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Direito Administrativo INSS

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NOÇÕES DE 
DIREITO 
ADMINISTRATIVO 
COLEÇÃO INSS 
ATUALIZADO EM 07/2021 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ALAN ARAÚJO BRANDÃO - araujoalanbr@outlook.com - IP: 170.79.30.36
APROVAÇÃO ÁGIL - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO - INSS 2 
 
 
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ALAN ARAÚJO BRANDÃO - araujoalanbr@outlook.com - IP: 170.79.30.36
APROVAÇÃO ÁGIL - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO - INSS 3 
 
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
Estado, governo e administração pública: conceitos, elementos, poderes e 
organização; natureza, fins e princípios .................................................................................... 4 
Direito Administrativo: conceito e fontes ................................................................................. 10 
Organização administrativa da União; administração direta e indireta ............................ 11 
Agentes públicos: espécies e classificação; poderes, deveres e prerrogativas; cargo, 
emprego e função públicos; regime jurídico único: provimento, vacância, remoção, 
redistribuição e substituição; direitos e vantagens; regime disciplinar; 
responsabilidade civil, criminal e administrativa ................................................................... 23 
Poderes administrativos: poder hierárquico; poder disciplinar; poder regulamentar; 
poder de polícia; uso e abuso do poder .................................................................................. 31 
Ato administrativo: validade, eficácia; atributos; extinção, desfazimento e sanatória; 
classificação, espécies e exteriorização; vinculação e discricionariedade ................... 35 
Serviços Públicos; conceito, classificação, regulamentação e controle; forma, meios e 
requisitos; delegação: concessão, permissão, autorização ................................................ 41 
Controle e responsabilização da administração: controle administrativo; controle 
judicial; controle legislativo ........................................................................................................ 70 
Lei n° 8.429/1992 - Lei de Improbidade Administrativa ...................................................... 73 
Lei n° 9.784/99 – Regula o processo administrativo no âmbito da Administração 
Pública Federal .............................................................................................................................. 82 
Notas sobre as atualizações ...................................................................................................... 94 
 
 
 
ALAN ARAÚJO BRANDÃO - araujoalanbr@outlook.com - IP: 170.79.30.36
APROVAÇÃO ÁGIL - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO - INSS 4 
 
Estado, governo e administração pública: conceitos, elementos, poderes e 
organização; natureza, fins e princípios 
 
Estado, governo e Administração Pública: conceitos e elementos 
 
O Estado pode ser conceituado como pessoa de direito público, com a capacidade de adquirir 
direitos e contrair obrigações. 
 
O Estado é constituído por 3 elementos: 
 
- Povo: Este é seu componente humano. 
 
- Território: É a sua base geográfica. 
 
- Governo soberano: Trata-se da cúpula diretiva responsável pelos interesses e condução das 
políticas estatais. 
 
A Administração Pública pode ser conceituada como o conjunto de órgãos, entidades e agentes 
estatais que praticam atos administrativos (e não atos próprios do governo), com vistas à satisfação 
das necessidades coletivas, e podem pertencer a qualquer um dos poderes ou funções estatais. 
 
Conforme leciona Hely Lopes Mirelles: "A Administração é o instrumento de que dispõe o Estado 
para pôr em prática as opções políticas do Governo." 
 
 
Estado, governo e administração pública: poderes e organização 
 
A tripartição dos poderes estatais (também pode ser denominada como tripartição das funções 
estatais) foi concebida por Montesquieu em sua obra "Do Espírito das Leis" (1748) e está prevista 
expressamente no artigo 2º da Constituição Federal: 
 
Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o 
Legislativo, o Executivo e o Judiciário. 
 
Tratam-se, portanto, de poderes independentes e harmônicos entre si, com funções típicas e 
atípicas, nas quais não há exclusividade, mas sim preponderância nos exatos temos definidos pela 
Constituição Federal. 
 
 
Os poderes dividem-se em: 
 
- Poder Legislativo: Tem o papel primordial de fiscalização do Poder Executivo e elaboração de 
leis (funções típicas), bem como a administração de seus serviços internos e julgamento o 
Presidente da República nos crimes de responsabilidade (funções atípicas). 
 
- Poder Executivo: É responsável pela administração da coisa pública, e pela aplicação fática da 
legislação elaborada pelo Poder Legislativo (função típica). Elabora ainda normas de caráter geral, 
como decretos, e julga os seus servidores de forma administrativa (funções atípicas). 
 
ALAN ARAÚJO BRANDÃO - araujoalanbr@outlook.com - IP: 170.79.30.36
APROVAÇÃO ÁGIL - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO - INSS 5 
 
- Poder Judiciário: Julga as demandas propostas pelos jurisdicionados e aplica coativamente a 
legislação (função típica), bem como elabora atos administrativos de sua competência e organiza 
os seus serviços públicos prestados (funções atípicas). 
 
 
Estado, governo e administração pública: natureza, fins e princípios 
 
A natureza da administração pública é de um dever para a pessoa que detém o exercício de suas 
atividades. Este agente tem a obrigação de defender, conservar e aprimorar os bens, serviços e 
interesses públicos, sempre visando ao principal objetivo da Administração Pública: alcançar o bem 
comum da coletividade. 
 
O caput do artigo 37 da Constituição Federal dispõe expressamente acerca dos princípios que a 
Administração Pública deve seguir na condução de suas atividades. São eles: 
 
1- Princípio da Legalidade: Toda atividade administrativa deve ser autorizada por lei. De acordo 
com Hely Lopes Meirelles, enquanto os indivíduos no campo privado podem fazer tudo o que a lei 
não veda, o administrador público só pode atuar naquilo a lei autoriza. 
 
2- Princípio da Impessoalidade: Também conhecido como Princípio da Finalidade, fixa que o 
administrador deve sempre agir em busca do interesse público e não em favor de interesses 
próprios ou de terceiros. 
 
3- Princípio da Moralidade: Não basta a conduta administrativa obedecer a lei, deve também 
respeitar os padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé. 
 
4- Princípio da Publicidade: Todos os atos administrativos,ressalvados algumas exceções em 
razão da segurança da sociedade e do Estado, devem receber a mais ampla divulgação possível 
entre os administrados. Trata-se de um verdadeiro requisito de eficácia dos atos administrativos 
contra terceiros. 
 
5- Princípio da Eficiência: Toda atividade administrativa deve ser prestada com perfeição e 
rapidez. Deve-se procurar produzir mais e em menos tempo. Sobre o tema, dispõe o artigo 5º, 
inciso LXXVIII, da Constituição Federal: “a todos, no âmbito judicial e administrativo, são 
assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua 
tramitação”. 
 
Nota: Uma maneira fácil de lembrar dos princípios administrativos que estão expressos na 
Constituição Federal, que são extremamente cobrados em concurso, é lembrar da palavra LIMPE: 
 
L egalidade, I mpessoalidade, M oralidade, P ublicidade e E ficiência 
 
Há também os princípios que não estão expressos na Constituição, mas sim no artigo 2º da Lei nº 
9.784/99, a qual regula o processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal: 
 
Art. 2º - A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, 
motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança 
jurídica, interesse público e eficiência. 
 
ALAN ARAÚJO BRANDÃO - araujoalanbr@outlook.com - IP: 170.79.30.36
APROVAÇÃO ÁGIL - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO - INSS 6 
 
Atenção: É muito importante o candidato saber quais são os princípios que a Administração deve 
seguir, tanto os previstos na Constituição Federal como na Lei nº 9.784/99, além de princípio 
implícitos e muito difundidos na doutrina, a seguir elencados: 
 
- Princípio da isonomia (ou igualdade) - impede a adoção de privilégios de tratamento entre os 
cidadãos. 
 
- Princípio da supremacia do interesse público - o interesse da coletividade deve prevalecer em 
relação aos interesses individuais (privados) em caso de conflitos entre esses. 
 
- Princípio da presunção de legitimidade (ou de presunção de veracidade) - presumem-se legais 
e verdadeiros os atos administrativos praticados por agentes públicos. 
 
- Princípio da autoexecutoriedade - permissão à Administração Pública para realizar suas 
pretensões jurídicas e administrativas no plano material, sem a necessidade de pedir a chancela do 
Poder Judiciário. 
 
- Princípio da autotutela - é permitida à Administração Pública a revogação ou anulação de seus 
atos. Súmula nº 473 do STF: 
 
A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de 
vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou 
revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os 
direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação 
judicial. 
 
- Princípio da hierarquia - há uma estrutura entre os órgãos públicos, de maneira que permite a 
existência de subordinação ou corrdenação entre eles. Esse princípio é a origem do poder 
disciplinar, entre outros poderes. 
 
- Princípio da indisponibilidade do interesse público - Os entes que compõem a Administração 
Pública não podem dispor dos interesses públicos, eles têm a obrigação de agir para realizá-los e 
protegê-los. 
 
- Princípio da razoabilidade - exige-se que os atos administrativos não respeitem apenas à 
legislação, mas também que todas decisões sejam tomadas com a utilização de critérios racionais, 
adequados e proporcionais aos fatos e interesses envolvidos. 
 
