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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE PATOS DE MINAS MECÂNICA DOS FLUIDOS Prof. Elcides Rodrigues PATOS DE MINAS – MG, 2013 SISTEMAS DE UNIDADES Os sistemas de unidades habitualmente utilizados são do tipo FLT (força, comprimento, tempo) ou MLT (massa, comprimento e tempo). O sistema internacional de unidades (SI) estabelece sete unidades como fundamentais, cada uma delas correspondendo a uma grandeza, destacando-se para o estudo da Hidráulica, três grandezas: Grandeza Unidade Símbolo Comprimento metro m Massa quilograma kg Tempo segundo s Todas as unidades, quando escritas por extenso, devem ter inicial minúscula, mesmo que sejam nomes de pessoas. Exemplo: metro, quilômetro, pascal, etc. A unidade de temperatura é uma exceção a essa regra – escreve-se grau Celsius. Os símbolos também são escritos com letras minúsculas, exceto para nomes de pessoas; exemplos: m, km, Pa. Na Mecânica, o SI é denominado MKS , que corresponde às iniciais dos símbolos das três unidades fundamentais utilizadas. Os sistemas de unidades mais empregados na Hidráulica são: CGS (centímetro, grama, segundo); MKS (metro, quilograma, segundo); MKS técnico (metro, quilograma-força, segundo). Os sistemas CGS e MKS são absolutos, pois independem do local onde as medições são realizadas, empregando-se o grama e o quilograma para expressar a massa; por sua vez, o sistema MKS técnico depende do local da medição, devido à variação espacial da aceleração da gravidade. A expressão de uma grandeza física em função das grandezas fundamentais denomina-se equação dimensional. Para análise dimensional nesses sistemas de unidades, adotam-se as seguintes notações para as grandezas fundamentais: M - massa; L - comprimento; T - tempo A partir das grandezas fundamentais, obtêm-se as seguintes grandezas derivadas: Velocidade = espaço · tempo-1 = L T-1 Aceleração = velocidade · tempo-1 = L T-2 Força = massa · aceleração = M L T-2 = F Trabalho (Energia) = força · deslocamento = M L2 T-2 Potência = trabalho · tempo-1 = M L2 T-3 Pressão = força · área-1 = M L-1 T-2 Para esta grandeza, fazendo-se, Lárea Lforça ⋅ ⋅ , tem-se: volume trabalho , que é muito útil para se expressar o potencial de água no solo, na planta, etc., em unidades de pressão, devendo ser interpretado, como a energia necessária para remover a água do meio, por unidade de volume. Assim, é comum referir-se ao potencial de água no solo, na planta ou na atmosfera, nas unidades pascal, atmosfera, bar, etc. Com essas considerações, pode-se construir o seguinte quadro: Grandeza Dimensão Sistema CGS MKS (SI) MKS técnico Velocidade L T-1 cm s-1 m s-1 m s-1 Aceleração L T-2 cm s-2 m s-2 m s-2 Força M L T-2 g cm s-2 = dina kg m s-2 = newton = N quilograma-força (kgf) Trabalho M L2 T-2 dina cm = erg N m = joule = J kgf m (quilogrâmetro) Pressão M L-1 T-2 dina cm-2 = baria N m-2 = pascal = Pa kgf m-2 Potência M L2 T-3 erg s-1 joule s-1 = watt = W kgf m s-1 Observações: - embora exista o Sistema Internacional, na prática outras unidades são bastante utilizadas, como por exemplo: hora (h), minuto (min), litro (L), tonelada (t), polegada, libra, bar (106 barias), atmosfera, horse power (hp), cavalo-vapor (cv), etc; - aceleração da gravidade (g) = 9,81 m s-2 PROPRIEDADES DOS FLUIDOS Dentre as propriedades dos fluidos, destacam-se para estudo da Hidráulica: ρ – massa específica ou densidade absoluta É a massa contida por unidade de volume (ρ = m/v). As dimensões de ρ são ML -3 ou FL-4T2. [ρ] = M*L -3 = F*L-4*T 2 γ – peso específico (em Inglês – density) É a força (peso) que a Terra exerce sobre os corpos, por unidade de volume. A dimensão de γ é FL-3 (N m-3, kgf m-3, tonelada-força m-3); por exemplo: γágua(4 ºC) = 1.000 kgf m-3, γágua(4 ºC) = 10000 N m-3, γHg = 13.596 kgf m-3. [γ] = M*L -2*T -2 = F*L-3 Entre o peso específico e a massa específica existe a relação fundamental, envolvendo a aceleração da gravidade (g): γγγγ = ρρρρg. Peso específico relativo - γr Representa a relação entre o peso específico do fluido em estudo e o peso específico da água. γágua(4 ºC) = 1.000 kgf m-3, γágua(4 ºC) = 10000 N m-3 d – densidade ou densidade relativa Em se tratando de líquidos, é a relação entre a massa específica da substância considerada e a massa específica da água à temperatura de 4 ºC. Tratando-se de gases, relaciona-se com o ar. Pela própria definição, a densidade é adimensional. ρágua(4 ºC) = 1.000 kg m -3 no SI, ρágua(4 ºC) = kgf m -4s2 no MKS tec líquidos Para padrão r γ γ=γ V m volume massa==ρ g×= ργ COH º42 ρ ρδ = Ve - Volume Especifico É o inverso do peso especifico Unidades: CGC: cm2 s2 g-1 MKS tec: m3 kgf-1 SI: m3 N-1 f – atrito externo Refere-se à resistência ao movimento do fluido, devido à rugosidade das paredes dos condutos, provocando perda de carga (energia). Deve-se distinguir dois tipos de Regimes de Escoamento: a) laminar: as trajetórias das moléculas são paralelas e não ocorre atrito externo; b) turbulento: as trajetórias das moléculas se cruzam e há turbulência do fluido, ocorrendo atrito interno e atrito externo, com predominância desse último. Esses regimes são classificados pelo Número de Reynolds (No Rey): No Rey = VD/υυυυ, adimensional em que, V - velocidade média do fluido no conduto; D - diâmetro do conduto; υ - viscosidade cinemática do fluido (υágua (20 ºC) = 1,01·10-6 m2 s-1). A classificação dos regimes em função do No de Reynolds é: No Rey Regime de escoamento < 2.000 Laminar 2.000 a 4.000 Instável > 4.000 Turbulento γ 1=Ve Vmédia Vmáx ≅ 2Vmédia V = 0 Vmédia V ≠ 0 Vmáx ≅ 1,1 a 1,2Vmédia REGIME LAMINAR (somente atrito interno) REGIME TURBULENTO (atrito interno + atrito externo) 1. Sabendo-se que 1500kg de massa de uma determinada substância ocupa um volume de 2m³, determine a massa específica, o peso específico e o peso específico relativo dessa substância. Dados: γH2O = 10000N/m³, g = 9,81 m/s². 2. Um reservatório cilíndrico possui diâmetro de base igual a 2m e altura de 4m, sabendo-se que o mesmo está totalmente preenchido com gasolina (ρ = 720kg/m³), determine a massa de gasolina presente no reservatório. 3. Qual a massa de uma chapa de ferro de volume 650 cm3? A densidade absoluta do ferro é 7,8 g/cm3. 4. A densidade absoluta da gasolina é 0,7 g/cm3. Qual o volume em litros ocupado por 420 g de gasolina? 5. A densidade absoluta do mercurio e 13,6 g/cm3. Calcule o volume ocupado por 1 Kg dessa substancia. 