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Empreendedorismo 
Boas vindas do Curso 
 
Hoje iniciamos o curso sobre empreendedorismo. É muito importante que você esteja 
conosco discutindo e trabalhando esse conceito. Vocês já devem ter ouvido ou lido a 
respeito da expressão empreendedorismo. Pois é, neste módulo, apresentaremos uma 
história muito interessante sobre uma jovem que tem problemas familiares, de escolha de 
profissão, mas que deseja ser alguém na vida. Existem controvérsias acerca das 
características que fazem com que uma pessoa se torne “empreendedora”, pois as 
características presentes no empreendedor também podem ser desenvolvidas por aquelas 
que não são. Entretanto há consenso de que tais características fazem com que a pessoa 
se destaque e faça coisas que a diferenciem da maioria da população. Então, vamos fazer 
um passeio juntos e descobrir quais são essas características. 
Problematização 
 
Quais atitudes diferenciam o empreendedor das pessoas 
que não são empreendedoras? 
Esta problemática norteará nosso curso. O objetivo é que, ao final das atividades, você 
identifique as atitudes que precisa adotar e/ou aperfeiçoar para se tornar um 
empreendedor. Para isso, temos uma jovem, personagem principal da história “A Arte do 
Sucesso para os Empreendedores”, que fará a diferença no meio em que ela vive. 
Compartilhe conosco essa história, olhe para si mesmo e descubra quais são as 
semelhanças entre suas atitudes e as de nossos personagens. Veja também as diferenças 
entre seu jeito de fazer as coisas e a de nossos novos amigos. 
Queremos que, ao final deste curso, você se conheça um pouco mais e, através do 
conhecimento da teoria e das práticas empreendedoras, consiga aprimorar seu 
comportamento na direção de ações que gerem transformações e operem mudanças 
significativas no ambiente no qual está inserido. Em outras palavras, desejamos que você 
consiga identificar e avaliar o comportamento empreendedor. E, acima de tudo, que você 
possa aplicar no seu dia-a-dia as ações que gerem empreendimentos de sucesso a partir 
das características empreendedoras aqui apresentadas. 
 
A Arte do Sucesso para os Empreendedores - A personagem 
principal da História: 
Fernanda 
Origens: filha de pai autoritário, 
comerciante, semi-analfabeto e 
bastante inteligente para os negócios. 
Sua mãe era dona de casa, 
comunicativa, politizada, mas muito 
submissa ao pai. 
Características físicas: morena de 
cabelos grandes encaracolados, 
castanhos claros, um sorriso 
cativante, lábios carnudos, nariz 
afilado, olhos grandes e pretos feitos 
duas jabuticabas, estatura mediana 
(1,65m). 
Idade: 18 anos 
Formação: Cursando o Curso Técnico 
de Gestão na Escola Dinâmica em 
Belo Horizonte - MG 
Sonho: Ser jogadora de vôlei 
Nasceu em Ataléia - Interior de Minas - Cidade de aproximadamente 14.000 habitantes. 
Fica a 3 horas e meia da praia – Mucuri/BA 
Desafio 1: A oportunidade aparece para quem tem sorte ou para 
quem a procura? 
 
Toda segunda-feira, Fernanda chega mais cedo à Escola Técnica para verificar 
revistas e jornais do final de semana. Como de costume, Fernanda folheia os 
jornais, lendo as manchetes. Mas um pequeno jornalzinho chamou sua atenção. 
Era o jornal da Escola Selestina. Nele consta um anúncio, informando sobre um 
campeonato de vôlei que acontecerá no ginásio da Escola e que será coordenado 
por sua paixão: Robertinho - professor de educação física. 
 
http://ct.aticenter.com.br/file.php/14/moddata/scorm/16/pag4.htm
Geralmente, Fernanda sai da biblioteca e 
fica de papo com alguns professores que 
estão no fumódromo, mas desta vez ela sai 
correndo direto para o ginásio. 
 
 
 
Ponto chave 1 - Busca de Oportunidades, informações e 
iniciativas 
 
Fernanda encontra-se com Robertinho saindo do ginásio, na catraca. Pára e 
conversa com ele sobre a notícia do jornalzinho da Escola. 
 
