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Medicina Legal 4

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Prof. MS. Maurício Machado Fernandes 
Lei dos transplantes 
Inumação. Exumação. Cremação. Embalsamento. 
Morte: Natural, Violenta, Suspeita. 
Morte súbita e morte agônica. 
Diagnóstico diferencial das Lesões ante e post-mortem. 
 
 
 
LEI DOS 
TRANSPLANTES 
 O Decreto n. 2.268, de 30 de junho de 1997, que 
revogou a Lei n. 8.489, de 19 de novembro de 
1992, permite que a retirada de tecidos, órgãos e 
de partes do corpo, após a morte, para fins 
terapêuticos, se proceda independentemente de 
consentimento expresso da família, se, em vida, 
o falecido a isso não tiver manifestado sua 
objeção registrada na Carteira de Identidade Civil 
(expedidas pelas SSP), ou em carteiras fornecidas 
pelos órgãos de classe, reconhecidas por lei 
como prova de identidade, mediante a expressão 
“não doador de órgãos e tecidos”. 
 O transplante será obrigatoriamente realizado 
por médicos reconhecidamente idôneos e 
com capacidade técnica comprovada, em 
estabelecimentos de saúde públicos ou 
particulares autorizados pelo Ministério da 
Saúde. 
 Desse modo, no tocante ao doador morto, 
não é mais vedada a retirada de tecidos, ou 
órgãos, ou de partes para transplantes, do 
que, em vida, não expressou, por escrito, 
desejo de não doar. 
 A retirada de tecidos, órgãos e partes poderá 
ser efetuada no corpo de pessoa com morte 
encefálica, confirmada, segundo os critérios 
clínicos e tecnológicos definidos em 
resolução do Conselho Federal de Medicina, 
por dois médicos, no mínimo, um dos quais 
com título de especialista em neurologia 
reconhecido no País. 
 Tais procedimentos são dispensáveis quando a 
morte encefálica decorrer de parada cardíaca 
irreversível, comprovada por resultado 
incontestável de exame eletrocardiográfico. 
 
 É VEDADO participar do processo de verificação 
de morte encefálica AOS MÉDICOS INTEGRANTES 
DAS EQUIPES ESPECIALIZADAS AUTORIZADAS A 
PROCEDER À RETIRADA, TRANSPLANTE OU 
ENXERTO DE TECIDOS, ÓRGÃOS E PARTES. 
 Será admitida a presença de médico de confiança 
da família do falecido ou de outro médico 
indicado pela direção local do SUS no ato de 
comprovação e atestação da morte encefálica, se 
a demora de comparecer não for causa, pelo 
decurso de tempo, de tornar inviável a retirada, 
mencionando-se essa circunstância no respectivo 
relatório. 
 
 Toda morte encefálica, comprovada em hospital 
público ou particular, é de notificação 
compulsória, em caráter de emergência. 
 A retirada de tecidos, órgãos ou partes poderá 
ser efetuada antes da necropsia, obrigatória por 
lei, se estes não tiverem relação com a causa 
mortis, circunstância a ser mencionada no 
respectivo relatório, com cópia que acompanhará 
o corpo à instituição responsável pelo 
procedimento médico-legal. 
 
 Excetuam-se, aqui, os casos de morte ocorrida 
sem assistência médica, ou em decorrência de 
causa mal definida, ou que necessite ser 
esclarecida diante da suspeita de crime, quando 
a retirada dependerá de autorização expressa do 
médico patologista ou legista. 
 A lei faculta a doação de tecidos, órgãos e partes 
do corpo aos maiores e capazes, independente 
de sexo. É bem de ver, então, que ela exclui os 
incapazes, que não podem manifestar livremente 
a sua vontade; todavia, em se tratando de 
extração de parte da medula óssea poderá ser 
autorizada judicialmente, com o consentimento 
de ambos os pais ou responsáveis legais, se o 
ato não oferecer risco para a sua saúde. 
 
