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Projecto de Mecanico [2022] Caminho, Luciano Zito Page 1 Índice 1. Lista de figuras ........................................................................................................ 4 2. Lista de tabelas ........................................................................................................ 5 3. Lista de símbolos ..................................................................................................... 7 4. Enunciado da tarefa técnica ................................................................................... 13 5. Introdução ............................................................................................................. 15 6. Objectivos ............................................................................................................. 16 6.1 Objectivos gerais ............................................................................................. 16 6.2 Objectivos específicos ..................................................................................... 16 7. Metodologia .......................................................................................................... 17 8. Marco teórico ........................................................................................................ 17 9. Destino e campo de utilização do accionamento..................................................... 24 10. Cálculo cinemático do accionamento do mecanismo .............................................. 24 10.1 Determinação da potência, frequência de rotação e dimensões principais do tambor motor do transportador por correia ................................................................. 24 10.1.1 Potência ................................................................................................... 24 10.1.2 Diâmetro do Tambor ................................................................................ 25 10.1.3 Comprimento do tambor........................................................................... 25 10.1.4 Frequência de rotações do veio do tambor ................................................ 25 10.1.5 Determinação do rendimento mecânico global do accionamento .............. 26 10.1.6 Cálculo da potência requerida do motor eléctrico ..................................... 27 10.1.7 Cálculo da relação de transmissão geral do accionamento ........................ 27 10.1.8 Partição da relação de transmissão pelos escalões do accionamento .......... 28 10.2 Cálculo da potência em todos os veios do accionamento .............................. 31 10.2.1 Veio do motor eléctrico ............................................................................ 31 10.2.2 Veio movido da transmissão por correia (motor do redutor) ..................... 31 10.2.3 Veio movido da transmissão por parafuso sem fim ................................... 32 10.2.4 Veio do transportador (veio de saída do accionamento) ............................ 32 10.3 Cálculo da frequência de rotações para todos os veios do accionamento....... 32 10.3.1 Veio do motor eléctrico ............................................................................ 32 10.3.2 Veio movido da transmissão por correia (motor do redutor) ..................... 32 10.3.3 Veio movido da transmissão por parafuso sem fim ................................... 32 10.3.4 Veio do transportador (veio de saída do accionamento) ............................ 33 10.4 Cálculo do torque sobre todos os veios da transmissão ................................. 33 11. Cálculo projectivo das transmissões do accionamento ............................................ 35 11.1 Cálculo da transmissão por correia trapezoidal ............................................. 35 11.1.1 Escolha do tipo (perfil da secção) da correia ............................................. 35 11.1.2 Escolha do diâmetro de cálculo da polia menor (dc1) e da potência por cada correia (Po) ............................................................................................................ 36 11.1.3 Determinação da velocidade linear da correia ........................................... 37 11.1.4 Cálculo do diâmetro da polia maior (movida) ........................................... 37 11.1.5 Correcção da relação de transmissão e frequência de rotações do veio movido……………………………………………………………………………...37 Projecto de Mecanico [2022] Caminho, Luciano Zito Page 2 11.1.6 Determinação da distância interaxial ........................................................ 38 11.1.7 Determinação do comprimento da correia ................................................ 38 11.1.8 Correcção da distância interaxial para o comprimento normalizado da correia………………………………………………………………………………38 11.1.9 Verificação do ângulo de abraçamento da polia menor pela correia .......... 39 11.1.10 Verificação da frequência de passagens ................................................ 39 11.1.11 Determinação da potência a transmitir por cada correia......................... 40 11.1.12 Determinação do número de correias para transmitir a potência total .... 40 11.1.13 Determinação da força de tensão inicial em cada correia ....................... 41 11.1.14 Determinação da força tangencial (força útil) em cada correia .............. 42 11.1.15 Determinação dos esforços no ramal tenso e frouxo de cada correia ...... 42 11.1.16 Determinação da tensão máxima resultante na correia ........................... 43 11.1.17 Determinação da força sobre os veios ................................................... 44 11.1.18 Longevidade da correia ......................................................................... 44 11.2 Cálculo da transmissão de parafuso sem-fim/coroa ...................................... 45 11.2.1 Cálculo do número de dentes da roda coroa .............................................. 45 11.2.2 Determinação do valor estimado da velocidade de deslizamento .............. 46 11.2.3 Escolha do material da roda coroa e do parafuso sem-fim ......................... 46 11.2.4 Escolha do valor normalizado do coeficiente de diâmetro ......................... 47 11.2.5 Cálculo do módulo de elasticidade reduzido e distância interaxial ............ 47 11.2.6 Cálculo do valor aproximado do módulo de engrenamento ....................... 48 11.2.7 Cálculo dos diâmetros primitivos do parafuso sem-fim e da roda coroa .... 49 11.2.8 Cálculo da velocidade de deslizamento exata ........................................... 49 11.2.9 Cálculo testador às tensões de contacto .................................................... 50 11.2.10 Cálculo testador da transmissão às tensões de flexão ............................. 51 11.2.11 Cálculo do valor real do rendimento mecânico da transmissão .............. 53 11.2.12 Cálculo da resistência ao contacto sob acção da carga máxima ............. 54 11.2.13 Cálculo da resistência à flexão sob acção da carga máxima ................... 54 11.2.14 Cálculo/designação das dimensões principais da transmissão ................ 55 11.2.15 Cálculo térmico e refrigeração do parafuso sem-fim ............................. 57 12. Carregamento dos veios do redutor ........................................................................ 61 12.1 Determinação das forças no engrenamento da transmissão do redutor .......... 61 12.1.1 Força tangencial na roda coroa que é igual à força axial no parafuso sem- fim…………………………………………………………………………………..61 12.1.2 Força tangencial no parafuso sem-fim que é igual à força axial na roda coroa………………………………………………………………………………...62 12.1.3 Força radial comum ao parafuso sem-fim que e à roda coroa .................... 62 12.1.4 Determinação das forças em consola ........................................................ 63 13. Cálculo projectivo (aproximado) dos veios e composição do esboço do redutor ..... 64 13.1 Escolha dos materiais dos veios ...................................................................65 13.2 Escolha das tensões admissíveis à torção ..................................................... 65 13.3 Determinação dos parâmetros geométricos dos escalões dos veios ............... 