 
Ponto chave 1 - Busca de Oportunidades, informações e 
iniciativas 
 
Fernanda e Robertinho seguem para a lanchonete da Escola conversando. 
Fernanda não acredita no que está acontecendo; é SORTE demais para uma pessoa 
só: achar um torneio de vôlei que ela ama e ainda manter contato com 
Robertinho! 
 
 
 
 
Ponto chave 1 - Busca de Oportunidades, informações e 
iniciativas 
 
Neste momento, Robertinho aponta para o livro que está por cima dos três livros 
que Fernanda segura no braço, cujo título é: “O segredo de Luisa” 
 
 
 
Ponto chave 1 - Busca de Oportunidades, informações e 
iniciativas 
 
Fernanda não esperou nem Robertinho terminar de falar direito, já foi se 
despedindo e afirmando que isso ela conseguiria. Partiu da lanchonete em direção 
ao refeitório. Não achou Renato, que era quem ela procurava.Mas pensou que, no 
intervalo, com certeza, ele estaria ali. Na hora do intervalo, estava não só 
Renato, amigo que a levou pela primeira vez ao ginásio, mas toda a turma que 
jogava vôlei com ele. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ponto chave 1 - Busca de Oportunidades, informações e 
iniciativas 
Fernanda dispara a falar para convencer Vitim a participar. Parte para cima de Renato, 
pois sabe que ele é caidinho por ela. Joga duro com os rapazes para mostrar que ela 
sempre deu pitacos corretos em alguns treinos e as equipes sempre saíram ganhando. E, se 
precisasse de ela estudar mais e buscar auxílio de outras pessoas da área para ajudá-los, 
ela faria. Iniciativa para correr atrás das coisas era o que não faltava em Fernanda. Por 
fim, ela consegue convencer os oito rapazes a se inscreverem. 
 
 
 
 
Zezim logo lembra ao grupo que eles terão prova de Física e Química. Além disso 
ficará difícil preparar a documentação para a inscrição e depois ir até a 
secretaria, localizada no outro prédio, longe dali. 
 
Fernanda já sai avisando que, na segunda, depois da aula, já tem treino. E todos 
devem estar presentes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ponto-chave 2:Liderança, ética e postura profissional 
 
Como nenhum dos rapazes dá sugestões, Fernanda começa a falar para o grupo. 
Fernanda explica para o grupo: Vejam bem, na condição de técnica, eu preciso atuar 
como líder, definindo as metas para que o objetivo do grupo seja alcançado. Nosso 
objetivo é ganhar o torneio e nós vamos ganhar. Ou há alguém aqui que tem dúvida de que 
iremos conquistar esse torneio? Mas, para isso, rapazes, além da dedicação de todos 
vocês, precisamos manter uma postura profissional e ética. Portanto precisamos agir como 
um time profissional: devemos ter disciplina nos treinos, ser pontuais e assíduos, vestir 
como um time e seguir todas as regras. Para planejar passo a passo o que vou fazer, 
preciso conhecer cada um de vocês, bem como o ponto forte e fraco de cada um, a fim de 
manter o ponto forte e melhorar o fraco. 
 
Também não podemos 
esquecer que ganhar o 
torneio será muito 
importante, mas se 
tivermos ética. Pensem 
comigo: o que estão 
pensando em fazer para 
conseguir informações 
sobre os outros times é 
considerado certo ou 
errado? Podemos 
considerar algo bom ou 
ruim? Se pudermos realizar 
isso sem culpa ou 
constrangimento, tudo 
bem. Vocês concordam? 
Caso contrário, devemos 
analisar se a nossa vitória 
valerá a pena. Quero que 
vocês pensem nisso para 
continuarmos nossa 
conversa amanhã neste 
mesmo horário. E não se 
esqueçam de ler o 
regulamento e trazê-lo na 
ponta da língua. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Preencha as linhas e as colunas de acordo com a instrução abaixo. 
 
 
 
 
 
 
 
Desafio 3: Porque algumas pessoas são criativas e outras não? 
 
