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Epidemiologia Causalidade ➢ Causalidade dos eventos adveros à saúde: questão central da epidemiologia. ➢ A causa desempenha função essencial no desenvolvimento de uma doença. ➢ Postulados de Henle-Koch – para determinar de um microrganismo é a causa de uma doença. 1) O patógeno precisa estar presente em todos os casos da doença. 2) O patógeno deve ser isolado do hospedeiro doente e cultivado em cultura pura. 3) O patógeno precisa causar a mesma doença quando inoculado num animal saudável. 4) O patógeno precisa, então, ser recuperado do animal e identificado. >> os postulados foram essenciais para identificar diversos microrganismos, como as bactéerias causadoras da tuberculose. ➢ O fato de um microrganismo causar uma determinada doença foi a base para a determinação, na década de 1980, de um retrovírus causador da AIDS. ➢ O modelo unicausal não é suficiente para compreender o grande número de doenças infecciosas e não infecciosas. A presença do organismo é uma causa necessária, mas não obrigatoriamente suficiente. Ex. a AIDS não pode ocorrer sem exposição ao HIV, mas a exposição ao vírus não necessariamente resulta na doença. A infecção depende também da suscetibilidade do hospedeiros. ➢ Sabe-se agora, que as doenças são determinadas por causas ou fatores de risco como: estado do portador, características do ambiente, comportamentos. Ex. ligação das mortes por doenças cardiovasculares e por câncer com fatores comportamentais e ambientais – tabagismo, má alimentação, sedentarismo. Critérios de Hill • Sugere que critérios sejam considerados para distinguir associações causais de associações não causais. 1- Força de associação – a associação será mais forte, quanto mais distante do zero estiver a medida do efeito estudado. a. Ex. forte associação da infecção pré-natal pelo Zika vírus e a microcefalia – o aumento substancial dos casos de microcefalia e outras anomalias cerebrais associadas ao surto do vírus Zika no Brasil, sugere forte associação. b. Uma forte associação entre uma suposta causa e um efeito, expressa por um grande risco relativo (RR) ou absoluto (RA), é a melhor evidência para uma relação causal. 2- Consistência – quando mesmos achados se repetem em diferentes estudos e em populações distintas a hipótese causal será fortalecida. 3- Especificidade – baseada na ocorrência do efeito após a introdução de um suposto fator causal e sua remoção implica na não ocorrência do efeito. a. Ex. outras causas de morte são aumentadas em 10, 20 ou até 50% em fumantes, mas no câncer de pulmão é aumentado em 900-1000% -> observa-se uma especificidade na magnitude da associação. b. Outro ex. outras causas de microcefalia existem, mas, com base nas descrições clínicas disponíveis, o fenótipo clínico ligado ao Zika vírus parece ser uma forma incomum de microcefalia. 4- Temporalidade – a causa deve necessariamente preceder o efeito. a. Doenças com curto período de latência -> a exposição deve precer o período de latência. b. Doenças crônicas -> podem ser necessários longos períodos de exposição para induzir a doença. c. Ex. a infecção pelo Zika vírus em mães durante a gestação precede a descoberta de microcefalia ou outras anomalias. d. Ex. epidemias de COVID precederam o aumento do número de mortes por síndrome respiratória aguda grave. 5- Gradiente biológico – dose-resposta -> aumentos de exposição (causa) associam-se a aumento de ocorrências da doença (efeito). a. Números maiores de exposição cigarros/dia resultam em razão de taxas de mortalidade por câncer de pulmão mais elevadas. 6- Plausibilidade – o mecanismo causal proposto deve ser biologicamente plausível, não podendo contradizer o que é conhecido sobre a história natural e a biologia da doença. a. Não é pré-requisto, pois há casos em que: a relação causal é indireta, não há dados disponíveis, é necessário rever os conhecimentos existentes devido às novas descobertas. 7- Coerência – é satisfeito quando a associação encontrada não entra em conflito com o que é conhecido sobre a história natural e biologia da doença. 8- Evidência experimental – relações causais são mais bem demonstradas mediante evidências experimentais de aumento da frequência do efeito. 9- Analogia – pode aumentar a credibilidade para a atribuição de causalidade. a. Como a rubéola provoca malformações congênitas em RN, espera-se que, por analogia, outras infecções virais também provoquem. Risco Relativo (RR) − Uma maneira de comparar duas intervenções (após a obtenção dos riscos) é calculando a razão desses riscos, o risco relativo. − RR = 1. › Quando o risco nos dois grupos por o mesmo. − RR<1. › Se o risco no grupo de intervenção for menor do que o risco no grupo controle. − RR>1. › Se o risco no grupo de intervenção for maior do que o risco no grupo controle. >> cálculo da redução do risco relativo (RRR), ou eficácia -> RRR = (1-0,27) x 100. Modelo de Rothman • Modelo de concepção multicausal do processo saúde-doença. • Para a ocorrência de uma doença é necessário um conjunto de causas componentes – não uma causa única para cada doença, mas uma multicausalidade. • Para ele, o efeito deve suceder a causa (concordando com a temporalidade de Hill, mas concorda apenas nisso). • Ex. tuberculose – quando alguém se expõe ao bacilo, até o aparecimento dos sintomas, é preciso que outros elementos se acumulem junto a essa exposição. • Implicações do modelo: o Multicausalidade. o Força da associação – depende da prevalência das causas componentes. o Controle de doenças – pode se basear em causas isoladas. >> de modo geral, associações não implicam necessariamente em relações causais.
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