66 13.3.1 Veio motor da transmissão por correia ..................................................... 66 13.3.2 Determinação dos parâmetros geométricos dos escalões do veio de alta velocidade ............................................................................................................. 66 Projecto de Mecanico [2022] Caminho, Luciano Zito Page 3 13.3.3 Determinação dos parâmetros geométricos do veio de baixa velocidade ... 69 13.4 Escolha preliminar dos rolamentos............................................................... 73 13.4.1 Escolha preliminar dos rolamentos do veio de alta velocidade .................. 74 13.4.2 Escolha preliminar do rolamento do veio de baixa velocidade .................. 74 14. Esquemas de cálculos dos veios ............................................................................. 76 14.1 Esquema de cálculo do veio de alta velocidade ............................................ 76 14.2 Esquema de cálculo do veio de baixa velocidade ......................................... 81 15. Calculo e escolha dos rolamentos........................................................................... 85 15.1 Cálculo e escolha de rolamentos do veio de alta velocidade ......................... 89 15.2 Cálculo e escolha de rolamentos do veio de baixa velocidade ...................... 92 16. Projecto do corpo e tampa do redutor ..................................................................... 95 17. Designação do sistema de lubrificação do parafuso sem-fim/roda-coroa e conjunto de rolamentos ................................................................................................................ 99 17.1 Lubrificação do parafuso sem-fim/roda-coroa .............................................. 99 17.2 Designação do sistema de Lubrificação dos rolamentos ............................. 100 18. Escolha e cálculo das chavetas ............................................................................. 101 18.1 Escolha e cálculo da chaveta para o veio de entrada do redutor .................. 103 18.2 Escolha e cálculo das chavetas para o veio de saída do redutor................... 103 19. Escolha da união de veio...................................................................................... 105 20. Conclusões e Recomendações .............................................................................. 111 21. Referências .......................................................................................................... 112 Projecto de Mecanico [2022] Caminho, Luciano Zito Page 4 1. Lista de figuras Fig.1 - Esquema cinemático........................................................................................... 13 Fig.2 - Gráfico de regime de carregamento .................................................................... 14 Fig.3 - Secção da correia trapezoidal escolhida .............................................................. 28 Fig.4 - Parâmetros geométricos do parafuso sem-fim/coroa ........................................... 45 Fig.5 – Esquema de carregamento dos veios do redutor……………………………...…53 Fig.6 - Parâmetros geométricos dos escalões do veio de alta velocidade - psf ................ 55 Fig.7 – Construcao do veio de alta velocidade - psf ....................................................... 57 Fig.8 - Parâmetros geométricos dos escalões do veio de baixa velocidade ..................... 57 Fig.9 – Construcao do veio de baixa velocidade ............................................................ 59 Fig.8 - Rolamento cónico .............................................................................................. 60 Fig.11 - Diagramas dos momentos flectores e torsores do veio de alta velocidade ......... 79 Fig.12 - Esquema de cálculo do veio de baixa velocidade .............................................. 81 Fig.13 - Diagramas dos momentos flectores e torsores de baixa velocidade ................... 84 Projecto de Mecanico [2022] Caminho, Luciano Zito Page 5 2. Lista de tabelas Tabela 1. Dados ............................................................................................................. 14 Tabela 2: Determinação do rendimento mecânico global do accionamento Características dos motores pré-selecionados ……...… ......................................................................... 26 Tabela 3. Parâmetros do motor escolhido ...................................................................... 27 Tabela 4. Resultados do cálculo cinemático do accionamento ........................................ 31 Tabela 5. Parâmetros da correia trapezoidal escolhida ................................................... 34 Tabela 6. Resultados do cálculo da transmissão por correia trapezoidal, as dimensões lineares .......................................................................................................................... 35 Tabela 7. Materiais da roda coroa e parafuso sem-fim e suas propriedades mecânicas ... 45 Tabela 8. Resultados do cálculo da transmissão de parafuso sem-fim/coroa, em mm ..... 46 Tabela 9. Resultados do cálculo testador........................................................................ 60 Tabela 10. Resultados das forças nos veios do redutor ................................................... 61 Tabela 11. Resultados das forças nos veios do redutor………………...………………..63 Tabela 12. Tensões admissíveis à torção dos veios…………...…………………………65 Tabela 13. Dimensões recomendadas para os escalões dos veios do redutor…………...73 Tabela 14. Parâmetros do rolamento do veio de alta velocidade………………………..74 Tabela 15. Parâmetros dos rolamentos para o veio de baixa velocidade………………..75 Tabela 16. Parâmetros das distâncias das reacções e forças nos veios de redutor………76 Tabela 17. Equações de equilíbrio e reacções de apoios do veio de alta velocidade……76 Tabela 18. Equações dos momentos flectores e torsores do veio de alta velocidade……78 Tabela 19. Equações de equilíbrio do veio de baixa velocidade………………………...80 Tabela 20. Equações dos momentos flectores e torsores do veio de baixa velocidade…81 Tabela 21. Coeficiente de temperatura do rolamento em função da temperatura do rolamento………………………………………………………………………………...88 Tabela 23. Dimensão da chaveta para a roda coroa…………………………………….103 Projecto de Mecanico [2022] Caminho, Luciano Zito Page 6 Tabela 24. Dimensão da chaveta para a união………………………………………….104 Tabela 25. 1 Dimensões da união elástica…………………………………….…………105 Tabela 26. Dimensões do pino………………………………………………………….106 Projecto de Mecanico [2022] Caminho, Luciano Zito Page 7 3. Lista de símbolos diaK - Coeficiente de utilização durante o dia anoK - Coeficiente de utilização durante o ano b - Largura da correia transportadora v - Velocidade da correia transportadora Bc - Comprimento do tambor tF - Força tangencial no motor tambor do transportador tD - Diâmetro do tambor P - Potência no órgão executivo tn -Número de rotações do veio do tambor ci - Número de camadas 1F -Força de tensão no ramo frouxo 2F -Força de tensão no ramo tenso sk - Coeficiente de segurança rK -Limite de resistência da cinta à rotura por tração g - Rendimento global do accionamento sK -Coeficiente de segurança da potência gu - Relação de transmissão geral cor - Rendimento mecânico na transmissão por correia rol -Rendimento mecânico dos rolamentos elu. -Rendimento mecânico da união elástica coru - Relação de transmissão da transmissão por correia psfu - Relação de transmissãoda transmissão de parafuso sem-fim/corroa P1 - Potência no veio do motor eléctrico P2 - Potência no veio de entrada do redutor P3 - Potência no veio de saída do redutor Projecto de Mecanico [2022] Caminho, Luciano Zito Page 8 P4 - Potência no veio do transportador n1- Frequência de rotações do veio do motor eléctrico n2- Frequência de rotações do veio de entrada do redutor n3- Frequência de rotações do veio de saída do redutor n4- Frequência de rotações do veio executivo T1 - Torque sobre o veio do motor eléctrico T2 - Torque sobre o veio de entrada do redutor T3 -Torque sobre o veio de saída do redutor T4 -Torque sobre o veio executivo 2cd - Diâmetro da polia movida da transmissão por correia 1cd - Diâmetro da polia menor da