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GESTÃO FINANCEIRA E GESTÃO DE PROCESSOS ADMINISTRATIVOS

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 CAPÍTULO 01
O FINANCIAMENTO DA EDUCAÇÃO
Apresentação do Módulo ______________________________________ 11
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Histórico do Financiamento da Educação no Brasil ______________
O Financiamento da Educação Dispostos em Lei _________________
 CAPÍTULO 02
INSTITUIÇÕES AUXILIARES
Constitucionalização da Educação e a Participação da População 
do Financiamento da Educação ________________________________ 33
27Recapitulando ________________________________________________
18Projetos Educacionais e seus Financiamentos __________________
38
Instituições Auxiliares na Escola – APM, Conselho de Escola e 
Conselho Participativo de Classe e Série _______________________
Recapitulando _________________________________________________ 48
 CAPÍTULO 03
RESPONSABILIDADE FISCAL
Licitações, Assembleias e Prestação de Contas _________________ 53
CACS – Conselhos de Acompanhamento e Controle Social – (Con-
selho Municipal de Educação e Conselho do Fundeb) ___________ 60
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Recapitulando __________________________________________________ 67
Fechando a Unidade ____________________________________________ 73
Referências _____________________________________________________ 76
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O financiamento da educação no Brasil tem como “carro-chefe” 
o Fundeb- Fundo disposto pela Constituição Federal art. 212. O Fundo 
de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valori-
zação dos Profissionais da Educação – Fundeb é o maior fundo para 
arrecadação de verbas para o ensino básico provindo dos impostos da 
União, estados e municípios. 
Paralelamente ao Fundeb, dispomos ainda em nosso país, de 
vários Programas para complementação das verbas, como por exemplo, 
o PDDE- Programa Dinheiro Direto da Escola, que garante mais autono-
mia na utilização dos recursos financeiros, já que o dinheiro deve ter apli-
cação pela APM – Associação de Pais e Mestres da escola, e prestado 
contas pela mesma instituição, juntamente com o diretor de escola.
A Constituição Federal e o próprio processo de democratiza-
ção da sociedade brasileira garantiu, como analisaremos nesse módu-
lo, maior autonomia nos gastos públicos e nas decisões pela sociedade 
civil, para tanto, foram criados diversos mecanismos de controle social 
Nacionais, Estaduais e Municipais.
Atualmente, no âmbito educacional, dispomos em nossos mu-
nicípios do Conselho Municipal de Educação, que visa garantir e acom-
panhar as questões pedagógicas das escolas, Conselho do Fundeb – 
CACS de acompanhamento social que garante que os recursos federais, 
estaduais e municipais sejam devidamente aplicados na educação e o 
Conselho de Alimentação Escolar – CAE, responsável por acompanhar e 
monitorar os recursos federais repassados pelo FNDE para a alimentação 
escolar e garantir boas práticas de sanitárias e de higiene dos alimentos.
Nas unidades escolares, com o advento da gestão democráti-
ca das escolas públicas, também se amplia o organograma da escola, 
surgindo diversas instituições auxiliares que garantem maior autonomia 
e personificação dos objetivos escolares, estudados nesse módulo pelo 
Conselho de Escola, Conselho de Classe e Série Participativo, Grêmio 
Estudantil e Associação de Pais e Mestres.
Todos os meios de participação e controle estudados garantem 
que a gestão democrática da escola pública seja efetivamente alcança-
da, no entanto, é também responsabilidade, tanto da gestão da escola, 
como de alguns dos órgãos apontados nos parágrafos acima, a presta-
ção de contas à União, assunto a ser tratado no último capítulo desse 
módulo, essencial e que garante os repasses de verbas da União.
Esperamos que os futuros gestores, ao estudarem esse mó-
dulo, estejam preparados para atuar nas escolas, de modo a garantir 
a autonomia e democracia dos órgãos auxiliares da escola, bem como 
informados das suas responsabilidades em relação as prestações de 
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contas, função primordial de um bom gestor.
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HISTÓRICO DO FINANCIAMENTO DA EDUCAÇÃO NO BRASIL
No Brasil colônia os responsáveis pela educação pública no 
país eram os jesuítas, no entanto, no século XVIII, quando foram expul-
sos, o governo de Portugal se responsabilizou pela educação no Brasil. 
O Governo de Portugal financiava a educação na colônia por meio de 
um tributo denominado: “Subsídio Literário” (BRASIL, 2006).
