Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA GESTÃO DE INVESTIMENTOS MÔNICA BORGES MANSUR FEAD Belo Horizonte 2012 Todos os direitos reservados ao Sistema Integrado de Ensino de Minas Gerais – SIEMG Rua Cláudio Manoel, 1.162 – Savassi – Belo Horizonte – MG Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida, armazenada ou transmitida de qualquer forma ou por qualquer meio, seja ele eletrônico, mecânico, fotocópia ou gravação, sem autorização do SIEMG Atenção: pode acontecer de algum desses sites indicados não estar mais disponível devido ao dinamismo que caracteriza essa fonte de informação. M286g Mansur, Mônica Borges Gestão de Investimentos / Mônica Borges Mansur. - Belo Horizonte: FEAD, 2011. 138p. ISBN: 978-85-8034-035-0 I Título 1- Economia 2- Gestão CDU: 330 Publicado por FEAD Copyright©2012 FEAD Diretoria Geral José Roberto Franco Tavares Paes Capa Jan Gossaert - Retrato de um banqueiro A Faculdade FEAD apresenta novo projeto, fundamentado em aspectos metodológicos da auto-aprendizagem, e inaugu- ra os cursos de graduação na modalidade a distância. Estudar na modalidade a distância é adquirir, além de co- nhecimento do conteúdo apresentado, competências hoje exi- gidas no campo profissional e pessoal: autonomia, interação, determinação, gerenciamento da própria formação e atualiza- ção continuada. A Instituição que se propõe formar empreendedores apre- senta atitude inovadora e ensina pelo próprio exemplo. O pro- jeto FEAD de Educação a Distância vem sendo desenvolvido desde 2004 e, agora, torna-se realidade. Buscar atingir a meta da qualidade em todos os projetos educacionais é o que move a comunidade FEAD. Projeto de muitas mãos e mentes, trabalho conjunto de professores, co- ordenadores, funcionários, empresas parceiras e direção, na busca de produzir o que há de consubstancial em aprendiza- gem na modalidade a distância. Sinta-se, em definitivo, participante e construtor deste novo tempo. Faça parte do seu mundo. Bem-vindo ao século XXI! Professor José Roberto Franco Tavares Paes Direção-Geral Meu nome é Mônica Borges Man- sur e serei sua professora de Gestão de Investimentos. Graduei-me em Ciências Econô- micas, em outubro de 2001, na Univer- sidade Estadual de Santa Cruz (UESC). Sou especialista em Contabilidade Geren- cial e Administração Financeira e mestre em Economia de Empresas. Na FEAD, além de fazer meu mestrado, sou monitora do EAD de Esta- tística I para os cursos de Administração, Economia, Turismo e Ciên- cias Contábeis. O livro de Gestão de Investimentos que compus para você apresenta em uma linguagem muito clara os assuntos abordados, para que possa compreender da melhor maneira possível. Ao final de cada aula, você terá a oportunidade de colocar em prática tudo o que foi aprendido. Adoro minha profissão, e será um prazer conviver e interagir com você nesta nova forma de ensino. Bom aprendizado e muito sucesso! Fo to : F EA D Sumário Unidade 01 AULA 1 O PROCESSO PRODUTIVO E O SISTEMA ECONÔMICO ..........................................................9 Unidade 01 AULA 2 AS UNIDADES DE PRODUÇÃO ..................................................................................................15 Unidade 01 AULA 3 PLANEJAMENTO E PROJETO ...................................................................................................19 Unidade 02 AULA 4 QUEM COMPRARÁ O PRODUTO DESENVOLVIDO; A QUE PREÇO E QUANTO SERÁ COMPRADO .................................................................................................................................23 Unidade 03 AULA 5 IMPORTÂNCIA DO FLUXO DE CAIXA EM UMA EMPRESA .....................................................27 Unidade 03 AULA 6 DEPRECIAÇÃO ............................................................................................................................31 Unidade 03 AULA 7 DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA ..................................................................................35 Unidade 03 AULA 8 ELABORAÇÃO DA DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA DE UMA EMPRESA ...............39 Unidade 03 AULA 9 INTERPRETANDO O FLUXO DE CAIXA .....................................................................................45 Unidade 03 AULA 10 PLANEJAMENTO FINANCEIRO .................................................................................................49 Unidade 03 AULA 11 PLANEJAMENTO DE CAIXA .......................................................................................................53 Unidade 03 AULA 12 AVALIAÇÃO DO ORÇAMENTO DE CAIXA .................................................................................57 Unidade 03 AULA 13 PLANEJAMENTO DO LUCRO .....................................................................................................61 Unidade 04 AULA 14 CUSTO DE CAPITAL E ORÇAMENTO DE CAPITAL .................................................................65 Unidade 05 AULA 15 TOMADA DE DECISÕES NO PROCESSO DE ORÇAMENTO DE CAPITAL .............................69 Unidade 05 AULA 16 FLUXO DE CAIXA RELEVANTE ..................................................................................................73 Unidade 05 AULA 17 DETERMINAÇÃO DO INVESTIMENTO INICIAL .........................................................................77 Unidade 05 AULA 18 VALOR CONTÁBIL DE UM ATIVO ..............................................................................................81 Unidade 05 AULA 19 VARIAÇÕES DO CAPITAL DE GIRO LÍQUIDO ...........................................................................85 Unidade 05 AULA 20 DETERMINAÇÃO DAS ENTRADAS DE CAIXAS OPERACIONAIS ..........................................89 Unidade 05 AULA 21 DETERMINAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA TERMINAL ................................................................95 Unidade 05 AULA 22 SÍNTESE DOS FLUXOS DE CAIXA RELEVANTES ....................................................................99 Unidade 06 AULA 23 PAYBACK ...................................................................................................................................103 Unidade 06 AULA 24 PAYBACK DESCONTADO .........................................................................................................107 Unidade 06 AULA 25 VALOR PRESENTE LÍQUIDO (VPL) .........................................................................................111 Unidade 06 AULA 26 TAXA INTERNA DE RETORNO (TIR) ........................................................................................117 Unidade 06 AULA 27 TAXA INTERNA DE RETORNO MODIFICADA (TIR-M) ............................................................123 Unidade 06 AULA 28 COMPARANDO TÉCNICAS DE VPL E TIR ...............................................................................127 Unidade 07 AULA 29 TIPOS DE INVESTIMENTOS .....................................................................................................131 Unidade 07 AULA 30 RISCO E LIQUIDEZ ....................................................................................................................135 Objetivos • Entender o conceito de processo de produção. • Analisar os elementos que constituem o processo produtivo. • Conhecer o funcionamento do sistema econômico. AULA 1 O PROCESSO PRODUTIVO E O SISTEMA ECONÔMICO Unidade 01 GESTAO DE INVESTIMENTOS INTRODUÇÃO AO ESTUDO DE PROJETOS 10 ADMINISTRAÇÃO HOTELEIRA 1 INTRODUÇÃO Olá, meu aluno! Este é a nossa primeira aula do livro Gestão de Investimentos, e, para iniciarmos, é importante que você tenha o conhecimento de como funcionam o processo produtivo e o sistema econômico, para que, a partir daí, possamos tratar de questões mais específicas sobre a gestão de investimentos. Por isso, vamosiniciar nossa aula estudando esses conceitos. Espero que você entenda tudo bem direitinho porque vai precisar desse conheci- mento durante toda a sua vida profissional. Desejo-lhe ótimos momentos de estudo e não se esqueça de tirar todas as suas dúvidas com o seu tutor. Vamos nessa?! 2 O PROCESSO PRODUTIVO Você já sabe muito bem que a economia é composta por diversas empresas que produzem os bens e serviços que consumimos todos os dias, não é mesmo? Sabe também que essas empresas vão desde uma pequena fabri- cante de iogurte, com apenas dois funcionários, sendo um dos funcionários o próprio dono da empresa, até uma grande multinacional com diversas filiais no mundo inteiro. Porém o que as faz semelhantes entre si? Ora, o que as faz semelhantes é o processo de produção. Então, o que podemos chamar de processo de produção? Processo de produção é uma combinação de fatores de produção que resulta na obtenção de um dado bem final. Um processo produtivo é composto por diversos fatores que vão desde os chamados RECURSOS HUMANOS, que é o homem, o qual se relaciona com a natureza pelo trabalho; a natureza, que são os RECURSOS NATURAIS; até o produto acabado, que são os BENS E SERVIÇOS, os quais são consumidos pelo próprio homem, chamados de CONSUMIDORES, como você já está cansado de saber, não é mesmo? Agora, um ponto importante que deve ser entendido claramente refere-se à procura constante do homem para obter formas de eficiência na relação entre os homens e os recursos naturais, com o objetivo de reduzir a quantida- de de mão de obra e aumentar a produção de bens e serviços. Veja na FIG. 1 como isso se dá. FIGURA 1 - Elementos do processo produtivo de uma empresa Fonte: Elaborada pela autora. De acordo com essa FIG. 1, pode-se ver como funciona o processo produtivo de uma maneira mais clara, sabendo que os homens utilizam sua força de trabalho sobre os recursos extraídos da natureza, processam esses recursos para produzir bens e serviços a serem distribuídos nas sociedades. BENS E SERVIÇOS NATUREZA HOMENS AULA 1 • O PROCESSO PRODUTIVO E O SISTEMA ECONÔMICO 11 GOVERNO Mercado de bens e serviços Empresas Mercado de fatores de produção Consumidores 3 O SISTEMA ECONÔMICO O sistema econômico é a forma política, social e econômica pela qual estão organizadas as entidades sociopolíticas e o complexo das unidades de produção, buscando o bem-estar social através da produção de bens e serviços que, obviamente, passaram pelos fato- res de produção. 