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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
GESTÃO DE INVESTIMENTOS
MÔNICA BORGES MANSUR
FEAD
Belo Horizonte
2012
Todos os direitos reservados ao 
Sistema Integrado de Ensino de Minas Gerais – SIEMG
Rua Cláudio Manoel, 1.162 – Savassi – Belo Horizonte – MG
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disponível devido ao dinamismo que caracteriza essa fonte de informação.
M286g Mansur, Mônica Borges
Gestão de Investimentos / Mônica Borges Mansur. 
 - Belo Horizonte: FEAD, 2011.
138p.
ISBN: 978-85-8034-035-0
I Título 1- Economia 2- Gestão
CDU: 330
Publicado por FEAD
Copyright©2012 FEAD
Diretoria Geral
José Roberto Franco Tavares Paes
Capa
Jan Gossaert - Retrato de um banqueiro
A Faculdade FEAD apresenta novo projeto, fundamentado 
em aspectos metodológicos da auto-aprendizagem, e inaugu-
ra os cursos de graduação na modalidade a distância.
Estudar na modalidade a distância é adquirir, além de co-
nhecimento do conteúdo apresentado, competências hoje exi-
gidas no campo profissional e pessoal: autonomia, interação, 
determinação, gerenciamento da própria formação e atualiza-
ção continuada.
A Instituição que se propõe formar empreendedores apre-
senta atitude inovadora e ensina pelo próprio exemplo. O pro-
jeto FEAD de Educação a Distância vem sendo desenvolvido 
desde 2004 e, agora, torna-se realidade.
Buscar atingir a meta da qualidade em todos os projetos 
educacionais é o que move a comunidade FEAD. Projeto de 
muitas mãos e mentes, trabalho conjunto de professores, co-
ordenadores, funcionários, empresas parceiras e direção, na 
busca de produzir o que há de consubstancial em aprendiza-
gem na modalidade a distância.
Sinta-se, em definitivo, participante e construtor deste novo 
tempo. Faça parte do seu mundo. Bem-vindo ao século XXI! 
Professor José Roberto Franco Tavares Paes 
Direção-Geral
Meu nome é Mônica Borges Man-
sur e serei sua professora de Gestão de 
Investimentos.
Graduei-me em Ciências Econô-
micas, em outubro de 2001, na Univer-
sidade Estadual de Santa Cruz (UESC). 
Sou especialista em Contabilidade Geren-
cial e Administração Financeira e mestre 
em Economia de Empresas.
Na FEAD, além de fazer meu 
mestrado, sou monitora do EAD de Esta-
tística I para os cursos de Administração, Economia, Turismo e Ciên-
cias Contábeis.
O livro de Gestão de Investimentos que compus para você 
apresenta em uma linguagem muito clara os assuntos abordados, 
para que possa compreender da melhor maneira possível. Ao final 
de cada aula, você terá a oportunidade de colocar em prática tudo o 
que foi aprendido.
Adoro minha profissão, e será um prazer conviver e interagir 
com você nesta nova forma de ensino. Bom aprendizado e muito 
sucesso!
Fo
to
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D
Sumário
Unidade 01
AULA 1 O PROCESSO PRODUTIVO E O SISTEMA ECONÔMICO ..........................................................9
Unidade 01
AULA 2 AS UNIDADES DE PRODUÇÃO ..................................................................................................15
Unidade 01
AULA 3 PLANEJAMENTO E PROJETO ...................................................................................................19
Unidade 02
AULA 4 QUEM COMPRARÁ O PRODUTO DESENVOLVIDO; A QUE PREÇO E QUANTO SERÁ 
COMPRADO .................................................................................................................................23
Unidade 03
AULA 5 IMPORTÂNCIA DO FLUXO DE CAIXA EM UMA EMPRESA .....................................................27
Unidade 03
AULA 6 DEPRECIAÇÃO ............................................................................................................................31
Unidade 03
AULA 7 DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA ..................................................................................35
Unidade 03
AULA 8 ELABORAÇÃO DA DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA DE UMA EMPRESA ...............39
Unidade 03
AULA 9 INTERPRETANDO O FLUXO DE CAIXA .....................................................................................45
Unidade 03
AULA 10 PLANEJAMENTO FINANCEIRO .................................................................................................49
Unidade 03
AULA 11 PLANEJAMENTO DE CAIXA .......................................................................................................53
Unidade 03
AULA 12 AVALIAÇÃO DO ORÇAMENTO DE CAIXA .................................................................................57
Unidade 03
AULA 13 PLANEJAMENTO DO LUCRO .....................................................................................................61
Unidade 04
AULA 14 CUSTO DE CAPITAL E ORÇAMENTO DE CAPITAL .................................................................65
Unidade 05
AULA 15 TOMADA DE DECISÕES NO PROCESSO DE ORÇAMENTO DE CAPITAL .............................69
Unidade 05
AULA 16 FLUXO DE CAIXA RELEVANTE ..................................................................................................73
Unidade 05
AULA 17 DETERMINAÇÃO DO INVESTIMENTO INICIAL .........................................................................77
Unidade 05
AULA 18 VALOR CONTÁBIL DE UM ATIVO ..............................................................................................81
Unidade 05
AULA 19 VARIAÇÕES DO CAPITAL DE GIRO LÍQUIDO ...........................................................................85
Unidade 05
AULA 20 DETERMINAÇÃO DAS ENTRADAS DE CAIXAS OPERACIONAIS ..........................................89
Unidade 05
AULA 21 DETERMINAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA TERMINAL ................................................................95
Unidade 05
AULA 22 SÍNTESE DOS FLUXOS DE CAIXA RELEVANTES ....................................................................99
Unidade 06
AULA 23 PAYBACK ...................................................................................................................................103
Unidade 06
AULA 24 PAYBACK DESCONTADO .........................................................................................................107
Unidade 06
AULA 25 VALOR PRESENTE LÍQUIDO (VPL) .........................................................................................111
Unidade 06
AULA 26 TAXA INTERNA DE RETORNO (TIR) ........................................................................................117
Unidade 06
AULA 27 TAXA INTERNA DE RETORNO MODIFICADA (TIR-M) ............................................................123
Unidade 06
AULA 28 COMPARANDO TÉCNICAS DE VPL E TIR ...............................................................................127
Unidade 07
AULA 29 TIPOS DE INVESTIMENTOS .....................................................................................................131
Unidade 07
AULA 30 RISCO E LIQUIDEZ ....................................................................................................................135
Objetivos
• Entender o conceito de processo de produção.
• Analisar os elementos que constituem o processo 
produtivo.
• Conhecer o funcionamento do sistema econômico.
AULA 1
O PROCESSO PRODUTIVO E O SISTEMA ECONÔMICO
Unidade 01
GESTAO DE INVESTIMENTOS
 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DE PROJETOS
10
ADMINISTRAÇÃO HOTELEIRA
1 INTRODUÇÃO
Olá, meu aluno! Este é a nossa primeira aula do livro Gestão de Investimentos, e, para iniciarmos, é importante 
que você tenha o conhecimento de como funcionam o processo produtivo e o sistema econômico, para que, a partir 
daí, possamos tratar de questões mais específicas sobre a gestão de investimentos. Por isso, vamosiniciar nossa 
aula estudando esses conceitos. Espero que você entenda tudo bem direitinho porque vai precisar desse conheci-
mento durante toda a sua vida profissional. Desejo-lhe ótimos momentos de estudo e não se esqueça de tirar todas 
as suas dúvidas com o seu tutor. Vamos nessa?!
2 O PROCESSO PRODUTIVO
Você já sabe muito bem que a economia é composta por diversas empresas que produzem os bens e serviços 
que consumimos todos os dias, não é mesmo? Sabe também que essas empresas vão desde uma pequena fabri-
cante de iogurte, com apenas dois funcionários, sendo um dos funcionários o próprio dono da empresa, até uma 
grande multinacional com diversas filiais no mundo inteiro. Porém o que as faz semelhantes entre si? Ora, o que as 
faz semelhantes é o processo de produção. 
Então, o que podemos chamar de processo de produção?
Processo de produção é uma combinação de fatores de produção que resulta na obtenção de um dado 
bem final.
Um processo produtivo é composto por diversos fatores que vão desde os chamados RECURSOS HUMANOS, 
que é o homem, o qual se relaciona com a natureza pelo trabalho; a natureza, que são os RECURSOS NATURAIS; 
até o produto acabado, que são os BENS E SERVIÇOS, os quais são consumidos pelo próprio homem, chamados 
de CONSUMIDORES, como você já está cansado de saber, não é mesmo? 
Agora, um ponto importante que deve ser entendido claramente refere-se à procura constante do homem para 
obter formas de eficiência na relação entre os homens e os recursos naturais, com o objetivo de reduzir a quantida-
de de mão de obra e aumentar a produção de bens e serviços. Veja na FIG. 1 como isso se dá.
FIGURA 1 - Elementos do processo produtivo de uma empresa
Fonte: Elaborada pela autora.
De acordo com essa FIG. 1, pode-se ver como funciona o processo produtivo de uma maneira mais clara, 
sabendo que os homens utilizam sua força de trabalho sobre os recursos extraídos da natureza, processam esses 
recursos para produzir bens e serviços a serem distribuídos nas sociedades.
BENS E 
SERVIÇOS
NATUREZA
HOMENS
AULA 1 • O PROCESSO PRODUTIVO E O SISTEMA ECONÔMICO
11
 GOVERNO 
Mercado de bens
e serviços
Empresas
Mercado de fatores
de produção
Consumidores
3 O SISTEMA ECONÔMICO
O sistema econômico é a forma política, social e 
econômica pela qual estão organizadas as entidades 
sociopolíticas e o complexo das unidades de produção, 
buscando o bem-estar social através da produção de 
bens e serviços que, obviamente, passaram pelos fato-
res de produção.
3.1 ELEMENTOS DE UM SISTEMA 
ECONÔMICO
3.1.1 FATORES DE PRODUÇÃO
- Recursos humanos
- Força de trabalho (mão de obra)
- Capacidade empresarial
- Recursos naturais
- Terra
- Capital => $
- Tecnologia
3.1.2 COMPLEXO DE UNIDADES DE 
PRODUÇÃO
- Bens (parque industrial)
- Serviços
3.1.3 ORGANIZAÇÕES SOCIOPOLÍTICAS
- conjunto das instituições sociais, políticas, jurídicas 
e econômicas
O funcionamento básico do sistema econômico, 
analisado de forma simplificada, é composto pelo ca-
pital K, pelo trabalho T e pelos recursos naturais RN. 
A utilização dessa combinação de fatores (capital, tra-
balho e recursos naturais) é que define o potencial do 
sistema econômico, ou seja, quanto maior essa combi-
nação, mais produtivo é o sistema econômico.
