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MILEK, C. M. - Da Ação

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Ação 
 
 
17 de agosto de 2015 
 
A Constituição Federal garante o direito de ação como um meio de acesso à justiça. Dentre as 
tantas definições de ação encontradas na doutrina do direito processual a mais difundida delas é a 
que define ação como um direito subjetivo constitucional, abstrato, incondicional de exigir do Estado 
uma tutela. Porém, para entender bem o que é ação se fazem necessárias algumas considerações. 
Em primeiro lugar, é preciso saber diferenciar o direito objetivo e o direito subjetivo. Direito 
objetivo é tido como as regras gerais de conduta que regulam o relacionamento de pessoas com 
coisas, pessoas com pessoas e etc., ou seja, é uma regra que vigora para todos. Já o direito 
subjetivo é aquele que vigora para o sujeito que é o titular do direito13, nada mais é do que uma 
situação jurídica, um status de vantagem14. 
Partindo dessa ideia, pode se dizer o direito de propriedade é um direito subjetivo. Isso porque 
o requisito principal para se ter o direito de propriedade é ser titular, ter o que chamamos de animus 
domini que caracteriza uma situação de direito. Para que se tenha a propriedade plena é preciso 
que se tenha a propriedade e a posse do bem. O direito subjetivo então é uma mera situação jurídica 
que depende da existência de direito objetivo que o relacione. 
A pretensão que é a exigibilidade do direito é um elemento de caráter indispensável da ação. 
Essa pretensão só existe se houver risco ou violação da situação jurídica da qual o indivíduo é titular, 
mas a exigibilidade do direito limita-se a vontade da outra parte, desse ponto de vista a pretensão se 
assemelha muito ao processo de conhecimento. Juridicamente a pretensão ainda não é ação15 e é 
somente quando essa pretensão é resistida que nasce um conflito de interesses e posteriormente 
um litígio. 
Caracterizado o litígio se dá o direito de agir e agir para a satisfação de um direito. Em regra 
geral, essa realização ou satisfação é uma ação de direito material (demanda) que se alcança por 
meio de uma ação de direito processual, sendo que na ação processual se verifica a procedência ou 
não procedência do pedido16 e na inércia do interessado acontece a prescrição. 
 
13 Muitas vezes o conceito de direito subjetivo é definido como Facultas Agendi (faculdade de agir) porém, não é difícil de se 
observar que a facultas agendi é uma consequência do direito subjetivo. Ou seja, se eu sou titular de um direito, logo eu tenho a 
faculdade de agir. 
14 Do latim, Situ 
15 “Quem pretende não age” – Pontes de Miranda 
16 Cabe a observação aqui que existe um erro muito comum nas sentenças judiciais onde o magistrado julga como procedente a 
ação. A ação é um direito positivado na constituição no art. 5º e, portanto, sempre é procedente. 
Após dito isto, podemos dizer que a ação é o exercício de um direito subjetivo constitucional 
de exigir do Estado uma tutela. Sendo que, a ação processual tem como conteúdo a ação de direito 
material que chamamos de demanda e a ação de direito material tem como conteúdo a pretensão 
resistida.

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