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PRÉ-NEM REDE MULTILATERAL Idade Média Profº Cássia Fagundes Aula 6 e 7 O que veremos hoje? Alta Idade Média Feudalismo Cultura Medieval Baixa Idade Média Cruzadas Peste Negra Reinos Africanos Idade Média POR QUE IDADE MÉDIA? Médio é uma palavra que usamos para designar algo que está no meio, que exprime uma posição intermediária entre um ponto e outro. Na periodização eurocêntrica estabelecida no século XVIII, a Idade Média estaria no meio da História, entre a Idade Antiga e a Idade Moderna. Assim, o período de aproximadamente mil anos, que vai convencionalmente da desagregação do Império Romano do Ocidente – após sua ocupação pelos hérulos em 476 – até a tomada de Constantinopla pelos turcos otomanos em 1453, foi chamado de Idade Média. Mas essa indicação, sobretudo hoje, para nós que vivemos na Idade Contemporânea, ficou deslocada. POR QUE IDADE MÉDIA? Durante muito tempo, os estudiosos associaram ao período medieval as ideias de atraso, retrocesso, escuridão cultural, sob a alegação de que a Igreja, ao dominar todas as esferas da vida das pessoas, teria impedido o avanço do pensamento, da política e das artes. A construção desse pensamento foi fundamentada na comparação do longo período medieval com o “renascimento” das ciências e das artes. Entre os séculos XIV e XVI, generalizou-se na Europa uma série de movimentos artísticos e científi cos que tinham em comum o rompimento com valores do período anterior e a recuperação de ideais e modelos da Grécia e da Roma antigas. Esses movimentos receberam o nome de Renascimento, trazendo a ideia de que, na Idade Média, a ciência e as artes ficaram paralisadas Idade das Trevas? Até o início do século XX, as análises sobre a Idade Média foram bastante influenciadas pelos historiadores da arte, para os quais a arquitetura, a pintura e a escultura medievais eram culturalmente inferiores em relação à produção da Antiguidade clássica. Durante o Renascimento, a Idade Média foi considerada o tempo do primitivismo, do atraso e do empobrecimento da cultura europeia, a ponto de os ingleses terem criando uma expressão que se tornou famosa para designar esse período: Dark Ages, ‘era sombria’, ou ‘idade das trevas’. Os intelectuais que inspiraram a Revolução Francesa (1789), também tiveram um papel importante na construção desse pensamento. Isso porque associaram a Idade Média aos privilégios da nobreza e do clero, à exploração servil dos camponeses e restrição das atividades econômicas ao ambiente rural. . Idade das Trevas? No século XIX, essa forma pejorativa de identificar a Idade Média foi aos poucos sendo revertida por um movimento conhecido como Romantismo, que, das artes às ciências, começou a revalorizar os elementos e heranças medievais. Já no século XX, estudiosos como Henri Pirenne e Marc Bloch mostraram a riqueza e a importância cultural desse período europeu. Eles analisaram, entre outros aspectos, a complexa organização social das novas aldeias ou burgos, com a instalação planejada de castelos, fortificações e casas de camponeses. Mostraram que foi durante a Idade Média que surgiram mercadores preparados para viajar longas distâncias. Idade das Trevas? Marc Bloch defendeu em suas obras que, em termos de tecnologia, a Idade Média não foi inerte, muitas técnicas rurais e artesanais foram difundidas. Parte dessa nova abordagem da Idade Média origina-se da evolução das técnicas de pesquisa, que permitiu resgatar, estudar e analisar, sob um novo olhar, a cultura material, as obras de arte, as informações sobre demografia, as técnicas rurais e artesanais, a alimentação, etc. Aprofundando a visão dos historiadores, passou-se a valorizar o estudo da Idade Média não só com base em documentos escritos, mas também contando com fontes diversificadas – o que é