6. A massa específica de uma determinada substância é igual a 740kg/m³, determine o volume ocupado por uma massa de 500kg dessa substância. 7. Sabe-se que 400 kg de um líquido ocupa um reservatório com volume de 1500 litros, determine sua massa específica, seu peso específico e o peso específico relativo. Dados: γH2O = 10000N/m³, g = 10m/s², 1000 litros = 1m³. 8. Determine a massa de mercúrio presente em uma garrafa de 2 litros. (ρ = 13600 kg/m³). Dados: g = 10m/s², 1000 litros = 1m³. 9. Sabendo-se que o peso específico relativo de um determinado óleo é igual a 0,8, determine seu peso específico em N/m³. Dados: γH2O = 10000N/m³, g = 10m/s². 10. Um reservatório cúbico com 2m de aresta está completamente cheio de óleo lubrificante (ρ = 880 kg/m³). Determine a massa de óleo quando apenas ¾ do tanque estiver ocupado. Dados: γH2O = 10000N/m³, g = 10m/s². 11. Sabendo-se que 800 gramas de um liquido enchem um cubo de 0,08 m de aresta, obter a massa e peso especifico, densidade relativa, peso específico relativo e volume especifico no sistema SI. 12. A densidade do gelo em relação à água é 0,918. Calcular em percentagem o aumento de volume da água ao solidificar-se.13. Se 7m3 de um óleo tem massa de 6300 kg, calcule sua massa e peso especifico, densidade relativa e volume especifico no sistema SI. g = 9,81 m/s² 14. Qual o valor do volume especifico em m3 kgf-1 de uma substância cuja densidade vale 0,8 PRESSÃO ATMOSFÉRICA. UNIDADES DE PRESSÃO A atmosfera constitui-se em um fluido que exerce pressão na superfície da Terra: a pressão atmosférica. Essa pressão exercida pelo ar foi demonstrada pela clássica experiência de Torricelli: um tubo é preenchido com mercúrio e invertido Patm 760 mm A B Hg em uma cuba com esse mesmo fluido. O nível do mercúrio estabiliza-se a 760 mm de altura, no caso de a experiência ter sido realizada ao nível do mar. Acima do vácuo (vapor de mercúrio) mercúrio no tubo, praticamente reina o vácuo. Pela Lei de Stevin, estando os pontos A e B ao mesmo nível, eles possuem a mesma pressão e conclui-se que a pressão atmosférica ao nível do mar (pressão atmosférica normal) corresponde a 760 mm de Hg. Essa mesma pressão pode ser expressa em coluna de outro líquido. Assim, sendo a água 13,596 vezes mais leve que o mercúrio (dHg = 13,596), multiplicando- se a coluna de mercúrio pelo valor de sua densidade, ter-se-á o equivalente em coluna d’água: 0,760 m x 13,596 = 10,33 metros de coluna d’água. Exemplificando, no esquema a seguir, para uma coluna com essa altura e 1 cm2 de área, tem-se: Peso da coluna = γ A H = 103 kgf/m3 · 0,0001 m2 · 10,33 m = 1,033 kgf ⇒ 2 2 /033,1 1 033,1 cmkgf cm kgf pressão == Deste modo, a pressão atmosférica ao nível do mar, chamada atmosfera física, pode ser expressa em diversas unidades (Tabela 1). 760 mm Hg 10,33 m c.a. 1,033 kgf/cm2 10.330 kgf/m2 1,013 bar 101,3 kPa 0,101 MPa 14,7 psi (pound square inch) Observações: 1 kgf/cm2 = 10 m c.a. 1 bar = 1 mega (106) barias = 0,987 atm 1 libra = 0,4536 kgf pound square inch = libra por polegada ao quadrado 1 atm física H = 10,33 m c.a. A = 1 cm 2 PRESSÂO APLICADA SOBRE UMA SUPERFÍCIE A pressão média aplicada sobre uma superfície pode ser definida pela relação entre a força aplicada e a área dessa superfície e pode ser numericamente calculada pela aplicação da equação a seguir. 1- Converta as unidades de pressão para o sistema: a) converter 20psi em Pa. b) converter 3000mmHg em Pa. c) converter 200kPa em kgf/cm². d) converter 30kgf/cm² em psi. e) converter 5bar em Pa. f) converter 25mca em kgf/cm². g) converter 500mmHg em bar. h) converter 10psi em mmHg. i) converter 80000Pa em mca. j) converter 18mca em mmHg. 2- Uma placa circular com diâmetro igual a 0,5m possui um peso de 200N, determine em Pa a pressão exercida por essa placa quando a mesma estiver apoiada sobre o solo. 3- Determine o peso em N de uma placa retangular de área igual a 2m² de forma a produzir uma pressão de 5000Pa. 4- Uma caixa d'água de área de base 1,2m X 0.5 m e altura de 1 m pesa 1000N que pressão ela exerce sobre o solo? a) Quando estiver vazia b) Quando estiver cheia com água Dados: γH2O = 10000N/m³, g = 10m/s². 5- Uma placa circular com diâmetro igual a 1m possui um peso de 500N, determine em Pa a pressão exercida por essa placa quando a mesma estiver apoiada sobre o solo. A F P = 6- Converta as unidades de pressão para o sistema: a) converter 2atm em Pa. b) converter 3000mmHg em psi. c) converter 30psi em bar. d) converter 5mca em kgf/cm². e) converter 8bar em Pa. f) converter 10psi em Pa. HIDROSTÁTICA A Hidrostática refere-se ao estudo de forças em fluidos em repouso. LEI DE STEVIN Para o reservatório com base A, contendo um líquido de peso específico γ, até a altura h, a pressão exercida na base é: h A hA A volume área peso pressão γ= γ = γ == Por essa expressão, verifica-se que a pressão exercida pela coluna do fluido (pressão hidrostática), não depende da área envolvida, mas somente da natureza do fluido (γ) e da altura da coluna (h). Considerando-se os pontos 1 e 2, nas profundidades h1 e h2, as pressões serão: pressão 1 = γ h1 e pressão 2 = γ h2. Assim, pressão 2 – pressão 1 = γ (h2 - h1), que traduz o Teorema Fundamental da Hidrostática, ou Lei de Stevin: “A diferença de pressão entre dois pontos no interior de um fluido homogêneo e em repouso, é igual ao produto da diferença de profundidade e o peso específico”. LEI DE PASCAL “A pressão exercida num ponto no interior de um fluido transmite-se com a mesma intensidade em todas as direções”. Como exemplo, acionando-se o êmbolo do sistema ilustrado, o fluido escoa- se semelhantemente pelos orifícios. A h γ .1 h1 h2 Existem muitas aplicações práticas do princípio de Pascal, podendo-se citar: o freio hidráulico de máquinas e de automóveis, elevadores em postos de lavagem e a prensa hidráulica. ELEVADOR HIDRÁULICO Os elevadores para veículos automotores, utilizados em postos de serviço e oficinas, por exemplo, baseiam-se nos princípios da prensa hidráulica. Ela é constituída de dois cilindros de seções diferentes. Em cada um, desliza um pistão. Um tubo comunica ambos os cilindros desde a base. A prensa hidráulica permite equilibrar uma força muito grande a partir da aplicação de uma força pequena. Isso é possível porque as pressões sobre as duas superfícies são iguais (Pressão = Força / Área). Assim, a grande força resistente (F2) que age na superfície maior é