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ASPECTOS ÉTICOS SOCIECONÔMICOS DO USO DAS NOVAS 
TECNOLOGIAIS NA EDUCAÇÃO 
 
 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
2 
Sumário 
NOSSA HISTÓRIA ..................................................................................................... 3 
INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 4 
CONTEXTO HISTÓRICO ....................................................................................... 6 
INOVAÇÃO ............................................................................................................. 7 
INOVAÇÃO ENTRE O ECONÔMICO E O SOCIAL ............................................... 9 
ÉTICA E MORAL, OU AÇÃO E JUÍZOS .............................................................. 14 
A TECNOLOGIA DENTRO DO CONCEITO DE DESENVOLVIMENTO .............. 19 
IMPACTOS SOCIOECONÔMICOS DA TECNOLOGIA ....................................... 20 
CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................... 22 
REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 24 
 
 
 
 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
3 
NOSSA HISTÓRIA 
 
 
A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, 
em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-
Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo 
serviços educacionais em nível superior. 
A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação 
no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. 
Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que 
constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de 
publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
4 
INTRODUÇÃO 
 
 
Em tempos de tablets e lousa digital, as escolas vivem um novo desafio: capacitar 
professores, pais e alunos para o uso das novas tecnologias como ferramenta para a 
construção de conhecimentos. Não é uma tarefa fácil, pois os cenários que se 
configuram atualmente em nossa sociedade são muito diferentes daqueles vividos 
por pais e professores, considerados imigrantes em nossa sociedade imersa nas 
tecnologias digitais. Orientar os alunos para as possibilidades do uso do computador 
para além dos contatos sociais e das atividades vinculadas ao lazer faz parte dos 
desafios da escola. 
As ciências durante muito tempo foram apresentadas como verdades supremas, 
restritas a poucos eleitos e em conseqüência, as tecnologias, aplicação prática das 
ciências, aparecem como soberanas e em alguns casos como solução para os 
problemas que assolam a vida humana. A escola, co-responsável pela manutenção 
desta visão ingênua e idealizada de ciência, afastou o saber científico do cotidiano 
das pessoas. Tornou o conhecimento posse de uma elite, com currículos que 
valorizaram a memorização de conteúdos pelo aluno sem discussões ou reflexões. 
Currículos que enfatizam o aluno ouvinte e o professor emissor. Como descreve 
Lauro de Oliveira Lima classes com “uma visão criada na Idade Média, quando o 
professor era o único informador disponível, pois não se dispunha sequer de livros”. 
Incluir novos conteúdos ou equipamento para uso didático nas salas de aula, mas 
continuar preso a um modelo de transmissão do conhecimento com aulas meramente 
expositivas, pressupondo um aluno passivo – receptor de conhecimento que serão 
cobrados em avaliações, não contribui para a construção de uma concepção de 
ciência e tecnologia a serviço da cidadania e da felicidade humana. Paulo Freire 
afirmava que conhecemos para: entender o mundo – palavra, significação e mundo; 
para averiguar – o certo e o errado, numa busca da verdade e para interpretar e 
transformar o mundo. 6 O conhecimento é uma ferramenta para modificar o espaço 
 
 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
5 
físico e social que rodeia a pessoa humana. Considera-se, portanto, que cabe a 
escola socializar tanto a ciência - vista como o conhecimento historicamente 
construído e sistematizado, quanto à técnica - entendida como os procedimentos e 
instrumentos criados pelo homem para facilitar sua existência. 
 
Algumas pesquisas realizadas sobre o uso das TICs demonstram sua importante 
influência em transformações ocorridas nas formas de aprender, nas formas de se 
relacionar, nas formas de construir significado e valores. Porém, essas mesmas 
pesquisas alertam que nem sempre essas transformações apresentam resultados 
positivos... Isso pode ser justificado pelo fato de que, apesar de as pessoas que vivem 
em um mundo rodeado pelas novas tecnologias terem um enorme acesso às 
informações, esse fato não garante que essas pessoas disponham de habilidades ou 
saberes necessários para converter essas informações em conhecimento e, 
principalmente, que consigam se posicionar de forma ética frente a diferentes 
demandas. 
 
