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Livro Cancão _ Passei Direto

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CANCÃO
a lua, o sol dos mendigos
(estudos críticos sobre o pássaro-poeta do Pajeú)
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Copyright @ 2013 Edições UERN
Revisão 
Maria de Fátima Barbosa Mesquita Batista
Capa e diagramação
Gustavo Luz
Ilustrações
Jonas Tito
C215 Cancão: a lua, o sol dos mendigos: estudos críticos sobre o pássaro-
poeta do Pajeú. / Karlla Christine Araújo Souza, Lindoaldo 
Campos, Marcos de Camargo Von Zuben (Orgs). Mossoró: UERN, 
2013.
Edições UERN
182 f. 
ISBN: 978 85 7621 072- - - -6
 1. Poesia brasileira 2. Poesia popular. 3. Literatura brasileira . - Poesia. 
I. Souza, . II. Karlla Christine Araújo Campos, Lindoaldo. III. Von Zuben, 
Marcos de Camargo. IV. Título.
 UERN/BC CDD B869.1
Catalogação da Publicação na Fonte.
 
 Bibliotecária: Elaine Paiva de Assunção CRB 15 / 492
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CANCÃO
a lua, o sol dos mendigos
(estudos críticos sobre o pássaro-poeta do Pajeú)
Organização
Karlla Christine Araújo Souza
Lindoaldo Campos
Marcos de Camargo Von Zuben
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Apresentação 
Karlla Christine Araújo Souza
Lindoaldo Campos
Marcos de Camargo Von Zuben
À guisa de prefácio 
Meca Moreno 
Cancão: a essência, a estrada, o elo 
Aroldo Ferreira Leão
Cancão e Augusto dos Anjos: 
diálogos entre o popular e o erudito
Josivaldo Custódio da Silva
Cancão, poeta irreverente 
Lindoaldo Campos
Sumário
8
14
 
 
31
 
 
45
69
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O Cantar do Pajeú: tradição e oralidade 
na poesia do pássaro do sertão
Karlla Christine Araújo Souza
Imagens do inconsciente coletivo 
em Falando ao Mar 
de João Batista de Siqueira
Maria Nazareth de Lima Arrais
A dinâmica do signo 
no poeta Cancão e o marco do Pajeú
Nélson Barbosa de Araújo
Cancão: estrela de primeira grandeza 
no universo da poesia 
Vera Lucia Leite Mariano
Posfácio
Cancão, velho pajé: a cura pela 
poesia
Lydia Brasileira
86
104
125
155
176
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Meca Moreno
Poeta, estudioso da poesia popular. Membro da União dos 
Cordelistas de Pernambuco – UNICORDEL e da União Brasi-
leira de Escritores – UBE.
Aroldo Ferreira Leão
Professor da Universidade Federal do Vale do São Fran-
cisco - UNIVASF. Pós-Graduado em Língua Portuguesa pela 
Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ. Possui 141 liv-
ros publicados, dentre os quais o ensaio Cancão: os anjos são 
crianças muito sozinhas (Petrolina/PE: Copy Service, 2012), 
estudo crítico sobre a poesia do poeta popular João Batista de 
Siqueira, Cancão.
Josivaldo Custódio da Silva
Professor de Literatura Popular e Literatura Brasileira do 
curso de Letras da FFPNM (UPE). Doutor em Literatura e 
Cultura pelo PPGL/UFPB. Pós-Doutorando em Teoria da Lit-
eratura, com ênfase em Literatura Popular pelo PPGL/UFPE, 
sob a supervisão do Prof. Dr. Lourival Holanda.
Lindoaldo Campos
Licenciado em Filosofia pela Universidade do Estado do Rio 
Grande do Norte – UERN. Mestre em Filosofia pela Universi-
dade Federal do Rio Grande do Norte- UFRN.
Autores
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Karlla Christine Araújo Souza
Doutora em Sociologia pela Universidade Federal da Par-
aíba. Professora do Departamento de Ciências Sociais e Políti-
cas - DCSP da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte 
- UERN e do mestrado em Ciências Sociais e Humanas PPG-
CISH/UERN.
Maria Nazareth de Lima Arrais
Doutora em Letras pelo Programa de Pós-Graduação em 
Letras da Universidade Federal da Paraíba. Professora da Uni-
versidade Federal de Campina Grande (Campus de Cajazeiras/
PB).
Nélson Barbosa de Araújo
 
