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Indaial – 2021 ReoRganização SocietáRia Prof.a Ângela Bilk Prof.a Estelamaris Reif Prof. Valdecir Knuth 2a Edição Copyright © UNIASSELVI 2021 Elaboração: Prof.a Ângela Bilk Prof.a Estelamaris Reif Prof. Valdecir Knuth Revisão, Diagramação e Produção: Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri UNIASSELVI – Indaial. Impresso por: B595r Bilk, Ângela Reorganização societária. / Ângela Bilk; Estelamaris Reif; Valdecir Knuth. – Indaial: UNIASSELVI, 2021. 179 p.; il. ISBN 978-65-5663-650-4 ISBN Digital 978-65-5663-651-1 1. Reestruturação societária. - Brasil. I. Bilk, Ângela. II. Reif, Estelamaris. III. Knuth, Valdecir. IV. Centro Universitário Leonardo Da Vinci. CDD 330 apReSentação Olá, acadêmico! Seja bem-vindo ao Livro Didático Reorganização Societária! A reorganização, ou reestruturação societária, é um processo que provoca alteração na estrutura acionária de uma organização, por variação das cotas detidas pelos antigos acionistas, ou pela entrada dos novos investidores no capital da organização. Esse processo pode trazer vários benefícios para as organizações envolvidas, como vantagem competitiva, auxílio na economia tributária, proteção patrimonial, melhora da atuação no mercado, aumento da rentabilidade e lucratividade. Veremos que o contexto da globalização da economia faz com que as empresas busquem alternativas para a maximização da lucratividade e da rentabilidade, por meio de atividades, a fim a se manterem competitivas. Nesse aspecto, é entendido que a reorganização societária é utilizada como estratégia de permanência no mercado, visando aumentar os benefícios das organizações. As modalidades mais conhecidas de reorganização societária, e que serão estudadas neste livro, são: cisão, fusão e incorporação. Por se tratar de uma alteração na estrutura acionária da organização, os acionistas, ou sócios, verificam a melhor modalidade para a empresa deles. Essa alteração na estrutura pode ocorrer por variação das cotas detidas pelos antigos acionistas, ou, também, pela entrada dos novos investidores no capital da instituição. Dessa forma, o intuito deste livro didático é apresentar as formas mais conhecidas de reorganização societária, como fusão, cisão e incorporação das empresas; as estruturas societárias nas quais estão enquadradas; os reflexos sucessórios; e por fim, os grupos empresariais e reflexos tributários. Iniciaremos a Unidade 1, abordando fusão, cisão e incorporação de empresas. O acadêmico verá que a fusão se trata da operação através da qual se unem duas ou mais sociedades para formar uma sociedade nova, que lhes sucederá em todos os direitos e obrigações. A cisão é entendida como a operação pela qual a companhia transfere parcelas do patrimônio para uma ou para mais sociedades, constituídas para esse fim, ou já existentes, extinguindo-se a companhia cindida; e a incorporação é a operação na qual uma ou mais sociedades são absorvidas por outra que lhes sucede em todos os direitos e obrigações. Ao fim da Unidade 1, o acadêmico terá conhecimento dos conceitos e das diferenças entre os tipos de reorganização, dos exemplos práticos, e poderá realizar leituras sugeridas e atividades que abarcarão esses temas centrais. Na Unidade 2, serão abordados os aspectos das empresas e as formas de constituição. É denominada sociedade empresária a organização proveniente de duas ou de mais pessoas, que pactuam a reunião de capitais e de trabalho para um fim lucrativo. Portanto, nesta unidade, o acadêmico estudará a sociedade simples, o nome coletivo, a comandita simples, a limitada e as cooperativas, além de toda legislação e das possibilidades de enquadramento. O acadêmico terá contato com exemplos práticos e teóricos acerca do conteúdo, realizará atividades práticas e poderá fazer as leituras sugeridas ao longo da unidade. Por fim, na Unidade 3, serão abordados o valor da empresa e a tradução das demonstrações contábeis para a moeda estrangeira, a empresa coligada e a controlada. Os desdobramentos da unidade englobarão o Custo Médio Ponderado de Capital e os efeitos tributários do IRPJ (Imposto de Renda Pessoa Jurídica), e CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido), como forma de apurar o valor da empresa, com a aplicação dos estudos dos passivos, como o coeficiente Beta. Serão apresentados, na Unidade 3, aspectos teóricos e práticos do valuation empresarial, apontando as formas de fazê-lo, como Fluxo de Caixa Descontado, para avaliação do valor da empresa; Fluxo de Caixa Livre, sendo a apuração do fluxo de caixa descontado e o valor da empresa; os efeitos do ajuste da tradução das variações da moeda estrangeira; e o impacto causado nos relatórios contábeis da organização. Em todas as unidades, o acadêmico terá contato com exercícios práticos, e leituras que complementarão o conteúdo estudado. Bons estudos! Prof.a Ângela Bilk Prof.a Estelamaris Reif Prof. Valdecir Knuth Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela um novo conhecimento. Com o objetivo de enriquecer seu conhecimento, construímos, além do livro que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você terá contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementares, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento. Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo. Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada! LEMBRETE Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novidades em nosso material. Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo. Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto em questão. Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa continuar seus estudos com um material de qualidade. Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes – ENADE. Bons estudos! NOTA SumáRio UNIDADE 1 — FUSÃO, CISÃO E INCORPORAÇÃO DE EMPRESAS .................................... 1 TÓPICO 1 — ASPECTOS LEGAIS E SOCIETÁRIOS DA REORGANIZAÇÃO SOCIETÁRIA .................................................................................................................. 3 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................... 3 2 REORGANIZAÇÃO SOCIETÁRIA ................................................................................................. 4 2.1 ASPECTOS LEGAIS E SOCIETÁRIOS DA REORGANIZAÇÃO SOCIETÁRIA .................. 6 RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 14 AUTOATIVIDADE ..............................................................................................................................15 TÓPICO 2 — FUSÃO DE EMPRESAS ............................................................................................. 17 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 17 2 CONTEXTUALIZAÇÃO .................................................................................................................. 17 2.1 ASPECTOS CONTÁBEIS ............................................................................................................. 19 RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 26 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 27 TÓPICO 3 — CISÃO DE EMPRESAS .............................................................................................. 29 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 29 2 CONTEXTUALIZAÇÃO ................................................................................................................. 29 2.1 ASPECTOS CONTÁBEIS ............................................................................................................ 31 RESUMO DO TÓPICO 3..................................................................................................................... 37 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 38 TÓPICO 4 — INCORPORAÇÃO DE EMPRESAS ........................................................................ 39 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 39 2 CONTEXTUALIZAÇÃO .................................................................................................................. 39 2.1 ASPECTOS CONTÁBEIS ............................................................................................................. 41 LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 44 RESUMO DO TÓPICO 4..................................................................................................................... 47 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 48 REFERÊNCIAS ...................................................................................................................................... 49 UNIDADE 2 — ASPECTOS SOCIETÁRIOS .................................................................................. 51 TÓPICO 1 — EMPRESAS E FORMAS DE CONSTITUIÇÃO .................................................... 53 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 53 2 TIPOS SOCIETÁRIOS ..................................................................................................................... 54 2.1 SIMPLES PURA ............................................................................................................................ 56 2.2 NOME COLETIVO ....................................................................................................................... 57 2.3 COMANDITA SIMPLES .............................................................................................................. 