fundamental, considerando-se que pouquíssimas pessoas eram alfabetizadas naquele período e que o conhecimento histórico se faz com base em muitos olhares, vozes, vestígios e registros. IDADE MÉDIA: Onde? É distorcida a ideia de que o mundo inteiro teria passado pelos mesmos acontecimentos ocorridos na Europa. É preciso lembrar que a Idade Média é uma periodização que está circunscrita ao continente europeu, e não a toda a humanidade. Se mudarmos o ponto de vista, poderemos dizer que, durante a Idade Média, a Europa era apenas a “periferia” do mundo muçulmano: tinha uma população relativamente pequena e estava cada vez mais isolada das principais rotas de comércio, que passavam pelo Mediterrâneo oriental. No mundo muçulmano, a Matemática e a Astronomia eram bem mais desenvolvidas que na Europa, e foi a esses conhecimentos que os europeus recorreram, no final da Idade Média, para realizar as navegações pelo Atlântico. IDADE MÉDIA: Onde? Na América, por sua vez, também floresciam civilizações que, posteriormente (século XVI), impressionariam os conquistadores euro peus pela grandiosidade de suas cidades e arquitetura, como a capital dos astecas, Tenochtitlán, atual Cidade do México. É essencial compreender, portanto, que a Idade Média é um período com algumas características homogêneas e que se refere à Europa. Não é uma periodização a ser aplicada a outras regiões do mundo, em bora alguns conceitos – como o de feudalismo, que veremos adiante – possam ser utilizados para analisar circunstâncias históricas parecidas em outros lugares IDADE MÉDIA De 476 d.C (séc. IV) até 1453 (séc. XV) Tomada da capital do Império Bizantino, Constantinopla, pelos turcos-otomanos Queda do Império Romano do Ocidente, DIVISÃO EM PERÍODOS ALTA IDADE MÉDIA 01 BAIXA IDADE MÉDIA 02 COMPREENDIDO ENTRE OS SÉCULOS V AO IX, OU X OU XI OCORRIDO ENTRE OS SÉCULOS IX OU X OU XI AO XV AUGE DO FEUDALISMO/ 2. INÍCIO DO MERCANTILISMO1 . Reinos Germânicos Os povos germânicos tinham uma organização política bem diferente dos romanos. Eles eram organizados em tribos e tinham como líder um rei. Conforme eles foram invadindo aquela localização, foram transformando os territórios em reinos e foram separando vários “Reinos Bárbaros”; A partir do século III, o Império Romano do Ocidente começou a ser invadido por povos germânicos, vindos do norte e do leste do Império. Alguns desses povos se incorporaram à sociedade romana de forma pacífica. Tornaram-se então federados do Império. Foi o caso, por exemplo, dos francos. A partir de 400 d.C., metade dos soldados do Império era formada por germânicos. Reinos Germânicos Os reinos mais importantes que vamos ter nessa época vai ser o dos Ostrogodos, Visigodos e dos Francos. O Reino dos Francos é o mais importante pois durou mais tempo e teve uma extensão de terras muito maior - mais ou menos onde é a França/Alemanha/Itália atuais - características marcantes que se perpetuam até a Idade Média ; Em meados do século IV, chegou ao leste da Europa um povo nômade vindo do Oriente. Eram os hunos, que empurraram os povos germânicos para oeste. Assim, entraram no território romano os ostrogodos, os visigodos, os suevos, os vândalos, e outros. Em 476, Odoacro, rei dos hérulos invadiu Roma e depôs o imperador Rômulo Augústulo. Reino Franco Reino Franco Reinos Germânicos Diversos reinos germânicos se formaram no território ocupado: o Reino Franco na Gália; o Reino Visigodo na península Ibérica; o Reino Ostrogodo na península Itálica, etc. Em 496, Clóvis, rei dos francos, se converteu ao catolicismo e tornou-se aliado da Igreja de Roma A fusão de tradições romanas e germânicas daria origem ao mundo feudal. Esse processo começou com a ruralização da sociedade. Por um lado, as invasões germânicas aceleraram a fuga das pessoas para o campo; por outro, estabeleceu-se a ligação