3.1 ELEMENTOS DE UM SISTEMA ECONÔMICO 3.1.1 FATORES DE PRODUÇÃO - Recursos humanos - Força de trabalho (mão de obra) - Capacidade empresarial - Recursos naturais - Terra - Capital => $ - Tecnologia 3.1.2 COMPLEXO DE UNIDADES DE PRODUÇÃO - Bens (parque industrial) - Serviços 3.1.3 ORGANIZAÇÕES SOCIOPOLÍTICAS - conjunto das instituições sociais, políticas, jurídicas e econômicas O funcionamento básico do sistema econômico, analisado de forma simplificada, é composto pelo ca- pital K, pelo trabalho T e pelos recursos naturais RN. A utilização dessa combinação de fatores (capital, tra- balho e recursos naturais) é que define o potencial do sistema econômico, ou seja, quanto maior essa combi- nação, mais produtivo é o sistema econômico. Para um melhor entendimento, vamos conceituar cada fator: a) Fator Capital – compreende os equipamentos e instalações (máquinas, fábricas, edifícios, es- colas, hospitais. O estoque de capital de uma economia é de suma importância na eficiência do trabalho humano. b) Fator Trabalho – é constituído por todas as pessoas disponíveis para trabalhar. Esse é o principal fator de produção. c) Fator Recursos Naturais - são os elementos naturais disponíveis e incorporáveis às ativida- des econômicas. Mas seu volume disponível depende, entre outros fatores, da evolução tec- nológica, das facilidades de transportes, etc. O seu estoque varia. A partir daí, esse funcionamento indica os fluxos: monetário ou nominal - Y -, e real de bens de consumo e de capital - P. Os dois fluxos - real e monetário - são compostos por dois tipos de produtos: parte dos produtos é consu- mida pelos indivíduos, a outra parte serve para a pro- dução de novos bens. Analise a FIG. 2 a seguir. FIGURA 2 - Funcionamento do Sistema Econômico Fonte: BUARQUE, 1984, p. 22. 12 ADMINISTRAÇÃO HOTELEIRA Fluxo Real Fluxo Monetário Normatização e Controle 3.2 FUNCIONAMENTO DO SISTEMA ECONÔMICO A FIG. 2 indica o funcionamento do sistema econô- mico. Assim, vamos ver o que ocorre em cada um dos itens que estão no diagrama. 3.2.1 AGENTES ATIVOS São os responsáveis diretos pelas ações econômi- cas desenvolvidas no sistema. Os agentes são agrupa- dos conforme a natureza de suas ações econômicas. Assim, temos: Consumidores - são as famílias, pessoas emprega- das ou não. Formam o potencial de recursos para o processamento das atividades produtivas. Englobam os que recebem transferências pagas pela previdência social ou outras entidades, empresários e proprietários de fatores de produção (trabalho, terra e capital). Empresas - unidades produtoras dos setores primário, secundário e terciário. As empresas reúnem, organi- zam e remuneram os fatores de produção fornecidos pelas unidades familiares. Governo - as receitas são provenientes dos impostos e do lucro das estatais. As despesas são pagamentos efetuados no fornecimento de bens e serviços à socie- dade, na produção de bens e serviços públicos como saúde, educação e segurança. Resto do Mundo - transações econômicas entre uni- dades familiares, empresas e governo do país, com agentes semelhantes de outros países. 3.2.2 RELAÇÕES ENTRE AGENTES DO PAÍS E O RESTO DO MUNDO Mercado de Bens e Serviços - mercado no qual são ofertados os bens e serviços produzidos pelas empre- sas. Mercado de Fatores - mercado no qual as famílias ofertam fatores de produção (terra, capital e trabalho), e as empresas demandam e organizam esses fatores para produção de bens e serviços. 4 COMO SÃO DIVIDIDOS OS BENS E SERVIÇOS? Os bens e serviços são divididos em bens de con- sumo, bens de capital e bens intermediários. a) Bens de Consumo: são os destinados à satisfa- ção direta das necessidades humanas. Podem subdividir-se em bens de consumo duráveis (automóvel, geladeira, etc.) e bens de consu- mo não duráveis (alimentação, roupas, etc.). b) Bens de Capital: não atendem diretamente às necessidades humanas, mas destinam- se a multiplicar a eficiência do trabalho (máquinas, estradas, etc.). c) Bens Intermediários: são os que devem sofrer novas transformações para se tornarem bens de consumo ou de capital (minério de ferro, tri- go, etc.) 5 FLUXO MONETÁRIO E FLUXO REAL O fluxo desses bens se dá entre as unidades pro- dutoras e entre estas e as unidades familiares. As uni- dades produtoras oferecem os fatores de produção e em contrapartida recebem salários (remuneração aos proprietários de mão de obra), juros, aluguéis (remune- ração aos proprietários de capital financeiro e capital) e lucros (remuneração do empresário). Esse fluxo de renda é denominado Fluxo Monetário. O fluxo de renda permite à unidade familiar deman- dar bens e serviços no “mercado de bens e serviços” que, por sua vez, é suprido pelas unidades produtoras que, para produzirem, demandam fatores de produção no “mercado de fatores”. Bem, não é nada difícil de entender porque vive- mos mergulhados nessa realidade, não é mesmo? En- tão, estude de novo tudo muito bem e até nossa próxi- ma aula. Encontramo-nos lá! Ah, nunca deixe de fazer as atividades propostas, ok? 6 RESUMO A economia é composta por diversas empresas que produzem bens e serviços que consumimos todos os dias. Um processo produtivo é composto por diver- sos fatoresque vão desde os chamados RECURSOS HUMANOS, que é o homem, o qual se relaciona com AULA 1 • O PROCESSO PRODUTIVO E O SISTEMA ECONÔMICO 13 a natureza pelo trabalho; a natureza, que são os RE- CURSOS NATURAIS; até o produto acabado, que são os BENS E SERVIÇOS, os quais são consumidos pelo próprio homem, chamados de CONSUMIDORES 7 ATIVIDADES Responda às seguintes questões: 1) O que é o processo de produção? Explique como ele funciona. 2) Se você fosse montar uma empresa fabricante de sorvete, como seriam combinados os fato- res de produção desta empresa? 3) Diferencie fluxo monetário de fluxo real. REFERÊNCIAS BUARQUE, C. Avaliação econômica de projetos: uma apresentação didática. Rio de Janeiro: Cam- pus, 1984. MANKIW, N. Gregory. Introdução à Economia. São Paulo: Cengage Learning, 2009. Objetivos • Entender o conceito de unidade de produção. • Conhecer como se organiza uma unidade de produção. AULA 2 AS UNIDADES DE PRODUÇÃO Unidade 01 GESTAO DE INVESTIMENTOS INTRODUÇÃO AO ESTUDO DE PROJETOS 16 ADMINISTRAÇÃO HOTELEIRA 1 INTRODUÇÃO Agora que já conhecemos na aula anterior os ele- mentos de funcionamento do processo de produção, vamos analisar o papel de uma unidade de produção e como ela se organiza. Para isso, primeiro vamos co- nhecer como são classificados os setores econômicos das unidades produtoras. Preparado? Então, vamos ao que interessa! 2 CLASSIFICAÇÃO DOS SETORES ECONÔMICOS DAS UNIDADES PRODUTORAS Conforme a origem dos produtos, eles podem ser classificados em três grandes setores (BUARQUE, 1984): A) Os bens primários são aqueles produzidos na agri- cultura. • Lavouras - culturas permanentes e temporárias • Produção animal e seus derivados • Extração vegetal e silvicultura B) Os bens secundários são provenientes do setor in- dustrial. • Indústria extrativa mineral • Indústria de transformação • Indústria da construção civil C) O setor terciário são os serviços ou bens invisíveis. • Comércio - atacadistas e varejistas • Intermediários financeiros • Transportes e comunicações • Governo • Outros serviços: serviços auxiliares de comér- cio e armazenagem, alojamentos 3 UNIDADE DE PRODUÇÃO Agora que já conhecemos os setores de produção, vamos saber o que é uma Unidade de Produção. Unidade de produção é o espaço onde se rea- liza a combinação dos fatores de produção, defi- nindo assim o marco microeconômico (BUARQUE, 1984, p. 21). Portanto, se uma fazenda ou empresa agrícola produz laranjas, a fábrica produz roupas, o consultório dentário atende seu paciente, logo, todas elas cons- tituem unidades de produção. Uma do setor primário, outra do setor secundário e a outra do setor terciário, respectivamente. 4 O PAPEL DA UNIDADE DE PRODUÇÃO O que faz uma Unidade de Produção? Para me- lhor entendimento, usarei o exemplo de uma fábrica de bolsas. A fábrica (unidade de produção) tem a função de combinar fisicamente os fatores de produção com a finalidade de produzir bolsas. Logo, a unidade deve conter espaços (edifícios, escritórios), instalações elé- tricas, equipamentos que tratem o couro, cortem, cos- turem, transportem, etc. Só que, além desses equipamentos e instalações, o responsável pela fábrica deve ir ao mercado com- prar o couro, a energia elétrica para fazer com que as maquinas funcionem, água, produtos químicos, entre outros itens necessários para começar a produzir as bolsas. Para fazer funcionar os equipamentos e produzir as bolsas, ele deve contar com a participação de funcioná- rios, ou seja, com o trabalho dos operários. Logo, uma Unidade de Produção passa pelas seguintes etapas: 1°) COMPRA de matérias-primas e todos os compo- nentes (insumos); 2°) TRANSFORMAÇÃO E PRODUÇÃO, utilizando os equipamentos e instalações (capital) e o trabalho (mão de obra); 3°) VENDA do produto. Assim, pode-se concluir que uma unidade de pro- dução é o local onde são combinados os diversos in- sumos que são utilizados no processo de produção e o trabalho, com a finalidade de produzir determinados produtos e então aumentar a oferta de bens e serviços no mercado. 