transmissão por correia a - Distância interaxial da transmissão por correia trapezoidal l -Comprimento da correia - Ângulo de abraçamento da polia menor U -Frequência de passagens cP -Potência transmitida por cada correia C -Coeficiente do ângulo de abraçamento iC - Coeficiente da relação de transmissão rC - Coeficiente do regime de carregamento Z - Número de correias ZC -Coeficiente do número de correias oF - Força de tensão inicial em cada correia vF -Força centrífuga rF - Força sobre os veios -Ângulo entre os ramais da correia T - Longevidade das correias médT - Longevidade média das correias 1K -Coeficiente de regime de carga Projecto de Mecanico [2022] Caminho, Luciano Zito Page 9 2K - Coeficiente que considera as condições climatéricas 1Z - Número de entradas 2Z - Número de dentes da roda-coroa q - Coeficiente de diâmetro sv - Velocidade de deslizamento wa -Distância interaxial da transmissão de parafuso sem-fim/coroa e - Limite de escoamento H - Tensão admissível de contacto H -Tensão de contacto real redE -Módulo de elasticidade reduzido m -Módulo F -Tensão de flexão x - Coeficiente de deslocamento 1d - Diâmetro primitivo do parafuso sem-fim 2d -Diâmetro primitivo da roda- coroa - Ângulo de elevação do filete -Coeficiente de sobreposição dos dentes HK -Coeficiente de carga de cálculo, para tensão de contacto vK -Coeficiente de carga dinâmica K - Coeficiente de concentração de carga FK - Coeficiente de carga de cálculo 2b - Largura da roda-coroa FY - Coeficiente de forma dos dentes da roda-coroa vZ - Número virtual dos dentes - Ângulo de atrito f - Coeficiente reduzido de atrito Projecto de Mecanico [2022] Caminho, Luciano Zito Page 10 1b -Comprimento da parte roscada do parafuso sem-fim 1ad -Diâmetro externo do parafuso sem-fim 1fd -Diâmetro interno do parafuso sem-fim 2ad -Diâmetro externo da roda-coroa 2fd - Diâmetro interno da roda-coroa 2aMd -Diâmetro máximo da roda-coroa - Ângulo de abraçamento -Quantidade de calor libertado pela transmissão ot - Temperatura do meio circundante max1t - Temperatura do óleo A - Área do corpo da transmissão que troca calor com o ambiente K - Coeficiente térmico de troca de calor 1tF -Força tangencial do parafuso sem-fim 1aF -Força axial do parafuso sem-fim 1rF -Força radial do parafuso sem-fim 2aF -Força axial da roda-coroa 2tF -Força tangencial da roda-coroa 2rF -Força radial da roda-coroa nF -Força normal oC - Capacidade de carga estática admissível do rolamento oC -Capacidade de carga estática calculada P -Carga dinâmica equivalente Projecto de Mecanico [2022] Caminho, Luciano Zito Page 11 p -Expoente de longevidade L -Vida útil (longevidade) do rolamento, em milhões de voltas hL -Vida útil do rolamento, em horas K - Coeficiente de segurança do rolamento TK -Coeficiente de temperatura do rolamento V - Coeficiente que toma em conta a rotação de um dos anéis s -Coeficiente de segurança à flexão s - Coeficiente de segurança à torção a - Amplitude das tensões cíclicas a -Amplitude das tensões cíclicas mm e -Valores médios das amplitudes cíclicas 11 e - Limites de fadiga Fd KK e -Factores de escala e de rugosidade respectivamente KK e - Coeficientes de concentração das tensões normais e tangenciais à torção eq -Tensão equivalente - Tensão admissível à´carga estática y -Deslocamento elástico ou flecha - Ângulo de deflexão k -Constante de rigidez do veio Projecto de Mecanico [2022] Caminho, Luciano Zito Page 12 g -Aceleração de gravidade m - Massa do veio mh -profundidade de mergulho da roda coroa b -Largura da chaveta h - Altura da chaveta t - Altura da ranhura do veio 1t - Altura da chaveta que contacta com o cubo cl - Comprimento da chaveta nomT -Torque nominal no veio K - Coeficiente que caracteriza a condição de serviço da união oD -Diâmetro de localização das cavilhas cL -Comprimento do casquilho de borracha cd -Diâmetro da cavilha cz - Número de cavilhas Projecto de Mecanico [2022] Caminho, Luciano Zito Page 13 4. Enunciado da tarefa técnica ‘Tarefa técnica nº 10, variante 8’ Projectar o accionamento de um guincho ou mecanismo de elevação Fig.1 - Esquema cinemático Legenda: 1- Redutor de parafuso sem-fim 2- União elastica 3- Transmissão por correias trapezoidais 4- Motor electrico 5- Tambor motor do transportador I, II, III, IV – Veios de motor eléctrico, de altas e baixas frequências e veio executivo. Tabela 1. Dados Projecto de Mecanico [2022] Caminho, Luciano Zito Page 14 F [kN] V [m/s] D [mm] Θ [˚] δ [%] Lano 3.2 0.25 350 30 6 4 Fig.2 - Gráfico de regime de carregamento O tempo de trabalho do mecanismo t durante todo o período de vida, “ L” anos é dado por: horasLkkt anodia 131404*5,075,02436524365 Projecto de Mecanico [2022] Caminho, Luciano Zito Page 15 5. Introdução Desde os tempos o Homem procura facilitar o seu trabalho. Ele projectou máquinas e mecanismos com o objectivo de melhorar as suas condições de vida, procurando facilitar o seu trabalho aumentando o rendimento e a qualidade. O Projecto Mecânico é uma disciplina leccionada no curso de Engenharia Mecânica da Universidade Eduardo Mondlane, que tem como um dos objectivo dar ao estudante uma visão mais ampla sobre a essência da construção de máquinas, consolidando os conhecimentos sobre elementos de máquinas, com base nos conhecimentos adquiridos nas disciplinas relacionadas como Órgão de Máquinas I e II, Materiais I e II, Processos de Fabricação I e II, Resistência de Materiais, Dinâmica de Sistemas de modo a dar a continuidade a invenção, criação ou modernização de máquinas. O presente projecto é meramente pedagógico, e pretende que a quantidade e o tipo de trabalho a ser executado contribua para a consolidação dos conhecimentos por parte do estudante. Projecto de Mecanico [2022] Caminho, Luciano Zito Page 16 6. Objectivos 6.1 Objectivos gerais Aprofundar e consolidar os conhecimentos adquiridos na disciplina de órgãos de máquinas, permitindo assim, que o estudante tenha uma visão mais alargada na área de projecção de elementos construtivos de máquinas. 6.2 Objectivos específicos Dimensionar e projectar um accionamento de um guincho ou mecanismo de elevação, dentro dos parâmetros cinemáticos fornecidos, bem como idealizar e dimensionar o possível motor eléctrico. Projecto de Mecanico [2022] Caminho, Luciano Zito Page 17 7. Metodologia Inicialmente faz-se o cálculo cinemático de accionamento que comporta o cálculo da potência efectivamente desenvolvida pelo motor eléctrico, escolha do motor eléctrico, determinação da relação de transmissão geral do accionamento e sua partição pelo escalão de redução e determinação de potências e torque sobre todos veios de accionamento. Faz-se o cálculo dosparâmetros geométricos da transmissão por correia trapezoidal, em seguida o cálculo projectivo do parafuso sem-fim, que começa com a escolha do material de acordo com as características de funcionamento, para atender aos critérios de capacidade de trabalho. A seguir faz-se o cálculo dos veios. 8. Marco teórico Mecanismo de elevação Os mecanismos de elevação representam uma grande variedade de equipamentos utilizados em todos os sectores da actividade industrial. A classificação destes equipamentos necessitaria de inúmeras considerações para que fossem incluídos todas as formas construtivas da actualidade. Os principais equipamentos que fazem parte das máquinas/mecanismos de elevação são: guindastes, pontes rolantes, elevadores e guinchos. O projeto e construção de máquinas de elevação requerem a aplicação de normas específicas, que determinam as condições básicas que devem ser obedecidas. A especificação das características do equipamento é muito importante para a definição das condições da aplicação. O mecanismo de elevação de carga é o principal elemento em cada aparelho de elevação. Independentemente do projeto, ele incorpora os seguintes elementos: Accionamento a motor ou manual; Transmissão entre árvores movidas e motoras; Tambor ou roda dentada para colher o cabo ou corrente; Elemento flexível de elevação; Dispositivo de manuseio da carga; Freio; e Armação ou estrutura de base. O sistema de elevação da carga corresponde à parte construtiva que diferencia este equipamento em relação aos demais utilizados na movimentação de cargas. Projecto de Mecanico [2022] Caminho, Luciano Zito Page 18 A construção do sistema de elevação das principais máquinas apresenta algumas características comuns, as quais serão analisadas a seguir. Os mecanismos de elevação podem ser subdivididos em três (3), nomeadamente: 1. Talhas - Polias - Talhas helicoidais - Talhas de engrenagem frontal - Talhas elétricas - Carros de ponte para talhas 2. Guinchos - Guinchos de cremalheira - Macaco de rosca - Macaco hidráulico - Guinchos manuais - Guincho móvel manual - Guinchos accionados por motor elétrico 3. Guindastes - Guindastes de ponte (pontes rolantes) - Guindastes móveis de paredes - Guindastes de cavaletes (pórticos e semi-pórticos) - Pontes de embarque - Guindaste de cabo Projecto de Mecanico [2022] Caminho, Luciano Zito Page 19 Elementos de Máquina para Transmissão por Cabos de Aço: a) Cabo de Aço: Os cabos de aço estão presentes na maioria dos equipamentos de elevação de carga. Outros elementos de sustentação, como por exemplo: correntes de elos redondos, correntes articuladas e cordas de cânhamo são utilizados em aplicações específicas, porém na construção dos equipamentos o cabo de aço é o principal elemento utilizado. As características que garantem ao cabo de aço esta grande utilização são: boa flexibilidade, grande capacidade de carga, durabilidade e padronização. O elemento de construção dos cabos é o arame de aço. Os arames utilizados na construção do cabo possuem resistência à ruptura por tração que pode variar de 160 a 220 (Kgf/mm2). Para garantir uma solicitação uniforme para todos os arames, o entrelaçamento utilizado para a formação do cabo deve seguir uma orientação correta para evitar desgaste prematuro e sobrecarga em alguns arames. As principais características construtivas do cabo são: - Número de pernas e número de arames (Seale, Filler e Warrington); - Tipo de Alma (Aço ou Fibra); - Sentido e Tipo de Torção (Direita/Esquerda e Regular/Lang); - Passo; - Lubrificação; - Pré formação; - Resistência do Cabo. Durante a especificação do cabo de aço para uma aplicação em um equipamento de elevação os fatores a serem analisados são: - Escolha da construção e função da aplicação; - Diâmetros indicados para polias e tambores; - Ângulo de desvio máximo de um cabo de aço; - Fator de segurança da aplicação. Projecto de Mecanico [2022] Caminho, Luciano Zito Page 20 A utilização dos cabos de aço nos equipamentos de elevação requer a utilização de dispositivos e acessórios que devem ser especificados no projeto dos equipamentos, os principais são: sapatas, manilhas, grampos, soquetes e terminais. Para maiores detalhes referentes ao projeto e especificação referentes aos cabos de aço recomenda-se consultar as normas específicas e os catálogos dos principais fabricantes. b) Polias: As polias são os componentes que guiam e sustentam o cabo de aço. Na construção do sistema de elevação as polias podem ser móveis (passagem) ou compensadoras (equalizadoras). As polias móveis apresentam rotação que acompanha a velocidade de movimento do cabo enquanto as polias compensadoras apenas ajustam o movimento do cabo. A combinação de polias permite que a capacidade de um sistema de elevação seja multiplicada, reduzindo a velocidade de elevação. Este sistema é conhecido como moitão. Um fator importante a ser observado nestas construções é o rendimento da transmissão. A especificação da polia esta diretamente relacionada com o diâmetro do cabo de aço a ser utilizado, seguindo as recomendações normalizadas para a aplicação apresenta as recomendações para a determinação do diâmetro mínimo de enrolamento para as polias. As demais dimensões de polias também são normalizadas, visando atender as capacidades requeridas para os respectivos cabos de aço. O projeto da ranhura de passagem do cabo é muito importante para garantir desgaste reduzido do cabo e da polia. Para a especificação completa das polias, incluindo materiais e processo de fabricação, recomenda-se consultar os manuais dos fabricantes, normas de dimensões e referências indicadas. Na construção do sistema de polias outros componentes também devem ser especificados. O eixo deve ser calculado para suportar a carga de trabalho e os rolamentos devem ser especificados para a vida útil requerida. Os principais tipos de rolamentos utilizados nestas construções são: cargas leves rolamentos de esferas; cargas elevadas rolamentos de rolos cilíndricos ou rolamentos de rolos cônicos. c) Tambor (Dromo): Projecto de Mecanico [2022] Caminho, Luciano Zito Page 21 O Tambor é o elemento do sistema de elevação que tem a função de acomodar o cabo de aço entre os cursos mínimo e máximo. Esta condição, juntamente com o diâmetro especificado para o cabo, determina as características dimensionais para o tambor. Para o dimensionamento do tambor deve-se levar em consideração três condições de carregamento: 1) Solicitação de compressão e flexão por causa do enrolamento; 2) Solicitação de flexão devido à tração do cabo; 3) Solicitação de rotação que produz um momento de torção. Os tambores são formados basicamente pelo corpo, onde são executadas as ranhuras, as paredes laterais e o eixo de apoio. A transmissão do movimento de rotação para o tambor pode ser feita diretamente pelo eixo de saída do redutor ou através de uma engrenagem acoplado a uma das paredes laterais (principalmente em guinchos). Na construção de acionamento direto, normalmente o mancal do lado acoplado é o próprio mancal de saída do redutor. O mancal do lado oposto ao acionamento é montado sobre um pedestal fixo a estrutura do equipamento. Na condição máxima de desenrolamento do cabo devem ser previstas pelo menos duas espiras ainda enroladas sobre o tambor, desta forma a fixação do cabo fica isenta da força de tração. A extremidade do cabo é fixa no corpo do tambor através de grampos parafusados. Para muitos tambores de guincho, com grande extensão de cabo, o enrolamento ocorre em mais de uma camada de cabos. Neste caso ocorre o enrolamento de cabo sobre cabo. A diversidade de tipos de cargas e materiais a serem movimentados pelos equipamentos de elevação exigem para alguns casos o projeto de dispositivos especiais.O elemento mais comum é o gancho forjado. Estes componentes são normalizados e podem ser encontrados nos catálogos dos fabricantes especializados. Além dos ganchos alguns dispositivos como laços, manilhas, olhais Para aplicações em instalações siderúrgicas são necessários uma grande variedade de dispositivos de manuseio de carga. Para os materiais granulados, como por exemplo o descarregamento de carvão e minério de ferro dos navios e escória de alto-forno, são utilizadas as caçambas, conhecidas como “grabs”. Este equipamento exige um dispositivo especial para comandar a abertura e fechamento das caçambas. No manuseio de panelas e calhas de sucata de aciaria, são utilizadas as barras de carga com ganchos lamelares. Nas áreas de laminações existe grande variedade de dispositivos. O manuseio de placas e Projecto de Mecanico [2022] Caminho, Luciano Zito Page 22 chapas grossas é feito por eletroímã ou tenazes do tipo pinça. As bobinas de aço são movimentadas por gancho laminado tipo “C” ou tenazes de bobinas. Os dispositivos com accionamento elétrico exigem um enrolador para o cabo de alimentação. Nas instalações portuárias os dispositivos para o manuseio das cargas variam desde simples laços até dispositivos automatizados para o movimento de containers. Para cargas especiais pode ser necessário o projeto de dispositivos especiais para aumentar a produtividade dos trabalhos de carga e descarga. No caso particular desse projecto, iremos abordar a cerca dos guinchos, particularmente dos guinchos accionados por motor eléctrico. Guinchos: O guincho é um equipamento usado para elevar ou rebocar cargas, por meio de tração, e é formado por um sarilho (rolo), onde se enrola um cabo (corda ou aço). Na sua forma mais rudimentar serve para tirar água de um poço, e electrificados são geralmente usados em aparelhos tipo guindaste ou grua. Os guinchos também encontram utilidade concreta no sector náutico, onde também dão pelo nome de molinete e no sector automóvel e rodoviário onde designam, metonimicamente, os veículos dotados de um pequeno