Doutor em Letras pela Universidade Federal da Paraíba – 
UFPB.
Vera Lucia Leite Mariano
Graduada em Letras pela Universidade de Pernambuco – 
UPE. Estudante de Psicologia na Universidade do Vale do São 
Francisco – UNIVASF.
Lydia Brasileira
Professora de Artes da Universidade Federal do Rio Grande 
do Norte – UFRN. Artista plástica, poeta, pesquisadora, au-
tora de Raízi gatingêras – de Ontôim e Terezinha Francisco Reis (Ca-
icó/2011).
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Apresentação
E
scudada pela portentosa Serra da Borborema, donde 
vinga o rio que lhe dá nome, a microrregião pernam-
bucana do Vale do Pajeú é ventre e berço afamado de 
alguns dos maiores poetas brasileiros, como Rogaciano Leite 
(autor do monumental e Biu Crisanto (autor de Carne e Alma)
Meu Trigal) e os repentistas Job Patriota, Antônio Marinho e os 
irmãos Dimas e Otacílio e Lourival Batista.
E foi aí, precisamente na cidade de São José do Egito, que 
nasceu João Batista de Siqueira, Cancão, e onde, nos dias 27 e 
28 de julho de 2012, realizou-se o evento culminante de uma 
extensa programação de atividades culturais implementadas 
em comemoração ao centenário de seu nascimento – a exem-
plo do Congresso Internacional do Livro, Leitura e Literatu-
ra do Sertão (Clisertão), que teve lugar em maio de 2012 em 
Petrolina-PE, e da 9ª Bienal Internacional do Livro, a se realizar 
em 2013 no Recife, em que Cancão será um dos homenagea-
dos.
Organizado pela Fundarpe – Fundação do Patrimônio His-
tórico e Artístico de Pernambuco, através do festival Pernam-
buco Nação Cultural, o evento contou com a presença de vários 
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artistas, estudiosos e amigos do poeta, que puderam apreciar 
exposições de fotos, objetos pessoais e manuscritos de Cancão, 
lançamentos de livros, mesas de glosa e prosa, declamações, 
apresentações poético-musicais e palestras.
Pois bem: durante a realização do evento, a todos ficou pa-
tente a necessidade de se fazer registrar e tornar público um 
conteúdo mínimo daquilo que efetivamente foi um dos mais 
belos, fecundos e prazerosos encontros artístico-literários já 
realizados naquelas plagas tão ricas, mas infelizmente ainda 
não devidamente (re)conhecidas pelo próprio povo, por nós 
mesmos.
O presente volume é fruto deste paradoxo que é o paradoxo 
da própria vida do povo dali (e, de resto, de todo o sertão nor-
destino), que envolve,de um lado, a pujança de arte que sangra 
de suas mentes férteis e se espraia pelo Rio Pajeú e, de outro 
lado, a carência de atitudes de registro, preservação e divulga-
ção desta arte, deste mundo, que, afinal, é tudo o que temos e 
é tudo de que precisamos.
Aqui estão registradas as palestras proferidas pelos profes-
sores presentes na ocasião. O primeiro artigo de autoria de 
Aroldo Ferreira Leão, Professor da Universidade Federal do 
Vale do São Francisco – UNIVASF, é ponto de partida para uma 
renovação das leituras acerca da obra de João Batista de Siquei-
ra, Cancão. Ao citar alguns poemas do vate sertanejo, Aroldo 
abre às cordialidades que serão construídas ao longo do livro 
e expande a visão que temos do poeta, atribuindo para este os 
“patamares sublimes da recriação do momento”. Com lingua-
gem sonora, usando de “visões viscerais”, Aroldo causa admi-
ração por sugerir a magnitude do espírito de Cancão e, assim, 
aponta a estrada para que possamos percorrer a essência das 
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sonoridades e dos sentidos da poesia cancaniana. Aroldo Leão 
enseja o elo que dará enredamento aos demais artigos. 
Enquanto Aroldo Leão apresenta Cancão como poeta popu-
lar de instrução primária, Josivaldo Custódio da Silva, Profes-
sor de Literatura Popular e Literatura Brasileira da Universida-
de Estadual de Pernambuco – UPE, faz uma comparação entre 
dois poemas de Cancão, e O Ébrio Flores do Pajeú, Idea- e o soneto 
lismo de Augusto dos Anjos. O autor nos convida a adentrar no 
campo da literatura comparada através de um diálogo que está 
para além das fronteiras literárias, possibilitando-nos deslum-
brar o universo da criação artística. No artigo intitulado Cancão 
e Augusto dos Anjos: diálogos entre o popular e o erudito a noção de 
transversalidade está presente como leitura possível das obras 
dos dois poetas. Os procedimentos para a intertextualidade 
são os elementos estéticos e a melancolia como correlação te-
mática. 
Na esteira da análise de Josivaldo Silva, Lindoaldo Campos, 
Mestre e Professor de Filosofia da Universidade do Estado do 
Rio Grande do Norte – UERN, no artigo intitulado Cancão, po-
eta irreverente, faz uma análise estrutural da poesia de Cancão a 
fim de argumentar sobre as cesuras entre a irreverência deste 
poeta e sua relação com a poesia popular, uma vez que não 
amolda o poeta como continuador dos parâmetros estéticos da 
cantoria. Para Lindoaldo Campos, Cancão realizou, através da 
palavra escrita, uma “poesia de bancada”. Afirma ainda que 
Cancão voejou com liberdade em relação aos paradigmas da 
poética popular, sendo várias suas inovações: em relação aos 
temas, expressou lírica confessional e introspectiva; quanto à 
métrica, construiu versos em quadra, quinteto, sextilha, oita-
va, décima e soneto; quanto à variedade rítmica, utilizou rimas

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