equilibrada por uma pequena força motora (F1) aplicada sobre a superfície menor (F2/A2 = F1/A1) como pode se observar na figura abaixo. Força Exercício 1. O elevador hidráulico consta de dois recipientes providos de êmbolos, cujas seções têm áreas diferentes e se intercomunicam por um fluido. Imaginando-se que o diâmetro do cilindro maior é 5 vezes o diâmetro do cilindro menor e o peso do veículo é 3.000 kgf, qual deverá ser a força F1 para equilibrar o sistema? Exercício 2. Um reservatório aberto em sua superfície possui 8m de profundidade e contém água, determine a pressão hidrostática no fundo do mesmo. Dados: γH2O = 10000N/m³, g = 10m/s². Exercício 2. Na figura apresentada a seguir, os êmbolos A e B possuem áreas de 80cm² e 20cm² respectivamente. Despreze os pesos dos êmbolos e considere o sistema em equilíbrio estático. Sabendo-se que a massa do corpo colocado em A é igual a 100kg, determine a massa do corpo colocado em B. F1 F2 1 Mecânica dos Fluidos Conceitos de hidrostática aplicados 1.1 Conceito de fluido Antes de estudarmos fluidos, devemos lembrar que a matéria, como a conhecemos, se apresenta em três diferentes estados físicos, de acordo com a agregação de partículas: o esta- do sólido, o estado líquido e o estado gasoso. O estado sólido caracteriza-se por confe- rir a um corpo forma e volume bem definidos. Os líquidos e os gases, ao contrário dos sóli- dos, não possuem forma própria: assumem, naturalmente, a forma do recipiente que os con- tém. Os líquidos têm volume definido, enquanto os gases, por serem expansíveis, ocupam todo o volume do recipiente que estejam ocupando. Fluido é uma substância que pode escoar (fluir) e, assim, o termo inclui líquidos e gases, que diferem, notavelmente, em suas compressibilidades; um gás é facilmente com- primido, enquanto um líquido é, praticamente, incompressível. A pequena (mínima) variação de volume de um líquido sob pressão pode ser omitida nas situações iniciais desta apostila. Como vimos acima, os líquidos têm volu-me definido, enquanto os gases, por serem expansíveis, ocupam todo o volume do reci- piente em que estejam contidos. Estes aspec- tos são importantes, pois em refinarias a apli- cação destes conceitos é fundamental no estu- do das características físicas e químicas, de vapores, gasolina, petróleo, GLP e outros de- rivados. Estado Forma Volume Sólido Definida Definido Líquido Indefinida Definido Gasoso Indefinida Indefinido Sólido Líquido Gasoso Como vimos, a propriedade comum a es- tes dois estados físicos, de forma indefinida, (líquido e gasoso) é escoar ou "fluir", com fa- cilidade, através de um condutor ou duto. Es- tudaremos aqui os "fluidos ideais", também chamados fluidos perfeitos. Nos fluidos ideais, consideremos que não existe atrito entre as moléculas que se deslo- cam quando o fluido escoa, nem atrito entre o fluido e as paredes do condutor. De qualquer maneira, este problema de atrito só será im- portante no estudo dos fluidos em movimento (hidrodinâmica) e, basicamente, não influirá sobre os fluidos em equilíbrio, cujo estudo (hidrostática) é objeto inicial destes primeiros capítulos. Podemos adiantar, entretanto, que a gran- deza que caracteriza o atrito entre as molécu- las de um fluido é a viscosidade. Por exem- plo, você certamente já percebeu a diferença marcante quando despejamos uma lata de óleo em um tanque ou no chão e outra igual cheia de água. Dizemos que o óleo é mais viscoso que a água, pois "flui" com maior dificuldade que a água. 1.2 Propriedades gerais dos fluidos e diferença entre líquidos e gases A Hidrostática, como já foi citado anterior- mente, trata de estudar os fluidos em equilí- brio. Caracterizaremos, agora, algumas das propriedades dos fluidos em equilíbrio, dando ênfase especial aos líquidos. Mostraremos al- gumas diferenças entre líquidos e gases e dei- xaremos os gases para serem estudados com maior detalhe, posteriormente. 1.2.1 Propriedades gerais dos fluidos As propriedades dos líquidos que mostra- 7 remos a seguir são de fácil verificação experi- mental e as explicações teóricas são baseadas nas leis de Newton. Mecânica dos Fluidos 1. A superfície livre de um líquido em equilíbrio é plana e horizontal. 2. A força exercida por um líquido sobre uma superfície qualquer é sempre per- pendicular (normal) a essa superfície. Isto pode ser constatado quando fura- mos um vaso que contém líquidos e observamos que este se projeta (derra- ma, escoa) perpendicularmente à pare- de do vaso. 3. A terceira propriedade diz respeito à imiscibilidade de líquidos de diferen- tes densidades, quando em equilíbrio. É o que observamos, por exemplo, entre o óleo de cozinha e a água que, quando colocados em um mesmo re- cipiente, não se misturam, apresen- tando uma superfície de separação plana e horizontal. O óleo, por ser menos denso do que a água, se so- brepõe a ela. Superfície 8 de separação 4. Você já deve ter observado que, ao mer- gulhar em uma piscina ou mesmo no mar, a "pressão" aumenta à medida em que é maior a profundidade que você alcança. Ou seja, ocorre uma variação de pressão, em função da profundida- de. O estudo desta propriedade, com de- talhes, será feito posteriormente. Observação: Nos capítulos futuros, mos- traremos o que vem a ser pressão e estabele- ceremos uma relação matemática para se cal- cular o valor da pressão a uma certa profundi- dade, sua influência e aplicações. 1.2.2 Diferença entre líquidos e gases Apesar dos líquidos e gases serem classi- ficados como fluidos, há algumas diferenças entre eles que podemos destacar. Uma primeira diferença já foi, de certa forma, apontada anteriormente, quando vimos que os gases, por serem expansíveis, ocupam o volume total dentro de um recipiente, qual- quer que seja sua capacidade. Quando colocamos um certo volume de líquido num vaso de maior capacidade, ele ocupará somente uma parte do vaso, igual ao seu próprio volume. Uma segunda diferença a perceber entre os gases e os líquidos é a propriedade que têm os primeiros de serem facilmente compres- síveis. Isto significa que podemos encerrar, num recipiente de 1 litro , como o da figura acima, uma quantidade bem maior de gás, o mesmo não ocorrendo com relação aos líquidos. Mecânica dos Fluidos Uma diferença muito importante entre lí- quido e gás é a miscibilidade. Os líquidos, como já vimos, nem sempre são miscíveis en- tre si, como no caso do óleo e da água, visto anteriormente. Os