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Manejo de Animais de Laboratório

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Manejo de Animais de Laboratório 
Definição: 
São aqueles criados e produzidos sob condições 
ideais e mantidos em ambiente controlado (sem 
variações extremas) com conhecimento e 
acompanhamento microbiológico e genético 
seguros. 
 
Tipos animais de laboratório: 
 Animais convencionais: 
 
 → Ratos (Rattus norvegicus) 
 
 → Camundongo (Mus musculus) 
 
 
 → Lagomorfo: coelho (Oryctolagus 
 cuniculus) 
 
 → Cobaia (Cavia porcellus) 
 
 → Hamster (Mesocrisetus auratus) 
 
• Primeiro mamífero para pesquisa, 
• Utilizado como modelo em estudos como 
transplante de órgãos e ósseo, diabetes, 
distúrbios psiquiátricos, comportamentais, 
doenças cdvs e cirurgia. 
• Inteligentes, dóceis, fácil criação, manipulação 
e adaptação 
 
• Dóceis, fácil manipulação, facilidade 
reprodutiva, curto ciclo de vida, pequenos e de 
fácil manutenção. 
• Genética mais conhecido. 
• Estudos em diversas áreas da Ciência, como 
Nutrição, Genética, Imunologia, Farmacologia, 
Embriologia, entre outras. 
Classificação dos Animais: 
- A classificação dos animais é de acordo com o 
status sanitário que apresentam: 
Gnotobióticos – Possuem uma microbiota 
associada conhecida. 
Germ-free – Animais totalmente isentos de 
germes. 
Specific patogen free (SPF) – Animais que são 
isentos de agentes patogênicos específicos. 
Animais convencionais – são aqueles animais 
que possuem Microbiota indefinida. 
Fatores que afetam o bem estar de animais 
de laboratório: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Características biológicas: 
 Esteriotipias: Comportamentos repetidos de 
padrão simples, como movimentos em círculos ou 
pulos constantes na gaiola, que parecem não ter 
sentido e são típicos de animais alojados 
isoladamente 
 Hierarquia social: 
- Ratos e camundongos apreciam o convívio em 
grupo. 
- A inserção ou a retirada de animais de uma 
gaiola envolve um esforço adicional para o 
restabelecimento de novos grupos 
- Cada animal tem seu papel como dominantes 
ou dominados 
 Agressividade: 
- Machos brigam mais que fêmeas 
D
Nutrição Experimental 
- Machos reprodutores podem brigar se 
originados de gaiolas distintas e forem 
agrupados. 
- Situações de superpopulação→ brigas por 
território 
 Postura de pé: 
- Explorar o ambiente e lutar (forma de brincar). 
- Importante que as grades das gaiolas sejam 
altas, para permitir que os ratos observem fora da 
gaiola. 
- Facilita a cobertura da fêmea pelo macho 
durante o acasalamento. 
 
 
 Coprafagia: 
- Ingestão das próprias fezes 
- Pode interferir em resultados de efeito de dieta 
- Dietas deficientes podem induzir a prática 
 Produção de ultrassons: 
- Variação considerável na audição de altas e 
baixas frequências 
- Captação de frequências de som mais 
elevadas do que as captadas pelos ouvidos 
humanos 
 Homeotermia: 
- Capacidade de ajustar a própria temperatura 
→ variando sua taxa metabólica 
- Variações bruscas de temperatura e umidade 
→ estresse, queda de resistência e ↑ infecções, 
acarretando problemas respiratórios. 
- Cauda tem papel de termorregulação 
 Longas vibrissas: 
- Receptores tácteis → detectar a presença de 
objetos, mesmo sem odor. 
- Permitem orientá-lo na escuridão. 
 
 
 
 Impossibilidade de vômito: 
- As duas regiões do estômago (grande porção 
aglandular ou estômago anterior, e porção 
glandular) são separadas por uma prega 
limitante. 
- Facilita gavagem 
 Hábito de limpeza (grooming): 
- Distribuição de secreção oleosa produzida pelas 
glândulas da pele 
- Mantém a pelagem limpa e com brilho 
- A falta desse hábito indica que o animal está 
apresentando algum problema 
 Cromodacriorreia: 
- Secreção de um pigmento de coloração 
avermelhada nos olhos e no nariz. 
- Indica sofrimento ou estresse. 
- Causas: amônia, falta da ventilação ambiental 
ou liberação de gases produzidos por produtos 
de limpeza. 
 