A Constituição Brasileira de 1934 fixou a obrigatoriedade de 
um Plano Nacional de Educação que contemplasse todas as modali-
dades de ensino, bem como orientasse e fiscalizasse sua efetivação, 
também por esse dispositivo legal ficou estabelecido que a União desti-
nasse 10% de seus impostos para a educação, os Estados e o Distrito 
O FINANCIAMENTO DA EDUCAÇÃO
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Federal 20% e para o ensino das zonas rurais a União destinaria 20% 
das cotas anuais de educação. 
Em 1946, a Carta Magna estabeleceu que a União fizesse o 
repasse por ano, nunca menos de 10%, os Estados, o Distrito Federal e 
os Municípios nunca menos de 20% da renda resultante dos impostos 
na manutenção e desenvolvimento do ensino (BRASIL, 2006). 
Com a LDB de 1961 as porcentagens foram alteradas para que 
a União repassasse 12% das suas arrecadações, enquanto os Estados, 
o Distrito Federal e os municípios 20%, nesse período também foi ela-
borado o Plano de Educação para o período de 1962 -1970. 
Segundo Callegari (2008) com o “golpe militar” houve o en-
fraquecimento dos governos estaduais e municipais nas decisões. O 
governo de 1964 tinha foco o autoritarismo que foi reproduzido pelas 
secretarias e órgãos da educação de estados e municípios, contribuin-
do para a ineficiência da gestão educacional do país. 
Conforme Callegari (2008) a Emenda Constitucional de 1969 
que referia-se à vinculação de financiamento limitou-se aos municípios 
e a União, que já não vinha cumprindo com o disposto da antiga LDB, 
ficou desobrigada a cumpri-la, essa emenda pode ser considerada um 
caos para o financiamento da educação brasileira na época.
Somente em 1983 com a Emenda Calmon voltou-se a prever 
a aplicação de 13% pela União e 20% pelos Estados, Distrito Federal e 
Municípios da receita proveniente de impostos na manutenção e desen-
volvimento do ensino (CALLEGARI, 2008). 
Atualmente os dispositivos legais que garantem o repasse de 
verbas são: a Constituição Federal de 1988, que obriga a União a apli-
car no mínimo 18% e os estados e municípios nunca menos que 25%de 
receita de seus impostos e a LDBEN 9394/96, que garantem a divisão 
das competências e responsabilidades entre a União, os Estados e os 
Municípios (BRASIL, 1996). 
Em 1996 foi criado o FUNDEF – Fundo Nacional de Desen-
volvimento do Ensino Fundamental, que vigorou entre 1998-2006 que 
regulamentou a distribuição da receita arrecadada pelos municípios e 
estados de impostos para o desenvolvimento do ensino fundamental, 
no entanto, esse fundo cuidou apenas para a distribuição de 15% dos 
recursos arrecadados distribuídos por número de matriculas no ensino 
fundamental.(DAVIES, 2006). 
Segundo Davies (2006), o FUNDEF foi um mecanismo para 
estimulo da municipalização, já que os municípios não queriam deixar 
a parcela de suas receitas. Como resultado dessa política, contudo, 
ocorreram dificuldades financeiras nas outras modalidades de ensino, 
pois, esse fundo era exclusivo para o ensino fundamental. Nesse tem-
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po, houve um avanço no atendimento do ensino fundamental, porém, 
dados do Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB) de 1995 
a 2005, mostraram baixo rendimento dos alunos, ou seja, a quantidade 
de alunos na escola não seguiu com mesma equidade.
Excedido o prazo do FUNDEF, criou-se o Fundo Nacional de 
Desenvolvimento da Educação Básica – FUNDEB com prazo de 14 
anos, a principal alteração realizada para suprir os problemas do antigo 
fundo foi que os recursos são distribuídos pelo numero de alunos no 
ensino básico. (MEC, 2006).
Outra modificação do FUNDEB foi o aumento dos impostos 
para compor esse fundo, acrescentando-se como exemplo o IPVA e 
Imposto sobre Renda e cota parte de 50% do Imposto Territorial Rural, 
conhecido como ITR devido aos municípios que impulsionaram o finan-
ciamento educacional (MEC, 2006).
Os recursos do FUNDEB de cada estado são repartidos na pro-
porção das matriculas na educação básica das redes de ensino estaduais 
e municipais. Em cada Estado, proporcionalmente às respectivas matrí-
culas são obtidas pelo Censo Escolar, portanto é de responsabilidade do 
gestor manter sempre atualizado o sistema de matrículas (BRASIL, 2007). 