guindaste, do qual se servem para rebocar atrás de si outro veículo, caso esta se encontre avariada ou não. Os guinchos utilizados como meio de elevação de carga são conjuntos fixos ou móveis constituídos por um tambor para o enrolamento do cabo e um sistema de transmissão para o acionamento do tambor. O acionamento do sistema pode ser manual ou motorizado. Os guinchos manuais têm capacidade entre 50 Kgf e 6000 Kgf. O projeto do sistema de acionamento deve garantir que a força de acionamento não seja superior a 25 Kgf. Este equipamento normalmente é aplicado em obras de construção civil. As referências mencionadas no item anterior apresentam detalhes para o cálculo e projeto destes dispositivos. Os guinchos motorizados podem ser acionados por motor elétrico, hidráulico ou pneumático. O tipo de acionamento depende das características de aplicação do equipamento. Para guinchos móveis sobre veículos normalmente é utilizado o acionamento hidráulico ou pneumático. Na maioria das aplicações industriais o Projecto de Mecanico [2022] Caminho, Luciano Zito Page 23 acionamento elétrico. O projeto do guincho motorizado segue as mesmas condições do projeto de um sistema de elevação de uma ponte rolante. Os guinchos são equipamentos utilizados para a elevação de carga principalmente em locais de difícil acesso, durante os períodos de construção ou reforma de instalações. Para algumas aplicações os guinchos podem substituir o uso de máquinas com lança, em função do custo do aluguel da máquina. Caracterização técnica: Em termos técnicos, o guincho consiste num parafuso sem-fim, onde se podem enrolar um ou mais cabos, geralmente de aço. Em traços gerais, este parafuso sem-fim pode encontrar-se, por seu turno, ligado a um motor eléctrico, por meio duma caixa de velocidades. Com efeito, presentemente já existem inclusive guinchos modernos, em que o motor está ligado directamente ao parafuso sem-fim, obviando, assim, a necessidade de recorrer a uma caixa de velocidades. Componentes do guincho: Há um conjunto essencial de componentes necessárias para se poder construir um guincho básico, são elas: um motor, seja ele manual, eléctrico ou de outro tipo, encontrando-se, geralmente, dotado de um travão associado; um redutor; um veio associado e uma chumaceira de apoio, para minorar o atrito do veio. Atendendo à quantidade reduzida de componentes essenciais, existe, por contraste, uma grande variedade de designs de guinchos. Além destes componentes básicos, há ainda uma infinidade componentes suplementares que podem ser montados no guincho, desde sensores de movimento, travão externo e independente, entre outros. Projecto de Mecanico [2022] Caminho, Luciano Zito Page 24 9. Destino e campo de utilização do accionamento O accionamento projectado tem uma larga aplicação na indústria, especificamente em linhas de processamento de artigos de um sector para o outro, substituindo o homem num trabalho repetitivo e trabalhoso. Recomenda-se para este accionamento um regime de funcionamento regular, sem sobrecargas. As condições ambientais da zona de trabalho do accionamento devem possuir temperaturas e pressões muito próximas as do meio ambiente. O accionamento deve-se manter em boas condições de lubrificação e protegido de poluentes que possam aumentar o desgaste dos dentes. Sempre que possível, devem – se evitar frequentes paragens e ou repentinas. 10. Cálculo cinemático do accionamento do mecanismo 10.1 Determinação da potência, frequência de rotação e dimensões principais do tambor motor do transportador por correia 10.1.1 Potência vFkP ts {1} vFkP ts {2} KNFFFt 472,265,112,412 Projecto de Mecanico [2022] Caminho, Luciano Zito Page 25 Onde: ks – é o coeficiente de segurança da potência (1...1,2), [4]; v – é a velocidade da correia (cinta) transportadora, em m/s; Ft – é a força tangencial, em kN; F1 - é a força no ramal frouxo, em kN; F2 – é a força no ramal tenso, em kN; 10.1.2 Diâmetro do Tambor ct iD )150...100( Dt = 350mm, valor previamente dado. 10.1.3 Comprimento do tambor )200...100( bBc {7} 10.1.4 Frequência de rotações do veio do tambor t t D v n 60000 {8} Projecto de Mecanico [2022] Caminho, Luciano Zito Page 26 t t D v n 60000 10.1.5 Determinação do rendimento mecânico global do accionamento O rendimento mecânico global do accionamento para uma ligação em série de “n” componentes é dado por: {9} Onde: η1, η2, η2, ηn - são rendimentos mecânicos das transmissões, uniões de veios, rolamentos, etc. A partir da tabela 10 (Rendimentos mecânicos de componentes de accionamentos), [4], para o presente projecto os rendimentos mecânicos dos componentesdo accionamento são: Transmissão por correia trapezoidal 95,0cor 3 pares de Rolamentos 33 995,0rol Transmissão por parafuso sem fim ( )11 Z 75,0psf União de veios de compensação elástica 995,0. elu ng ...321 Projecto de Mecanico [2022] Caminho, Luciano Zito Page 27 10.1.6 Cálculo da potência requerida do motor eléctrico g calc P P {10} Para se escolher o motor eléctrico, faz-se a análise das frequências síncronas normalmente utilizadas na indústria (750...3000 rpm). As características dos motores elétricos de potência nominal de 9,558 kW pré-selecionados encontram-se na tabela abaixo, [4]: Tabela 3. Características dos motores pré-selecionados Características dos motores elétricos Variante Designação do motor Potencia [KW] Frequência de rotação síncrona assíncrona 1 4A132M2Y3 11 3000 2900 2 4A132M4Y3 11 1500 1460 3 4A160S6Y3 11 1000 975 4 4A160M8Y3 11 750 730 10.1.7 Cálculo da relação de transmissão geral do accionamento A relação de transmissão geral do acionamento é dada por: 698,0995,075,0995,095,0 3 g kWPcalc 558,9 698,0 675,6 Projecto de Mecanico [2022] Caminho, Luciano Zito Page 28 t me g n n u {11} Onde: nme - é a frequência assíncrona do motor eléctrico; nt - é a frequência de rotações do tambor motor do transportador. A partir das 4 variantes de motores pré-selecionados tem-se as seguintes relações de transmissão gerais: t g n n u i 1 1 73,33 987,85 2900 t g n n u i 2 2 98,16 987,85 1460 t g n n u i 3 3 34,11 987,85 975 t g n n u i 4 4 49,8 987,85 730 10.1.8 Partição da relação de transmissão pelos escalões do accionamento Arbitrando a relação de transmissão da transmissão por parafuso sem fim (redutor), pode- se obter a relação de transmissão da transmissão por correia trapezoidal através da seguinte fórmula: psf g cor u u u {12} Tentativa 1 Segundo as recomendações, para transmissões de parafuso sem-fim de uma entrada, a relação de transmissão deve ser maior ou igual a 30. Arbitrando upfs = 30 tem-se na tabela abaixo as seguintes variantes de relações de transmissão: Projecto de Mecanico [2022] Caminho, Luciano Zito Page 29 Designação Variante 1 2 3 4 Relação de transmissão geral 33.73 16.98 11.34 8.49 Relação de transmissão – Redutor 30 30 30 30 Relação de transmissão - T.correia 1.12 0.57 0.38 0.28 Dos resultados obtidos nesta tentativa, nenhuma das variantes pode ser aprovada porque a relação de transmissão da transmissão por correia não se encontra dentro dos parâmetros recomendados ( 4...2coru ), [4]. As variantes desta tentativa são excluídas porque apresentam um baixo aproveitamento da capacidade de redução da transmissão por correia. Para aumentar a capacidade de redução da transmissão por correia, deve se fazer uma outra tentativa tendendo diminuir a relação de transmissão do parafuso sem fim ( psfu ), o que poderá resultar em 30psfu , que não é admissível para parafuso sem fim com uma entrada ( 11 Z ). Contudo, existe uma possibilidade de diminuir a relação de transmissão psfu , usando um parafuso sem fim de duas entradas (Z1 = 2). Esta relação entre psfu e Z, deve se ao número de dentes da roda coroa (Z2) que não deve ser exageradamente grande, pois diminui a rigidez do parafuso sem-fim por aumento da distância entre os apoios ( 12 zuz psf ). Tomando o parafuso sem fim com duas entradas (Z1=2), além de aumentar a capacidade de redução da transmissão por correia, minimizam-se as perdas causadas pelo baixo rendimento e aquecimento excessivo dos parafusos com uma entrada. Assim sendo faz-se o recálculo do rendimento mecânico global do acionamento para 8,0psf : Recálculo do rendimento mecânico global do accionamento 74,0995,08,0995,095,0 3. 