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TRABALHO - CIDADANIA E DIREITOS HUMANOS

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TIAGO SCHUH BECK 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CIDADANIA E DIREITOS HUMANOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Santa Maria 
2015 
INTRODUÇÃO 
 
Tendo como escopo de estudo Cidadania e Direitos Humanos, o objetivo geral desta 
pesquisa é analisar a evolução dos direitos humanos com o passar dos tempos, bem como suas 
diferentes dimensões, além de mostrar o que se entende por direitos humanos nos dias atuais. 
Desta forma, de modo a contextualizar o tema, em um primeiro momento será 
analisado os principais marcos históricos que contribuíram para a evolução dos direitos 
humanos, destacando-se a Constituição dos Estados Unidos, a qual o povo passou a delegar 
poder a seus representantes, bem como o término da Segunda Guerra Mundial, período em 
que ocorreu o Tribunal de Nuremberg, o qual foi fundamental para a internacionalização dos 
direitos humanos. 
Logo após, trar-se-á o conceito de direitos humanos, destacando-se a Declaração 
Universal dos Direitos Humanos, a qual tem uma importância mundial, apesar de não obrigar 
juridicamente que todos os Estados a respeitem. Em seguida, estabelecera-a uma distinção 
entre direitos humanos, direitos fundamentais e direitos dos homens. Após isso, será feita uma 
relação entre direitos humanos e Cidadania. 
Depois, analisar-se-á as diferentes dimensões dos direitos humanos, com destaque 
para os Direitos Trabalhistas, decorrentes da segunda dimensão. 
Por fim, serão analisados dois casos de violações aos direitos humanos, ocorridos no 
Brasil 
Como técnica de pesquisa será utilizada a bibliográfica, mediante a leitura de artigos, 
livros, periódicos e demais materiais já publicados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 3 
1 MARCOS HISTÓRICOS 
 
“A evolução histórica dos direitos inerentes à pessoa humana também é lenta e 
gradual. Não são reconhecidos ou construídos todos de uma vez, mas sim conforme a própria 
experiência da vida humana em sociedade [...]1”. 
 
1.1 Código de Ur-Nammu 
 
Pertencente à suméria, o código de ur-nammu traz o princípio da reparabilidade, 
equivalente atualmente aos chamados danos morais. 
 
1.2 Código de Hamurabi 
 
Surge com o intuito de disciplinar a vida em sociedade Assírio/Babilônica. Apesar 
de ser visto como opressor, na época foi uma conquista, em virtude de que não havia regras 
até então. Também, estabelecia a divisão de classes. 
Já, quanto às leis criminais, vigorava a “lex-talionis”, conhecida como “olho por 
olho, dente por dente”. 
 
1.3 Lei das Doze Tábuas 
 
A Lei das Doze Tábuas foi um conjunto de regras da vida do povo Romano, 
compiladas e publicadas por Justiniano, tendo sido escritas pelos magistrados da época. Sua 
influência se deu no Direito Moderno, com o nascimento da publicidade das normas e o 
estabelecimento de regras de Direito Processual. 
Além do mais, foi uma das primeiras leis que ditavam normas eliminando as 
diferenças de classes, tendo como consequência o nascimento do princípio da igualdade. 
 
1.4 Magna Carta 
 
A Magna Carta surgiu em virtude de sucessivos fracassos do Rei Inglês João, 
levando os barões ingleses a se revoltar e a impor limites ao poder real. Portanto, destaca-se o 
 
1 PEREIRA, D.S.; PICCIRILLO, M.B. Direitos fundamentais: a evolução histórica dos direitos humanos, um 
longo caminho. Âmbito Jurídico. Disponível em: < http://www.ambito- 
juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=5414>. Acesso em: 1 set. 2015. 
 4 
fim do absolutismo, uma vez que os barões ingleses obrigaram o Rei a ceder direitos em prol 
da legalidade. O rei se tornou submisso à lei. 
Trouxe ainda a proteção de direitos e garantias, Habeas Corpus, direito de 
propriedade e do devido processo legal. Em relação ao Habeas Corpus, trouxe apenas a 
previsão. Mais tarde, foi criada a Lei do Habeas Corpus na Inglaterra, esta sim detalhada. A 
Magna Carta também trouxe a previsão de que a ninguém será negado direito e justiça. 
 