Fernanda observava a discussão dos rapazes com muita preocupação, pois a 
primeira coisa que pediu foi respeito entre eles e percebeu que isso já começava a 
faltar, com a troca de algumas agressões verbais. Também ficou intrigada com o 
questionamento dos rapazes, de que dois deles não eram criativos. E lembrou-se 
da sua infância e dias difíceis que ela e sua família passaram em Ataléia. Achou 
que seria interessante relatar sua experiência de viver no interiorpara seus 
colegas. 
 
 
Fernanda explica: rapazes, vamos deixar de criancice! 
Será que realmente existem pessoas mais criativas do 
que outras? Ou será que é o meio, a cultura, as regras 
impostas pela sociedade que nos prejudicam? Vejam 
minha história de vida, eu sei que vocês já sabem, mas 
ouçam novamente e analisem. Meu pai, Roque, é 
comerciante, e minha mãe, D. Celeste, é dona de casa, e 
vocês conhecem bem os doces dela. Em períodos em que 
os negócios não iam muito bem, as vendas estavam 
baixas, comércio pouco aquecido ou quando “painho” 
resolvia fazer algum negócio que exigia sacrifício da 
família, a vida era muito complicada. Muitas vezes, 
“mainha” tinha que fazer malabarismo para fazer as 
compras no mercado e na mercearia, pois o dinheiro 
semanal que entrava em casa desaparecia. Nesses 
momentos, “mainha” era muito esperta. Ela se reunia 
comigo e minha irmã mais velha e íamos para a pequena 
fazenda que tínhamos. De lá trazíamos limão, laranja, 
banana, goiaba, tudo que houvesse na época. Ela pegava 
também parte do leite a ser entregue para a cooperativa 
e fazia queijo, tanto para a família como para vender. 
Assim, desde os seis, sete anos, eu e minha irmã já 
vendíamos esses produtos para os amigos da família. 
Como vocês sabem, eu sou um pouco tímida para 
algumas coisas. Para sair vendendo, eu não era muito 
boa, mas, como minha mãe sempre dava uma 
percentagem sobre o que a gente vendia, para gastarmos 
na escola, eu, que não queria ganhar menos que minha 
irmã, sempre observava como ela fazia e seguia os seus 
passos. E dava certo. 
Assim, eu fui crescendo e sempre ouvia meu pai dizer 
que ter o próprio negócio era a melhor coisa, pois, 
quanto mais se trabalhasse, maiores seriam as chances 
de aumentar o patrimônio e ter uma velhice tranqüila. Só 
que o problema da minha casa é que eu e minha irmã 
éramos mulheres, e meu pai achava que nós devíamos ter 
um emprego seguro, e o bom para ele, era um concurso. 
Então ele falava do negócio próprio, mas, ao mesmo 
tempo, colocava minha mãe em nosso pé quando ele não 
estava em casa, para que ela acompanhasse nossas notas 
e verificasse se nós estávamos freqüentando a escola 
direitinho. Ele sempre dizia que, se saíssemos da linha, 
íamos ver com ele. Eu já passei alguns sufocos, pois ia 
jogar, às vezes esquecia de estudar e até cabulava aula, 
mas depois, para explicar, era complicado. Nesses 
momentos, eu utilizava minha criatividade, pois, caso 
contrário, eu levaria surra de ficar em banho de água de 
sal como dizia ele. E como eu não queria provar. 
Ponto chave 3: Criatividade, pró-atividade e raciocínio lógico 
 
 
 