gases, ao contrário, sempre se mistu- ram homogeneamente entre si. Um exemplo típico é o ar atmosférico, constituído de nitro- gênio, oxigênio e outros gases em menor pro- porção. Um outro exemplo é o do maçarico oxi-acetilênico. O acetileno e oxigênio, pro- venientes de suas respectivas garrafas, se mis- turam no interior do maçarico. Observação: Há ainda muitas outras dife- Suponha, por exemplo, que a figura repre- senta um bloco homogêneo de ferro. Sabemos que sua massa (m) é igual a 15.200 kg. 2 m 1 m 1 m Volume: V = 2m x 1m x 1m = 2m3 renças entre fluido líquido e fluido gasoso, po- rém deixaremos que você perceba isto, à me- dida que estudar o comportamento dos gases e líquidos em diversas situações. Como: µ = m V → µ = 15.200 kg 2m3 1.3 Conceitos de massa específica, peso específico e densidade Para entendermos o estudo dos concei- tos que regem a mecânica dos fluidos em equilíbrio, isto é, a hidrostática, é importante que vejamos alguns conceitos básicos das substâncias. Estudaremos as grandezas físicas “massa específica”, “peso específico” e “densidade”. Estas grandezas estão, de maneira geral, rela- cionadas com o estudo dos fluidos, portanto nos servirão tanto no estudo dos líquidos como no dos gases. Suas aplicações, porém, esten- dem-se aos sólidos. 1.3.1 Massa específica Esta grandeza, característica específica de cada substância, é conhecida também pelo nome de densidade absoluta.Vamos representá-la aqui pela letra grega µ (mi). É definida pela relação entre a massa e o volume da substância conside- rada. µ = m v µ = 7.600 kg / m3 Observe que a massa específica está rela- cionada com a massa e o volume dos corpos. Como massa, 1 kg de chumbo é igual a 1 kg de isopor, porém o volume de isopor necessá- rio para 1 kg é muito maior que o volume de chumbo necessário para o mesmo 1 kg. Vamos mostrar isto através da massa es- pecífica. A massa específica do isopor vale 200 kg/m3 e a do chumbo 11.400 kg/m3. Va- mos calcular, aplicando a relação, µ = m/V , o volume necessário de isopor e chumbo, para se ter 1 kg de cada substância. Para o chumbo 11.400 = 1 V 1 V = m3 11.400 V = 0,000087 m3 = 87 cm3 Para o isopor 200 = 1 v V = 1 m3 200 Se a massa é expressa em gramas (g) e o volume em cm3, a massa específica, no siste- ma prático, é expressa em g/cm3 (gramas por centímetro cúbico). No SI (Sistema Internaci- onal de Unidade), a massa é dada em quilo- gramas e o volume em m3, portanto a massa específica é expressa em kg/m3. V = 0,005 m3 = 5.000 cm3 Constatamos que, realmente, o volume de isopor é bem mais elevado do que o de chumbo. De maneira geral, quando dizemos que um 9 corpo tem massa específica elevada, isto sig- nifica que ele contém uma grande massa em um volume pequeno. Podemos dizer que o corpo é muito denso. Grandeza Sistema m P V µ 〉 CGS (prático) g dina cm g/cm dina/cm MKS/SI (internacional) kg N m 3 kg/m3 N/m3 MKGFS (técnico) utm kgf m3 utm/m3 kgf/m3 2 Mecânica dos Fluidos Exemplo prático A massa específica da gasolina é µ = 0,66 g/cm3. Em um tanque com capacidade para 10.000 litros (10 metros cúbicos), qual a massa de gasolina correspondente? Solução:Podemos aplicar a definição de massa específica: ρ = P V P µ = m V → m = µ . V Se o peso é expresso em Newton e o volu- me em m3, a unidade de peso específico, no SI, será o N/m3. No sistema prático (CGS), esta Devemos, porém, antes de realizar os cál- culos, transformar litros em cm3 1 litro = 1 dm3 1 dm3 = 1 dm x 1 dm 1 dm = 10 cm x 10 cm x 10 cm = 1.000 cm3 Portanto: 10.000 litros = 10.000 x 1.000 cm3 = 107 cm3 unidade será expressa em dina/cm3 e no MKGFS (técnico) é kgf/m3. Um quadro com as unidades de massa específica e peso específico é apresentado a seguir: Agora sim, podemos efetuar os cálculos. m = µ x V m = 0,66 g/cm3 x 10.000.000 cm3 m = 6.600.000 g m = 6.600 kg Exemplo prático 3 3 3 m = 6,6 toneladas Conclui-se, então: Um tanque de 10 m3 de gasolina tem 6,6 toneladas do combustí- vel (aproximadamente). INFLAMÁVEL 1.3.2 Peso específico Definindo a massa específica pela rela- ção m/V, definiremos o peso específico de uma substância, que constitui um corpo ho- mogêneo, como a razão entre o peso “P” e o volume “V” do corpo constituído da substân- 10 cia analisada. • Designaremos, simbolicamente, o peso específico pela letra grega ρ (rô) Calcular o peso específico de um cano me- tálico de 6 kg e volume tubular de 0,0004 metros cúbicos. Peso = 6 x 9,8 = 58,8 N ρ = P V ρ = 58,8 / 0,0004 ρ = 147.000 N/m3 1.3.3 Densidade relativa Definiremos, agora, uma terceira grande- za física denominada densidade relativa ou simplesmente densidade. A densidade é defi- nida como a relação entre as massas específi- cas de suas substâncias. d = µA µB Em geral, usa-se a água como substância de referência, de modo que podemos expres- sar a equação acima da seguinte maneira: d = µ µH O • Lembrete: P = m . g (massa x acelera- ção da gravidade) A densidade é uma grandeza adimensio- nal, e, portanto, o seu valor é o mesmo para qualquer sistema de unidades. Substância Densidade (água) Densidade (hidrogênio) Hidrogênio Nitrogênio Ar Oxigênio CO2 0,00009 0,0012 0,0013 0,0014 0,002 1,00 14,03 14,43 15,96 22,03 H =M 0 V Mecânica dos Fluidos Importante Uma outra observação que devemos fazer é que, muitas vezes, encontraremos a densi- dade expressa em unidades de massa específi- ca. Nestes casos, se estará considerando a den- Sabemos o volume de gasolina: Vg = VH + V0 = 75 + 35 = 100 cm3, porém, não conhecemos a massa de gasolina. Para calculá-la, é necessário saber as mas- sas de heptano e octano. sidade absoluta (massa específica) igual à den- MH = µ . VH 0 µ . V0 sidade relativa tomada em relação à massa es- pecífica da água, que é igual a 1 g/cm3. Atenção → 1 g/cm3 = 1.000 kg/m3 MH = 0,68 x 65 M0 = 0,70 x 35 MH = 44,2g M0 = 24,5g Mg = MH + M0 Mg = 44,2 + 24,5 Mg = 68,7 g M g 68, 7 µg = g → µg = 100 µg = 0,687 g/cm3 Por exemplo, a massa de 1 litro (1000 cm3) de água é 1000 g; sua densidade, portanto, é 1000/1000 = 1 µ 1.4 Variação da densidade de líquidos com a temperatura Observamos que uma substância qualquer, quando aquecida, se dilata, isto é, seu volume torna-se maior. Lembre-se do que acontece com o termômetro, para medir temperaturas. O mercúrio, quando aquecido, aumenta de vo- µ H2O d = µ H2 O lume, subindo na escala. Valores típicos de densidade absoluta (massa específica) à temperatura ambiente (condições normais), são dados na tabela