- Princípio da motivação - obrigação dos agentes públicos de demonstração dos fundamentos 
fáticos e de direito de suas decisões, com a finalidade de possibilitar o controle dos atos 
administrativos. 
 
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APROVAÇÃO ÁGIL - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO - INSS 7 
 
Uma visão diferente sobre os princípios da Administração Pública: 
 
Art. 37 da Constituição Federal. A administração pública direta e indireta de qualquer dos 
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios 
de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência (…). 
 
O artigo da Constituição Federal acima são os princípios da Administração Pública, formando o 
mnemônico do famoso LIMPE. 
 
Princípio da legalidade – representa o Estado de Direito. O princípio da legalidade é a atuação 
administrativa de acordo com a Lei. 
 
Nota: O Supremo Tribunal Federal fixou a seguinte tese, em repercussão geral: “É constitucional a 
delegação do poder de polícia, por meio de lei, a pessoas jurídicas de direito privado integrantes 
da Administração Pública indireta de capital social majoritariamente público que prestem 
exclusivamente serviço público de atuação própria do Estado e em regime não concorrencial” (RE 
6.33782, Relator Ministro Luiz Fix, julgamento em 23.11.2020, Tema 532). 
 
 
Princípio da impessoalidade – o princípio da impessoalidade tem duas acepções: a perspectiva 
em relação ao Administrativo e em relação à Administração Pública. 
Para o administrado, impessoalidade é a busca da finalidade pública, e não o interesse do 
particular. 
Em relação à Administração, o ato é imputado à pessoa jurídica de Direito Público, e não à pessoa 
física do agente público que o pratica. 
 
Tema recorrente em provas: cuidado, o princípio da impessoalidade não impede a identificação 
pessoal do nome dos servidores nos atos praticados pela Administração Pública 
 
Princípio da moralidade – a atuação administrativa deve ser legal e também moral, de acordo com 
probidade, boa-fé e lealdade. 
 
Nota: Súmula Vinculante n. 13 do Supremo Tribunal Federal – A nomeação de cônjuge, 
companheiro, ou parente, em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, 
da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica, investido em cargo de direção, 
chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança, ou, ainda, de 
função gratificada na administração pública direta e indireta, em qualquer dos Poderes da União, 
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações 
recíprocas, viola a CF. 
 
O Supremo Tribunal Federal já fixou a seguinte tese em sede de ADI: “É inconstitucional a fixação 
de critério de desempate em concursos que favoreça candidatos que pertencem ao serviço 
público de um determinado ente federativo” (ADI 5.358, Rel. Min. Roberto Barroso, julgamento em 
30.11.2020). 
 
O Supremo Tribunal Federal também tem o seguinte entendimento: 
 
AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL. LIBERDADE DE 
OFÍCIO. ART. 5º, XIII, DA CONSTITUIÇÃO. DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL. EXERCÍCIO DA 
ADVOCACIA. IMPOSSIBILIDADE. ATIVIDADE INCOMPATÍVEL. ART. 28 DA LEI 8.906/1994. 
ALEGAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE DO PRECEITO LEGAL. IMPROCEDÊNCIA. 
MORALIDADE ADMINISTRATIVA. PRECEDENTES. A restrição operada pelo art. 28, V, da Lei 
8.906/1994 atende ao art. 5º, XIII, da Lei Maior, porquanto a incompatibilidade entre o exercício da 
advocacia e a função de Delegado da Polícia Federal traduz requisito negativo de qualificação 
profissional, considerado o princípio da moralidade administrativa. Precedente: RE 199.088, rel. 
min. Carlos Velloso, Segunda Turma, DJ de 16.04.1999. Agravo regimental a que se nega 
ALAN ARAÚJO BRANDÃO - araujoalanbr@outlook.com - IP: 170.79.30.36
APROVAÇÃO ÁGIL - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO - INSS 8 
 
provimento. 
(RE 550005 AgR, Relator(a): JOAQUIM BARBOSA, Segunda Turma, julgado em 08/05/2012, 
ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-102 DIVULG 24-05-2012 PUBLIC 25-05-2012). 
 
Segundo a doutrina, embora “não se identifique com a legalidade (porque a lei pode ser imoral e 
a moral pode ultrapassar o âmbito da lei), a imoralidade administrativa produz efeitos jurídicos, 
porque acarreta a invalidade do ato, que pode ser decretada pela própria Administração ou pelo 
Poder Judiciário. A apreciação judicial ficou consagrada pelo dispositivo concernente à açãopopular (art. 5º, LXIII, da Constituição) e implicitamente pelos já referidos arts. 15, V, 37, § 4º e 85, 
V, este último considerando a improbidade administrativa como crime de responsabilidade” (Maria 
Sylvia Zanella Di Pietro). Portanto, pela citação da doutrina, também o ato que ofende o princípio 
da moralidade pode ser anulado (tema já cobrado no TRT 22ª Região, FCC, Analista Judiciário, em 
2010). 
 
 
Princípio da publicidade – a atuação administrativa não pode ser secreta, para que possa haver o 
controle dos atos da Administração Pública. Daqui decorre o dever de transparência da 
Administração Pública. 
A publicidade ocorre com a publicação dos atos administrativos. Em alguns casos, a publicidade 
pode ser restringida quando o sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado 
(art. 5º, XXXIII, da CF). 
Três aspectos da publicidade: 
- o direito de petição aos órgãos integrantes da Administração Pública; 
- o direito de obtenção de certidões; 
- a divulgação de ofício de informações pela Administração Pública. 
 
Nota: o Supremo Tribunal Federal fixou a seguinte tese em Repercussão Geral: “É legítima a 
publicação, inclusive em sítio eletrônico mantido pela administração pública, dos nomes dos seus 
servidores e o valores dos correspondentes vencimentos e vantagens pecuniárias” (ARE 652.777, 
Relator Ministro Teori Zavascki, julgamento em 23.04.2015, Tema 483). 
 
 
Princípio da eficiência – a atividade pública deve buscar o melhor resultado possível, alcançando 
a finalidade pública da forma mais eficaz que for possível. 
 
 
Além desses, alguns outros princípios podem ser destacados: 
 
1) Princípio da autotutela – a Administração Pública deve analisar se os atos administrativos 
praticados são legais e se continuam convenientes e oportunos; caso verificada incompatibilidade 
com a lei ou com a conveniência e oportunidade, os atos podem ser anulados (no primeiro caso) 
ou revogados (no segundo caso). 
Para fixar, na autotutela, a Administração: 
- anula os atos ilegais; 
- revoga os atos inoportunos ou inconvenientes. 
 
Súmula 346 do Supremo Tribunal Federal – A Administração Pública pode declarar a nulidade de 
seus próprios atos. 
 
Súmula 473 do Supremo Tribunal Federal – A administração pode anular seus próprios atos, 
quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-
los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, 
em todos os casos, a apreciação judicial. 
 
Obs.: para a anulação de ato administrativo que tenha repercutido na esfera de interesses 
individuais, é necessário processo administrativo, com garantia de contraditório e ampla defesa, 
antes de anular o ato (como o Superior Tribunal de Justiça decidiu, por exemplo, no RMS 29.222 e 
ALAN ARAÚJO BRANDÃO - araujoalanbr@outlook.com - IP: 170.79.30.36
APROVAÇÃO ÁGIL - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO - INSS 9 
 
RMS 24.091). 
 
2) Princípio da indisponibilidade do direito público – o administrador não pode renunciar o direito 
público, já que este é indisponível. 
 
3) Princípio da supremacia do interesse público – em caso de conflito entre interesse público e 
privado, aquele deve prevalecer. Esse princípio dá autoridade à Administração Pública. 
 
4) Princípio da proporcionalidade – decorre do próprio devido processo legal e está positivado no 
artigo 2º da Lei n. 9.784/1999. Verificar que existe estudo do conceito no Direito Constitucional. 
O ato deve ser proporcional: 
- a Administração Pública deve usar de meios adequados para o caso concreto; 
- a atuação da Administração Pública deve ser necessária; 
- deve haver proporcionalidade no conflito de interesses. 
 
5) Princípio da segurança jurídica – deve ocorrer a tentativa de preservação dos atos 
administrativos; a regra é a manutenção dos atos administrativos, para se dar segurança jurídica ao 
administrado. O artigo 5º, inciso XXXVI, da Constituição Federal estabelece o respeito ao direito 
adquirido, ato jurídico perfeito e coisa julgada e daí decorre o princípio da segurança jurídica. No 
âmbito administrativo, o princípio tem efeito, por exemplo, na impossibilidade de aplicação 
retroativa do ato administrativo e também no prazo de decadência para revisão dos atos 
administrativos (prazo de 5 anos para a administração anular os atos administrativos). 
 
 
ALAN ARAÚJO BRANDÃO - araujoalanbr@outlook.com - IP: 170.79.30.36
APROVAÇÃO ÁGIL - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO - INSS 10 
 
Direito Administrativo: conceito e fontes 
 
Segundo José dos Santos Carvalho Filho o Direito Administrativo pode ser conceituado como o 
"conjunto de normas e princípios que, visando sempre ao interesse público, regem as relações 
jurídicas entre as pessoas e órgãos do Estado e entre estes e as coletividades a que devem 
seguir." 
 