 
 
 Barbeamento: 
- Comportamento dominante → causado por 
excesso de animais na gaiola, idade, desmame e 
dieta Barbeamento. 
 
 
 
Reprodução: 
- Ciclo estral – 4 a 5 dias: 
 Proestro: 
- Duração de 12 horas 
- Pequena tumefação na vulva e a mucosa fica 
ressecada. 
 Estro: 
- Duração de 12 horas. 
- Tumefação máxima da vulva. 
 Metaestro I: 
- Mestaestro I – Duração de 15 horas e ↓ 
tumefação com observação de massa caseosa 
na vagina. 
- Metaestro II – Duração de 6 horas e vulva volta 
ao normal. Mucosa vaginal apresenta-se úmida. 
 Diestro: 
Nutrição Experimental 
- Duração de 57 horas vulva continua normal. 
Mucosa vaginal apresenta-se úmida. 
Comportamento materno 
 - Fêmeas defendem seus filhotes 
 com tenacidade. 
 - Amamentação 18h/dia na 
 primeira semana de nasci- 
 -mento. 
 - Lamber os filhotes→ estimula 
 funções digestivas. 
 - Ratos lambidos → adultos mais 
 tranquilos, menos medrosos e 
 menos estressados. 
 - Manuseio dos neonatos deve 
 ser rápido e com cautela → 
 evitar que a mãe diminua os 
 cuidados e deixe de lambê-los. 
- Mãe carrega os filhos de um lado para outro → 
encontrar espaço seguro. 
- Canibalismo→ Neonatos fracos, natimortos ou 
mortos. Servem de fonte proteica. 
Perfil de desenvolvimento 
 Camundongo: 
 - Olhos fechados, cor 
 vermelho-sangue, presença 
 de leite no estômago, 
 vibrissas, orelhas fechadas. 
 Para animais black, a 
coloração é escura, e os machos apresentam 
ponto escuro entre o ânus e o aparelho genital. 
 - As orelhas começam a se 
 descolar da cabeça. 
 
 
 - Presença de pelagem fina 
 em maior quantidade na 
 região dorsal. 
 
 - Dentes incisivos inferiores 
 visíveis. 
 
 
 - Começam a consumir alimen- 
 -tos sólidos, mas a amamenta- 
 -ção ainda é a principal fonte 
 de alimentação. 
 Ratos: 
 - Olhos fechados, cor verme- 
 -lho-sangue, presença de leite 
 no estômago, vibrissas, ore- 
 -lhas fechadas. Para animais 
 black, a coloração é escura. 
 - As orelhas começam a se 
 descolar da cabeça 
 
 
 
 - Presença de pelagem fina em 
 maior quantidade na região 
 dorsal 
 
 - Dentes incisivos inferiores visí- 
 -veis e os incisivos superiores 
 começam a apontar 
 
 - Começam a consumir 
 alimentos sólidos, mas a ama- 
 -mentação ainda é a princi- 
 -pal fonte de alimentação. 
 
Desmamedos animais 
- Aos 21 dias de vida – desmamar os filhotes de 
cada casal separadamente. 
- Colocar machos e fêmeas em gaiolas 
separadas. 
Nutrição Experimental 
- Colocar uma ficha de registro para cada gaiola 
com os dados: linhagem, data de nascimento, 
data de desmame, quantidade de animais, sexo 
e responsáveis. 
Sexagem pós nascimento 
• Distância ano-genital 
• Bolsa escrotal 
• Visualização de mamas 
 
 
 