 Preceito legal exclui também a gestante, salvo 
para doar tecido de medula óssea, desde que não 
haja risco para a sua saúde e a do concepto. 
 A autorização do disponente deverá 
especificar, em documento escrito, firmado 
também por duas testemunhas, o tecido, 
órgão ou a parte do seu corpo objeto da 
retirada e que será(ão) doado(s) para 
transplante ou enxerto em receptos que 
identificará, todos devidamente qualificados, 
inclusive quanto à indicação de endereço. 
 À equipe cirúrgica a lei autoriza somente a 
retirada de um órgão duplo ou tecidos, vísceras 
ou parte do corpo com vida, desde que não 
cause ao doador comprometimento de suas 
funções vitais e aptidões físicas ou mentais e 
nem lhe provoque deformação. 
 
 Em se tratando de rins, exige-se comprovação 
de, pelo menos, quatro compatibilidades em 
relação aos antígenos leucocitários humanos 
(HLA), salvo entre cônjuges e consanguíneos, na 
linha reta ou colateral, até o terceiro grau 
inclusive. 
 O transplante ou enxerto só se fará com o 
consentimento expresso do receptor – aposto 
em documento, que conterá as informações 
sobre o procedimento e as perspectivas de 
êxito ou insucesso, e as sequelas previsíveis 
-, após devidamente aconselhado sobre a 
excepcionalidade e os riscos do 
procedimento. 
 Supondo seja o receptor juridicamente 
incapaz, ou estiver privado dos meios de 
comunicação oral ou escrita, ou, ainda, não 
souber ler e escrever, o consentimento para a 
realização do transplante será dado por um 
de seus pais ou responsáveis legais, na 
ausência dos quais a decisão caberá ao 
médico assistente, se não for possível, por 
outro modo, mantê-lo vivo. 
 Consiste no sepultamento do cadáver. 
 
 Confirmada a realidade da morte e após o 
registro do atestado de óbito nos cartórios, o 
cadáver é habitualmente sepultado em 
inumatórios de 1,75m de profundidade por 
0,80m de largura, afastados uns dos outros 
pelo menos 0,60m em todos os sentidos, ou, 
então, em túmulos ou jazigos construídos 
conforme as exigências sanitárias. 
 No Brasil, como são as leis municipais que 
geralmente fixam as regras de direito 
funerário, as dimensões de covas são muito 
variadas, para tal caso encontra-se as 
seguintes medidas: 
 Na cidade de Belo Horizonte, no Estado de Minas Gerais, as 
covas devem ter o comprimento de 2,00 m, a largura de 
0,75 m e a profundidade de 1,70 m; já na cidade de São 
Paulo, no Estado de São Paulo, as covas devem ter o 
comprimento de 2,20 m e a largura deve ser de 0,80 m, 
enquanto que a profundidade fica com 1,55 m; na cidade de 
Cachoeira do Sul no Estado do Rio Grande do Sul a cova tem 
o comprimento de 2,10 m e largura de 0,80 m, com 
profundidade de 1,55 m; em Corumbá, no Mato Grosso do 
Sul, a cova tem comprimento de 2,50 m, largura de 0,90 m 
e profundidade de 0,90 m; em Cuiabá, no Mato Grosso, o 
comprimento é de 2,20 m, a largura de 0,80 m e a 
profundidade de 1,55 m; já em Foz do Iguaçú, no Estado do 
Paraná, o comprimento da cova é de 2,20 m, a largura de 
0,80 m e a profundidade de 1,55 m; na Cidade de Joinville 
em Santa Catarina, o comprimento da cova fica estipulado 
em 2,00 m de comprimento, 0,80 m de largura e 2,00 m de 
profundidade; a cidade de Petrópolis, no Rio de Janeiro, tem 
como medidas para as covas o comprimento de 2,20 m, a 
largura de 0,80 m e a profundidade de 1,55 m; por fim a 
cidade de Vitória, no Estado do Espirito Santo, tem suas 
covas com o comprimento de 2,10 m, a largura de 0,80 m e 
a profundidade de 1,50 m. 
 Exceção dos óbitos por moléstia infecciosa 
grave, epidemias, conflitos armados, 
cataclismos, em que a inumação poderá ser 
imediata, os sepultamentos não se 
processarão antes das 24 horas, nem após 36 
horas da morte. 
 