As fontes do Direito Administrativo dividem-se em: 
 
- Primárias: são aquelas que impõem o seu poder normativo aos indivíduos e ao próprio Estado: 
 
a) Leis, em sentido amplo. 
 
b) Súmulas Vinculantes (veja o art. 103-A da Constituição Federal). 
 
- Secundárias: estas não obrigam o administrador e nem os administrados ao seu cumprimento, 
mas servem como de apoio para a elaboração e aplicação de leis e atos administrativos: 
 
a) Doutrina 
 
b) Jurisprudência 
 
c) Costumes 
 
 
 
ALAN ARAÚJO BRANDÃO - araujoalanbr@outlook.com - IP: 170.79.30.36
APROVAÇÃO ÁGIL - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO - INSS 11 
 
Organização administrativa da União; administração direta e indireta 
 
A Administração Pública pode ser conceituada como o conjunto de órgãos, entidades e agentes 
estatais que praticam atos administrativos (e não atos próprios do governo), com vistas à satisfação 
das necessidades coletivas, e podem pertencer a qualquer um dos poderes ou funções estatais. 
 
Conforme leciona Hely Lopes Meirelles: "A Administração é o instrumento de que dispõe o Estado 
para por em prática as opções políticas do Governo." 
 
A natureza da administração pública é de um dever para a pessoa que detém o exercício de suas 
atividades. Este agente tem a obrigação de defender, conservar e aprimorar os bens, serviços e 
interesses públicos, sempre visando ao principal objetivo da Administração Pública: alcançar o bem 
comum da coletividade. 
 
Para cumprir esse objetivo, a Administração Pública age por meio de entidades, que se classificam 
em: 
 
1) Entidades Estatais - Pessoas jurídicas de direito público integrantes da estrutura do Estado, 
conforme previsto na Constituição Federal e possuem seus poderes e deveres políticos e 
administrativos (são exemplos a União, Estados, Distrito Federal, Municípios e etc.) 
 
2) Entidades autárquicas - pessoas jurídicas de direito público, que possuem natureza meramente 
administrativa (a seguir serão melhores descritas nesse material de estudo). 
 
3) Entidades fundacionais - Entidade dotada de personalidade jurídica própria de direito privado, 
sem fins lucrativos, criada em virtude de autorização legislativa para o desenvolvimento de 
atividades que não exijam execução por órgãos ou entidades de direito público. Possui autonomia 
administrativa, patrimônio próprio gerido pelos respectivos órgãos de direção, e funcionamento 
custeado por recursos do Estado e de outras fontes. 
 
Atenção! Entidades Paraestatais - Parte da doutrina insere "entidades paraestatais" como gênero 
do qual são espécies as empresas públicas, sociedades de economia mista e os serviços sociais 
autônomos (todas entidades de natureza privada, mas que realizam atividades de interesse 
público). 
 
 
 
Organização da Administração Pública 
 
A Administração Direta é aquela que compreende os órgãos das pessoas federativas: União, 
Estados, Distrito Federal e Municípios. 
 
A Administração Indireta é representada por entidades de personalidade jurídica própria, criadas 
pelo Estado para a realização de serviços de interesse público ou para agirem em atividade 
econômica, quando necessário. 
 
 
São integrantes da Administração Indireta:I - Autarquia – Trata-se de pessoa jurídica de direito público, criada para realizar determinado 
serviço de interesse público. Criada por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receita 
próprios. Tem como fim a execução de atividades típicas da Administração Pública que requeiram, 
para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada. 
 
Nota: os conselhos profissionais são considerados autarquias profissionais. 
Exceção é a OAB, que não é ente de Administração Pública Direta ou Indireta, conforme decisão 
do Supremo Tribunal Federal na ADI n. 3.026; o entendimento do Supremo Tribunal Federal foi no 
ALAN ARAÚJO BRANDÃO - araujoalanbr@outlook.com - IP: 170.79.30.36
APROVAÇÃO ÁGIL - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO - INSS 12 
 
sentido de que a OAB não atua exclusivamente na defesa de interesses corporativos, mas possui 
função constitucional e, por isso, deve ser considerada autônoma e independente, constituindo 
uma autarquia sui generis ou entidade sui generis. 
 
O artigo 4º, parágrafo único, do Decreto-lei n. 200/1967, estipula que as “entidades 
compreendidas na Administração Indireta vinculam-se ao Ministério em cuja área de competência 
estiver enquadrada sua principal atividade”. 
 
Assim, a autarquia não tem sujeição ao ente que o criou por hierarquia, mas apenas por 
vinculação. A vinculação é ao Ministério da atividade específica e essa vinculação é chamada de 
supervisão ministerial. 
 
O ente que criou a autarquia tem o dever de fiscalizar a autarquia para verificar o cumprimento do 
objetivo. 
 
 
II - Fundação Pública - Entidade dotada de personalidade jurídica própria de direito privado, sem 
fins lucrativos, criada em virtude de autorização legislativa para o desenvolvimento de atividades 
que não exijam execução por órgãos ou entidades de direito público. Possui autonomia 
administrativa, patrimônio próprio gerido pelos respectivos órgãos de direção, e funcionamento 
custeado por recursos do Estado e de outras fontes. 
 
III - Sociedade de Economia Mista - Entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, 
com a devida autorização para sua criação por lei específica, conforme inciso XIX do art. 37 da 
Constituição Federal, para a exploração de atividade econômica, sob a forma de sociedade 
anônima. As ações com direito a voto necessitam pertencer em sua maioria ao Estado ou a outra 
entidade da Administração Indireta. 
 
IV - Empresa Pública - Trata-se de pessoa jurídica de direito privado, com patrimônio próprio e 
capital exclusivo, com a devida autorização para sua criação por lei específica, conforme inciso XIX 
do art. 37 da Constituição Federal, para a exploração de atividade econômica que o Governo seja 
levado a exercer por força de contingência ou de conveniência administrativa, podendo revestir-se 
de qualquer das formas admitidas em direito. Sujeita-se ao regime das empresas privadas. 
 
Nota: as sociedades de economia mista e empresas públicas, mesmo que explorem atividade 
econômica, estão sujeitas ao controle do Tribunal de Contas. 
Veja o seguinte julgado do Supremo Tribunal Federal: “A circunstância de a sociedade de 
economia mista não ter sido criada por lei não afasta a competência do Tribunal de Contas” (MS 
26.117, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 20.05.2009) 
 
Veja a Lei n. 13.303/2016 (Estatuto da Empresa Pública e Sociedade de Economia Mista) 
Art. 87. O controle das despesas decorrentes dos contratos e demais instrumentos regidos por esta Lei será feito 
pelos órgãos do sistema de controle interno e pelo tribunal de contas competente, na forma da legislação pertinente, 
ficando as empresas públicas e as sociedades de economia mista responsáveis pela demonstração da legalidade e 
da regularidade da despesa e da execução, nos termos da Constituição. 
§ 1º Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar edital de licitação por irregularidade na aplicação desta Lei, 
devendo protocolar o pedido até 5 (cinco) dias úteis antes da data fixada para a ocorrência do certame, devendo a 
entidade julgar e responder à impugnação em até 3 (três) dias úteis, sem prejuízo da faculdade prevista no § 2º. 
§ 2º Qualquer licitante, contratado ou pessoa física ou jurídica poderá representar ao tribunal de contas ou aos órgãos 
integrantes do sistema de controle interno contra irregularidades na aplicação desta Lei, para os fins do disposto 
neste artigo. 
§ 3º Os tribunais de contas e os órgãos integrantes do sistema de controle interno poderão solicitar para exame, a 
qualquer tempo, documentos de natureza contábil, financeira, orçamentária, patrimonial e operacional das empresas 
públicas, das sociedades de economia mista e de suas subsidiárias no Brasil e no exterior, obrigando-se, os 
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jurisdicionados, à adoção das medidas corretivas pertinentes que, em função desse exame, lhes forem determinadas. 
 
Em regra, os entes da Administração Pública, fundações e autarquias têm os mesmos privilégios, 
que são chamados privilégios da Fazenda Pública, como exemplo do mesmo tratamento no que 
tange ao pagamento de custas processuais (vide artigo 790-A, inciso I, da CLT) e prazo em dobro 
para manifestação no processo civil (art. 183, caput, do Código de Processo Civil). 
 
Também outro importante privilégio é o pagamento dos débitos via precatório (art. 100, caput, da 
Constituição Federal). 
 
No entanto, o Supremo Tribunal Federal tem manifestado entendimento no sentido de que, se as 
empresas públicas e sociedades de economia mista prestarem serviços públicos, sem regime de 
concorrência, aplica-se todo o regime da Fazenda Pública. Apenas a roupagem é de empresa 
privada, mas a finalidade é pública. Por isso, o regime é de Fazenda Pública. 
 
