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Prescrição de Enfermagem para Síndrome Coronariana

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FACULDADE ANHANGUERA 
POS-GRADUAÇÃO EM URGÊNCIA E EMERGÊNCIA
A PRESCRIÇÃO DE ENFERMAGEM E O DIAGNOSTICO PARA SINDROME CORONARIANA 
SÃO PAULO
2020
FACULDADE ANHANGUERA 
POS GRADUAÇÃO EM URGÊNCIA E EMERGÊNCIA 
A PRESCRIÇÃO DE ENFERMAGEM E O DIAGNOSTICO PARA SINDROME CORONARIANA 
 Disciplina: Regulação Cardiovascular
 
SÃO PAULO
202?
INTRODUÇÃO
As doenças cardiovasculares são muito estudadas e reconhecidas como a principal causa de mortalidade no Brasil e no mundo. Segundo World Health Organization (2011), anualmente cerca de mais de 17 milhões de mortes (30% de todas as mortes) acontecem por doenças cardiovasculares, 80% das quais ocorrem em países de baixa e média renda. A cardiopatia isquêmica, que consiste principalmente em uma doença arterial coronariana, causa 46% das mortes cardiovasculares em homens e 38% em mulheres (1).
 A aterosclerose se caracteriza em uma doença coronariana, normalmente tem evolução silenciosa ao longo dos anos, por isso é importante o diagnóstico precoce e uma procura ativa por meio de métodos diagnósticos. O diagnóstico precoce depende muito do modo de vida da população e do acesso a que esta possui aos serviços de saúde. Portanto, segundo Guidelines (2014), pesquisas realizadas por especialistas, observa-se que em nossa realidade muitos indivíduos apresentarão quadro agudo, com alto risco de morte. Nesse contexto, a assistência de enfermagem torna-se fundamental para a recuperação do indivíduo com doença cardiovascular ou quando ele é submetido a procedimentos invasivos. Para tanto, a enfermagem tem buscado aperfeiçoamento do seu campo de atuação, embasada em metodologia científica, como a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), que é um método de organização do trabalho de enfermagem.
1 SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM (SAE)
Os Serviços de Assistência Especializada (SAE) estão inseridos em ambulatórios, hospitais ou integrados a estruturas que se caracterizam por prestar atendimento exclusivo a pacientes portadores do HIV/Aids - HD e/ou ADT, conforme o Ministério da Saúde (2005). Ao implantá-los em unidades preexistentes, justifica-se a possibilidade de, além de racionalizar custos, promover uma assistência mais humanizada na medida em que o pacientte não precisará se deslocar para outros centros de referência (secundárias) em busca de tratamento em outras especialidades médicas, pois as chamadas policlínicas têm possibilidade de ofertar especialidades essenciais ao tratamento das infecções oportunistas (IO), como, por exemplo, a de pneumologista, reumatologista, neurologista, infectologista e dermatologista, entre outros.
O SAE tem função de suporte ambulatorial, assegura a assistência durante o período de melhora clínica dos pacientes, orienta-os e direciona-os, segundo as necessidades, a outros serviços, e incentiva a adesão ao tratamento e a aceitação dos familiares à nova condição de ter um membro da família portador do vírus HIV ou doente de Aids. É também referência para as USF de Municípios vizinhos, além de outras localidades, e pode atender a demanda espontânea que vem ao serviço em busca de aconselhamento pré e pós-teste para HIV e VDRL (sífilis).
O Serviço possui uma equipe multidisciplinar que deve atender por quarenta horas semanais. Os profissionais integrados são: médico infectologista (03), enfermeira (01), psicólogos (02), assistente social (01), farmacêutica (01) e coordenador (01).