1.5 Bill of Rights 
 
Redigida pelo Parlamento, determinou o direito à vida, à liberdade e à propriedade 
privada. 
Há o nascimento da divisão dos poderes, além do parlamento possuir o direito 
exclusivo em estabelecer impostos. 
 
1.6 Declaração de Direitos do Povo da Virgínia 
 
A Declaração de Direitos do Povo da Virgínia teve Inspiração iluminista e 
contratualista, precedendo a declaração de independência dos Estados Unidos. Sua 
importância se dá em virtude de ter sido o primeiro documento a manifestar princípios 
democráticos, sendo a soberania popular – todo o poder emana do povo –, além de direitos 
inerentes a todo o ser-humano. 
Ademais, pela primeira vez se entende que a felicidade é um direito do ser-humano. 
Por outro lado, o governo passa a ser instituído pelo povo, e caso venha a falhar, poderá sofrer 
o que conhecemos hoje como “impeachment”. 
 
1.7 Declaração de Independência dos Estados Unidos 
 
A Declaração de Independência dos Estados Unidos foi inspirada na declaração do 
povo da Virgínia e no Iluminismo. 
Serviu de inspiração para os direitos humanos de todo o mundo. O direito à vida, à 
liberdade e da busca da felicidade passam a ser inalienáveis. 
 
1.8 Constituição dos Estados Unidos 
 
 5 
A Constituição dos Estados Unidos introduziu o sistema presidencialista. Também, 
deu início às eleições, com consequente mandato de quatro anos. 
Destaca-se, ainda, que o povo passou a delegar poder aos representantes. 
 
1.9 Revolução Francesa 
 
A Revolução Francesa surgiu com o lema liberdade, igualdade e fraternidade. Surge 
a declaração de direitos do homem e do cidadão, a qual traz o respeito pela dignidade das 
pessoas, a liberdade e igualdade dos cidadãos perante a lei, início da laicidade do Estado, 
liberdade de pensamento e opinião, entre outros. 
Além do mais, tornou-se parâmetro para a Constituição Francesa, a qual estabelece a 
divisão dos poderes em legislativo, executivo e judiciário. 
 
1.10 Primeira Guerra Mundial 
 
Na Primeira Guerra Mundial destacam-se o Tratado de Versalhes, a criação da Liga 
das Nações, a OIT – Organização Internacional do Trabalho - e os 14 pontos de Wilson. 
 
1.11 Segunda Guerra Mundial 
 
Nunca os direitos humanos estiveram tão próximos da extinção. O extermínio de 
milhões de judeus – Holocausto - nos terríveis campos de concentração, fez o mundo clamar 
por mudanças. 
Portanto, após o fim da Segunda Guerra Mundial, foi criado o Tribunal de 
Nuremberg, a fim de julgar os nazistas por crimes contra a humanidade. O julgamento foi a 
principal ponte de internacionalização dos direitos humanos, uma vez que, pela primeira vez, 
condenava-se no âmbito internacional, legalmente e politicamente, passando a ser uma 
questão de grande interesse da comunidade internacional, e não mais somente do Estado. 
Outro importante marco foi a criação da ONU – Organização das Nações Unidas -. 
Em 10 de Dezembro de 1948, por recomendação da ONU, surgiu a declaração universal dos 
direitos humanos, sendo o Brasil o primeiro País a aderir. 
 
 
 
 
 
 6 
2 O QUE SÃO DIREITOS HUMANOS? 
 