 Contudo existem casos de inumação antes de 
24 horas. Exemplo: sepultamentos seguindo 
os costumes judaicos (inumação dos esquifes 
antes do pôr do sol). 
 Nas mortes violentas, após necropsia 
estatuída pela lei processual penal, serão os 
cadáveres inumados como habitualmente, 
depois de terem sido recompostos. 
 Cadáver é o corpo morto, enquanto conserva a aparência 
humana por não ter cessado totalmente a conexão de suas 
partes. O conceito exclui o arcabouço ósseo, as cinzas, os 
restos mortais em completa decomposição (RT, 479:303) e 
a múmia. 
 
 Arcabouço ósseo é o esqueleto, v. g., conjunto de 208 
ossos ou “simplesmente uma série de vértebras 
superpostas, que têm dos lados dois pares de apêndices 
ou membros”. 
 
 Não se consideram cadáver os restos humanos em estadode quase completa esqueletização (RT, 479:304). 
 
 Cinzar humanas são os restos de um cadáver. As cinzar 
não são parte do cadáver, do mesmo modo que os 
escombros de uma casa incendiada já não integram o que 
se chama de casa. 
 As partes de um corpo humano sem vida, em 
adiantado estado de putrefação, e as peças 
amputadas de um corpus vivus não fazem jus 
à tutela da lei substantiva penal. Configurará, 
todavia, o delito previsto no art. 211 do 
Código Penal: “Destruir, subtrair ou ocultar 
cadáver ou parte dele”, se a ação do agente 
recair sobre despojos de um cadáver 
mutilado sem decomposição. 
 “O cadáver é uma res extra commercium e a 
proteção é erigida em razão de princípios éticos, 
religiosos, sanitários e de ordem pública que o 
direito positivo impõe. A sua subtração, segundo 
já se acentuou, bem como a subtração de peças 
anatômicas desagregadas do corpo humano, 
imputa ao agente o crime preceituado no art. 
211 do CP.” 
 
 Destruição, subtração ou ocultação de cadáver. 
 Art. 211 - Destruir, subtrair ou ocultar cadáver ou parte dele: 
 Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. 
 
 A título de ilustração, será permitido o sepultamento do 
cadáver sem atestado de óbito, por inexistência de médico 
no lugar, o qual, conforme o art. 77 da Lei n. 6.015, de 31 
de dezembro de 1979 (Lei de Registros Públicos), é 
suprido pelo testemunho de duas pessoas qualificadas 
que tiverem presenciado ou verificado a morte. 
 
 E o art. 83 estabelece que: 
 
 “83. Quando o assento for posterior ao enterro, faltando 
atestado de médico ou de duas pessoas qualificadas, 
assinarão, com a que fizer a declaração, duas testemunhas 
que tiverem assistido ao falecimento ou ao funeral e 
puderem atestar, por conhecimento próprio ou por 
informação que tiverem colhido, a identidade do cadáver. 
 Consiste no desenterramento do cadáver, não importa o 
local onde se encontra sepultado. 
 