entre o trabalhador e a terra, base da servidão feudal. ALTA IDADE MÉDIA I D A D E M É D I A As migrações bárbaras, que marcaram o fim do Império Romano do Ocidente, não se encerraram em 476 – continuaram ocorrendo durante boa parte da Alta Idade Média. São justamente as invasões, as trocas culturais e o estado de guerra constante na Europaocidental que nos permitem compreender a estrutura econômica e social do período, denominado feudalismo O movimento da população marcou a volta a uma economia rural de subsistência. Devido à instabilidade causada pelas guerras e à concentração da população em comunidades rurais, o comércio entrou em declínio, assim como a utilização de moedas. Para proteger-se da agressão externa, construíram-se castelos e residências fortificadas. I D A D E M É D I A O Reino dos Francos e os outros reinos eram muito instáveis. Eles viviam em conflitos/guerras até +- o século 9 d.C; Um ponto interessante é que a cultura desses reinos foi se misturando aos povos latinos. Isso gerou o feudalismo Ao mesmo tempo, ocorria o fortalecimento do cristianismo que, pouco a pouco, se impunha à nova sociedade em formação. Vários reinos bárbaros converteram-se à doutrina cristã, destacando-se o dos francos Expansão Muçulmana Outros povos que acabam adentrando o território da Europa são os muçulmanos. Eles vem do Oriente Médio (região da península arábica) e vão expandindo seu território ao longo do tempo Essa expansão ocorre tanto por motivos religiosos, de conversão da sua fé, quanto por questões políticas e econômicas. Isso porque sua região era muito pouco fértil, era seca. Então essa população buscava terras melhores para sobreviver Além disso, quem era convertido recebia isenção de impostos (benefícios políticos). Eles invadem e dominam a península ibérica (espanha e portugal atualmente) e assim, chegam à Europa -> ficaram por muito tempo fixados nesse território Expansão Muçulmana - consequências 1. Dinâmica comercial da Europa com o Oriente foi muito afetada. Isso porque o centro do comércio internacional antes era todo ali no mar mediterraneo, só que agora ele havia sido dominado pelos muçulmanos. Então esse comércio vai ser deslocado, de todo o mar mediterraneo que era dominado pelos povos latinos e depois pelos germânicos, agora vai ser só entre o centro e o norte do mar mediterraneo - porque os muçulmanos impediam qualquer tipo de navegação cristã dentro desse mar, na parte em que eles comandavam; 2. Limitação do fluxo de mercadorias - por conta desse primeiro fator. Então as mercadorias (específicas) do lado oriental ou do norte da África, não vão entrar com tanta força no lado ocidental, que não estava sob o domínio muçulmano; Expansão Muçulmana - consequências 3. Diminuição da circulação de moedas - efeito dominó. Por conta desses dois fatores, a população vai focar mais na plantação e menos no comércio. Então o foco passa a ser a agricultura de subsistência e começa-se a não ter necessidade de circular moedas; Por conta dessas invasões que ocorriam, a Alta Idade Média teve algumas características específicas e que vão influenciar no processo do feudalismo. I D A D E M É D I A 1.Diminuição demográfica e comercial - os conflitos fizeram com que a população diminuísse muito; 2. Limitação do comércio; 3. Processo de ruralização - fuga da população que vivia nas cidades ou nas vilas para o campo, como uma forma de se proteger dessas invasões e como forma de sobrevivência - a população se sentia mais segura nesses locais mais afastados CARACTERÍSTICAS DA ALTA IDADE MÉDIA I D A D E M É D I A FEUDALISMO Do séc. V ao XV Durante as conquistas dos povos germânicos, principalmente no Reino dos Francos, ocorreu um processo de doação de terras. Os reis geralmente doavam terras para outros nobres, que faziam parte do exército, que eram