Além do FUNDEB o governo federal financia também programas 
nacionais para as escolas públicas de educação básica conforme seguem: 
• Programa Dinheiro Direto na Escola – PDDE 
• Programa Nacional de Alimentação Escolar – PNAE
• Programa Nacional de Apoio ao Transporte Escolar – PNATE
• Programa Nacional Biblioteca da Escola – PNBE
• Programa Nacional de Saúde no Escolar 
• PNSE, Programa Nacional do Livro Didático 
• PNLD (Que estudaremos nas próximas unidades)
Tendo como base para cálculo o número de alunos matricula-
dos, tanto o antigo FUNDEF, quanto o FUNDEB, acabam produzindo 
diferenças grandes entre estados e municípios, já que algumas cidades, 
por exemplo, receberão proporcionalmente, das suas arrecadações, 
podendo gerar defasagens no financiamento, principalmente quando 
não houver complementação pela União.
Investir em Educação é investir no futuro! É tarefa de todos 
cobrar os governantes para que as medidas previstas no PNE sejam 
cumpridas e que os recursos sejam bem geridos e todas as crianças 
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e jovens tenham direito à Educação de qualidade garantido.
Nesse sentido infere-se que a educação necessita de uma 
política educacional com uma melhor distribuição, de acordo com ne-
cessidades regionais, e não com o número de alunos matriculados ou 
referentes arrecadações, seria necessário, portanto, para a melhoria da 
qualidade na educação e sua integralidade, que fossem revistas as for-
mas de distribuição do dinheiro destinado à educação (DAVIES, 2006). 
Disposto em lei, a constituição federal de 88 estabeleceu 
que a União deve aplicar na manutenção e desenvolvimento do 
ensino, no mínimo, 18%, os Estados, o DF e os municípios 25% da 
receita resultante de impostos - essa manobra resultou em prejuí-
zo aos municípios que tem baixa arrecadação.
Para promover a igualdade e equidade de ensino nas escolas 
públicas, seria necessário um valor mais adequado, o que legitimaria 
um projeto político pedagógico das escolas. 
Não há como desconsiderar que o Brasil tem umas das maio-
res economias do mundo e investe tão pouco em relação a sua arre-
cadação, que consta ainda com um dos piores índices educacionais. 
(SANTOS E VIERA, 2019).
Atualmente a maior parte do financiamento da educação 
provém do FUNBEB – Programa que prevê a distribuição do di-
nheiro de acordo com as matrículas na educação básica.
O FINANCIAMENTO DA EDUCAÇÃO DISPOSTOS EM LEI
A meta 20 do Plano Nacional de Educação (PNE) visa ampliar 
o investimento na área dos atuais 6,5% para 10% do Produto Interno 
Bruto (PIB). Entre as estratégias para atingir essa meta, está à implan-
tação do Custo Aluno Qualidade (CAQ), um parâmetro que, na prática, 
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inverte a lógica que hoje define o valor mínimo do Fundeb, porque não 
parte do valor arrecadado, mas do custo de oferta de uma Educação de 
qualidade para qualquer aluno, de qualquer local do País. Infelizmente, 
a implementação do CAQ está atrasada. 
Até junho de 2016 o governo deveria ter lançado o Custo Aluno 
Qualidade Inicial (CAQi), um parâmetro de partida que, segundo o PNE, 
deveria ser incrementado até se chegar, ao final da vigência do Plano, 
ao CAQ. (BRASIL, 2014).
Em relação às transferências obrigatórias do MEC aos entes 
federados, como a da merenda escolar, do Fundo de Manutenção e De-
senvolvimento da Educação Básica (Fundeb) e do Programa Dinheiro 
Direto na Escola, o repasse é direto, feito com base no censo escolar 
realizado no ano anterior ao do atendimento. (MEC, 2019).
O PDDE (Programa Dinheiro Direto na Escola) tem como objetivo, 
o custeio de atividades nas escolas e também pequenas manutenções e 
intervenções, como pintura, resoluções de problemas elétricos e pequenos 
investimentos. Essas práticas são executadas, no dia a dia, pelo diretor da 
escola e que, por isso, necessitam de atenção especial, principalmente por 
conta da prestação de conta realizada ao final de cada ano. (MEC, 2019).
O diretor deve se atentar, entre outras coisas, ao manual do 
PDDE, no qual é explicado como pode ser gasto o dinheiro. No PD-
DEWeb o diretor escolhe qual a porcentagem que do dinheiro que virá 
para a escola, ele poderá gastar com custeio (manutenção) e capital 
(novos produtos) e, então, garantir junto com a Associação de Pais e 
Mestres a adequada escolha e gastos.