Fernanda continua: Na verdade eu nunca entendi esse 
pensamento do meu pai, pois sei que foi uma pessoa que veio do 
nada, já que sua família era muito pobre. Ele, que pertencia a 
uma família de 11 irmãos, era o que tinha uma situação 
financeira melhor, justamente porque não era empregado. Ele é 
semi-analfabeto, nunca gostou de estudar e fugia da escola 
quando menino. Isso eu sei porque uma tia minha, que morreu o 
ano passado, contava essas estórias escondido dele, que ficava 
bravo quando a ouvia falar sobre isso. Todos os irmãos dele 
passaram fome quando criança, pois sua mãe morreu quando ele, 
que era o mais velho, tinha 12 anos. Painho, geralmente, até a 
minha adolescência, viajava durante a semana procurando gado 
para comprar e vender e só retornava em casa nos finais de 
semana. Mainha ficava com a gente e cuidava de tudo: casa, 
escola e necessidades da família. Ela fazia tudo isso com muita 
criatividade, como já contei, mas só tem uma coisinha que me 
aborrece muito: é muito submissa ao meu pai. E foi justamente 
essa submissão que fez com que nossa família perdesse todos 
os bens e tivesse que mudar para aqui. Painho tinha um amigo 
que era como irmão. Ele era o salvador da pátria principalmente 
quando meu pai estava viajando. Qualquer problema - por 
exemplo, mainha não dirigia – era ele quem resolvia. Seu nome 
era Ostílio, e todos na cidade o conheciam como Didi. 
Fernanda continua: Em agosto de 2007, Didi levou vários amigos ao banco, inclusive 
“painho”, como avalistas. “Mainha”, antes de “painho” sair de casa para avalizar a quantia 
solicitada por Didi, até teve, pela primeira vez, uma discussão com “painho”, tentando 
argumentar que avalizar uma quantia tão alta como a que Didi queria não era uma boa coisa, 
uma vez que tudo sempre foi muito difícil para a família, tudo foi conseguido com muito suor, 
e que aquela quantia, caso ele não conseguisse honrar com o compromisso, poderia 
comprometer todos os negócios da família. “Painho” ficou muito nervoso, pois, na cultura em 
que ele estava inserido, ele era o homem da casa, ele mandava na casa, ele trabalhava mais 
e, acima de tudo, ele era amigo de Didi, não podia negar um pedido ao amigo. “Mainha” 
estava muito receosa, porque tinha conversado com outras amigas e tinha ficado sabendo que 
os maridos delas já tinham avalizado dinheiro em menor quantia para Didi no mesmo banco. 
 
 
 
 
Fernanda continua: Ela tentou mostrar isto para “painho”, mas foi em vão. Parecia que 
ela estava adivinhando. Não passou uma semana, foi como uma bomba que caía na cidade, 
o banco começou a cobrar de várias pessoas valores que estavam atrasados e aí 
descobrimos que praticamente todo o patrimônio da nossa família teria que ser usado para 
pagar as dívidas contraídas por Didi. Naquele momento, Didi não lembrou que tinha um 
amigo irmão. Ele fugiu e deixou nossa família no maior desespero. Simplesmente, de uma 
hora para outra, a única coisa que nos sobrou foi uma pequena casa que alugávamos e que 
agora seria nossa moradia, para não pagarmos aluguel. As duas pequenas fazendas, o gado 
e a casa em que morávamos foram vendidos para pagar a dívida avalizada. Essa foi a 
decisão tomada por “painho”, uma vez que ele pensou que, se deixasse passar mais tempo, 
os juros cobrados pelo banco poderiam tornar a situação ainda pior. Mas, enfim, apesar de 
todos esses defeitinhos de fábrica dos meus dois velhinhos, eu os admiro muito, pois sei 
que, diante da dificuldade que passamos no último ano, e também em anos anteriores, eles 
sempre tiveram muita fibra. E vejam bem, “painho”, um cara que já passou fome, não 
estudou, foi criado numa sociedade machista, é pré-conceituoso, dentro de suas limitações, 
é até bastante criativo. E “mainha” também! Vivia sob as garras do pai dela e depois sob as 
do meu pai, e ela ainda conseguia buscar soluções que, para nossa educação, foram muito 
importantes. 
 
 
 
 
 
Ponto chave 3: Criatividade, pró-atividade e raciocínio lógico 
 
Fernanda nasceu no dia de Santa Luzia e, quando criança, teve uma doença nos 
olhos. Os médicos disseram que ela perderia parte da visão de um dos olhos. Sua 
mãe fez promessa para Santa Luzia e ela voltou a enxergar normalmente. Só 
quando mocinha, entendeu o que aconteceu quando ela tinha três anos. Fernanda 
passou a dizer que Santa Luzia direciona seus olhos a fim de enxergar onde 
estão as soluções para os seus problemas ou desejos. 
 