Comunicar-se com os pares sempre se configurou como uma necessidade 
fundamental para que o conhecimento pudesse ser transmitido a outras gerações. O 
fogo não precisou ser "descoberto" ou "reinventado" a cada geração, uma vez que as 
técnicas para obtê-lo foram transmitidas entre as pessoas e, consequentemente, 
aprimoradas. Na era das TICs, a comunicação atinge outro patamar. Não cabe mais 
se contentar com a comunicação com o colega ao lado, ou da sala ao lado. A 
comunicação envolve estudantes de escolas diferentes, que podem habitar cidades 
diferentes, em países diferentes. A comunicação envolve a troca de informação entre 
professores que vivenciam contextos semelhantes ou muito diferentes e, assim, por 
meio da reflexão decorrente da troca de informações, há um aprimoramento da ação 
docente. A premissa de que conhecimento é para ser socializado atinge níveis não 
pensados antes. Por outro lado, a busca pelo registro de patentes cresce de forma 
 
 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
6 
diretamente proporcional, pois algo escrito ou criado hoje pode, em pouco tempo, 
fazer parte do repertório de outra pessoa. 
 
Dessa forma, a escola se depara com seu maior desafio: educar para a ética nas 
relações pessoais e virtuais, para a ética no uso e compartilhamento de informações, 
para a ética no uso e exploração das TICs. Educadores envolvidos com essas 
questões fazem parte, certamente, do grupo de profissionais que poderá fazer 
diferença no novo paradigma educacional do nosso século! 
CONTEXTO HISTÓRICO 
Desde o início das civilizações o homem foi impelido por sua curiosidade a inventar. 
Inventou o fogo, a roda, a máquina a vapor e todas as invenções vinham de encontro 
as suas necessidades de sobrevivência ou atendiam aos seus desejos. Quanto mais 
criava, mais se sentia impelido a criar e inventar sempre mais coisas que lhe 
facilitassem a vida e oferecessem mais conforto e beleza à sua existência. Chegou-
se ao computador, ao descartável; a descoberta do genoma humano, a clonagem em 
laboratório de cópias idênticas a criatura original, a pesquisa para cura de doenças 
com embriões humanos...Enfim nos últimos cinqüenta anos a humanidade deu um 
grande salto evolutivo em termos científicos e tecnológicos. 
Visando a melhor compreensão do que se entende por educação ética para o uso 
das NTIC situa-se a moral como campo das intenções e a ética como a campo das 
açõese de suas conseqüências e para fundamentar esta afirmação conceitua-se 
Ética e Moral sob o ponto de vista histórico filosófico para que se possa trazer para a 
prática escolar uma concepção que direcione o agir didático pedagógico. Para tanto, 
nos parágrafos seguintes, apresenta-se uma síntese dos estudos de Adolfo Sanchez 
VASQUEZ e Marilena CHAUÍ, de acordo com as obras: Ética e Introdução a Filosofia. 
Neste capítulo reflete-se sobre o suporte filosófico para a educação ética de uso das 
NTIC, fundamentando os conceitos de ética e moral que embasam este trabalho; o 
desenvolvimento destes conceitos e as condições para o exercício ético sob a ótica 
da filosofia. Neste mundo virtual, acelerado pela facilidade e velocidade na 
 
 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
7 
transmissão de informações e também nas possibilidades de comunicação entre as 
pessoas surgem questionamentos acerca das condutas e comportamentos durante o 
uso destas tecnologias da informação. 
 
“Somos seres passionais, nossas paixões nos tornam o que somos. Nós temos 
paixões, amor, ódio, cólera, tristeza, alegria, vingança, generosidade... E as paixões 
agem sobre nosso caráter, produzindo resultados inesperados. Os povos antigos 
ilustravam isto com a metáfora de um barquinho a deriva na tempestade. Um 
barquinho sobe, desce, é arrastado pelos ventos sem destino. Porque nossas paixões 
fazem isto com nosso caráter é preciso a educação da nossa vontade. Receber uma 
formação racional, nos ajuda a escolher entre o bem e o mal. A ética é a educação 
da nossa vontade pela razão para a vida justa, bela, feliz, e é a isto que estamos 
destinados: a felicidade”. Marilena Chauí. 
INOVAÇÃO 
A inovação é um conceito que vem adquirindo grande espaço nas Ciências Sociais. 
A partir dos anos 90, diversos autores passaram a discutir as articulações das novas 
tecnologias informáticas e biológicas com os processos reprodutivos, o financiamento 
estatal e as condições ambientais, para dar alguns exemplos (Maciel, 1996; Martins, 
2003; Castells, 2003; Trigueiro, 2002; Latour, 2000). 
A questão da inovação parece orientar os últimos dez anos do sistema educacional. 
Existe uma ânsia por vocábulos que confiram às salas de aula ares de novidade e 
com isso de modernidade. O novo chega sem ser construído, como um produto 
fragmentado de políticas das mantenedoras e não da busca de melhoria pela 
comunidade escolar, sem a devida reflexão acerca da importância e da necessidade 
desta novidade pela comunidade. 
Não que inovar não seja bom e necessário, mas como afirma DEMO “só inova, quem 
sabe inovar-se. Não é factível que um sujeito inove permanecendo ele mesmo, o 
mesmo”. Considera-se, pois que a inovação pela inovação, para conferir ares de 
 