militarizados, para que os reis tivessem a fidelidade e apoio dessa nobreza. Então se eles lutassem em uma guerra e conquistassem um grande território, como recompensa o rei doava pedaços de terra para esses nobres - em troca eles deviam fidelidade ao rei, fornecendo o que fosse necessário nas guerras; Esse processo de doação de terras para outros nobres vai acabar enfraquecendo o poder do rei - ele foi perdendo seu poder político aos poucos; FEUDALISMO Do séc. V ao XV Isso porque, esse nobre que recebeu as terras, ele governava/administrava e cobrava os impostos dentro do seu território sem a interferência do rei. Então aos poucos vai acontecer um processo chamado “Descentralização do poder do rei”; Então porque ele fazia isso? de dividir as suas terras? Pela defesa militar, considerando o contexto conturbado que esses povos viviam, valia a pena. Então era bom para todos; Esse processo acabou formando um novo tipo de política, que é o feudalismo. Essa estrutura de poder então acaba sendo transferida para os nobres. Os nobres recebem as terras (que são os feudos) - a doação de terras só acontece de nobre para nobre; FEUDALISMO Do séc. V ao XV O rei ou doador das terras é chamado de suserano. O nobre que recebe as terras é chamado de vassalo. Então é daí que tem-se a relação conhecida como suserania e vassalagem; O vassalo fornecia armaduras, pagava dote da filha do suserano, ia junto em guerras se precisasse, etc - ou seja, tinha muitas obrigações. Mas tudo isso compensava pelo feudo, pois a propriedade de terra ainda era uma condição que possibilitava os privilégios políticos e sociais; Então a nobreza distribuía terra entre a nobreza e ia mantendo os seus privilégios; OBS: O feudo nem sempre era um pedaço de terra, ele poderia ser um cargo/posição política, ou por exemplo uma ponte (que o vassalo poderia cobrar impostos das pessoas que passavam por essa); FEUDALISMO Do séc. V ao XV O rei não poderia ser vassalo de nenhum nobre, pois ele estava acima. Ele só poderia ser vassalo de outro rei. E isso aconteceu, como no caso do rei da França e da Inglaterra; O vassalo, que se torna senhor dessas terras, poderia dividir as suas terras com outro nobre - laços feudais - a nobreza se fortalecendo; Essa divisão toda enfraquece o poder do rei. E é por isso que quando se aborda a Idade Média, costuma-se usar a expressão de que “o rei reina, mas não governa”; A nobreza vivia para a guerra, então quem trabalhava nos feudos eram os servos. Os servos não eram escravos. Eles trabalhavam para o senhor feudal em troca de alimento e moradia, mas não podiam ser vendidos e nem trocados; Eles vivam para a subsistência, geralmente trabalhando com a agricultura e com os animais; Esses servos tinham várias obrigações com o seu senhor. Tinham várias taxas, e cada uma representava um pagamento diferente, para um tipo de obrigação diferente. Exs.: corveia, talha, captação, mão morta, banalidades. Eles pagavam tudo isso, fora os 10% de dízimo para a igreja católica; Os servos sustentavam toda essa sociedade/nobreza; A sociedade feudal era chamada de sociedade estamental No topo da piramide, tinha-se o clero (dividido em Alto Clero - bispos, arcebispos - e baixo clero - monges, padres… e muitos deles viviam quase como os camponeses). No meio da pirâmide vamos ter a nobreza, os guerreiros e senhores feudais. E na base os servos; Essa sociedade tinha como caracteristica a não-mobilidade social. O servo sempre seria um servo porque ele nasceu assim, sua familia era serva… $2.5T Total revenues in 2019 26.67% Increase in students globally Essa estrutura de sociedade estamental, por muito tempo, foi justificada pela igreja católica (que fornecia as bases ideológicas dessa sociedade) da seguinte forma: texto de um bispo da idade média: A casa de Deus, que cremos ser uma, está, pois, dividida