Fernanda explica: Mas 
eu não desisto fácil não, 
acreditei e tive fé em 
Deus, rezei para minha 
Santa, que considero a 
guia dos meus olhos – 
Santa Luzia – pedi que 
ela iluminasse meus 
olhos para enxergar 
uma saída que ajudasse 
minha família. Não sei 
se foi ela, minha fé, 
algo de outro mundo, só 
sei que acho que todo 
mundo deve acreditar 
em algo; passei noites e 
dias pensando e 
estudando a situação. 
Um belo dia, eu dormi 
e, no dia seguinte, quando estava tomando banho para ir à escola, veio como um estalo a 
lembrança da minha madrinha, que morava aqui há uns 15 anos, e já tinha uns 10 anos 
que eu não a via pessoalmente. Eu sempre telefonava para ela no Natal, aniversário, 
enfim, em datas importantes. E, junto a essa lembrança, eu também tinha feito um curso 
de informática básica, o qual foi ministrado por unidades móveis do SENAI em Ataléia. 
Sempre fiz curso de tudoque aparecia na cidade, pois lá nunca tinha nada. O professor 
que ministrou as aulas comentou um dia que ele fez um curso técnico de curta duração na 
área gerencial, aproximadamente de um ano e meio, que o ajudou muito. Ele aconselhava 
a todos os jovens que pudessem cursá-lo, que fizessem isso antes de prestarem vestibular, 
pois o curso permitia ao jovem se colocar no mercado e encontrar emprego rápido, além 
de lhe dar uma visão até para planejar a sua vida pessoal. Então lembrei que seria um 
curso para eu me ingressar no mercado, assim teria algum dinheiro para pagar inscrições 
de concurso, pois, no momento, minha família não teria dinheiro para isso e eu achava 
que um emprego público seria uma excelente forma de auxiliá-los. 
Ponto chave 3: 
Criatividade, pró-
atividade e raciocínio 
lógico 
Fernanda continua: Eu já tinha 
começado a achar que “painho” 
tinha razão, que ter negócio 
próprio era muito complicado. 
Talvez o melhor fosse ter um 
emprego que pagasse bem. E, 
para encurtar essa minha 
história, no café eu comecei a 
colocar as minhas idéias de 
telefonar para a madrinha, de 
contar o que aconteceu. Pedi a 
meus pais para que eu passasse 
uns tempos na casa dela, a fim 
de fazer o curso técnico, uma 
vez que terminaria o terceiro 
ano em Ataléia e, como sempre estudei em escola pública, se tentasse o vestibular 
naquele momento, provavelmente eu não passaria, mesmo tendo sido uma boa aluna 
durante todos aqueles anos. E, se eu fizesse um curso técnico, reconhecido, eu teria 
chances de conseguir uma boa colocação no mercado para ajudá-los, já que eles sempre 
se esforçaram tanto para criar a mim e minha mana. Vocês precisavam ver a cara de 
“painho”. Não dava para saber se ele estava meio perdido, se ele estava com raiva por eu 
ser mulher e ter tido a idéia primeiro do que ele. Era muito engraçado a cara de bravo, 
descrente, perplexo, não sei o quê. Por fim, “mainha”, percebendo a situação meio 
constrangedora para ele, disse rapidamente: “Querida, termine seu café, vá para a escola, 
que à noite ligaremos para comadre Joaquina e o compadre Emanuel”. 
Ponto chave 3: Criatividade, pró-atividade e raciocínio lógico 
Fernanda continua: Gente, o mais impressionante, foi quando nós ligamos à noite. Todo 
mundo ficou impressionado. Meu pai contou a história para meu padrinho Manu... ele 
estava num sofrimento só, quando terminou de explicar. Padrinho Emanuel, que era um 
funcionário público, estava com um dinheiro que vinha juntando há algum tempo, mas, 
como funcionário público, ele não podia, ou acho que não queria, abrir um negócio 
próprio, pois, mesmo que pudesse, ele não teria tempo para tocá-lo para frente. E olha a 
coincidência: quando ele era mais novo e antes de mudar-se para Belo Horizonte, ele foi 
sócio de uma padaria e de um açougue de “painho”. Imaginem! Ofereceu uma sociedade 
para nossa família, na verdade, para meu pai. Ele entraria com o dinheiro e “painho” com 
o trabalho. Várias vezes, “painho” veio a Belo Horizonte para negociar com seu novo 
sócio e também para pensarem sobre o novo negócio. Até que, em Fevereiro, todos nós 
mudamos para aqui. Vida nova para todos. 
Eu, que achava que ia morar com os meus padrinhos, continuei morando com meus pais, 
mas fomos morar bem próximo da casa da minha madrinha Joaquina, que é finíssima. 
Quando eu era pequena, ela me fazia todas as vontades. Agora não é mais assim, mas tudo 
bem. 
Nós nos mudamos para Belo Horizonte e eu comecei o Curso técnico de Gestão na Escola 
Dinâmica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ponto chave 5: Trabalho em Equipe e Negociação 
Fernanda e os rapazes terminaram o treino mais cedo e, aproveitando que era sexta-feira, 
subiram o morro para conhecer a casa de idosos. Chegando lá, Kaká apresentou os idosos 
para eles, levou-os na ala de enfermaria, onde havia idosos bem fragilizados, que não mais 
andavam, falavam e, na sua maioria, não se moviam na cama, a não ser com a ajuda de 
uma assistente voluntária. Kaká explicou que, como a casa estava com problemas 
financeiros, tinha pouquíssimos funcionários, por isso os idosos dependiam dos voluntários 
que iam lá para auxiliar. Ele era um dos voluntários. No domingo de manhã, ele nunca 
podia ir jogar bola, pois já tinha um compromisso com a casa e sabia que sua falta 
significava muito para os idosos. Durante toda a visita, só Kaká falava. Os outros colegas 
ouviam e viam perplexos a situação calamitosa em que os idosos viviam. Nenhum deles 
havia entrado em um asilo e, justamente, o primeiro que conheciam encontrava-se tão 
necessitado. 
 