Para um melhor entendimento, vamos conceituar 
cada fator:
a) Fator Capital – compreende os equipamentos 
e instalações (máquinas, fábricas, edifícios, es-
colas, hospitais. O estoque de capital de uma 
economia é de suma importância na eficiência 
do trabalho humano.
b) Fator Trabalho – é constituído por todas as 
pessoas disponíveis para trabalhar. Esse é o 
principal fator de produção.
c) Fator Recursos Naturais - são os elementos 
naturais disponíveis e incorporáveis às ativida-
des econômicas. Mas seu volume disponível 
depende, entre outros fatores, da evolução tec-
nológica, das facilidades de transportes, etc. O 
seu estoque varia.
A partir daí, esse funcionamento indica os fluxos: 
monetário ou nominal - Y -, e real de bens de consumo 
e de capital - P. 
Os dois fluxos - real e monetário - são compostos 
por dois tipos de produtos: parte dos produtos é consu-
mida pelos indivíduos, a outra parte serve para a pro-
dução de novos bens. Analise a FIG. 2 a seguir.
FIGURA 2 - Funcionamento do Sistema Econômico
Fonte: BUARQUE, 1984, p. 22.
12
ADMINISTRAÇÃO HOTELEIRA
Fluxo Real 
Fluxo Monetário 
Normatização e Controle 
3.2 FUNCIONAMENTO DO SISTEMA 
ECONÔMICO
A FIG. 2 indica o funcionamento do sistema econô-
mico. Assim, vamos ver o que ocorre em cada um dos 
itens que estão no diagrama.
3.2.1 AGENTES ATIVOS
São os responsáveis diretos pelas ações econômi-
cas desenvolvidas no sistema. Os agentes são agrupa-
dos conforme a natureza de suas ações econômicas. 
Assim, temos:
Consumidores - são as famílias, pessoas emprega-
das ou não. Formam o potencial de recursos para o 
processamento das atividades produtivas. Englobam 
os que recebem transferências pagas pela previdência 
social ou outras entidades, empresários e proprietários 
de fatores de produção (trabalho, terra e capital).
Empresas - unidades produtoras dos setores primário, 
secundário e terciário. As empresas reúnem, organi-
zam e remuneram os fatores de produção fornecidos 
pelas unidades familiares.
Governo - as receitas são provenientes dos impostos 
e do lucro das estatais. As despesas são pagamentos 
efetuados no fornecimento de bens e serviços à socie-
dade, na produção de bens e serviços públicos como 
saúde, educação e segurança.
Resto do Mundo - transações econômicas entre uni-
dades familiares, empresas e governo do país, com 
agentes semelhantes de outros países.
3.2.2 RELAÇÕES ENTRE AGENTES DO 
PAÍS E O RESTO DO MUNDO
Mercado de Bens e Serviços - mercado no qual são 
ofertados os bens e serviços produzidos pelas empre-
sas.
Mercado de Fatores - mercado no qual as famílias 
ofertam fatores de produção (terra, capital e trabalho), 
e as empresas demandam e organizam esses fatores 
para produção de bens e serviços.
4 COMO SÃO DIVIDIDOS OS 
BENS E SERVIÇOS?
Os bens e serviços são divididos em bens de con-
sumo, bens de capital e bens intermediários.
a) Bens de Consumo: são os destinados à satisfa-
ção direta das necessidades humanas. Podem 
subdividir-se em bens de consumo duráveis 
(automóvel, geladeira, etc.) e bens de consu-
mo não duráveis (alimentação, roupas, etc.). 
b) Bens de Capital: não atendem diretamente às 
necessidades humanas, mas destinam- se a 
multiplicar a eficiência do trabalho (máquinas, 
estradas, etc.). 
c) Bens Intermediários: são os que devem sofrer 
novas transformações para se tornarem bens 
de consumo ou de capital (minério de ferro, tri-
go, etc.)
5 FLUXO MONETÁRIO E FLUXO 
REAL
O fluxo desses bens se dá entre as unidades pro-
dutoras e entre estas e as unidades familiares. As uni-
dades produtoras oferecem os fatores de produção e 
em contrapartida recebem salários (remuneração aos 
proprietários de mão de obra), juros, aluguéis (remune-
ração aos proprietários de capital financeiro e capital) 
e lucros (remuneração do empresário). Esse fluxo de 
renda é denominado Fluxo Monetário. 
O fluxo de renda permite à unidade familiar deman-
dar bens e serviços no “mercado de bens e serviços” 
que, por sua vez, é suprido pelas unidades produtoras 
que, para produzirem, demandam fatores de produção 
no “mercado de fatores”. 
Bem, não é nada difícil de entender porque vive-
mos mergulhados nessa realidade, não é mesmo? En-
tão, estude de novo tudo muito bem e até nossa próxi-
ma aula. Encontramo-nos lá! Ah, nunca deixe de fazer 
as atividades propostas, ok?
6 RESUMO
A economia é composta por diversas empresas 
que produzem bens e serviços que consumimos todos 
os dias. Um processo produtivo é composto por diver-
sos fatoresque vão desde os chamados RECURSOS 
HUMANOS, que é o homem, o qual se relaciona com 
AULA 1 • O PROCESSO PRODUTIVO E O SISTEMA ECONÔMICO
13
a natureza pelo trabalho; a natureza, que são os RE-
CURSOS NATURAIS; até o produto acabado, que são 
os BENS E SERVIÇOS, os quais são consumidos pelo 
próprio homem, chamados de CONSUMIDORES 
7 ATIVIDADES
Responda às seguintes questões:
1) O que é o processo de produção? Explique 
como ele funciona. 
2) Se você fosse montar uma empresa fabricante 
de sorvete, como seriam combinados os fato-
res de produção desta empresa?
3) Diferencie fluxo monetário de fluxo real.
REFERÊNCIAS
BUARQUE, C. Avaliação econômica de projetos: 
uma apresentação didática. Rio de Janeiro: Cam-
pus, 1984.
MANKIW, N. Gregory. Introdução à Economia. São 
Paulo: Cengage Learning, 2009.
Objetivos
• Entender o conceito de unidade de produção.
• Conhecer como se organiza uma unidade de 
produção.
AULA 2
AS UNIDADES DE PRODUÇÃO
Unidade 01
GESTAO DE INVESTIMENTOS
 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DE PROJETOS
16
ADMINISTRAÇÃO HOTELEIRA
1 INTRODUÇÃO
Agora que já conhecemos na aula anterior os ele-
mentos de funcionamento do processo de produção, 
vamos analisar o papel de uma unidade de produção 
e como ela se organiza. Para isso, primeiro vamos co-
nhecer como são classificados os setores econômicos 
das unidades produtoras. Preparado? Então, vamos ao 
que interessa!
2 CLASSIFICAÇÃO DOS 
SETORES ECONÔMICOS DAS 
UNIDADES PRODUTORAS
Conforme a origem dos produtos, eles podem ser 
classificados em três grandes setores (BUARQUE, 
1984):
A) Os bens primários são aqueles produzidos na agri-
cultura. 
• Lavouras - culturas permanentes e temporárias
• Produção animal e seus derivados
• Extração vegetal e silvicultura
B) Os bens secundários são provenientes do setor in-
dustrial. 
• Indústria extrativa mineral
• Indústria de transformação
• Indústria da construção civil
C) O setor terciário são os serviços ou bens invisíveis. 
• Comércio - atacadistas e varejistas
• Intermediários financeiros
• Transportes e comunicações
• Governo
• Outros serviços: serviços auxiliares de comér-
cio e armazenagem, alojamentos
3 UNIDADE DE PRODUÇÃO
Agora que já conhecemos os setores de produção, 
vamos saber o que é uma Unidade de Produção.
Unidade de produção é o espaço onde se rea-
liza a combinação dos fatores de produção, defi-
nindo assim o marco microeconômico (BUARQUE, 
1984, p. 21).
Portanto, se uma fazenda ou empresa agrícola 
produz laranjas, a fábrica produz roupas, o consultório 
dentário atende seu paciente, logo, todas elas cons-
tituem unidades de produção. Uma do setor primário, 
outra do setor secundário e a outra do setor terciário, 
respectivamente. 
4 O PAPEL DA UNIDADE DE 
PRODUÇÃO
O que faz uma Unidade de Produção? Para me-
lhor entendimento, usarei o exemplo de uma fábrica de 
bolsas.
A fábrica (unidade de produção) tem a função de 
combinar fisicamente os fatores de produção com a 
finalidade de produzir bolsas. Logo, a unidade deve 
conter espaços (edifícios, escritórios), instalações elé-
tricas, equipamentos que tratem o couro, cortem, cos-
turem, transportem, etc.
Só que, além desses equipamentos e instalações, 
o responsável pela fábrica deve ir ao mercado com-
prar o couro, a energia elétrica para fazer com que as 
maquinas funcionem, água, produtos químicos, entre 
outros itens necessários para começar a produzir as 
bolsas.
Para fazer funcionar os equipamentos e produzir as 
bolsas, ele deve contar com a participação de funcioná-
rios, ou seja, com o trabalho dos operários. Logo, uma 
Unidade de Produção passa pelas seguintes etapas:
1°) COMPRA de matérias-primas e todos os compo-
nentes (insumos);
2°) TRANSFORMAÇÃO E PRODUÇÃO, utilizando os 
equipamentos e instalações (capital) e o trabalho 
(mão de obra);
3°) VENDA do produto.
Assim, pode-se concluir que uma unidade de pro-
dução é o local onde são combinados os diversos in-
sumos que são utilizados no processo de produção e 
o trabalho, com a finalidade de produzir determinados 
produtos e então aumentar a oferta de bens e serviços 
no mercado.
5 ORGANIZAÇÃO DE UMA 
UNIDADE DE PRODUÇÃO
E como se organiza uma Unidade de Produção?
Uma unidade de produção tem como objetivo so-
cial aumentar a oferta de bens e serviços e, para que 
isso ocorra, existe uma serie de relações que precisa 
17
AULA 2 • AS UNIDADES DE PRODUÇÃO
ser obedecida. Segundo Buarque (1984), a principal 
delas é que exista um coordenador em cada unidade 
produtiva, isso em qualquer tipo de empresa: empresa 
privada, dirigente estatal, cooperativa, multinacional.
Esse coordenador é o principal responsável pela 
unidade produtiva, além de ser o responsável pela ob-
tenção dos recursos necessários para fazer com que a 
empresa cresça. Veja na FIG. 3 a seguir como ocorrem 
as relações dentro de uma empresa.
FIGURA 3 - Relações entre as unidades de produção
Fonte: BUARQUE, C. 1984, p. 23.
Bem final: é o produto acabado, pronto para ser 
utilizado.