Os estados e municípios precisam apresentar as presta-
ções de contas no prazo predeterminado para não deixar de rece-
ber nenhuma parcela dos recursos.
Atualmente o dinheiro que abastece a Educação deriva de 
duas fontes principais. A primeira, responsável por cerca de 20% do to-
tal de verbas, é o salário-educação, uma contribuição social feita pelas 
empresas ao governo, com valor correspondente a 2,5% da folha de 
pagamento anual. Os outros 80% vêm dos impostos, que são converti-
dos em orçamento municipal, estadual ou federal. O passo seguinte, o 
repasse às escolas, é regulado pela Constituição brasileira, por meio de 
uma regra pouco encontrada em outros países. É a chamada "vincula-
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ção de recursos", que determina um percentual mínimo do orçamento a 
ser investido em Educação. (MEC, 2019).
A maior parte dos recursos (cerca de 60% do total) é consumi-
da pelo pagamento de gestores, professores e funcionários. Outros 27% 
são destinados à manutenção e ao funcionamento das instituições de 
ensino, 6,6% para reformas e construções de novas escolas, 6% para os 
chamados encargos sociais (contribuições previdenciárias e trabalhistas) 
e apenas 0,4% na área de pesquisa e desenvolvimento. (MEC, 2019).
A Educação Básica fica com a maior parte do bolo - 84,5%, 
sendo 64% para o Ensino Fundamental, 13% para o Ensino Médio e 
7,5% para a Educação Infantil. O Ensino Superior fica com uma fatia de 
15,5%, no entanto, o gasto do governo com cada aluno de faculdade é, 
de longe, o mais elevado de todos os níveis de ensino. (MEC, 2019).
As opiniões costumam se dividir.De um lado, ficam os que de-
fendem que os recursos destinados à área são insuficientes - e que, se 
não houver incremento, será impossível vencer o desafio da qualidade 
do ensino. De outro, estão os que argumentam que o investimento já 
chegou a níveis suficientes - e o grande problema seria o gerenciamen-
to adequado dessa verba. Na busca de pistas para a resposta, uma 
saída possível é comparar o investimento brasileiro com o de outros 
países. Na maioria desses confrontos, o Brasil sai perdendo, indepen-
dentemente do critério adotado.
O gasto público social é um indicador, considera os gastos 
governamentais no atendimento aos chamados direitos sociais: saúde, 
saneamento, habitação, previdência e educação. Quanto maior o gasto 
da área, maior a importância relativa dela. No caso brasileiro, de cada 
100 reais investidos em políticas sociais, 16 vão para a Educação, o que 
comparado a outros países, não deixa a desejar. (MEC, 2019.
Na tentativa de diminuir as desigualdades regionais, a defini-
ção de um valor mínimo por aluno e o controle da aplicação dos re-
cursos (algumas despesas, como a remuneração dos professores, têm 
percentuais mínimos obrigatórios, que não podem ser modificados nos 
âmbitos estaduais e municipais) são os méritos do Fundeb. 
O fato é que alguns estudiosos da área argumentam que o ta-
manho da ajuda vinda da União ainda não é o suficiente para dar conta 
de garantir educação com qualidade e equidade.
PROJETOS EDUCACIONAIS E SEUS FINANCIAMENTOS
Considerando a multiplicidade que representa a educação no 
Brasil é importante implementar políticas diferenciadas para cada eta-
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pa e modalidade da educação básica, considerando as especificidades 
das diferentes regiões e públicos. Diversas são as ações desenvolvidas 
pelo MEC, com o objetivo de melhorar a qualidade da educação. Ações 
que perpassam a aprendizagem do aluno, a valorização do profissional 
de educação, a infraestrutura física e pedagógica da escola e o apoio 
aos entes federados. 
Todos os programas educacionais existentes levam em 
consideração o censo escolar, portanto, o gestor deve manter sem-
pre atualizado o sistema de matrículas e sistema do PDDEWeb.