 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
8 
modernidade aos espaços escolares sem que a prática pedagógica e as atividades 
curriculares sejam discutidas não produz inovação. (DEMO, 2000, p. 20). 
Não que inovar não seja bom e necessário, mas como afirma DEMO “só inova, quem 
sabe inovar-se. Não é factível que um sujeito inove permanecendo ele mesmo, o 
mesmo”. Considera-se, pois que a inovação pela inovação, para conferir ares de 
modernidade aos espaços escolares sem que a prática pedagógica e as atividades 
curriculares sejam discutidas não produz inovação. (DEMO, 2000, p. 20). 
Uma coisa nova não é necessariamente uma novidade. Pode-se ter uma coisa nova 
e não inovar em nada o ambiente em que se vive. Por exemplo, ao comprar uma 
carroça, novinha, recém construída pelo artesão tem-se uma peça nova, porém não 
se tem uma novidade em meios de transporte. Ao inserir computadores numa escola 
para uso em laboratórios ou em salas de aula, ou ainda como pensam alguns, 
espalhados pelos corredores da escola tem-se uma coisa nova e de certa maneira 
uma novidade em termos de recursos didáticos, mas não necessariamente inovação 
na prática pedagógica. 
Discutir o uso das tecnologias dentro das salas de aula de educação básica, passado 
o deslumbramento inicial de alguns professores - que vêem nos computadores a 
solução para as deficiências do sistema escolar, ou a resistência de outros - que 
consideram que as escolas têm outras prioridades tais como professores capacitados, 
salários, equipamentos básicos, instalações físicas, etc, é uma busca de intervenção 
ética para dar sentido à ciência e a tecnologia. 
O conhecimento deve constituir-se numa ferramenta para intervir no mundo, e este 
processo se dá a partir do diálogo reflexivo do aluno com as NTIC. A exigência de 
novos padrões de produtividade e competitividade em função dos avanços 
tecnológicos, a visão de que o conhecimento é matéria prima das economias 
modernas e que a evolução tecnológica vem afetando não apenas os processos 
produtivos, mas também as formas organizacionais, as relações de trabalho e a 
maneira como as pessoas constroem o conhecimento requerem um posicionamento 
dos professores. 
 
 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
9 
Este posicionamento deve estar voltado não apenas para a ação, para sua prática 
pedagógica, mas antes de tudo, para uma reflexão acerca destas mudanças e as 
conseqüências disto para a vida humana. A escola tem o papel social de difundir e 
ampliar as perspectivas culturais, econômicas e sociais das pessoas. Por experiência 
sabe-se que as pessoas, especialmente as pessoas que fazem uso da escola pública, 
acreditam na escola como alavanca para a instrumentalização dos indivíduos para a 
vida em sociedade. 
 
 
Usar computadores sem mexer qualitativamente com a rotina da escola, do professor 
e do aluno, é mudar apenas a aparência das salas de aula. Interferir no ambiente de 
aprendizagem como um todo é segundo Cysneiros uma proposta de reflexão onde é 
importante “realizar com os próprios alunos, um trabalho de leitura crítica da 
realidade, discutindo-se as limitações e vantagens do que é ensinado e aprendido 
(com ou sem as NTIC)8 e dos possíveis usos de tal conhecimento no trabalho e na 
sociedade” enfim na vida individual e coletiva. (CYSNEIROS, 1998, p.08). 
INOVAÇÃO ENTRE O ECONÔMICO E O SOCIAL 
 
A disciplina econômica foi a que sem dúvida deu o maior impulso à construção da 
agenda da inovação. As elaborações de Joseph Schumpeter, no início do século XX, 
tiveram um impacto considerável no debate sobre transformações tecnológicas e 
desenvolvimento econômico. Segundo ele, as novas combinações de produtos e 
processos produtivos de uma empresa repercutem diretamente em seu desempenho 
financeiro. O comportamento empreendedor, com a introdução e ampliação de 
inovações tecnológicas e organizacionais nas empresas, constituiu um fator essencial 
para as transformações na esfera econômica e seu desenvolvimento no longo prazo 
(Schumpeter, 1982). 
 