abaixo. Material Densidade g/cm3 Material Densidade g/cm3 Água Latão Cobre Ouro Gelo Ferro Chum bo Platina 1,0 8,6 8,9 19,3 0,92 7,8 11,3 21,4 Prata Aço Mercúr io Álcool Benzen o Gliceri na 10,5 7,8 13,6 0,81 0,90 1,26 2,7 0,67 Exemplo prático O heptano e o octano são duas substâncias que entram na composição da gasolina. Suas massas específicas valem, respectivamente, 0,68 g/cm3 e 0,70 g/cm3. Desejamos saber a densidade da gasolina obtida, misturando-se 65 cm3 de heptano e 35 cm3 de octano. Solução: Para resolver o problema, deve- mos aplicar a relação: µ = m V Apesar desse aumento de volume, a massa da substância permanece a mesma (lembre-se de que a massa é uma grandeza constante). Vi- mos que a densidade absoluta é a relação entre massa e volume. Mantendo a massa constante e fazendo o volume variar, estamos, automati- camente, provocando uma variação na densi- dade da substância. A conclusão, portanto, é que a densidade absoluta varia com a temperatura. Suponhamos uma experiência com os se- guintes dados sobre o álcool metílico: 1. Para 30°C, m = 790 g, V = 1.000 cm3 2. Quando a 50°C, ocorreu um acréscimo de 12 cm3 no volume Desejamos saber qual a densidade abso- 11 luta do álcool na temperatura de 30°C e 50°C. µ 30°C = m/V µ 30°C = 790/1.000 µ 30°C = 0,7900 g/cm3 Grandeza Sistema Área (A) Força (F) Pressão (P = F/A) CGS (prático) cm2 dina dina/cm2 MKS/SI (internacional) m 2 N N/m2 MKGFS (técnico) m2 kgf kgf/m2 Mecânica dos Fluidos Na temperatura de 50°C, o volume aumen- tou de 12 cm3, portanto: V = 1.000 + 12 → V = 1.012 cm3 A massa não varia com a temperatura, daí: µ 50°C = m/V → µ 50°C = 790/1.012 µ50°C = 0,7806 g/cm3 Variação: 0,7900 – 0,7806 = 0,0094 g/cm3 Neste caso, esta variação é pequena, pois o aumento de volume também foi pequeno. A temperatura elevou-se de 30°C a 50°C. Para maiores variações de temperatura, maiores serão as variações de volume e, con- seqüentemente, os valores de densidade come- çam a diferir sensivelmente. Em se tratando de líquidos e sólidos, a dilatação tem pouco efeito sobre a apreciável alteração no volume, para variações de temperatura elevadas. 1.5 Pressão nos fluidos 1.5.1 Conceitos básicos de pressão O conceito de pressão foi introduzido a partir da análise da ação de uma força sobre uma superfície; já nos fluidos, o peso do flui- do hidrostático foi desprezado e a pressão su- posta tornou-se igual em todos os pontos. En- tretanto, é um fato conhecido que a pressão atmosférica diminui com a altitude e que, num lago ou no mar, aumenta com a profundida- de. Generaliza-se o conceito de pressão e se define, num ponto qualquer, como a relação entre a força normal F, exercida sobre uma área elementar A, incluindo o ponto, e esta área: G A situação se modifica bastante em rela- F G ção aos gases que apresentam grande dilata- Fy ção térmica. G Fx Exemplo prático Um bloco de alumínio possui, a 0°C, um volume de 100 cm3. A densidade do alumínio, a esta temperatura, é 2,7 g/cm3 . Quando vari- amos a temperatura do bloco de 500°C, o vo- lume aumenta de 3%. Calcular a densidade do alumínio na temperatura de 500°C. µ 0ºC = m/V → m = µ 0ºC . V m = 2,7 x 100 → m = 270 g Variando a temperatura de 500°C, o volu- me cresceu 3% e passou a ser 103 cm3. Então: µ 500°C = 270/ 103 µ 500ºC = 2,6 g/cm3 Observação Importante Na prática, a medida da densidade é uma técnica de grande importância, em muitas circunstâncias. O estado da bateria de um automóvel pode ser testado pela medida da densidade de eletrólito, uma solução de áci- do sulfúrico. À medida que a bateria des- carrega, o ácido sulfúrico (H2 SO4) combi- na-se com o chumbo nas placas da bateria e forma sulfato de chumbo, que é insolúvel, decrescendo, então, a concentração da so- lução. A densidade varia desde 1,30 g/cm3, numa bateria carregada, até 1,15 g/cm3, numa descarregada. Este tipo de medida é 12 rotineiramente realizado em postos de ga- solina, com o uso de um simples hidrôme- tro, que mede a densidade pela observação do nível, no qual um corpo calibrado flutua numa amostra da solução eletrolítica. Quando você exerce, com a palma da mão,uma força sobre uma superfície (uma parede, por exemplo), dizemos que você está exercen- do uma pressão sobre a parede. A figura re- presenta a força F aplicada em um determina- do ponto da superfície, onde a componente nor- mal (Fx) da força atua realizando pressão. Observe, porém que, na realidade, a força apli- cada pela mão distribui-se sobre uma área, exercendo a pressão. Definimos a pressão de uma força sobre uma superfície, como sendo a razão entre a for- ça normal e a área da superfície considerada. Então: p = F/A p = pressão A = área da superfície, no qual F representa uma força normal à su- perfície. Sendo a pressão expressa pela relação P = F/A, suas unidades serão expressas pela razão entre as unidades de força e as unidades de área, nos sistemas conhecidos. 76 c m Mecânica dos Fluidos A unidade SI é também conhecida pelo nome PASCAL, abreviando-se Pa. 1 N/m2 = 1 Pa Outras unidades utilizadas • Libras força por polegada quadrada = Lbf/pol² • Atmosfera técnica métrica = atm • Milímetros de mercúrio = mmHg As unidades atm e o mmHg surgiram das experiências realizadas por TORRICELLI (físi- co italiano), para medir a pressão atmosférica. 1.5.2 Experiência de Torricelli O físico italiano pegou um tubo de vidro de cerca de 1m de comprimento, fechado em uma das extremidades. Encheu o tubo de mer- cúrio, tampou a extremidade aberta, com o dedo, e inverteu o tubo, introduzindo-o em uma cuba de mercúrio. Observou, então, que o tubo não ficava completamente cheio, isto é, o ní- vel de mercúrio diminuía no interior do tubo, mantendo uma altura de cerca de 760 mm em relação ao nível de mercúrio da cuba. Vácuo Pressão Atmosférica = 1 atm = 760 mmHg = 10,3 m (H2O) = 105 N/m2 Pabs = 1,03 kgf/cm2 Pabs = 14,7 psi 1 atm = 1 kgf/cm2 = 1 bar 1.5.3 Variação da pressão com relação à profundidade Se você mergulhar, já deve ter percebido que, ao afundar na água, a pressão aumenta (lembre-se da dor que você sente no ouvido). O mesmo fenômeno pode ocorrer na atmosfe- ra, quando você desce de uma montanha. O aumento de pressão, neste caso, também afeta o seu ouvido.Vejamos, então, como calcular esta variação de pressão que os corpos experimen- tam à medida que se aprofundam num fluido. Consideremos o caso particular de um reci- Tampa → A P atm piente cilíndrico que contém um líquido