“Os direitos humanos são direitos inerentes a todos os seres humanos – simplesmente 
por ser um humano -, independentemente de raça, sexo, nacionalidade, etnia, idioma, religião 
ou qualquer outra condição”2. Neste contexto, há uma proteção – pela lei de direitos humanos 
- em ações que interferem na dignidade humana e em liberdades fundamentais. 
Normas gerais do direito internacional que visam à proteção dos direitos humanos 
não possuem efeito vinculativo legal sobre os Estados. Entretanto, elas representam um 
consenso amplo por parte da comunidade internacional e, portanto, têm uma força moral forte 
e inegável em termos na prática dos Estados, em relação a sua conduta das relações 
internacionais. Neste contexto, “a Declaração Universal dos Direitos Humanos tem uma 
importância mundial, apesar de não obrigar juridicamente que todos os Estados a respeitem”3.2.1 Direitos humanos x direitos fundamentais x direitos do homem 
 
É de suma importância destacar a diferença de nomenclaturas. Os direitos do homem 
remetem à época do surgimento do jusnaturalismo, onde “bastava ser homem para possuir 
direitos e usufruí-los4”. Entretanto, tal nomenclatura passou a receber diversas críticas, pois 
remetia tão somente ao sexo masculino. 
 “Dessa maneira, após várias oposições com relação à nomenclatura adotada, os 
direitos do homem passaram a ser chamados de direitos fundamentais, os quais se ocupam do 
plano constitucional e visam assegurar e proteger os direitos inerentes a cada ser humano para 
que possam usufruir de uma vida digna”5. 
No que tange aos direitos fundamentais e aos direitos humanos, estes têm sua 
proteção fundamentada em todo um processo histórico de luta contra o poder e de busca de 
um sentido para a humanidade. Já, no que se refere aos direitos fundamentais, estes nascem a 
partir da positivação dos direitos humanos. 
Assim, 
 
 
2 _____________Declaração Universal dos Direitos Humanos. O que são os Direitos Humanos? Disponível em: 
< http://www.dudh.org.br/definicao/>. Acesso em: 1 set. 2015. 
3 _____________Significados.com.br. O que são Direitos Humanos. Disponível em: < 
http://www.significados.com.br/direitos-humanos/. Acesso em: 1 set. 2015. 
4 BELLINHO, L.A. Uma evolução histórica dos direitos humanos. Unibrasil. Disponível em: < 
http://www.unibrasil.com.br/arquivos/direito/20092/lilith-abrantes-bellinho.pdf>. Acesso em: 1 set. 2015. 
5 BELLINHO, L.A. Uma evolução histórica dos direitos humanos. Unibrasil. Disponível em: < 
http://www.unibrasil.com.br/arquivos/direito/20092/lilith-abrantes-bellinho.pdf>. Acesso em: 1 set. 2015. 
 7 
a expressão direitos humanos tem sido utilizada pela doutrina para identificar os 
direitos inerentes à pessoa humana na ordem internacional, enquanto que a 
expressão, direitos fundamentais refere-se a ordenamentos jurídicos específicos, ao 
reconhecimento de tais direitos frente a um poder político, geralmente reconhecidos 
por uma constituição.6 
 