 Exumar um cadáver, ou uma ossada, sob observância das 
disposições legais, é diligencia indispensável que não deve 
ser procedida de afogadilho – quando se suspeita, após o 
sepultamento, ter sido violenta a causa jurídica da morte, 
ou para dirimir dúvida porventura fluídas da primeira 
necropsia, ou para verificação de identidade, como 
ocorreu no Rio de Janeiro, em 1885, na célebre questão 
Castro-Malta, cujo sepultus foi identificado, na segunda 
exumação, por um calo de fratura consolidada 11 anos 
antes, assentada no colo do úmero direito, e por genu 
valgum duplo, ou simplesmente para transladamento do 
corpo. 
 Revela dizer que a exumação que se processa 
sem observâncias das disposições legais 
constitui infração penal, consoante o art. 67 
da Lei das Contravenções Penais. 
 
 Art. 67. Inumar ou exumar cadáver, com 
infração das disposições legais: 
 Pena – prisão simples, de um mês a um ano, 
ou multa, de duzentos mil réis a dois contos 
de réis. 
 
 As formalidades legais implicam a presença, 
em dia e hora previamente marcados, da 
autoridade policial (art. 6º, I, do CPP), dos 
peritos, do escrivão, do administrador do 
cemitério público (para indicar, sob pena de 
desobediência, o local da sepultura) e, se 
possível, de familiares do morto e 
testemunhas que estiveram presentes à 
inumação. 
 Localizada a sepultura, deve-se fotografá-la 
juntamente com outra, tomada como ponto de 
referência, após o que procede-se à sua abertura. 
 
 O caixão e, depois de sua abertura, o cadáver, ou o 
que dele restar, serão fotografados na posição em 
que forem encontrados (art. 164 do CPP). 
 
 Art. 164. Os cadáveres serão sempre fotografados na 
posição em que forem encontrados, bem como, na 
medida do possível, todas as lesões externas e 
vestígios deixados no local do crime. (Redação dada 
pela Lei nº 8.862, de 28.3.1994) 
 Identificado o morto, efetua-se o exame 
cadavérico a céu aberto ou em morgue anexa 
ao coemiterium, quando houver, descrevendo 
os competentes minuciosamente, no auto de 
exumação e reconhecimento, a sepultura, o 
esquife, as vestes, o aspecto do de cujus, o 
grau de putrefação, ou a ossada, se já atingiu 
a fase da esqueletização. 
 Nos casos de exumação por suspeita de 
envenenamento, os peritos recolherão os órgãos, 
seus destroços ou resíduos putrefeitos, cabelos e 
ossos, em vasos adequados. Serão também 
recolhidas substâncias pulverulentas achadas, 
amostras de terra aderente e de alguns metros 
distantes, de natureza análoga, para efeito de 
exame comparativo, se for preciso. 
 
 O material será conduzido, com segurança e 
cautela, ao laboratório onde serão procedidos os 
exames toxicológicos necessários. 
 Finda a perícia, o cadáver, ou seus despojos, 
é novamente inumado. 
 Consiste na incineração do cadáver, reduzindo-o 
a cinzas. 
 
 A cremação processa-se em fornos aquecidos a 
lenha, coque, óleo, gás e, modernamente, 
eletricidade, constituídos de uma grelha rotatória 
e um coletor de cinzas, à temperatura de 1.000 a 
1.200º C, que reduzem o cadáver de um adulto 
de 1,5 a 2,5 Kg de cinzas, conforme o peso, em 
aproximadamente 1:30 minutos, que são 
recolhidas numa caixa de metal soldada e 
colocada numa urna de bronze, de acabamento 
artístico. 
 As urnas podem ser enterradas ou, então, 
colocadas em nichos, construídos em muros 
arguidos especialmente para esse fim. 
 
 Na Argentina, a legislação pertinente permite 
guardar as cinzar nas residências. 
 
 Na Índia, se arrojam as cinzas no Ganges por 
crerem os hindus que suas águas sagradas 
têm a virtude de lavar todos os pecados 
cármicos. 
 Os apologistas da cremação apontam as seguintes 
vantagens: 
 
 1 – Higiene – É processo ideal do ponto de vista 
higiênico; 
 
 2 – Economia monetária – As despesas da cremação 
custam 20 a 40% menos que as do enterro. Essa 
vantagem torna-se ainda maior quando os restos 
mortais devem ser transportados. 
 
