vinculado ao princípio da obrigatoriedade, de modo que, a partir do 
momento que ele toma conhecimento da existência de um crime de ação penal 
pública incondicionada ele é obrigado a agir. Deve-se lavrar a PORTARIA – 
peça inaugural do inquérito policial. 
 
b. Requisição da autoridade judiciária ou do Ministério Público: a PEÇA 
INAUGURAL será a própria REQUISIÇÃO MINISTERIAL ou JUDICIAL. Porém, 
nada obsta que seja elaborada Portaria. 
c. Requerimento do ofendido ou de seu representante legal: na hipótese 
de requerimento do ofendido ou de seu representante legal, a peça inaugural é 
a PORTARIA. Nessa esteira, diante do requerimento, o Delegado de Polícia 
deve verificar a procedência das informações, de modo a evitar a instauração de 
um inquérito abusivo/temerário. 
d. Notícia oferecida por qualquer do povo: qualquer pessoa do povo, ao 
tomar conhecimento da prática de crime de ação penal incondicionada pode 
levá-lo ao conhecimento do Delegado, o qual, verificado a procedência das 
informações, deverá instaurar inquérito através da peça inaugural, qual seja, a 
PORTARIA. 
e. Auto de Prisão em Flagrante – APF – As peças iniciais do IP será o 
próprio APF. 
 
5- Notitia criminis 
 Conceito: é o conhecimento, espontâneo ou provocado, por parte da 
autoridade policial, ao Mp ou ao Magistrado acerca de um fato criminoso. Trata-
se do conhecimento por parte do Delegado de um fato criminoso. 
Espécies de notitia criminis 
De cognição espontânea/direta: a autoridade policial toma conhecimento 
do crime através de suas atividades rotineiras. Exemplo: interceptação telefônica 
sobre determinado delito e descoberta fortuita de elementos quanto a outros 
delitos. 
De cognição provocada/indireta: a autoridade policial toma conhecimento 
do crime através de um expediente escrito. Ex: encaminhamento de ofício por 
outro órgão público informando a notícia de um possível crime; requerimento do 
ofendido; requisição do juiz ou do MP. 
De cognição coercitiva: nesse caso a autoridade policial toma 
conhecimento do fato delituoso através da apresentação de indivíduo preso em 
flagrante. 
Notitia criminis inqualificada: também denominada de “denúncia 
anônima ou apócrifa”. A Jurisprudência entende que a denúncia anônima por 
si só não pode levar a instauração de um inquérito policial. Assim, antes de ser 
instaurado um inquérito policial, incube ao Delegado verificar a procedência das 
informações. 
→Diante de uma denúncia anônima, deve a autoridade policial, antes de 
instaurar o inquérito policial, verificar a procedência e veracidade das 
informações por ela veiculadas. 
→A denúncia anônima, por si só, não serve para fundamentar a 
instauração de inquérito policial, mas, a partir dela, pode a polícia realizar 
diligências preliminares para apurar a veracidade das informações obtidas 
anonimamente e, então, instaurar o procedimento investigatóriopropriamente 
dito. 
Portanto, as formas de instauração de IP são: 
1- De ofício 
2- Requisição do MP ou Juiz 
3- Requerimento do Ofendido 
4- Lavratura do Auto de Prisão em Flagrante 
***** Incomunicabilidade: o indivíduo fora preso e não poderá se comunicar 
com ninguém. O artigo 21 do CPP dispõe isso! Porém o artigo 21 do CPP não 
foi recepcionado pela Constituição de 1988. 
 