5 ORGANIZAÇÃO DE UMA UNIDADE DE PRODUÇÃO E como se organiza uma Unidade de Produção? Uma unidade de produção tem como objetivo so- cial aumentar a oferta de bens e serviços e, para que isso ocorra, existe uma serie de relações que precisa 17 AULA 2 • AS UNIDADES DE PRODUÇÃO ser obedecida. Segundo Buarque (1984), a principal delas é que exista um coordenador em cada unidade produtiva, isso em qualquer tipo de empresa: empresa privada, dirigente estatal, cooperativa, multinacional. Esse coordenador é o principal responsável pela unidade produtiva, além de ser o responsável pela ob- tenção dos recursos necessários para fazer com que a empresa cresça. Veja na FIG. 3 a seguir como ocorrem as relações dentro de uma empresa. FIGURA 3 - Relações entre as unidades de produção Fonte: BUARQUE, C. 1984, p. 23. Bem final: é o produto acabado, pronto para ser utilizado. Bem intermediário: é um bem que vai passar por algum tipo de tratamento e que será utilizado para pre- paro do bem final. 6 OBJETIVO PRINCIPAL DA EMPRESA: OBTENÇÃO DE LUCRO E qual o principal objetivo da empresa? Ora, é claro que toda e qualquer empresa tem como objetivo prin- cipal a obtenção de lucro. Lucro esse que é utilizado seja no aumento da oferta de bens ou serviços, seja no aumento de capital. Para que isso aconteça, é necessário que os fa- tores produtivos sejam bem analisados. Portanto é de suma importância que seja feito um planejamento das atividades que serão desenvolvidas na empresa a cur- to e a longo prazos, além de um pré-projeto para saber sobre a viabilidade econômica do bem ou serviço que será produzido e posteriormente ofertado. Assim, na próxima aula daremos continuidade aos nossos estudos sobre esse assunto, certo? Já estou esperando você para nosso encontro. Bom descanso e volte renovado! 7 RESUMO Conforme a origem dos produtos, eles podem ser classificados em três grandes setores: primários são aqueles produzidos na agricultura; secundários são provenientes do setor industrial e o setor terciário que são os serviços ou bens invisíveis. Unidade de produção é o espaço onde se re- aliza a combinação dos fatores de produção. E as etapas pelas quais passa uma Unidade de Produ- ção são: 1°) compra de matérias-primas e todos os componen- tes (insumos); 2°) transformação e produção, utilizando os equipa- mentos e instalações (capital) e o trabalho (mão de obra); 3°) venda do produto. 8 ATIVIDADES 1) Quais etapas fazem parte de uma unidade de pro- dução? 2) O que são bens finais? E bens intermediários? 3) Se você fosse montar uma empresa fabricante de roupas, como ela seria organizada? Descreva os detalhes. 18 ADMINISTRAÇÃO HOTELEIRA REFERÊNCIAS BUARQUE, C. Avaliação econômica de projetos: uma apresentação didática. Rio de Janeiro: Campus, 1984. MANKIW, N. Gregory. Introdução à Economia. São Paulo: Cengage Learning, 2009. Objetivos • Entender o conceituar de planejamento e projeto. • Conhecer as diferentes etapas de um projeto. AULA 3 PLANEJAMENTO E PROJETO Unidade 01 GESTAO DE INVESTIMENTOS INTRODUÇÃO AO ESTUDO DE PROJETOS 20 ADMINISTRAÇÃO HOTELEIRA 1 INTRODUÇÃO Nesta aula vamos conhecer as fases que nos le- vam a ter um bem ou serviço bem projetado e, portan- to, com boa margem de lucro. Como foi visto na aula anterior, para iniciarmos a produção de qualquer bem ou serviço, é necessário planejar e ter em mãos um projeto para analisarmos se tal bem ou serviço trará retorno financeiro para a empresa. Até há pouco tempo, poderíamos dissociar plane- jamento de projeto, como se cada um tivesse seusen- foques próprios e independentes. Porém o que já está comprovado pela teoria microeconômica é que eles caminham juntos. Então vamos ver como isso se dá, certo? 2 PLANEJAMENTO E PROJETO: CONCEITO E FINALIDADES Como vimos na aula 2, as unidades de produção são as responsáveis pela execução do que foi plane- jado. Continuando com o nosso exemplo da confecção de bolsas, se o objetivo do plano é confeccionar 1000 bolsas por mês, logo, a unidade produtiva terá que pro- piciar a execução desse objetivo, não é mesmo? É muito importante ter em mente que nenhuma em- presa produz por produzir. Ela produz para atender a uma determinada demanda, e isto quem vai nos indicar é o mercado (BUARQUE, 1984, p. 24). Portanto os projetos de fábricas, empresas, fazen- das, etc. correspondem a manifestações microeconô- micas (demanda e oferta), de acordo com o planeja- mento, já num nível macroeconômico (mercado interno e externo). Assim, segundo Buarque (1984, p.24), a relação entre projeto e planejamento ocorre em dois sentidos: O projeto como instrumento de planeja- mento microeconômico, como forma do otimizar os recursos necessários a uma determinada produção; e o projeto como instrumento de observação e análise das consequências do uso de determinados recursos, em relação aos objetivos ma- croeconômicos do plano de desenvolvi- mento. Logo, pode-se perceber que planejamento e proje- to caminham juntos, cada um com sua função, porém um completando o outro. 3 O PROJETO E SUAS ETAPAS 1.1 PREPARAÇÃO O projeto começa com uma ideia: a de investir cer- ta quantidade de capital na produção de certo bem ou serviço. Então fica assim: primeiro eu penso no que vou produzir para ganhar dinheiro, e, logo em seguida, pen- so para quem vou vender para ganhar esse dinheiro. Porém, para que a ideia tenha êxito, ela tem que ser desenvolvida por um estudo que inclui várias etapas, até a etapa final, ou seja, um estudo em que serão contem- pladas todas as operações da execução do projeto. Assim, teremos cinco fases distintas: 1) Identificação da ideia 2) Estudo da previabilidade 3) Estudo da viabilidade 4) O detalhamento da engenharia 5) A execução. Para nós, interessa-nos apenas as três primeiras fases. Logo, como ponto de partida, temos a identifica- ção da ideia. Então, pergunta-se: O que vamos produzir? Isso constitui o ponto inicial do projeto. Segundo Buarque (1984, p. 25), “durante a fase da identificação, os projetistas devem caracterizar, em forma preliminar, a concepção da ideia, dando base para indicar se ela justifica ser estudada ou não.” Depois, caso haja uma aprovação preliminar sobre o bem ou serviço a ser estudado, os projetistas apro- fundam a ideia e iniciam um estudo de previabilidade, em que é feito um projeto preliminar para saber se o produto terá bom resultado. Esse projeto é feito base- ado em dados não definitivos ou completos. Nos casos em que a previabilidade do projeto seja positiva, aí sim, daremos início ao estudo da viabilidade econômica e financeira do projeto. Nessa fase, os dados são mais completos, pois é a partir deles que podemos saber sobre o custo/benefício do bem ou serviço que será produzido. 3.1 ETAPAS (1ª PARTE) 3.1.1 INVESTIMENTO Nesta etapa é determinada a quantidade de recur- sos financeiros para executar o projeto, ou seja, quanto será gasto para produzir o bem ou serviço. Essa quan- tidade de recursos financeiros deve ser suficiente para, 21 AULA 3 • PLANEJAMENTO E PROJETO além de executar o projeto no período de tempo de sua implantação, garantir também o seu funcionamento ini- cial até começar a dar lucro. Esses recursos são divididos em investimentos fi- xos e circulantes. Investimentos fixos – dependem do nível de pro- dução projetado. São calculados a partir do que se quer produzir, considerando os dados definidos pela engenharia. Investimentos circulantes – dependem do nível efetivo de produção da empresa. É a quantidade ideal de recursos financeiros para pôr em operação a unida- de de produção, garantindo o seu funcionamento sem risco de escassez de insumos nem de liquidez (dinhei- ro) necessários para todas as suas atividades. 3.1.2 RECEITAS Receita é o resultado que se vai obter de um bem ou serviço após terem sido descontados os custos. A rentabilidade do projeto é que determina a sua viabi- lidade. O cálculo das receitas e dos custos constitui o ponto principal do estudo do projeto. r R C I = − O cálculo da receita se dá através da multiplicação das quantidades pelo preço que será vendido o bem. É diretamente proporcional à quantidade de bens produ- zidos e vendidos pela unidade de produção. R q Pi i= ∑ . q = quantidade P = preço Para determinar as quantidades que serão produ- zidas e os preços dos produtos, será necessário utilizar os dados do estudo de mercado que constam lá do pro- jeto, lembra-se? 3.1.3 CUSTOS Os custos de produção1 são os gastos necessá- rios para a produção de bens e serviços. O cálculo dos custos operacionais é uma das mais importantes e 1 OLIVEIRA, Luis Martins de; PEREZ JR., José Hernandez. Contabilidade de custos para não contadores. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2007. detalhadas etapas do projeto. Todo o projeto depende dessa parte, ao mesmo tempo em que influencia mui- tas outras etapas. Os custos operacionais são divididos em custos fi- xos e custos variáveis. Custos fixos são aqueles que permanecem cons- tantes dentro de uma determinada capacidade instala- da. Independe do volume de produção. Os custos fixos não sofrem variação se o volume produzido for alterado para mais ou para menos. Exemplos: mão de obra indireta (salários dos che- fes), salário do pessoal da segurança da empresa, alu- guel do prédio, depreciação do prédio. Custos variáveis são aqueles custos que sofrem variação de acordo com o volume de produção num dado período, ou seja, sua variação depende do volu- me produzido. Exemplos: matéria-prima, mão de obra direta. Além desses dois tipos de custos, temos também o custo unitário, que é o custo para produzir uma unidade do produto; e o custo marginal, que é o custo para pro- duzir uma unidade adicional do produto em diferentes níveis de produção. O cálculo dos custos e das receitas sempre sofre mudanças. Isso porque eles vão se ajustando, vão sen- do corrigidos, tudo com o objetivo principal de conse- guir um melhor lucro para a empresa. Bem, você viu que nada disso apresenta dificulda- de de entendimento, certo? É só estudar direitinho e tudo se resolve, pois são conceitos e ideias fáceis de fixar. Agora, tudo isso é com você!!! Vemo-nos em nos- so próximo encontro. Até lá. 4 RESUMO O projeto começa com uma ideia; a de investir cer- ta quantidade de capital na produção de certo bem ou serviço. Porém, para que essa ideia tenha êxito, ela tem que ser desenvolvida por um estudo que inclui várias etapas, até a etapa final, ou seja, um estudo com todo o detalhamento das operações e da execução do projeto. 4 ATIVIDADES Responda às seguintes questões: 1) Qual a importância do estudo de projetos para uma empresa? 22 ADMINISTRAÇÃO HOTELEIRA 2) Diferencie custos fixos de custos variáveis. Exemplifique. 3) Cite as principais etapas para a preparação de um projeto. 4) Qual das etapas você considera ser a mais importante? Por quê? REFERÊNCIAS BUARQUE, C. Avaliação econômica de projetos: uma apresentação didática. Rio de Janeiro: Campus, 1984. MANKIW, N. Gregory. Introdução à Economia. São Paulo: Cengage Learning, 2009. OLIVEIRA, Luis Martins de.; PEREZ JR., José Hernandez. Contabilidade de custos para não contadores. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2007. Objetivos • Conhecer outras etapas para o estudo de projetos. • Conceituar o estudo de mercado e outras etapas.AULA 4 QUEM COMPRARÁ O PRODUTO DESENVOLVIDO; A QUE PREÇO E QUANTO SERÁ COMPRADO Unidade 02 GESTAO DE INVESTIMENTOS ETAPAS DO PROJETO: ESTUDO DE MERCADO; ENGENHARIA; TAMANHO E LOCALIZAÇÃO; ANÁLISE DE RENTABILIDADE 24 ADMINISTRAÇÃO HOTELEIRA 1 INTRODUÇÃO Continuaremos nesta unidade com o estudo das etapas do projeto de mercado, a engenharia, o tama- nho e a localização e análise de rentabilidade de uma forma sucinta. Nas próximas aulas abordaremos as que mais interessam para nós. O estudo de mercado é uma das mais importantes etapas, pois ele constitui a espinha dorsal do projeto. Onde está esse mercado, quem irá comprar o produto, como será produzido e quanto, ou seja, que quantidade será necessário produzir para suprir o mercado. A engenharia é uma parte do projeto que definirá qual processo de produção será utilizado para produzir, quais os equipamentos necessários e que tipo de insta- lações o empreendimento exige. O tamanho e a localização referem-se à capacidade produtiva, e a análise de rentabilidade nos dirá se o pro- jeto representa um investimento positivo para a empresa. 2 ESTUDO DE MERCADO O estudo de mercado, como foi dito anteriormente, compreende uma das mais importantes etapas quando se quer produzir, aumentar a quantidade produzida, ou ampliar a oferta de bens produzidos em determinada empresa, pois é um instrumento que permite ao inves- tidor ou empresário ter a garantia de viabilidade econô- mica de seu empreendimento. Logo, a finalidade do estudo de mercado é estimar que quantidade de produto será ofertada, a que preço, e quem comprará o que será produzido. 2.1 QUEM COMPRARÁ O QUE SERÁ PRODUZIDO? Isto compreende as pessoas, chamadas de con- sumidores, que irão comprar o bem ou serviço. Logo, devemos localizar a área geográfica onde estão esses consumidores, além de estudar outras características tais como: faixa etária, sexo, situação econômica des- ses consumidores, etc. 2.2 POR QUAL PREÇO? Esse é um ponto importante que o estudo de mer- cado deve apontar, uma vez que cada público alvo tem uma renda, uma preferência. Deve-se levar em consi- deração ainda a concorrência e as quantidades possí- veis de serem produzidas. 1.3 QUANTO DO PRODUTO SERÁ COMPRADO? Para se obter a resposta a essa pergunta, é ne- cessário conhecer a demanda do produto por parte dos consumidores e também verificar a quantidade que está sendo ofertado pela concorrência que produz bens similares ou substitutos. Ao responder a essas perguntas, o estudo de mer- cado torna-se uma etapa determinante, pois possibilita colocar no mercado bens ou serviços que serão bem aceitos e procurados pelos consumidores. Com isso saem ganhando tanto os ofertantes quanto os deman- dantes do produto. 2 A ENGENHARIA A Engenharia vai determinar como será feito o pro- cesso de produção, quais equipamentos e instalações serão utilizados. A partir daí, torna-se possível o cálculo dos custos de investimento fixo e de operação. Nesse cálculo, para que o projeto seja aprovado, precisa que a receita seja maior do que os custos e que essa re- ceita menos o custo dividido pelo investimento seja a maior possível, (R – C) / I. Portanto a combinação de equipamentos e insta- lações faz parte do chamado Ciclo de Decisões de um Projeto (BUARQUE, 1984). De acordo com Buarque (1984), esse ciclo aconte- ce da seguinte forma: O mercado determina uma necessidade → Pro- cura-se uma solução → Primeira prova: é tecnica- mente viável? Se a resposta for NÃO → tenta-se outra solução. Se a resposta for SIM → aplica-se a segunda pro- va: é economicamente viável? Se a resposta for NÃO → tenta-se outra solução. Se a resposta for SIM → executa o projeto. A engenharia proporciona informações para outras etapas, por exemplo, reorientar o estudo de mercado, produzindo outro bem utilizando as mesmas instala- ções; define o tipo de mão de obra que será utilizado; orienta quanto a problemas legais como patentes, mar- cas, entre outras funções. 3 TAMANHO E LOCALIZAÇÃO O tamanho de produção refere-se à capacidade produtiva que deve ter a unidade de produção. Vincula- 25 AULA 4 • QUEM COMPRARÁ O PRODUTO DESENVOLVIDO; A QUE PREÇO E QUANTO SERÁ COMPRADO se especialmente ao estudo de mercado, com a enge- nharia e com os custos de produção. O estudo de mercado indica a capacidade de oferta do produto pelo empreendimento e, a partir daí, é pro- jetada a quantidade que deve ser produzida. A escolha do Tamanho Ótimo é um processo de aproximações sucessivas, envolvendo demanda e oferta do produ- to, quando serão analisados os menores custos e as maiores receitas, lucros e rentabilidade. O estudo do projeto deve definir qual a melhor lo- calização para a unidade de produção. Essa melhor localização deve ser a que permite um aumento de produção e ao mesmo tempo reduz custos necessários a essa produção. De acordo com Buarque (1984), alguns fatores são determinantes para a escolha da localização das fábri- cas: • disponibilidade de mão de obra • localização dos materiais de produção (insu- mos); • terrenos disponíveis, clima; • facilidade de transporte; • distância e dimensão do mercado e facilidade de distribuição; • disponibilidade de água, energia, telefone, rede de esgoto; • condições de vida; • estrutura tributária. Assim, a localização está vinculada às demais eta- pas do projeto, principalmente no que se refere a cus- tos, mercado, tamanho e engenharia. 5 ANÁLISE DA RENTABILIDADE A análise de rentabilidade é onde se encontra o que se está procurando, ou seja, se o projeto é rentável ou não. Logo, está em relação direta com as receitas e custos, que podem ser custos tanto de investimentos quanto operacionais. r = f (R, C, I) Também pode-se calcular a rentabilidade de acor- do com outras variáveis, das quais dependem a receita e os custos, como: R = f (q1. p 1 , q2. p2 , ..., q n . p n ) C = f (Q1. P 1 , Q2. P2 , ..., Q n . P n, , I, F, S) Onde: q1 = quantidade produzida do bem i p 1 = preço de venda do bem i Q1 = quantidade gasta de matéria-prima i P 1 = preço de compra da matéria-prima i F = juros do financiamento S = salários Assim, havendo mudança em alguma dessas vari- áveis, vai haver mudanças na rentabilidade do projeto, visto que esta varia conforme as receitas e os custos. Nas aulas seguintes serão estudadas as etapas mais importantes para decidir sobre a aceitação ou não do projeto, como também a sensibilidade. Este estudo da sensibilidade é muito importante, pois informa qual o comportamento da rentabilidade, se houver, por exem- plo, um aumento de 5% no preço da matéria-prima principal ou uma redução de 10% no preço do produto. Conhecida a sensibilidade do projeto, podem-se conhecer os riscos que correm os investidores. 6 RESUMO O estudo de mercado é uma das mais importantes etapas, pois ele constitui a espinha dorsal do projeto. Onde será implantado, quem irá comprar o produto, como será produzido e que quantidade será necessário produzir para suprir o mercado. Além do estudo de mercado foram vistos outros itens importantes tais como: a engenharia, a localiza- ção e o tamanho, além da rentabilidade e sensibilidade do projeto em estudo. 7 ATIVIDADES 1) Qual a importância do estudo de mercado para se produzir um bem? 2) Quais os fatores determinantes para a escolha da localização das fábricas? 