58 2.4 LIMITADA ..................................................................................................................................... 60 2.5 COOPERATIVAS .......................................................................................................................... 61 2.6 SOCIEDADE ANÔNIMA ............................................................................................................ 62 2.7 COMANDITA POR AÇÕES ........................................................................................................ 64 2.8 SOCIEDADE EM COMUM ......................................................................................................... 65 2.9 SOCIEDADE EM CONTA DE PARTICIPAÇÃO ..................................................................... 67 2.10 SOCIEDADES INDIVIDUAIS ................................................................................................... 68 RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 70 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 71 TÓPICO 2 — PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS .................................................................... 73 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 73 2 CPC 05 - DIVULGAÇÃO SOBRE PARTES RELACIONADAS (R1) ....................................... 74 3 CPC 18 - INVESTIMENTO EM COLIGADA, EM CONTROLADA E EM EMPREENDIMENTO CONTROLADO EM CONJUNTO (R2) ............................................... 80 4 CPC 19 - NEGÓCIOS EM CONJUNTO (R2) ................................................................................ 85 5 CPC 44 – DEMONSTRAÇÕES COMBINADAS ......................................................................... 88 6 CPC 45 - DIVULGAÇÃO DE PARTICIPAÇÕES EM OUTRAS ENTIDADES ..................... 89 RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 91 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 93 TÓPICO 3 — PLANEJAMENTO SUCESSÓRIO ........................................................................... 95 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 95 2 O QUE É E POR QUE FAZER PLANEJAMENTO SUCESSÓRIO ........................................... 95 3 FORMAS DE SUCESSÃO EMPRESARIAL ................................................................................. 97 3.1 HOLDING FAMILIAR .................................................................................................................. 97 3.2 TRUST............................................................................................................................................. 99 3.3 TESTAMENTO ............................................................................................................................ 101 3.4 DOAÇÃO DE BENS EM VIDA COM USUFRUTO ............................................................... 101 LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 103 RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 108 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 109 REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 111 UNIDADE 3 — VALOR DA EMPRESA E TRADUÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS PARA MOEDA ESTRAGEIRA - EMPRESAS COLIGADA E CONTROLADA ......................................................................... 115 TÓPICO 1 — VALUATION OU VALOR DA EMPRESA............................................................. 117 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................117 2 CMPC – CUSTO MÉDIO PONDERADO DE CAPITAL ......................................................... 118 2.1 ESTRUTURA DO CAPITAL DA EMPRESA .......................................................................... 118 2.1.1 Custo do capital próprio ................................................................................................... 120 2.1.2 Custo do capital de terceiros ............................................................................................ 127 2.1.3 Efeito do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica nas taxas de captação de recursos ...... 131 2.2 APURAÇÃO DO RESULTADO OPERACIONAL DA EMPRESA...................................... 133 2.3 APURAÇÃO DO RESULTADO OPERACIONAL E EFEITOS REMUNERATÓRIOS ..... 134 RESUMO DO TÓPICO 1................................................................................................................... 137 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 139 TÓPICO 2 — VALUATION EMPRESARIAL PELO CRITÉRIO FCD ..................................... 141 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 141 2 FCD – FLUXO DE CAIXA DESCONTADO PARA AVALIAÇÃO DO VALOR DA EMPRESA .................................................................................................................................. 141 2.1 FLUXO DE CAIXA LIVRE ........................................................................................................ 142 2.2 APURAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA DESCONTADO E VALOR DA EMPRESA ........... 146 3 VALOR DA EMPRESA (ENTERPRISE VALUE) ........................................................................ 151 3.1 CÁLCULO DO FCDE PELOS RESULTADOS DO EXERCÍCIO .......................................... 152 3.2 CÁLCULO DO FCDE PELO EBITDA ..................................................................................... 153 RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 157 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 159 TÓPICO 3 — AJUSTE DA TRADUÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS EM MOEDA ESTRANGEIRA ................................................................................. 161 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 161 2 OBJETIVOS E IMPORTÂNCIA DA TRADUÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ..................................................................................................................................... 161 3 PROCEDIMENTOS E MÉTODOS DE TRADUÇÃO .............................................................. 162 4 GANHOS E PERDAS COM OPERAÇÕES EM MOEDA ESTRANGEIRA ........................ 164 5 PROCEDIMENTOS DE TRADUÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS PARA MOEDA FUNCIONAL DA INVESTIDORA................................................................. 165 LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 172 RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 174 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 177 REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 179 1 UNIDADE 1 — FUSÃO, CISÃO E INCORPORAÇÃO DE EMPRESAS OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PLANO DE ESTUDOS A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de: • conhecer os aspectos legais e societários necessários para a reorganização societária; • entender os conceitos e os procedimentos em relação à fusão de empresas; • estudar os conceitos e os procedimentos em relação às cisões parcial e total de empresas; • analisar os conceitos e os procedimentos em relação à incorporação de empresas. Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade, você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado. TÓPICO 1 – ASPECTOS LEGAIS E SOCIETÁRIOS DA REORGANIZAÇÃO SOCIETÁRIA TÓPICO 2 – FUSÃO DE EMPRESAS TÓPICO 3 – CISÃO DE EMPRESAS TÓPICO 4 – INCORPORAÇÃO DE EMPRESAS Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações. CHAMADA 2 3 TÓPICO 1 — UNIDADE 1 ASPECTOS LEGAIS E SOCIETÁRIOS DA REORGANIZAÇÃO SOCIETÁRIA 1 INTRODUÇÃO Acadêmico, no Tópico 1, abordaremos os conceitos relacionados à reorganização societária. Por meio desse processo, as empresas alteram a estrutura pela variação das cotas detidas pelos antigos acionistas, e pela entrada dos novos investidores no capital da organização, ou seja, consiste em qualquer mudança no tipo empresarial ou composição do quadro societário. Ao tratar de reorganização societária a empresa passa por um processo de reestruturação no qual se transforma em uma ou mais sociedades. Essa reestruturação pode ser feita de diversas formas como: por meio da transformação de um tipo de sociedade para outro. Dentre as várias modalidades para o processo de reorganização societária, as quais podemos citar a cisão, a fusão e a incorporação, objetos de estudo desta unidade. Quanto as finalidades da reorganização societária são particulares de cada empresa e que variam entre o interesse dos sócios ou pelas próprias necessidades do mercado no qual se está inserido. A reorganização societária busca beneficiar a organização de diversas formas, como por exemplo um planejamento tributário, fortalecimento ou consolidação da marca no mercado (melhorando sua atuação no mercado) ou ainda alteração de seu tipo legal. Ademais, cabe a gestão da organização verificar os benefícios oriundos da reorganização societária bem como verificar quais das formas será a mais adequada e benéfica para a empresa. Além disso é necessário conhecer a legislação para realizar o processo de reestruturação de maneira correta. Para isso será abordado neste tópico os aspectos legais e societários que envolvem o processo de reorganização societária. Então, vamos lá! UNIDADE 1 — FUSÃO, CISÃO E INCORPORAÇÃO DE EMPRESAS 4 Devido à globalização da economia, cada vez mais, as organizações buscam alternativas para a maximização da