Kaká chamou a Coordenadora geral do asilo, que os levou a sua sala e explicou a situação. 
Ela disse que aquele era um asilo pertencente a uma grande Associação, mas que deveria 
sobreviver com recursos próprios arrecadados. Infelizmente, as gestões anteriores não 
foram bem sucedidas, o asilo está em total desordem e, para não deixá-lo sem 
coordenação, ela assumiu a direção. Mas ela também era voluntária e não podia ir no asilo 
todos os dias. A coordenadora entregou para Fernanda a resolução - RDC Nº 283/2005 – 
através da qual a promotoria pública, juntamente com a vigilância sanitária, exigia que o 
asilo cumprisse a determinação. Mas como a prioridade era o dinheiro para alimentação e 
remédio dos idosos, era difícil cumprir todas as exigências naquele momento. Eles já 
tinham dado prazos, mas o dinheiro necessário nunca entrou em caixa. Fernanda, Renato, 
Gustavo, Jorge, Marcão, Zezim, Branquelo, Vitim e Kaká saíram do asilo. Kaká estava 
muito feliz porque seus amigos toparam ajudá-lo naquela batalha. Mas os outros estavam 
chocados com o que tinham presenciado – uma casa decadente, paredes sujas, úmidas, 
com escadas, locais de difícil acesso, idosos magros, alguns doentes, funcionários sem 
receber, enfim, agora o objetivo deles era dar qualidade de vida para aqueles idosos e 
funcionários. Mas como? 
 
Ponto chave 5: Trabalho em Equipe e Negociação 
 
Fernanda nem acreditou quando sua mãe a acordou no sábado de manhã, com o 
Gustavo no telefone. Justamente o Gustavo era quem estava propondo que o time 
de vôlei se encontrasse naquele sábado à tarde para discutir propostas a serem 
encaminhadas na segunda-feira ao diretor da Escola. O encontro foi agendado no 
salão de festa do apartamento dos pais dele. Todos estavam presentes. 
 