Exemplos: 
“Empresa de assistência técnica e extensão do Ceará (EMATERCE). (...) Embora constituída sob a 
forma de empresa pública, a EMATERCE desempenha atividade de Estado, em regime de 
exclusividade e sem finalidade de lucro, sendo inteiramente dependente do repasse de recursos 
públicos. Por não explorar atividade econômica em sentido estrito, sujeita-se, a cobrança dos 
débitos por ela devidos em virtude de condenação judicial, ao regime de precatórios (art. 100 da 
Constituição da República)” (ADPF 437, julgamento 05.10.2020) 
 
“Casa da Moeda do Brasil. Empresa pública que presta serviço público em regime de monopólio. 
Prerrogativas de fazenda pública. Execução pelo regime de precatório” (RE 1.009.828, rel. Min. 
Roberto Barroso, 24.08.2018). 
 
“A jurisprudência da Suprema Corte é no sentido da aplicabilidade do regime de precatório às 
sociedades de economia mista prestadoras de serviço público próprio do Estado e de natureza 
não concorrencial. A Casal, sociedade de economia mista prestadora de serviços de 
abastecimento de água e saneamento no Estado do Alagoas, presta serviço público primário e em 
regime de exclusividade, o qual corresponde à própria atuação do Estado, haja vista não visar à 
obtenção de lucro e deter capital social majoritariamente estatal” (RE 852.302, rel. Min. Dias 
Toffoli, julgamento em 15.12.2015). 
 
Competência: como você viu, podemos ter empresas públicas e sociedades de economia mista 
no âmbito federal. 
Art. 109 da Constituição Federal – Aos juízes federais compete processar e julgar: 
I – as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem 
interessadas na condução de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de 
acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho. 
Portanto, você pode verificar que a competência é da Justiça Federal quando for autora, ré, 
assistente ou oponente União, autarquia (e por arrastamento, a fundação) e empresa pública 
federal. 
Exemplo: 
- se você faz uma ação contra a Caixa Econômica Federal (empresa pública), a competência é da 
Justiça Federal; 
- se você faz uma ação contra o Banco doBrasil (sociedade de economia mista), a competência é 
da Justiça Estadual. 
Nos exemplos acima, pense em ações civis comuns. O próprio dispositivo da Constituição retira a 
competência da Justiça Federal ou Estadual se for matéria de Justiça Especializada, como a 
Justiça do Trabalho. 
 
Obs.: conforme legislação destacada abaixo, a empresa pública pode adotar qualquer forma 
societária admitida em Direito, enquanto a sociedade de economia mista deve ser 
obrigatoriamente sociedade anônima. 
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V - Agências - Foram importadas do sistema norte-americano e possuem função regulatória. 
Agencias executivas são autarquias ou fundações que celebram contrato de gestão com entes da 
Administração Direta, com os quais ficam vinculados. Agências reguladoras são autarquias em 
regime especial, com competência regulatória, com a finalidade de regular concessões, 
permissões e autorizações de serviços públicos. 
 
Fundação Pública VS Autarquia - A principal diferença entre Fundação e Autarquia é que na 
primeira a lei autoriza sua criação. No caso da Autarquia, a própria lei a cria. 
 
VI - Consórcios Públicos - Entidades criadas pela Lei nº 11.107/05, que integram a Administração 
Pública indireta, e se constituem como associações formadas por pessoas jurídicas políticas, e que 
podem adotar a natureza de pessoa jurídica de direito público ou privado, com criação mediante 
autorização legislativa. Recomendamos a leitura dessa lei para aprofundamento no tema. 
 
Atenção! Fique atento(a) ainda às diferenças conceituais entre desconcentração e 
descentralização administrativa, pois o tema é recorrente em provas de concursos: 
 
A desconcentração trata-se da distribuição dos serviços públicos dentro da mesma pessoa jurídica 
componente da Administração Pública, por meio de uma transferência com hierarquia, dividida 
entre seus órgãos. 
 
A descentralização consiste no deslocamento pela Administração Direta, com a distribuição, 
deslocamento ou tranferência da prestação de serviços para entes da Administração a Indireta 
(Autarquia, Fundações, Sociedades de Economia mista e etc.) ou para particulares. Nesta situação 
não há subordinação destas à Administração Direta, pois não existe hierarquia, porém há 
fiscalização e controle destes serviços descentralizados. 
 
 
Órgãos administrativos 
 
Os órgãos são parte de uma pessoa jurídica. 
Portanto, não confundir pessoa jurídica (União, Estado, Distrito Federal, autarquias, fundações, 
sociedades de economia mista e empresas públicas) com órgãos, que são subdivisões dentro de 
cada pessoa jurídica. 
A criação de pessoas jurídicas pelos entes da Administração Pública Direta caracteriza a chamada 
descentralização. Ou seja, quando a União, por exemplo, cria autarquia, fundação, sociedade de 
economia mista ou empresa pública, ocorre descentralização. 
Quando o órgão se subdivide em órgãos menores, ocorre a desconcentração. A desconcentração, 
portanto, ocorre dentro de uma mesma pessoa jurídica. 
 
 
Segundo a posição estatal, os órgãos podem ser: 
 
1) Órgãos independentes (ou órgãos primários) – são órgãos que têm origem na Constituição 
Federal e representam os Poderes do Estado. Estão no topo da pirâmide governamental, não 
possuindo subordinação hierárquica ou funcional. 
Exemplos: Presidência da República, Câmara dos Deputados, Senado Federal. 
 
2) Órgãos autônomos – estão na direção da Administração Pública, logo abaixo dos órgãos 
independentes. Possuem grande autonomia administrativa, financeira e técnica e são conhecidos 
como órgãos diretivos, com funções de planejamento e coordenação. 
Exemplos: ministérios, secretarias, Advocacia-Geral da União. 
 
3) Órgãos superiores – possuem poder de direção, decisão e comando de assuntos de uma 
competência específica, mas estão sujeitos à subordinação e controle de uma chefia mais alta. Não 
têm autonomia administrativa nem financeira. 
Exemplos: divisões, departamentos, coordenadorias, gabinetes, secretarias-gerais. 
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4) Órgãos subalternos – são os órgãos que exercem atos de execução principal, com mínimo 
poder decisório. São subordinados a vários níveis hierárquicos superiores. Realizam atividades de 
rotina, cumprimento de decisões etc. 
Exemplos: portarias e seções de expediente. 
 
Segundo a estrutura dos órgãos públicos, podem ser: 
 
1) Órgãos simples ou unitários – são órgãos com apenas um centro de competência. Podem existir 
vários cargos dentro do órgão, mas inexistem outros órgãos em sua estrutura. 
 
2) Órgãos compostos – são os que reúnem diversos órgãos menores em sua estrutura, como 
consequência da desconcentração administrativa. 
 
Segundo a atuação funcional, podem ser: 
 
1) Órgãos singulares ou unipessoais – atuam e decidem através de um único agente. O órgão pode 
ter vários agentes, mas a decisão é tomada por uma única pessoa. 
Exemplo: Presidência da República. 
 
2) Órgãos colegiados ou pluripessoais – são os que atuam pela manifestação conjunta de seus 
membros. Prevalece a vontade de um colegiado. 
Exemplo: Congresso Nacional, Tribunal de Contas da União. 
 
 
Decreto-lei 200/1967 
 
Art. 4° A Administração Federal compreende: 
I - A Administração Direta, que se constitui dos serviços integrados na estrutura administrativa da 
Presidência da República e dos Ministérios. 
 II - A Administração Indireta, que compreende as seguintes categorias de entidades, dotadas de 
personalidade jurídica própria: 
a) Autarquias; 
b) Emprêsas Públicas; 
c) Sociedades de Economia Mista. 
d) fundações públicas. 
Parágrafo único. As entidades compreendidas na Administração Indireta vinculam-se ao Ministério 
em cuja área de competência estiver enquadrada sua principal atividade. 
Art. 5º Para os fins desta lei, considera-se: 
I - Autarquia - o serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receita 
próprios, para executar atividades típicas da Administração Pública, que requeiram, para seu 
melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada. 
II - Emprêsa Pública - a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com 
patrimônio próprio e capital exclusivo da União, criado por lei para a exploração de atividade 
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econômica que o Govêrno seja levado a exercer por fôrça de contingência ou de conveniência 
administrativa podendo revestir-se de qualquer das formas admitidas em direito. 
III - Sociedade de Economia Mista - a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, 
criada por lei para a exploração de atividade econômica, sob a forma de sociedade anônima, 
cujas ações com direito a voto pertençam em sua maioria à União ou a entidade da Administração 
Indireta. 
IV - Fundação Pública - a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, sem fins 
lucrativos, criada em virtude de autorização legislativa, para o desenvolvimento de atividades que 
não exijam execução por órgãos ou entidades de direito público, com autonomia administrativa, 
patrimônio próprio gerido pelos respectivos órgãos de direção, e funcionamento custeado por 
recursos da União e de outras fontes. 
§ 1º No caso do inciso III, quando a atividade fôr submetida a regime de monopólio estatal, a 
maioria acionária caberá apenas à União, em caráter permanente. 
§ 2º O Poder Executivo enquadrará as entidades da Administração Indireta existentes nas 
categorias constantes dêste artigo. 
§ 3º As entidades de que trata o inciso IV deste artigo adquirem personalidade jurídica com a 
inscrição da escritura pública de sua constituição no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, não se 
lhes aplicando as demais disposições do Código Civil concernentesàs fundações. 
 