lucratividade e da rentabilidade, por meio das atividades, a fim de se manterem competitivas. Para tanto, reduzir o custo alto para a produção de bens e de serviços tem se tornado a grande missão das organizações. As organizações têm, como objetivos, a geração e a maximização da riqueza para os acionistas, sócios ou proprietários, com a continuidade no mercado. Nesse sentido, como estratégia de permanência no mercado e para o aumento da rentabilidade e da lucratividade, as empresas podem reformular a estrutura, como realizar uma reestruturação ou uma reorganização societária. Além do exposto, na literatura, são apontados vários motivos que levam uma organização a reestruturar o modelo societário, dentre os principais, conforme Iudícibus (2000, p. 461): • reorganização de sociedades de um grupo de empresas em face da conjuntura socioeconômica; • reorganização de sociedades, objetivando o planejamento sucessório e a proteção do patrimônio da entidade e dos sócios; • reorganização de sociedade a título de planejamento fiscal, objetivando minimizar a carga tributária; • separação ou desmembramento de empresas, ou parte delas, como solução às divergências entre acionistas, com frequência, entre herdeiros de empresas familiares; • incorporações ou fusões entre empresas voltadas à integração operacional;à evolução da tecnologia, dos sistemas de produção ou de comercialização, ou; ao fortalecimento competitivo no mercado diante da concorrência; • alterações em face da mudança de ramo de atuação ou ingresso em novos produtos ou novas áreas ou na internacionalização das atividades operacionais; • reorganizações de empresas estatais no processo de preparação à privatização; • abertura de empresas privadas familiares ao mercado de capitais. A reorganização societária é considerada uma operação residual que provoca alteração na estrutura acionária de uma organização pela variação das cotas detidas pelos antigos acionistas e pela entrada dos novos investidores no capital da organização. Para o processo de reorganização societária, existem várias modalidades, como cisão, fusão e incorporação. No Art. 227, da Lei 6.404/76, tem-se a definição de incorporação como “a operação pela qual uma ou mais sociedades são absorvidas por outra, que lhes sucede em todos os direitos e obrigações”. Nesse método, a empresa incorporada passa a não existir juridicamente (ALMEIDA, 2014). 2 REORGANIZAÇÃO SOCIETÁRIA TÓPICO 1 — ASPECTOS LEGAIS E SOCIETÁRIOS DA REORGANIZAÇÃO SOCIETÁRIA 5 Já o processo de fusão é conceitualizado no Art. 228, da Lei 6.404/76, como “operação pela qual se unem duas ou mais sociedades para formar uma sociedade nova, que lhes sucederá em todos os direitos e obrigações”. Por fim, o Art. 229, da Lei 6.404/76, traz o processo de cisão como “a operação pela qual a companhia transfere parcelas do próprio patrimônio para uma ou mais sociedades, constituídas para esse fim ou já existentes, extinguindo-se a companhia cindida, se houver versão de todo o seu patrimônio, ou dividindo-se o capital, se parcial a versão”. Cada processo de reorganização societária é escolhido, conforme as pretensões e os objetivos organizacionais dos sócios, dos investidores e/ou dos acionistas. Após serem identificadas tais pretensões e objetivos, verificam-se as particularidades de cada processo de reestruturação (fusão, cisão e incorporação), para decidir o melhor para a organização, visto que possuem características diferentes entre si. Com o processo de reorganização societária concluído, os sócios, ou acionistas das organizações incorporadas, fundidas, ou cindidas, devem receber, diretamente da companhia emissora, as ações de direito. No entanto, é necessária a observação da legislação, como a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e a Lei n° 6.404/76, que trata das normas para os processos de reestruturação, avaliação e contabilização, aplicados nas operações de fusão, de incorporação e de cisão, as quais envolvem as organizações. Em conformidade com Código Civil, Lei n° 10.406/2002, qualquer tipo de sociedade pode se transformar por meio do processo de reestruturação societária, modificar o tipo societário da organização, por exemplo, uma sociedade limitada (LTDA) se torna anônima (S.A). Dentre outros atos, com a transformação, também, pode ser pela alteração de capital social, pelo quadro de sócios, pelo funcionamento organizacional ou regime tributário, como uma forma de elisão fiscal. Assim, com todas essas modificações estruturais, a nova sociedade apresenta novas características e particularidades, de modo a surgir uma adaptação e a serem criadas alternativas e estratégias para atuar no mercado para atingir todos os objetivos organizacionais. A reorganização societária modifica as empresas com novos modelos societários, a partir dos quais elas unem forças umas com as outras, e podem ser desmembradas de forma total ou parcial, para se manter ativas no mercado competitivo, reduzindo os custos e aumentando a lucratividade. Resumidamente, o processo de reorganização societária possui diversas finalidades, como auxiliar na economia tributária, por meio do planejamento tributário (elisão fiscal); na mudança da estrutura societária; na proteção patrimonial; melhorar a atuação no mercado; e aumentar a rentabilidade e a lucratividade. No entanto, ao optar pelo processo, é essencial avaliar as reais necessidades organizacionais, além de estudar todas as possibilidades, a fim de identificar o melhor procedimento: fusão, cisão ou incorporação. UNIDADE 1 — FUSÃO, CISÃO E INCORPORAÇÃO DE EMPRESAS 6 Acerca dos aspectos legais e societários que tratam da modificação das sociedades (incorporação, fusão e cisão), Iudícibus et al. (2010) e Almeida (2014) destacam, como situações simples, que podem levar a uma alteração na estrutura da sociedade, ou de um grupo de empresas, fazendo-se necessária a observação da legislação: • Lei 6.404/1976. • Comissão de Valores Mobiliários (CVM). • Pronunciamento Técnico do Comitê de Pronunciamentos Contábeis CPC 15 (R1) – Combinação de Negócios. Na Lei 6.404/76, as normas tratam dos critérios de avaliação em operações societárias: Art. 184-A. A Comissão de Valores Mobiliários estabelecerá, com base na competência conferida pelo § 3o, do Art. 177, desta Lei, normas especiais de avaliação e contabilização aplicáveis à aquisição de controle, participações societárias ou negócios (Incluído pela Lei n° 11.941, de 2009). Art.226 § 3o A Comissão de Valores Mobiliários estabelecerá normas especiais de avaliação e contabilização aplicáveis às operações de fusão, incorporação e cisão que envolvam companhia aberta (Redação dada pela Lei n° 11.941, de 2009). Conforme exposto na lei supracitada, a CVM estabelece normas especiais de avaliação e de contabilização aplicáveis às operações de fusão, de incorporação e de cisão. Ao tratar do ponto de vista contábil, Almeida (2014) destaca que a regulamentação é efetuada, observando o CPC 15- Combinação de Negócios. A regra geral é: • A operação que não se enquadra como combinação de negócio é contabilizada pelo valor contábil dos ativos e passivos registrados na escrituração mercantil. • Na operação que se enquadra como combinação de negócios, o acervo líquido adquirido é contabilizado pelo valor justo (ALMEIDA, 2014, p. 98). O CPC 46 conceitualiza o valor justo como o preço que seria recebido pela venda de um ativo, ou que seria pago pela transferência de um passivo, em uma transação não forçada entre participantes do mercado na data de mensuração. Assim, entende-se que o valor justo é o valor que é recebido quando há a venda de um ativo, ou que é pago pela transferência de um passivo, ou seja, é o valor pelo qual o ativo pode ser negociado entre as partes interessadas (ALMEIDA, 2014). 2.1 ASPECTOS LEGAIS E SOCIETÁRIOS DA REORGANIZAÇÃO SOCIETÁRIA TÓPICO 1 — ASPECTOS LEGAIS E SOCIETÁRIOS DA REORGANIZAÇÃO SOCIETÁRIA 7 Combinação de negócios é quando o adquirente obtém o controle de um negócio. Controle é o poder para governar as políticas financeira e operacional da entidade, ou do negócio, de forma a obter benefícios das atividades. Negócio é um conjunto integrado de atividades e de ativos capaz de ser conduzido e gerenciado para gerar retorno, na forma de dividendos, redução de custos ou outros benefícios econômicos, diretamente, a investidores ou a outros proprietários, membros ou participantes. Adquirida é o negócio, ou negócios, cujo controle é obtido pelo adquirente, por meio da combinação de negócios. Adquirente é a entidade que obtém o controle da adquirida (ALMEIDA, 2014). NOTA Conforme observamos, uma combinação de negócios é uma operação a partir da qual o adquirente obtém o controle de outra empresa. As formas mais comuns do adquirente obter o controle da empresa adquirida são indicadas no CPC 15 B5: • pela transferência de caixa, equivalentes de caixa ou outros ativos (incluindo ativos • líquidos que se constituam em um negócio); • pela assunção de passivos; • pela emissão de instrumentos de participação societária; • por mais de um dos tipos de contraprestação anteriores; • sem a transferência de nenhuma contraprestação, inclusive, por meio de acordos puramente contratuais. Assunção de passivos é a modalidadede transmissão de obrigação. Determinada pessoa assume o polo passivo da relação jurídica, na condição de novo devedor. Para saber mais, acesse https://dicionariodireito.com.br/. DICAS UNIDADE 1 — FUSÃO, CISÃO