2.2 Direitos humanos e cidadania 
 
 
A cidadania e direitos da cidadania dizem a respeito a uma determinada ordem 
jurídico-política de um país, de um Estado, no qual uma Constituição define e garante quem é 
cidadão, que direitos e deveres esse terá em função de uma série de variáveis tais como idade, 
estado civil, condição física e mental, o fato de estar ou não em dívida com a justiça penal, 
etc. 
Os direitos de cidadania não são direitos universais, são direitos específicos dos 
membros de um determinado Estado e de sua ordem jurídico-política. Porém, em muitos 
casos, os direitos do cidadão coincidem com os direitos humanos, que são mais amplos e 
abrangentes. Em sociedades democráticas é, geralmente, o que ocorre. Também, em nenhuma 
hipótese, direitos ou deveres do cidadão podem ser invocados para justificar violação de 
direitos humanos fundamentais. 
Os direitos do cidadão não são direitos naturais, pois são direitos criados e 
especificados num determinado ordenamento jurídico. Já os Direitos Humanos são universais 
no sentido de que aquilo que é considerado um direito humano no Brasil, também deverá ser 
em qualquer país do mundo, porque eles não se referem a um membro de uma sociedade 
política, eles se referem à pessoa humana na sua universalidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 PEREIRA, D.S.; PICCIRILLO, M.B. Direitos fundamentais: a evolução histórica dos direitos humanos, um 
longo caminho. Âmbito Jurídico. Disponível em: < http://www.ambito- 
juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=5414>. Acesso em: 1 set. 2015. 
 8 
3 DIMENSÕES DOS DIREITOS HUMANOS 
Os direitos fundamentais, base dos direitos humanos, não surgiram simultaneamente, 
mas gradualmente, em consonância com a demanda de cada época, motivo pelos quais os 
estudiosos costumam dividi-los em gerações ou dimensões, conforme sua ingerência nas 
Constituições. Assim, pode-se classificá-los como direitos de primeira, segunda e terceira 
dimensões. Alguns doutrinadores entendem que existe uma quarta dimensão, que abrangeria a 
engenharia genética, e até mesmo uma quinta geração, que seria o direito à democracia e à 
informática. 
3.1 Direitos de primeira dimensão 
É o primeiro momento dos direitos humanos. Eles são frutos das ideias Iluministas 
do Assim, são direitos de característica individual, liberdades, direitos exercidos pelo 
individuo e que limitam a interferência do Estado na vida privada. Podem exemplificar os 
direitos de primeira dimensão: o direito à vida, à liberdade, à propriedade, à liberdade de 
expressão, à liberdade de religião, à participação política, direito ao voto, entre outros. 
3.2 Direitos de segunda dimensão 
 Surgem oficialmente no início do século XX, com os direitos trabalhistas evidenciados 
dentre outros documentos, pela Constituição de Weimar, de 1919 (Alemanha), e pelo Tratado 
de Versalhes, 1919 (OIT) 
São direitos que concernem aos direitos sociais, econômicos e culturais de 
características coletivas, onde o Estado intervém a fim de garantir o bem-estar social, 
assegurando o princípio da igualdade material entre o ser humano. A exemplo disso se 
encontram: o direito a saúde, ao trabalho (exercício de oficio ou profissão de forma e escolha 
livre), o direito a assistência social, o direito a educação, etc. 
3.3 Direitos de terceira dimensão 
São direitos decorrentes de uma sociedade já modernamente organizada, relacionados 
à vida em comunidade. Consagram os princípios da solidariedade e da fraternidade em caráter 
coletivo e transindividual. 
É possível citar como direitos de terceira dimensão: direito ao desenvolvimento ou 
progresso, ao meio ambiente, à autodeterminação dos povos, direito de comunicação, de 
 9 
propriedade sobre o patrimônio comum da humanidade e direito à paz, cuidando-se de 
direitos transindividuais, sendo alguns deles coletivos e outros difusos, o que é uma 
peculiaridade, uma vez que não são concebidos para a proteção do homem isoladamente, mas 
de coletividades, de grupos. 
 10 
CONCLUSÃO 
 