Muitas são as ações do governo federal para se elevar o Índice 
de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Em 2007, foi criado o Pro-
grama Nacional de Reestruturação e Aquisição de Equipamentos para a 
Rede Escolar Pública de Educação Infantil (Proinfância), com o objetivo de 
prestar apoio técnico e financeiro a municípios, para construção e aquisi-
ção de equipamentos e mobiliário para creches e pré-escolas, possibilitan-
do o acesso de crianças à educação infantil da rede pública. (MEC, 2019)
Em 2011, o programa passou a fazer parte do Programa de Ace-
leração do Crescimento (PAC 2). As unidades construídas no âmbito do 
Proinfância foram dotadas de ambientes essenciais para a aprendizagem 
das crianças, como: salas de aula, sala de informática, bibliotecas, sanitá-
rios, fraldários, recreio coberto, parque, refeitório, entre outros ambientes, 
que permitem a realização de atividades pedagógicas, recreativas, es-
portivas e de alimentação, além das administrativas e de serviço, também 
por esse programa foram repassados recursos para equipar as escolas 
em fase final de construção, com itens padronizados e adequados ao 
funcionamento das creches e pré-escolas. (MEC, 2019).
Importante estratégia relativa à educação infantil foi o progra-
ma “Ação Brasil Carinhoso” que é um recurso suplementar, para os mu-
nicípios que atendem crianças de zero a 48 meses, beneficiárias em 
creches públicas ou conveniadas com o poder público. (MEC, 2019)
Outra importante ação no âmbito do Programa de Aceleração do 
Crescimento foi a construção e a cobertura de quadras esportivas esco-
lares, que teve o objetivo de melhorar a estrutura física para realização 
de atividades pedagógicas, recreativas, culturais e esportivas em escolas 
públicas de ensino fundamental e médio. A proposta atendeu a 10.116 
escolas até 2014, sendo 6.116 para construção de quadras cobertas e 
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quatro mil para cobertura de quadras já existentes. (MEC, 2019)
Com relação à alfabetização das crianças, foi lançado em 2012 
o Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa, que constitui um 
compromisso formal assumido pelos Governos Federal, do Distrito Fe-
deral, dos Estados e Municípios, de assegurar que todas as crianças 
estivessem alfabetizadas até os oito anos de idade, ao final do 3º ano 
do ensino fundamental. Envolvia um conjunto integrado de iniciativas, 
de materiais e de referências curriculares e pedagógicas, que foi dispo-
nibilizado aos entes federados. O projeto teve como eixos estruturantes: 
formação continuada de professores alfabetizadores, os quais recebe-
ram bolsas de estudo por dois anos. (MEC, 2019).
O Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE) destina recursos 
financeiros, de forma suplementar, diretamente às escolas, para serem 
empregados na aquisição de material permanente e de consumo, na re-
alização de pequenos reparos e ainda no desenvolvimento de atividades 
educacionais complementares. O PDDE reforça a autonomia escolar e o 
controle social, mediante a decisão participativa descentralizada sobre o 
emprego dos recursos por meio da APM- Associação de Pais e Mestres.
O Programa Mais Educação (PME) representa a estratégia mais 
significativa do Governo Federal para indução da agenda da educação in-
tegral em jornada ampliada. O PME visa a ampliar o tempo de permanên-
cia dos estudantes na escola e os espaços utilizados para a educação 
escolar, por meio da articulação com os equipamentos públicos e comu-
nitários, bem como ampliar as oportunidades educativas de alunos e suas 
comunidades. Há ainda recursos para complementação da alimentação 
escolar dos alunos que participam das atividades e envio de equipamentos 
às escolas, além de formação específica para professores. (MEC, 2019).
Destaca-se ainda a implementação da política de educação espe-
cial na perspectiva da educação inclusiva, uma vez que todas as iniciativas 
governamentais devem considerar a eliminação de barreiras e inclusão da 
pessoa com deficiência.De acordo com o Censo Inep, em 2012, a taxa de 
inclusão de estudantes de 4 a 17 anos público-alvo da educação especial 
em classe regular alcançou 84,3%, o que reflete a efetividade da política 
de educação especial na perspectiva da educação inclusiva. (MEC, 2019).
No âmbito da Política Nacional de Educação Especial, o Ônibus 
Escolar Acessível, ofertado pelo Programa Caminho da Escola, apresen-
ta-se como uma oportunidade para que municípios, estados e o Distrito 
Federal iniciem ou ampliem o acesso, a participação e a aprendizagem 
dos estudantes com deficiência ou mobilidade reduzida nas classes co-
muns de ensino regular, assim, como no atendimento educacional espe-
cializado, oferecido de forma complementar ou suplementar no contratur-
no escolar, garantindo a transversalidade da educação especial em todas 
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as etapas, níveis e modalidades de ensino. (MEC, 2019).