em três: uns oram, outros combatem e os outros, enfim, trabalham. Essas três partes que coexistem não sofrem com a sua disjunção; os serviços prestados por uma são a condição da obra das outras duas; e cada uma, por sua vez, se encarrega de aliviar o todo. De modo que essa tripla associação nem por isso é menos unida, e é assim que a lei tem podido triunfar e que o mundo tem podido gozar de paz. (Adalbéron de Laon (c. 1020). Apud LE GOFF, Jacques. A Civilização do Ocidente Medieval. Lisboa: Estampa, 1984. p.45-46.) Por que os servos, que eram maioria, não se revoltavam? Esse texto mostra muito o lugar de cada um nessa sociedade, reforçando essa estrutura, dandouma ideia de conformismo. “os sacrifícios que você fizer aqui na terra serão recompensados após a morte”; No período medieval, a Igreja Católica foi a instituição mais rica/ que tinha mais feudos, durante a Idade Média; Era uma instituição que monopolizava a leitura, a escrita e a cultura. Tudo era produzido e pensado pela Igreja Católica. Então não se tinha muito a ideia de Estado, como vamos ver na Idade Moderna, então tudo era coordenado por essa instituição; A partir do ano 1000, vamos entrando na Baixa Idade Média. Esse é um período de muitas mudanças sociais; BAIXA IDADE MÉDIA Algumas das causas foram: Fim das invasões dos germanos, árabes e vikings - Isso vai dando mais segurança para a população, que começa, em muitos casos, a voltar para as vilas aos poucos; Novas técnicas agrícolas - que davam mais durabilidade para o processo agrícola, otimizavam o processo, gerando assim, um aumento de produção; Excedentes agrícolas que promovem o comércio entre os feudos - o que não acontecia anteriormente, pois a produção era para subsistência; Essas trocas entre os feudos também vai ocasionar a volta das pessoas para a cidade. O crescimento e até o surgimento de novas vilas que não existiam, o que vai acabar trazendo uma mudança na maneira das pessoas pensarem; 1. 2. 3. Os nobres viviam em castelos e os feudos eram cercados por muralhas. Para facilitar o comércio entre os feudos, entre o castelo e a muralha, houve o crescimento dos chamados Burgos. Nesse espaço tinha-se a troca e a venda de diversos produtos. O morador desses burgos era chamado de burguês; Neste momento, a burguesia está ligada ao comércio; Muita gente (servos) se interessou por essa prática, de mudar sua condição de servo para trabalhar com o comércio; Então aos poucos foi se tendo a transformação e constituição de uma nova classe social, que é a burguesia; Outros acontecimentos importantes que ocorreram na Baixa Idade Média e que acabaram modificando essa sociedade feudal foram as Cruzadas. Cruzadas Foram expedições militares de cunho cristão/catolico, com objetivos diversos, que ocorreram principalmente entre os séculos XI e XIII (final da Idade Média); As Cruzadas foram expedições incentivadas pela Igreja Católica, a justificativa de expulsar os muçulmanos da terra santa (Jerusalém) - as terras que Jesus percorreu deveriam pertencer à Igreja Católica e não a essa outra religião; A Igreja incentiva seus fiéis a entrar nesse território e expulsar os muçulmanos de lá; As cruzadas também tinham um objetivo econômico. A ideia era que a burguesia entrasse em contato com o Oriente e conseguisse trazer para a Europa outras mercadorias; esse é o nome atual dado para este evento. Pois eles precisavam cruzar a Europa para chegar até o Antigo Oriente Próximo - Ásia ou também porque os soldados das cruzadas andavam com cruzes no peito. Eles chamavam de Guerra Santa/expedições católicas Contexto: a Europa já não estava legal, então todo o caos foi canalizado no ódio aos mulçumanos; Objetivo principal das primeiras cruzadas: retomar a terra santa (Jerusalém) das mãos dos arábes/mulçumanos, para facilitar também a peregrinação dos cristãos