E INCORPORAÇÃO DE EMPRESAS 8 De forma simplificada, veja um exemplo de lançamento contábil de negócios adquiridos de pessoa jurídica: A empresa “A” adquiriu 100% do capital social, à vista, da empresa “B”, no valor de R$ 50.000,00 em dinheiro, com um ágio de R$ 5.000,00. QUADRO 1 – LANÇAMENTO CONTÁBIL FONTE: O autor Débito Investimento em “B” R$ 45.000,00 Débito Investimento - ágio “B” R$ 5.000,00 Crédito Banco e/ou caixa R$ 50.000,00 Vale ressaltar que a entidade precisa contabilizar a combinação de negócios pela aplicação do método de aquisição, conforme orientado pelo CPC 15. A aplicação do método consiste em: • identificação do adquirente: entidade que obtém o controle da adquirida; • determinação da data de aquisição: data na qual o controle da adquirida é obtido. Geralmente, consiste na data na qual, legalmente, é feita a transferência dos ativos e dos passivos para a empresa adquirente (ALMEIDA, 2014); • reconhecimento e mensuração dos ativos identificáveis adquiridos, dos passivos assumidos e das participações societárias de não controladores na adquirida: os ativos identificáveis e os passivos assumidos devem ser avaliados pelo valor justo; • reconhecimento e mensuração do ágio por expectativa de rentabilidade futura (goodwill): é o ganho proveniente de compra vantajosa. Almeida (2014) traz exemplos de combinações de negócios mais utilizadas no mercado: • Aquisição de controle de uma companhia. • Aquisição de controle de um negócio não estruturado em forma de pessoa jurídica. • Fusão da companhia com outra entidade, com a formação de uma nova sociedade. • Fusão da companhia com o acervo líquido, cindido de outra entidade, com a formação de uma nova sociedade. • Incorporação, pela companhia, de uma outra entidade. • Incorporação, pela companhia, do acervo líquido, cindido de outra entidade. • Transferência, dos acionistas, das participações societárias para a constituição de uma nova sociedade (ALMEIDA, 2014). TÓPICO 1 — ASPECTOS LEGAIS E SOCIETÁRIOS DA REORGANIZAÇÃO SOCIETÁRIA 9 Para aprofundar os seus estudos a respeito dos aspectos contábeis de uma COMBINAÇÃO DE NEGÓCIOS, consulte o CPC 15, disponível em http://www.cpc.org.br/. DICAS Cabe ressaltar que a combinação de negócios ocorre por meio da aquisição de ações ou de quotas, pela incorporação, pela fusão, pela cisão e/ou por outras formas de reorganização societária, no entanto, para fins contábeis, quando há a obtenção do controle de um ou de mais negócios. Dentre as reestruturações societárias possíveis, as quais ocorrem por meio de processos, destacaremos, especificamente, a incorporação, a fusão e a cisão. Para o entendimento da competência e do processo dessas operações, é essencial a observação da Lei 6.404/76: Art. 223. A incorporação, a fusão e a cisão podem ser operadas entre sociedades de tipos iguais ou diferentes, e deverão ser deliberadas na forma prevista, para a alteração dos respectivos estatutos ou contratos sociais. § 1° Nas operações nas quais houver a criação de sociedade, serão observadas as normas reguladoras da constituição das sociedades do tipo. § 2° Os sócios, ou acionistas das sociedades incorporadas, fundidas ou cindidas, receberão, diretamente, da companhia emissora, as ações que lhes couberem. § 3° Se a incorporação, a fusão ou a cisão envolver uma companhia aberta, as sociedades que a sucederem serão, também, abertas, devendo obter o respectivo registro, e, se for o caso, promover a admissão de negociação das novas ações no mercado secundário, no prazo máximo de cento e vinte dias, contados da data da assembleia geral, a qual aprovou a operação, observando as normas pertinentes baixadas pela Comissão de Valores Mobiliários. § 4° O descumprimento do previsto, no parágrafo anterior, dará, ao acionista, o direito de se retirar da companhia, mediante o reembolso do valor das ações (Art. 45), nos trinta dias seguintes ao término do prazo referido, observado o disposto nos §§ 1° e 4°, do Art. 137 (BRASIL, 1976). Entretanto, antes de se efetivar um processo de incorporação, de fusão ou de cisão, é necessário tomar algumas medidas preliminares de caráter legal, observadas na Lei 6.404/76, como: • Protocolo O protocolo de incorporação, de fusão ou de cisão é conceitualizado como um pré-contrato, o qual consolida os órgãos de administração das sociedades envolvidas na negociação (IUDÍCIBUS et al., 2010). No protocolo, são disciplinados os termos e as condições para finalizar a operação de negócios. UNIDADE 1 — FUSÃO, CISÃO E INCORPORAÇÃO DE EMPRESAS 10 O Art. 224, da Lei 6.404/76, trata dos requisitos necessários do protocolo: As condições da incorporação, da fusão ou da cisão, com incorporação em sociedade existente, constarão de protocolo firmado pelos órgãos de administração ou sócios das sociedades interessadas, o que incluirá: I- O número, a espécie e a classe das ações que serão atribuídas em substituição dos direitos de sócios que se extinguirão, e os critérios utilizados para determinar as relações de substituição; II- os elementos ativos e passivos que formarão cada parcela do patrimônio, no caso de cisão; III- os critérios de avaliação do patrimônio líquido, a data a que será referida a avaliação, e o tratamento das variações patrimoniais posteriores; IV- a solução a ser adotada quanto às ações ou às quotas do capital de uma das sociedades possuídas por outra; V- o valor do capital das sociedades a serem criadas ou do aumento ou da redução do capital das sociedades que forem parte na operação; VI- o projeto, ou os projetos de estatuto, ou de alterações estatutárias, que deverão ser aprovados para efetivar a operação; VII- todas as demais condições às quais estiver sujeita a operação (BRASIL, 1976). • Instrumento de justificação e de deliberação em assembleia Uma das formalidades que deve ser cumprida, para que uma operação de incorporação, de fusão, ou de cisão produza os devidos efeitos legais, é a apreciação, além da deliberação prévia, em Assembleia Geral Extraordinária, de acionistas para sociedade anônima (IUDÍCIBUS et al., 2010). Na Lei n° 6.404/76, no Art. 225, constam os requisitos necessários: As operações de incorporação, de fusão e de cisão serão submetidas à deliberação da assembleia geral das companhias interessadas, mediante justificação, na qual serão expostos: I- os motivos ou os fins da operação, e o interesse da companhia na realização; II- as ações que os acionistas preferenciais receberão, e as razões para a modificação dos direitos, se prevista; III- a composição, após a operação, segundo espécies e classes das ações, do capital das companhias que deverão emitir ações em substituição às que se deverão extinguir; IV- o valor de reembolso das ações ao qual terão direito os acionistas dissidentes (BRASIL, 1976). • Aprovação do protocolo e nomeação dos peritos A assembleia geral que realiza a aprovação do protocolo da operação de incorporação, de fusão ou de cisão precisa nomear os peritos para efetuar a avaliação dos patrimônios das sociedades envolvidas (IUDÍCIBUS et al., 2010). Ainda, no caso da incorporação, o aumento do capital da sociedade incorporadora, também, deve ser autorizado pela assembleia. Conforme trata o § 1°, do Art. 226, da Lei n° 6.404/76, as ações, ou as quotas do capital da sociedade a ser incorporada, que forem de propriedade da companhia incorporadora, poderão, de acordo com o protocolo de incorporação, TÓPICO 1 — ASPECTOS LEGAIS E SOCIETÁRIOS DA REORGANIZAÇÃO SOCIETÁRIA 11 ser extintas, ou substituídas por ações em tesouraria da incorporadora, até o limite dos lucros acumulados e reservas, exceto a legal. Ainda, o disposto, nesse parágrafo, aplica-se aos casos de fusão, quando uma das sociedades fundidas é proprietáriade ações ou de quotas de outra, e de cisão com incorporação, quando a companhia que incorpora uma parcela do patrimônio da cindida é proprietária de ações ou de quotas do capital desta (IUDÍCIBUS et al., 2010). Na Lei n° 6.404/76, o Art. 136 traz exigências específicas a respeito de quorum para essas assembleias: Art. 136. É necessária a aprovação de acionistas que representem metade, no mínimo, das ações com direito a voto, se maior quorum não for exigido pelo estatuto da companhia, cujas ações não estejam admitidas à negociação em bolsa ou no mercado de balcão, para deliberação sobre: I- criação de ações preferenciais ou aumento de classe de ações preferenciais existentes, sem guardar proporção com as demais classes de ações preferenciais, salvo se já previstas ou autorizadas pelo estatuto; II- alteração nas preferências, nas vantagens e nas condições de resgate ou de amortização de uma ou mais classes de ações preferenciais, ou criação de nova classe mais favorecida; III- redução do dividendo obrigatório; IV- fusão da companhia, ou incorporação em outra; V- participação em grupo de sociedades (Art. 265); VI- mudança do objeto da companhia; VII- cessação do estado de liquidação da companhia; VIII- criação de partes beneficiárias; IX- cisão da companhia; X- dissolução da companhia (BRASIL, 1976). • Direitos dos acionistas, debenturistas e credores Quando ocorrem os processos de incorporação, de fusão e de cisão, a Lei n° 6.404/76 traz direitos particulares aos acionistas, debenturistas e credores, para as sociedades envolvidas, conforme exposto a seguir: QUADRO 2 – DIREITOS DOS ACIONISTAS, DEBENTURISTAS E CREDORES FONTE: Adaptado de Brasil (1976) Acionista dissidente Quando aprovado em assembleia