 
Constituição Federal 
Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade 
econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança 
nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei. 
§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e 
de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens 
ou de prestação de serviços, dispondo sobre: 
I - sua função social e formas de fiscalização pelo Estado e pela sociedade; 
II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e 
obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários; 
III - licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações, observados os princípios da 
administração pública; 
IV - a constituição e o funcionamento dos conselhos de administração e fiscal, com a participação 
de acionistas minoritários; 
V - os mandatos, a avaliação de desempenho e a responsabilidade dos administradores. 
§ 2º As empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar de privilégios 
fiscais não extensivos às do setor privado. 
§ 3º A lei regulamentará as relações da empresa pública com o Estado e a sociedade. 
§ 4º A lei reprimirá o abuso do poder econômico que vise à dominação dos mercados, à eliminação 
da concorrência e ao aumento arbitrário dos lucros. 
§ 5º A lei, sem prejuízo da responsabilidade individual dos dirigentes da pessoa jurídica, 
estabelecerá a responsabilidade desta, sujeitando-a às punições compatíveis com sua natureza, 
nos atos praticados contra a ordem econômica e financeira e contra a economia popular. 
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APROVAÇÃO ÁGIL - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO - INSS 17 
 
 Art. 174. Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na forma 
da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante para o setor 
público e indicativo para o setor privado. 
§ 1º A lei estabelecerá as diretrizes e bases do planejamento do desenvolvimento nacional 
equilibrado, o qual incorporará e compatibilizará os planos nacionais e regionais de 
desenvolvimento. 
§ 2º A lei apoiará e estimulará o cooperativismo e outras formas de associativismo. 
§ 3º O Estado favorecerá a organização da atividade garimpeira em cooperativas, levando em 
conta a proteção do meio ambiente e a promoção econômico-social dos garimpeiros. 
§ 4º As cooperativas a que se refere o parágrafo anterior terão prioridade na autorização ou 
concessão para pesquisa e lavra dos recursos e jazidas de minerais garimpáveis, nas áreas onde 
estejam atuando, e naquelas fixadas de acordo com o art. 21, XXV, na forma da lei. 
 Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou 
permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos. 
Parágrafo único. A lei disporá sobre: 
I - o regime das empresas concessionárias e permissionárias de serviços públicos, o caráter 
especial de seu contrato e de sua prorrogação, bem como as condições de caducidade, 
fiscalização e rescisão da concessão ou permissão; 
II - os direitos dos usuários; 
III - política tarifária; 
IV - a obrigação de manter serviço adequado. 
 
Lei 13.303/2016 
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia 
mista e de suas subsidiárias, abrangendo toda e qualquer empresa pública e sociedade de 
economia mista da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios que explore atividade 
econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, ainda que a 
atividade econômica esteja sujeita ao regime de monopólio da União ou seja de prestação de 
serviços públicos. 
§ 1º O Título I desta Lei, exceto o disposto nos arts. 2º, 3º, 4º, 5º, 6º, 7º, 8º, 11, 12 e 27, não se aplica 
à empresa pública e à sociedade de economia mista que tiver, em conjunto com suas respectivas 
subsidiárias, no exercício social anterior, receita operacional bruta inferior a R$ 90.000.000,00 
(noventa milhões de reais). 
§ 2º O disposto nos Capítulos I e II do Título II desta Lei aplica-se inclusive à empresa pública 
dependente, definida nos termos do inciso III do art. 2º da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio 
de 2000 , que explore atividade econômica, ainda que a atividade econômica esteja sujeita ao 
regime de monopólio da União ou seja de prestação de serviços públicos. 
§ 3º Os Poderes Executivos poderão editar atos que estabeleçam regras de governança 
destinadas às suas respectivas empresas públicas e sociedades de economia mista que se 
enquadrem na hipótese do § 1º, observadas as diretrizes gerais desta Lei. 
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§ 4º A não edição dos atos de que trata o § 3º no prazo de 180 (cento e oitenta) dias a partir da 
publicação desta Lei submete as respectivas empresas públicas e sociedades de economia mista 
às regras de governança previstas no Título I desta Lei. 
§ 5º Submetem-se ao regime previsto nesta Lei a empresa pública e a sociedade de economia 
mista que participem de consórcio, conforme disposto no art. 279 da Lei nº 6.404, de 15 de 
dezembro de 1976 , na condição de operadora. 
§ 6º Submete-se ao regime previsto nesta Lei a sociedade, inclusive a de propósito específico, que 
seja controlada por empresa pública ou sociedade de economia mista abrangidas no caput . 
§ 7º Na participação em sociedade empresarial em que a empresa pública, a sociedade de 
economia mista e suas subsidiárias não detenham o controle acionário, essas deverão adotar, no 
dever de fiscalizar, práticas de governança e controle proporcionais à relevância, à materialidade e 
aos riscos do negócio do qual são partícipes, considerando, para esse fim: 
I - documentos e informações estratégicos do negócio e demais relatórios e informações 
produzidos por força de acordo de acionistas e de Lei considerados essenciais para a defesa de 
seus interesses na sociedade empresarial investida; 
II - relatório de execução do orçamento e de realização de investimentos programados pela 
sociedade, inclusive quanto ao alinhamento dos custos orçados e dos realizados com os custos de 
mercado; 
III - informe sobre execução da política de transações com partes relacionadas; 
IV - análise das condições de alavancagem financeira da sociedade; 
V - avaliação de inversões financeiras e de processos relevantes de alienação de bens móveis e 
imóveis da sociedade; 
VI - relatório de risco das contratações para execução de obras, fornecimento de bens e prestação 
de serviços relevantes para os interesses da investidora; 
VII - informe sobre execução de projetos relevantes para os interesses da investidora; 
VIII - relatório de cumprimento, nos negócios da sociedade, de condicionantes socioambientais 
estabelecidas pelos órgãos ambientais; 
IX - avaliação das necessidades de novos aportes na sociedade e dos possíveis riscos de redução 
da rentabilidade esperada do negócio; 
X - qualquer outro relatório, documento ou informação produzido pela sociedade empresarial 
investida considerado relevante para o cumprimento do comando constante do caput . 
Art. 2º A exploração de atividade econômica pelo Estado será exercida por meio de empresa 
pública, de sociedade de economia mista e de suas subsidiárias. 
§ 1º A constituição de empresa pública ou de sociedade de economia mista dependerá de prévia 
autorização legal que indique, de forma clara, relevante interesse coletivo ou imperativo de 
segurança nacional, nos termos do caput do art. 173 da Constituição Federal . 
§ 2º Depende de autorização legislativa a criação de subsidiárias de empresa pública e de 
sociedade de economia mista, assimcomo a participação de qualquer delas em empresa privada, 
cujo objeto social deve estar relacionado ao da investidora, nos termos do inciso XX do art. 37 da 
Constituição Federal . 
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§ 3º A autorização para participação em empresa privada prevista no § 2º não se aplica a 
operações de tesouraria, adjudicação de ações em garantia e participações autorizadas pelo 
Conselho de Administração em linha com o plano de negócios da empresa pública, da sociedade 
de economia mista e de suas respectivas subsidiárias. 
Art. 3º Empresa pública é a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com 
criação autorizada por lei e com patrimônio próprio, cujo capital social é integralmente detido pela 
União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios. 
Parágrafo único. Desde que a maioria do capital votante permaneça em propriedade da União, do 
Estado, do Distrito Federal ou do Município, será admitida, no capital da empresa pública, a 
participação de outras pessoas jurídicas de direito público interno, bem como de entidades da 
administração indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. 
Art. 4º Sociedade de economia mista é a entidade dotada de personalidade jurídica de direito 
privado, com criação autorizada por lei, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com 
direito a voto pertençam em sua maioria à União, aos Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios 
ou a entidade da administração indireta. 
§ 1º A pessoa jurídica que controla a sociedade de economia mista tem os deveres e as 
responsabilidades do acionista controlador, estabelecidos na Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 
1976 , e deverá exercer o poder de controle no interesse da companhia, respeitado o interesse 
público que justificou sua criação. 
§ 2º Além das normas previstas nesta Lei, a sociedade de economia mista com registro na 
Comissão de Valores Mobiliários sujeita-se às disposições da Lei nº 6.385, de 7 de dezembro de 
1976 . 
 
CAPÍTULO II 
DO REGIME SOCIETÁRIO DA EMPRESA PÚBLICA E DA SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA 
Seção I 
Das Normas Gerais 
Art. 5º A sociedade de economia mista será constituída sob a forma de sociedade anônima e, 
ressalvado o disposto nesta Lei, estará sujeita ao regime previsto na Lei nº 6.404, de 15 de 
dezembro de 1976 . 
Art. 6º O estatuto da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias 
deverá observar regras de governança corporativa, de transparência e de estruturas, práticas de 
gestão de riscos e de controle interno, composição da administração e, havendo acionistas, 
mecanismos para sua proteção, todos constantes desta Lei. 
Art. 7º Aplicam-se a todas as empresas públicas, as sociedades de economia mista de capital 
fechado e as suas subsidiárias as disposições da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, e as 
normas da Comissão de Valores Mobiliários sobre escrituração e elaboração de demonstrações 
financeiras, inclusive a obrigatoriedade de auditoria independente por auditor registrado nesse 
órgão. 
 