3 elupsfrolcorg Projecto de Mecanico [2022] Caminho, Luciano Zito Page 30 Recálculo da potência requerida do motor eléctrico kWPkW P P me g calc 5578,90199,9 74,0 6747,6 Apos feito o recalculo da potência requerida do motor elétrico para parafuso sem fim com duas entradas, o valor obtido não sofreu grande alteração em comparação com a potência calculada para parafuso sem fim com uma entrada que influencia-se para a mudança do motor elétrico. Tentativa 2 A partir da tentativa 1 pode se notar que para se obter a relação de transmissão para as correias trapezoidais segundo as recomendações (ucorr = 2...4), deve-se reduzir quase a metade a relação de transmissão do redutor. Toma-se upfs = 16 (1 a série), [3], tem-se na tabela abaixo as seguintes variantes de relações de transmissão: Designação Variante 1 2 3 4 Relação de transmissão geral 33.73 16.98 11.34 8.49 Relação de transmissão – redutor 16 16 16 16 Relação de transmissão - T.correia 2.12 1.06 0.71 0.53 Nesta tentativa as variantes 2, 3 e 4 continuam sendo não viáveis, restando apenas a variantes 1 que é admitida porque apresenta um aproveitamento da capacidade de redução da transmissão por correia e com upsf = 16 para Z = 2 temos um aumento do rendimento da transmissão por parafuso sem fim. Os parâmetros do motor escolhido encontram-se na tabela abaixo: Projecto de Mecanico [2022] Caminho, Luciano Zito Page 31 Tabela 4. Parâmetros do motor escolhido Tipo de Motor Pot. [K W] Para potência nominal Tarr/Tn om Tmin/T nom Tmax/T nom D. do veio de saída [mm] Frequê ncia nomina l Rendim ento mecânic o Facto r de potên cia 4A132M 2Y3 11 2900 88 0.9 1.7 1.5 2.8 38 10.2 Cálculo da potência em todos os veios do accionamento niiPP ... {13} 10.2.1 Veio do motor eléctrico 10.2.2 Veio movido da transmissão por correia (motor do redutor) kWPP me 5578,91 kWPP cor 0798,995,05578,912 Projecto de Mecanico [2022] Caminho, Luciano Zito Page 32 10.2.3 Veio movido da transmissão por parafuso sem fim 10.2.4 Veio do transportador (veio de saída do accionamento) 10.3 Cálculo da frequência de rotações para todos os veios do accionamento ii i u n n {14} 10.3.1 Veio do motor eléctrico rpmnn me 29001 10.3.2 Veio movido da transmissão por correia (motor do redutor) 10.3.3 Veio movido da transmissão por parafuso sem fim kWPP rolpsf 708,6995,080,00798,923 kWPP elurol 608,6995,0995,0708.6.34 rpm u n n cor 796,1375 107,2 29001 2 Projecto de Mecanico [2022] Caminho, Luciano Zito Page 33 rpm u n n psf 987,85 16 796,13752 3 10.3.4 Veio do transportador (veio de saída do accionamento) rpmnn 987,8534 10.4 Cálculo do torque sobre todos os veios da transmissão A fórmula para o cálculo do torque sobre os veios é:{15} ;039,745 987,85 708,6 95503 NmT i i i n P T 9550 ;474,31 2900 557,9 95501 NmT ;027,63 796,1375 0798,9 95502 NmT ;92,733 987,85 608,6 95504 NmT Projecto de Mecanico [2022] Caminho, Luciano Zito Page 34 Tabela 5. Resultados do cálculo cinemático do accionamento Tipo de motor: 4A132M2Y3 - Potência: 9,557 kW - Frequência nominal: 2900 [rpm] Parâmetro Veio Fórmula Valores Potência P , em [kW] 1. Motor eléctrico 9,5578 2. Movido – T. Correia 9,0798 3. Movido do redutor 6,708 4. Motor do transportador 6,608 Frequência de rotação n , em [rpm] 1I. Motor eléctrico meI nn 2900 2. Movido – T. Correia 1375,796 3. Movido do redutor 85,987 4. Motor do transportador 85,987 Momento torsor T, em [N·m] 1. Motor eléctrico 31,474 2. Movido – T. Correia 63,027 3. Movido do redutor 745,039 4. Motor do transportador 733,92 mePP 1 corPP 12 rolpsfPP 23 elurolPP .34 coru n n 12 psfu n n 23 34 nn 1 1 1 9550 n P T 2 2 2 9550 n P T 3 3 3 9550 n P T 4 4 4 9550 n P T Projecto de Mecanico [2022] Caminho, Luciano Zito Page 35 11. Cálculo projectivo das transmissões do accionamento 11.1 Cálculo da transmissão por correia trapezoidal 11.1.1 Escolha do tipo (perfil da secção) da correia Para o presente projecto pode se escolher entre a secção A ou B mas, apos alguns cálculos (ver na planilha de cálculos) verificou - se que a secção B é a certa porque apresenta o número de correias para transmitir a potência total dentro dos parâmetros recomendados, minimizam a variação da tensão das correias que podem causar deslizamento, desgaste e perdas de potência. Para a potência a transmitir igual a 9,5578 kW e frequência de rotações de 2900rpm, na tabela abaixo encontram-se os parâmetros da secção da correia escolhida: Tabela 6. Parâmetros da correia trapezoidal escolhida Secção Parâmetro Símbolo, unidade Valor B Largura de cálculo da correia mmbc , 14 Largura máxima da correia mmbo , 17 Altura total da secção transversal mmh, 10,5 Altura de cálculo, a partir da linha neutra mmhc , 4 Área da secção transversal da correia 2, mmA 138 Diâmetro mínimo recomendado das polias mmD ,min 125 Comprimento limite de cálculos mmlc , 800 - 6300 Torque transmitido NmT , 40 -186 Projecto de Mecanico [2022] Caminho, Luciano Zito Page 36 Fig.3 - Secção da correia trapezoidal escolhida 11.1.2 Escolha do diâmetro de cálculo da polia menor (dc1) e da potência por cada correia (Po) dc1 = 125mm Po = 3kW Onde: PO – é obtido a partir do gráfico 12.26 para secção B no ponto onde há intersecção entre o número de rotações com o diâmetro. Projecto de Mecanico [2022] Caminho, Luciano Zito Page 37 11.1.3 Determinação da velocidade linear da correia 60000 nd v {16} 11.1.4 Cálculo do diâmetro da polia maior (movida) 1 2 c c cor d d u {17} Onde: ucor – é obtido na variante 1 da tentativa 2 nos calculos da partição da relação de transmissão pelos escalões do accionamento Toma-se valor do diâmetro normalizado mais próximo do calculado: dc2 = 250mm. 11.1.5 Correcção da relação de transmissão e frequência de rotações do veio movido smv /97,18 60000 2900125 mmdud ccorc 48,26312511,212 2 125 250 1 2 c c cor d d u Projecto de Mecanico [2022] Caminho, Luciano Zito Page 38 Erro na relação de transmissão: O erro na relação de transmissão não excede a 10%, por isso não é preciso fazer recálculos dos diâmetros das polias. 11.1.6 Determinação da distância interaxial Segundo as recomendações, escolhe-se distancia interaxial em função da relação de transmissão. Para ucor = 2 tem-se: 22,1 cda {18} 11.1.7 Determinação do comprimento da correia {19} Toma-se valor do comprimento da correia normalizado mais próximo do calculado: 11.1.8 Correcção da distância interaxial para o comprimento normalizado da correia mma 3002502,1 %12,5 11,2 211,2 e a dd ddal cccc 4 )( )(5,02 2 12 12 mml 13,1423 3004 )125250( )125250(5,03002 2 mml 1400 Projecto de Mecanico [2022] Caminho, Luciano Zito Page 39 2 12 2 1212 822 8 1 cccccc ddddlddla {20} mm a 82,449 12525081252501400212525014002 8 1 22 11.1.9 Verificação do ângulo de abraçamento da polia menor pela correia {21} O ângulo de abraçamento é maior que o mínimo admissível º120 para correias trapezoidais, por isso não é preciso alterar a distância interaxial ou usar um dispositivo tensor/desviador. 11.1.10 Verificação da frequência de passagens l v U {22} a dd 1200 57180 000 16,164 82,449 125250 57180 Projecto de Mecanico [2022] Caminho, Luciano Zito Page 40 1-s55,13 )1000/1400( 97,18 U A frequência de passagens calculada encontra-se dentro dos parâmetros recomendados 1)20...10(][ su , como esta condição foi verificada que não é preciso aumentar a distância interaxial. 11.1.11 Determinação da potência a transmitir por cada correia r il oc C CCC PP {23} kWPc 41,2 2,1 14,19,094,0 3 Onde: C é o coeficiente do ângulo de abraçamento: 94,0C para 16,164 , [3]; lC é o coeficiente do comprimento da correia: 9,0lC para l = 1400mm, [3]; iC é o coeficiente de relação de transmissão: 14,1iC para coru > 3, [3]; rC é o coeficiente de regime de carregamento: 2,1rC para carga com vibrações moderadas, [3]. 11.1.12 Determinação do número de correias para transmitir a potência total zc CP P z {24} Projecto de Mecanico [2022] Caminho, Luciano Zito Page 41 40,4 9,041,2 558,9 z Onde: zC - é o coeficiente do número de correias e toma-se Cz = 0,9 para garantir )8(6Z , [3]. O resultado é arredondado para um número inteiro e toma-se Z = 4 correias. A condição de )8(6Z foi verificada, por isso a escolha da secção da correia trapezoidal prevalece. 