O Programa Implantação de Salas de Recursos Multifuncionais 
(SRM) apoia a organização e a oferta do Atendimento Educacional Espe-
cializado (AEE), complementar ou suplementar à escolarização de estudan-
tes, público-alvo da educação especial. As SRM dispõem de equipamen-
tos, mobiliários e materiais pedagógicos e de acessibilidade, destinados a 
atender às especificidades educacionais dos estudantes com deficiência, 
transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdota-
ção matriculadosem classes comuns do ensino regular, assegurando-lhes 
condições de acesso, participação e aprendizagem. (MEC, 2019).
O Programa Escola Acessível objetiva promover condições de 
acessibilidade ao ambiente físico, aos recursos didáticos e pedagógicos 
e à comunicação e informação nas escolas que foram contempladas pelo 
Programa Implantação de Salas de Recursos Multifuncionais. (MEC, 2019).
Com relação ao Ensino Médio, o Programa Nacional pelo For-
talecimento do Ensino Médio, lançado em 2013, tem como objetivos 
promover a valorização e a formação continuada dos professores e co-
ordenadores pedagógicos que atuam nas áreas urbanas e rurais nesse 
nível de ensino; contribuir para o aperfeiçoamento da formação dos pro-
fessores e coordenadores pedagógicos do Ensino Médio; e rediscutir e 
atualizar as práticas docentes em conformidade com as Diretrizes Cur-
riculares Nacionais do Ensino Médio (DCNEM) (MEC, 2019).
Outra importante iniciativa do Governo Federal, com vistas a 
induzir o redesenho dos currículos do Ensino Médio, é o Programa En-
sino Médio Inovador (ProEMI). O Programa apoia os estados na bus-
ca da universalização do atendimento do ensino médio, por meio da 
reestruturação do currículo escolar, ampliando o tempo na escola e a 
diversidade de práticas pedagógicas, de forma a atender às necessida-
des e expectativas dos estudantes desse nível de ensino. No campo da 
educação em tempo integral, o ProEMI articula as dimensões trabalho, 
ciência, cultura e tecnologia, conforme descrito nas Diretrizes Curricula-
res Nacionais de Ensino Médio. (MEC, 2019).
Com o objetivo melhorar a qualidade da educação do campo, 
o Governo Federal criou o Programa Nacional de Educação do Campo 
(Pronacampo), que oferece apoio técnico e financeiro aos municípios, 
estados e Distrito Federal para a implementação da política de educa-
ção do campo. As ações desenvolvidas no âmbito do Programa são 
voltadas ao acesso e a permanência na escola, à aprendizagem e à 
valorização do universo cultural das populações do campo, sendo es-
truturado em quatro eixos: Gestão e Práticas Pedagógicas; Formação 
Inicial e Continuada de Professores; Educação de Jovens e Adultos e 
Educação Profissional e Infraestrutura Física e Tecnológica. 
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Especialmente para jovens e adultos, que em suas histórias 
de vida tiveram seus direitos sociais negados, sem acesso a processos 
educacionais formais ou com trajetórias interrompidas, a oferta educa-
cional que integre a educação profissional com a educação básica na 
modalidade de educação de jovens e adultos é uma questão de direito 
a ser garantido pelo Estado Brasileiro. No que se refere à ampliação de 
oportunidades de alfabetização e escolarização a jovens e adultos, é 
importante mencionar o Programa Brasil Alfabetizado (PBA) e o Progra-
ma Nacional de Inclusão de Jovens (ProJovem) (MEC, 2019).
Destaca-se, ainda, a elaboração pelo MEC e pelo Ministério da 
Justiça do Plano de Implementação da Educação no Âmbito do Sistema 
Prisional, contemplando os seguintes eixos: Alfabetização e Educação 
de Jovens e Adultos; Educação Profissional e Tecnológica; Formação 
de Profissionais da Educação e dos Agentes Penitenciários; Aquisição 
de Equipamentos, Mobiliários, Materiais Pedagógicos e Literários e In-
fraestrutura Física. 
O ProJovem Urbano objetiva elevar a escolaridade de jovens 
com idade entre 18 e 29 anos, que sejam alfabetizados e não tenham 
concluído o ensino fundamental, visando à conclusão desta etapa por 
meio da modalidade de EJA integrada à qualificação profissional e o 
desenvolvimento de ações comunitárias com exercício da cidadania, na 
forma de cursos com 18 meses de duração. Aos entes federados que 
aderem ao ProJovem Urbano são repassados recursos calculados com 
base na meta de atendimento e na frequência dos alunos matriculados 
para o desenvolvimento das ações previstas (MEC, 2019).