pelas terras onde Jesus andou; Conter o avanço dos mulçumanos e restaurar o cristianismo no Oriente; A burguesia estabelecer novas rotas comerciais; Motivações econômicas, de poder, religiosas e sociais; Oficialmente foram 9 cruzadas - mas isso não significa que não houveram outras; As mais importantes são as 5 primeiras (a 1º não é oficial); A primeira cruzada não é considerada oficial pois foi feita por monges (não tiveram necessariamente a autorização da Igreja para isso); Líder: Pedro, o eremita. Partiram sem formar um grande exército, sem estarem preparados (treinamento militar adequado) e foram derrotados; No meio do caminho das Cruzadas, está o Império Bizantino. Pedro chega até os portões de Constantinopla (capital desse império) e pede ajuda; Nesse momento já estava ocorrendo uma transformação na Igreja Medieval, com uma nova forma de praticar o cristianismo, que era a Igreja Ortodoxa - e ele não teve então ajuda deles; Assim, Pedro e os demais tiveram que acampar fora portões de Constantinopla, foram atacados pelos mulçumanos e morreram; Essa Cruzada é chamada de Cruzada dos Mendigos, pois eles dormiram fora de cidades/casas; Mesmo não sendo oficial, esse evento foi importante pois despertou o interesse da Igreja Católica de Roma de se programar e fazer uma expedição oficial para conquistar Jerusalém; Cruzada dos Nobres (1º cruzada oficial) - nobres se organizaram para poder ir lá; Os nobres estavam em busca de mais poder/mais terras. A Igreja oferecia a salvação para quem fosse nas Cruzadas, como justificativa; A Igreja Cristã Romana fez uma parceria com o Império Bizantino, oferecendo terras se vencessem (pois este império tinha perdido terras para os árabes com a expansão da fé islâmica); Como resultado, eles conseguem reconquistar Jerusalém das mãos dos árabes, em 1096). Então Jerusalém passa a estar sob domínio cristão romano, pois eles enganaram os cristãos do império bizantino (Igreja Cristã Ortodoxa) e não deram a eles nada; Em 1147, houve uma segunda cruzada (de defesa), pois os mulçumanos tentam reconquistar Jerusalém, e assim a Europa passa a enviar soldados guerreiros para controlar/manter o status quo. Por meio do sultão Saladino, os mulçumanos conseguem reconquistar Jerusalém. O infante Dom Afonso Henrique reconquista Lisboa, que tinha sido dominada pelos árabes - derrotam eles na península ibérica; A terceira Cruzada é muito importante, chamada de Cruzada dos Reis. Reis europeus tentaram fazer uma ofensiva aos mulçumanos, para tentar reconquistar novamente a terra santa. Não eram apenas nobres, eram reis de grandes reinos que participaram - Felipe Augusto da França, Frederico Barba Ruiva, do Sacro Império Romano Germanico e Ricardo Coração de Leão, da Inglaterra. Eles foram sofrendo várias derrotas no caminho, pois os mulçumanos estavam muito bem armados e organizados. Eles conseguiram conquistar cidades ao longo do caminho até Jerusalém, mas os reis foram morrendo. No final sobrou apenas Ricardo da Inglaterra; Apesar da conquista de várias cidades ao entorno, a 3º Cruzada não cumpriu o objetivo de conquistar Jerusalém. Faz-se um acordo de que Jerusalém ficaria sob o domínio dos mulçamanos, mas que em determinadas épocas do ano, eles abririam as portas para a peregrinação dos católicos; 4º cruzada oficial - Cruzada Comercial (1202 - 1204) - comerciantes de Veneza, apoiados pela Igreja Católica, invadem Constantinopla e obtém controle comercial do mar mediterraneo; O renascimento italiano é o mais famoso pois as cidades-Estado italianas, que detinham o controle do mar mediterraneo, eram sempre visitadas por diversos povos, o que gerava um enriquecimento cultural No aspecto econômico, as cruzadas foram muito eficientes. Os burgueses conseguiram ter um contato com o Oriente, pegar mercadorias/especiarias e trazer para revender