 
- Figura 5. A) Neonatos de camundongos com 
um dia de vida: macho à esquerda e fêmea à 
direita; B) Camundongos recém-desmamados. 
Macho à esquerda e fêmea à direita. 
- Parâmetros biológicos, fisiológicos e 
reprodutivos: 
Parâmetro Rato Camundongo 
Peso ao 
nascer 
6 – g 1 – 2 g 
Peso ao 
desmame 
45 – 60 g 10 – 15 g 
Peso adulto 
(f) 
350 – 500 g 25 – 50 g 
Peso adulto 
(f) 
250 – 350 g 25 – 45 g 
Adulto jovem 8 semanas 6 semanas 
Período de 
gestação 
20 – 22 dias 19 – 21 dias 
Desmame 21 dias 19 – 28 dias 
 
- Idade dos ratos x Idade humana: 
Idade em meses Idade do humano em 
anos 
6 meses 18 anos 
12 meses 30 anos 
18 meses 45 anos 
24 meses 60 anos 
30 meses 75 anos 
36 meses 90 anos 
42 meses 105 anos 
45 meses 113 anos 
48 meses 120 anos 
 
Consumo de água e ração 
 Rato Camundongo 
Água ingerida 10 a 20 
mL/dia 
3 a 7 mL/dia 
Ração 
ingerida 
10 a 20 g/dia 4 a 5 g/dia 
Vias de administração de substâncias 
Administração subcutânea: 
- Frequentemente utilizada; 
- A punção é no sentido do pelo nomeio da 
prega do animal; 
- Velocidade da absorção é inferior em 
comparação às vias intraperitoneais e 
intramusculares. 
Figura 14. A) Inoculação subcutânea na região 
da pele do pescoço; B) Inoculação subcutânea 
na região do flanco. 
Administração intramuscular: 
- Pode ser dolorosa devido as fibras musculares 
estarem sob tensão 
- Local escolhido poderá ter menos danos as 
terminações nervosas 
- Se múltiplas doses → inflamação e sequelas 
Figura 15. Inoculação intramuscular 
Administração endovenosa: 
- Substância diretamente na corrente sanguínea 
- Podem ser administradas soluções com pH alto 
ou baixo 
- São absorvidas mais rapidamente. 
- A administração é lenta evitando-se que a 
solução extravase para fora da veia. 
- Essa técnica, apesar de parecer simples, exige 
conhecimento e habilidade do operador. 
 
 
 
 
 
 
Figura 16. A) Inoculação 
endovenosa na cauda 
do camundongo; B) 
Inoculação endovenosa 
na cauda do rato. 
Nutrição Experimental 
Administração intraperitoneal: 
- Primeira escolha. 
- Risco de puncionar o TGI. 
- Não indicadas para múltiplas aplicações→ 
peritonite. 
- Absorção por circulação sistêmica e portal. 
- Inclinar a cabeça do animal para baixo → 
acomodar os órgãos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 17. A) O quadrante inferior esquerdo (3) é 
a melhor área para aplicar a injeção 
intraperitoneal; B) Injeção intraperitoneal em rato; 
C) Injeção intraperitoneal em camundongo. 
Administração intradérmica: 
- Normalmente não recomendada 
Animal anestesiado 
↓ 
Realiza-se a tricotomia do local da administração 
↓ 
A pele do animal é esticada com o dedo 
polegar ou indicador, e a agulha inserida logo 
abaixo da camada superficial da epiderme 
↓ 
A administração é constatada pela formação de 
uma bolha 
 
 
 
Administração intranasal: 
- O animal deve ser levemente anestesiado e 
manualmente contido 
Cabeça elevada 
↓ 
A ponta da pipeta é colocada nas narinas 
externas 
↓ 
A solução é passada lentamente para as narinas. 
 
 
 
 
 
Gavagem de substâncias 
- A agulha ponta-bola é usada para evitar danos 
ao esôfago 
- Vantagem de administrar substâncias em 
intervalos de tempo e quantidades exatas 
Coleta de sangue 
Escolha da técnica: 
 - espécie; tamanho do animal; tipo de amostra 
necessária (soro, plasma, células inteiras); 
qualidade da amostra necessária (esterilidade, 
contaminação de fluídos, tecidos); quantidade 
de sangue necessária; frequência de 
amostragem; estado de saúde do animal; 
formação e experiência do operador; efeito da 
contenção ou anestesia sobre o parâmetro 
arterial medido. 
Retro orbital: 
- Não recomendável → risco de cegueira 
- O animal deve estar anestesiado e 
manualmente contido 
- Gira-se o tubo capilar no canto do olho, sob o 
globo ocular. 
 