3) Em sua opinião, qual das etapas é a mais impor- tante? Por que você a considera importante? REFERÊNCIAS BUARQUE, C. Avaliação econômica de projetos: uma apresentação didática. Rio de Janeiro: Cam- pus, 1984. MANKIW, N. Gregory. Introdução à Economia. São Paulo: Cengage Learning, 2009 Objetivos • Compreender o conceito de fluxo de caixa. • Comprovar o objetivo e a importânciado fluxo de caixa em uma empresa. AULA 5 IMPORTÂNCIA DO FLUXO DE CAIXA EM UMA EMPRESA Unidade 03 GESTAO DE INVESTIMENTOS FLUXO DE CAIXA E PLANEJAMENTO FINANCEIRO 28 ADMINISTRAÇÃO HOTELEIRA 1 INTRODUÇÃO A partir desta aula iremos conhecer a importância do fluxo de caixa em uma empresa para que tenha uma boa gestão empresarial e que seja uma empresa lu- crativa. O fluxo de caixa é uma das principais ferramentas para que a empresa possa gerir seus gastos e pagar seus compromissos. Com a ajuda dele, é possível vi- sualizar quando a empresa terá dinheiro sobrando ou faltando na conta e, assim, prever o futuro. O fluxo de caixa também é de suma importância não só para as empresas, mas para as pessoas em ge- ral, pois, com o controle dos gastos, podemos (da mes- ma forma que se faz em uma empresa) saber quando teremos dinheiro sobrando ou quando teremos que fa- zer um enxugamento nos gastos. Isso não lhe parece muito bom? Então vamos ver como tudo funciona. 2 FLUXO DE CAIXA O fluxo de caixa é uma ferramenta de grande im- portância para o bom andamento de uma empresa. Sem ele é impossível ter uma gestão empresarial efi- ciente e com resultados positivos. O fluxo de caixa é uma ferramenta de curto pra- zo para o acompanhamento das entradas e saídas de recursos financeiros no caixa da empresa. Porém, para que o fluxo de caixa seja confiável e possa prever o que irá acontecer no futuro, é preciso que as informações sejam claras, com dados reais, pois quanto maior for a fidelidade dos dados inseri- dos no controle de fluxo de caixa, maior a qualidade das decisões tomadas pela administração financeira para a criação de estratégias de contingência ou cres- cimento. Além de ser uma ferramenta útil para previsões de capital de giro da empresa, ela também é de suma im- portância para saber sobre as flutuações ocorridas no caixa da empresa ao longo do tempo e, a partir daí, criar estratégias para superar momentos de crise e evi- tar desastres. A capacidade de planejamento e antecipação é um importante fator para o sucesso na gestão empresarial. A gestão financeira deve ser cuidadosamente planeja- da, executada, acompanhada e avaliada. Independentemente de seus lucros ou prejuízos, cada empresa precisa ter fluxo de caixa suficiente para atender suas obrigações à medida que se tornem devi- das (GITMAN, 2010, p. 10). O fluxo de caixa pode ser feito diariamente, sema- nalmente, quinzenalmente, mensalmente, enfim com a frequência desejada pelo administrador. O mais utiliza- do é o mensal. 2.1 ITENS QUE UM FLUXO DE CAIXA POSSIBILITA AO ADMINISTRADOR FINANCEIRO ANALISAR: • Planejar e controlar entradas e saídas de ca- pital. • Antecipar decisões sobre a falta ou sobra de dinheiro. • Escolher melhor tipos e prazos de investimento. • Ver a necessidade de mais capital em um pe- ríodo. • Negociar melhores taxas e tipos de emprésti- mos. • Planejar prazos de pagamentos e recebimen- tos. • Saber se haverá capital para compromisso fu- turo. • Avaliar se o recebimento está cobrindo os gas- tos. • Saber o melhor momento para repor estoques. • Avaliar o melhor momento para fazer promo- ções. • Reter e operar capital de terceiros (fornecedo- res). • Avaliar o impacto de aumento nas vendas. 2.2 ITENS QUE COMPÕEM UM FLUXO DE CAIXA (DOLABELA, 1999, P. 238) 2.2.1 INVESTIMENTO INICIAL É o valor inicial que o investidor ou empresário pre- cisa para iniciar seu investimento, acrescido do valor que deverá manter para honrar as despesas de um mês ou de um ano, dependendo de quando o inves- timento vai dar algum retorno, ou seja, até o dinheiro das vendas começar a entrar no caixa (já vimos isso em aula anterior, lembra?). 2.2.2 SALDO DE CAIXA INICIAL É o valor que o empresário tem no caixa no primei- ro dia de operação do investimento. Esse valor deve 29 AULA 5 • IMPORTÂNCIA DO FLUXO DE CAIXA EM UMA EMPRESA ser suficiente para arcar com as despesas que vierem a surgir até que comece a entrar dinheiro no caixa, ou seja, receitas de vendas. 2.2.3 TOTAL DE ENTRADAS É o valor total de todas as entradas de dinheiro no caixa da empresa, subdividindo-se em: • Receita de vendas - valor do recebimento das vendas à vista no período + valor das vendas a prazo no período. • Receitas financeiras - valores referentes a re- ceitas apuradas decorrentes de aplicações fi- nanceiras no período. • Empréstimos - valor tomado de terceiros para iniciar o negócio, quando for o caso. • Outras receitas - qualquer outra entrada de di- nheiro no caixa da empresa, que não seja vin- do do negócio propriamente dito, ou seja, da venda de produtos ou serviços (venda de bens, por exemplo). 2.2.4 TOTAL DE SAÍDAS Consiste no registro de todas as saídas de dinheiro da empresa (pagamentos diversos), bem especifica- das, para maior entendimento do empreendedor sobre a situação de caixa de sua firma, mês a mês. Esses itens se explicam por si mesmos. Além disso, alguns (como provisão para IR – ampliações futuras) “lembram” ao empresário quanto ele deverá guardar em numerário para fazer face aos pagamentos futuros. 2.2.5 SALDO NO PERÍODO É o total obtido, subtraindo-se o total de entradas do total de saídas, indicando o valor monetário que so- brou ou faltou naquele período de atuação da empresa. 2.2.6 RESERVA DE CAPITAL É o valor que a empresa poderá poupar, caso ne- cessário, para outros investimentos. 2.2.7 DEPRECIAÇÃO Aparece duas vezes no fluxo de caixa (entrada e saída) apenas para que o empresário se lembre de que, em alguma época, deverá ter esse dinheiro para repor algum equipamento, máquina, etc. 2.2.8 FLUXO LÍQUIDO DE CAIXA É o valor em espécie disponível no primeiro dia de operação da empresa, ou é o valor transportado do final de um período para o inicio de outro (quando negativo, deve estar em parênteses). Indica, a qual- quer momento, quanto a empresa tem disponível em seu caixa. Agora já conhecemos todos os itens que compõem um fluxo de caixa. Esses itens podem ser, dependen- do da empresa, mais simples, com apenas entradas e saídas, ou, de outra maneira, com todos os itens impor- tantes que devem ser registrados. 3 RESUMO O fluxo de caixa é uma ferramenta de grande im- portância para o bom andamento de uma empresa. Sem ele é impossível ter uma gestão empresarial efi- ciente e uma empresa com resultados positivos. 4 ATIVIDADES Responda às questões que lhe proponho. 1) O que é o fluxo de caixa de uma empresa? 2) Você considera o fluxo de caixa uma importante ferramenta gerencial? Explique por quê? 3) Cite três itens que você considera serem os mais importantes para que seja feito o fluxo de caixa de uma empresa? E para o seu controle mensal, quais seriam? REFERÊNCIAS GITMAN, L. Princípios de Administração Finan- ceira. 12. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010. DOLABELA, Fernando. O segredo de Luísa. 14. ed. São Paulo: Cultura Editores Associados, 1999. Objetivos • Compreender o conceito de depreciação. • Conhecer a importância da depreciação na elaboração do fluxo de caixa. AULA 6 DEPRECIAÇÃO Unidade 03 GESTAO DE INVESTIMENTOS FLUXO DE CAIXA E PLANEJAMENTO FINANCEIRO 32 ADMINISTRAÇÃO HOTELEIRA 1 INTRODUÇÃO Bom, meu caro aluno, vamos dar continuidade ao nosso assunto “fluxo de caixa”, e você irá conhecer nesta aula um item muito importante que deve ser le- vado em consideração quando se quer elaborar o fluxo de caixa de uma empresa. Esse item ao qual estou me referindo é a depre- ciação, pois estamos lidando com bens, e eles sofrem desgastes ao longo do tempo, como você muito bem sabe. E por sofrer desgastes é que devemos saber como esse desgaste é avaliado ao longo dos anos nos fluxos de caixa. Isso não lhe parecemuito importante na Administração de uma empresa? Então, vamos lá! 2 CONCEITO DE DEPRECIAÇÃO De acordo com Buarque (1984), depreciação é a perda de valor que sofrem os bens de capital por cau- sa dos anos de operação. Essa depreciação pode ser originada por vários fatores: físicos (desgastes causa- dos pelo uso), fatores funcionais (insuficiência ou ob- solescência dos equipamentos) e por acontecimentos eventuais (acidentes). Portanto é um valor calculado para que seja reconhecida uma perda, um desgaste dos bens e os recursos que são utilizados por uma em- presa na produção de bens. É muito importante para as finalidades fiscais e de relatórios financeiros. Para fins fiscais, a depreciação dos ativos da empresa é regula- da pela legislação tributária. Muitas vezes ocorre que os relatórios da empre- sa diferem dos encontrados na legislação tributária, e nesse caso são utilizados dois métodos diferentes de depreciação. 2.1 PERCENTUAIS MAIS UTILIZADOS PARA A DEPRECIAÇÃO Para cada recurso ou bem é utilizado um percentu- al de perda por ano, isso conforme a previsão de dura- bilidade e vida útil desse determinado bem ou recurso. Veja no QUADRO 1, a seguir, os percentuais mais utili- zados para a depreciação nos relatórios das empresas. QUADRO 1 Depreciações: tempo e porcentagens Recurso Vida útil % ano Equipamentos 5 anos 20 Instalações 10 anos 10 Máquinas 10 anos 10 Móveis e uten- sílios 10 anos 10 Software 4 anos 25 Veículos 5 anos 20 Fonte: DOLABELA, Fernando, 1999, p.235. 