11.1.13 Determinação da força de tensão inicial em cada correia v i lr F CCvZ CCP F 85,0 0 {25} 0F N97,17508,62 )14,194,097,183 9,02,1)10.558,9(85,0 3 2vAFv {26} NFv 08,6297,18)10.138(1250 26 Onde: Fv - é a força centrífuga que surge nas zonas da correia que abraçam as polias durante o deslocamento; - é a densidade aproximada para as correiastrapezoidais ( 31250 mkg ), [3]; A - é a área da secção transversal da correia (Tabela 6). Projecto de Mecanico [2022] Caminho, Luciano Zito Page 42 11.1.14 Determinação da força tangencial (força útil) em cada correia 1 12 c t d T F {27} NFt 6,503 125 47,312 Onde: 1T - é o torque sobre o veio motor (Tabela 5); 1cd - é o diâmetro de cálculo da polia menor. Para cada correia (para Z = 4) tem-se: N Z Ft 9,125 4 6,5036,503 11.1.15 Determinação dos esforços no ramal tenso e frouxo de cada correia No ramal frouxo: 2 1 t o F FF {28} NF 03,113 2 9,125 97,1751 No ramal tenso: Projecto de Mecanico [2022] Caminho, Luciano Zito Page 43 2 2 t o F FF {29} NF 92,238 2 9,125 97,1752 11.1.16 Determinação da tensão máxima resultante na correia FvtoFv 5,01max {30} Onde: MPa A Fo o 23,1 138 98,169 MPa A Ftc t 91,0 138 9,125 MPa A Fv v 45,0 138 08,62 Como as tensões o , t e v são constantes, o valor máximo da tensão ocorre para max F . A tensão de flexão é inversamente proporcional ao diâmetro, por isso é máxima na polia menor. d EF {31} MPaF 4,8 125 5,10 100 MPa54,104,845,091,05,023,1max Projecto de Mecanico [2022] Caminho, Luciano Zito Page 44 11.1.17 Determinação da força sobre os veios 2 cos2cos2 021 2 2 2 1 FFFFFFr {32} Onde: - é o ângulo entre os ramais da correia. Para Z = 4 correias, multiplica-se a força por Z: NFZF or 25,1346 2 84,15 cos97,17524 2 cos.2 11.1.18 Longevidade da correia 21 KKTT med {33} horasT 500015,22000 Onde: K1 - é o coeficiente de regime de carregamento: K1 =2,5 (cargas com vibrações moderadas) [3]; K2 - é o coeficiente que considera as condições climatéricas: K2 =1 (climas em zonas centrais), [3]; Tmed - é a longevidade média das correias: toma-se Tmed = 2000 horas, [3]. º84,1516,164180180 Projecto de Mecanico [2022] Caminho, Luciano Zito Page 45 Tabela 7. Resultados do cálculo da transmissão por correia trapezoidal, as dimensões lineares em mm Parâmetro Valor Parâmetro Valor Parâmetro Valor Tipo de correia Trape- zoidal Comprimento da correia, l 1400 Número de voltas da correia, em 1s 13,55 Secção da correia, 2mm 138 Diâmetro da polia menor, 1d 125 Tensão máxima max , em MPa 10,54 Número de correias, Z 4 Diâmetro da polia maior, 2d 250 Força de tensão prévia oF , em N 175,97 Distância interaxial, a 449,82 Ângulo de abraçamento da polia menor, 1 , em graus 164,16 Carga da correia sobre os veios rF , em N 1346,25 11.2 Cálculo da transmissão de parafuso sem-fim/coroa 11.2.1 Cálculo do número de dentes da roda coroa 1 2 Z Z u psf {34} 3221612 ZuZ psf Este valor é maior que o mínimo recomendável 28min Z , por isso aceita-se. Projecto de Mecanico [2022] Caminho, Luciano Zito Page 46 11.2.2 Determinação do valor estimado da velocidade de deslizamento 3 34 1 10 5,4 T n vs {35} smvs /6122,504,745 10 79,13755,4 3 4 Onde: 1n - é a frequência de rotação do veio do parafuso sem-fim e é igual a n2 do cálculo cinemático (Tabela 5); T3 - é o torque transmissão por parafuso sem fim do cálculo cinemático (Tabela 5). 11.2.3 Escolha do material da roda coroa e do parafuso sem-fim Segundo as recomendações, para transmissões com velocidade de deslizamento sv > (4...5) sm , as rodas coroas são feitas de bronzes (Бp) ao estanho (O) e fosforo (Φ). Para tal é imperioso que o parafuso sem-fim tenha alta dureza (não inferior a HRC45). Assim sendo na tabela abaixo encontram-se os materiais da roda coroa e do parafuso sem-fim. Tabela 8. Materiais da roda coroa e parafuso sem-fim e suas propriedades mecânicas Material Propriedades mecânicas em MPa Limite de escoamento e ; Limite de rotura r ; Módulo de elasticidade; Roda coroa БpOΦ10-1 120 200 E2 = 0,910 5 Parafuso sem-fim 40X 540 834 E1=2,110 5 Projecto de Mecanico [2022] Caminho, Luciano Zito Page 47 O parafuso sem-fim deve ser submetido a têmpera para dureza HRC55, com filetes rectificados e polidos. Para os materiais escolhidos a tensão admissível de contacto é dada por: )9,0...85,0(H {36} MpaH )6,750...9,708(834)9,0...85,0()9,0...85,0( MpaH 6,750 11.2.4 Escolha do valor normalizado do coeficiente de diâmetro 225,0 Zq {37} 83225,0 q 11.2.5 Cálculo do módulo de elasticidade reduzido e distância interaxial 21 212 EE EE Ered {38} MPaEred 5 55 55 1026,1 109,0101,2 )109,0()101,2(2 3 2 2 3 2 1625,0 Z q TE Z q a H red w {39} Projecto de Mecanico [2022] Caminho, Luciano Zito Page 48 mmaw 3,113 32 8 6,750 1004,7451026,1 1 32 8 625,0 3 2 35 A distância interaxial é arredondada para um valor normalizado e obtém-se: mmaw 140 (Serie 2), [3]. 11.2.6 Cálculo do valor aproximado do módulo de engrenamento 2 2 Zq a m w {40} mmm 7 328 1402 O modulo de engrenamento calculado encontra-se nos valores normalizados dos modulos. Tem-se: mmm 7 . Deste modo o coeficiente de deslocamento será: 25,0 Zq m a x w {41} 03275,0 7 140 x Este coeficiente de deslocamento é aceite, pois está dentro dos limites recomendáveis ( ]7,0;7,0[ x ). Projecto de Mecanico [2022] Caminho, Luciano Zito Page 49 11.2.7 Cálculo dos diâmetros primitivos do parafuso sem-fim e da roda coroa qmd 1 {42} mmd 56871 22 Zmd {43} mmd 2243272 11.2.8 Cálculo da velocidade de deslizamento exata A velocidade de deslizamento é tangente às linhas dos filetes do parafuso sem-fim e o seu valor é dado pela fórmula: w s v v cos 1 {44} smvs /16,4 04,14cos 03,4 sm nd v w 03,4 100060 79,137556 100060 11 1 )2(1 xqmdw {45} mmdw 56))0(28(71 xq Z arctgw 2 1 {46} Projecto de Mecanico [2022] Caminho, Luciano Zito Page 50 º04,14 )0(28 2 arctgw Onde: 1v - é a velocidade periférica (tangencial) do parafuso sem-fim, sobre o diâmetro primitivo de funcionamento; w - é o ângulo de elevação da linha do filete do parafuso sem-fim sobre o diâmetro de funcionamento. A velocidade de deslizamento exacta é menor que a estimada anteriormente, mas pode-se preservar a escolha do material porque encontra – se dentro do intervalo da velocidade de deslizamento para as rodas - coroas feitas feitas de bronzes ao fósforo ( smvs /5...4 ). 11.2.9 Cálculo testador às tensões de contacto As tensões de contacto que surgem na superfície de trabalho da transmissão de parafuso sem-fim/coroa são calculadas pela fórmula de Hertz: {47} KKK vH {48} 05,105,11 HK Mpa sen H 8,278 140275,028727,056224 º04,14cos05,110.04,74510.26,1 18,1 2 235 www wHred H sendd KTE 2 cos 18,1 1 2 2 2 2 Projecto de Mecanico [2022] Caminho, Luciano Zito Page 51 MPaH 8,278 < MPaH 6,750 Onde: 32 TT - é o momento torsor na roda-coroa expresso em Nmm, (Tabela 5); HK - é o coeficiente de carga de cálculo, para tensões de contacto; vK - é o coeficiente de carga dinâmica para 3sv m/s ( 3,1...1vK ), [3]; K - é o coeficiente de concentração de carga: para carga variável ( 2,1...05,1K ), [3]; rad8727,0 , [3]; - é o grau de recobrimento frontal e toma valores que variam de 1,8…2 (2,2), [3]; - é o coeficiente que considera a redução da zona de contacto devido ao facto deste contacto não se verificar num plano, ao longo de todo o arco de abraçamento teórico ( 75,0 ), [3]; H - é a tensão admissível de contacto, em [MPa]. A condição de resistência é verificada HH . Então, os valores das dimensões construtivas são aceites segundo a resistência ao contacto. 11.2.10 Cálculo testador da transmissão às tensões de flexão A resistência do parafuso sem-fim à flexão é verificada pela condição: F n Ft FF mb KF Y 2 27,0 {49} 3 2 cos Z Zv {50} dentesZv 05,35 04,14cos 32 3 Projecto de Mecanico [2022] Caminho, Luciano Zito Page 52 Para Zv = 35 dentes tem-se 64,1FY , [3]. N d T Ft 14,5321 224 100004,74522 2 3 2 12 75,0 adb {51} mmb 5,527075,02 mdda 211 {52} mmda 7072561 cosmmn {53} mmmn 79,6º04,14cos7 Toma-se b2 = 60 mm para reduzir as tensões de flexão e melhorar o rendimento da transmissão. Onde: FY - é o coeficiente de forma dos dentes da roda-coroa, que se escolhe em função do número virtual de dentes vZ ; 2tF é a força tangencial na roda-coroa, em N; 2b - é a largura da roda-coroa, em [mm]; nm é o módulo do dente/filete na secção normal do filete do parafuso sem-fim. A tensão admissível F para bronzes de todos os tipos é: Projecto de Mecanico [2022] Caminho, Luciano Zito Page 53 08,025,0 eF {54} MpaF 4620008,012025,0 Finalmente a tensão de flexão será: MPaF 74,15 79,660 05,114,5321 64,17,0 A condição de resistência é verificada FF . Então, os valores das dimensões construtivas são aceites segundo a resistência do parafuso sem-fim à flexão. 