Bem intermediário: é um bem que vai passar por 
algum tipo de tratamento e que será utilizado para pre-
paro do bem final.
6 OBJETIVO PRINCIPAL DA 
EMPRESA: OBTENÇÃO DE 
LUCRO
E qual o principal objetivo da empresa? Ora, é claro 
que toda e qualquer empresa tem como objetivo prin-
cipal a obtenção de lucro. Lucro esse que é utilizado 
seja no aumento da oferta de bens ou serviços, seja no 
aumento de capital.
Para que isso aconteça, é necessário que os fa-
tores produtivos sejam bem analisados. Portanto é de 
suma importância que seja feito um planejamento das 
atividades que serão desenvolvidas na empresa a cur-
to e a longo prazos, além de um pré-projeto para saber 
sobre a viabilidade econômica do bem ou serviço que 
será produzido e posteriormente ofertado.
Assim, na próxima aula daremos continuidade aos 
nossos estudos sobre esse assunto, certo? Já estou 
esperando você para nosso encontro. Bom descanso 
e volte renovado!
7 RESUMO
Conforme a origem dos produtos, eles podem ser 
classificados em três grandes setores: primários são 
aqueles produzidos na agricultura; secundários são 
provenientes do setor industrial e o setor terciário que 
são os serviços ou bens invisíveis. 
Unidade de produção é o espaço onde se re-
aliza a combinação dos fatores de produção. E as 
etapas pelas quais passa uma Unidade de Produ-
ção são:
1°) compra de matérias-primas e todos os componen-
tes (insumos);
2°) transformação e produção, utilizando os equipa-
mentos e instalações (capital) e o trabalho (mão de 
obra);
3°) venda do produto.
8 ATIVIDADES
1) Quais etapas fazem parte de uma unidade de pro-
dução?
2) O que são bens finais? E bens intermediários? 
3) Se você fosse montar uma empresa fabricante de 
roupas, como ela seria organizada? Descreva os 
detalhes.
18
ADMINISTRAÇÃO HOTELEIRA
REFERÊNCIAS
BUARQUE, C. Avaliação econômica de projetos: uma apresentação didática. Rio de Janeiro: Campus, 
1984.
MANKIW, N. Gregory. Introdução à Economia. São Paulo: Cengage Learning, 2009.
Objetivos
• Entender o conceituar de planejamento e projeto.
• Conhecer as diferentes etapas de um projeto.
AULA 3
PLANEJAMENTO E PROJETO
Unidade 01
GESTAO DE INVESTIMENTOS
 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DE PROJETOS
20
ADMINISTRAÇÃO HOTELEIRA
1 INTRODUÇÃO
Nesta aula vamos conhecer as fases que nos le-
vam a ter um bem ou serviço bem projetado e, portan-
to, com boa margem de lucro.
Como foi visto na aula anterior, para iniciarmos a 
produção de qualquer bem ou serviço, é necessário 
planejar e ter em mãos um projeto para analisarmos 
se tal bem ou serviço trará retorno financeiro para a 
empresa.
Até há pouco tempo, poderíamos dissociar plane-
jamento de projeto, como se cada um tivesse seusen-
foques próprios e independentes. Porém o que já está 
comprovado pela teoria microeconômica é que eles 
caminham juntos. Então vamos ver como isso se dá, 
certo?
2 PLANEJAMENTO E PROJETO: 
CONCEITO E FINALIDADES
Como vimos na aula 2, as unidades de produção 
são as responsáveis pela execução do que foi plane-
jado.
Continuando com o nosso exemplo da confecção 
de bolsas, se o objetivo do plano é confeccionar 1000 
bolsas por mês, logo, a unidade produtiva terá que pro-
piciar a execução desse objetivo, não é mesmo?
É muito importante ter em mente que nenhuma em-
presa produz por produzir. Ela produz para atender a 
uma determinada demanda, e isto quem vai nos indicar 
é o mercado (BUARQUE, 1984, p. 24).
Portanto os projetos de fábricas, empresas, fazen-
das, etc. correspondem a manifestações microeconô-
micas (demanda e oferta), de acordo com o planeja-
mento, já num nível macroeconômico (mercado interno 
e externo).
Assim, segundo Buarque (1984, p.24), a relação 
entre projeto e planejamento ocorre em dois sentidos:
O projeto como instrumento de planeja-
mento microeconômico, como forma do 
otimizar os recursos necessários a uma 
determinada produção; e o projeto como 
instrumento de observação e análise das 
consequências do uso de determinados 
recursos, em relação aos objetivos ma-
croeconômicos do plano de desenvolvi-
mento. 
Logo, pode-se perceber que planejamento e proje-
to caminham juntos, cada um com sua função, porém 
um completando o outro. 
3 O PROJETO E SUAS ETAPAS
1.1 PREPARAÇÃO
O projeto começa com uma ideia: a de investir cer-
ta quantidade de capital na produção de certo bem ou 
serviço.
Então fica assim: primeiro eu penso no que vou 
produzir para ganhar dinheiro, e, logo em seguida, pen-
so para quem vou vender para ganhar esse dinheiro. 
Porém, para que a ideia tenha êxito, ela tem que ser 
desenvolvida por um estudo que inclui várias etapas, até 
a etapa final, ou seja, um estudo em que serão contem-
pladas todas as operações da execução do projeto.
Assim, teremos cinco fases distintas:
1) Identificação da ideia
2) Estudo da previabilidade
3) Estudo da viabilidade
4) O detalhamento da engenharia
5) A execução.
Para nós, interessa-nos apenas as três primeiras 
fases. Logo, como ponto de partida, temos a identifica-
ção da ideia.
Então, pergunta-se: O que vamos produzir?
Isso constitui o ponto inicial do projeto. Segundo 
Buarque (1984, p. 25), “durante a fase da identificação, 
os projetistas devem caracterizar, em forma preliminar, 
a concepção da ideia, dando base para indicar se ela 
justifica ser estudada ou não.”
Depois, caso haja uma aprovação preliminar sobre 
o bem ou serviço a ser estudado, os projetistas apro-
fundam a ideia e iniciam um estudo de previabilidade, 
em que é feito um projeto preliminar para saber se o 
produto terá bom resultado. Esse projeto é feito base-
ado em dados não definitivos ou completos. Nos casos 
em que a previabilidade do projeto seja positiva, aí sim, 
daremos início ao estudo da viabilidade econômica e 
financeira do projeto.
Nessa fase, os dados são mais completos, pois é a 
partir deles que podemos saber sobre o custo/benefício 
do bem ou serviço que será produzido.
3.1 ETAPAS (1ª PARTE)
3.1.1 INVESTIMENTO
Nesta etapa é determinada a quantidade de recur-
sos financeiros para executar o projeto, ou seja, quanto 
será gasto para produzir o bem ou serviço. Essa quan-
tidade de recursos financeiros deve ser suficiente para, 
21
AULA 3 • PLANEJAMENTO E PROJETO
além de executar o projeto no período de tempo de sua 
implantação, garantir também o seu funcionamento ini-
cial até começar a dar lucro.
Esses recursos são divididos em investimentos fi-
xos e circulantes.
Investimentos fixos – dependem do nível de pro-
dução projetado. São calculados a partir do que se 
quer produzir, considerando os dados definidos pela 
engenharia.
Investimentos circulantes – dependem do nível 
efetivo de produção da empresa. É a quantidade ideal 
de recursos financeiros para pôr em operação a unida-
de de produção, garantindo o seu funcionamento sem 
risco de escassez de insumos nem de liquidez (dinhei-
ro) necessários para todas as suas atividades.
3.1.2 RECEITAS
Receita é o resultado que se vai obter de um bem 
ou serviço após terem sido descontados os custos. A 
rentabilidade do projeto é que determina a sua viabi-
lidade. O cálculo das receitas e dos custos constitui o 
ponto principal do estudo do projeto.
r R C
I
=
−
O cálculo da receita se dá através da multiplicação 
das quantidades pelo preço que será vendido o bem. É 
diretamente proporcional à quantidade de bens produ-
zidos e vendidos pela unidade de produção.
R q Pi i= ∑ .
q = quantidade
P = preço
Para determinar as quantidades que serão produ-
zidas e os preços dos produtos, será necessário utilizar 
os dados do estudo de mercado que constam lá do pro-
jeto, lembra-se?
3.1.3 CUSTOS
Os custos de produção1 são os gastos necessá-
rios para a produção de bens e serviços. O cálculo 
dos custos operacionais é uma das mais importantes e 
1 OLIVEIRA, Luis Martins de; PEREZ JR., José Hernandez. 
Contabilidade de custos para não contadores. 3. ed. São 
Paulo: Atlas, 2007.
detalhadas etapas do projeto. Todo o projeto depende 
dessa parte, ao mesmo tempo em que influencia mui-
tas outras etapas.
Os custos operacionais são divididos em custos fi-
xos e custos variáveis.
Custos fixos são aqueles que permanecem cons-
tantes dentro de uma determinada capacidade instala-
da. Independe do volume de produção. Os custos fixos 
não sofrem variação se o volume produzido for alterado 
para mais ou para menos.
Exemplos: mão de obra indireta (salários dos che-
fes), salário do pessoal da segurança da empresa, alu-
guel do prédio, depreciação do prédio.
Custos variáveis são aqueles custos que sofrem 
variação de acordo com o volume de produção num 
dado período, ou seja, sua variação depende do volu-
me produzido.
Exemplos: matéria-prima, mão de obra direta.
Além desses dois tipos de custos, temos também o 
custo unitário, que é o custo para produzir uma unidade 
do produto; e o custo marginal, que é o custo para pro-
duzir uma unidade adicional do produto em diferentes 
níveis de produção.
O cálculo dos custos e das receitas sempre sofre 
mudanças. Isso porque eles vão se ajustando, vão sen-
do corrigidos, tudo com o objetivo principal de conse-
guir um melhor lucro para a empresa. 
Bem, você viu que nada disso apresenta dificulda-
de de entendimento, certo? É só estudar direitinho e 
tudo se resolve, pois são conceitos e ideias fáceis de 
fixar. Agora, tudo isso é com você!!! Vemo-nos em nos-
so próximo encontro. Até lá. 
4 RESUMO
O projeto começa com uma ideia; a de investir cer-
ta quantidade de capital na produção de certo bem ou 
serviço.
Porém, para que essa ideia tenha êxito, ela tem 
que ser desenvolvida por um estudo que inclui várias 
etapas, até a etapa final, ou seja, um estudo com todo o 
detalhamento das operações e da execução do projeto.
4 ATIVIDADES 
Responda às seguintes questões:
1) Qual a importância do estudo de projetos para uma 
empresa?
22
ADMINISTRAÇÃO HOTELEIRA
2) Diferencie custos fixos de custos variáveis. Exemplifique.