 3 – Economia de espaço – O corpo cremado ocupa um 
espaço, em geral, 14 d 20 vezes menor que o 
inumado. 
 Como desvantagem, do ponto de vista médico-legal, 
cita-se a impossibilidade da verificação post mortem, 
quando surge uma suspeita de crime, ou elucidação 
de dúvidas por acaso verificadas na necropsia, ou, 
ainda, a possibilidade de causa mortis que dê direito 
aos remanescentes à indenização, como, por 
exemplo, no caso de envenenamento industrial. Esses 
inconvenientes serão, no entanto, contornados pelo 
cumprimento de prescrições especiais para a 
expedição da licença de cremação, como a exigência 
de prévio e minucioso exame do cadáver, registro das 
impressões digitais, descrição das arcadas dentárias, 
palatoscopia, etc. 
 Só se procederá à cremação facultativamente 
e mediante vontade expressa em vida, ou, 
compulsoriamente no interesse da saúde 
pública (Lei n. 6.015/73), e se o atestado de 
ótico houver sido firmado por dois médicos 
ou por um legisperito e, no caso de morte 
violenta depois de autorizada pela autoridade 
judiciária. 
 Consiste na introdução nas artérias carótida 
comum ou femoral e nas cavidades tóraco-
abdominal e craniana, nesta última através da 
lâmina crivosa de etmoide, de líquido 
desinfetantes, conservadores, dotados de 
intenso poder germicida, objetivando impedir 
a putrefação do cadáver. 
 O embalsamamento objetiva impedir a 
decomposição putrefativa do cadáver e a 
consequente desconexão de suas partes, ou 
permitir o seu sepultamento em prazo maior 
que 4 dias após o falecimento, ou seu 
transporte para fora do município ou do país 
em que ocorreu o óbito. 
 Com efeito, consoante a legislação vigente, a 
critério do Serviço de Verificação de Óbitos (SVO), 
o transporte de cadáveres só poderá ser feito, 
sem conservação, até o prazo máximo de 24 
horas entre o falecimento e o sepultamento. 
 
 Dessarte, será exigida conservação simples de 
cadáver, por formolização, por exemplo, quando 
a inumação for feita dentro de 3 dias após a 
morte, sendo exigido o embalsamamento com 
esquife hermeticamente fechado e selado quandose tratar de prazos maiores. 
 A formolização de cadáver, sendo obrigatória em 
certas circunstâncias, independe de anuência; 
ademais, por não constituir actus medicus, pode ser 
realizada por um técnico em necropsia 
supervisionado pelo profissional de Medicina, que é o 
responsável pelo ato, nas entidades públicas ou 
privadas autorizadas para tanto pelo SVO, desde que 
satisfaçam determinadas condições estabelecidas 
pelo próprio SVO. 
 
 O embalsamamento só se procederá após o 
diagnóstico da realidade da causa mortis, por médico 
estranho ao ato, e com autorização das autoridades 
policiais e sanitárias, e sempre na presença de 
testemunhas. 
 O embalsamador pode optar por vários 
processos: 
 
 1 – Processo do IML do Rio de Janeiro; 
 2 – Processo de Tanner de Abreu; 
 3 – Processo de Pais Leme; 
 4 – Processo de Lastrowski; 
 5 – Processo Espanhol; 
 6 – Processo de Laskowski. 
 Findo o embalsamamento lavrar-se-á ata em 
quatro vias, que serão assinadas pela 
autoridade sanitária, pela autoridade policial 
e pelo médico que atestou o óbito, pelo 
médico embalsamador, pelo representante da 
família do morto e pelas pessoas que 
testemunharam a operação. 
 A velocidade de instalação e ultimação do 
processo de morte poderá ser útil para criar 
uma subdivisão que é usada pelos médicos 
legistas. 
 Denomina-se morte súbita aquela que, pela brevidade de 
instalação do processo, desde segundos até horas-, não 
possibilita que seja realizada uma pesquisa profunda e 
uma observação apurada da sintomatologia clínica, hábil a 
ensejar um diagnóstico com certeza e segurança. 
 