Nutrição Experimental 
Figura 20. A) Anestésico oftálmico; B) Coleta de 
sangue via retro-orbitral. 
Veia caudal: 
- Animal contido ou anestesiado 
- Cauda deve ser aquecida → Vasodilatação 
- Utilizado principalmente para aferição de 
glicemia → pique com uma agulha 
Figura 23. A e B) Coleta de sangue a veia caudal 
do rato. 
Mandibular - Veia facial: 
- Limitada a camundongos adultos 
- Não é recomendado o uso de anestesia 
- Dependendo da necessidade do experimento, 
podem-se utilizar agulhas de vários calibres para 
controlar a quantidade de sangue coletado 
Figura 21. Coleta de sangue na veia facial do 
camundongo. 
Veia safena: 
- Utiliza-se anestésico; 
- Perfura-se a veia safena com uma agulha; 
- O volume de sangue obtido é de pequeno a 
médio. 
 
 
 
 
Punção cardíaca: 
- Obtém-se boa quantidade de sangre (venoso e 
arterial); 
- Uso de anestesia profunda; 
- Desliza-se o dedo polegar sobre o tronco do 
animal, até não ser mais possível sentir a 
cartilagem xifoide; 
- Introdução da agulha em um ângulo de 45° 
com uma leve inclinação para a esquerda; 
- O sangue flui sozinho. 
 
 
 
 
 
 
Figura 24. A) Punição cardíaca em rato; B) 
Localização do coração no rato. 
Punção da aorta abdominal: 
- Animal em anestesia profunda 
- Os órgãos da região do abdome são afastados 
para o lado→ localizar a veia. 
- Coloca-se a agulha com delicadeza na veia 
puxando-a devagar. 
 
 
 
Analgesia e Anestesia em animais de laboratório 
- Protocolos eficientes garante o refinamento dos 
projetos de pesquisa ↓ angústia, dor e o 
sofrimento animal 
✓ Qual é a duração e a profundidade da anestesia 
desejada? 
✓ Qual é o grau de analgesia produzido? 
✓ A qualidade da anestesia é satisfatória? 
✓ Há interações específicas com o protocolo experimental? 
✓ Existem requisitos legais e/ou regulamento para controle de 
narcóticos? 
✓ É uma técnica de fácil realização? 
✓ É confiável e reprodutível? 
✓ É reversível? 
✓ O operador está familiarizado com a técnica? 
✓ Qual é o custo do procedimento? 
✓ Todos os agentes químicos relacionados com a técnica 
estão disponíveis? 
Nutrição Experimental 
Volumes aproximados para a fluidoterapia em 
ratos e camundongos: 
Espécie Subcutânea 
(mL) 
Intraperitoneal 
(mL) 
Ratos – 200 g 5 5 
Camundongo – 30 
g 
1 – 2 2 
 