3) Cite as principais etapas para a preparação de um projeto.
4) Qual das etapas você considera ser a mais importante? Por quê? 
REFERÊNCIAS
BUARQUE, C. Avaliação econômica de projetos: uma apresentação didática. Rio de Janeiro: Campus, 
1984.
MANKIW, N. Gregory. Introdução à Economia. São Paulo: Cengage Learning, 2009.
OLIVEIRA, Luis Martins de.; PEREZ JR., José Hernandez. Contabilidade de custos para não contadores. 
3. ed. São Paulo: Atlas, 2007.
Objetivos
• Conhecer outras etapas para o estudo de projetos.
• Conceituar o estudo de mercado e outras etapas.AULA 4
QUEM COMPRARÁ O PRODUTO DESENVOLVIDO; 
A QUE PREÇO E QUANTO SERÁ COMPRADO
Unidade 02
GESTAO DE INVESTIMENTOS
ETAPAS DO PROJETO: ESTUDO DE MERCADO;
ENGENHARIA; TAMANHO E LOCALIZAÇÃO;
ANÁLISE DE RENTABILIDADE
24
ADMINISTRAÇÃO HOTELEIRA
1 INTRODUÇÃO
Continuaremos nesta unidade com o estudo das 
etapas do projeto de mercado, a engenharia, o tama-
nho e a localização e análise de rentabilidade de uma 
forma sucinta. Nas próximas aulas abordaremos as 
que mais interessam para nós. 
O estudo de mercado é uma das mais importantes 
etapas, pois ele constitui a espinha dorsal do projeto. 
Onde está esse mercado, quem irá comprar o produto, 
como será produzido e quanto, ou seja, que quantidade 
será necessário produzir para suprir o mercado.
A engenharia é uma parte do projeto que definirá 
qual processo de produção será utilizado para produzir, 
quais os equipamentos necessários e que tipo de insta-
lações o empreendimento exige. 
O tamanho e a localização referem-se à capacidade 
produtiva, e a análise de rentabilidade nos dirá se o pro-
jeto representa um investimento positivo para a empresa.
2 ESTUDO DE MERCADO
O estudo de mercado, como foi dito anteriormente, 
compreende uma das mais importantes etapas quando 
se quer produzir, aumentar a quantidade produzida, ou 
ampliar a oferta de bens produzidos em determinada 
empresa, pois é um instrumento que permite ao inves-
tidor ou empresário ter a garantia de viabilidade econô-
mica de seu empreendimento.
Logo, a finalidade do estudo de mercado é estimar 
que quantidade de produto será ofertada, a que preço, 
e quem comprará o que será produzido.
2.1 QUEM COMPRARÁ O QUE SERÁ 
PRODUZIDO?
Isto compreende as pessoas, chamadas de con-
sumidores, que irão comprar o bem ou serviço. Logo, 
devemos localizar a área geográfica onde estão esses 
consumidores, além de estudar outras características 
tais como: faixa etária, sexo, situação econômica des-
ses consumidores, etc. 
2.2 POR QUAL PREÇO?
Esse é um ponto importante que o estudo de mer-
cado deve apontar, uma vez que cada público alvo tem 
uma renda, uma preferência. Deve-se levar em consi-
deração ainda a concorrência e as quantidades possí-
veis de serem produzidas. 
1.3 QUANTO DO PRODUTO SERÁ 
COMPRADO?
Para se obter a resposta a essa pergunta, é ne-
cessário conhecer a demanda do produto por parte 
dos consumidores e também verificar a quantidade 
que está sendo ofertado pela concorrência que produz 
bens similares ou substitutos.
Ao responder a essas perguntas, o estudo de mer-
cado torna-se uma etapa determinante, pois possibilita 
colocar no mercado bens ou serviços que serão bem 
aceitos e procurados pelos consumidores. Com isso 
saem ganhando tanto os ofertantes quanto os deman-
dantes do produto.
2 A ENGENHARIA
A Engenharia vai determinar como será feito o pro-
cesso de produção, quais equipamentos e instalações 
serão utilizados. A partir daí, torna-se possível o cálculo 
dos custos de investimento fixo e de operação. Nesse 
cálculo, para que o projeto seja aprovado, precisa que 
a receita seja maior do que os custos e que essa re-
ceita menos o custo dividido pelo investimento seja a 
maior possível, (R – C) / I.
Portanto a combinação de equipamentos e insta-
lações faz parte do chamado Ciclo de Decisões de um 
Projeto (BUARQUE, 1984).
De acordo com Buarque (1984), esse ciclo aconte-
ce da seguinte forma:
O mercado determina uma necessidade → Pro-
cura-se uma solução → Primeira prova: é tecnica-
mente viável?
Se a resposta for NÃO → tenta-se outra solução.
Se a resposta for SIM → aplica-se a segunda pro-
va: é economicamente viável? 
Se a resposta for NÃO → tenta-se outra solução.
Se a resposta for SIM → executa o projeto. 
A engenharia proporciona informações para outras 
etapas, por exemplo, reorientar o estudo de mercado, 
produzindo outro bem utilizando as mesmas instala-
ções; define o tipo de mão de obra que será utilizado; 
orienta quanto a problemas legais como patentes, mar-
cas, entre outras funções.
3 TAMANHO E LOCALIZAÇÃO
O tamanho de produção refere-se à capacidade 
produtiva que deve ter a unidade de produção. Vincula-
25
AULA 4 • QUEM COMPRARÁ O PRODUTO DESENVOLVIDO; A QUE PREÇO E QUANTO SERÁ COMPRADO
se especialmente ao estudo de mercado, com a enge-
nharia e com os custos de produção.
O estudo de mercado indica a capacidade de oferta 
do produto pelo empreendimento e, a partir daí, é pro-
jetada a quantidade que deve ser produzida. A escolha 
do Tamanho Ótimo é um processo de aproximações 
sucessivas, envolvendo demanda e oferta do produ-
to, quando serão analisados os menores custos e as 
maiores receitas, lucros e rentabilidade.
O estudo do projeto deve definir qual a melhor lo-
calização para a unidade de produção. Essa melhor 
localização deve ser a que permite um aumento de 
produção e ao mesmo tempo reduz custos necessários 
a essa produção.
De acordo com Buarque (1984), alguns fatores são 
determinantes para a escolha da localização das fábri-
cas:
• disponibilidade de mão de obra
• localização dos materiais de produção (insu-
mos);
• terrenos disponíveis, clima;
• facilidade de transporte;
• distância e dimensão do mercado e facilidade 
de distribuição; 
• disponibilidade de água, energia, telefone, 
rede de esgoto;
• condições de vida;
• estrutura tributária.
Assim, a localização está vinculada às demais eta-
pas do projeto, principalmente no que se refere a cus-
tos, mercado, tamanho e engenharia.
5 ANÁLISE DA RENTABILIDADE
A análise de rentabilidade é onde se encontra o 
que se está procurando, ou seja, se o projeto é rentável 
ou não. Logo, está em relação direta com as receitas 
e custos, que podem ser custos tanto de investimentos 
quanto operacionais.
r = f (R, C, I)
Também pode-se calcular a rentabilidade de acor-
do com outras variáveis, das quais dependem a receita 
e os custos, como:
R = f (q1. p 1 , q2. p2 , ..., q n . p n )
C = f (Q1. P 1 , Q2. P2 , ..., Q n . P n, , I, F, S)
Onde:
q1 = quantidade produzida do bem i
p 1 = preço de venda do bem i
Q1 = quantidade gasta de matéria-prima i
P 1 = preço de compra da matéria-prima i 
F = juros do financiamento
S = salários
Assim, havendo mudança em alguma dessas vari-
áveis, vai haver mudanças na rentabilidade do projeto, 
visto que esta varia conforme as receitas e os custos.
Nas aulas seguintes serão estudadas as etapas 
mais importantes para decidir sobre a aceitação ou não 
do projeto, como também a sensibilidade. Este estudo 
da sensibilidade é muito importante, pois informa qual o 
comportamento da rentabilidade, se houver, por exem-
plo, um aumento de 5% no preço da matéria-prima 
principal ou uma redução de 10% no preço do produto. 
Conhecida a sensibilidade do projeto, podem-se 
conhecer os riscos que correm os investidores.
6 RESUMO
O estudo de mercado é uma das mais importantes 
etapas, pois ele constitui a espinha dorsal do projeto. 
Onde será implantado, quem irá comprar o produto, 
como será produzido e que quantidade será necessário 
produzir para suprir o mercado.
Além do estudo de mercado foram vistos outros 
itens importantes tais como: a engenharia, a localiza-
ção e o tamanho, além da rentabilidade e sensibilidade 
do projeto em estudo.
7 ATIVIDADES
1) Qual a importância do estudo de mercado para se 
produzir um bem?
2) Quais os fatores determinantes para a escolha da 
localização das fábricas?
3) Em sua opinião, qual das etapas é a mais impor-
tante? Por que você a considera importante? 
REFERÊNCIAS
BUARQUE, C. Avaliação econômica de projetos: 
uma apresentação didática. Rio de Janeiro: Cam-
pus, 1984.
MANKIW, N. Gregory. Introdução à Economia. São 
Paulo: Cengage Learning, 2009
Objetivos
• Compreender o conceito de fluxo de caixa.
• Comprovar o objetivo e a importânciado fluxo de 
caixa em uma empresa.
AULA 5
IMPORTÂNCIA DO FLUXO DE CAIXA EM UMA EMPRESA
Unidade 03
GESTAO DE INVESTIMENTOS
FLUXO DE CAIXA E PLANEJAMENTO FINANCEIRO
28
ADMINISTRAÇÃO HOTELEIRA
1 INTRODUÇÃO
A partir desta aula iremos conhecer a importância 
do fluxo de caixa em uma empresa para que tenha uma 
boa gestão empresarial e que seja uma empresa lu-
crativa.
O fluxo de caixa é uma das principais ferramentas 
para que a empresa possa gerir seus gastos e pagar 
seus compromissos. Com a ajuda dele, é possível vi-
sualizar quando a empresa terá dinheiro sobrando ou 
faltando na conta e, assim, prever o futuro.
O fluxo de caixa também é de suma importância 
não só para as empresas, mas para as pessoas em ge-
ral, pois, com o controle dos gastos, podemos (da mes-
ma forma que se faz em uma empresa) saber quando 
teremos dinheiro sobrando ou quando teremos que fa-
zer um enxugamento nos gastos. Isso não lhe parece 
muito bom? Então vamos ver como tudo funciona.
2 FLUXO DE CAIXA
O fluxo de caixa é uma ferramenta de grande im-
portância para o bom andamento de uma empresa. 