 
 
 
 
 
 
 
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10 
De grande destaque nas últimas décadas, a perspectiva schumpeteriana de análise 
levou à formulação de diversos modelos de inovação e projeções macroeconômicas. 
O cruzamento de informações sobre patenteamento de produtos e investimentos 
públicos e privados na área tecnológica permitiu a elaboração de fórmulas e modelos 
para se avaliar os efeitos do mercado sobre as práticas de inovação, a célebre 
problemática da indução pela demanda (Flichy, 1995). 
O termo inovação foi cunhado no âmbito da OCDE nos anos 70 com vistas a promover 
uma interação mais efetiva entre o setor produtivo e as áreas de Pesquisa e 
Desenvolvimento (P&D). Isso ocorreu no momento em que a abertura de mercados 
e o aumento da competitividade internacional incitaram empresas e governos a 
estabelecerem sinergias envolvendo pesquisa tecnológica e política industrial, para a 
manutenção das taxas de crescimento econômico. Christopher Freeman defende que 
o processo inovativo deve propiciar as condições para que empresa e governo 
estabeleçam intercâmbios de recursos e informações para efetivar um bom 
desempenho na economia internacionalfrente às oscilações de mercado e ameaças 
da concorrência. (Ver Freeman, 1992; 1982.) 
Diferentes perspectivas de análise foram construídas para se lidar com a questão da 
inovação. Uma das primeiras vertentes da pesquisa sobre inovação foi a teoria da 
hélice tripla, que se propunha a entender os processos inovadores a partir da 
conjugação de três segmentos: empresas, universidades e o Estado. O encontro 
entre pesquisadores, formuladores de políticas e empresários garantiria o 
desenvolvimento de empreendimentos cruzados de atividade científica e tecnológica. 
O grande problema enfrentado pelas análises baseadas na perspectiva tradicional da 
hélice tripla é que elas atendiam geralmente a inovações pontuais e específicas. 
Dava-se dessa forma uma grande ênfase nos produtos gerados pela atividade 
tecnológica, os setores produtivos (clusters), e sua capacidade de entrada no 
mercado, independentemente dos formatos institucionais subjacentes a cada 
processo de inovação e os impactos sociais decorrentes (Maciel, 2001). 
 
 
 
 
 
 
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11 
A partir dos anos 80, os economistas passaram a mudar o enfoque de análise. Os 
produtos específicos a serem desenvolvidos e os efeitos da oferta de recursos e da 
demanda de trabalho na indução à inovação deixam de representar o centro das 
atenções da prática inovativa. Com a globalização da economia e a flexibilização dos 
formatos organizacionais envolvendo empresas, agências estatais e centros de 
pesquisa, a formação e desenvolvimento de redes e os sistemas nacionais de 
inovação passam a ser temas centrais para os pesquisadores (Freeman, 1992; 
Cassiolato & Lastres, 2000). Outro tema saliente sobre a questão da inovação 
consiste na referência recorrente à problemática do desenvolvimento. 
 
A partir do viés schumpeteriano, os teóricos do crescimento reduziram a questão da 
inovação a gastos com P&D e capital humano à busca de modos de projetar e 
produzir bens a partir da referência dos próprios agentes produtivos, o que mantém a 
ênfase na pesquisa industrial e no comportamento empresarial como liderança na 
prática inovativa (Mowery & Rosenberg, 2005). 
A perspectiva incremental dessas abordagens trata o processo de avanço tecnológico 
como algo dado e incontestável, para o qual governos, institutos de pesquisa e 
empresas devem confluir. (Nicolas & Mytelka, 1994: 7) A partir dos anos 80, os 
cientistas sociais têm debatido os problemas da visão econômica sobre o processo 
inovativo e uma das questões centrais repousa nas relações que se estabelecem 
entre desenvolvimento e inovação. Toda inovação implica necessariamente em 
desenvolvimento? Ou inversamente: a concepção vigente de desenvolvimento 
econômico e social pode servir de parâmetro para se avaliar processos inovadores? 
Essas são perguntas que de diferentes formas têm instigado os cientistas sociais e 
filósofos interessados na problemática da inovação tecnológica. 
Um primeiro problema que se coloca na relação entre inovação e desenvolvimento é 
que este último se ancora em um postulado ontológico, o qual se torna essencial e 
normativo para as sociedades modernas. A ideologia desenvolvimentista que vigorou 
no ideário econômico e político do Pós-Guerra possibilitou a normatização da prática 
 
 
 
 
 
 
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social em torno de preceitos como crescimento, avanço ou modernização. Esse ideal 
de desempenho econômico e social foi estabelecido como a expressão dominante 
dos enfoques econômicos e políticos durante várias décadas, tendo como exemplo a 
teoria da dependência, os trabalhos da Cepal e as teorias do crescimento. 
 