de matérias relativas à incorporação, à fusão e à cisão, tem o direito de se retirar da companhia, mediante o reembolso do valor das ações (Arts. 136 e 137, da Lei n° 6.404/76). Debenturista Para a sociedade emissora de debêntures em circulação, a operação de incorporação, de fusão ou de cisão depende da prévia autorização dos debenturistas, os quais devem se reunir em assembleia, convocados, especialmente, para esse fim. No entanto, é dispensada essa obrigatoriedade se lhes for assegurado, pela companhia, o resgate das debêntures das quais forem titulares no prazo mínimo de seis meses (Art. 231, da Lei n° 6.404/76). Credores Até 60 dias após a publicação dos atos relativos à incorporação, ou à fusão, o credor anterior, que for prejudicado pela operação, poderá discutir, judicialmente, a anulação da operação, de forma a garantir, ao credor, a legitimidade do crédito (Art. 232, da Lei n° 6.404/76). UNIDADE 1 — FUSÃO, CISÃO E INCORPORAÇÃO DE EMPRESAS 12 Nos próximos tópicos desta unidade, estudaremos a FUSÃO, a CISÃO e a INCORPORAÇÃO de empresas. ESTUDOS FU TUROS O que é a reorganização societária e como ela pode beneficiar a sua empresa? Redação Grupo Studio A reorganização societária é uma alteração que consiste na reestruturação, de natureza jurídica, em uma empresa. Ela pode ocorrer de várias maneiras, dentre elas, por meio da transformação de um tipo de sociedade em outro, da fusão e da aquisição de duas ou de mais sociedades, incorporação ou cisão parcial, dentre outras formas que alteram o capital, o quadro de sócios ou o regime tributário, porém, o processo de reorganização depende da modificação a ser feita, podendo variar entre alta e baixa complexidade, assim, a empresa pode optar por uma alteração dos sócios ou passar por um processo maior, como no caso da fusão. A reorganização serve para várias finalidades, pelo interesse dos sócios ou pelas próprias necessidades impostas pelo mercado. Ela tem, como finalidade, beneficiar a empresa de formas variadas, com o planejamento tributário, o fortalecimento da marca ou a alteração do tipo legal. Quando a reorganização societária vem com a finalidade de trazer benefício à empresa, ela visa buscar uma redução na carga tributária, viabilizando a diminuição do pagamento dos tributos e readequando a empresa ao regime tributário que for mais vantajoso, seja lucro real, presumido ou simples nacional. Isso ocorre, por exemplo, quando uma empresa do simples nacional recebe investimentos em conjunto, e altera o quadro societário, incluindo novos investidores e atividades ao tipo de prestação de serviço. Nesse novo cenário, o planejamento tributário entra para identificar a melhor forma de tributação para a empresa na questão do pagamento de impostos e de forma administrativa, já que, dependendo do regime escolhido, a empresa deve realizar adaptações nas operações para o cumprimento das obrigações tributárias legais. Por isso, antes de tomar uma decisão desse nível, é importante estudar, avaliar as melhores mudanças a serem realizadas. Calma! Isso deve ser feito com a ajuda de profissionais especializados, para fazerem uma boa assessoria contábil, como é o caso da Studio Corporate, a franquia do Grupo Studio especializada em soluções corporativas e estratégicas focada em otimizar as operações e proporcionar segurança nos negócios realizados. No caso do fortalecimento do mercado, é necessária a junção de duas ou de mais sociedades para unificar as forças, solidificando as estratégias, para que, assim, consigam incorporar novas tecnologias ao mercado e enfrentar as concorrentes do ramo. Muitas vezes, pode acontecer de a empresa precisar mudar o tipo societário com a finalidade de aumentar a competitividade, podendo optar entre empresa individual de responsabilidade limitada (EIRELI), sociedade limitada (LTDA), sociedade anônima (S.A), dentre outras, migrando dentro das possibilidades e dos tipos societários previstos no Código Civil, Lei n° 10.406/2002. NOTA TÓPICO 1 — ASPECTOS LEGAIS E SOCIETÁRIOS DA REORGANIZAÇÃO SOCIETÁRIA 13 Esse tipo de mudança pode modificar a forma de compor o quadro de sócios, dessa forma, uma sociedade anônima, de capital aberto, está apta a permitir que as ações sejam negociadas na bolsa de valores, gerando capacitação de recursos financeiros para a empresa, porém, novamente, esse é um processo que necessita do auxílio de um profissional para a realização de maneira segura. Em muitos casos, é comum que o empresário pense que, para fazer uma modificação no quadro de sócios, é necessário que a empresa se encontre em crise, mas isso não é verdade. O ideal é fazer constantes avaliações do negócio, simular vantagens para a melhoria do empreendimento, e, se algo vantajoso aparece, é a hora de colocar as mãos à obra, de realizar as mudanças necessárias. A reorganização societária é um assunto muito amplo e abrange várias formas que podem ser adotadas pelos empresários: cisão, fusão, incorporação e transformação. Cada uma dessas modalidades possui os próprios objetivos e benefícios. A cisão é o processo a partir do qual uma única empresa transfere o próprio patrimônio para uma ou para mais organizações. Quem recebe pode ser uma empresa constituída apenas para essa finalidade, ou alguma empresa já existente. Esse fundamento se encontra no Art. 299, da Lei das Sociedades Anônimas, Lei n° 6.404, de 1976, e pode ocorrer de forma parcial, sendo cedida apenas parte do patrimônio, ou total, com todos os bens cedidos e, a empresa, extinta. O processo de fusão se dá quando duas empresas se unem para formar uma nova, assim, as anteriores são extintas. Para que isso ocorra, é necessária a realização de novos registros perante as autoridades municipais, estaduais e federais. O processo de incorporação se trata de uma reorganização a partir da qual uma empresa incorporada é absolvida por outra, a incorporadora. Nesse processo, são agregados patrimônios das duas empresas, e só se exclui a empresa incorporada. Esse tipo de transferência ocorre através do pagamento de quotas ou de ações subscritas, e a incorporadora assume todos os direitos e as obrigações da empresa incorporada.A transformação é, basicamente, o processo de mudança do tipo de sociedade, por exemplo, uma empresa LTDA para uma EIRELI. Para que o processo ocorra, é necessária a aprovação dos sócios e dos acionistas, através de contrato social ou estatuto que comprove a aprovação da transformação pela maioria dos membros – due diligence. Quais são os benefícios que a reorganização societária traz para a empresa? Embora muitas pessoas acreditem que a reorganização societária tem as funções de aumentar o faturamento e de diminuir os gastos, ela não traz apenas isso como benefício. Ao aplicar a modalidade adequada para o seu tipo de negócio, a reorganização societária pode colaborar com a empresa na hora de manter a lucratividade mesmo em tempos difíceis, como na crise econômica. Uma pesquisa realizada pelo IBGE, entre 2009 e 2014, alega que mais de 60% das empresas acabam tendo problemas em sobreviver após cinco anos, e que isso ocorre devido à falta de adaptabilidade ao mercado. Por isso, quando realizada de forma adequada, a revisão societária pode trazer grandes vantagens para o empreendimento, como a redução da carga tributária pelo planejamento tributário, a lucratividade, o fortalecimento de mercado, o aumento da clientela, a melhoria na captação de recursos e de tecnologias, e muitas outras modalidades. FONTE: <https://blog.grupostudio.com.br/studio-corporate/o-que-e-a-reorganizacao- societaria-e-como-ela-pode-beneficiar-a-sua-empresa/>. Acesso em: 24 abr. 2020. 14 Neste tópico, você aprendeu que: • A globalização da economia faz com que as empresas busquem alternativas para a maximização da lucratividade e da rentabilidade, por meio das atividades, a fim de se manterem competitivas. • A reorganização societária é utilizada como estratégia de permanência no mercado. • A reorganização societária provoca alteração na estrutura acionária de uma organização pela variação das cotas detidas pelos antigos acionistas, ou pela entrada dos novos investidores no capital da organização, e pode ocorrer por meio da cisão, da fusão e da incorporação. • Há uma série de normas, de leis e de regulamentos que se deve seguir para qualquer alteração na estrutura da sociedade ou de um grupo de empresas, como a Lei 6.404/1976 e os regulamentos da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Ainda, é preciso cumprir com o que é apontado no Pronunciamento Técnico do Comitê de Pronunciamentos Contábeis CPC 15 (R1) – Combinação de Negócios. • A reestruturação societária pode ser benéfica para a empresa, uma vez que, ao aplicar a modalidade adequada para o seu tipo de negócio, está apta a colaborar com a empresa no momento de manter a lucratividade mesmo em tempos difíceis, como na crise econômica. RESUMO DO TÓPICO 1 15 AUTOATIVIDADE 1 Baseadas na legislação, descreva quais são as medidas preliminares necessárias para efetivar o processo de incorporação, de fusão ou de cisão. 2 Descreva o que é a reorganização societária e quais as formas mais comuns utilizadas pelas empresas. 3 Antes de efetivar um processo de incorporação, de fusão ou de cisão, é necessário tomar algumas medidas preliminares de caráter legal, observadas na Lei 6.404/76, como o protocolo. Conceitualize o protocolo. 