Os direitos humanos são aquelas exigências que brotam da própria condição do 
homem. Quando falamos da palavra direito enfatizamos um poder ou direito de agir e 
permissão para agir de uma determinada maneira ou de exigir conduta de outro sujeito. Eles 
são chamados de direitos humanos, porque são do homem, da pessoa humana, de cada um de 
nós. O homem é o único destinatário desses direitos. Portanto, exige, em especial por parte 
das autoridades, o reconhecimento, respeito, proteção e promoção de todos. 
Ademais, os direitos humanos são, de acordo com diferentes filosofias jurídicas, 
aquelas liberdades, faculdades, instituições ou reivindicações relacionadas a bens primários 
ou básicos, incluindo qualquer pessoa, pelo simples fato de ser humano, para garantir uma 
vida digna. Essas conquistas são resultadas das três dimensões dos direitos fundamentais. 
Neste sentido, são de todas as pessoas, o que significa que são inerentes, inalienáveis, 
imprescritíveis durante a sua existência. Eles são únicos para cada pessoa, nada e ninguém 
pode violar. 
Já a cidadania, no sentido ser cidadão, é ter consciência de que é um sujeito 
possuidor de direitos. Direito à vida, à liberdade, à propriedade, à igualdade, aos direitos civis, 
políticos e sociais. Além do mais, ser cidadão também é ser consciente de seus deveres, de 
suas responsabilidades para com a sociedade, a nação, o meio ambiente, o Estado, é estar 
preocupado em dar a sua contribuição para que aconteça a justiça, não apenas tendo como 
base o ordenamento jurídico, pois, sabe-se que deste advém muitas injustiças, mas, em um 
sentido mais amplo, ou seja, visando o bem comum. 
Ainda no contexto evolutivo dos direitos humanos, surgem os órgãos públicos que 
buscam a proteção dos direitos, podendo proporcionar puniçãoquando alguns deles são 
violados. Assim, a pessoa que tem seus direitos humanos violados, pode recorrer aos diversos 
órgãos públicos de proteção e promoção a esses direitos, como Conselhos, Secretarias, 
Comissões, Câmaras e até mesmo as Defensorias Públicas e Ministérios Públicos. São órgãos 
que fazem parte do Programa Nacional dos Direitos Humanos os quais se estruturam com 
base nos direitos políticos, civis, econômicos e culturais buscando a interdependência entre 
eles. 
Mesmo vivendo em Estado Democrático, observamos que esses direitos são violados 
com frequência, como podemos perceber nas notícias anexadas a este trabalho. Na primeira 
notícia, é relatado que três chineses, aliciados para virem trabalhar no Brasil, foram 
 11 
encontrados em situação de trabalho escravo em pastelarias do Rio de Janeiro. Na segunda 
noticia é relatado o caso dos trabalhadores bolivianos, que viviam em São Paulo, e que se 
encontravam em situação degradante e de trabalho escravo na confecção de roupas de uma 
famosa loja nacional de roupas. 
Em ambos os casos, temos uma grave violação de direitos fundamentais, onde 
podemos ver o ferimento das dimensões de direitos: privação da liberdade, propriedade e 
saúde. Mas também, podemos constatar a intervenção do Estado pelos fsicais do poder 
público combatendo essas situações degradantes. Ainda que com uma atuação de repressão a 
atos já efetuados, temos uma fiscalização para tentar impedir esses crimes contra a dignidade 
da pessoa humana. 
Atualmente, os direitos humanos são um dos mais recorrentes em tópicos do discurso 
político e social, tanto das autoridades da sociedade civil e da opinião pública. No entanto, às 
vezes parece que poucas pessoas realmente compreendem o significado e a importância dos 
direitos humanos como fundamental para o desenvolvimento dos princípios do indivíduo e da 
sociedade. Basta olharmos para a realidade social em que vivemos e reconhecermos o que 
acontece com os que nos cercam (mulheres, negros, indígenas, deficientes, homossexuais, 
entre outros) estando frequentemente sujeitos a atitudes discriminatórias e intolerantes. Ainda, 
é preciso refletirmos sobre a importância e a necessidade de respeitarmos os direitos 
humanos. 
É vergonhoso saber que é preciso "vender" a ideia de direitos humanos. Mas, como 
pode ser visto além da obrigação moral de respeitar, há razões práticas, benefícios tangíveis 
decorrentes da aplicação destes direitos em todas as áreas da experiência social. A partir do 
momento em que começamos a falar dos direitos inerentes a cada indivíduo, 
compreenderemos que a história não foi um progresso constante na obtenção de maior 
liberdade e melhores condições de vida para todos. 
 
 12 
REFERÊNCIAS 
 
 
PEREIRA, D.S.; PICCIRILLO, M.B. Direitos fundamentais: a evolução histórica dos 
direitos humanos, um longo caminho. Âmbito Jurídico. Disponível em: < 
http://www.ambito- 
juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=5414> 
. Acesso em: 1 set. 2015 
 
_____________Declaração Universal dos Direitos Humanos. O que são os Direitos 
Humanos? Disponível em: < http://www.dudh.org.br/definicao/>. Acesso em: 1 set. 2015. 
 
_____________Significados.com.br. O que são Direitos Humanos. Disponível em: < 
http://www.significados.com.br/direitos-humanos/. Acesso em: 1 set. 2015. 
 
BELLINHO, L.A. Uma evolução histórica dos direitos humanos. Unibrasil. Disponível em: < 
http://www.unibrasil.com.br/arquivos/direito/20092/lilith-abrantes-bellinho.pdf>. Acesso em: 
1 set. 2015. 
 
BENEVIDES, Maria Victoria. Cidadania e Direitos Humanos. Instituto de Estudos 
Avançados da Universidade de São Paulo. Disponível em: 
<http://www.iea.usp.br/publicacoes/textos/benevidescidadaniaedireitoshumanos.pdf>. Acesso 
em: 26 set. 2015. 
 