Anestésicos recomendados para ratos: 
Droga dosagem Observações 
Acepromazina 2,5 mg/kg 
IM/IP 
Sedação 
Atropia 0,05 mg/kg 
IP/SC 
Parassimpatolítico 
Diazepan 2,5-5,0 mg/kg 
IM/IP 
Sedação 
Cetamina 50-100 mg/kg 
IM/IP 
Sedação/imobilização 
Medetomidine 0,03-0,1 
mg/kg IP/SC 
Sedação/analgesia 
leve 
Midazolan 5 mg/kg IP Sedação 
Xilazina 1-5 mg/kg 
IM/IP 
Sedação/analgesia 
leve 
Fonte: Adaptado de Sharp. Legenda: IM – 
intramuscular; IP – intraperitoneal; SC – subcutânea. 
Anestésicos recomendados para camundongos 
Droga Dosagem Observações 
Acepromazina 2,5 mg/kg IP/SC Sedação leve 
Atropina 0,04 mg/kg IP/SC Anticolinérgico 
Diazepan 5,0 mg/kg IM/IP Sedação leve 
Cetamina 100-200 mg/kg IM Sedação profunda 
Analgesia leve a 
moderada 
Medetomidine 30-100 g/kg IP/SC Sedação leve a 
moderada 
Midazolan 5 mg/kg IP Sedação leve a 
moderada 
Xilazina 5-10 mg/kg IP Sedação 
leve/analgesia leve a 
moderada 
Fonte: Adaptado de Flecknell. Legenda: IM – 
intramuscular; IP – intraperitoneal; SC – subcutânea. 
Analségicos recomendados para ratos: 
Categoria Agente Dosagem Duração Indicação 
Opioides Buprenorfina 0,02-0,5 
mg/kg 
SC/IV/IP 
6-12 h Dor 
moderada 
a severa 
Opioides Butorfanol 0,2-2 
mg/kg 
SC/IP2-4 h Dor 
moderada 
a severa 
Opioides Mepderidina 10-20 
mg/kg 
SC/IM 
2-3 h Dor 
moderada 
a severa 
Opioides Morfina 2-5 mg/kg 
SC 
2-4 h Dor 
moderada 
a severa 
AINES Aspirina (ácido 
acetilsalicílico) 
100 mg/kg 
VO 
4-8 h Dor leve e 
moderada 
AINES Flunixin 
meglumine 
1,1-2,5 
mg/kg 
SC/IM 
12 h Dor leve e 
moderada 
AINES Carprofeno 1,5 mg/kg 
VO 
12 h Dor leve e 
moderada 
AINES Ibuprofeno 10-30 
mg/kg VO 
4 h Dor leve e 
moderada 
AINES Acetaminofeno 
(paracetamol) 
1-2 mg/mL 
na água 
 Dor leve e 
moderada 
AINES Cetoprofeno 5 mg/kg 
VO/IM 
24 h Dor leve e 
moderada 
Fonte: Adaptado de Ness. Legenda: IM – 
Intramuscular; IP – intraperitoneal; SC – 
subcutânea; IV – intravenosa; VO – via oral. 
Analségicos recomendados para camundongos: 
Categoria Agente Dosagem Duração Indicação 
Opioides Buprenorfina 0,05-2,5 
mg/kg 
SC/IP 
6-12 h Dor 
moderada 
a severa 
Opioides Butorfanol 0,2-2 
mg/kg 
SC/IP 
2-4 h Dor 
moderada 
a severa 
Opioides Mepderidina 10-20 
mg/kg 
SC/IM 
2-3 h Dor 
moderada 
a severa 
Opioides Morfina 2-5 mg/kg 
SC 
2-4 h Dor 
moderada 
a severa 
AINES Aspirina (ácido 
acetilsalicílico) 
120 mg/kg 
VO 
4 h Dor leve a 
moderada 
AINES Flunixin Meglumine 0,3-2 
mg/kg 
VO/IM/IV 
12-24 h Dor leve e 
moderada 
AINES Carprofeno 5 mg/kg 
SC 
24 h Dor leve e 
moderada 
AINES Ibuprofeno 7-15 
mg/kg VO 
4 h Dor leve e 
moderada 
AINES Acetaminofeno 
(paracetamol) 
5 mg/kg 
VO/IM 
 Dor leve e 
moderada 
 
Manuseio para troca de Gaiolas 
- Evitar agitação e movimentos bruscos; 
- Esperar instantes para que os animais 
investiguem a mão do operador e o cheiro da 
luva; 
- Manuseio de forma gentil e firme; 
- Mãe é removida primeiro a fim de não provocar 
reações defensivas quando o ninho é retirado da 
gaiola. 
Técnicas de contenção 
 
 
 
 
 
 
Figura 9. A) Contenção de rato segurando-lhe o 
pescoço com os dedos indicador e médio; B) 
Contenção de rato envolvendo-lhe o dorso 
abaixo dos membros anteriores. 
 