O Programa contempla também atendimento a jovens das uni-
dades prisionais e a jovens moradores dos municípios com os maiores 
índices de violência contra a juventude negra, integrante do Plano Juven-
tude Viva. No âmbito da educação escolar indígena, em 2013 foi lançado 
o Programa Nacional dos Territórios Etnoeducacionais (PNTEE), conjun-
to articulado de ações de apoio técnico e financeiro do MEC aos siste-
mas de ensino para a organização, fortalecimento e gestão da Educação 
Escolar Indígena, que tem como objetivo ampliar e qualificar a oferta da 
educação básica e superior para os povos indígenas. (MEC, 2019).
Entre as diversas ações executadas pelo MEC, destacam-se 
ainda as ações de distribuição de materiais, recursos pedagógicos e 
equipamentos, e apoio financeiro aos entes federados, que contribuem 
para o cumprimento das metas de qualidade. As ações dos programas 
do livro envolvem a aquisição e distribuição de livros didáticos e literá-
rios com objetivo de contribuir para a melhoria da qualidade da educa-
ção, encaminhando material de apoio didático e pedagógico acessível 
a todos os alunos e professores do ensino público. O acesso aos livros 
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permite aos professores enriquecer o trabalho desenvolvido em sala de 
aula e aos alunos obter conhecimento e cultura. 
O Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), executado em 
ciclos trienais alternados, tem como objetivo prover as escolas públi-
cas de educação básica com livros didáticos, dicionários e obras de 
literatura complementares de apoio em sala de aula. Adicionalmente, 
são distribuídas versões acessíveis (áudio, Braille e MecDaisy) dos li-
vros aprovados e escolhidos no âmbito do PNLD, a todos os alunos da 
educação pública inclusiva. Também foram adquiridos os manuais dos 
professores em versão digital, para disponibilização nos tabletes educa-
cionais que estão sendo adquiridos para todos os professores do ensino 
médio das escolas da rede pública nacional. 
Destaca-se, ainda, o PNLD Campo e o PNLD EJA. O PNLD 
Campo, realizado pela primeira vez em 2013, considera as especifici-
dades da organização pedagógica e a realidade sociocultural das popu-
lações do campo, beneficiando estudantes dos anos iniciais do ensino 
fundamental. Já o PNLD EJA é destinado aos alunos de alfabetização do 
PBA e da modalidade de EJA do ensino fundamental. O Programa Nacio-
nal Biblioteca da Escola (PNBE) disponibiliza às escolas de ensino públi-
co, no âmbito da educação infantil, do ensino fundamental, do ensino mé-
dio e da EJA, obras de literatura, de referência, de pesquisa e de outros 
materiais relativos ao currículo nas áreas de conhecimento da educação 
básica, com vista à democratização do acesso às fontes de informação, 
ao fomento à leitura, à formação de alunos e professores leitores e ao 
apoio à atualização e ao desenvolvimento profissional do professor. 
O Programa Caminho da Escola objetiva renovar e padroni-
zar a frota de veículos escolares, de forma a garantir a segurança e a 
qualidade do transporte dos estudantes e contribuir para a redução da 
evasão escolar. Existem três formas para estados e municípios parti-
ciparem do Programa: com recursos próprios, bastando aderir ao pre-
gão; via assistência financeira no âmbito do PAR; ou por meio de finan-
ciamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social 
(BNDES), que disponibiliza linha de crédito especial para a aquisição de 
ônibus zero quilômetro e de embarcações novas (MEC, 2019).
O Programa Nacional de Apoio ao Transporte do Escolar (Pna-
te) visa a promover o acesso e a permanência nos estabelecimentos 
escolares dos alunos da educação básica residentes em área rural 
que utilizem transporte escolar, mediante a assistência financeira, em 
caráter suplementar, aos entes federados. O Programa consiste na 
transferência automáticade recursos financeiros, sem necessidade de 
convênio ou outro instrumento congênere, para custear despesas com 
manutenção do veículo ou da embarcação (MEC, 2019).