6- Identificação Criminal 
Obrigatoriedade da Identificação Criminal 
Nos termos da Constituição Federal, art. 5º, LVIII – o civilmente 
identificado não será submetido a identificação criminal, SALVO nas hipóteses 
previstas em lei. (E que lei é essa? A Lei nº 12.037)! 
Espécies de Identificação: 
a) Identificação fotográfica: através de fotografia. 
b) Identificação datiloscópica: através da colheita das impressões digitais. 
c) Identificação do perfil genético (como meio de prova): material biológico 
para que possa identificar o acusado. A identificação do perfil genético 
fora introduzida com o advento da Lei nº. 12.654/2012. 
**** sempre que for essencial à apuração da infração, poderá o juiz, de 
ofício, ou mediante representação da autoridade policial ou, ainda, a 
requerimento do Ministério Público ou da defesa, determinar a coleta de 
material biológico para obtenção do perfil genético do investigado ou réu 
(art. 5º, parágrafo único, da Lei n. 12.037/2009). É importante lembrar, 
portanto, que esse meio de identificação criminal, ao contrário do que 
ocorre com a identificação dactiloscópica e fotográfica, só pode ser 
adotado por decisão judicial, ainda que no curso da investigação policial. 
Se determinada a coleta de material biológico, a extração da amostra 
deve ser realizada por técnica indolor, para, em seguida, realizar-se o 
cotejo do perfil genético do investigado com o do material apreendido.**** 
Assim: - Aquele que for civilmente identificado, não será submetido a 
identificação criminal. 
Entretanto, ainda que tenha sido identificado civilmente, nas hipóteses 
previstas em lei é possível se exigir também a identificação criminal (ainda que 
identificado civilmente). E quais as hipóteses em que será admitida a 
identificação? 
A Lei nº 12.037/2009 elenca hipóteses em que autorizam a identificação 
criminal independentemente de anterior identificação civil. 
Art. 3º Embora apresentado documento de identificação, poderá ocorrer 
identificação criminal quando: 
I – o documento apresentar rasura ou tiver indício de falsificação; 
II – o documento apresentado for insuficiente para identificar cabalmente 
o indiciado; (por exemplo: registro de nascimento, haja vista que esse não 
apresenta foto). 
III – o indiciado portar documentos de identidade distintos, com 
informações conflitantes entre si; 
IV – a identificação criminal for essencial às investigações policiais, 
segundo despacho da autoridade judiciária competente (autorização judicial), 
que decidirá de ofício ou mediante representação da autoridade policial, do 
Ministério Público ou da defesa; 
V – constar de registros policiais o uso de outros nomes ou diferentes 
qualificações; 
VI – o estado de conservação ou a distância temporal ou da localidade 
da expedição do documento apresentado impossibilite a completa identificação 
dos caracteres essenciais. 
Parágrafo único. As cópias dos documentos apresentados deverão ser 
juntadas aos autos do inquérito, ou outra forma de investigação, ainda que 
consideradas insuficientes para identificar o indiciado. A identificação criminal na 
hipótese da alínea IV, está sujeita a chamada cláusula de reserva de Jurisdição. 
7- Diligências do IP 
Após a instauração do inquérito, a autoridade deverá determinar a 
realização das diligências pertinentes ao esclarecimento do fato delituoso. Assim, 
os arts. 6º e 7º do Código de Processo Penal elencam um rol de diligências em 
rol exemplificativo que devem ser observadas, desde que cabíveis no caso 
concreto. O art. 6º dispõe que, logo que tomar conhecimento da prática da 
infração penal, a autoridade deverá: 
I-dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e 
conservação das coisas, até a chegada dos peritos criminais; 
II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após 
liberados pelos peritos criminais; 
III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento 
do fato e suas circunstâncias; 
IV - ouvir o ofendido; 
V - ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do disposto no 
Capítulo III do Título Vll, deste Livro, devendo o respectivo termo ser assinado 
por duas testemunhas que Ihe tenham ouvido a leitura; 
VI - proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações; 
VII - determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e 
a quaisquer outras perícias; 
VIII - ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se 
possível, e fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes; 
IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, 
familiar e social, sua condição econômica, sua atitude e estado de ânimo antes 
e depois do crime e durante ele, e quaisquer outros elementos que contribuírem 
para a apreciação do seu temperamento e caráter; 
X - colher informações sobre a existência de filhos, respectivas idades e se 
possuem alguma deficiência e o nome e o contato de eventual responsável pelos 
cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa. (Incluído pela Lei nº 13.257, 
de 2016) 
 
Art. 7o Para verificar a possibilidade de haver a infração sido praticada de determinado 
modo, a autoridade policial poderá proceder à reprodução simulada dos fatos, desde que esta 
não contrarie a moralidade ou a ordem pública. 
Quanto a reprodução simulada dos fatos, é a famosa reconstituição do 
crime e tem a finalidade de verificar se a infração foi praticada de determinado 
modo. O suspeito não é obrigado a participar, mas é obrigado a comparecer. 
 
