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Medicina Veterinária Diagnóstico Por Imagem Rebeca Meneses 1 ANOMALIAS Doenças congênitas, do desenvolvimento, metabólicas e diversas outras podem afetar ossos e articulações. LUXAÇÕES • Duas radiografias obtidas em ângulos retos uma em relação a outra SINAIS RADIOGRÁFICOS 1. As superfícies articulares estão deslocadas e não se articulam adequadamente umas com as outras. 2. Há ruptura de planos fasciais adjacentes. 3. Pode haver a associação de fraturas por avulsão. 4. No caso da articulação do joelho, há ruptura do coxim adiposo intra-articular normal. Em animais jovens, anomalias anatômicas de superfícies articulares sugerem que a luxação pode ser congênita. Luxação da articulação do ombro. O úmero está luxado medial e proximalmente à glenoide. O deslocamento pode facilmente não ser observado em projeções laterais. DISPLAISA COXOFEMURAL A doença provoca lassidão destas articulações, resultando em instabilidade, doença articular degenerativa secundária e subluxação ou luxação. Os cães devem ter pelo menos 2 anos de idade para receberem a certificação da OFA. É aconselhável esperar até que o animal tenha no mínimo 1 ano de idade antes de ser submetido à avaliação radiográfica. Os animais livres da doença com 1 ano de idade devem ser reexaminados 1 ano mais tarde. RADIOGRAFIA • Animal deve estar anestesiado ou sedado. Uma grade (Bucky) deve ser usada. O animal é colocado em decúbito dorsal, com os membros pélvicos tracionados caudalmente e, o quanto possível, paralelos um ao outro e ao tampo da mesa. Os membros pélvicos em extensão são rotacionados para dentro, de modo que a patela se sobreponha às trócleas femorais. Os membros podem ser fixados à mesa nessa posição. A rotação interna dos joelhos permite a clara visualização dos colos femorais. A pelve deve ficar paralela ao tampo da mesa. • Frog-leg não é uma posição satisfatória. A borda dorsal do acetábulo pode ser avaliada através da colocação do animal em decúbito esternal, com ambos os fêmures tracionados cranialmente de cada lado do corpo. Outro método de exame radiográfico para a displasia coxofemoral, usando a projeção ventrodorsal, é denominado Penn-HIP (Hip Improvement Program). Um dispositivo de distração colocado entre os fêmures é usado para auxiliar no diagnóstico da doença em animais com menos de 2 anos de idade. As tentativas de distração forçam a cabeça do fêmur para fora do acetábulo e permitem a estimativa do grau de lassidão articular presente. Esse método pode ser usado em animais com mais de 4 meses. Caso a radiografia ventrodorsal tenha sido corretamente obtida, as seguintes características podem ser observadas: 1. As asas dos ílios parecem simétricas. Medicina Veterinária Diagnóstico Por Imagem Rebeca Meneses 2 2. Os forames obturadores parecem apresentar tamanhos iguais e contornos simétricos. A diferença de tamanho entre os forames indica a rotação da pelve no momento da exposição. O forame de aparência menor fica rotacionado para baixo em relação ao cassete. Como resultado da rotação, a articulação coxofemoral do lado do forame de aparência menor parecerá mais rasa do querealmente é. Por outro lado, a articulação coxofemoral do lado oposto parecerá mais profunda. 3. A borda dorsal do acetábulo deve ser visível através da cabeça do fêmur. 4. A patela deve se sobrepor à tróclea do fêmur Na Imagem D As sombras das mamas (setas) podem ficar sobrepostas às articulações coxofemorais e serem confundidas com anomalias. - Aparência Normal A articulação coxofemoral (do quadril) normal apresenta as seguintes características radiográficas: 1. O acetábulo é profundo. Medicina Veterinária Diagnóstico Por Imagem Rebeca Meneses 3 2. A cabeça do fêmur é redonda e regular, à exceção da região da fóvea, que é ligeiramente achatada. 3. O contorno da cabeça do fêmur é paralelo aos contornos das margens craniais do acetábulo, desde a borda cranial até a região da fóvea. 4. A cabeça do fêmur é bem ajustada ao acetábulo, e pelo menos metade da cabeça deve estar em seu interior. O centro da cabeça do fêmur deve ser interno (medial) à borda acetabular dorsal. 5. O terço cranial do espaço articular é regular e não apresenta aumento em sua espessura. 6. O colo do fêmur é regular e não espessado. 7. Não há evidências de alterações articulares degenerativas secundárias. Sinais Radiográficos 1. O acetábulo é raso. 2. A cabeça do fêmur e o acetábulo são incongruentes. A cabeça femoral pode parecer muito pequena em relação ao acetábulo; o espaço articular é maior. 3. O contorno da cabeça do fêmur diverge do contorno do acetábulo ao longo das bordas acetabulares cranial e caudal. Certa cautela é necessária durante a avaliação deste sinal. 