11.2.11 Cálculo do valor real do rendimento mecânico da transmissão ' tg tg psf {55} 86,0 )17,204,14( 04,14 tg tg psf Onde: ' - é o ângulo reduzido de atrito, e toma-se em função da velocidade de deslizamento, Para '0' '172416,4 setemvs e coeficiente de atrito 03,0f , [3]. Nota-se que o rendimento mecânico real da transmissão é 7% maior que o arbitrado. Contudo não é necessário fazer recálculo da transmissão, pois, a margem de resistência mecânica é suficiente para compensar o aumento do torque. Projecto de Mecanico [2022] Caminho, Luciano Zito Page 54 11.2.12 Cálculo da resistência ao contacto sob acção da carga máxima Este cálculo é feito para verificar a resistência estática das superfícies de trabalho dos dentes da roda-coroa sob efeito dos picos nos momentos torsores. A condição de resistência sob acção da carga máxima é: max 2 max2 max HHH T T {56} eH 4max {57} MPaH 4801204max Onde: 8,2 2 max2 T T , (Tabela 4). MpaH 52,4668,28,278max A resistência ao contacto sob acção da carga máxima é verificada. 11.2.13 Cálculo da resistência à flexão sob acção da carga máxima A resistência à flexão sob acção da carga máxima é garantida pela condição: max 2 max2 max FFF T T {58} eF 8,0max {59} MpaF 1602008,0max Projecto de Mecanico [2022] Caminho, Luciano Zito Page 55 MPaF 448,274,15max A resistência à flexão sob acção da carga máxima é verificada. 11.2.14 Cálculo/designação das dimensões principais da transmissão Fig.4 - Parâmetros geométricos do parafuso sem-fim/coroa Para o Parafuso sem-fim: Z1 m [mm] q d1 [mm] da1 [mm] 2 7 8 56 70 mdd f 4,211 {60} mmd f 2,3974,2561 Projecto de Mecanico [2022] Caminho, Luciano Zito Page 56 mZccb )( 2211 {61} ;44,907)3206,011(1 mmb Onde: Para Z1 = 2 sem deslocamento tem-se: c1 = 11 e c2 = 0,06 (para x = 0), [3]. De acordo com as recomendações aumenta-se 25mm para m < 10 mm, [3]: mmb 44,11044,901 . Para a roda coroa: Z2 d2 [mm] b2 [mm] 32 224 60 )22( 22 xZmda {62} mmda 238))0(2232(72 )24,2( 22 xZmd f {63} mmd f 2,207))0(24,232(72 2 6 1 22 Z m dd aaM {64} Projecto de Mecanico [2022] Caminho, Luciano Zito Page 57 mmdaM 5,248 22 76 2382 Ângulo de abraçamento do parafuso: md b sen a 5,01 2 {65} 99,58896,0 )0(5,070 60 sen 99,11799,5822 11.2.15 Cálculo térmico e refrigeração do parafuso sem-fim As transmissões de parafuso sem-fim libertam uma grande quantidade de calor, em associação com o seu relativamente baixo rendimento mecânico. O aquecimento do óleo acima das temperaturas limite causa a perda de capacidade de lubrificação e aumenta o risco de gripagem da transmissão. Por isso, é necessário fazer o cálculo térmico da transmissão. O cálculo térmico é feito comparando a quantidade de calor libertado pela transmissão de parafuso sem-fim ( ) com a quantidade de calor dissipado para o ambiente ( max1 ) à temperatura recomendada do óleo. A condição para limitar o aquecimento excessivo do óleo é: max1 . A quantidade de calor libertado pela transmissão é dada por: 32 101 P {66} Onde: P2 – é a potência no veio motor da transmissão, em [kW], (Tabela 5); - é o rendimento mecânico calculado da transmissão. Projecto de Mecanico [2022] Caminho, Luciano Zito Page 58 W2,12711086,0108,9 3 A quantidade de calor que pode ser dissipado à temperatura máxima do óleo é dada por: AttK o max1 {67} Onde: K - é o coeficiente térmico de troca de calor, em Cm W 02 ; max1t - é a temperatura máxima admissível do óleo, em oC; 0t - é a temperatura do meio circundante, em oC; A - é a área do corpo da transmissão que troca calor com o ambiente, em m2. Ct º95max1 , escolhido em função do óleo, [3]; Ctt ar º350 , temperatura média no verão em Moçambique. Na tabela abaixo pode verificar se as variações do coeficiente térmico segundo as exigências para retirar a quantidade de calor gerada no óleo, [3]: Coeficiente térmico de troca de calor Valores em Cm W 02 Pouca agitação do óleo 8...10 Instalação com agitação e ventilação intensa 14...17 Com refrigeração e ventilação forçada 20...28 Uso de serpentinas no cárter do óleo 90...200 Numa primeira tentativa assume-se CmWK º9 2 , para uma transmissão sem ventilação e montada em corpo fechado e pequeno, com pouca agitação do óleo. Projecto de Mecanico [2022] Caminho, Luciano Zito Page 59 A área obtém-se a partir da seguinte fórmula: 7,1 20 waA {68} 27,1 783,014,020 mA A quantidade de calor que pode ser dissipado à temperatura máxima do óleo sera: W82,422783,035959max1 W4,2,1271 > W821,422max1 , o que não é admissível. Sendo assim, pode-se recorrer a uma instalação com ventilação forçada onde os valores de K variam de 20 a 28 CmW º2 . Adoptando K = 28 W/m2 oC, tem-se: W441,1315783,0359528max1 W4,2,1271 < W44,1315max1 Como se vê < max1 , então a temperatura do óleo será: AK t AK P tt oooleo 3 2 101 {69} Ctoleo º98,92 783,028 2,1271 35 < Ct º95max1 Projecto de Mecanico [2022] Caminho, Luciano Zito Page 60 Com a montagem de uma instalação com ventilação forçada tem-se a redução do risco de gripagem da transmissão e perda de capacidade de lubrificação, pois verifica-se a condição para limitar o aquecimento excessivo do óleo verificado: max1 . Tabela 9. Resultados do cálculo da transmissão de parafuso sem-fim/coroa, em mm Parâmetro Valor Parâmetro Valor Parâmetro Valor Distância interaxial a 140 Ângulo de abraçamento do parafuso 2·δ 117,9 9º Diâmetro do parafuso sem- fim: divisor d1 primitivo dw1 externo da1 interno df1 56 56 70 39,2 Módulo m 7 Número de entradas do parafuso sem-fim Z1 2 Coeficiente de diâmetro do parafuso sem- fim q 8 Número de dentes da roda coroa Z2 32 Largura da roda dentada b2 56 Comprimento da parte roscada do parafuso sem-fim b1 110,4 4 Diâmetro da roda dentada: divisor dw2 de crista da2 de raiz df2 máximo daM2 224 238 207,02 248,5 Ângulo de elevação do filete do parafuso 14,04 Projecto de Mecanico [2022] Caminho, Luciano Zito Page 61 Tabela10. Resultados do cálculo testador Parâmetro Designação Valor admissível Valor calculado Margem Rendimento; em [%] η 0,8 0,86 7% Tensão de contacto; em [MPa] H 750,6 278,8 62,86% Tensão de flexão; em [MPa] F 46 15,74 65,78% 12. Carregamento dos veios do redutor Os veios dos redutores estão sujeitos a dois tipos de deformações: por flexão e por torção. A deformação por torção surge devido à acção de momentos torsores provenientes do motor e a deformação por flexão é causada pelos momentos das forças nas engrenagens ou parafuso sem-fim da transmissão fechada, associadas ao efeito das forças em consola das transmissões abertas e uniões de veios. Para se verificar o carregamento dos veios do redutor faz se o cálculo destas forças que provocam deformações: forças nos engrenamentos e forças em consola. 12.1 Determinação das forças no engrenamento da transmissão do redutor 12.1.1 Força tangencial na roda coroa que é igual à força axial no parafuso sem-fim 2 2 12 2 d T FF at {70} Projecto de Mecanico [2022] Caminho, Luciano Zito Page 62 NFF at 1,6652 224 1004,7452 3 12 Onde: d2 = dw2, (Tabela 9); T2 = T3, (Tabela 5). 12.1.2 Força tangencial no parafuso sem-fim que é igual à força axial na roda coroa 1 1 21 2 d T FF at {71} NFF at 2251 56 1003,632 3 21 Onde: NmTT 03,6321 , (tabela 5). 12.1.3 Força radial comum ao parafuso sem-fim que e à roda coroa xtrr tgFFF 221 {72} Onde: De acordo com as normas o ângulo de perfil é de 20º, e nos parafusos de Arquímedes é medido na secção axial e é x , [3]. Projecto de Mecanico [2022] Caminho, Luciano Zito Page 63 NtgFF rr 4,2421º201,662521 12.1.4 Determinação das forças em consola No accionamento em projecção emprega-se uma transmissão por correia que transmite movimento ao veio de entrada no redutor. Esta transmissão provoca o surgimento de uma força em consola que se faz sentir na extremidade saliente do veio. Outro elemento que provoca carga em consola é a união dos veios de saída no redutor e veio executivo. A força
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