 
O problema do desenvolvimento, apesar de apresentar diversos limites e 
contratendências, adquire um estatuto de existência que se torna inquestionável. É 
possível discutir as variáveis do crescimento econômico e os fatores estruturais de 
estagnação e recessão através de modelos e escalas, mas a ocorrência própria do 
desenvolvimento, enquanto forma cumulativa, linear e contínua de desempenho 
produtivo é indiscutível dentro da tradição econômica e sociológica das últimas 
décadas (Nicolas & Mytelka, 1994). 
A imagem abaixo ilustra O papel do professor diante das novas tecnologias no 
processo educativo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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13 
 
 
 
 
 
( Fonte: https://escolasexponenciais.com.br/desafios-contemporaneos/o-papel-do-professor/) 
 
https://escolasexponenciais.com.br/desafios-contemporaneos/o-papel-do-professor/
 
 
 
 
 
 
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14 
ÉTICA E MORAL, OU AÇÃO E JUÍZOS 
 
 
Tem-se a impressão de que diante de tantas transformações no modo de viver 
humano a ética ocupa parte significativa dos discursos e preocupações das pessoas 
e por isto mesmo ética e moral são comumente palavras utilizadas como sinônimos. 
Parece que as pessoas associam o termo ética a comportamentos e/ou ações que 
são julgadas como socialmente corretas em determinados contextos. Situam-se as 
ações humanas como boas ou más, pautando-as de acordo com os princípios éticos 
vigentes. 
O comportamento humano prático-moral, ainda que sujeito à variação de uma época 
para outra e de uma sociedade para outra, remonta até as próprias origens do homem 
como ser social. Os homens não só agem moralmente, mas também refletem sobre 
esse comportamento prático e o tomam como objeto da sua reflexão e de seu 
pensamento. 
A diferença dos problemas práticos morais, os éticos são caracterizados pela sua 
generalidade. Decidir e agir numa situação concreta são um problema prático-moral; 
mas investigar o modo pelo qual a responsabilidade moral se relaciona com a 
liberdade e o determinismo ao qual nossos atos estão sujeitos é um problema teórico, 
cujo estudo é de competência da ética. 
A ética nos ajuda a situar no devido lugar a moral efetiva, real, de um grupo social 
que tem a pretensão de que seus princípios e suas normas tenham validade universal, 
sem levar em conta necessidades e interesses concretos. É teoria, investigação ou 
explicação de um tipo de experiência ou forma de comportamento dos homens, o da 
moral. O valor da ética como teoria está naquilo que explica, e não no fato de 
prescrever ou recomendar com vistas à ação em situações concretas. 
Não cabe a ética formular juízos de valor sobre a prática moral de todas as sociedades 
de todas as épocas, em nome de uma moral universal, deve antes de tudo, explicar 
 
 
 
 
 
 
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15 
a razão de ser desta pluralidade e das mudanças de moral, isto é, esclarecer o fato 
dos homens terem recorrido a práticas morais diferentes e até opostas em diferentes 
lugares e momentos históricos. 
A ética não cria a moral, conquanto seja certo que toda moral supõe determinados 
princípios, normas ou regras de comportamentos, porém não é a ética que os 
estabelece na comunidade. A ética é a ciência da moral. As proposições da ética 
devem ter o mesmo rigor, a mesma coerência e fundamentação das proposições 
científicas. O objeto de estudo da ética é constituído dos atos conscientes e 
voluntários dos indivíduos que afetam outros indivíduos, determinados grupos sociais 
ou a sociedade em seu conjunto. 
Ética e moral se relacionam. Moral vem do latim mos ou mores, “costumes”, e indica 
o conjunto de normas ou regras adquiridas por hábito. Ética vem do grego ethos, e 
significa analogamente, “modo de ser” ou “caráter”. Ao definir-se ética como um 
conjunto sistemático de conhecimentos racionais e objetivos a respeito do 
comportamento humano moral, entende-se que a ética estuda um tipo de fenômeno 
que se verifica na vida do homem como ser social. 
O comportamento moral é próprio do homem como ser histórico, social e prático, isto 
é, como ser que transforma conscientemente o mundo que o rodeia; que faz da 
natureza externa um mundo à sua medida humana, e que, desta maneira transforma 
a própria natureza. 
A éticarelaciona-se estreitamente com as ciências do homem, visto que o 
comportamento moral é uma forma específica do comportamento do homem, que se 
manifesta em diversos planos: psicológico, social, prático-utilitário, jurídico, religioso 
ou estético. Somos seres morais e as comunidades humanas sempre criaram 
sistemas de valores e normas para possibilitar a convivência social, porque somos 
seres não determinados pela natureza ou pelo destino (Deus). 
A consciência ética surge com a “desconfiança” de que os valores morais da 
sociedade – ou individuais – encobrem algum interesse particular inconfessável ou 
 
 
 
 
 