CAPÍTULO III 
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DA FUNÇÃO SOCIAL DA EMPRESA PÚBLICA E DA SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA 
Art. 27. A empresa pública e a sociedade de economia mista terão a função social de realização do 
interesse coletivo ou de atendimento a imperativo da segurança nacional expressa no instrumento 
de autorização legal para a sua criação. 
§ 1º A realização do interesse coletivo de que trata este artigo deverá ser orientada para o alcance 
do bem-estar econômico e para a alocação socialmente eficiente dos recursos geridos pela 
empresa pública e pela sociedade de economia mista, bem como para o seguinte: 
I - ampliação economicamente sustentada do acesso de consumidores aos produtos e serviços da 
empresa pública ou da sociedade de economia mista; 
II - desenvolvimento ou emprego de tecnologia brasileira para produção e oferta de produtos e 
serviços da empresa pública ou da sociedade de economia mista, sempre de maneira 
economicamente justificada. 
§ 2º A empresa pública e a sociedade de economia mista deverão, nos termos da lei, adotar 
práticas de sustentabilidade ambiental e de responsabilidade social corporativa compatíveis com o 
mercado em que atuam. 
§ 3º A empresa pública e a sociedade de economia mista poderão celebrar convênio ou contrato 
de patrocínio com pessoa física ou com pessoa jurídica para promoção de atividades culturais, 
sociais, esportivas, educacionais e de inovação tecnológica, desde que comprovadamente 
vinculadas ao fortalecimento de sua marca, observando-se, no que couber, as normas de licitação 
e contratos desta Lei. 
 
CAPÍTULO III 
DA FISCALIZAÇÃO PELO ESTADO E PELA SOCIEDADE 
Art. 85. Os órgãos de controle externo e interno das 3 (três) esferas de governo fiscalizarão as 
empresas públicas e as sociedades de economia mista a elas relacionadas, inclusive aquelas 
domiciliadas no exterior, quanto à legitimidade, à economicidade e à eficácia da aplicação de seus 
recursos, sob o ponto de vista contábil, financeiro, operacional e patrimonial. 
§ 1º Para a realização da atividade fiscalizatória de que trata o caput , os órgãos de controle 
deverão ter acesso irrestrito aos documentos e às informações necessários à realização dos 
trabalhos, inclusive aqueles classificados como sigilosos pela empresa pública ou pela sociedade 
de economia mista, nos termos da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011 . 
§ 2º O grau de confidencialidade será atribuído pelas empresas públicas e sociedades de 
economia mista no ato de entrega dos documentos e informações solicitados, tornando-se o órgão 
de controle com o qual foi compartilhada a informação sigilosa corresponsável pela manutenção 
do seu sigilo. 
§ 3º Os atos de fiscalização e controle dispostos neste Capítulo aplicar-se-ão, também, às 
empresas públicas e às sociedades de economia mista de caráter e constituição transnacional no 
que se refere aos atos de gestão e aplicação do capital nacional, independentemente de estarem 
incluídos ou não em seus respectivos atos e acordos constitutivos. 
Art. 86. As informações das empresas públicas e das sociedades de economia mista relativas a 
licitações e contratos, inclusive aqueles referentes a bases de preços, constarão de bancos de 
dados eletrônicos atualizados e com acesso em tempo real aos órgãos de controle competentes. 
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APROVAÇÃO ÁGIL - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO - INSS 21 
 
§ 1º As demonstrações contábeis auditadas da empresa pública e da sociedade de economia mista 
serão disponibilizadas no sítio eletrônico da empresa ou da sociedade na internet, inclusive em 
formato eletrônico editável. 
§ 2º As atas e demais expedientes oriundos de reuniões, ordinárias ou extraordinárias, dos 
conselhos de administração ou fiscal das empresas públicas e das sociedades de economia mista, 
inclusive gravações e filmagens, quando houver, deverão ser disponibilizados para os órgãos de 
controle sempre que solicitados, no âmbito dos trabalhos de auditoria. 
§ 3º O acesso dos órgãos de controle às informações referidas no caput e no § 2º será restrito e 
individualizado. 
§ 4º As informações que sejam revestidas de sigilo bancário, estratégico, comercial ou industrial 
serão assim identificadas, respondendo o servidor administrativa, civil e penalmente pelos danos 
causados à empresa pública ou à sociedade de economia mista e a seus acionistas em razão de 
eventual divulgação indevida. 
§ 5º Os critérios para a definição do que deve ser considerado sigilo estratégico, comercial ou 
industrial serão estabelecidos em regulamento. 
Art. 87. O controle das despesas decorrentes dos contratos e demais instrumentos regidos por 
estaLei será feito pelos órgãos do sistema de controle interno e pelo tribunal de contas 
competente, na forma da legislação pertinente, ficando as empresas públicas e as sociedades de 
economia mista responsáveis pela demonstração da legalidade e da regularidade da despesa e da 
execução, nos termos da Constituição. 
§ 1º Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar edital de licitação por irregularidade na 
aplicação desta Lei, devendo protocolar o pedido até 5 (cinco) dias úteis antes da data fixada para 
a ocorrência do certame, devendo a entidade julgar e responder à impugnação em até 3 (três) dias 
úteis, sem prejuízo da faculdade prevista no § 2º. 
§ 2º Qualquer licitante, contratado ou pessoa física ou jurídica poderá representar ao tribunal de 
contas ou aos órgãos integrantes do sistema de controle interno contra irregularidades na 
aplicação desta Lei, para os fins do disposto neste artigo. 
§ 3º Os tribunais de contas e os órgãos integrantes do sistema de controle interno poderão solicitar 
para exame, a qualquer tempo, documentos de natureza contábil, financeira, orçamentária, 
patrimonial e operacional das empresas públicas, das sociedades de economia mista e de suas 
subsidiárias no Brasil e no exterior, obrigando-se, os jurisdicionados, à adoção das medidas 
corretivas pertinentes que, em função desse exame, lhes forem determinadas. 
Art. 88. As empresas públicas e as sociedades de economia mista deverão disponibilizar para 
conhecimento público, por meio eletrônico, informação completa mensalmente atualizada sobre a 
execução de seus contratos e de seu orçamento, admitindo-se retardo de até 2 (dois) meses na 
divulgação das informações. 
§ 1º A disponibilização de informações contratuais referentes a operações de perfil estratégico ou 
que tenham por objeto segredo industrial receberá proteção mínima necessária para lhes garantir 
confidencialidade. 
§ 2º O disposto no § 1º não será oponível à fiscalização dos órgãos de controle interno e do tribunal 
de contas, sem prejuízo da responsabilização administrativa, civil e penal do servidor que der 
causa à eventual divulgação dessas informações. 
Art. 89. O exercício da supervisão por vinculação da empresa pública ou da sociedade de 
economia mista, pelo órgão a que se vincula, não pode ensejar a redução ou a supressão da 
autonomia conferida pela lei específica que autorizou a criação da entidade supervisionada ou da 
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APROVAÇÃO ÁGIL - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO - INSS 22 
 
autonomia inerente a sua natureza, nem autoriza a ingerência do supervisor em sua administração 
e funcionamento, devendo a supervisão ser exercida nos limites da legislação aplicável. 
Art. 90. As ações e deliberações do órgão ou ente de controle não podem implicar interferência na 
gestão das empresas públicas e das sociedades de economia mista a ele submetidas nem 
ingerência no exercício de suas competências ou na definição de políticas públicas. 
 
 
 
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APROVAÇÃO ÁGIL - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO - INSS 23 
 
Agentes públicos: espécies e classificação; poderes, deveres e prerrogativas; cargo, 
emprego e função públicos; regime jurídico único: provimento, vacância, remoção, 
redistribuição e substituição; direitos e vantagens; regime disciplinar; 
responsabilidade civil, criminal e administrativa 
 
Agentes públicos: espécies e classificação 
 
Agente público pode ser definido como qualquer pessoa física incumbida, de forma definitiva ou 
transitória, pelo exercício de alguma função estatal. 
 
Sua classificação não é ponto pacífico na doutrina de Direito Administrativo, assim iremos apontar 
as principais espécies cobradas em concursos públicos: 
 
a) Agentes políticos: São aqueles investidos em cargos, funções ou mandatos para o exercício de 
funções expressamente previstas na Constituição Federal. Exemplos: Magistrados, Senadores, 
Vereadores. 
 
b) Agentes Particulares Colaboradores: São particulares que executam determinadas funções 
tidas como públicas sem remuneração do Estado: Exemplos: Jurados, Mesários e Titulares de 
Notas e Registros. 
 
c) Servidores Públicos: São pessoas que possuem um vínculo permanente com o Estado, e dele 
recebem habitualmente remuneração correspondente ao seu trabalho. 
 
 
Agentes públicos: Poderes, deveres e prerrogativas 
 
Os poderes administrativos são atribuições especiais conferidas aos agentes públicos, com a 
finalidade de imposição de cumprimento das obrigações necessárias à defesa e manutenção do 
interesse público. 
 