de mas- sa específica µ até uma altura h acima do fundo. g ↓ h (a) (b) (c) A experiência comprova a existência da Como P = mg (peso), m = µV(massa), pressão atmosférica, ou seja, a coluna de mer- cúrio equilibra-se por ação da pressão que a at- mosfera exerce sobre a superfície livre de mer- cúrio na cuba, e esta pressão é numericamente igual ao peso de uma coluna de mercúrio de 760 mm de altura.Variações em torno deste va- lor serão obtidas segundo o local em que se re- alize a experiência. Ao nível do mar, obtem-se 760 mmHg. Em lugares mais altos, como a pres- são atmosférica é menor, a altura da coluna lí- quida de mercúrio também será menor. No alto do monte “Everest”, por exem- plo, a experiência acusaria uma pressão at- mosférica da ordem de 300 mmHg. A experiên- cia também pode ser realizada com outros líqui- dos que não o mercúrio. A altura da coluna é inversamente proporcional à densidade do líqui- do empregado. Isto significa que quanto menor a densidade do líquido, maior a altura da coluna. No caso da água, atingiria o valor de 10,3 m. V = Ah(volume) e p = F/A(pressão) Temos P = µgh Pressão total no fundo Esta pressão será dada pela pressão atmos- férica que age sobre a superfície livre do lí- quido, mais a pressão que, devido ao peso do líquido, age sobre o fundo do recipiente. ATM h Teremos, então: 13 Pressão total = pressão atmosférica + pressão da coluna líquida Pt = P(atm) + P(liq) → Pt = Patm + µgh sendo ∆P = µgh y 1 h y a Mecânica dos Fluidos Diferença de pressão Analisando a situação anterior, vamos de- P = P atm + µhg duzir a fórmula que fornece a diferença de pres- são entre pontos de profundidade diferente. g A h B Temos PB = PA + P(liq) → PB – PA = µgh sendo ∆P = µgh Esta relação é conhecida como Lei de Stevin ou equação fundamental da hidrostática e pode ser enunciada da seguinte maneira: “A variação da pressão entre dois pontos quaisquer de um fluido é igual ao produto de sua massa específica pela diferença de nível entre os dois pontos e pela aceleração da gravidade”. Para compreendermos melhor, vejamos a situação abaixo: A pressão atmosférica, no CGS, vale: 1 atm = 101,325 N/m2 e 1 N = 105 dina e 1 m2 = 104 cm2 1 atm = 1.013.250 dina/cm2 Podemos arredondar e usar Patm = 1,01 x 106 dina/cm2 g = 10 m/s2 = 1.000 cm/s2 Levando os valores à fórmula: P = 1,01 x 106 + 0,67 x 1.000 x 100 P = 1,01 x 106 + 6.700 P = 1.010.000 + 6.700 P = 1.016.7000 ou arredondando P = 1,02 x 106 dina/cm2 1.5.4 Medidores de pressão O tipo mais simples de medidor de pres- são é o manômetro de tubo aberto, representa- do na figura abaixo. Consiste num tubo em forma de U, con- tendo um líquido, uma extremidade estando à pressão P que se deseja medir, enquanto a outra é aberta na atmosfera, à pressão Pa. P = P 2 a P2 = Pa A B h – h PA = PB < PC 2 1 h – h h – h Pressão P C P1 = P 2 1 (h) 2 escala 2 1 (h) P = P Exemplo prático Um recipiente contém gasolina. Qual a pressão exercida pela gasolina a uma distân- cia de 100 cm abaixo de sua superfície, dado g = 10 m/s2 e µ = 0,67 g/cm3? Aplica-se a lei de Stevin. Neste exemplo, trabalharemos com o sistema CGS (prático). 100cm 14 1 1 (a) (b) O barômetro de mercúrio é um tubo longo, de vidro, cheio deste metal e invertido numa cuba também contendo mercúrio. O espaço acima da coluna contém somente vapor de mer- cúrio, cuja pressão, em temperatura ambiente, é tão pequena que pode ser desprezada. Vê-se, facilmente, que: Pa = µg(y2 – y1) = µgh Como vimos, a unidade SI de pressão é o Pascal (1Pa), igual a um Newton por metro quadrado (1 N.m–2). Uma unidade relaciona- da é o bar, definido como 105 Pa. Por serem o Mecânica dos Fluidos barômetro e o manômetro de mercúrio freqüentemente usados em laboratórios, é costume expressar a pressão atmosférica e outras em “polegadas, centímetros ou milí- metros de mercúrio”, embora não sejam uni- dades reais de pressão. A pressão exercida por uma coluna de um milímetro de mercú- rio é comumente chamada um torr, em ho- menagem ao físico italiano já citado anterior- mente. Um tipo de medidor, normalmente usa- do pelos médicos, para medida da pressão sangüínea contém um tipo de manômetro. Medidas de pressão sangüíneas, como 130/80, referem-se às pressões máxima e mínima, medidas em milímetros de mercúrio ou torr. Devido à diferença de altura, a pressão hi- drostática varia em diferentes pontos do cor- po; o ponto de referência padrão é o antebra- ço, na altura do coração. A pressão também é afetada pela natureza viscosa do fluxo sangüíneo e pelas válvulas ao longo do siste- ma vascular, que atuam como reguladores de pressão. 1.6 Princípio dos vasos comunicantes O dispositivo da figura abaixo, demons- tra como ocorre o princípio dos vasos comu- nicantes. P atm P atm P alturas hA = hB = hC sejam iguais entre si, isto é, hA = hB = hC. Podemos concluir que, num sistema de vasos comunicantes, como o mostrado na fi- gura, as superfícies livres do líquido estão to- das no mesmo nível, nos diversos vasos do sistema. Este princípio dos vasos comunicantes permite, por exemplo, que você possa transfe- rir um líquido de um reservatório para outro, sem necessidade de bombeamento,como se vê na figura abaixo: Uma aplicação também importante deste princípio é que ele nos permite calcular a den- sidade absoluta dos líquidos. Suponhamos um vaso comunicante, no qual colocamos dois líquidos imiscíveis, por exemplo, água e óleo. atm hA hB hC A B C (A) água Na figura, os pontos A,B, e C estão situa- dos a um mesmo nível em relação à superfície livre e, portanto, as pressões PA, PB, e PC são iguais entre si. Suponha que o líquido tenha massa espe- cífica µ. As pressões PA, PB, e PC são, respecti- h óleo Patm óleo Patm h água vamente: PA = Patm + µghA PB = Patm + µghB A B (B) água 15 PC = Patm + µghC Para que sejam efetivamente iguais, como deduzimos anteriormente, é necessário que as Na figura A, temos somente água no tubo, e, na figura B, colocamos óleo. Neste caso, as alturas são diferentes, pois as densidades dos líquidos são diferentes. Mecânica dos Fluidos Com a introdução de óleo, a água teve sua altura alterada. À medida que o sistema tende ao equilíbrio, a água pára de subir no ramo di- reito e as pressões nos dois ramos se igualam. Vamos calcular essas pressões. Temos, como nível de referência, a linha que passa pela superfície de separação dos dois fluidos. Observe a figura b. As pressões, nos pon- tos A e B são, respectivamente: PA = Patm + µ0h0g O = óleo PB = Patm + µAhAg A = água Já sabemos que PA e PB são iguais, pois representam pressões aplicadas no mesmo ní- vel de um líquido em equilíbrio, então: PA = PB Patm = µ0h0g = Patm + µAhAg µ0h0g = µAhAg Quando comprimimos o êmbolo 1, o acréscimo de pressão transmite-se pelo líqui- do e atinge o êmbolo 2, que é móvel. Entre este êmbolo, que possui na sua parte superior uma plataforma móvel, e a plataforma fixa, é colocado o corpo que se deseja comprimir. A força F1 exercida no êmbolo de área A1 provoca um acréscimo de pressão no líquido: P = F/A = F1/A1. Pelo princípio de Pascal, este acréscimo de pressão transmite-se pelo líqui- do, atingindo, neste caso, o êmbolo de área A2. Se a área aumentou, a força exercida so- bre o êmbolo também crescerá a fim de man- ter constante a pressão. Portanto: JG F1 µ0 µ0h0 = µAhA ou µA = h A h0 A 1 A2 Com esta expressão, podemos calcular a densidade absoluta do óleo de qualquer outro não miscível. 1.7 Princípio de Pascal (prensas hidráulicas) O princípio de Pascal pode ser enunciado Exemplo prático JJG F2 da seguinte maneira: “Um acréscimo de pressão, num ponto qualquer de um líquido em equilíbrio, trans- mite-se integralmente a todos os pontos do lí- quido”. Isto significa que, quando aumentamos de uma quantidade P a pressão exercida na su- perfície livre de um líquido em equilíbrio, to- dos os pontos do líquido sofrerão o mesmo acréscimo de pressão P. Uma aplicação práti- ca do princípio de Pascal é a da prensa hidráu- lica, ilustrada na figura abaixo. Os pistões de uma prensa hidráulica de um sucateador de automóveis têm, respectivamen- te, 1 m e 3 m de diâmetro. Uma força de 100 kgf atua no pistão menor. Que força deve ser aplica- da pelo pistão maior, para funcionar a prensa? Corpo a comprimir Plataforma móvel 2 16 Líquido Plataforma fixa f 1 Você já sabe que: p = F/A → Fa /Aa= Fb/Ab Como, neste caso, os pistões são cilíndricos, e as áreas de suas bases são respectivamente: Aa = πr²; como r = d/2 então Aa = πd²/4 Ab = πR2; como R = D/2 então: Ab = πD²/4 Fa/Aa = Fb/Ab, substituindo, teremos: Fb = 900 kgf L d Mecânica dos Fluidos 1.8 Princípio de Arquimedes (empuxo) Você já deve ter observado que os corpos, quando imersos em água, perdem “aparentemen- te” um pouco de seu peso, ou seja, é mais fácil levantar um corpo dentro da água do que fora dela. Podemos presumir, portanto, que a água exerce uma força sobre o corpo, de modo a equi- librar o peso resultante. Esta força exercida pelo fluido sobre o corpo é chamada de empuxo. Arquimedes enunciou, então, o seguinte princípio: “Todo corpo imerso em um fluido, está sujeito à ação de uma força vertical de baixo para cima (empuxo), cujo módulo é igual ao peso da quantidade de fluido deslocada”. Você sabia??? O peso de um dirigível flutuando no ar, ou de um submarino a uma certa profundi- dade, é exatamente igual ao do volume de ar ou de água deslocado, que é exatamente igual ao volume do dirigível ou do subma- rino. Dessa maneira, as densidades médias do dirigível e do submarino são iguais à do ar e da água, respectivamente. Cálculo do Empuxo E P E PC (A) E PC (B) Analisemos, agora, a influência do peso nas diversas situações: E E P P • O peso do corpo vale: P = mg, ou ainda, já que m = µV P = µcVc . g onde Vc é o volume do corpo. • Quando o corpo está mergulhando no fluido, ele desloca um certo volume deste fluido (dois corpos não ocupam o mesmo lugar no espaço, simultanea- mente) e recebe um empuxo E. • Esse líquido deslocado tem um certo peso e o empuxo representa o peso do líquido deslocado, quando da imersão do corpo. E = peso líquido deslocado E = mL . g E = µ V . g m – massa do líquido deslocado Vd – volume de líquido deslocado Exemplo prático Um cilindro de 40 cm de altura está par- P > E Corpo afunda P < E Corpo sobe E cialmente imerso em óleo (0,90 g/cm3). A par- te do cilindro que está fora do óleo, tem 10 cm de altura. Calcule a massa específica de que é feito o cilindro. E P P = E Corpo em equilíbrio, totalmente imerso P P = E corpo em equilíbrio, parcialmente imerso. h H 17 Óleo – µ = 0,90 g/cm3 2 Mecânica dos Fluidos Se o corpo flutua, significa que ele está em equilíbrio. Portanto, é válido escrever que: P = E. Já vimos, porém, que: P = µcVc g e E = µLVd g Logo: µcVc g = µLVd g µcVc = µLVd (1) Não sabemos o valor de Vc e tampouco m Vd. Todavia, sabemos calcular o volume de um cilindro que é igual à área da base, vezes a µ = 1g/cm3 Η Ο altura. Vc = A x H e Vd = A x h Lembre-se de que Vd é o volume de líqui- do deslocado que, neste caso, é igual ao volu- me da parte imersa do corpo. Reescrevendo a expressão (1), obtemos: µcA x H = µLA x h µc x H = µL x h, ou ainda, O corpo é pesado dentro e fora d'água, in- dicando, respectivamente, as massas m e m'. Quando o corpo está totalmente imerso no lí- quido, temos que: Vc = Vd Vc = m/µc Vd = mL/µL Portanto: m/µc = mL/µL µc = m/mL x µL µc = µL x h/H Observe que mL é a massa do líquido des- Aplicando os dados numéricos locado quando o corpo foi imerso; se o corpo tinha massa m e passou a ter massa m’ , signi- µL = 0,90 g/cm3, h = 30 cm, H = 40 cm fica que mL = m – m’. µc = 0,90 x (30/40) µC = 0,675 g/cm3 Portanto, a expressão acima pode ser es- crita: 1.9 Princípio de funcionamento de densímetros 1.9.1 Os densímetros Os densímetros são aparelhos destinados a medir a densidade dos corpos. Vimos os métodos analíticos de calcular e analisar a densidade. Além destes métodos, ve- jamos aparelhos destinados a medir a densi- dade dos corpos e que também se baseiam no princípio de Arquimedes. 