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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL ESCOLA DE ENGENHARIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA RELATÓRIO DO EXPERIMENTO N° 8 (17/03/2022) PRÁTICA DA AVALIAÇÃO DA PRESSÃO INTERNA DE UMA LATA DE REFRIGERANTE Régis Henrique da Silva Souza 00288794 Relatório desenvolvido durante disciplina de Medições mecânicas, ministrada pelo professor Herbert Martins Gomes. PORTO ALEGRE Março de 2022 2 RESUMO O presente relatório teve como embasamento o procedimento prático 8, exibida no dia 17 de março de 2022 e apresentada pelo professor Herbert Martins Gomes, ministrante da disciplina de Medições Mecânicas. O objetivo da aula prática foi demonstrar os cuidados na colagem de um strain gauge. Avaliar a pressão interna de uma lata de refrigerante pelo alívio da pressão e monitoramento das deformações. Conectar strain gauge com sistema de aquisição de dados. Revisar equações básicas de vasos de pressão de paredes finas. O procedimento experimental apresentou um valor não esperado comparado aos parâmetros informados pelo fabricante. 3 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 4 2 OBJETIVOS ......................................................................................................... 5 3 EQUIPAMENTOS UTILIZADOS ...................................................................... 6 4 PROCEDIMENTOS ............................................................................................. 7 5 EQUACIONAMENTO DO EXPERIMENTO .................................................. 12 6 RESULTADOS .................................................................................................. 14 7 CONCLUSÕES .................................................................................................. 15 8 BIBLIOGRAFIA ................................................................................................ 16 4 1 INTRODUÇÃO O presente relatório foi realizado de acordo com o documento disponibilizado pelo professor Herbert Martins Gomes. O experimento prático foi gravado e disponibilizado aos alunos. Strain Gauges são os principais instrumentos de medição de deformações utilizados atualmente. Esses extensômetros são constituídos por uma grade de material que sofre alteração da resistência elétrica, sendo essa proporcional à sua deformação, possibilitando a medição dessa deformação em um ponto de um corpo de prova através da medição da alteração da resistência elétrica no extensômetro (figura 1) Figura 1 – Modelos de Strain Gauges Fornecidos pela Empresa Excel Fonte: Data Sheet do fornecedor. Utilizando a variação de potencial medida pelo strain gauge, juntamente com a teoria de vasos de pressão de paredes finas, foi possível realizar a medição da pressão interna de uma lata de refrigerante. 5 2 OBJETIVOS O relatório 8 tem como objetivo demonstrar os cuidados na colagem de um strain gauge. Avaliar a pressão interna de uma lata de refrigerante pelo alívio da pressão e monitoramento das deformações. Conectar o strain gauge com sistema de aquisição de dados. Revisar equações básicas de vasos de pressão de paredes finas. 6 3 EQUIPAMENTOS UTILIZADOS Os seguintes materiais são utilizados nesta prática: − 1 Placa de aquisição externa USB2408-2AO da empresa Measurement Computing (24 bits e faixa de medição utilizada de ±0,15625V); − 1 lata de refrigerante de alumínio fechada; − 1 Kit de colagem para extensômetros elétricos da EXCEL Sensores. Contendo: ácido, base, álcool isopropílico, cola, produto de limpeza, strain gauges para alumínio modelo PA-13-125AA-120-LEN, com gauge fator de k=2,14, borrachas de silicone para pressionar na colagem dos extensômetros, silicone líquida para proteção externa da ligação final, terminais para conexão dos extensômetros com fios até a Ponte de Wheatstone, fita adesiva especial para colagem de strain gauges; − Lixas N°. 