4. A subluxação ou a luxação da cabeça do fêmur podem ser observadas. Há subluxação quando menos de 50% da cabeça está no interior do acetábulo. Em caso de dúvida, a subluxação pode ser avaliada através do método de Norberg, o qual consiste na mensuração do ângulo formado entre a linha que une os centros das cabeças femorais e a linha que une o centro da cabeça examinada e a borda cranial do acetábulo correspondente. Esse ângulo não deve ser inferior a 105 graus. 5. A osteoartrose é uma sequela comum da displasia coxofemoral e muitas das alterações observadas são associadas à degeneração articular secundária. Como resultado da incongruência articular entre a cabeça do fêmur e o acetábulo, há o desenvolvimento de alterações secundárias degenerativas, entre as quais se incluem as seguintes: a. Desgaste irregular da cabeça do fêmur, alterando seu formato e levando à perda de sua aparência arredondada. b. O acetábulo passa a apresentar contorno achatado ou raso e irregular. c. Uma linha de maior opacidade é observada no colo do fêmur, ao longo da linha de inserção da cápsula articular. Esse achado é indicativo de estresse na cápsula articular d. Proliferação óssea é observada ao redor do acetábulo e na cabeça e no colo femoral. e. O ângulo formado na borda cranial do acetábulo é desgastado, fazendo com que haja um achatamento focal nesse ponto, efeito denominado bilabiação. f. Observa-se um aumento na opacidade (esclerose) do osso subcondral ao longo da borda acetabular cranial. g. Pode haver desenvolvimento de coxa vara ou coxa valga, ou seja, alterações do ângulo entre os eixos do colo do fêmur e da diáfise femoral. Medicina Veterinária Diagnóstico Por Imagem Rebeca Meneses 4 Índice de Norberg Uma linha de maior opacidade (setas longas) no colo do fêmur indicativa de estresse ao longo da linha de inserção da cápsula articular. Essa linha não deve ser confundida com a cicatriz fisária, que também pode ser observada (seta curta). Há esclerose do osso subcondral ao longo da borda cranial do acetábulo. Foi descrito um sinal precoce de doença articular coxofemoral degenerativa, observado como linha radiopaca que se inicia aproximadamente na junção entre a cabeça e o colo do fêmur e se estende distalmente, circulando o colo femoral. Essa linha de opacidade representa proliferação óssea no aspecto caudal do colo do fêmur, sendo algumas vezes denominada linha de Morgan. DISPLASIA DO COTOVELO O termo displasia do cotovelo é, às vezes, usado para caracterizar três distúrbios do desenvolvimento da articulação do cotovelo. Esses distúrbios são a não união do processo ancôneo, a fragmentação do processo coronoide e a osteocondrose distal do úmero. Crescimento assíncrono do rádio e ulna e incongruência da articulação do cotovelo podem ser fatores causadores da não união do processo ancôneo e da fragmentação do processo coronoide. A síndrome ocorre em cães de raças de grande porte e gigantes. Uma projeção craniolateral-caudomedial oblíqua em 20 graus auxilia bastante a avaliação do processo coronoide medial. OInternational Elbow Working Group O grau 0 é o cotovelo normal, o grau 1 representa a osteoartrite leve, o grau 2 corresponde à osteoartrite moderada e o grau 3 à osteoartrite grave. OSTEOCONDROSE DO CÔNDILO MEDIAL DO ÚMERO Esta doença se manifesta como um defeito da superfície articular da tróclea medial do úmero distal. Clinicamente, observa-se claudicação do cotovelo, e a manipulação da articulação provoca dor. Devem ser obtidas projeções laterais e craniocaudais do cotovelo. Entre os sinais radiológicos, incluem-se um defeito subcondral semicircular, aumento do espaço articular, achatamento do côndilo do úmero, esclerose subcondral, presença de flap cartilaginoso calcificado e doença articular degenerativa secundária. Medicina Veterinária Diagnóstico Por Imagem Rebeca Meneses 5 NÃO UNIÃO DO PROCESSO ANCÔNEO A não união do processo ancôneo da ulna é observada, com maior frequência, em cães de raças de grande porte. REFERÊNCIAS Thrall, D. Diagnóstico de Radiologia Veterinária. Grupo GEN, 2019 Kealy, Hester e Graham. Radiografia e Ultrassonografia do Cão e do Gato. Elsevier. INDICAÇÕES Quer mais materiais de Medicina Veterinária por um preço baratinho? Adquira o “Pack de Resumos de Clínica Médica de Pequenos Animais” com 15% de DESCONTO com o cupom PASSEIDIRETO ! De R$ 22,90 por R$ 19,50. Nesse pack você irá encontrar o resumo das principais doenças dos seguintes sistemas: 1. Doenças Infecciosas 2. Neonatologia 3. Sistema Reprodutor do Macho e Fêmea 1. Sistema Respiratório 4. Sistema Urinário 5. Sistema Endócrino Compre aqui: https://pay.hotmart.com/N71419023A Adquira também a “Tabela de Doenças Infecciosas de Cães e Gatos” com 15% de DESCONTO com o cupom PASSEIDIRETO ! 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