 
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inconsciente que rompe com as origens da moral. Não é possível pertencer a um 
grupo social sem compartilhar da mesma maneira de ver as coisas, dos mesmos 
valores e normas morais, da mesma linguagem e outras tantas coisas importantes na 
convivência social. Assim, as novas gerações iniciam seu relacionamento com o 
mundo interiorizando a cultura estabelecida como algo “dado”. 
A partir e dentro deste mundo dado dão suas contribuições ao processo social da 
construção da realidade humana gestando novas perguntas e novas soluções para 
as situações e para problemas novos. Assim, surgem novas técnicas que não 
conflitam com os valores e modelos estabelecidos pelo grupo social e também 
mudanças paradigmáticas, ou sejam, aquelas que alteram os principais valores, 
princípios e modelos de funcionamento estabelecidos. Alteram a vida do grupo. 
O momento atual do desenvolvimento científico e tecnológico provoca uma mudança 
radical no modo de viver humano, tanto em nível pessoal quanto social. Os seres 
humanos, por causa da sua condição biológica, criam um conjunto de instrumentos 
materiais e espirituais (cultura para construir um mundo humano). Esta cultura se 
objetiva e passa a interferir e ter um poder normativo e coercitivo sobre os membros 
da comunidade. 
As novas gerações interiorizam esta cultura e assimilam este modo de organizar o 
mundo humano como a realidade e se exterioriza reproduzindo a ordem estabelecida. 
A reprodução desse processo dá as pessoas um forte sentimento de segurança e de 
normalidade, o que as leva a rejeitar o diferente e as novidades que questionam e 
conflitam com a ordem estabelecida. Nas sociedades tradicionais a ordem 
estabelecida era legitimada pela religião. O sistema moral tinha uma força coercitiva 
divina para justificar a reprodução da ordem vigente e na repressão a todas as 
tentativas de inovação e liberdade. 
Nas sociedades modernas surge o mito do progresso onde se valoriza o indivíduo em 
detrimento da coletividade. A esperança do paraíso é deslocada do céu para o futuro 
e o progresso técnico científico é posto como o paraíso para a realização de todos os 
desejos individuais. O novo passa a ser sinônimo de melhor. A ordem passa a ser 
 
 
 
 
 
 
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legitimada não mais pela religião, mas pelo mito do progresso técnico, separando as 
ciências e a ética. As discussões sobre o sentido da vida, a solução dos conflitos 
inerentes a condição humana e a convivência social, a tensão entre o ser e o dever 
ser não podem ser reduzidas a um problema meramente técnico. 
As pessoas continuam buscando respostas às perguntas fundamentais da vida 
pessoal e coletiva. O futuro não é mais algo distante e indefinido. As perspectivas de 
conforto doméstico e empresarial apontadas antes pelos livros de ficção científica 
fazem parte hoje do cotidiano humano. Buscar solucionar os conflitos que se criam 
em torno desta nova face do dia a dia atual é a problemática do ser humano. Buscar 
respostas sobre como estabelecer normas para o viver e o conviver com situações 
que desestabilizam as regras antes legitimadas pelo mito do progresso é o anseio de 
cada um. 
 
Viver e conviver num mundo onde não existem distâncias ou fronteiras, onde estar 
aqui e poder ir a qualquer lugar virtualmente e estabelecer o certo e o errado nesta 
convivência é o questionamento da atualidade. Toda cultura e cada sociedade 
instituem uma moral, ou seja, os valores que definem o bem e o mal, a conduta correta 
e o proibido. Porém, a existência de valores morais não implica a existência de uma 
ética, ou seja, de uma reflexão crítica que discuta e problematize os valores morais. 
Para poder entender estes pontos recorre-se ao entendimento grego, ou seja, aos 
fundamentos filosóficos para a conceituação de ética e moral. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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(Fonte: https://www.sabedoriapolitica.com.br/products/etica-e-ciencia/) 
https://www.sabedoriapolitica.com.br/products/etica-e-ciencia/
 
 
 
 
 
 
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A TECNOLOGIA DENTRO DO CONCEITO DE DESENVOLVIMENTO 
 
 
Nação moderna alguma pode manter-se independente, mesmo no sentido escrito de 
independência política se não tiver algum controle sobre as realidades dialéticas do 
mundo altamente interdependente de nossos dias. A tecnologia é uma dentre essas 
realidades e das mais significativas. Atualmente, 98% dos recursos para tecnologia 
encontram-se com os países desenvolvidos, e o gap tecnológico tende a aumentar. 
Entretanto, controle pressupõe uma organização que o exerça. No caso particular da 
tecnologia, sem o concurso de grandes organizações tecno-burocráticas voltadas 
primordialmente para esse fim e aptas a criar, promover a criação ou mesmo a 
transferência em "massa" de tecnologias voltadas aos interesses nacionais, tal 
controle será extremamente precário e a nação perderá o domínio sobre seu "setor 
tecnológico", deixando a outros decisões estratégicas de suma importância para a 
futura evolução económica, política e social. 
Da análise retrospectiva da ação do Estado, em seus esforços para prover o Brasil 
das pré-condições necessárias à criação ou transferência de tecnologia, somos 
levados a concluir que: 
- Existe falha no sistema de estímulos credití cios, resultante, principalmente, da má 
aquilatação (normalmente para menos) dos prazos de retorno de investimentos 
realizados no setor. 
- Inexiste, a nível privado ou estatal, uma tecnoburocracia em quantidade e qualidade 
adequadas. 
- Não se cogitou a necessidade de "mercados garantidos" para alguns setores 
industriais nacionais ainda incipientes (não confundir com ineficientes). Esta, talvez, 
a omissão mais grave. 
 