Esses profissionais são capacitados e supervisionados para prestarem assistência de acordo com a especificidade da doença. Os mesmos podem ser contratados pelo Município e/ou serem parte do quadro funcional, porém, invariavelmente, serão capacitados, e é necessário verificar o perfil do profissional, ou seja, se ele se identifica com a realidade conforme se apresenta ou se há algum conflito que o impeça de atuar nessa equipe especificamente. O importante também é que o profissional se sinta parte do processo de planejamento, monitoramento, operacionalização e avaliação sistemática do desempenho da equipe. Todos os profissionais têm a função de realizar o aconselhamento pré e pós-teste e atuar em atividades educativas afins, além de adequar ou facilitar o acesso a outras especialidades médicas, como: oftalmologia, dermatologia, ginecologia/obstetrícia, psiquiatria, proctologia, urologia, cirurgia, neurologia, endoscopia, broncoscopia e Odontologia. O SAE também pode ter um posto de coleta de amostras para exames laboratoriais que poderão ser processados em laboratório local ou enviados ao laboratório de referência, dependendo da complexidade e possibilidade do custo, que pode, conforme o local e os acordos firmados em nível estadual, não ser coberto pelo Município. A tarefa de cada profissional inserido na equipe será:
Enfermeiro: agilizar o atendimento médico, desempenhar suas funções e orientar os pacientes e seus familiares sobre normas de segurança;
Assistente social: responsável pelo suporte de caráter assistencial aos pacientes, deverá agilizar sua integração ao trabalho, facilitar o acesso aos transportes, agilizar ações para auxílio financeiro, conciliar e integrar as atividades do SAE com outros serviços, ONGs e casas de auto-ajuda - como casas de passagem e apoio - que prestem formas variadas de assistência ao paciente;
Psicólogo: oferecer formas simples de apoio psicológico (breve) ao paciente e a seus familiares, proporcionando aos mesmos meios psicológicos para vivenciarem as particularidades ligadas ao preconceito e à expectativa da morte associada à Aids;
Farmacêutica: planejar, controlar e armazenar os medicamentos, propiciando a racionalização de gastos e custos, e assegurar o fornecimento gratuito das drogas, o preenchimento adequado dos formulários, o controle de estoque e o envio das informações em nível hierárquico superior;
Médico: manter o manejo clínico dos usuários, aperfeiçoar conhecimentos acerca das interações medicamentosas, orientar os pacientes quanto ao consumo das medicações, cumprimento dos horários e prescrição dos exames de maior complexidade (carga viral, CD4/CD8, genotipagem, tomografias, etc), orientando também os familiares, quando necessário.
Na organização do serviço, é necessário reordenar os níveis de atenção de maneira hierarquizada - o que não significa apenas organizar a rede física de serviços de saúde, mas implementar mecanismos que garantam o acesso às ações e serviços de toda a complexidade requerida (MS, 2003) - e regionalizada - com a rede de serviços organizada a partir de critérios epidemiológicos e com adscrição da população a ser atendida - o cidadão deve saber quem é o profissional ou a equipe que é responsável pela sua saúde (MS, 2003).
1.1 A prescrição de enfermagem e o diagnóstico para síndrome coronariana 
O processo de enfermagem representa a Sistematização da Assistência de Enfermagem e fornece estrutura para a tomada de decisão na assistência de enfermagem tornando-a mais científica e menos intuitiva (JESUS, 2002, p.14)”.
Segundo ALMEIDA et al. (2013), dentre as doenças crônicas não transmissíveis, as doenças cardiovasculares (DCV) representam uma das principais causas de morte no Brasil, sendo responsáveis por 20% das mortes em indivíduos maiores de 30 anos. No ano de 2003, estudo paulista encontrou coeficientes de mortalidade de 225,4 e 168,3 óbitos por 100.000 habitantes para homens e mulheres, respectivamente. Estima-se que, em 2007, as DCV foram responsáveis por 1.156.136 hospitalizações no Sistema Único de Saúde (SUS), ocupando o posto de terceira causa de internação no país, sendo a Insuficiência Cardíaca a DCV mais frequente.