2.2 MÉTODOS UTILIZADOS PARA O CÁLCULO DA DEPRECIAÇÃO DE ATIVOS Dependendo da finalidade (relatório financeiro ou fiscal), as empresas podem utilizar diversos métodos para calcular a depreciação, entre os quais podemos citar os seguintes: • Métodos proporcionais de base fixa (encargo uni- forme): direto ou linear, horas de funcionamento, produção fabril e duração média do sistema. • Métodos de desvalorização decrescente (en- cargos desiguais): sistema modificado de recu- peração acelerada de custos (MARCS). • Métodos de juros compostos (encargos de- siguais): método de anualidades e fundo de amortização. Agora vamos entender cada um deles. Métodos proporcionais de base fixa (encargo uniforme) se subdividem em dois: - Método direto ou linear - é o mais utilizado tan- to em relatórios financeiros quanto para fins fiscais, por serem aceitos pelo governo para fins impositivos. Por esse método, calcula-se o valor da depreciação dividindo-se o valor da vida útil do ativo pelo número de anos, obtendo-se um valor equivalente para cada ano previsto. Para relatórios financeiros são utilizados os va- lores do QUADRO 1 visto acima, e para fins fiscais são utilizadas taxas arredondadas de depreciação por ano de recuperação. Isso iremos conhecer mais adiante. - Horas de funcionamento – consiste em estimar o número de horas de trabalho durante o tempo de vida útil previsto para o bem. A quota de depreciação será obtida dividindo-se o número de horas trabalhadas no período pelo número de horas de trabalho estimado 33 AULA 6 • DEPRECIAÇÃO durante a vida útil do bem. Esse método é próprio das empresas industriais. - Produção fabril – consiste em estimar o número total de unidades que devem ser produzidas pelo bem ao longo de sua vida útil. A quota de depreciação de cada período será obtida dividindo-se o número de uni- dades produzidas no período pelo número de unidades estimadas para toda a sua vida útil. Também é utilizado por empresas industriais. - Duração média do sistema - nesse método calcu- la-se a possível duração de todo o sistema e a dos seus componentes e aplica-se, então, uma quota global de depreciação. Sua aplicação pode seguir qualquer um dos métodos anteriores. Métodos de desvalorização decrescente (encar- gos desiguais) - Sistema modificado de recuperação acelerada de custos (MARCS) – esse método atende às exigências da Receita Federal para determinar a vida útil do ativo. Os padrões MACRS se aplicam tanto a ativos novos quanto aos usados e determinam que se use como vida útil do ativo o prazo de recuperação (vida útil atri- buível a determinado ativo), de acordo com o MARCS. Segundo o sistema MACRS, existem seis prazos de recuperação, 3, 5, 7, 10, 15 e 20 anos, que são chamados de categorias. Na TAB. 1, a seguir, estão definidas as mais usadas. E na TAB. 2 estão as taxas arredondas de depreciação por ano. TABELA 1 As quatro primeiras categorias de bens segundo MACRS Categoria de ativos (prazo de depreciação) Definição 3 anos Equipamento de pesqui- sa e algumas ferramen- tas especiais. 5 anos Computadores, máqui- nas de escrever, copia- doras, equipamentos de duplicação, automóveis, caminhões leves, equi- pamento tecnológico qualificado e ativos se- melhantes. 7 anos Móveis de escritório, lu- minárias, equipamento industrial em sua maior parte, ferrovias, instala- ções agrícolas e horti- cultura com finalidades especificas. 10 anos Equipamento utilizado no refino de petróleo ou na fabricação de produ- tos derivados do tabaco e alguns produtos ali- mentícios. Fonte: GITMAN, L., 2010, p. 96 TABELA 2 Taxas arredondadas de depreciação por ano de recuperação, usando o MACRS para as quatro primeiras classes de ativos Ano de recuperação Porcentagem por ano de recuperação 3 anos 5 anos 7 anos 10 anos 1 33% 20% 14% 10% 2 45 32 25 18 3 15 19 18 14 4 7 12 12 12 5 12 9 9 6 5 9 8 7 9 7 8 4 6 9 6 10 6 11 4 Totais 100% 100% 100% 100% Fonte: Adaptado de GITMAN, L., 2010, p. 97. 34 ADMINISTRAÇÃO HOTELEIRA Bem, agora vamos ver um exemplo. Analise-o A WMM adquiriu, a um custo de R$50.000,00, já incluídas todas as despesas de instalação, uma máquina com prazo de recuperação de 5 anos. Usando as taxas de MARCS, segundo a TAB. 2, calcule a depreciação de cada ano. Ano Custo (1) Taxas (Tabela X) (2) Depreciação [(1)x(2)] (3) 1 R$ 50.000 20% R$ 10.000 2 R$ 50.000 32 16.000 3 R$ 50.000 19 9.500 4 R$ 50.000 12 6.000 5 R$ 50.000 12 6.000 6 R$ 50.000 5 2.500 Totais 100% R$ 50.000 - Métodos de juros compostos (encargos desi- guais) Os métodos de anualidades e fundo de amortiza- ção não serão tratados aqui por não serem aceitos pela Receita Federal e serem pouco utilizados pelas empre- sas. Assim, por hoje ficamos por aqui. Mas não deixe de fazer as atividades propostas. Até a próxima aula! 3 RESUMO Depreciação é a perda de valor que sofrem os ati- vos por causa dos anos de operação. A depreciação pode ser originada por: fatores físicos (uso ou desgas- te), fatores funcionais (insuficiência ou obsolescência) e por acontecimentos eventuais (acidentes). Portanto é um valor calculado para que seja reconhecida uma perda, um desgaste dos bens e recursos que são uti- lizados por uma empresa na produção de bens. Tem finalidades fiscais e de relatórios financeiros. Para fins fiscais, a depreciação dos ativos da empresa é regula- da pela legislação tributária. 4 ATIVIDADES 1) Descreva sucintamente as quatro primeiras cate- gorias de ativos segundo o sistema modificado de recuperação acelerada de custos (MACRS) e os respectivos prazos de recuperação. 2) Explique como as taxas de depreciação são deter- minadas com o uso dos prazos de recuperação do MARCS. 3) A WMM adquiriu, a um custo de R$750.000,00, já incluídas todas as despesas de instalação, uma máquina com prazo de recuperação de 7 anos. Calcule a depreciação desse ativo para fins fiscais. 4) A MM Ltda. adquiriu, a um custo de R$167.000,00, uma máquina com prazo de recuperação de 10 anos. Calcule a depreciação desse ativo para fins fiscais. 5) Em 30 de março de 2008, a WMM adquiriu dois no- vos ativos. O ativo A era um equipamento de pes- quisa que custou R$15.000,00. O ativo B era uma copiadora,com custo instalado de R$43.000,00. Segundo as taxas de depreciação do MARCS, ela- bore um cronograma de depreciação para os ati- vos. REFERÊNCIAS BUARQUE, C. Avaliação econômica de projetos: uma apresentação didática. Rio de Janeiro: Cam- pus, 1984. GITMAN, L. Princípios de Administração Finan- ceira. 12. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010. DOLABELA, Fernando. O Segredo de Luísa. 1999. 14. ed. São Paulo:Cultura, 1999. Objetivos • Conhecer a importância da demonstração do fluxo de caixa para uma empresa. • Entender os vários tipos de fluxo de caixa e sua utilização. AULA 7 DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA Unidade 03 GESTAO DE INVESTIMENTOS FLUXO DE CAIXA E PLANEJAMENTO FINANCEIRO 36 ADMINISTRAÇÃO HOTELEIRA 1 INTRODUÇÃO Sendo o fluxo de caixa o instrumento mais impor- tante de uma empresa, porque demonstra resultados bons ou ruins, é importante agora que conheçamos os tipos de fluxo de caixa que fazem parte dela. Além disso, nesta aula iremos conhecer a classificação das principais entradas e saídas de caixa, analisando como o caixa flui na empresa. Tomara que você goste de sa- ber todas essas coisas. Vamos a elas! 2 FLUXOS DE CAIXA DE UMA EMPRESA Como já sabemos, qualquer empresa, para ter bons resultados, precisa ter um bom fluxo de caixa. Esse fluxo pode ser dividido em: fluxos operacionais, fluxos de investimentos e fluxos de financiamentos. Fluxos operacionais – Os fluxos de caixa opera- cionais (entradas e saídas) são os que estão direta- mente relacionados à venda e à produção de bens e serviços pela empresa. Portanto relacionam-se diretamente com a demonstração do resultado do exercício. Fluxos de investimento – São os fluxos de cai- xa associados tanto à compra e venda de ativos imobilizados quanto à participação em outras empresas. As transações de compra resultam em saídas de caixa, e as de venda, em entradas de caixa. Fluxos de financiamentos – São os fluxos de cai- xa que resultam de transações de financiamento com capital de terceiros e com capital próprio. As- sim, recebimento de dívidas de curto ou de longo prazo resulta numa entrada de caixa correspon- dente, e a quitação de dividas resulta em saídas de caixa. Em se tratando de ações, a venda delas resulta em entrada de caixa, enquanto a compra ou a distribuição de dividendos em dinheiro geram saídas de caixa. 3 CLASSIFICAÇÃO DAS ENTRADAS E SAÍDAS DE CAIXA Na prática, o que a demonstração de fluxos faz é evidenciar as modificações ocorridas durante um dado período de tempo (exercício ou período), por meio de recebimentos ou pagamentos. Para melhor entendimento de entradas e saídas do fluxo de caixa, é importante salientar: 1) A redução de um ativo, tal como o saldo de cai- xa, é uma entrada de caixa. Um aumento do saldo de caixa representa uma saída de caixa. 2) A depreciação (assim como a amortização e a exaustão) é chamada de despesa não desem- bolsável. Como protegem a empresa de impos- tos ao reduzir a receita tributável, as despesas desembolsáveis são consideradas entradas de caixa. Despesa não desembolsável - é uma despesa que é lançada na demonstração do resultado, mas não envolve a retirada de dinheiro, ou seja, não há desembolso efetivo de caixa durante o período. Na TAB. 1, a seguir, observe as principais entradas e saídas de caixa. TABELA 1 Entradas e saídas de caixa Entradas (fontes) Saídas (usos) Redução de qualquer ativo Aumento de qualquer ativo Aumento de qualquer pas- sivo Redução de qualquer passivo Lucro líquido depois do IR Prejuízo líquido Depreciação e outras des- pesas não desembolsáveis Pagamento de dividen- dos Venda de ações Recompra ou cancela- mento de ações Fonte: GITMAN, 2010, p. 99. 