DIAS CARNEIRO, Alexandre. Resenha sobre o livro "O que é cidadania"? Jus Navigandi. 
Disponível em: < http://jus.com.br/artigos/38367/resenha-sobre-o-livro-o-que-e-cidadania>. 
Acesso em: 26 set. 2015. 
 
LO-BIANCO, Alessandro. Fiscais encontram três chineses em situação de trabalho escravo 
em pastelarias do Rio. O Globo. Disponível em: <http://oglobo.globo.com/rio/fiscais-
encontram-tres-chineses-em-situacao-de-trabalho-escravo-em-pastelarias-do-rio-15903908>. 
Acesso em: 26 set. 2015. 
 
OJEDA, Igor. Fiscalização flagra exploração de trabalho escravo na confecção de roupas da 
Renner. Repórter Brasil. Disponível em: < http://reporterbrasil.org.br/2014/11/fiscalizacao-
flagra-exploracao-de-trabalho-escravo-na-confeccao-de-roupas-da-renner/>. Acesso em: 26 
set. 2015. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 13 
ANEXOS 
 
 
No dia 17/05/2014, o jornal O GLOBO divulgou que três chineses foram encontrados 
em uma pastelaria no Rio de Janeiro, eles eram submetidos a condições análogas à 
escravidão. Um deles estava em um buraco junto a fios de eletricidade no sótão de uma loja 
na Rua Camerino, na Praça Mauá, no Centro, em condições desumanas; os outros dois, em 
um estabelecimento na Rua Luís Barbosa, em Vila Isabel. Os locais foram interditados por 
falta de higiene, e amostras de seus salgados serão analisadas em um laboratório, que indicará 
a procedência dos alimentos usados como recheios. Dias depois, O GLOBO revelou que, 
durante uma operação do Ministério Público do Trabalho, procuradores encontraram carne de 
cachorro congelada em uma pastelaria de Parada de Lucas, na qual um funcionário, também 
chinês, tinha várias marcas de tortura pelo corpo. 
A fiscalização fez parte da quarta etapa da chamada Operação Yulin (porque este é o 
nome de uma cidade chinesa onde, anualmente, acontece um festival culinário no qual cães 
são abatidos para o preparo de vários pratos), lançada em 2011. Os três chineses encontrados 
nas pastelarias da Praça Mauá e de Vila Isabel não falam português nem tinham documentos. 
Eles foram levados para a sede do SRTE-RJ) para prestar depoimentos com o auxílio de um 
intérprete. 
Em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, chineses que trabalhavam em uma 
lanchonete saíram correndo da loja no momento em que perceberam a aproximação de 
agentes do Procon e de auditores fiscais da SRTE-RJ. O estabelecimento, que não tinha alvará 
nem condições básicas de higiene, foi interditado. 
Segundo procuradores do Ministério Público do Trabalho, investigações apontam que 
moradores da cidade de Guangzhou, na China, recebem convites para vir ao Brasil, mas, 
quando chegam às pastelarias do Rio, são informados que terão de trabalhar de graça por três 
anos para pagar as passagens aéreas, a estadia e a alimentação. O esquema de aliciamento 
teria a participação de homens com entrada liberada em áreas privativas do Aeroporto 
Internacional Galeão-Tom Jobim. Responsável pelo setor de imigração, a Polícia Federal 
informou que não comenta casos que estão sendo apurados. 
 
 
 