Poder-dever de agir (uso do poder): O agente público tem o dever de praticar os atos que são de 
sua competência, sob pena de responsabilização nas esferas administrativa, civil e penal, conforme 
o caso. Sobre o tema Hely Lopes Meirelles ensina que: “Se para o particular o poder de agir é uma 
faculdade, para o administrador público é uma obrigação de atuar, desde que se apresente o 
ensejo de exercitá-lo em benefício da comunidade” . Por isso mesmo não se fala apenas em poder 
de agir, mas sim poder-dever de agir em defesa do interesse público. 
 
A ação do agente público deve sempre estar fundamentado em lei, pois se agir fora de sua 
competência ficará configurado o excesso ou abuso de poder. 
 
O abuso de poder é um desvio na conduta do agente público, uma inobservência de seu poder-
dever de agir de acordo com a lei, com vistas ao alcance do interesse público. 
Existem 3 formas de manifestação do abuso de poder: 
1) Excesso de poder: ocorre caso o agente público competente age além do permitido na 
legislação, ou seja, atua ultra legem. 
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APROVAÇÃO ÁGIL - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO - INSS 24 
 
2) Desvio de finalidade ou desvio de poder: neste caso o ato é praticado por motivos ou 
finalidade diversa daquela prevista na lei (atuação contra legem). O poder é atributo do cargo ou 
função, e não um privilégio concedido pessoalmente ao agente. 
 
3) Omissão: é a hipótese de inércia da Administração em praticar ato que seja de competência, 
sem justificativa, em inquívoca violação ao seu dever de ação. 
 
 
São deveres do agente público: 
 
1- Dever de probidade: A atuação do agente sempre deve estar fundamentada na honestidade e 
moralidade no trato com os administrados e com a própria Administração. 
 
2- Dever de prestar contas: É uma obrigação natural de quem tem a incumbência de gerenciar os 
bens e interesses alheios. Se a coisa administrada é pública, deve-se prestar contas ao público. 
Este dever está intimamente conectado com o princípio da publicidade. 
 
3- Dever de eficiência: É o “dever da boa administração”, que é aquela na qual se produz mais e 
sempre com qualidade. 
 
As prerrogativas são os privilégios que são atribuídos aos agentes públicos pelo cargo em que 
ocupa. Exemplo: Férias, licenças, remuneração, gratificações, que estão expressamente previstas 
na Lei Federal nº 8.112/90, que dispõe sobre o regime jurídico dos servidores públicos civis da 
União. Em caso de servidores de outras esferas, há legislação própria aplicável. 
 
Para evitar a repetição da referida lei, colocamos as prerrogativas (direitos e vantagens) dos 
agentes públicos junto com o tópico referente ao estudo do Regime Jurídico único dos Servidores. 
 
 
Agentes públicos: Cargo, emprego e função pública 
 
Na definição legal dada pela Lei nº 8.112/90, que dispõe sobre o regime jurídico dos servidores 
públicos civis da União, cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na 
estrutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor: 
 
Art. 3o Cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades 
previstas na estrutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor. 
 
Hely Lopes Meirelles define cargo público como: “o lugar instituído na organização do serviço 
público, com denominação própria, atribuiçõese responsabilidades específicas e estipendia 
correspondente para ser provido e exercido por um titular, na forma estabelecida em lei.”. 
 
 
Os cargos podem ser organizados por: 
 
a) Classe: É o conjunto de cargos da mesma natureza com idênticas atribuições, responsabilidades 
e remuneração. 
b) Carreira: É a organização dos cargos conforme as hierarquias fixadas em lei. 
 
Os cargos classificam-se em: 
 
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APROVAÇÃO ÁGIL - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO - INSS 25 
 
a) Cargos Vitalícios: São previstos na Constituição Federal para que os seus ocupantes possam 
atuar com independência. Seus titulares não podem perder o cargo através de processo 
administrativo. É necessário, neste caso, que a extinção do vínculo ocorra por meio de processo 
judicial. Exemplos: Magistrados e membros do Ministério Público. 
 
Art. 95 da Constituição Federal: 
Os juízes gozam das seguintes garantias: 
I - vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida após dois anos de 
exercício, dependendo a perda do cargo, nesse período, de deliberação do 
tribunal a que o juiz estiver vinculado, e, nos demais casos, de sentença 
judicial transitada em julgado; 
 
§5º do art. 128 da Constituição Federal: 
§ 5º Leis complementares da União e dos Estados, cuja iniciativa é facultada 
aos respectivos Procuradores-Gerais, estabelecerão a organização, as 
atribuições e o estatuto de cada Ministério Público, observadas, relativamente 
a seus membros: 
I - as seguintes garantias: 
a) vitaliciedade, após dois anos de exercício, não podendo perder o cargo 
senão por sentença judicial transitada em julgado; 
 
b) Cargos Efetivos: São aqueles ocupados por servidores que foram aprovados, exclusivamente 
por meio de concurso público de provas e títulos. Se o cargo não for vitalício ou em comissão será 
necessariamente efetivo. Após 3 anos de permanência no cargo efetivo, o servidor adquire 
estabilidade no cargo se for considerado apto na avaliação especial de desempenho. Com a 
estabilidade, o servidor somente perderá o cargo nos casos previstos no artigo 41, §1º da 
Constituição Federal, ou seja, através de: 
 
I- sentença em virtude de sentença judicial transitada em julgado; 
 
II - processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa ou 
 
III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar, 
assegurada ampla defesa. 
 
c) Cargos em Comissão: São cargos de ocupação transitória e somente podem ser destinados as 
funções de chefia, direção e assessoramento. Seus titulares não adquirem estabilidade e sua 
nomeação dispensa a aprovação prévia em concurso público, bem como para que ocorra a sua 
exoneração não é necessária qualquer formalidade, ficando a critério exclusivo da autoridade que 
o nomeou. Por essa razão, são considerados como cargos de livre nomeação e exoneração (Art. 
37, II, CF). 
 
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da 
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos 
princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência 
e, também, ao seguinte: 
... 
II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia 
em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a 
natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, 
ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre 
nomeação e exoneração; 
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APROVAÇÃO ÁGIL - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO - INSS 26 
 
... 
V – as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores 
ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos 
por servidores de carreira nos casos, conduções e percentuais mínimos 
previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e 
assessoramento. 
 
Portanto, você deve diferenciar: a função de confiança é exercida por quem já tem um cargo 
efetivo, enquanto o cargo em comissão pode ser exercido por quem não é servidor de carreira, 
desde que dentro do limite estabelecido em lei. 
 
Emprego público: É o exercício das funções públicas firmadas através de um contrato de trabalho 
derivado do regime celetista (regido pela CLT). Veja a redação da súmula nº 390 sobre o tema: 
 
390 - Estabilidade. Art. 41 da CF/1988. Celetista. Administração direta, 
autárquica ou fundacional. Aplicabilidade. Empregado de empresa pública 
e sociedade de economia mista. Inaplicável. 
I - O servidor público celetista da administração direta, autárquica ou 
fundacional é beneficiário da estabilidade prevista no art. 41 da CF/1988. (ex-
OJ nº 265 da SDI-1 - Inserida em 27.09.2002 e ex-OJ nº 22 da SDI-2 - 
Inserida em 20.09.00) 
II - Ao empregado de empresa pública ou de sociedade de economia mista, 
ainda que admitido mediante aprovação em concurso público, não é 
garantida a estabilidade prevista no art. 41 da CF/1988. (ex-Oj nº 229 - 
Inserida em 20.06.2001) 
Função pública: é a atribuição ou conjunto de atribuições que são desempenhadas no exercício 
da atividade administrativa. 
 
Atenção! Os servidores podem estabilizar-se nos cargos, mas não nas funções. 
 
Atenção! Todo o cargo tem função, mas pode haver função sem cargo. 
 
Contratação temporária – a contratação temporária é prevista no artigo 37, IX, da Constituição 
Federal: “a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender a 
necessidade temporária de excepcional interesse público”. 
 
Regime jurídico 
 
Art. 39 da Constituição Federal – A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, 
no âmbito de sua competência, regime jurídico único e planos de carreira para os servidores da 
administração pública direta, das autarquias e das fundações públicas. 
 
Houve uma Emenda Constitucional alterando esse dispositivo, a Emenda Constitucional foi 
declarada inconstitucional, por vícios formais e materiais (ADI 2.135, Rel. Min. Ellen Gracie, 
julgamento em 02.08.2007). 
 
Sobre conselhos profissionais: 
 
Os Conselhos Profissionais, enquanto autarquias corporativas criadas por lei com outorga para o 
exercício de atividade típica do Estado, tem maior grau de autonomia administrativa e financeira, 
constituindo espécie sui generis de pessoa jurídica de direito público não estatal, a qual não se 
aplica a obrigatoriedade do regime jurídico único preconizado pelo artigo 39 do texto 
constitucional. Trata-se de natureza peculiar que justifica o afastamento de algumas das regras 
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APROVAÇÃO ÁGIL - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO - INSS 27 
 
ordinárias impostas às pessoas jurídicas de direito público. (...) Constitucionalidade da legislação 
que permite a contratação no âmbito dos Conselhos Profissionais sob o regime celetista. 
[ADC 36, rel. min. Cármen Lúcia, j. 8-9-2020, P, DJE de 16-11-2020.] 
 