Sem ele é impossível ter uma gestão empresarial efi-
ciente e com resultados positivos.
O fluxo de caixa é uma ferramenta de curto pra-
zo para o acompanhamento das entradas e saídas 
de recursos financeiros no caixa da empresa. 
Porém, para que o fluxo de caixa seja confiável e 
possa prever o que irá acontecer no futuro, é preciso 
que as informações sejam claras, com dados reais, 
pois quanto maior for a fidelidade dos dados inseri-
dos no controle de fluxo de caixa, maior a qualidade 
das decisões tomadas pela administração financeira 
para a criação de estratégias de contingência ou cres-
cimento.
Além de ser uma ferramenta útil para previsões de 
capital de giro da empresa, ela também é de suma im-
portância para saber sobre as flutuações ocorridas no 
caixa da empresa ao longo do tempo e, a partir daí, 
criar estratégias para superar momentos de crise e evi-
tar desastres.
A capacidade de planejamento e antecipação é um 
importante fator para o sucesso na gestão empresarial. 
A gestão financeira deve ser cuidadosamente planeja-
da, executada, acompanhada e avaliada.
Independentemente de seus lucros ou prejuízos, 
cada empresa precisa ter fluxo de caixa suficiente para 
atender suas obrigações à medida que se tornem devi-
das (GITMAN, 2010, p. 10). 
O fluxo de caixa pode ser feito diariamente, sema-
nalmente, quinzenalmente, mensalmente, enfim com a 
frequência desejada pelo administrador. O mais utiliza-
do é o mensal.
2.1 ITENS QUE UM FLUXO DE CAIXA 
POSSIBILITA AO ADMINISTRADOR 
FINANCEIRO ANALISAR: 
• Planejar e controlar entradas e saídas de ca-
pital. 
• Antecipar decisões sobre a falta ou sobra de 
dinheiro. 
• Escolher melhor tipos e prazos de investimento. 
• Ver a necessidade de mais capital em um pe-
ríodo. 
• Negociar melhores taxas e tipos de emprésti-
mos. 
• Planejar prazos de pagamentos e recebimen-
tos. 
• Saber se haverá capital para compromisso fu-
turo. 
• Avaliar se o recebimento está cobrindo os gas-
tos. 
• Saber o melhor momento para repor estoques. 
• Avaliar o melhor momento para fazer promo-
ções. 
• Reter e operar capital de terceiros (fornecedo-
res).
• Avaliar o impacto de aumento nas vendas. 
2.2 ITENS QUE COMPÕEM UM FLUXO 
DE CAIXA (DOLABELA, 1999, P. 238)
2.2.1 INVESTIMENTO INICIAL 
É o valor inicial que o investidor ou empresário pre-
cisa para iniciar seu investimento, acrescido do valor 
que deverá manter para honrar as despesas de um 
mês ou de um ano, dependendo de quando o inves-
timento vai dar algum retorno, ou seja, até o dinheiro 
das vendas começar a entrar no caixa (já vimos isso 
em aula anterior, lembra?). 
2.2.2 SALDO DE CAIXA INICIAL
É o valor que o empresário tem no caixa no primei-
ro dia de operação do investimento. Esse valor deve 
29
AULA 5 • IMPORTÂNCIA DO FLUXO DE CAIXA EM UMA EMPRESA
ser suficiente para arcar com as despesas que vierem 
a surgir até que comece a entrar dinheiro no caixa, ou 
seja, receitas de vendas.
2.2.3 TOTAL DE ENTRADAS
É o valor total de todas as entradas de dinheiro no 
caixa da empresa, subdividindo-se em:
• Receita de vendas - valor do recebimento das 
vendas à vista no período + valor das vendas a 
prazo no período. 
• Receitas financeiras - valores referentes a re-
ceitas apuradas decorrentes de aplicações fi-
nanceiras no período. 
• Empréstimos - valor tomado de terceiros para 
iniciar o negócio, quando for o caso.
• Outras receitas - qualquer outra entrada de di-
nheiro no caixa da empresa, que não seja vin-
do do negócio propriamente dito, ou seja, da 
venda de produtos ou serviços (venda de bens, 
por exemplo).
2.2.4 TOTAL DE SAÍDAS
Consiste no registro de todas as saídas de dinheiro 
da empresa (pagamentos diversos), bem especifica-
das, para maior entendimento do empreendedor sobre 
a situação de caixa de sua firma, mês a mês.
Esses itens se explicam por si mesmos. Além disso, 
alguns (como provisão para IR – ampliações futuras) 
“lembram” ao empresário quanto ele deverá guardar 
em numerário para fazer face aos pagamentos futuros.
2.2.5 SALDO NO PERÍODO
É o total obtido, subtraindo-se o total de entradas 
do total de saídas, indicando o valor monetário que so-
brou ou faltou naquele período de atuação da empresa.
2.2.6 RESERVA DE CAPITAL
É o valor que a empresa poderá poupar, caso ne-
cessário, para outros investimentos.
2.2.7 DEPRECIAÇÃO
Aparece duas vezes no fluxo de caixa (entrada e 
saída) apenas para que o empresário se lembre de 
que, em alguma época, deverá ter esse dinheiro para 
repor algum equipamento, máquina, etc.
2.2.8 FLUXO LÍQUIDO DE CAIXA
É o valor em espécie disponível no primeiro dia 
de operação da empresa, ou é o valor transportado 
do final de um período para o inicio de outro (quando 
negativo, deve estar em parênteses). Indica, a qual-
quer momento, quanto a empresa tem disponível em 
seu caixa.
Agora já conhecemos todos os itens que compõem 
um fluxo de caixa. Esses itens podem ser, dependen-
do da empresa, mais simples, com apenas entradas e 
saídas, ou, de outra maneira, com todos os itens impor-
tantes que devem ser registrados.
3 RESUMO
O fluxo de caixa é uma ferramenta de grande im-
portância para o bom andamento de uma empresa. 
Sem ele é impossível ter uma gestão empresarial efi-
ciente e uma empresa com resultados positivos.
4 ATIVIDADES
Responda às questões que lhe proponho.
1) O que é o fluxo de caixa de uma empresa?
2) Você considera o fluxo de caixa uma importante 
ferramenta gerencial? Explique por quê? 
3) Cite três itens que você considera serem os mais 
importantes para que seja feito o fluxo de caixa de 
uma empresa? E para o seu controle mensal, quais 
seriam?
REFERÊNCIAS
GITMAN, L. Princípios de Administração Finan-
ceira. 12. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 
2010.
DOLABELA, Fernando. O segredo de Luísa. 14. 
ed. São Paulo: Cultura Editores Associados, 1999.
Objetivos
• Compreender o conceito de depreciação.
• Conhecer a importância da depreciação na 
elaboração do fluxo de caixa.
AULA 6
DEPRECIAÇÃO
Unidade 03
GESTAO DE INVESTIMENTOS
FLUXO DE CAIXA E PLANEJAMENTO FINANCEIRO
32
ADMINISTRAÇÃO HOTELEIRA
1 INTRODUÇÃO
Bom, meu caro aluno, vamos dar continuidade ao 
nosso assunto “fluxo de caixa”, e você irá conhecer 
nesta aula um item muito importante que deve ser le-
vado em consideração quando se quer elaborar o fluxo 
de caixa de uma empresa.
Esse item ao qual estou me referindo é a depre-
ciação, pois estamos lidando com bens, e eles sofrem 
desgastes ao longo do tempo, como você muito bem 
sabe. E por sofrer desgastes é que devemos saber 
como esse desgaste é avaliado ao longo dos anos nos 
fluxos de caixa. Isso não lhe parecemuito importante 
na Administração de uma empresa? Então, vamos lá!
2 CONCEITO DE DEPRECIAÇÃO
De acordo com Buarque (1984), depreciação é a 
perda de valor que sofrem os bens de capital por cau-
sa dos anos de operação. Essa depreciação pode ser 
originada por vários fatores: físicos (desgastes causa-
dos pelo uso), fatores funcionais (insuficiência ou ob-
solescência dos equipamentos) e por acontecimentos 
eventuais (acidentes). Portanto é um valor calculado 
para que seja reconhecida uma perda, um desgaste 
dos bens e os recursos que são utilizados por uma em-
presa na produção de bens. É muito importante para as 
finalidades fiscais e de relatórios financeiros. Para fins 
fiscais, a depreciação dos ativos da empresa é regula-
da pela legislação tributária.
Muitas vezes ocorre que os relatórios da empre-
sa diferem dos encontrados na legislação tributária, e 
nesse caso são utilizados dois métodos diferentes de 
depreciação.
2.1 PERCENTUAIS MAIS UTILIZADOS 
PARA A DEPRECIAÇÃO
Para cada recurso ou bem é utilizado um percentu-
al de perda por ano, isso conforme a previsão de dura-
bilidade e vida útil desse determinado bem ou recurso. 
Veja no QUADRO 1, a seguir, os percentuais mais utili-
zados para a depreciação nos relatórios das empresas.
QUADRO 1
Depreciações: tempo e porcentagens
Recurso Vida útil % ano
Equipamentos 5 anos 20
Instalações 10 anos 10
Máquinas 10 anos 10
Móveis e uten-
sílios 
10 anos 10
Software 4 anos 25
Veículos 5 anos 20
Fonte: DOLABELA, Fernando, 1999, p.235.
2.2 MÉTODOS UTILIZADOS PARA 
O CÁLCULO DA DEPRECIAÇÃO DE 
ATIVOS
Dependendo da finalidade (relatório financeiro ou 
fiscal), as empresas podem utilizar diversos métodos 
para calcular a depreciação, entre os quais podemos 
citar os seguintes:
• Métodos proporcionais de base fixa (encargo uni-
forme): direto ou linear, horas de funcionamento, 
produção fabril e duração média do sistema.
• Métodos de desvalorização decrescente (en-
cargos desiguais): sistema modificado de recu-
peração acelerada de custos (MARCS).
• Métodos de juros compostos (encargos de-
siguais): método de anualidades e fundo de 
amortização.
Agora vamos entender cada um deles.
Métodos proporcionais de base fixa (encargo 
uniforme) se subdividem em dois:
- Método direto ou linear - é o mais utilizado tan-
to em relatórios financeiros quanto para fins fiscais, 
por serem aceitos pelo governo para fins impositivos. 
Por esse método, calcula-se o valor da depreciação 
dividindo-se o valor da vida útil do ativo pelo número 
de anos, obtendo-se um valor equivalente para cada 
ano previsto.
Para relatórios financeiros são utilizados os va-
lores do QUADRO 1 visto acima, e para fins fiscais 
são utilizadas taxas arredondadas de depreciação 
por ano de recuperação. Isso iremos conhecer mais 
adiante.