100, 500, e 2400 tiras de papéis para limpeza; − Estilete, tesoura régua de aço e lapiseira 0.5mm para marcação da orientação do strain gauge na lata; − 2 m de fios de pequeno diâmetro (0,5mm) para ligação dos strain gauges na Ponte de Wheatstone; − Pinças de ponta arredondada e ponta fina para manuseio dos strain gauges e soldagem das conexões elétricas; − Ferro de solda (30W) e fio de solda a base de estanho com resina ativada com fio de 1mm para conexões elétricas; − Multímetro modelo ICEL MD 5770A; − 1 Laptop para a aquisição dos dados; − 1 Software de aquisição de dados (TracerDAQ) compatível com a placa USB2408 - 2AO. 7 4 PROCEDIMENTOS Colar os strain gauges na lata de refrigerante (figura 2). Escolha o local como no meio da altura e uma região de aproximadamente 5 cm². Figura 2 – Lata de Refrigerante Utilizada no Experimento Fonte: Vídeo do experimento 8, fornecido pelo professor. Inicie limpando a região com álcool isopropílico, depois lixe com a lixa N° 100, volte a limpar com álcool isopropílico. Diminua a granulometria da lixa para a N° 500 repetindo o processo até uma lixa mais fina (lixa d´água) (figura 3). Faça movimento aleatórios para que as ranhuras não sigam um padrão e aumente a aderência com o strain gauge. Figura 3 – Lixas Utilizadas no Experimento Fonte: Vídeo do experimento 8, fornecido pelo professor. A figura 4 mostra como a lata ficou após o processo de lixamento do corpo de prova, utilizando as lixas indicadas na figura 3. 8 Figura 4 – Lata Após o Processo de Lixamento Fonte: Vídeo do experimento 8, fornecido pelo professor. Limpe tudo novamente. Não deve restar resquícios da tinta da lata. Aplique o líquido ácido (vermelho) para limpar resquícios de graxas e tinta com uma pinça de ponta arredondada e pequenos pedaços de “perfex” ou papel absorvente. Não use algodão. Aplique o neutralizador líquido básico (verde) para neutralizar o ácido. Limpe novamente, voltando a aplicar Álcool isopropílico para rapidamente evaporar quaisquer resquícios de produtos restantes (figura 5). Figura 5 – Produtos Utilizados na Limpeza da Lata Fonte: Vídeo do experimento 8, fornecido pelo professor. Use uma régua para marcar o local de colagem (figura 6). Utilize a lapiseira 0.5mm para riscar no alumínio da lata. Não cruze as marcações no local final da colagem, pois deixará grafite que poderá afetar a qualidade da colagem final. 9 Figura 6 – Marcação do Local de Colagem do Strain Gauge Fonte: Vídeo do experimento 8, fornecido pelo professor. Busque o strain gauge na cartela, meça sua resistência para certificar-se que é de resistência adequada antes de colá-lo (figura 7). Não o manuseie com a mão, a gordura que se encontra naturalmente na mão pode contaminar a sua superfície, prejudicando a colagem. Caso necessário, limpe-o com o líquido de limpeza ou o álcool. Vire-o para cima e com a fita adesiva prenda-o e leve-o até a lata através da fita. Figura 7 – Verificação da Resistência Fonte: Vídeo do experimento 8, fornecido pelo professor. Alinhe as marcações do strain gauge com as feitas na lata. Desvire uma das pontas da fita. Aplique apenas uma gota de adesivo (Bonder – de precisão) e desvirando a fita adesiva, 10 colocando uma tira de teflon por cima, aplique pressão pelo tempo necessário de cura, como mostra a figura 8 (3-4 min.). Figura 8 – Aplicação da Película de Teflon Fonte: Vídeo do experimento 8, fornecido pelo professor. Após, proceda à colagem do terminal de soldagem dos fios com os mesmos cuidados de colagem do strain gauge. Faça as ligações do strain gauge com os terminais e com os fios de conexões, como indica a figura 9. Figura 9 – Ligação do Strain Gauge com os Terminais Fonte: Vídeo do experimento 8, fornecidopelo professor. Verifique a resistência elétrica entre os terminais para certificar-se que é 120 . Também meça entre um dos terminais e o metal da lata para certificar-se que estão