Nutrição Experimental 
 
 
 
 
Figura 10. Contenção manual para ratos 
puxando-lhe toda a pele do dorso. 
Contensores artificiais 
Figura 12. A) Contensor artificial para 
camundongo; B) Contensor artificial para rato. 
Sinais potenciais associados a dor ou 
desconforto em ratos, camundongos e 
coelhos 
Sinais Rato Camundongo Coelho 
Diminuição no 
consumo de água e 
alimento 
✓ ✓ ✓ 
Perca de peso ✓ ✓ ✓ 
Isolamento social ✓ ✓ ✓ 
Automutilação, 
mordedura de 
membros 
✓ ✓ ✓ 
Respiração 
acelerada 
✓ ✓ ✓ 
Respiração com 
boca aberta 
✓ ✓ ✓ 
Respiração 
abdominal 
✓ ✓ ✓ 
 
Sinais Rato Camundongo Coelho 
Ranger de dentes ✓ ✓ 
Mordidas e agressões ✓ ✓ 
Aumento/ diminuição de 
movimentos 
✓ ✓ ✓ 
Aparência de pelagem 
(eriçada, emaranhada, 
opaca) 
✓ ✓ ✓ 
Postura anormal ✓ ✓ ✓ 
Sono agitado ✓ 
Lacrimejamento/porfirina, 
falta do reflexo de pisca 
 ✓ ✓ 
 
Sinais Rato Camundongo Coelho 
Pupilas dilatadas ✓ ✓ 
Rigidez muscular/ 
falta de tônus 
muscular 
 ✓ ✓ 
Desidratação/olhos 
fundos 
✓ ✓ ✓ 
Espasmos/tremores ✓ ✓ ✓ 
Vocalização (raro) ✓ ✓ ✓ 
Vermelhidão ou 
inchaço ao redor da 
ferida cirúrgica 
 ✓ 
Aumento da 
salivação 
 ✓ ✓ 
Eutanásia na experimentação animal 
Eutanásia, do grego “eu” – bom – e “thanatos” – 
morte –, constitui-se no modo humanitário de 
matar o animal, sem dor e com mínimo estresse. É 
a prática de causar a morte de um animal de 
maneira controlada e assistida. 
 
 
 
Critérios para a eutanásia 
- Tratar o animal com respeito; 
- Considerar o manejo pré-eutanásia baseado 
nas características comportamentais de cada 
espécie; 
- Prover a morte sem dor e sofrimento físico e 
mental; 
- Produzir imediata perda da consciência, 
seguido de parada respiratória e cardíaca e 
perda da função cerebral; 
- Ser apropriado para a espécie, idade e estado 
de saúde do animal; 
- Confirmar a morte antes do descarte do 
cadáver; 
- Envolver pessoas qualificadas e competentes 
para realizar o método de forma efetiva e 
humanitária e realizar rodízios entre profissionais; 
- Levar em consideração o impacto psicológico 
do pessoal envolvido; 
- Ser aprovado pela CEUA da instituição; 
- Basear-se na consulta de profissional(is) com 
experiência na área e nos grupos taxonômicos 
em questão, para selecionar o melhor método 
de eutanásia, particularmente, se houver pouca 
informação para a espécie animal envolvida; 
- Quando do uso de anestésicos inalatórios, 
garantir a manutenção e calibração regulares 
dos equipamentos. 
Métodos de eutanásia 
Hipóxia direta ou indireta – Agentes inalantes 
anestésicos (halotano, enflurano, sevoflurano e 
isoflurano) e gases não anestésicos (dióxido de 
carbono, nitrogênio, argônio e monóxido de 
carbono). Em ambos os casos, a eutanásia se dá 
com a administração excessiva do gás escolhido. 
 
Nutrição Experimental 
Depressão neural – Agentes que deprimem os 
neurônios cerebrais e causam inconsciência 
seguida de morte. 
 
 
Interrupção de atividade cerebral e Destruição 
de neurônios vitais – Podem ser causadas por 
concussão (trauma craniano), destruição direta 
do cérebro ou despolarização elétrica dos 
neurônios, que induz rápida inconsciência. 
Destruição dos centros que controlam as 
atividades respiratória e cardíaca. 
 