 
 
 
 
 
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- São deficientes a comunicação e entrosamento entre as empresas estatais e 
aquelas do setor privado. As primeiras representam um dos canais mais importantes 
de transferência de tecnologia. Quando concluem pela necessidade de se adotai nova 
tecnologia, somente então dão disto conhecimento às empresas nacionais e 
multinacionais, através de um edital de concorrência. Nestas circunstâncias, as 
empresas nacionais têm pouca possibilidade de concorrer com as multinacionais, por 
contar com recursos menores - seja na área de recursos financeiros, seja naquela de 
recursos humanos (tecnológicos) - para, mesmo com o auxílio dos institutos de 
pesquisa, desenvolver a tecnologia necessária, dentro do prazo requerido. Desta 
forma, a empresa nacional já se encontra previamente alijada da concorrência. 
Resulta, por esse motivo entre outros, via setor privado e estatal, faltar demanda aos 
institutos de pesquisa, que os orientasse no sentido de pesquisas coerentes com a 
realidade tecno-econômica nacional. Passam estes institutos a se dedicar à pesquisa 
pura, que pouco ou quase nada tem a ver com a etapa de desenvolvimento tecno-
econômico que o país atravessa. 
 
 
IMPACTOS SOCIOECONÔMICOS DA TECNOLOGIA 
 
 
Os tempos modernos impõem a utilização generalizada de novas tecnologias de 
informação nos mais diversos setores da sociedade. Fazem assim com que 
indivíduos de diferentes níveis sócioeconômicos e culturais convivam com um grande 
número de modernos produtos que o desenvolvimentocientífico e tecnológico coloca 
à disposição dos mesmos. No entanto, as tecnologias de informação geram 
diversidades e mudanças na sociedade, provocando diferentes impactos e exigindo 
uma nova postura por parte dos indivíduos diante dos novos cenários então 
vivenciados. 
 
 
 
 
 
 
 
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Observa-se no processo cíclico descrito por Toffler a importância e a influência das 
tecnologias de informação na sociedade. O ciclo sugere que as novas tecnologias de 
informação tendem a provocar mudanças nos hábitos, comportamentos, atitudes e 
oportunidades do indivíduo com reflexo para a sociedade como um todo. Lau-Noriega 
(1990) acrescenta a essa discussão que a economia dos países desenvolvidos está 
baseada, hoje, nas indústrias de serviços, as quais representam uma outra revolução 
iniciada por esses países — que iniciaram também, segundo o autor, a transformação 
industrial do mundo — com bons resultados graças às tecnologias de informação. 
A despeito contudo dos indiscutíveis efeitos dessas tecnologias sobre a economia 
das nações e sobre as relações econômicas internacionais, são os impactos sociais 
que parecem constituir o aspecto mais relevante do estudo dessas questões por parte 
dos profissionais de informação, devendo ser objeto de estudo cuidadoso por parte 
destes que, por sua vez, têm grande responsabilidade pela sua utilização efetiva. 
Doctor (1992) em sua revisão de literatura sobre o tema tecnologia e sociedade, cita 
alguns pesquisadores que abordaram essa questão em seus estudos, comentando 
que o ponto comum em todas as pesquisas - cujo enfoque principal consiste na idéia 
de que a tecnologia não tem significado fora do contexto social - é que tecnologia e 
sociedade interagem, desenvolvendose conjuntamente, à medida que uma afeta o 
desenvolvimento da outra. Exemplo dessa interação é o advento das chamadas 
Sociedades da Informação, cujo componente tecnológico é bastante presente e 
acentuado. Webster (1994) argumenta que a definição mais comum de sociedade da 
informação enfatiza a questão da inovação tecnológica, onde o principal aspecto tem 
sido a redução nos custos de computadores, cujas aplicações, segundo o autor, estão 
"em qualquer lugar e em todos os lugares": carros, cozinhas, brinquedos, fábricas, 
televisão, relógios, máquinas etc. 
Sendo as tecnologias de informação hoje uma combinação de processamento 
eletrônico de dados e telecomunicações, é importante ressaltar a necessidade do 
conhecimento nessas duas áreas para o desenvolvimento, assimilação e utilização 
 