nos burgos; Esse processo traz um crescimento do comércio, a volta da comercialização e de uma maior circulação de moedas, do início das feiras medievais; Outra mudança ocorrida foi com a nobreza feudal. Essa nobreza que foi para as Cruzadas acaba não voltando (deixando os seus feudos abandonados) ou quando volta acaba encontrando um cenário muito diferente no Ocidente; Os servos que estavam ali não aceitam mais viver da mesma forma, pagando inúmeras taxas e sendo explorados. O comércio, as trocas, as mudanças ocorridas foram mostrando para os servos que existiam outras maneiras de viver. Então quando a nobreza volta, ela se depara com várias revoltas camponesas; Crise do Feudalismo Assim, o Feudalismo vai entrando em crise. Esse processo não ocorre de maneira uniforme, da mesma forma em todos os lugares/reinos. Como exemplo, temos que na França, até o séc. XVIII (até a revolução francesa), ainda existia servidão e feudos; Mas em outros lugares da Europa ocorrem mudanças que enfraquecemo feudalismo e geram outro tipo de economia. Houve um período de fome, mortes, e consequente aumento das revoltas camponesas. Somado a isso, aproximadamente no séc XIV, tem-se a propagação da Peste Negra ou Peste Bubônica. Essa doença acaba devastando a população da Europa Ocidental, muita gente morre. Nesse cenário caótico, a população passa a questionar a Igreja Católica e a existência de Deus. Todo esse processo conturbado faz com que a sociedade passe a repensar seu funcionamento Tudo isso, faz com que a nobreza volte a precisar do poder dos reis, que vão ter um exército e conseguir administrar toda essa confusão. Assim, no final da Idade Média e início da Idade Moderna. Questões (ENEM 2015) A casa de Deus, que acreditam una, está, portanto, dividida em três: uns oram, outros combatem, outros, enfim, trabalham. Essas três partes que coexistem não suportam ser separadas; os serviços prestados por uma são a condição das obras das outras duas; cada uma por sua vez encarrega-se de aliviar o conjunto... Assim a lei pode triunfar e o mundo gozar da paz. ALDALBERON DE LAON. In: SPINOSA, F. Antologia de textos históricos medievais. Lisboa: Sá da Costa, 1981. A ideologia apresentada por Aldalberon de Laon foi produzida durante a Idade Média. Um objetivo de tal ideologia e um processo que a ela se opôs estão indicados, respectivamente, em: a) Justificar a dominação estamental / revoltas camponesas. b) Subverter a hierarquia social / centralização monárquica. c) Impedir a igualdade jurídica / revoluções burguesas. d) Controlar a exploração econômica / unificação monetária. e) Questionar a ordem divina / Reforma Católica. ENEM 2018 A existência em Jerusalém de um hospital voltado para o alojamento e o cuidado dos peregrinos, assim como daqueles entre eles que estavam cansados ou doentes, fortaleceu o elo entre a obra de assistência e de caridade e a Terra Santa. Ao fazer, em 1113, do Hospital de Jerusalém um estabelecimento central da ordem, Pascoal II estimulava a filiação dos hospitalários do Ocidente a ele, sobretudo daqueles que estavam ligados à peregrinação na Terra Santa ou em outro lugar. A militarização do Hospital de Jerusalém não diminuiu a vocação caritativa primitiva, mas a fortaleceu. DEMURGER, A. Os Cavaleiros de Cristo. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2002 (adaptado). o acontecimento descrito vincula-se ao fenômeno ocidental do(a) a) surgimento do monasticismo guerreiro, ocasionado pelas cruzadas. b) descentralização do poder eclesiástico, produzida pelo feudalismo. c) alastramento da peste bubônica, provocado pela expansão comercial. d) afirmação da fraternidade mendicante, estimulada pela reforma espiritual. e) criação das faculdades de medicina, promovida pelo renascimento urbano.
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