1.9.2 Método da balança hidrostática 18 m µc = m/m – m’ . µL 1.9.3 Vaso de Pisani O vaso de Pisani é mostrado na figura abaixo: O corpo de massa m é abandonado, sua- vemente, na superfície do líquido. Recolhe-se líquido que extravasa o recipiente e determi- na-se sua massa mL. Esta água foi deslocada pelo corpo, logo, tem o mesmo volume que ele: Vc = Vd E chegamos à mesma conclusão que no método anterior:µc/µL = m/mL Mecânica dos Fluidos 1.9.4 Hidrômetro (densímetro) Este é um dispositivo que usa o princípio da flutuação, para determinar a densidade de um líquido por leitura direta. Haste graduada Lastro O hidrômetro é constituído de um reci- piente de vidro que compreende uma haste fina graduada e uma ampola inferior que contém lastro de mercúrio ou esferas de chumbo. Ao ser introduzido no líquido, o hidrôme- tro flutua. Se o líquido é muito denso, o volu- me do hidrômetro mergulhado será pequeno. À medida que a densidade do líquido diminui, mais o hidrômetro submerge. Anotações 19 HIDRODINÂMICA Na hidrodinâmica estudam-se as leis que regem o movimento dos fluidos. Em algumas situações, os fluidos são considerados fluidos perfeitos, ou seja, incompressíveis e sem viscosidade. REGIMES DE ESCOAMENTO Os regimes de escoamento podem ser laminar, instável e turbulento e são calculados por um adimensional, o Número de Reynolds (No Rey), definido como: a) para condutos de seção circular υ = VDyRe , em que, V - velocidade média do fluido (m/s); D - diâmetro da tubulação (m); υ - viscosidade cinemática do fluido (m2/s). b) para condutos de seção não-circular Utilizando-se a definição de Raio hidráulico (RH) = área/perímetro, tem-se: HH RDDD D R 44/ 4/2 =⇒== π π . Logo, No υ = HVR4yRe Regime laminar: neste regime, as trajetórias das moléculas são bem definidas, não se cruzam e a velocidade é relativamente baixa. A ocorrência deste regime é pouco freqüente quando o fluido é água. Regime turbulento: as trajetórias são desordenadas e as moléculas cruzam-se totalmente. Há forte influência das asperezas das paredes das tubulações, aumentando a turbulência e gerando perda de carga (perda de energia). Este regime ocorre na maioria das situações práticas em que o fluido é a água. EQUAÇÃO DA CONTINUIDADE Admitindo-se o princípio da conservação da massa, no fluxo em um conduto, tem-se: No A1 As quantidades de fluidos escoados são W1 = γ1A1V1 e W2 = γ1A2V2. Considerando-se o fluido incompressível (γ1 = γ2) e tratando-se de movimento permanente (a quantidade escoada é constante), W1 = W2. Assim, a expressão da equação da continuidade é: Q1 = Q2 = A1V1 = A2V2 = ... = AnVn = Qn = constante em que, Q é a vazão (volume escoado por unidade de tempo). Exercício 1. A velocidade calculada para uma linha de recalque é 1,05 m/s e a vazão é 450 m3/hora. a) qual o diâmetro da tubulação a ser comprada, se no mercado encontraram-se 350, 400 e 450 mm? b) supondo-se que foi adotado o diâmetro de 400 mm, qual a velocidade efetiva? c) sabendo-se que a potência necessária da bomba aumenta com o aumento da velocidade na tubulação, qual a conseqüência em relação à potência da bomba a ser utilizada, se adotado o diâmetro de 450 mm? . TEOREMA DE BERNOULLI O Teorema de Bernoulli refere-se ao princípio da conservação da energia. Assim, para o escoamento indicado no esquema seguinte tem- se: Z1 Z2 Referência No conduto com fluido em escoamento, identificam-se três formas de energia: • de posição (potencial) = mgz, metro; A - Área da seção W - quantidade de fluido escoado γ - peso específico A2 1 2 • de pressão (piezométrica) = pressão/γ = h, metro; • cinética (velocidade) = mv2/2, metro. Considerando-se uma quantidade de massa que se desloca do ponto 1 para o ponto 2, tem-se: v1 - velocidade 1 v2 - velocidade 2 ponto 1 p1 - pressão 1 ponto 2 p2 - pressão 2 vol1 - volume 1 vol2 - volume 2 Pelo Teorema de Bernoulli: as diferentes formas de energia se convertem e o somatório das mesmas mantém-se constante. Assim, =++ 111 2 1 2 mgzvolp mv 222 2 2 2 mgzvolp mv ++ Como: ρ = m/vol; γ = peso/vol = ρg; peso = mg e considerando- se fluido perfeito, =++ 1 1 2 1 2 zpeso pesopvvol γ ρ 2 2 2 2 2 zpeso pesopvvol ++ γ ρ ⇒ =++ 1 1 2 1 2 zpeso pesopvpeso γγ ρ 2 2 2 2 2 zpeso pesopvpeso ++ γγ ρ , ou, =++ 1 1 2 1 2 z p g v γ 2 2 2 2 2 z p g v ++ γ ← Tratando-se de fluido real , no deslocamento do fluido de um ponto a outro ocorre dissipação de energia, com transferência de calor para o fluido e para o ambiente externo à tubulação, devido ao atrito interno ou atrito interno mais atrito externo. Assim, a expressão fica: =++ 1 1 2 1 2 z p g v γ +++ 2 2 2 2 2 z p g v γ hf em que, hf = energia dissipada ou perda de carga; e todas as formas de energia da equação podem ser expressas em metro de coluna do fluido. Expressão do Teorema de Bernoulli para fluido perfeito Exercício 2. Uma tubulação possui 75 mm de diâmetro no ponto 1 e reduz- se para 70 mm no ponto 2. Sendo a vazão de água 21 m3/h e com as demais informações no esquema apresentado, calcular a perda de carga e indicar o sentido do fluxo. Exercício 3. Com os dados para os pontos 1 e 2, considerando-se que não ocorre perda de carga, calcular a vazão de água em L/s. 100 cm2 0,5 kgf/cm2 1 50 cm2 2 3,38 kgf/cm2 100 m Exercício 4. Uma barragem (nível constante) possui uma canalização de 250 mm de diâmetro que se reduz para 125 mm. A água sai para a atmosfera em forma de jato e a vazão é 105 L/s. Calcular: a) a pressão no ponto 1; b) H. 1 Exercício 5. Uma tubulação apresenta uma seção contraída, onde a pressão é 1 atm. A 3 metros acima a pressão é 21 psi. Calcular a vazão da água na tubulação, sendo desprezível a perda de carga. .1 .2 2 kgf/cm 2 25 m c.a. 70 m 35 m 20 m 2 H 150 mm P = 21 psi 75mm P = 1 atm Exercício 6. Calcular o número de Reynolds no interior de uma tubulação de 75mm de diâmetro interno que conduz água a uma temperatura de 200C (ν = 1,003x 10-6 m2/s) com velocidade média de 1,2 m/s. Exercício 7. A água com υ = 1,01 x 10-6 m2/s escoa num tubo de 50 mm de diâmetro. Calcule a vazão máxima para que o regime de escoamento seja laminar. Exercício 8. Qual a vazão de água (em litros por segundo) circulando através de um tubo de 50 mm de diâmetro, considerando a velocidade da água como sendo 4 m/s? Lembre-se que 1 m3 = 1000 litros Qual a velocidade da água que escoa em um duto de 100 mm se a vazão é de 2 litros/s? Exercício 9. Um microtubo possui diâmetro = 0,5 mm e nele a vazão é 2 L/hora. Considerando-se a viscosidade cinemática da água = 10-6 m2 s-1, classificar o regime de escoamento. Exercício 10. 50 litros/s escoam no interior de uma tubulação de 8”. Esta tubulação, de ferro fundido, sofre uma redução de diâmetro e passa para 6”. Calcule a velocidade nos dois trechos e verifique se ela está dentro dos padrões (v < 2,5 m/s). Dado: 1’’ = 2,54cm. 3 m Exercício 11. O que significa atrito externo. Em um regime de escoamento cujo número de Reynolds é 40.000, qual a sua importância, comparando−o com o atrito interno. Exercício 12.Utilize os valores da tabela para calcular o valor do número de Reynolds no interior de uma tubulação, de 100mm de diâmetro interno,que conduz água a com velocidade média de 1,5m/s, quando a temperatura passa, sucessivamente, de 10oC para 20oC e para 40oC.
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