- Horas de funcionamento – consiste em estimar o 
número de horas de trabalho durante o tempo de vida 
útil previsto para o bem. A quota de depreciação será 
obtida dividindo-se o número de horas trabalhadas no 
período pelo número de horas de trabalho estimado 
33
AULA 6 • DEPRECIAÇÃO
durante a vida útil do bem. Esse método é próprio das 
empresas industriais.
- Produção fabril – consiste em estimar o número 
total de unidades que devem ser produzidas pelo bem 
ao longo de sua vida útil. A quota de depreciação de 
cada período será obtida dividindo-se o número de uni-
dades produzidas no período pelo número de unidades 
estimadas para toda a sua vida útil. Também é utilizado 
por empresas industriais.
- Duração média do sistema - nesse método calcu-
la-se a possível duração de todo o sistema e a dos seus 
componentes e aplica-se, então, uma quota global de 
depreciação. Sua aplicação pode seguir qualquer um 
dos métodos anteriores.
Métodos de desvalorização decrescente (encar-
gos desiguais)
- Sistema modificado de recuperação acelerada de 
custos (MARCS) – esse método atende às exigências 
da Receita Federal para determinar a vida útil do ativo. 
Os padrões MACRS se aplicam tanto a ativos novos 
quanto aos usados e determinam que se use como 
vida útil do ativo o prazo de recuperação (vida útil atri-
buível a determinado ativo), de acordo com o MARCS.
Segundo o sistema MACRS, existem seis prazos 
de recuperação, 3, 5, 7, 10, 15 e 20 anos, que são 
chamados de categorias. Na TAB. 1, a seguir, estão 
definidas as mais usadas. E na TAB. 2 estão as taxas 
arredondas de depreciação por ano.
TABELA 1
As quatro primeiras categorias 
de bens segundo MACRS
Categoria de ativos 
(prazo de depreciação)
Definição
3 anos Equipamento de pesqui-
sa e algumas ferramen-
tas especiais.
5 anos Computadores, máqui-
nas de escrever, copia-
doras, equipamentos de 
duplicação, automóveis, 
caminhões leves, equi-
pamento tecnológico 
qualificado e ativos se-
melhantes.
7 anos Móveis de escritório, lu-
minárias, equipamento 
industrial em sua maior 
parte, ferrovias, instala-
ções agrícolas e horti-
cultura com finalidades 
especificas.
10 anos Equipamento utilizado 
no refino de petróleo ou 
na fabricação de produ-
tos derivados do tabaco 
e alguns produtos ali-
mentícios.
Fonte: GITMAN, L., 2010, p. 96
TABELA 2
Taxas arredondadas de depreciação por ano de recuperação, usando o MACRS 
para as quatro primeiras classes de ativos
Ano de recuperação Porcentagem por ano de recuperação
3 anos 5 anos 7 anos 10 anos
1 33% 20% 14% 10%
2 45 32 25 18
3 15 19 18 14
4 7 12 12 12
5 12 9 9
6 5 9 8
7 9 7
8 4 6
9 6
10 6
11 4
Totais 100% 100% 100% 100%
Fonte: Adaptado de GITMAN, L., 2010, p. 97.
34
ADMINISTRAÇÃO HOTELEIRA
Bem, agora vamos ver um exemplo. Analise-o
A WMM adquiriu, a um custo de R$50.000,00, já incluídas todas as despesas de instalação, uma máquina com 
prazo de recuperação de 5 anos. Usando as taxas de MARCS, segundo a TAB. 2, calcule a depreciação de cada 
ano.
Ano Custo (1) Taxas (Tabela X)
(2)
Depreciação [(1)x(2)]
(3)
1 R$ 50.000 20% R$ 10.000
2 R$ 50.000 32 16.000
3 R$ 50.000 19 9.500
4 R$ 50.000 12 6.000
5 R$ 50.000 12 6.000
6 R$ 50.000 5 2.500
Totais 100% R$ 50.000
- Métodos de juros compostos (encargos desi-
guais)
Os métodos de anualidades e fundo de amortiza-
ção não serão tratados aqui por não serem aceitos pela 
Receita Federal e serem pouco utilizados pelas empre-
sas. Assim, por hoje ficamos por aqui. Mas não deixe 
de fazer as atividades propostas. Até a próxima aula!
3 RESUMO
Depreciação é a perda de valor que sofrem os ati-
vos por causa dos anos de operação. A depreciação 
pode ser originada por: fatores físicos (uso ou desgas-
te), fatores funcionais (insuficiência ou obsolescência) 
e por acontecimentos eventuais (acidentes). Portanto 
é um valor calculado para que seja reconhecida uma 
perda, um desgaste dos bens e recursos que são uti-
lizados por uma empresa na produção de bens. Tem 
finalidades fiscais e de relatórios financeiros. Para fins 
fiscais, a depreciação dos ativos da empresa é regula-
da pela legislação tributária.
4 ATIVIDADES
1) Descreva sucintamente as quatro primeiras cate-
gorias de ativos segundo o sistema modificado de 
recuperação acelerada de custos (MACRS) e os 
respectivos prazos de recuperação.
2) Explique como as taxas de depreciação são deter-
minadas com o uso dos prazos de recuperação do 
MARCS.
3) A WMM adquiriu, a um custo de R$750.000,00, já 
incluídas todas as despesas de instalação, uma 
máquina com prazo de recuperação de 7 anos. 
Calcule a depreciação desse ativo para fins fiscais.
4) A MM Ltda. adquiriu, a um custo de R$167.000,00, 
uma máquina com prazo de recuperação de 10 
anos. Calcule a depreciação desse ativo para fins 
fiscais.
5) Em 30 de março de 2008, a WMM adquiriu dois no-
vos ativos. O ativo A era um equipamento de pes-
quisa que custou R$15.000,00. O ativo B era uma 
copiadora,com custo instalado de R$43.000,00. 
Segundo as taxas de depreciação do MARCS, ela-
bore um cronograma de depreciação para os ati-
vos.
REFERÊNCIAS
BUARQUE, C. Avaliação econômica de projetos: 
uma apresentação didática. Rio de Janeiro: Cam-
pus, 1984.
GITMAN, L. Princípios de Administração Finan-
ceira. 12. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 
2010.
DOLABELA, Fernando. O Segredo de Luísa. 1999. 
14. ed. São Paulo:Cultura, 1999.
Objetivos
• Conhecer a importância da demonstração do fluxo 
de caixa para uma empresa.
• Entender os vários tipos de fluxo de caixa e sua 
utilização.
AULA 7
DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA
Unidade 03
GESTAO DE INVESTIMENTOS
FLUXO DE CAIXA E PLANEJAMENTO FINANCEIRO
36
ADMINISTRAÇÃO HOTELEIRA
1 INTRODUÇÃO
Sendo o fluxo de caixa o instrumento mais impor-
tante de uma empresa, porque demonstra resultados 
bons ou ruins, é importante agora que conheçamos 
os tipos de fluxo de caixa que fazem parte dela. Além 
disso, nesta aula iremos conhecer a classificação das 
principais entradas e saídas de caixa, analisando como 
o caixa flui na empresa. Tomara que você goste de sa-
ber todas essas coisas. Vamos a elas!
2 FLUXOS DE CAIXA DE UMA 
EMPRESA
Como já sabemos, qualquer empresa, para ter 
bons resultados, precisa ter um bom fluxo de caixa. 
Esse fluxo pode ser dividido em: fluxos operacionais, 
fluxos de investimentos e fluxos de financiamentos.
Fluxos operacionais – Os fluxos de caixa opera-
cionais (entradas e saídas) são os que estão direta-
mente relacionados à venda e à produção de bens 
e serviços pela empresa. Portanto relacionam-se 
diretamente com a demonstração do resultado do 
exercício. 
 Fluxos de investimento – São os fluxos de cai-
xa associados tanto à compra e venda de ativos 
imobilizados quanto à participação em outras 
empresas. As transações de compra resultam 
em saídas de caixa, e as de venda, em entradas 
de caixa.
Fluxos de financiamentos – São os fluxos de cai-
xa que resultam de transações de financiamento 
com capital de terceiros e com capital próprio. As-
sim, recebimento de dívidas de curto ou de longo 
prazo resulta numa entrada de caixa correspon-
dente, e a quitação de dividas resulta em saídas 
de caixa. Em se tratando de ações, a venda delas 
resulta em entrada de caixa, enquanto a compra 
ou a distribuição de dividendos em dinheiro geram 
saídas de caixa.
3 CLASSIFICAÇÃO DAS 
ENTRADAS E SAÍDAS DE CAIXA
Na prática, o que a demonstração de fluxos faz é 
evidenciar as modificações ocorridas durante um dado 
período de tempo (exercício ou período), por meio de 
recebimentos ou pagamentos. 
Para melhor entendimento de entradas e saídas do 
fluxo de caixa, é importante salientar:
1) A redução de um ativo, tal como o saldo de cai-
xa, é uma entrada de caixa. Um aumento do 
saldo de caixa representa uma saída de caixa.
2) A depreciação (assim como a amortização e a 
exaustão) é chamada de despesa não desem-
bolsável. Como protegem a empresa de impos-
tos ao reduzir a receita tributável, as despesas 
desembolsáveis são consideradas entradas de 
caixa.
Despesa não desembolsável - é uma despesa 
que é lançada na demonstração do resultado, mas 
não envolve a retirada de dinheiro, ou seja, não há 
desembolso efetivo de caixa durante o período.
Na TAB. 1, a seguir, observe as principais entradas 
e saídas de caixa.
TABELA 1
 Entradas e saídas de caixa
Entradas (fontes) Saídas (usos)
Redução de qualquer ativo Aumento de qualquer 
ativo
Aumento de qualquer pas-
sivo
Redução de qualquer 
passivo
Lucro líquido depois do IR Prejuízo líquido
Depreciação e outras des-
pesas não desembolsáveis
Pagamento de dividen-
dos
Venda de ações Recompra ou cancela-
mento de ações
Fonte: GITMAN, 2010, p. 99.
4 CLASSIFICAÇÃO DAS 
ENTRADAS E SAÍDAS DE CAIXA 
DE ACORDO COM OS FLUXOS 
DE CAIXA
4.1 FLUXOS OPERACIONAIS
Entradas:
1) Recebimentos de vendas à vista de bens e ser-
viços e das contas a receber correspondentes, 
quando forem vendas a prazo. 
2) Recebimento de juros decorrentes de emprés-
timos e financiamentos concedidos ou de apli-
cações financeiras em geral.
37
AULA 7 • DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA
3) Recebimento de dividendos derivados de parti-
cipação no capital de outras sociedades.
4) Outros recebimentos que não sejam originários 
de transações definidas como atividades de in-
vestimento ou financiamento, como indeniza-
ções por sinistros e recebimentos decorrentes 
de indenizações judiciais.