4 Nos processos de incorporação, fusão e cisão, a Lei n° 6.404/76 resguarda os direitos particulares aos acionistas, aos debenturistas e aos credores para as sociedades envolvidas. Considerando o texto apresentado, associe as colunas: I- Acionista dissidente II- Debenturista III- Credor ( ) A operação de incorporação, fusão ou cisão depende da prévia autorização dele, o qual precisa se reunir em assembleia. Ainda, é convocado, especialmente, para esse fim. ( ) Quando há a aprovação, em assembleia, de matérias relativas à incorporação, à fusão e à cisão, tem o direito de se retirar da companhia, mediante reembolso do valor das ações. ( ) Até 60 dias após a publicação dos atos relativos à incorporação ou à fusão, o anterior, prejudicado pela operação, pode discutir, judicialmente, a anulação, de forma a garantir a legitimidade do crédito. Agora, assinale a alternativa que contém a sequência CORRETA: a) ( ) II-I-III. b) ( ) II-III-I. c) ( ) III-II-I. d) ( ) I-II-III. e) ( ) III-I-II. 5 Descreva algumas finalidades ou motivos que levam as empresas a optarem por uma reorganização societária. 6 A combinação de negócios ocorre quando o adquirente obtém o controle de outra empresa. As formas mais comuns do adquirente obter o controle da empresa adquirida são indicadas no CPC 15 B5. Assinale a alternativa INCORRETA sobre o controle da empresa: 16 a) ( ) Pela transferência de caixa, equivalente de caixa ou de outros ativos (incluindo ativos líquidos que se constituam em um negócio). b) ( ) Pela assunção de passivos. c) ( ) Pela emissão de instrumentos de participação societária. d) ( ) Pela redução do capital da sociedade. e) ( ) Sem a transferência de nenhuma contraprestação, inclusive, por meio de acordos puramente contratuais. 17 TÓPICO 2 — UNIDADE 1 FUSÃO DE EMPRESAS 1 INTRODUÇÃO Acadêmico, no Tópico 2, abordaremos a seguinte modalidade de reorganização societária: Fusão. Esse processo ocorre quando duas ou mais empresas se unem para formar uma nova, sendo que está sucederá todos os bens, direitos e obrigações. Logo a fusão causa um processo de mudança para as organizações envolvidas, pois a nova empresa irá manter seus ativos e passivos, bem como todas as responsabilidades das empresas originárias. O processo de fusão pode trazer vários benefícios para as organizações, como por exemplo a diversificação do mercado, aumento da abrangência da marca, redução de despesas e consequentemente aumento das receitas, minimiza os riscos de mercado, tecnologia bem como melhores condições de atuação, dentre outros benefícios. Para a formalização do processo de fusão entre as empresas, além de identificar os principais benefícios bem como suas desvantagens, é necessário seguir a legislação para que o processo ocorra de maneira legal. Inicialmente, será abordada uma conceitualização do processo de fusão, incluindo os processos necessários para ocorrer a efetivação. Em seguida, traremos os aspectos contábeis do processo de fusão, ou seja, os lançamentos contábeis necessários para realizar a escrituração. 2 CONTEXTUALIZAÇÃO Neste tópico, abarcaremos a fusão nas empresas. Conforme o disposto no Art. 228, da Lei n° 6.404/76, “a fusão é a operação pela qual se unem duas ou mais sociedades para formar uma sociedade nova, que lhes sucederá em todos os direitos e obrigações”. No Código Civil, Lei n° 10.406, de 10 de janeiro de 2002, no Art. 1.119, também, encontra-se a definição: “a fusão determina a extinção das sociedades que se unem, para formar uma sociedade nova, a qual lhes sucederá nos direitos e obrigações”. Para entender melhor como ocorre o processo de fusão, observe o exposto a seguir: 18 UNIDADE 1 — FUSÃO, CISÃO E INCORPORAÇÃO DE EMPRESAS FIGURA 1 – FUSÃO DE EMPRESAS FONTE: Os autores Conforme demonstrado, podemos observar que a empresa “A” e a empresa “B” se unem para formar uma nova empresa, a “AB”, e, dessa forma, todos os ativos e os passivos da “A” e da “B” são somados, e, posteriormente, transferidos para a nova, a “AB”. O processo de fusão tem, como finalidade, a junção de empresas (as quais são extinguidas) para a formação de uma nova, esta que necessita assumir todas as obrigações pertencentes àquelas extintas, além dos bens e dos diretos das empresas fusionadas. Para Alves (2003), Gallo (2000) e Silva et al. (2004), no Brasil, alguns fatores limitam o processo de efetivação das fusões. No entanto, os autores destacam os dois principais: • a necessidade de abertura de uma nova empresa: esse fato gera muita burocracia e custos exigidos para tal processo. No entanto, se compararmos esses custos com os valores envolvidos em toda a operação, veremos que eles são mínimos; • a perda dos prejuízosfiscais acumulados: se olharmos pelo ponto de vista tributário, é um fator extremamente negativo, visto que não possibilita a compensação de tais prejuízos. Assim, sempre que a empresa possui prejuízos a serem compensados, a fusão não é interessante para o planejamento tributário, conforme explícito no Art. 514, do RIR/99: Art. 514. A pessoa jurídica sucessora por incorporação, fusão ou cisão não poderá compensar prejuízos fiscais da sucedida. Parágrafo único – No caso de cisão parcial, a pessoa jurídica cindida poderá compensar os seus próprios prejuízos, proporcionalmente, à parcela remanescente do patrimônio líquido (Decreto-Lei n° 2.341/87, Art. 33). TÓPICO 2 — FUSÃO DE EMPRESAS 19 Com relação aos procedimentos de efetivação de fusão, o Art. 228, da Lei n° 6.404/76, rege: § 1° A assembleia-geral de cada companhia, se aprovar o protocolo de fusão, deverá nomear os peritos que avaliarão os patrimônios líquidos das demais sociedades. § 2° Apresentados os laudos, os administradores convocarão os sócios ou acionistas das sociedades para uma assembleia-geral, que, deles, tomará conhecimento, e resolverá sobre a constituição definitiva da nova sociedade, vedado, aos sócios ou acionistas, votar o laudo de avaliação do patrimônio líquido da sociedade da qual fazem parte. § 3° Constituída a nova companhia, incumbirá, aos primeiros administradores, promoverem o arquivamento e a publicação dos atos da fusão. Conforme regido por lei, os procedimentos necessários para o processo de fusão das empresas são feitos após a aprovação do protocolo, e a assembleia geral nomeia os peritos para avaliarem os patrimônios líquidos das demais empresas. Após a apresentação dos laudos, os administradores se reúnem com os sócios, ou os acionistas das empresas, por meio de assembleia, para ter conhecimento e resolver questões definitivas da nova constituição da instituição. Então, é redigido o novo contrato social da empresa e o estatuto, neles, contendo as informações e a identificação dos sócios e dos acionistas a partir de então. É importante ressaltar que, para um processo de fusão, não é necessário as empresas possuírem o mesmo tipo societário, dessa forma, organizações de tipos diferentes podem se fundir, formando uma nova organização com natureza jurídica. Para Young (2005), os principais motivos que levam à decisão de realizar o processo de fusão são a redução dos custos operacionais, o aumento da eficiência e da eficácia da produção, a junção de tecnologia, a busca pelo crescimento e a satisfação da capacidade econômica. Também, pode ser considerado uma estratégia para diminuir a concorrência. 2.1 ASPECTOS CONTÁBEIS O processo de fusão precisa ser escriturado, assim, veremos como são realizados os procedimentos contábeis quando ocorre um processo de fusão de sociedade sob controle comum. Exemplo: Os acionistas da empresa ABC S/A e da empresa WXY S/A estão sob controle comum e optaram por realizar o processo de fusão e formar uma nova empresa, denominada de EDA S/A. A operação ocorreu em 31/12/X1, com base no acervo líquido avaliado pelo valor contábil. O balanço patrimonial da ABC S/A, em 31/12/x1, apresenta: 20 UNIDADE 1 — FUSÃO, CISÃO E INCORPORAÇÃO DE EMPRESAS QUADRO 3 – BALANÇO PATRIMONIAL ABC S/A FONTE: Os autores O balanço patrimonial da WXY S/A, em 31/12/x1, apresenta: Balanço patrimonial ABC S/A Ativo Passivo Ativo circulante 18.000,00 Passivo circulante 17.000,00 Ativo não circulante 73.000,00 Passivo não circulante 8.000,00 Patrimônio líquido 66.000,00 Total 91.000,00 Total 91.000,00 QUADRO 4 – BALANÇO PATRIMONIAL WXY S/A FONTE: Os autores Balanço patrimonial WXY S/A Ativo Passivo Ativo circulante 17.000,00 Passivo circulante 11.000,00 Ativo não circulante 40.000,00 Passivo não circulante 9.600,00 Patrimônio líquido 36.400,00 Total 57.000,00 Total 57.000,00 Como houve o processo de fusão, as empresas ABC SA e WXY precisaram transferir todos os ativos e os passivos para a nova empresa: EDA S/A. Foi necessário criar uma conta transitória de fusão para tal transferência. Essa conta recebeu as contrapartidas dos saldos das contas do ativo e do passivo transferidas para a empresa EDA S/A, com a baixa simultânea desses saldos ao final da escrituração. Veja como foram realizados os lançamentos contábeis: Escrituração contábil da empresa ABC S/A • Lançamentos das contas do ativo: Débito Conta de fusão 91.000,00 Crédito Ativo circulante 18.000,00 Crédito Ativo não circulante 73.000,00 • Lançamentos das contas do passivo: Débito Passivo circulante 17.000,00 Débito Passivo não circulante 8.000,00 Crédito Conta de fusão 25.000,00 TÓPICO 2 — FUSÃO DE EMPRESAS 21 • Lançamentos das contas do patrimônio líquido: Débito Patrimônio líquido 66.000,00 Crédito Conta de fusão 66.000,00 Após todos esses lançamentos efetuados, o balanço patrimonial da empresa ABC S/A fica