 14 
Em 28/11/2014, o Repórter Brasil divulgou que a rede varejista Renner, presente em 
todo o Brasil, foi responsabilizada por autoridades trabalhistas pela exploração de 37 
costureiros (sendo 21 homens e 15 mulheres e um adolescente) bolivianos em regime de 
escravidão contemporânea em uma oficina de costura terceirizada localizada na periferia de 
São Paulo (SP). 
Os trabalhadores viviam sob condições degradantes em alojamentos, cumpriam 
jornadas exaustivas e parte deles estava submetida à servidão por dívida. Tais condições 
constam no artigo 149 do Código Penal Brasileiro como suficientes (mesmo que isoladas) 
para se configurar o crime de utilização de trabalho escravo. A fiscalização, realizada entre 
outubro e novembro de 2014, foi comandada pela Superintendência Regional do Trabalho e 
Emprego de São Paulo (SRTE/SP) e contou com a participação do Ministério Público do 
Trabalho e da Defensoria Pública da União. 
A confecção terceirizada costurava roupas para as linhas Cortelle, Blue Steel, Blue 
Steel Urban e Just Be, todas da Renner. Durante a operação,foram encontradas um total de 
35.019 peças já costuradas ou a costurar, com as respectivas notas fiscais. A fiscalização teve 
início após uma denúncia encaminhada à SRTE/SP. A oficina de costura onde os costureiros 
trabalhavam sob regime de escravidão contemporânea é de propriedade de uma boliviana e 
está situada no bairro Jardim Labiraty, no extremo Norte do município de São Paulo. 
Os dados da notícia apontam que a dona da oficina mantinha três alojamentos nas 
proximidades da confecção. Na avaliação dos integrantes da fiscalização, o objetivo era 
exercer o controle total sobre o horário de trabalho dos costureiros, evitando as demoras nos 
deslocamentos ao serviço ou nas pausas para o almoço, e gerar uma relação de dependência 
deles com os patrões. 
Uma rápida observação do ambiente é suficiente para constatar que o local é repleto de 
soluções improvisadas. Os colchões estão em mau estado, não há armários, objetos pessoais 
se acumulam em um só canto dos cômodos, e a privacidade é preservada com toalhas, 
pedaços de papelão ou lonas nas janelas e portas. “São suprimidos, dessa forma, direitos 
fundamentais à privacidade e à intimidade dos trabalhadores, os quais se submetem a essas 
condições para garantir a própria subsistência e a de suas famílias”, diz o relatório de 
fiscalização. Em um dos espaços, um fogão e um botijão de gás funciona ao lado de um vaso 
sanitário. 
Foram encontrados também produtos vencidos ou à temperatura ambiente quando 
deveriam ser refrigerados. Para piorar, estavam expostos à contaminação, por conta da grande 
quantidade de baratas existentes, inclusive, dentro de geladeiras. Embora a oficina tenha 
 15 
afirmado que pagava salários mensais e fixos aos seus costureiros e estes assinassem 
holerites, as autoridades trabalhistas apuraram que na verdade eles recebiam por produção. Os 
valores por peça variavam de R$ 0,30 as mais simples a R$ 1,80 as mais elaboradas. 
“O aliciamento ocorreu com traços de logro, simulação, fraude e outros artifícios para 
atrair e manter os trabalhadores em atividade na oficina de costura fiscalizada, movimentar 
mão de obra de um lugar para o outro na América do Sul, com o objetivo único de lucro, 
conseguido em cima do engano do trabalhador e de sua utilização como mão de obra similar à 
de escravos, em alguma parte do ciclo produtivo da empresa autuada”, diz o relatório da 
SRTE/SP. 
De acordo com os auditores-fiscais, por ficar caracterizado o alojamento e 
acolhimento de trabalhadores explorados em regime de escravidão contemporânea, “conclui-
se também pela ocorrência de tráfico de pessoas para fins de exploração de trabalho em 
condição análoga à de escravo”. Após as diligências realizadas na oficina terceirizada da 
Renner, as autoridades trabalhistas emitiram guias de seguro-desemprego para os 37 
trabalhadores escravizados e exigiram da empresa as anotações das carteiras de trabalho dos 
costureiros em seu nome e a rescisão indireta dos respectivos contratos de trabalho, com a 
quitação dos salários devidos e das multas rescisórias. 
Tais medidas, no entanto, não foram tomadas pela Renner. As despesas, que chegaram 
a quase R$ 900 mil, foram oficialmente pagas pela confecção. Entretanto, Luís Alexandre de 
Faria acredita que tais valores foram desembolsados pelas empresas intermediárias. Além 
disso, as multas administrativas, que serão calculadas a partir da decisão de procedência dos 
30 autos de infração lavrados em nome da Renner, deverão chegar a quase R$ 2 milhões, 
estima Faria.

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