 
 
 
 
 
 
Ponto chave 5: Trabalho em Equipe e Negociação 
Na segunda-feira de manhã, eles combinaram se encontrar, apresentando as propostas de 
trabalho que cada dupla ou trio tinha estabelecido. Acertariam os detalhes finais e 
levariam a proposta geral contendo as idéias sobre a festa de São João: a idéia de coletar 
roupas e objetos usados, a realização do bingo e a solicitação de apoio do advogado da 
escola, bem como de alguma verba para manter a casa. A reunião com o diretor foi 
bastante demorada, mas todos os questionamentos realizados por ele foram respondidos 
pelos jovens com base na legislação, dados de jornais, levantamentos realizados no IBGE e 
regionais da Prefeitura. O trabalho de pesquisa na internet e em outras fontes no final de 
semana foi bastante intenso, mas valeu. No final, eles tiveram que abrir mão do bingo de 
animais, pois o diretor argumentou que, apesar de ser uma idéia inovadora, como 
geralmente quem participava dos bingos eram pessoas mais idosas, muitas não teriam 
onde deixar os bichos e, por isso, poderiam estranhar os prêmios. Também tiveram que 
abrir mão da cerveja, pois, segundo o diretor, a festa junina da escola sempre foi bastante 
tradicional e não se vendia cerveja. Mas conseguiram a barriquinha, direito de coletar 
produtos para o bazar durante todo o mês de junho e também de colocar caixas para 
coletas durante o torneio, sem falar no advogado para auxiliar no que fosse preciso e na 
sala reservada para realizarem o bazar nos sábados à tarde. 
 
Ponto chave 5: Trabalho em Equipe e Negociação 
 
A coleta de roupae produtos estava um sucesso, pois os jovens criaram material 
de divulgação e o espalharam por toda a escola. Nos sábados, todos estavam lá 
trabalhando. O advogado da Escola fez todos os contatos necessários com a 
promotoria e com a vigilância sanitária, conseguindo o prazo de um ano para nova 
reavaliação, desde que apresentassem relatório trimestral dos avanços. E, no 
domingo de manhã, os rapazes passaram a ajudar Kaká no serviço voluntário, cada 
um na área em que podia ajudar. Zezim até levou alguns amigos do seu grupo de 
jovens e eles começaram a fazer atividades de memória com os idosos. 
Gustavo descobriu que a casa 
tinha recebido de doação cinco 
computadores antigos e que 
nunca foram usados. Como ele 
era fera em informática, 
principalmente, vivia fazendo 
testes com softwares que 
melhoravam o desempenho das 
máquinas. Ele se juntou com 
Renato, Fernanda, Marcão e 
Jorge, montaram os 
computadores na sala de 
fisioterapia. Por serem antigos, 
utilizou o linux e softwares 
livres que não comprometiam o desempenho da máquina. E começaram a ministrar aulas 
de informática para os idosos. Tinha fila de espera. Eles ainda não tinham conseguido 
colocar internet na casa, pois as companhias de telecomunicações não facilitam os valores 
para inserção digital de idosos. Mas eles estavam negociando com os comerciantes da 
região para pagarem a mensalidade da banda larga. 
Ponto chave 5: Trabalho em Equipe e Negociação 
E o torneio de vôlei? Fernanda estava meio chateada uma semana antes do torneio, mas, 
no dia, parecia que nada tinha acontecido. Os rapazes se reuniram próximo à data do 
torneio e lhe comunicaram que jogariam por causa do compromisso travado com ela. 
Como já haviam participado de vários treinos, provavelmente, muito feio não fariam, mas 
não tinham esperança de ganhar. Foi uma seqüência de três jogos difíceis, mas os meninos 
surpreenderam e ganharam... O primeiro não foi fácil; o segundo, terrível; e o terceiro 
parecia impossível. Bem, eles passaram e agora estavam na final. Era só um jogo que 
separava Fernanda do seu sonho de conquistar a atenção de Robertinho. Mas a vida não é 
tão perfeita. E eles tomaram uma surra de três a zero naquela tarde de domingo. Não 
houve choro nem briga no time. Eles saíram cabisbaixos, mas sabiam que tinham ido além 
do que podiam. O mais interessante aconteceu após o jogo, quando Robertinho 
aproximou-se deles e os convidou para uma pizza por conta dele. Ele queria conversar com 
eles sobre o torneio. A pizza estava ótima, principalmente porque era de graça. Só o 
Renato estava meio emburrado, pois imaginava que aquela atitude do Robertinho era para 
impressionar Fernanda. Mas não era nada daquilo que ele imaginava. 
 