zerado, e, devido ao processo de fusão, deixa de existir juridicamente. Escrituração contábil da empresa WXY S/A • Lançamentos das contas do ativo: Débito Conta de fusão 57.000,00 Crédito Ativo circulante 17.000,00 Crédito Ativo não circulante 40.000,00 • Lançamentos das contas do passivo: Débito Passivo circulante 11.000,00 Débito Passivo não circulante 9.600,00 Crédito Conta de fusão 20.600,00 • Lançamentos das contas do patrimônio líquido: Débito Patrimônio líquido 36.400,00 Crédito Conta de fusão 36.400,00 Após todos esses lançamentos efetuados, o balanço patrimonial da empresa WXY S/A fica zerado, e, devido ao processo de fusão, deixa de existir juridicamente. Todos os valores dos ativos e dos passivos das empresas ABC S/A e WXY S/A são transferidos para a EDA S/A, por meio de conta transitória de fusão. Vejamos como realizar os lançamentos contábeis dessa operação: Escrituração contábil da empresa EDA S/A • Lançamentos das contas do ativo: Débito Ativo circulante 18.000,00 Débito Ativo não circulante 73.000,00 Crédito Conta de fusão 91.000,00 22 UNIDADE 1 — FUSÃO, CISÃO E INCORPORAÇÃO DE EMPRESAS • Lançamentos das contas do passivo: Débito Conta de fusão 25.000,00 Crédito Passivo circulante 17.000,00 Crédito Passivo não circulante 8.000,00 • Lançamentos das contas do patrimônio líquido: Débito Conta de fusão 66.000,00 Crédito Capital social 66.000,00 • Lançamentos das contas do ativo: Débito Ativo circulante 17.000,00 Débito Ativo não circulante 40.000,00 Crédito Conta de fusão 57.000,00 • Lançamentos das contas do passivo: Débito Conta de fusão 20.600,00 Crédito Passivo circulante 11.000,00 Crédito Passivo não circulante 9.600,00 • Lançamentos das contas do patrimônio líquido: Débito Conta de fusão 36.400,00 Crédito Capital social 36.400,00 Após todos os lançamentos devidos efetuados, a empresa EDA SA apresentará o seguinte balanço patrimonial: QUADRO 5 – BALANÇO PATRIMONIAL EDA S/A FONTE: Os autores Balanço patrimonial EDA S/A Ativo Passivo Ativo circulante 35.000,00 Passivo circulante 28.000,00 Ativo não circulante 113.000,00 Passivo não circulante 17.600,00 Patrimônio líquido 102.400,00 Total 148.000,00 Total 148.000,00 TÓPICO 2 — FUSÃO DE EMPRESAS 23 Observe que o balanço patrimonial da empresa EDA S/A apresenta, no ativo e passivo, a soma dos saldos das contas das empresas ABC S/A e WXY S/A, antes de acontecer o processo de fusão. Quanto aos valores de R$ 66.000,00 e de R$ 36.400,00, são para a constituição do capital social da nova empresa EDA S/A, que, somados, totalizam R$ 102.400,00, identificados no patrimônio líquido do balanço patrimonial. É importante ressaltar que, no processo de fusão, somente são transferidos os valores das contas patrimoniais (ativos e passivos), já as contas de resultado (receitas e despesas) devem ser encerradas e adicionadas no patrimônio líquido das empresas envolvidas no processo de fusão para, posteriormente, a transferência para a nova empresa constituída (ALMEIDA, 2014). Fusão e aquisição de empresas: três exemplos de sucesso Redação Grupo Studio Se você faz partede um ambiente corporativo, certamente, já deve estar familiarizado com os termos fusões e aquisições. Essas expressões derivam do inglês mergers and acquisitions, e se refere às transações financeiras que envolvem a venda, a compra e a composição de duas ou mais empresas. Esse tipo de operação pode ser muito vantajoso para as organizações envolvidas, as quais podem escalonar os ganhos. No entanto, alguns cuidados devem ser tomados para garantir que o resultado seja positivo. Por isso, trouxemos, neste texto, três exemplos de fusão e de aquisição de empresas bem-sucedidos, além de alguns tópicos acerca do que deve ser observado ao realizar uma transação desse tipo. Confira! Quais são as vantagens das operações de fusões e de aquisições? Um processo de fusão e de aquisição pode ser motivado por uma série de razões. Geralmente, proprietários e CEOs o veem como uma forma de crescer a empresa de forma mais acelerada e com menos riscos do que pelos meios tradicionais de vendas e pelo posicionamento de mercado. Além disso, esse processo tende a aumentar a competitividade da nova empresa, que ganha poder de barganha com fornecedores, graças ao escalonamento das operações. Outra vantagem é a diversificação dos negócios das empresas envolvidas, isso porque a nova organização passa a abranger mais de um produto e mais de um nicho de consumidores. Assim, ela consegue dominar uma parcela maior do mercado. Então, podemos dizer que, quando as fusões e as aquisições de empresas ocorrem, a tendência é que os faturamentos sejam unificados e aumentem exponencialmente. Por isso, a nova empresa acaba sendo maior e muito mais lucrativa. NOTA 24 UNIDADE 1 — FUSÃO, CISÃO E INCORPORAÇÃO DE EMPRESAS Cases de sucesso de fusões e de aquisições Existem, no mercado, alguns exemplos marcantes de fusões e de aquisições bem- sucedidos, os quais geraram grandes ganhos para as empresas envolvidas. Listamos três cases de sucesso que aconteceram no Brasil: Ambev e Do Bem Em 2016, a Ambev, uma megacorporação brasileira, conhecida pela produção de bebidas – como cervejas, refrigerantes e sucos –, anunciou a compra da fabricante de sucos Do Bem, a qual, também, produz chás embalados e barras de cereal. O valor da transação não foi revelado oficialmente, mas transita na casa dos milhões de reais. No caso da Ambev, a aquisição ocorre, principalmente, para diversificar e para fortalecer o portfólio de bebidas não alcoólicas da empresa, em especial, no setor de produtos saudáveis. Isso porque a Ambev é, normalmente, reconhecida pela comercialização de bebidas alcoólicas. Já no caso da empresa adquirida, a fabricante Do Bem, a principal vantagem reside no escalonamento da produção, além da melhor distribuição dos produtos no país. Segundo a Do Bem afirmou em comunicado após o anúncio da transação, já era comum receber solicitações dos clientes para que os produtos fossem vendidos em mais regiões. Antes, a operação da marca se concentrava, sobretudo, no Sudeste do Brasil. Após a compra da Do Bem, esses pedidos puderam ser concretizados. Dessa forma, a operação de fusão e aquisição gerou ganhos para ambas as partes. Suzano e Fibria No início de 2019, foi concretizada a fusão das gigantes Suzano Papel e Celulose e Fibria Celulose. Depois de ser submetido à aprovação de órgãos nacionais e estrangeiros, o acordo foi concretizado após a Suzano realizar um pagamento de cerca de R$ 27 bilhões aos acionistas da Fibria. Estes passaram, então, a ser acionistas da Suzano, a qual se tornou a nova marca das empresas. Nesse caso, a nova organização já nasceu com uma capacidade de produção anual de 11 milhões de toneladas de celulose, além de, aproximadamente, 1,4 milhão de toneladas de papel. Assim, pode-se afirmar que esse caso de fusão demonstrou um expressivo aumento das receitas da empresa, além de um escalonamento da capacidade produtiva. A corporação, agora, denominada de Suzano S.A., é, atualmente, avaliada em mais de 14 bilhões de dólares. O grupo está presente em mais de 80 países, e, só no Brasil, comanda 11 fábricas, empregando cerca de 37 mil trabalhadores de forma direta, e indireta. Mercado Livre e Axado O Mercado Livre, empresa líder no setor de comércio eletrônico na América Latina, oficializou, em 2016, a compra da StartUp parceira, Axado. A empresa brasileira, destaque no ramo de gestão de fretes e de outras soluções para E-Commerces, foi adquirida pelo montante de R$ 26 milhões. À época da negociação, a Axado somava 580 transportadoras integradas e calculava fretes para mais de 2,5 mil E-Commerces, graças a uma ferramenta capaz de simplificar a logística de prazos, os valores e os rastreamentos, e de reduzir os custos totais do frete. TÓPICO 2 — FUSÃO DE EMPRESAS 25 Com a aquisição, o Mercado Livre deu continuidade a um projeto de ampliar os serviços de unidade de frete e coleta de mercadorias, o Mercado Envios. Assim, o sistema de transportes e logísticas do Mercado Livre foi ampliado, e passou a contar com todas as inovações utilizadas pela empresa comprada. Para os sócios-fundadores da Axado, a aquisição representou uma oportunidade de evoluírem, ainda mais, os sistemas utilizados, além de expandir os serviços oferecidos aos clientes. Além disso, a empresa manteve a estruturação. Os colaboradores e os escritórios foram mantidos na cidade de Florianópolis e os sócios continuaram à frente da gestão da companhia. Mas o que pode dar errado? Você já deve ter percebido que as fusões e as aquisições podem ser muito vantajosas para as empresas envolvidas, certo?! Afinal, é possível combinar produtos, além de expandir áreas de atuação e aumentar as receitas. No entanto, esse tipo de processo precisa ser realizado com cautela e planejamento. Afinal, o patrimônio em risco é muito elevado. Alguns dos principais problemas que podem acontecer durante um processo de fusão e aquisição são: Posicionamento confuso Em alguns casos, nos quais as fusões e as aquisições combinam marcas que atuam em nichos diferentes, o posicionamento da nova empresa pode ficar confuso para os consumidores. Assim, pode acontecer uma perda de identificação dos clientes com a comunicação atualizada da marca. Perdas na produtividade dos colaboradores Outro problema comum em fusões e em aquisições mal planejadas é a perda da produtividade dos funcionários. Isso acontece porque muitos ficam apreensivos com a possibilidade de demissão durante a transação. Ademais, com a alteração de alguns processos operacionais e reestruturações na nova empresa, o colaborador pode se sentir perdido em relação às funções. Conflitos na cultura corporativa Com a união de duas empresas, podem surgir discordâncias em relação à cultura corporativa de cada uma. Por isso, é importante que as diretorias das organizações adotem medidas de integração das culturas, para que não existam choques entre o modus operandi de colaboradores provenientes de empresas diferentes. Perda de força da marca Em alguns casos de fusão e de aquisição, corre-se o risco de perder a força de marca das empresas antes do processo. Afinal, é formada uma nova empresa, e é importante deixar isso claro para que o consumidor não estranhe a nova marca. O ideal é que, no processo de fusão ou de aquisição, aconteça, justamente, o contrário, ou seja, com a união das marcas, elas devem se tornar ainda mais fortes e reconhecidas, pois ganham participação no mercado. FONTE: <https://blog.grupostudio.com.br/studio-brokers/fusao-e-aquisicao-de-empresas- 3-exemplos-de-sucesso/>. Acesso em: 24 abr. 2021. 