8- Indiciamento 
Conceito: indiciar significa apontar o dedo para alguém, no sentido de 
aponta-lo como provável autor do delito. Nessa esteira, segundo Renato 
Brasileiro, indiciar consiste em atribuir a alguém a autoria ou participação em 
determinada infração penal. 
Momento: é exclusivo da fase investigatória!! 
Competência: é privativo da autoridade policial. Ninguém pode determinar 
que o delegado indicie alguém. 
Fundamentos: para que o sujeito seja indiciado é necessário o mínimo de 
elementos informativos quanto a autoria e materialidade. Não pode ser um ato 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#livroitituloviicapituloiii
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#livroitituloviicapituloiii
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13257.htm#art41
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13257.htm#art41
arbitrário do Delegado de Polícia. 
INDICIOS DE AUTORIA + PROVA DO CRIME/MATERIALIDADE= 
FUMMUS COMISSI DELICTI 
Desindiciamento: trata-se do ato de cassação ou revogação de anterior 
indiciamento. Pode ser feito não apenas pelo Delegado, mas também pelo poder 
judiciário, uma vez verificado a ilegalidade daquele indiciamento. 
→ O indiciamento é privativo do Delgado, mas o desindiciamento pode 
ser feito pelo próprio Delegado, mas também poderá ser feito pelo Poder 
Judiciário se acaso reconhecido constrangimento ilegal no julgamento de um 
Habeas corpus. 
9 -Prazo para conclusão do Inquérito Policial 
O prazo para conclusão do inquérito irá variar conforme a situação 
prisional do investigado, se solto ou se preso. 
 
PRAZO PRESO SOLTO 
JUSTIÇA ESTADUAL 10 improrrogável 30 prorrogável 
JUSTIÇA FEDERAL 15 + 15 30 prorrogável 
JUSTIÇA MILITAR 20 40 + 20 
LEI DE DROGAS 30 + 30 90 + 90 
CRIMES HEDIONDOS E 
PRISÃO TEMPORARIA 
30+30 
 
10- Relatório do IP realizado pelo Delegado 
Conceito: peça elaborada pela autoridade policial (Delegado de Polícia), 
de conteúdoeminentemente descritivo, onde deve ser feito um esboço das 
principais diligências realizadas na investigação criminal. PEÇA DESCRITIVA. 
A produção do relatório policial não é condição indispensável para o 
oferecimento da denúncia. Se nem mesmo o IP é indispensável para o 
oferecimento da ação penal, imagina o relatório. Contudo, trata-se de um dever 
legal do Delegado, sob pena de ser responsabilizado disciplinarmente. 
É preciso destacarmos que, em regra o Delegado deve se abster de dar 
uma opinião, já que o promotor é o titular da ação, mas cuidado com uma 
exceção, qual seja, a Lei de drogas, pois ela exige do Delegado uma opinião 
acerca da classificação, ou seja, se se trata de tráfico de drogas ou porte de 
drogas para consumo pessoal. Logicamente, esta opinião do Delegado de 
Polícia não vincula o órgão ministerial nem tampouco o juiz. 
11- Destinatário dos autos do IP 
Conforme dispõe o §1º, do artigo 10 do CPP, “a autoridade fará minucioso 
relatório do que tiver sido apurado e enviará autos ao juiz competente”. 
Nos moldes do previsto no CPP a tramitação dos autos é a seguinte: sai 
da polícia até o juiz, e do juiz ao Ministério Público; do MP retorna ao Juiz que 
retorna a Polícia. 
DESTINATARIO IMEDIATO: MP 
DESTINATARIO MEDIATO: JUIZ 
Nota-se que que essa tramitação do inquérito pelo judiciário é evidente 
causa de excesso de prazo. Por isso, vários juízos já estão entendendo que não 
precisa passar pelos juízes. Nessa linha, a Resolução n. 63/2009 do Conselho 
da Justiça Federal trata da possibilidade de tramitação direta, ou seja, salvo 
hipóteses em que houver necessidade de intervenção judicial, os autos devem 
tramitar diretamente entre a Polícia e o Ministério Público. 
Da posse do IP, o MP terá as seguintes opções: Iniciar a ação penal 
(denuncia); requisitar novas diligências a polícia e ou requerer o arquivamento 
do IP. 
12- ARQUIVAMENTO DE IP: 
O IP para de tramitar sem chegar em um resultado final prático; vai para 
o “arquivo”. Quando o MP entender que o IP não obteve êxito, não prova nada 
quanto a fato ou quanto à autoria, nem existe, no momento, expectativa de que 
novas diligências vão mudar esse cenário. 
- Não pode ser arquivado pelo Delegado de Polícia, conforme dispõe o 
art. 17 do CPP. (INDISPONIBILIDADE DO INQUÉRITO POLICIAL); 
- O inquérito policial não pode ser arquivado de Ofício pelo juiz; 
- O arquivamento é uma decisão judicial resultado do consenso entre o 
magistrado e o Ministério Público. O Ministério Público promoverá o pedido de 
arquivamento; em sequência, o magistrado irá avaliar o referido pedido, e em 
concordando, homologa a promoção de arquivamento. 
MP requer arquivamento. Se o Juiz concorda, homologa. Se não 
concorda, encaminha o IP ao Procurador Geral. Este vai decidir definitivamente. 
Ou manda arquivar ou oferece denuncia ou determina que outro membro do Mp 
denuncie. Art. 28 do CPP. 
- Importante salientar que o chamado PACOTE ANTICRIME, Lei 13964 
de 2019, modificou a sistemática do arquivamento do IP. Passou a ser feito 
dentro do âmbito interno do Ministério Público, que é o titular da ação penal, sem 
qualquer interferência do poder judiciário. Acontece que, neste ponto, o STF 
suspendeu a eficácia do normativo. 
 