Saídas:
1) Pagamento a fornecedores de mercadorias.
2) Pagamento de matéria-prima e insumos de 
produção. 
3) Pagamento a empregados e aos demais forne-
cedores de serviços. 
4) Pagamento de impostos, taxas, contribuições 
do governo federal, estadual e/ou municipal; 
dos juros (despesas financeiras) de emprésti-
mos e financiamentos obtidos, (por serem ati-
vidades de financiamento, também podem ser 
classificados no grupo de atividades de finan-
ciamento).
4.2 FLUXOS DE INVESTIMENTO
Entradas:
1) Recebimento do principal de empréstimos e 
financiamentos concedidos e recebimento de-
rivado da cessão antes desses ativos a outras 
pessoas, excluídos os ativos financeiros classi-
ficados como equivalentes-caixa1.
2) Recebimentos na alienação de títulos de inves-
timentos.
3) Recebimentos na alienação de participações 
em outras sociedades.
4) Recebimentos na venda de imobilizado e de 
outros ativos fixos utilizados na produção de 
bens e serviços.
Saídas:
1) Desembolso dos empréstimos concedidos 
pela companhia e pagamento na aquisição 
de títulos de investimentos de outras entida-
des.
1 São denominados equivalentes-caixa os investimentos 
imediatamente conversíveis em moeda e que apresentam 
baixo risco de alteração de valor. A empresa deve expor em 
notas explicativas os critérios adotados para identificar as 
aplicações em equivalentes-caixa.
2) Pagamento na aquisição de títulos patrimo-
niais de outras sociedades.
3) Pagamento, à vista ou em data próxima à 
compra, de imóveis, maquinas, equipamen-
tos ou outros ativos fixos utilizados na pro-
dução de bens e serviços. 
4.3 FLUXOS DE FINANCIAMENTOS
Entradas:
1) Recebimentos na alienação de ações emitidas 
(realização de capital em moeda).
2) Recebimentos de empréstimos e financiamen-
tos obtidos de curto e longo prazo.
3) Recebimentos de doações destinadas à aqui-
sição, construção ou expansão da planta insta-
lada, aí incluídos equipamentos e outros ativos 
de longa vida útil necessários à produção.
Saídas:
1) Pagamento de dividendos e outros valores aos 
sócios, inclusive o resgate de ações de emis-
são da própria companhia.
2) Pagamento do principal de empréstimos e fi-
nanciamentos obtidos (não inclui juros). O pa-
gamento de juros desses empréstimos e finan-
ciamentos deve estar agrupado em atividades 
operacionais, mas é admissível a sua inclusão 
em atividades de financiamento. 
3) Pagamento do principal referente a imobiliza-
do, investimentos e bens do diferido adquiridos 
a prazo. Quando são à vista, os pagamentos 
correspondem a atividades de investimento.
5 RESUMO
Em qualquer empresa, para se ter bons resultados, 
é importante que se tenha um bom fluxo de caixa. Os 
fluxos de caixa podem ser divididos em: fluxos operacio-
nais, fluxos de investimentos e fluxos de financiamentos. 
Estudamos todos eles nesta aula. Se você tiver dúvidas, 
além de estudar a aula, consulte também o seu tutor.
6 ATIVIDADES
1) Explique o porquê de os fluxos de caixa serem di-
vididos em: operacionais, de financiamento e de 
investimento. Não copie a resposta pronta da aula. 
Se precisar, consulte outras fontes de informação. 
38
ADMINISTRAÇÃO HOTELEIRA
2) Por que a depreciação é considerada uma despesa não desembolsável?
 Explique.
REFERÊNCIAS
GITMAN, L. Princípios de AdministraçãoFinanceira. 12. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010.
FERREIRA, Ricardo J. Contabilidade básica: especificações técnicas. 7. ed. Rio de Janeiro: Ed. Ferreira, 
2009.
Objetivos
• Aprender como se constrói um fluxo de caixa.
• Verificar a importância do fluxo de caixa para 
acompanhar as entradas e saídas.
AULA 8
ELABORAÇÃO DA DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO 
DE CAIXA DE UMA EMPRESA
Unidade 03
GESTAO DE INVESTIMENTOS
FLUXO DE CAIXA E PLANEJAMENTO FINANCEIRO
ADMINISTRAÇÃO HOTELEIRA
40
1 INTRODUÇÃO
Na aula anterior conhecemos os tipos de fluxos de caixa e suas entradas e saídas. Nesta aula vamos construir 
um fluxo de caixa para que você possa compreender a importância da divisão dos fluxos para melhor acompanha-
mento das entradas e saídas da empresa que você administra. Então vamos nos concentrar!
2 ELABORAÇÃO DA DEMONSTRAÇÃO DE UM FLUXO DE CAIXA 
Um fluxo de caixa compreende as entradas e saídas de um dado período de tempo. A demonstração dos fluxos 
de caixa é feita a partir da demonstração do resultado do período, associada ao balanço patrimonial do início e fim 
do período.
Nas TAB. 1, 2 e 3 teremos um exemplo de demonstração do resultado do ano encerrado em 31 de dezembro 
de 2010 e os balanços patrimoniais de 2009 e 2010 da MWM Corporation. 
TABELA 1
Demonstração de Resultado da MWM Corporation ($ mil) para o ano encerrado em 31 de dezembro de 2010
Receita de vendas $ 2.500
Menos: custo das mercadorias vendidas $ 1.500
Lucro bruto $ v1.000
Menos: despesas operacionais
 Despesas de vendas $ 90
 Despesas gerais e administrativas 150
 Arrendamentos 50
 Despesa de depreciação 100
 Total da despesa operacional $ 390
Lucro antes de juros e imposto de renda (LAJIR) $ 610
Menos: despesa financeira 100
Lucro líquido antes do Imposto de Renda $ 510
Menos: Imposto de Renda (à alíquota de 40%) 204
Lucro líquido depois do Imposto de Renda $ 306
Menos: dividendos preferenciais 10
Lucro disponível aos acionistas ordinários $ 316
Lucro por ação (LPA) $ 3,16
AULA 8 • ELABORAÇÃO DA DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA DE UMA EMPRESA
41
TABELA 2
Balanço Patrimonial da MWM Corporation ($ mil) 31 de dezembro
Ativo 2010 2009
Ativo circulante
 Caixa $ 1.500 $ 1.400
 Títulos negociáveis 706 300
 Contas a receber 500 600
 Estoques 700 1000
 Ativo total circulante $ 3.406 $ 3.300
Ativo imobilizado bruto (ao custo)
 Imóveis $ 1.200 $ 1.050
 Máquinas e equipamentos 850 800
 Móveis e utensílios 300 220
 Veículos 100 20
 Outros 50 50
 Ativo total imobilizado bruto (ao custo) $ 2.500 $ 2.200
Menos: depreciação acumulada 1.300 1.200
Ativo imobilizado líquido $ 1.200 $ 1.000
Ativo total 4.606 4.300 
Passivo e patrimônio líquido 
assivo circulante 
 Fornecedores $ 1100 $ 900
 Bancos a pagar 900 1100
 Despesas a pagar 200 300
 Passivo total circulante 2.200 2.300
Dívida de longo prazo $ 800 $ 600
 Passivo total 3.000 2.900
Patrimônio Líquido
 Ações preferenciais $ 100 $ 100
Ações ordinárias – valor nominal de $1,30; 100.000 ações existentes em 2010 e 2009 
 130 130
 Ágio na venda de ações ordinárias 280 280
 Lucros retidos 1.096 890
 Total do patrimônio líquido $ 1.606 1.400
Passivo total e patrimônio líquido $ 4.606 4.300
ADMINISTRAÇÃO HOTELEIRA
42
TABELA 3
Demonstração dos fluxos de caixa da MWM Corporation ($ mil) para o ano encerrado 
em 31 de dezembro de 2010
Fluxo de caixa das atividades operacionais
Lucro líquido depois do Imposto de Renda $ 306
Depreciação 100
Redução das contas a receber 100
Redução do estoque 300
Aumento em fornecedores 200
Redução das despesas a pagar (100)
 Caixa gerado pelas atividades operacionais $ 1.206
Fluxo de caixa das atividades de investimento
Aumento do ativo imobilizado bruto $ ( 300)
Variação do investimento em participações societárias 0
 Caixa gerado pelas atividades de investimento $ ( 300)
Fluxo de caixa das atividades de financiamento
Redução de bancos a pagar $ (200)
Aumento de dívida de longo prazo 200
Variação do patrimônio líquido1 0
Pagamento de dividendos (106)
 Caixa gerado pelas atividades de financiamento $ ( 106)
Aumento líquido do caixa e títulos negociáveis $ 806
3 INTERPRETAÇÃO DA DEMONSTRAÇÃO 
Ao analisar bem as tabelas apresentadas, você vai perceber que a demonstração do fluxo de caixa permite 
ao administrador financeiro analisar o fluxo de caixa da empresa. Para isso, é importante que ele dê uma atenção 
especial tanto às principais categorias de fluxo de caixa quanto a cada item específico de entrada e saída. Isso é 
necessário para que seja detectado algum acontecimento que fuja da política financeira da empresa.
Além disso, a demonstração pode ser utilizada para que a empresa possa avaliar o progresso das metas traça-
das por ela, afastar pontos de ineficiência e traçar novas metas a serem alcançadas.
Na próxima aula iremos desenvolver os cálculos utilizados no fluxo de caixa mediante o Balanço de Pagamen-
tos e da Demonstração de Resultados que vimos nesta aula para que possamos interpretar a Demonstração.
1 O lucro retido é excluído neste caso, porque sua variação reflete na combinação dos lançamentos “lucro líquido depois de IR” e 
“pagamento de dividendos”
AULA 8 • ELABORAÇÃO DA DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA DE UMA EMPRESA
43
4 RESUMO
Um fluxo de caixa compreende as entradas e saídas de um dado período de tempo. A demonstração dos fluxos 
de caixa é feita a partir da demonstração do resultado do período, associada ao balanço patrimonial do início e fim 
do período.
5 ATIVIDADES
1) Explique, sem copiar da aula, a importância da demonstração do fluxo de caixa para uma empresa.
2) Observando a demonstração de um fluxo de caixa, o que você pode concluir sobre os diversos tipos de fluxo 
de caixa como vantagens para a empresa?
REFERÊNCIA
GITMAN, L. Princípios de Administração Financeira. 12. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010.
Objetivos
• Entender os conceitos de fluxos de caixa operacional 
e livre.
• Desenvolver cálculos para os fluxos de caixa 
operacional e livre mediante o BP e o DRE.