 
 
 
 
 
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das mesmas. A palavra tecnologia, convém lembrar, tem um componente cada vez 
mais crescente de conhecimento, como já foi visto em Barreto (1994). Maia et ai 
(1991) descrevem um fluxo em que o conhecimento, ao mesmo tempo que possibilita 
a produção científica e tecnológica, capacita para a assimilação e o desenvolvimento 
de novas tecnologias 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
A tecnociência contemporânea está em contínua ebulição, de modo que os 
conhecimentos acumulados anteriormente não são necessariamente pré-condição 
para a formulação de novos projetos tecnológicos. O ritmo do progresso tecnológico, 
por seu caráter difuso e anárquico, em muitos momentos se sobrepõe aos critérios 
de competitividade econômica. As empresas precisam atentar mais ao ritmo 
acelerado das inovações do que aos produtos 
 
As tendências atuais do desenvolvimento tecnológico apontam para o caráter difuso 
e imprevisível que os processos e arranjos setoriais estão adquirindo. Não é mais 
possível projetar de forma calculada e precisa as articulações possíveis de 
desenvolvimento tecnológico em uma era de aceleração contínua e auto-referente 
(Martins, 2003). 
 
A evolução de uma linhagem técnica ocorre mediante o aperfeiçoamento dinâmico 
dos objetos técnicos, que se dá não em sua concepção e funcionalidade, mas dentro 
de sua própria realização. O caráter empírico e experimental do fazer técnico exige 
uma aproximação constante dos homens com seus respectivos objetos, o que não 
pode ser substituído por uma concepção abstrata de capital social, distante da 
realização dos artefatos técnicos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Está se tornando mais claro para os cientistas sociais atuais a necessidade de uma 
aproximação crescente entre os pesquisadores e a prática tecnológica concreta. Não 
é mais possível tratar a problemática tecnológica de forma exógena, condenando ou 
aceitando os artefatos ou processos técnicos sem uma visão contingencial e 
intrínseca às suas manifestações. A crítica de determinados filósofos da tecnologia 
aos autores da Escola de Frankfurt, por exemplo, refere-se exatamente a um 
diagnóstico geral e abstrato ao desenvolvimento técnico, sem levar em conta as 
especificidades e montagens concretas dos objetos e seu entorno (Feenberg, 1999). 
Há necessidade de uma aproximação entre a inovação enquanto conhecimento, e o 
conhecimento enquanto vivência técnica e cultural. A experimentação técnica 
representa a condição para a construção da inovação, tanto em suas dimensões 
culturais como operatórias. Nesse sentido, os diversos atores sociais são percebidos 
como atuantes diretos na definição dos rumos da inovação tecnológica. Faz-se 
necessário investir em ferramentas analíticas abertas o suficiente para que a inovação 
seja decodificada em suas diversas manifestações, culturais e tecnológicas. 
Não apenas os agentes econômicos e científicos são capazes de determinar a prática 
tecnológica, mas também os atores sociais. Mas esses atores são incapazes de se 
apropriar do processo inovativo sem uma articulação qualificada com a tecnicidade. 
A circulação de conhecimento no mundo contemporâneo ocorre mediante a 
apropriação diversa dos artefatos técnicos por parte dos agentes coletivos, o que por 
sua vez demanda uma aproximação da cultura com a técnica (Simondon, 1989). 
A tendência em se sobrevalorizar a gestão do conhecimento leva a se focar 
preponderantemente a forma e não o conteúdo da dinâmica inovativa. Corre-se o 
risco de exagerar o papel da gestão empresarial e tecnológica em detrimento da 
análise da prática dos agentes tecnológicos e leigos em suas interações. 
 
 
 
 
 
 
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REFERÊNCIAS 
 
 
http://www.posugf.com.br/noticias/todas/2341-aspectos-eticos-e-socio-economicos-
do-uso-das-novas-tecnologias-na-educacao 
http://www.inf.ufsc.br/~edla.ramos/orientacoes/trautmandagmar.pdf 
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-75901977000500005 
http://www.scielo.br/pdf/ln/n66/29087.pdf 
https://www.brapci.inf.br/_repositorio/2010/03/pdf_03146e4bbf_0008921.pdf 
 
 
 
 
 
http://www.posugf.com.br/noticias/todas/2341-aspectos-eticos-e-socio-economicos-do-uso-das-novas-tecnologias-na-educacao
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https://www.brapci.inf.br/_repositorio/2010/03/pdf_03146e4bbf_0008921.pdf

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