4 CLASSIFICAÇÃO DAS ENTRADAS E SAÍDAS DE CAIXA DE ACORDO COM OS FLUXOS DE CAIXA 4.1 FLUXOS OPERACIONAIS Entradas: 1) Recebimentos de vendas à vista de bens e ser- viços e das contas a receber correspondentes, quando forem vendas a prazo. 2) Recebimento de juros decorrentes de emprés- timos e financiamentos concedidos ou de apli- cações financeiras em geral. 37 AULA 7 • DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA 3) Recebimento de dividendos derivados de parti- cipação no capital de outras sociedades. 4) Outros recebimentos que não sejam originários de transações definidas como atividades de in- vestimento ou financiamento, como indeniza- ções por sinistros e recebimentos decorrentes de indenizações judiciais. Saídas: 1) Pagamento a fornecedores de mercadorias. 2) Pagamento de matéria-prima e insumos de produção. 3) Pagamento a empregados e aos demais forne- cedores de serviços. 4) Pagamento de impostos, taxas, contribuições do governo federal, estadual e/ou municipal; dos juros (despesas financeiras) de emprésti- mos e financiamentos obtidos, (por serem ati- vidades de financiamento, também podem ser classificados no grupo de atividades de finan- ciamento). 4.2 FLUXOS DE INVESTIMENTO Entradas: 1) Recebimento do principal de empréstimos e financiamentos concedidos e recebimento de- rivado da cessão antes desses ativos a outras pessoas, excluídos os ativos financeiros classi- ficados como equivalentes-caixa1. 2) Recebimentos na alienação de títulos de inves- timentos. 3) Recebimentos na alienação de participações em outras sociedades. 4) Recebimentos na venda de imobilizado e de outros ativos fixos utilizados na produção de bens e serviços. Saídas: 1) Desembolso dos empréstimos concedidos pela companhia e pagamento na aquisição de títulos de investimentos de outras entida- des. 1 São denominados equivalentes-caixa os investimentos imediatamente conversíveis em moeda e que apresentam baixo risco de alteração de valor. A empresa deve expor em notas explicativas os critérios adotados para identificar as aplicações em equivalentes-caixa. 2) Pagamento na aquisição de títulos patrimo- niais de outras sociedades. 3) Pagamento, à vista ou em data próxima à compra, de imóveis, maquinas, equipamen- tos ou outros ativos fixos utilizados na pro- dução de bens e serviços. 4.3 FLUXOS DE FINANCIAMENTOS Entradas: 1) Recebimentos na alienação de ações emitidas (realização de capital em moeda). 2) Recebimentos de empréstimos e financiamen- tos obtidos de curto e longo prazo. 3) Recebimentos de doações destinadas à aqui- sição, construção ou expansão da planta insta- lada, aí incluídos equipamentos e outros ativos de longa vida útil necessários à produção. Saídas: 1) Pagamento de dividendos e outros valores aos sócios, inclusive o resgate de ações de emis- são da própria companhia. 2) Pagamento do principal de empréstimos e fi- nanciamentos obtidos (não inclui juros). O pa- gamento de juros desses empréstimos e finan- ciamentos deve estar agrupado em atividades operacionais, mas é admissível a sua inclusão em atividades de financiamento. 3) Pagamento do principal referente a imobiliza- do, investimentos e bens do diferido adquiridos a prazo. Quando são à vista, os pagamentos correspondem a atividades de investimento. 5 RESUMO Em qualquer empresa, para se ter bons resultados, é importante que se tenha um bom fluxo de caixa. Os fluxos de caixa podem ser divididos em: fluxos operacio- nais, fluxos de investimentos e fluxos de financiamentos. Estudamos todos eles nesta aula. Se você tiver dúvidas, além de estudar a aula, consulte também o seu tutor. 6 ATIVIDADES 1) Explique o porquê de os fluxos de caixa serem di- vididos em: operacionais, de financiamento e de investimento. Não copie a resposta pronta da aula. Se precisar, consulte outras fontes de informação. 38 ADMINISTRAÇÃO HOTELEIRA 2) Por que a depreciação é considerada uma despesa não desembolsável? Explique. REFERÊNCIAS GITMAN, L. Princípios de AdministraçãoFinanceira. 12. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010. FERREIRA, Ricardo J. Contabilidade básica: especificações técnicas. 7. ed. Rio de Janeiro: Ed. Ferreira, 2009. Objetivos • Aprender como se constrói um fluxo de caixa. • Verificar a importância do fluxo de caixa para acompanhar as entradas e saídas. AULA 8 ELABORAÇÃO DA DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA DE UMA EMPRESA Unidade 03 GESTAO DE INVESTIMENTOS FLUXO DE CAIXA E PLANEJAMENTO FINANCEIRO ADMINISTRAÇÃO HOTELEIRA 40 1 INTRODUÇÃO Na aula anterior conhecemos os tipos de fluxos de caixa e suas entradas e saídas. Nesta aula vamos construir um fluxo de caixa para que você possa compreender a importância da divisão dos fluxos para melhor acompanha- mento das entradas e saídas da empresa que você administra. Então vamos nos concentrar! 2 ELABORAÇÃO DA DEMONSTRAÇÃO DE UM FLUXO DE CAIXA Um fluxo de caixa compreende as entradas e saídas de um dado período de tempo. A demonstração dos fluxos de caixa é feita a partir da demonstração do resultado do período, associada ao balanço patrimonial do início e fim do período. Nas TAB. 1, 2 e 3 teremos um exemplo de demonstração do resultado do ano encerrado em 31 de dezembro de 2010 e os balanços patrimoniais de 2009 e 2010 da MWM Corporation. TABELA 1 Demonstração de Resultado da MWM Corporation ($ mil) para o ano encerrado em 31 de dezembro de 2010 Receita de vendas $ 2.500 Menos: custo das mercadorias vendidas $ 1.500 Lucro bruto $ v1.000 Menos: despesas operacionais Despesas de vendas $ 90 Despesas gerais e administrativas 150 Arrendamentos 50 Despesa de depreciação 100 Total da despesa operacional $ 390 Lucro antes de juros e imposto de renda (LAJIR) $ 610 Menos: despesa financeira 100 Lucro líquido antes do Imposto de Renda $ 510 Menos: Imposto de Renda (à alíquota de 40%) 204 Lucro líquido depois do Imposto de Renda $ 306 Menos: dividendos preferenciais 10 Lucro disponível aos acionistas ordinários $ 316 Lucro por ação (LPA) $ 3,16 AULA 8 • ELABORAÇÃO DA DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA DE UMA EMPRESA 41 TABELA 2 Balanço Patrimonial da MWM Corporation ($ mil) 31 de dezembro Ativo 2010 2009 Ativo circulante Caixa $ 1.500 $ 1.400 Títulos negociáveis 706 300 Contas a receber 500 600 Estoques 700 1000 Ativo total circulante $ 3.406 $ 3.300 Ativo imobilizado bruto (ao custo) Imóveis $ 1.200 $ 1.050 Máquinas e equipamentos 850 800 Móveis e utensílios 300 220 Veículos 100 20 Outros 50 50 Ativo total imobilizado bruto (ao custo) $ 2.500 $ 2.200 Menos: depreciação acumulada 1.300 1.200 Ativo imobilizado líquido $ 1.200 $ 1.000 Ativo total 4.606 4.300 Passivo e patrimônio líquido assivo circulante Fornecedores $ 1100 $ 900 Bancos a pagar 900 1100 Despesas a pagar 200 300 Passivo total circulante 2.200 2.300 Dívida de longo prazo $ 800 $ 600 Passivo total 3.000 2.900 Patrimônio Líquido Ações preferenciais $ 100 $ 100 Ações ordinárias – valor nominal de $1,30; 100.000 ações existentes em 2010 e 2009 130 130 Ágio na venda de ações ordinárias 280 280 Lucros retidos 1.096 890 Total do patrimônio líquido $ 1.606 1.400 Passivo total e patrimônio líquido $ 4.606 4.300 ADMINISTRAÇÃO HOTELEIRA 42 TABELA 3 Demonstração dos fluxos de caixa da MWM Corporation ($ mil) para o ano encerrado em 31 de dezembro de 2010 Fluxo de caixa das atividades operacionais Lucro líquido depois do Imposto de Renda $ 306 Depreciação 100 Redução das contas a receber 100 Redução do estoque 300 Aumento em fornecedores 200 Redução das despesas a pagar (100) Caixa gerado pelas atividades operacionais $ 1.206 Fluxo de caixa das atividades de investimento Aumento do ativo imobilizado bruto $ ( 300) Variação do investimento em participações societárias 0 Caixa gerado pelas atividades de investimento $ ( 300) Fluxo de caixa das atividades de financiamento Redução de bancos a pagar $ (200) Aumento de dívida de longo prazo 200 Variação do patrimônio líquido1 0 Pagamento de dividendos (106) Caixa gerado pelas atividades de financiamento $ ( 106) Aumento líquido do caixa e títulos negociáveis $ 806 3 INTERPRETAÇÃO DA DEMONSTRAÇÃO Ao analisar bem as tabelas apresentadas, você vai perceber que a demonstração do fluxo de caixa permite ao administrador financeiro analisar o fluxo de caixa da empresa. Para isso, é importante que ele dê uma atenção especial tanto às principais categorias de fluxo de caixa quanto a cada item específico de entrada e saída. Isso é necessário para que seja detectado algum acontecimento que fuja da política financeira da empresa. Além disso, a demonstração pode ser utilizada para que a empresa possa avaliar o progresso das metas traça- das por ela, afastar pontos de ineficiência e traçar novas metas a serem alcançadas. Na próxima aula iremos desenvolver os cálculos utilizados no fluxo de caixa mediante o Balanço de Pagamen- tos e da Demonstração de Resultados que vimos nesta aula para que possamos interpretar a Demonstração. 1 O lucro retido é excluído neste caso, porque sua variação reflete na combinação dos lançamentos “lucro líquido depois de IR” e “pagamento de dividendos” AULA 8 • ELABORAÇÃO DA DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA DE UMA EMPRESA 43 4 RESUMO Um fluxo de caixa compreende as entradas e saídas de um dado período de tempo. A demonstração dos fluxos de caixa é feita a partir da demonstração do resultado do período, associada ao balanço patrimonial do início e fim do período. 5 ATIVIDADES 1) Explique, sem copiar da aula, a importância da demonstração do fluxo de caixa para uma empresa. 2) Observando a demonstração de um fluxo de caixa, o que você pode concluir sobre os diversos tipos de fluxo de caixa como vantagens para a empresa? REFERÊNCIA GITMAN, L. Princípios de Administração Financeira. 12. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010. Objetivos • Entender os conceitos de fluxos de caixa operacional e livre. • Desenvolver cálculos para os fluxos de caixa operacional e livre mediante o BP e o DRE. AULA 9 INTERPRETANDO O FLUXO DE CAIXA Unidade 03 GESTAO DE INVESTIMENTOS FLUXO DE CAIXA E PLANEJAMENTO FINANCEIRO ADMINISTRAÇÃO HOTELEIRA 46 1 INTRODUÇÃO Na última aula, elaboramos um fluxo de caixa da empresa MWM. Além disso, também foi montada uma de- monstração do resultado do período, associada ao balanço patrimonial do inicio e fim do período. Nesta aula, iremos utilizar informações das TAB.1, 2 e 3 da aula anterior para que possamos interpretar o que acontece com o fluxo de caixa que é gerado a partir de suas operações regulares, ou seja, venda de produtos pro- duzidos na empresa e o fluxo de caixa disponível para investidores. Vamos ao nosso trabalho?! 2 FLUXO DE CAIXA OPERACIONAL O fluxo de caixa operacional de uma empresa compreende suas atividades regulares de produção e venda de bens e serviços ofertados por ela. Partindo da equação 2.1, que apresenta uma definição contábil simples do fluxo de caixa operacional que se baseia em contas a receber, estoques, fornecedores e contas a pagar durante o período, temos: Fluxo de caixa = Lucro líquido depois + Depreciação e outras despesas Operacional do Imposto de Renda não desembolsáveis (2.1) O primeiro passo para se calcular o fluxo de caixa operacional é calcular o lucro líquido operacional depois do Imposto de Renda – Net Operating Profit After Taxes (NOPAT), que representa o lucro da empresa antes da despe- sa financeira e do Imposto de Renda. NOPAT = LAJIR x (1 – T) (2.2) T = alíquota de Imposto de Renda aplicável Para converter o lucro líquido operacional do Imposto de Renda (NOPAT) em fluxo de caixa operacional (FCO), basta adicionar o valor da depreciação: FCO= NOPAT + depreciação (2.3) FCO = LAJIR x (1 – T) + depreciação (2.4) Substituindo os valores da demonstração de resultados da MWM Corporation (TAB. 1 da aula 8) na equação 2.4, temos: FCO = 610 x (1 – 0,40) + 100 FCO = 610 x 0,60 + 100 FCO = 466 Logo, pode-se observar que, no ano de 2010, a MWM Corporation gerou um fluxo de caixa de $466.000 com a produção e venda de suas mercadorias. Assim, conclui-se que a MWM gerou fluxos de caixa positivos. 3 FLUXO DE CAIXA LIVRE O fluxo de caixa livre de uma empresa representa o montante de fluxo de caixa disponível para os credores e proprietários, depois de serem cobertas as necessidades operacionais da empresa e cobertos os investimentos em ativo fixo líquido e ativo circulante líquido. É considerado o sangue que corre pelas veias de qualquer empresa e muitas vezes considerado como uma medida mais confiável do lucro de uma empresa do que o lucro publicado (GITMAN, 2010, p.105). AULA 9 • INTERPRETANDO O FLUXO DE CAIXA 47 Pode ser definido como: FCL = FCO – Investimento no ativo - Investimento no ativo fixo líquido (IAFL) circulante líquido (IACL) (2.5) Tanto no caso do investimento no ativo fixo líquido (IAFL) quanto no caso do investimento no ativo circulante líquido (IACL) é calculada a variação entre um ano e outro. IAFL = Δ ativo fixo líquido + depreciação De acordo com a TAB. 2 (aula 8), temos: IAFL = 200 + 100 IAFL = 300 Logo, a MWM Corporation investiu $300.000 líquidos em ativo imobilizado durante o ano de 2010, o que repre- senta uma saída líquida de caixa para a aquisição de ativo imobilizado. No IACL, trabalharemos com a variação do ativo circulante e de fornecedores mais contas a pagar. Assim: IACL = Δ ativo circulante – Δ de (fornecedores + contas a pagar) IACL = (3.406 – 3.300) – [(1.100 + 200) - (900+ 300)] IACL = 106 – [(1.300) – (1200)] IACL = 106 – 100 IACL= 6 Com o IACL= $6.000, quer dizer que a MWM Corporation investiu $6.000 em seu ativo circulante, descontados fornecedores e contas a pagar. A partir do IAFL e IACL podemos calcular o FCL: FCL = FCO – IAFL – IACL FCL = 466 – 300 – 6 FCL = 160 Logo, o fluxo de caixa livre gerou $160.000 em 2010. Esse fluxo pode ser usado para pagamento de seus in- vestidores (credores, no pagamento de juros) e proprietários (pagando dividendos). Pode-se concluir que a empresa MWM Corporation gerou um fluxo de caixa adequado para cobrir os seus custos e investimentos operacionais e ainda pode contar com um fluxo de caixa livre disponível para remunerar os investidores. Na próxima aula, iremos tratar do planejamento financeiro de uma empresa referente ao fluxo de caixa e ao lucro. 4 RESUMO O fluxo de caixa operacional compreende suas atividades regulares de produção e venda de bens e serviços ofertados pela empresa. O fluxo de caixa livre representa o montante de fluxo de caixa disponível para os credores e proprietários, de- pois de serem cobertas as necessidades operacionais da empresa e cobertos os investimentos em ativo fixo líquido e ativo circulante líquido. 5 ATIVIDADES 1) Defina o fluxo de caixa operacional (FCO) e o fluxo de caixa livre (FCL) de uma empresa. 2) Considere os balanços e outros dados da demonstração do resultado da Kimera Eventos fornecidos a seguir. a) Calcule o lucro líquido operacional depois do Imposto de Renda (NOPAT) da empresa para o exercício encerrado em 31/12/2009. ADMINISTRAÇÃO HOTELEIRA 48 b) Calcule o fluxo de caixa operacional (FCO) da empresa para o exercício encerrado em 31/12/2009. c) Calcule o fluxo de caixa livre (FCL) da empresa para o exercício encerrado em 31/12/2009. d) Interprete os resultados obtidos. Kimera Eventos Balanço Patrimonial Balanço Patrimonial 31 de dezembro Ativo 2009 2008 Caixa $ 1.600 1.100 Títulos negociáveis 1.900 1.300 Contas a receber 2.100 1.900 Estoques 3.000 2.900 Ativo total circulante $ 8.600 7.200 Ativo imobilizado bruto $ 30.000 28.200 Menos: depreciação acumulada 14.800 13.200 Ativo imobilizado líquido $ 15.200 15.000 Ativo total 23.800 22.200 Passivo e patrimônio líquido Fornecedores $ 1.700 1.600 Bancos a pagar 2.900 2.300 Despesas a pagar 300 400 Passivo total circulante $ 4.900 4.300 Dívida de longo prazo 5.100 5.100 Ações ordinárias 10.100 10.100 Lucro retido 3.500 2.900 Total do patrimônio líquido $ 13.600 13.000 Passivo total e patrimônio líquido $ 23.600 22.400 Dados demonstração do resultado (2009) Despesa de depreciação $ 1.700 Lucro antes de juros e Imposto de Renda (LAJIR) $ 2.800 Despesa financeira $ 467 Lucro líquido antes do Imposto de Renda $ 1.500 Menos: Imposto de Renda 40% REFERÊNCIA GITMAN, L. Princípios de Administração Financeira. 12. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010. Objetivos • Conhecer a importância do planejamento financeiro para as empresas. • Conhecer os planos financeiros de longo e curto prazo. AULA 10 PLANEJAMENTO FINANCEIRO Unidade 03 GESTAO DE INVESTIMENTOS FLUXO DE CAIXA E PLANEJAMENTO FINANCEIRO ADMINISTRAÇÃO HOTELEIRA 50 1 INTRODUÇÃO Nesta aula trataremos da importância do planeja- mento financeiro nas operações das empresas. Esse conhecimento é considerado como um guia para orien- tar, coordenar e controlar os passos da empresa para conseguir resultados. Então você percebe a importância dele, não é? Por isso, apesar de esta aula ser curta, ela é fundamental. Vamos estudá-la bem direitinho, certo? 2 PLANEJAMENTO FINANCEIRO O planejamento financeiro é de grande importân- cia para a empresa como forma de orientar os passos que ela dará. Também tem sua importância no que se refere a coordenar e controlar a trajetória da empresa dentro de um período de tempo. O processo de planejamento financeiro começa pelos planos financeiros de longo prazo ou estratégi- cos, que orientam a formulação de planos e orçamen- tos de curto prazo ou operacionais (GITMAN, 2010). 2.1 PLANOS FINANCEIROS DE LONGO PRAZO OU ESTRATÉGICOS Os planos financeiros de longo prazo ou estratégi- cos especificam ações financeiras planejadas e seus impactos para a empresa num longo período, ou seja, um período que tenha duração de dois a dez anos. Geralmente as empresas costumam fazer planos e traçar suas metas para um prazo de cinco anos, re- vistos à medida que novas informações relevantes tor- nam-se disponíveis. Esses planos fazem parte de uma estratégia integrada que, juntamente com os planos de produção e marketing, orienta a empresa para atingir suas metas e, em consequência, resultados positivos. São ações que também fazem parte dos planos em busca de melhores resultados e alcance de metas para a empresa as seguintes: • Atividades de pesquisa e desenvolvimento • Ações de marketing e desenvolvimento de produtos • Fontes de financiamento • Estrutura de capital • Amortização ou eliminação de dividas • Encerramento de projetos, linhas de produtos já existentes na empresa • Elaboração de um orçamento anual Todas essas ações integradas e bem desenvolvi- das podem ser cruciais para que a empresa alcance bom resultados. 2.2 PLANOS FINANCEIROS DE CURTO PRAZO OU OPERACIONAIS Os planos financeiros de curto prazo ou operacio- nais referem-se a ações financeiras e aos impactos de- las, compreendendo tempos curtos, geralmente de um a dois anos. Ou seja, o plano financeiro compreende as informações necessárias, por exemplo, a previsão de vendas e dados operacionais e financeiros, para obten- ção de resultados num curto espaço de tempo. Previsão de vendas Planos para a produção Demonstração do resultado pró-forma Plano de financiamento de longo prazo Orçamento de caixa Plano de investimento em ativo imobilizado Balanço patrimonial do período corrente FIGURA 1 - Processo de planejamento
Compartilhar