AULA 9
INTERPRETANDO O FLUXO DE CAIXA
Unidade 03
GESTAO DE INVESTIMENTOS
FLUXO DE CAIXA E PLANEJAMENTO FINANCEIRO
ADMINISTRAÇÃO HOTELEIRA
46
1 INTRODUÇÃO
Na última aula, elaboramos um fluxo de caixa da empresa MWM. Além disso, também foi montada uma de-
monstração do resultado do período, associada ao balanço patrimonial do inicio e fim do período.
Nesta aula, iremos utilizar informações das TAB.1, 2 e 3 da aula anterior para que possamos interpretar o que 
acontece com o fluxo de caixa que é gerado a partir de suas operações regulares, ou seja, venda de produtos pro-
duzidos na empresa e o fluxo de caixa disponível para investidores. Vamos ao nosso trabalho?!
2 FLUXO DE CAIXA OPERACIONAL
O fluxo de caixa operacional de uma empresa compreende suas atividades regulares de produção e venda de 
bens e serviços ofertados por ela.
Partindo da equação 2.1, que apresenta uma definição contábil simples do fluxo de caixa operacional que se 
baseia em contas a receber, estoques, fornecedores e contas a pagar durante o período, temos:
Fluxo de caixa = Lucro líquido depois + Depreciação e outras despesas
 Operacional do Imposto de Renda não desembolsáveis (2.1)
O primeiro passo para se calcular o fluxo de caixa operacional é calcular o lucro líquido operacional depois do 
Imposto de Renda – Net Operating Profit After Taxes (NOPAT), que representa o lucro da empresa antes da despe-
sa financeira e do Imposto de Renda.
 NOPAT = LAJIR x (1 – T) (2.2)
T = alíquota de Imposto de Renda aplicável
Para converter o lucro líquido operacional do Imposto de Renda (NOPAT) em fluxo de caixa operacional (FCO), 
basta adicionar o valor da depreciação:
 FCO= NOPAT + depreciação (2.3)
 FCO = LAJIR x (1 – T) + depreciação (2.4)
Substituindo os valores da demonstração de resultados da MWM Corporation (TAB. 1 da aula 8) na equação 
2.4, temos:
FCO = 610 x (1 – 0,40) + 100
FCO = 610 x 0,60 + 100
FCO = 466 
Logo, pode-se observar que, no ano de 2010, a MWM Corporation gerou um fluxo de caixa de $466.000 com a 
produção e venda de suas mercadorias. Assim, conclui-se que a MWM gerou fluxos de caixa positivos.
3 FLUXO DE CAIXA LIVRE
O fluxo de caixa livre de uma empresa representa o montante de fluxo de caixa disponível para os credores e 
proprietários, depois de serem cobertas as necessidades operacionais da empresa e cobertos os investimentos em 
ativo fixo líquido e ativo circulante líquido.
É considerado o sangue que corre pelas veias de qualquer empresa e muitas vezes considerado como uma 
medida mais confiável do lucro de uma empresa do que o lucro publicado (GITMAN, 2010, p.105). 
AULA 9 • INTERPRETANDO O FLUXO DE CAIXA
47
Pode ser definido como:
FCL = FCO – Investimento no ativo - Investimento no ativo 
 fixo líquido (IAFL) circulante líquido (IACL) (2.5)
Tanto no caso do investimento no ativo fixo líquido (IAFL) quanto no caso do investimento no ativo circulante 
líquido (IACL) é calculada a variação entre um ano e outro. 
IAFL = Δ ativo fixo líquido + depreciação 
De acordo com a TAB. 2 (aula 8), temos:
IAFL = 200 + 100 
IAFL = 300
Logo, a MWM Corporation investiu $300.000 líquidos em ativo imobilizado durante o ano de 2010, o que repre-
senta uma saída líquida de caixa para a aquisição de ativo imobilizado.
No IACL, trabalharemos com a variação do ativo circulante e de fornecedores mais contas a pagar. Assim:
IACL = Δ ativo circulante – Δ de (fornecedores + contas a pagar)
IACL = (3.406 – 3.300) – [(1.100 + 200) - (900+ 300)]
IACL = 106 – [(1.300) – (1200)]
IACL = 106 – 100 
IACL= 6
Com o IACL= $6.000, quer dizer que a MWM Corporation investiu $6.000 em seu ativo circulante, descontados 
fornecedores e contas a pagar.
A partir do IAFL e IACL podemos calcular o FCL:
FCL = FCO – IAFL – IACL 
FCL = 466 – 300 – 6 
FCL = 160
Logo, o fluxo de caixa livre gerou $160.000 em 2010. Esse fluxo pode ser usado para pagamento de seus in-
vestidores (credores, no pagamento de juros) e proprietários (pagando dividendos).
Pode-se concluir que a empresa MWM Corporation gerou um fluxo de caixa adequado para cobrir os seus 
custos e investimentos operacionais e ainda pode contar com um fluxo de caixa livre disponível para remunerar os 
investidores.
Na próxima aula, iremos tratar do planejamento financeiro de uma empresa referente ao fluxo de caixa e ao 
lucro.
4 RESUMO
O fluxo de caixa operacional compreende suas atividades regulares de produção e venda de bens e serviços 
ofertados pela empresa.
O fluxo de caixa livre representa o montante de fluxo de caixa disponível para os credores e proprietários, de-
pois de serem cobertas as necessidades operacionais da empresa e cobertos os investimentos em ativo fixo líquido 
e ativo circulante líquido.
5 ATIVIDADES
1) Defina o fluxo de caixa operacional (FCO) e o fluxo de caixa livre (FCL) de uma empresa.
2) Considere os balanços e outros dados da demonstração do resultado da Kimera Eventos fornecidos a seguir.
a) Calcule o lucro líquido operacional depois do Imposto de Renda (NOPAT) da empresa para o exercício 
encerrado em 31/12/2009.
ADMINISTRAÇÃO HOTELEIRA
48
b) Calcule o fluxo de caixa operacional (FCO) da empresa para o exercício encerrado em 31/12/2009.
c) Calcule o fluxo de caixa livre (FCL) da empresa para o exercício encerrado em 31/12/2009.
d) Interprete os resultados obtidos.
Kimera Eventos Balanço Patrimonial
 Balanço Patrimonial 31 de dezembro
Ativo 2009 2008
Caixa $ 1.600 1.100
Títulos negociáveis 1.900 1.300
Contas a receber 2.100 1.900
Estoques 3.000 2.900
 Ativo total circulante $ 8.600 7.200
Ativo imobilizado bruto $ 30.000 28.200
Menos: depreciação acumulada 14.800 13.200
Ativo imobilizado líquido $ 15.200 15.000
Ativo total 23.800 22.200
Passivo e patrimônio líquido
Fornecedores $ 1.700 1.600
Bancos a pagar 2.900 2.300
Despesas a pagar 300 400
 Passivo total circulante $ 4.900 4.300
Dívida de longo prazo 5.100 5.100
Ações ordinárias 10.100 10.100
Lucro retido 3.500 2.900 
 Total do patrimônio líquido $ 13.600 13.000
Passivo total e patrimônio líquido $ 23.600 22.400
Dados demonstração do resultado (2009)
Despesa de depreciação $ 1.700
Lucro antes de juros e Imposto de Renda (LAJIR) $ 2.800
Despesa financeira $ 467
Lucro líquido antes do Imposto de Renda $ 1.500
Menos: Imposto de Renda 40%
REFERÊNCIA
GITMAN, L. Princípios de Administração Financeira. 12. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010.
Objetivos
• Conhecer a importância do planejamento financeiro 
para as empresas.
• Conhecer os planos financeiros de longo e curto 
prazo.
AULA 10
PLANEJAMENTO FINANCEIRO
Unidade 03
GESTAO DE INVESTIMENTOS
FLUXO DE CAIXA E PLANEJAMENTO FINANCEIRO
ADMINISTRAÇÃO HOTELEIRA
50
1 INTRODUÇÃO
Nesta aula trataremos da importância do planeja-
mento financeiro nas operações das empresas. Esse 
conhecimento é considerado como um guia para orien-
tar, coordenar e controlar os passos da empresa para 
conseguir resultados. Então você percebe a importância 
dele, não é? Por isso, apesar de esta aula ser curta, ela 
é fundamental. Vamos estudá-la bem direitinho, certo?
2 PLANEJAMENTO FINANCEIRO
O planejamento financeiro é de grande importân-
cia para a empresa como forma de orientar os passos 
que ela dará. Também tem sua importância no que se 
refere a coordenar e controlar a trajetória da empresa 
dentro de um período de tempo.
O processo de planejamento financeiro começa 
pelos planos financeiros de longo prazo ou estratégi-
cos, que orientam a formulação de planos e orçamen-
tos de curto prazo ou operacionais (GITMAN, 2010).
2.1 PLANOS FINANCEIROS DE LONGO 
PRAZO OU ESTRATÉGICOS
Os planos financeiros de longo prazo ou estratégi-
cos especificam ações financeiras planejadas e seus 
impactos para a empresa num longo período, ou seja, 
um período que tenha duração de dois a dez anos.
Geralmente as empresas costumam fazer planos 
e traçar suas metas para um prazo de cinco anos, re-
vistos à medida que novas informações relevantes tor-
nam-se disponíveis. Esses planos fazem parte de uma 
estratégia integrada que, juntamente com os planos de 
produção e marketing, orienta a empresa para atingir 
suas metas e, em consequência, resultados positivos. 
São ações que também fazem parte dos planos em 
busca de melhores resultados e alcance de metas para 
a empresa as seguintes:
• Atividades de pesquisa e desenvolvimento
• Ações de marketing e desenvolvimento de produtos
• Fontes de financiamento
• Estrutura de capital
• Amortização ou eliminação de dividas
• Encerramento de projetos, linhas de produtos 
já existentes na empresa
• Elaboração de um orçamento anual
Todas essas ações integradas e bem desenvolvi-
das podem ser cruciais para que a empresa alcance 
bom resultados.
2.2 PLANOS FINANCEIROS DE CURTO 
PRAZO OU OPERACIONAIS
Os planos financeiros de curto prazo ou operacio-
nais referem-se a ações financeiras e aos impactos de-
las, compreendendo tempos curtos, geralmente de um 
a dois anos. Ou seja, o plano financeiro compreende as 
informações necessárias, por exemplo, a previsão de 
vendas e dados operacionais e financeiros, para obten-
ção de resultados num curto espaço de tempo.
Previsão de 
vendas 
Planos para a 
produção 
Demonstração 
do resultado 
pró-forma 
Plano de 
financiamento de 
longo prazo 
Orçamento de 
caixa 
Plano de 
investimento 
em ativo 
imobilizado 
Balanço 
patrimonial 
do período 
corrente 
FIGURA 1 - Processo de planejamento

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