 O conceito mais aceito de morte súbita se deve a Vibert: 
 
 "compreendem-se, em Medicina Legal, sob o nome de 
morte súbita, os casos onde a morte sobrevém mais ou 
menos rapidamente, em alguns segundos, algumas horas, 
ou mesmo dias, mas de modo imprevisto, atingido, sem 
causa aparente um indivíduo até então de boa saúde ou 
que não apresentava se não ligeiros distúrbios ou que, 
pelo menos, assim parecia às pessoas que o circundavam" 
 O termo morte súbita tem uma dupla 
conotação: 
 
 1. objetiva: a rapidez com o que ocorre o 
óbito. 
 
 2. subjetiva: caráter inesperado com que se 
dá o decesso. 
 - afecções cardiovasculares; 
 - lesões encefálicas; 
 - tumores cerebrais; 
 - AVC; 
 - infarto do miocárdio; 
 - fibrilação ventricular; 
 - edema agudo dos pulmões; 
 - insuficiência cardiaca congestiva; 
 - ruptura das visceras ocas e/ou maciças; 
 - ruptura de aneurisma; 
 - asfixia mecânicas; 
 - edema de glote; 
 - choque hemorrágico anafilático; 
 - doenças tromboembólicas; 
 - etc... 
 Outrossim, criminalmente falando, certas 
mortes são consideradas suspeitas, até prova 
contrária. Os legisperitos, contudo, sempre 
saberão estabelecer o diagnóstico diferencial 
entre a morte súbita e a morte suspeita, 
examinando o local onde o óbito ocorreu, 
ouvindo testemunhas, se houver, realizando a 
indispensável necropsia e exames 
complementares. 
 E aquela que sobrevém como consequência de um 
processo esperado e previsível. Por exemplo, nos 
casos de envelhecimento natural, com esgotamento 
progressivo das funções orgânicas. 
 
 Em outros casos, o óbito é um corolário de uma 
doença interna, aguda ou crônica, a qual pode ter 
acontecido e transcorrido sem intervenção ou uso de 
qualquer fator externo ou exógeno. 
 
 É evidente que strictu senso, a causa do óbito não é 
"natural" e, sim, patológica. Todavia, habitual do 
termo considera o tipo de morte como natural. 
 Rotula-se como morte suspeita aquela que, 
mesmo com testemunhas, e com alguns 
dados de orientação diagnostica, se mostra 
duvidosa quanto à sua origem. Sua 
frequência é bastante elevada. 
 
 Segundo Armando Canger Rodrigues, de 
acordo com estatística realizada na cidade de 
S. Paulo, foi observada uma incidência de 12% 
de mortes de causa indeterminada. 
 As maiores dúvidas que suscitam este tipo de óbito 
se relacionam com o fato de ocorrer sem 
testemunhas, em locais isolados ou em pessoas que 
moram sozinhas e que, tampouco procuram auxílio. 
 
 Os SVOs , Serviços de Verificação de Óbito são 
instituições que têm por finalidade a determinação da 
realidade da morte, bem como a sua causa - desde 
que natural e não-externa - nos casos de óbitos 
ocorridos sem assistência médica ou com assistência 
médica, mas em que este sobreveio por moléstia 
maldefinida. Lei n. 5452, de 22.12.86 reorganizou 
esses serviços. Ver também os arts. 15, 72, 114 do 
Código de Ética Médica, Resolução CF M n. 1.246, de 
8.1.68. 
 Morte agônica é aquela em que a extinção 
desarmônica das funções vitais processa-se 
paulatinamente, com estertores, num tempo 
relativamente longo; nela os livores 
hipostáticos forma-se mais lentamente. 
 O diagnóstico diferencial entre a morte súbita e a 
morte agônica é firmado pelo expertos, 
habitualmente, durante a necropsia; há casos 
raros, todavia, em que se torna necessária a 
complementação diagnóstica pelas docimasias 
hepáticas e suprarrenal. Baseiam-se elas na 
pesquisa de glicose e de glicogênio no fígado, e 
de adrenalina e sua dosagem nas glândulas 
suprarrenais. 
 