Estudos indicam progressiva redução da taxa de mortalidade decorrente de DCV, entretanto, a incidência ainda é grande para a população acima de 50 anos(2) e fatores de risco como hipertensão, diabetes mellitus e obesidade, prevalentes na população.
A compreensão das respostas do indivíduo à DCVtorna-se importante fator no raciocínio clínico da Enfermagem. O raciocínio clínico está presente em todas as ações e decisões do enfermeiro, inclusive na identificação do diagnóstico de enfermagem (DE). O pensamento crítico envolve habilidades e atitudes necessárias ao desenvolvimento do raciocínio clínico, baseando-se nos conhecimentos existentes e no contexto, considerando os resultados esperados e as preferências do paciente. Considera-se o DE uma linguagem própria e padronizada, conceituada como o julgamento clínico das respostas do indivíduo aos processos vitais ou aos problemas de saúde, fornecendo embasamento para as intervenções de enfermagem e alcance dos resultados. A utilização do DE como parte da SAE possibilita o respeito à individualidade do paciente ao permitir cuidados relacionados às suas necessidades individuais e favorece ao enfermeiro o uso de seus conhecimentos. Organiza o cotidiano da equipe de enfermagem através da implementação de intervenções, avaliação dos resultados e modificação das ações. A utilização da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) reforça a organização e a estruturação da unidade por contribuir positivamente na qualidade da assistência prestada, proporcionando maior segurança. 
1.1.2 Síndrome coronariana 
Síndromes coronarianas agudas resultam de obstrução aguda de uma artéria coronária. As consequências dependem do grau e local da obstrução e variam de angina instável a infarto do miocárdio com elevação de segmento não ST (IMSSST), infarto do miocárdio com elevação do segmento ST (IMCSST) e morte cardíaca súbita. Os sintomas são semelhantes em cada uma dessas síndromes (com exceção da morte súbita), envolvendo desconforto torácico com ou sem dispneia, náuseas e diaforese. O diagnóstico é efetuado por ECG e pela existência ou ausência de marcadores sorológicos. O tratamento consiste em drogas antiplaquetárias, anticoagulantes, nitratos, betabloqueadores e, para IMCSST, reperfusão de emergência com drogas fibrinolíticas, intervenção percutânea ou, ocasionalmente, cirurgia de revascularização miocárdica.
1.1.3 Fisiopatologia 
As consequências iniciais variam com tamanho, localização e duração da obstrução, estendendo-se da isquemia transitória ao infarto. A medição dos marcadores mais recentes e mais sensíveis indica que ocorre provavelmente algum grau de necrose celular, mesmo nas formas mais leves; assim, os eventos isquêmicos ocorrem como um continuum e a classificação em subgrupos, embora útil, é um tanto arbitrária. A sequela do evento agudo depende principalmente da massa e do tipo de tecido cardíaco infartado.
1.1.4 Disfunção miocárdica
O tecido isquêmico (mas não infartado) tem comprometimento da contratilidade e relaxamento, resultando em segmentos hipocinéticos ou acinéticos; esses segmentos podem se expandir ou sofrer abaulamento durante a sístole (denominado movimento paradoxal). O tamanho da área afetada determina os efeitos, que se estendem de insuficiência cardíaca leve ou mínima a choque cardiogênico; normalmente, é necessário que boa parte do miocárdio seja isquêmica para provocar disfunção miocárdica significativa. Algum grau de insuficiência cardíaca ocorre em cerca de dois terços dos pacientes hospitalizados com infarto do miocárdio. Denomina-se miocardiopatia isquêmica, se houver persistência de débito cardíaco baixo e insuficiência cardíaca. A isquemia que envolve o músculo papilar pode acarretar insuficiência da valva mitral. Movimentação disfuncional da parede pode permitir a formação de trombo mural.