 
 
Recomendação de agentes e métodos 
de eutanásia por espécie 
Ordem Rodentia – Roedores e pequenos 
mamíferos – camundongos, ratos, hamster, gerbil, 
cobaias. 
Recomendáveis Barbitúricos intravenoso ou intraperitoneal (em 
casos excepcionais quando da impossibilidade 
de administração intravenosa) 
 Anestésicos gerais intravenosos (exemplos 
propofol) 
 Anestésicos inalatórios (e. g. insofluorano) 
 Sobredosagem da associação dissociativos (e. 
g. cetamina) e agonistas de adrenorreceptores 
alfa-2 (e. g. xilazina) administrada pelas vias 
intravenosa, intramuscular ou intraperitnal (em 
casos quando da impossibilidade de 
administração intravenosa) 
 Após a perca do reflexo correal, os métodos 
acima podem ser complementados por cloreto 
de potássio associado ou não a bloqueador 
neuromuscular, ambos por via intravenosa 
 
Aceitos com 
restrição 
CO², desde que sejam seguidas as 
recomendações desta diretriz referentes ao 
item 8.1.1.2 
 Deslocamento cervical (ratos <150g, 
camundongos) 
 Decapitação com equipamentos comerciais 
de uso especifico tipo guilhotina (lâminas e 
tesouras afiadas apenas em neonatos). 
 Micro-ondas específicos para esta finalidade 
(não é aceito micro-ondas de uso doméstico) 
 Congelamento rápido ou nitrogênio líquido 
para fetos e neonatos de ratos e camundongos 
 Atordoamento, seguido de exsanguinação 
(apenas em animais silvestres em situações de 
campo) 
 
Inaceitáveis Éter, clorofórmio, nitrogênio, argônio e outros 
métodos não descritos nesta diretriz. 
 
 
 
Eutanásia de fetos e neonatos de ratos e 
camundongos 
Fetos 
Até 15 dias de 
idade 
O animal ainda está no útero e, 
portanto, ainda não respirou. Nessa fase, 
como não têm percepção da dor, a 
eutanásia da mãe, privando-os de 
aporte sanguíneo, assegura a eutanásia. 
15 dias até o 
nascimento 
Se os animais forem expostos ao 
ambiente extrauterino e, portanto, 
respirarem, a eutanásia deve ser por 
método físico, como a decapitação 
com tesoura cirúrgica. Caso o útero e os 
sacos amnióticos estejam intactos, 
significa que o animal não respirou. 
Assim, a simples retirada do útero 
ocasiona a parada brusca de 
oxigenação para os fetos, resultando em 
sua morte. 
 
Neonatos 
Até 10 dias de 
idade 
Injeção de anestésicos químicos e 
métodos físicos são aceitáveis. Nessa 
fase, são sensíveis aos anestésicos 
inalatórios, embora a exposição 
prolongada possa ser necessária, sendo 
recomendado um método secundário 
físico para garantir a morte. Se 
necessária a imersão em nitrogênio 
líquido ou um método defixação/perfusão, o animal deverá ser 
anestesiado 
Mais de 10 dias 
de idade 
Seguir as recomendações de eutanásia 
para animais adultos da mesma espécie. 
Fonte: adaptado de National Institute of Health. 
Regras para o trabalho seguro em 
biotérios de criação de animais 
- Não somente técnicos devem ter consciência 
dos perigos e serem treinados, mas todos os 
pesquisadores. 
- Éter pode causar dor de cabeça, cansaço e 
irritabilidade e apresentar peróxidos explosivos→ 
substituir. 
- Lavagem das mãos e uso dos EPI’s são 
indispensáveis. 
- Ferimentos na pele devem ser devidamente 
protegidos. 
- Fumar, comer ou beber é terminantemente 
proibido. 
- Necropsias de animais infectados com 
microorganismos contagiosos devem ser feitas 
em ambiente ventilado e posterior incineração. 
- Gaiolas, equipamentos e superfícies devem ser 
corretamente higienizados. 
- Biotérios devem ter equipamentos de segurança 
e treinamento de primeiros socorros. 
- Todos que trabalham no biotério devem 
manipular todas as espécies com segurança. 
 
Nutrição Experimental

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