isolados (> 11 20M). Faça as conexões do strain gauge da lata com a Ponte de Wheatstone e entre os fios de alimentação, certifique-se que o valor de resistência é de 120 . E que entre um dos fios de alimentação e um dos fios de medição este valor é de 90 . Ligue a alimentação na alimentação da placa de aquisição em +5V e 0V (ground) e os dois de medição nas entradas diferenciais da Placa. É importante que a placa de aquisição seja configurada para trabalhar no modo diferencial (mais preciso) e não no modo “single ended”, devido às pequenas variações de voltagens que serão medidas. Ligue o software de aquisição e faça os ajustes necessários. Use uma taxa de aquisição de 50Hz suficiente para este experimento. Inicie a medição e abra a lata de refrigerante, aliviando a sua pressão interna (figura 10). Figura 10 – Abertura da Lata de Refrigerante Para Iniciar as Medições Fonte: Vídeo do experimento 8, fornecido pelo professor. 12 5 EQUACIONAMENTO DO EXPERIMENTO Para analisar o experimento, utiliza-se as equações para vasos de pressão de paredes finas, pois a razão do raio da lata pelo seu diâmetro é menor que 10. A Figura 11 demonstra o princípio de tensões nos vasos de pressão de paredes finas. Figura 11 – Vaso com Pressão Interna, Extremidades Fechadas e Longas Fonte: Documento do experimento, fornecido pelo professor. Onde: 𝜎𝑥 → 𝑇𝑒𝑛𝑠ã𝑜 𝐿𝑜𝑛𝑔𝑖𝑡𝑢𝑑𝑖𝑛𝑎𝑙 𝜎𝜃 → 𝑇𝑒𝑛𝑠ã𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑛𝑓𝑒𝑟𝑒𝑛𝑐𝑖𝑎𝑙 Na direção longitudinal do vaso, igualando as forças aplicadas na tampa da lata com a integral das tensões aplicada no anel composto pelas paredes da lata, chega-se à equação 1. 𝜋(𝐷)(𝑡)(𝜎𝑥) = 𝜋(𝐷)2 4 𝑝 → 𝜎𝑥 = 𝑟𝑝 2𝑡 (1) Para a tensão circunferencial, têm-se a equação 2 abaixo. 𝑟𝑝 𝜎𝜃 = 𝑡 (2) Para as equações que representam a direção principal para as tensões, têm-se a deformação longitudinal (equação 3) e deformação circunferencial (equação 4). 𝜀𝑥 = 𝑟𝑝 2𝑡𝐸 − 𝜈 𝑟𝑝 𝑡𝐸 (3) 𝜀𝜃 = 𝑟𝑝 𝑡𝐸 − 𝜈 𝑟𝑝 2𝑡𝐸 (4) 13 A equação 5 indica a pressão interna no corpo de prova. 𝑝 = 𝜀𝜃𝑡𝐸 𝑟(1 − 𝜈 2) (5) No caso de uma Ponte de Wheatstone trabalhando com apenas 1 strain gauge ativo (o que estará colado na face externa da lata na direção circunferencial), a relação com a leitura vem dada pela equação 6: 𝛥𝐸 𝑉 = 𝑘 4 𝜀𝜃 (6) 14 𝜈 6 RESULTADOS Os dados dimensionais para a realização do experimento estão na tabela 1. Tabela 1 – Dados Para a Realização do Experimento Com as equações apresentadas na seção anterior, chega-se aos valores dispostos na tabela 2. Tabela 2 – Valores da Leitura e da Deformação A equação 6 fornece o valor da deformação circunferencial medida: ∆𝐸 𝑘 𝑉 = 4 𝜀𝜃 ∴ 𝜀𝜃 = 1,3383𝐸 − 3 Com os valores apresentados nas tabelas 1 e 2, pode-se calcular a pressão interna na lata de refrigerante a partir da equação 5. 𝑝 = 𝜀𝜃𝑡𝐸 ∴ 𝑝 = 3,114𝐸 + 4 [𝑘𝑃𝑎] 𝑟 (1 − 2) 15 7 CONCLUSÕES Através da prática demonstrou-se o procedimento para avaliar as medições feitas por strain gauges a fim de verificar as deformações sofridas por uma lata de refrigerante e sua pressão interna. O procedimento experimental apresentou um valor, de pressão interna de 3,114E+04 kPa e na literatura disponibilizada pelo professor, encontra-se valores distintos para os mesmos parâmetros aplicados no experimento. Essa diferença de leitura deve-se ao fato, principalmente, da temperatura e condições do ambiente no qual foi realizado o experimento. Outros fatores também devem ser levados em conta, tais como o procedimento de colagem do extensômetro e se o strain gauge estava dentro da conformidade. Para obter resultados mais precisos e conformes, recomenda-se a utilização de dois ou mais strain gauges, bem como realizar o processo de extensômetria mais precisamente possível, a fim de evitar essas diferenças encontradas nos valores desejados. . 16 8 BIBLIOGRAFIA Notas de aula de medições mecânicas, Prof. Herbert Martins Gomes.
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