Fundamentos para se arquivar um IP: 
1- Falta de justa causa (indícios de autoria e 
materialidade) 2- Atipico 
3- Excludentes de ilicitude 
4- Excludentes de culpabilidade, exceto 
inimputabilidade 5- Excludentes de punibilidade 
De outro ponto, devemos destacar duas formas de arquivamento trazidos 
pela doutrina brasileira: 
Arquivamento Implícito: O arquivamento Implícito ocorre quando o parquet 
(ministério público) não inclui na denúncia um indiciado, ou em se tratando de 
mais de um crime, não inclui todos eles. A exemplo da denúncia em face de três 
acusados, porém a mesma é oferecida apenas em face de dois deles; na mesma 
casuística, suponha que a denúncia seja oferecida em face de três indivíduos 
acusados de praticar dois crimes distintos, mas o Ministério Público, na 
denúncia, imputa-lhes a prática de somente um crime. Não oferece, portanto, a 
denúncia em sua totalidade, mas também não solicita o arquivamento do 
inquérito em relação aos demais indiciados ou demais fatos. Essa forma de 
arquivamento não é aceita pelo nosso ordenamento jurídico, assim, o STF já se 
manifestou contrário ao arquivamento implícito, dentre outras razões, em face 
do postulado da indisponibilidade da ação penal pública. 
Arquivamento Indireto: O arquivamento indireto ocorre quando o juiz, em 
virtude do não oferecimento de denúncia pelo Ministério Público, fundamentado 
em razões de incompetência da autoridade jurisdicional, recebe tal manifestação 
como se tratasse de um pedido de arquivamento. Quando o magistrado não 
concorda com o pedido de declinação de competência formulado pelo órgão 
ministerial, não pode obrigar o Ministério Público a oferecer denúncia, sob pena 
de violação a sua independência funcional (CF, art. 127, § Io). Há, assim, um 
impasse, porque o juiz se recusa a remeter os autos a outro juízo, por se 
considerar competente para o feito, ao passo que o órgão do Ministério Público 
recusa-se a oferecer denúncia, porque entende que a autoridade judiciária não 
é o juiz natural da causa. 
Nesse caso, deve o juiz receber a manifestação como se tratasse de um 
pedido indireto de arquivamento, aplicando, por analogia, o quanto disposto no 
art. 28 do CPP: os autos serão remetidos ao órgão de controle revisional do 
Ministério Público, seja o Procurador- Geral de Justiça, no âmbito do Ministério 
Público dos Estados, seja a Câmara de Coordenação e Revisão, na esfera do 
Ministério Público da União. É este o denominado arquivamento indireto. 
13- Diferença entre IP x TCO: 
O inquérito policial é instaurado para apurar infrações penais que tenham 
pena superior a 2 anos, já que, no caso das infrações de menor potencial 
ofensivo, determina o art. 69 da Lei 
n. 9.099/95 a mera lavratura de termo circunstanciado. 
As infrações de menor potencial ofensivo são os crimes com pena 
máxima não superior a 2 anos e as contravenções penais (art. 61 da Lei n. 
9.099/95). Todavia, que, se a infração de menor potencial ofensivo cometida 
revestir-se de alguma complexidade, inviabilizando sua apuração mediante 
termo circunstanciado, será, excepcionalmente, instaurado inquérito policial que, 
posteriormente, será encaminhado ao Juizado Especial Criminal. Além disso, 
nos termos do art. 41 da Lei Maria da Penha (Lei n. 11.340/2006), todas as 
infrações que envolvam violência doméstica ou familiar contra a mulher se 
apuram mediante inquérito policial, ainda que a pena máxima não seja superior 
a 2 anos.

Outros materiais