Sobre a competência em caso de contratação temporária: 
 
Compete à Justiça comum processar e julgar causas instauradas entre o poder público e seus 
servidores submetidos a regime especial disciplinado por lei local editada antes da Constituição 
Republicana de 1988, com fundamento no art. 106 da Constituição de 1967, na redação que lhe deu 
a EC 1/1969, ou no art. 37, IX, da Constituição de 1988. 
[RE 573.202, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 21-8-2008, P, DJE de 5-12-2008, Tema 43.] 
 
 
Remuneração do servidor 
 
Sobre o tema, temos as seguintes Súmulas do Supremo Tribunal Federal: 
 
Súmula Vinculante n. 37 do Supremo Tribunal Federal – Não cabe ao Poder Judiciário, que não 
tem função legislativa, aumentar os vencimentos de servidores públicos sob o fundamento de 
isonomia. 
 
Súmula Vinculante n. 4 do Supremo Tribunal Federal – Salvo nos casos previstos na 
Constituição, o salário mínimo não pode ser usado como indexador de base de cálculo de 
vantagem de servidor ou de empregado, nem ser substituídopor decisão judicial. 
 
Súmula 679 do Supremo Tribunal Federal – A fixação de vencimentos dos servidores públicos 
não pode ser objeto de convenção coletiva. 
 
 
Sobre a garantia do salário mínimo: 
 
Súmula Vinculante n. 16 do Supremo Tribunal Federal – Os arts. 7º, IV, e 39, § 3º (redação da EC 
19/1998, da Constituição referem-se ao total da remuneração percebida pelo servidor público. 
 
Súmula Vinculante n. 15 do Supremo Tribunal Federal – O cálculo de gratificações e outras 
vantagens do servidor público não incide sobre o abono utilizado para se atingir o salário mínimo. 
 
 
Concurso público 
 
Art. 37 da Constituição Federal 
(…) 
II – a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público 
de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou 
emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado 
em lei de livre nomeação e exoneração; 
III – o prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma vez, por igual 
período; 
IV – durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em 
concurso público de provas ou de provas e títulos será convocado com prioridade sobre novos 
concursados para assumir cargo ou emprego, na carreira; 
VIII – a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de 
deficiência e definirá os critérios de sua admissão. 
§ 2º – A não observância do disposto nos incisos II e III implicará a nulidade do ato e a punição da 
autoridade responsável, nos termos da lei. 
 
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Veja recente julgado com repercussão geral do Supremo Tribunal Federal: 
 
Insta saber se é razoável ou não limitar idade para ingressar em carreira policial, a par da 
aprovação em testes médicos e físicos. Com efeito, o Supremo tem entendido, em casos 
semelhantes, que o estabelecimento de limite de idade para inscrição em concurso público apenas 
é legítimo quando justificado pela natureza das atribuições do cargo a ser preenchido. (...) Nesse 
mesmo sentido, o teor do Enunciado 683 da Súmula da jurisprudência dominante neste Pretório 
Excelso: "O limite de idade para a inscrição em concurso público só se legitima em face do art. 7º, 
XXX, da Constituição, quando possa ser justificado pela natureza das atribuições do cargo a ser 
preenchido." O acórdão recorrido está em consonância com a jurisprudência da Corte, razão pela 
qual não merece reparos, impondo-se o desprovimento do recurso. Ex positis, manifesto-me pela 
existência de repercussão geral e pela reafirmação da jurisprudência sobre o tema. 
[ARE 678.112 RG, voto do rel. min. Luiz Fux, j. 25-4-2013, P, DJE de 17-5-2013, Tema 646.] 
 
Veja Súmula do Supremo Tribunal Federal usada como fundamento no julgamento: 
 
Súmula 683 do Supremo Tribunal Federal – O limite de idade para inscrição em concurso público 
só se legitima em face do art. 7º, XXX, da Constituição, quando possa ser justificado pela natureza 
das atribuições do cargo a ser preenchido. 
 
Quando pode ser exigido o diploma? 
 
Súmula 266 do Superior Tribunal de Justiça – O diploma ou habilitação legal para o exercício do 
cargo deve ser exigido na posse e não na inscrição para o concurso público. 
 
Sobre o portador de visão monocular e o direito a concorrer às vagas de pessoas com deficiência: 
 
Súmula 377 do Superior Tribunal de Justiça – O portador de visão monocular tem direito a 
concorrer, em concurso público, às vagas reservadas aos deficientes. 
 
Mas atenção para a surdez unilateral: 
 
Súmula 552 do Superior Tribunal de Justiça – O portador de surdez unilateral não se qualifica 
como pessoa com deficiência para o fim de disputar as vagas reservadas em concursos públicos. 
 
Quando não há concurso público, o que se reconhece de direito ao servidor? Vejamos os 
entendimentos do Tribunal Superior do Trabalho, Superior Tribunal de Justiça e Supremo Tribunal 
Federal: 
 
Súmula 363 do Tribunal Superior do Trabalho – A contratação de servidor público, após a 
CF/1988, sem prévia aprovação em concurso público, encontra óbice no respectivo art. 37, II e § 2º, 
somente lhe conferindo direito ao pagamento da contraprestação pactuada, em relação ao número 
de horas trabalhadas, respeitado o valor da hora do salário mínimo, e dos valores referentes aos 
depósitos do FGTS. 
 
Súmula 466 do Superior Tribunal de Justiça – O titular da conta vinculada do FGTS tem o direito 
de sacar o saldo respectivo quando declarado nulo seu contrato de trabalho por ausência de 
prévia aprovação em concurso público. 
 
Supremo Tribunal Federal, RE 705.140, Tema 308: “A Constituição de 1988 comina de nulidade as 
contratações de pessoal pela Administração Pública sem a observância das normas referentes à 
indispensabilidade da prévia aprovação em concurso público (CF, art. 37, § 2º), não gerando, essas 
contratações, quaisquer efeitos jurídicos válidos em relação aos empregados contratados, a não 
ser o direito à percepção dos salários referentes ao período trabalhado e, nos termos do art. 19-A 
da Lei 8.036/90, ao levantamento dos depósitos efetuados no Fundo de Garantia por Tempo de 
Serviço – FGTS”. 
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Sobre o direito à nomeação, o Supremo Tribunal Federal tem a seguinte tese em Repercussão 
Geral (Supremo Tribunal Federal, RE 598.099, Tema 161): “O candidato aprovado em concurso 
público dentro do número de vagas previsto no edital possui direito subjetivo à nomeação”. 
 
Contudo, em relação à nomeação, veja o seguinte julgado, também tema de Repercussão Geral 
(Supremo Tribunal Federal, RE 837.311, Tema 784): 
 
“O surgimento de novas vagas ou a abertura de novo concurso para o mesmo cargo, durante o 
prazo de validade do certame anterior, não gera automaticamente o direito à nomeação dos 
candidatos aprovados fora das vagas previstas no edital, ressalvadas as hipóteses de preterição 
arbitrária e imotivada por parte da administração, caracterizada por comportamento tácito ou 
expresso do Poder Público capaz de revelar a inequívoca necessidade de nomeação do aprovado 
durante o período de validade do certame, a ser demonstrada de forma cabal pelo candidato. 
Assim, o direito subjetivo à nomeação do candidato aprovado em concurso público exsurge nas 
seguintes hipóteses: 
I – Quando a aprovação ocorrer dentro do número de vagas do edital; 
II – Quando houver preterição na nomeação por não observância da ordem de classificação; 
III – Quando surgirem novas vagas, ou for aberto novo concurso durante a validade do certame 
anterior, e ocorrer a preterição de candidatos de forma arbitrária e imotivada por parte da 
administração nos termos acima”. 
 
Julgado importante sobre exame psicotécnico: “A exigência do exame psicotécnico em concurso 
depende de previsão em lei e no edital, e deve seguir critérios objetivos” (Supremo Tribunal 
Federal, AI 758.533, Tema de Repercussão Geral 338”. 
 
Mais teses de Repercussão Geral do Supremo Tribunal Federal: 
 
Tema 512, RE 662.405: “O Estado responde subsidiariamente por danos materiais causados a 
candidatos em concurso público organizado por pessoa jurídica de direito privado (art. 37, § 6º, da 
CRFB/88), quando os exames são cancelados por indícios de fraude”. 
 
Tema 569, RE 789.874: “Os serviços sociais autônomos integrantes do denominado sistema “S” 
não estão submetidos à exigência de concurso público para a contratação de pessoal, nos 
moldes do art. 37, II, da Constituição Federal”. 
 
Tema 838, RE 898.450: “Editais de concurso público não podem estabelecer restrição a pessoas 
com tatuagem, salvo situações excepcionais em razão de conteúdo que viole valores 
constitucionais”. 
 
Tema 973 RE 1.058.333: “É constitucional a remarcação do teste de aptidão física de candidata 
que esteja grávida à época

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