 A docimasia hepática pode ser: química e 
histológica; e a docimasia suprarrenal, de ordem 
química, histológica e fisiológica. 
 O legisperito esclarecerá à Justiça se as 
lesões encontradas foram causadas: 
 
 a) bem antes da morte; 
 b) imediatamente antes da morte; 
 c) logo após a morte; 
 d) certo tempo após a morte. 
 
 As lesões corporais sofridas in vitam traduzem 
sempre reações vitais. 
 
 1) Hemorragia - A hemorragia interna 
proveniente de lesão produzida no vivo aloja-se 
no interior do corpo sob forma de grandes 
coleções hemáticas. No morto, a coleção 
hemática interna é sempre de reduzidíssima 
dimensão, ou não existe, e o sangue não 
coagula.. 
 
 2) Retração dos tecidos - Os ferimentos incisos e 
os corto contundentes mostram as margens 
afastadas, devido à retração dos tecidos, o que 
não ocorre nos feitos no cadáver, pois neste os 
músculos perdem a contratilidade. 
 
 3) Escoriações - A presença de crosta recobrindo 
as escoriações significa lesão intra vitam. 
Dessarte, pergaminhamento da pele escoriada é 
sinal seguro de lesão pos mortem. 
 
 4) Equimoses - Sobrevêm de repente no vivo 
após o traumatismo, e se apagam lenta e 
paulatinamente. No cadáver não ocorrem essas 
contínuas variações de tonalidades cromáticas. 
 
 5) Reações inflamatórias - Manifestadas pelos 
quatro sintomas cardinais: dor, tumor, rubor e 
calor. Desse modo, é a inflamação importante 
elemento afirmativo de que a lesão foi produzida 
bem antes da morte. 
 
 6) Embolias - São acidentes cujas principais 
manifestações dependem do órgão em que 
ocorrem. Chama-se embolia à obliteração 
súbita de um vaso, especialmente uma 
artéria, por coágulo ou por um corpo 
estranho líquido, sólido ou gasoso, chamado 
êmbolo. 
 
 7) Consolidação das fraturas - O tempo de 
consolidação de uma fratura varia conforme o 
osso. Amiúde demanda 1 ou 2 meses. 
 8) O eritema, simples e fugaz afluxo de sangue na pele, e 
as flictenas contendo líquido límpido ou citrino, 
leucócitos, cloreto de sódio e albuminas (sinal de 
Chambert), e o retículo vasculocutâneo afirmam 
queimaduras intra vitam. No cadáver não se forma 
nenhum desses sinais vitais. E as bolhas porventura 
existentes assestam-se em áreas edemaciadas contendo 
gás e, às vezes, líquido desprovido de albuminas e de 
glóbulos brancos. 
 
 9) O cogumelo de espuma traduz fenômeno vital, pois só 
se forma nos afogados que reagiram à proximidade da 
morte cedo foram retirados do meio líquido. 
 
10) A diluição do sangue e a presença de líquido nos 
pulmões e no estômago, nos asfixiados por submersão, de 
substâncias sólidas no interior da traqueia e dos 
brônquios, no soterramento, de fuligem nas vias 
respiratórias e monóxido de carbono no sangue dos que 
respiraram no focode incêndio, de aeração pulmonar e 
conteúdo lácteo no tubo digestivo de recém-nascido são 
sinais certos de reação vital.

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