26 RESUMO DO TÓPICO 2 Neste tópico, você aprendeu que: • A fusão se trata da junção de empresas, as quais são extintas para a formação de uma nova, logo, todos os ativos e os passivos das empresas “A” e “B” são somados, e, posteriormente, transferidos para a nova, a “AB”. • Nessa operação, a nova empresa deve assumir todas as obrigações pertencentes às extintas,além dos bens e dos diretos das fusionadas. • Todo o processo de fusão deve ser, devidamente, contabilizado pelas empresas. Os lançamentos contábeis que cada uma deve fazer foram mostrados com exemplos, com explicações de como devem ocorrer nas empresas ao serem extintas e na nova, derivada do processo de fusão. • O tópico trouxe, como indicação de leituras, vários casos (também conhecidos) de fusão, e apontou que esse tipo de processo de reorganização societária tende a aumentar a competitividade da nova empresa e a ganhar poder de barganha com fornecedores, graças ao escalonamento das operações. • A diversificação dos negócios das empresas envolvidas é uma vantagem, pois a nova organização passa a abranger mais de um produto e mais de um nicho de consumidores. Assim, ela consegue dominar uma parcela maior do mercado. 27 1 Descreva o que é fusão. 2 Cite dois fatores que limitam o processo de fusão no Brasil. 3 Após uma análise de mercado, em 01/01/x1, os acionistas das empresas “A” e “B”, os quais estão sobre controle comum, optaram por realizar o processo de fusão para a formação de uma nova empresa, denominada de “C”. Com base nos balanços apresentados, faça os lançamentos contábeis necessários para esse processo de fusão e o novo balanço patrimonial. Balanço patrimonial da Empresa “A” AUTOATIVIDADE Balanço patrimonial A Ativo Passivo Ativo circulante 2.000,00 Passivo circulante 700,00 Ativo não circulante 900,00 Passivo não circulante 1.360,00 Patrimônio líquido 840,00 Total 2.900,00 Total 2.900,00 Balanço patrimonial da Empresa “B” Balanço patrimonial B Ativo Passivo Ativo circulante 14.500,00 Passivo circulante 7.400,00 Ativo não circulante 7.300,00 Passivo não circulante 10.300,00 Patrimônio líquido 4.100,00 Total 21.800,00 Total 21.800,00 a) Faça os lançamentos contábeis necessários para esse processo de fusão. b) Apresente o balanço patrimonial da empresa fundida. 28 29 TÓPICO 3 — UNIDADE 1 CISÃO DE EMPRESAS 1 INTRODUÇÃO Acadêmico, no Tópico 3, abordaremos a seguinte modalidade de reorganização societária: CISÃO. Esse processo pode ocorrer de duas maneiras: cisão total ou cisão parcial. Na cisão parcial a organização cindida continua existindo, ou seja, continua com parte dos seus bens direitos e obrigações. Por outro lado, na cisão total ocorre a extinção da empresa pois ocorre a transferência de todo patrimônio para uma nova organização. As principais vantagens e motivos para ocorrer a cisão de empresas pode ser devido a conflitos gerados pelos sócios, processo de sucessão, ou ainda o mesmo tem objetivo de dividir as atividades e focar em um novo negócio, ou até mesmo planejamento tributário. Inicialmente, será abordada uma conceitualização do processo de cisão, além dos processos necessários para ocorrer a efetivação. Em seguida, analisaremos os aspectos contábeis do processo de cisão, ou seja, os lançamentos contábeis fundamentais para realizar a escrituração. 2 CONTEXTUALIZAÇÃO Neste tópico, abordaremos a cisão nas empresas. Conforme o disposto no Art. 229, da Lei n° 6.404/76: A cisão é a operação pela qual a companhia transfere parcelas do próprio patrimônio para uma ou para mais sociedades, constituídas para esse fim ou já existentes, extinguindo-se a companhia cindida, se houver versão de todo o patrimônio, ou se dividindo o capital, se parcial a versão (BRASIL, 1976). Quando ocorre o processo de cisão, a empresa pode ser extinta, total ou parcialmente, e duas ou mais organizações se originam dessa operação. Caso a empresa transfira todo o capital para as novas, é extinta juridicamente; caso transfira somente parte, é extinta parcialmente, ou seja, tudo depende da proporção da divisão. Logo, o processo de cisão sempre gera a extinção total ou parcial de uma instituição, o que origina duas ou mais. 30 UNIDADE 1 — FUSÃO, CISÃO E INCORPORAÇÃO DE EMPRESAS Cisão Total: ocorre quando é realizada a transferência total do patrimônio a uma nova empresa. Consequentemente, há a extinção da cindida. Cisão Parcial: ocorre quando o patrimônio é transferido, parcialmente, para a nova empresa, no entanto, a cindida continua existindo, com redução do acumulado. NOTA Conforme exposto a seguir, poderemos observar que a empresa “ABC” transferirá parte do patrimônio para as novas, “A”, “B” e “C”. Ainda, que a ABC se transformará em três novas organizações, caso o patrimônio seja transferido, na sua totalidade, para elas, consequentemente, será extinta juridicamente. Logo, as novas deverão assumir todos os diretos e obrigações na mesma proporção do patrimônio que lhes será transferido. FIGURA 2 – CISÃO DE EMPRESAS FONTE: Os autores Para os procedimentos de efetivação de cisão, o Art. 229, da Lei n° 6.404/76, rege: § 1° Sem prejuízo do disposto no Art. 233, a sociedade que absorver parcela do patrimônio da companhia cindida sucede a esta nos direitos e obrigações relacionados no ato da cisão; no caso de cisão com extinção, as sociedades que absorverem parcelas do patrimônio da companhia cindida sucederão a esta, na proporção dos patrimônios líquidos transferidos, nos direitos e obrigações não relacionados. TÓPICO 3 — CISÃO DE EMPRESAS 31 § 2° Na cisão com versão de parcela do patrimônio em sociedade nova, a operação será deliberada pela assembleia-geral da companhia à vista de justificação, que incluirá as informações das quais tratam os números do Art. 224; a assembleia, se a aprovar, nomeará os peritos que avaliarão a parcela do patrimônio a ser transferida, e funcionará como assembleia de constituição da nova companhia. § 3° A cisão com versão de parcela de patrimônio em sociedade já existente obedecerá às disposições de incorporação (Art. 227). § 4° Efetivada a cisão com extinção da companhia cindida, caberá, ao administrador das sociedades que tiverem absorvido parcelas do patrimônio, promover o arquivamento e a publicação dos atos da operação; na cisão com versão parcial do patrimônio, esse dever caberá aos administradores da companhia cindida e da que absorver uma parcela do patrimônio. § 5° As ações integralizadas com parcelas de patrimônio da companhia cindida serão atribuídas aos titulares, em substituição às extintas, na proporção das que possuíam; a atribuição em proporção diferente requer aprovação de todos os titulares, inclusive, das ações sem direito a voto (BRASIL, 1976). Pode-se observar que, ao realizar os procedimentos de cisão, a empresa cindida transfere, para as novas empresas, os próprios bens, direitos e obrigações, de forma parcial ou total. Para isso, de forma resumida, é necessário: • que haja a especificação dos direitos e das obrigações que se transferem; • que a assembleia nomeie os peritos para a avaliação da parcela do patrimônio a ser transferida (essa mesma assembleia funciona como assembleia de constituição da nova companhia); • que o arquivamento seja feito, além da publicação dos atos respectivos pelos administradores da empresa cindida e da nova empresa, a qual necessita absorver as parcelas do patrimônio. 2.1 ASPECTOS CONTÁBEIS Conforme exposto por Almeida (2014), a cisão, sempre, deve ser efetuada pelo valor contábil, visto que os ativos e os passivos cindidos precisam ser baixados pelo mesmo valor a partir do qual estava contabilizado na empresa cindida. Exemplo: Vamos supor que os acionistas da empresa EDA S/A decidiram realizar a cisão parcial, em 31/12/20x1, do patrimônio, para a criação de duas novas empresas denominadas de A e de B. Os acionistas da EDA S/A são os mesmos das novas, A e B, logo, a operação é realizada a valor contábil. Esse exemplo está adaptado na modelagem de Almeida (2014). O Balanço da empresa cindida EDA S/A, na data da operação, é o seguinte: 32 UNIDADE 1 — FUSÃO, CISÃO E INCORPORAÇÃO DE EMPRESAS QUADRO 6 – BALANÇO DA EMPRESA CINDIDA EDA S/A FONTE: Os autores Balanço patrimonial EDA S/A Ativo Passivo Ativo circulante 250,00 Passivo circulante 230,00 Passivo não circulante
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