 
 
 
 
Desafio 6: É possível formar um empreendedor na escola ou, 
para empreender, tem que ter “dom”? 
Robertinho explica: Vejam bem, o jogo era objetivo de todos vocês ou apenas de 
Fernanda? Será que Fernanda conseguiu uma equipe que compartilhava os mesmos 
objetivos dela? Creio que não. Pense no caso do Kaká, cujo problema vocês ajudaram a 
resolver. Fernanda continuou liderando o grupo, tendo iniciativa e determinação para 
buscar as informações necessárias. Junto com o grupo, vocês criaram um bazar na 
escola.Já observaram que há outras escolas copiando o que vocês fizeram? Vocês não só 
colocaram um bazar para vender roupas e objetos, como também separaram os objetos e 
roupas em seções. Vocês lavaram, passaram, embrulharam para presente e venderam as 
peças como se fossem novas. E ainda conseguiram objetos e roupas novas. Além de 
criatividade, vocês inovaram. Deram valor a uma idéia, e o consumidor achou tão bom que 
está comprando e muito. Perceberam a diferença? Agora o mais importante é: Fernanda 
consegue fazer a diferença com vocês, pois mesmo vocês não tendo vencido o torneio, 
vocês chamaram a atenção. Eram péssimos jogadores, mas chegaram à final. Será que 
Fernanda tem um “dom” e vocês não? Ou será que Fernanda aprendeu a ser criativa, pró-
ativa, determinada, dinâmica, observadora, planejadora, líder, enfim, aprendeu a 
trabalhar em equipe e a tomar decisões? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ponto Chave 6: Empreendedorismo e Características do 
Empreendedor 
Robertinho ri do desespero de Vitim cada vez que ele se refere a uma palavra nova, pois 
ele fala de uma forma muito engraçada. Robertinho explica que tanto o empregado 
quanto o dono da empresa podem ter características que os diferenciam da maior parte da 
população, sendo que, para o empregado, utiliza-se a palavra intra-empreendedor e, para 
o dono da empresa, empreendedor. Explicou ainda que provavelmente a grande empresa 
estava interessada no serviço do Gustavo, pois, quando ele encontrou computadores 
antigos, instalou Linux e softwares que tornaram o computador apropriado para uso, ele 
foi criativo, e esta é uma característica que diferencia os intra-empreendedores e 
empreendedores do restante da população. Pense: há quanto tempo aqueles 
computadores estavam ali sem ninguém ver utilidade para eles? E mais, ele não só criou, 
ele desenvolveu a idéia e a implementou. Então ele inovou naquela casa, pois ali não 
existia esse tipo de serviço. Esta é a inovação relativa ou incremental. Mas... . 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Créditos 
SENAI - DN 
Unidade de Educação Profissional e Tecnológica - UNIEP 
Paulo Rech 
Gerente-Executivo 
Paula Martini 
Gestora da Rede SENAI de Educação a Distância 
FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DE MINAS GERAIS - FIEMG 
Robson Braga de Andrade 
Presidente da FIEMG 
SENAI – MINAS GERAIS 
Petrônio Machado Zica 
Gestor do SENAI 
Alexandre Magno Leão dos Santos 
Diretor Regional do SENAI e 
Superintendente de Conhecimento e Tecnologia 
Edmar Fernando de Alcântara 
Gerente de Educação e Tecnologia 
Gabrielle N. Paixão Araújo 
Orientação Pedagógica 
Eunice Maria Rocha de Morais 
Elaboração 
 
 
AM2 COMUNICAÇÃO 
Projeto Gráfico, Editoração, Revisão Gramatical e Ortográfica 
Marcelo Ramos Pereira 
Ilustrações

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