1.1.5 Infarto do miocárdio (IM)
O infarto do miocárdio é a necrose miocárdica decorrente de redução abrupta do fluxo sanguíneo coronariano de uma parte do miocárdio. O tecido infartado é permanentemente disfuncional; no entanto, existe uma zona de isquemia potencialmente reversível adjacente ao tecido infartado. O IM compromete predominantemente o VE, mas a lesão pode estender-se ao VD ou aos átrios.
O infarto pode ser transmural ou não transmural. Infartos transmurais envolvem toda a espessura do miocárdio, do epicárdio ao endocárdio, e em geral caracterizam-se por ondas Q anormais no ECG. Os infartos não transmurais ou subendocárdicos não se estendem pela parede ventricular e provocam apenas alterações em ST-T. Como a profundidade transmural da necrose não pode ser determinada clinicamente com precisão, os infartos, em geral, são classificados como IMCSST ou IMSSST pela presença ou ausência de elevação do segmento ST ou ondas Q no ECG.
Necrose de uma parte significativa do septo ventricular ou parede interventricular pode levar à ruptura, com consequências catastróficas. Um aneurisma ventricular ou pseudoaneurisma pode formar-se.
1.1.6 Disfunção elétrica 
Disfunção elétrica pode ser significativa em qualquer forma da SCA. Células isquêmicas e necróticas perdem a atividade elétrica normal, resultando em várias alterações do ECG (predomínio de alterações de ST-T), arritmias e alterações da condução. As alterações de ST-T da isquemia incluem infradesnível do segmento ST (quase sempre descendente a partir do ponto J), inversão da onda T, supradesnível do segmento ST (em geral, referido como corrente de lesão) e ondas T pontiagudas na fase hiperaguda do infarto. As alterações da condução podem refletir a lesão de nó sinusal, nó AV ou tecidos de condução especializados. A maioria das alterações é transitória, porém algumas são permanentes.
CONCLUSÃO
O processo de Prescrição da enfermagem junto com a implantação da SAE no atendimento das Doenças Cardiovasculares, tem sido muito importante no atendimento ao paciente e na diminuição dos casos de morte por doenças cardiovasculares. A assistência a enfermagem torna-se fundamental para o bem estar e recuperação dos indivíduos.
Para tanto, a enfermagem tem buscado aperfeiçoamento do seu campo de atuação, embasada em metodologia científica, como a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), que é um método de organização do trabalho de enfermagem, permitindo o planejamento da assistência necessária, vislumbrando uma assistência segura e de qualidade.
BIBLIOGRAFIA
ALMEIDA, V, Debora; OLIVEIRA, F, Jacqueline; PIRES, L, Nélia; ALVES, S, Viviane. Diagnósticos de enfermagem mais frequentes em pacientes internados na Unidade de Terapia Intensiva Coronariana. Arquivos Médicos. São Paulo, 2013. Disponível em: http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:Kg2ba9D1-foJ:arquivosmedicos.fcmsantacasasp.edu.br/index.php/AMSCSP/article/download/225/255+&cd=1&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=brf. Acessado em: 16/09/2020
Brasil. M.S. PN-DST/AIDS. Serviço de Assistência Especializada (SAE) aos portadores de HIV/Aids. Acessado em 16 de janeiro de 2005. 
<www.aids.gov.br/SAE>.
JESUS, C.A.C. Sistematização da assistência de enfermagem: evolução histórica e situação atual. In: FÓRUM MINEIRO DE ENFERMAGEM, 3.,2002, Uberlândia. Anais...Uberlândia: UFU, 2002.p.14-20.
SILVA, S, G, Carla. Serviço de assistência especializada (SAE): uma experiência profissional. Revista Psicologia ciência e profissão. Brasília, 2007. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/pdf/pcp/v27n1/v27n1a13.pdf. Acessado em: 17/09/2020.
World Health Organization. Global atlas on cardiovascular disease prevention and control [Internet]. Geneva: WHO; 2011 [cited 2018 May 06]. Available from: http://www.who.int/cardiovascular_diseases/publications/atlas_cvd/en/
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