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O Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) contribui 
para a oferta de alimentação adequada e saudável e para a educação 
alimentar e nutricional, com respeito à cultura, à tradição e aos hábitos 
alimentares saudáveis, pautando-se na sustentabilidade, sazonalidade 
e diversificação agrícola da localidade. Como um dos grandes avanços 
do Pnae, destaca-se a aquisição, de no mínimo 30%, de gêneros ali-
mentícios diretamente da agricultura familiar e do empreendedor fami-
liar rural ou de suas organizações, priorizando-se os assentamentos da 
reforma agrária, as comunidades tradicionais indígenas e comunidades 
quilombolas, conforme a Lei n° 11.947, de 16 de junho de 2009. 
Com relação ao acesso às tecnologias de informação, o Pro-
grama Nacional de Tecnologia Educacional (ProInfo) tem como objetivo 
promover o uso pedagógico das tecnologias da informação e comunica-
ção nas redes públicas, urbanas e rurais, de educação básica. O Pro-
grama é implementado em três frentes: distribuição de equipamentos 
(laboratórios, computadores interativos, lousas digitais, laptops educa-
cionais e tabletes), formação continuada de professores e produção e 
disponibilização de conteúdos digitais educacionais (MEC, 2019).
A formação continuada permite que o professor se atualize e 
esteja permanentemente fazendo a ligação entre teoria e prática, funda-
mental para o bom desempenho em sala de aula. O MEC tem ampliado 
suas políticas voltadas à formação inicial e continuada de professores 
da educação básica, em parceria com as instituições de ensino superior 
e com os sistemas de ensino estaduais e municipais. 
Em relação à formação inicial de professores, o Plano Nacio-
nal de Formação de Professores da Educação Básica (Parfor), na mo-
dalidade presencial, induz e fomenta a oferta de turmas especiais em 
cursos de licenciatura para professores em exercício na rede pública de 
educação básica, que não possuam grau em licenciatura na área, disci-
plina ou etapa em que exercem a docência. Por meio da Rede Nacional 
de Formação Continuada de Profissionais do Magistério da Educação 
Básica Pública (Renaform), são disponibilizados cursos presenciais, se-
mipresenciais e a distância, nos níveis de extensão, aperfeiçoamento e 
especialização, abarcando as temáticas de Direitos Humanos, Gênero 
e Diversidade Sexual, Direitos de Crianças e Adolescentes, Educação 
para as Relações Étnico-Raciais, História e Cultura Afro-brasileira e Afri-
cana, Educação Escolar Quilombola, História e Cultura dos Povos Indí-
genas, Educação de Jovens e Adultos, Educação do Campo, Educação 
Especial e Educação Ambiental. 
O Sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB) foi instituído com 
a finalidade de expandir e interiorizar a oferta de cursos e programas de 
educação superior no país na modalidade a distância, com foco na forma-
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ção inicial e continuada para professores da educação básica. O Sistema 
UAB é integrado por Instituições Federais de Ensino e polos de apoio pre-
sencial, distribuídos em todas as unidades da Federação. Além dos cursos 
de licenciatura, são ofertados cursos de pós-graduação lato e stricto sensu. 
A busca por qualidade pressupõe um instrumento de aferição que 
permita acompanhar a evolução da melhoria do ensino, nesse sentido, o 
Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) representa a ini-
ciativa de reunir num só indicador, dois conceitos igualmente importantes 
para a qualidade da educação: fluxo escolar e médias de desempenho nas 
avaliações. Ele agrega ao enfoque dos resultados das avaliações em larga 
escala a possibilidade de resultados sintéticos, facilmente assimiláveis, e 
que permitem traçar metas de qualidade educacional para os sistemas. 
Cabe ressaltar a importância do Sistema de Avaliação da Educa-
ção Básica (Saeb). O sistema contribui para a melhoria da qualidade dessa 
etapa de ensino e para a universalização do acesso à escola, oferecendo 
subsídios concretos para a formulação, a reformulação, o monitoramento e 
a avaliação das políticas públicas. Além disso, oferece dados e indicadores 
que possibilitem maior compreensão dos fatores que influenciam o desem-
penho dos alunos nas áreas e anos avaliados. Este Sistema é composto 
por três avaliações de larga escala: Avaliação Nacional de Alfabetização, 
Prova Brasil e Avaliação Nacional da Educação Básica. 
Como pode ser analisado, existem diversos programas 
educacionais paralelos, que complementam o financiamento da 
educação básica que, apesar de ser um investimento alto, ainda se 
mostra insuficiente.
Nesse primeiro capítulo estudamos a repercussão histórica do 
financiamento educacional no Brasil, país que pode ser considerado 
com alto grau de arrecadação, mas não conseguiu ainda encontrar ma-
neiras para distribuir sua renda de forma igualitária.
Apresentamos inicialmente o maior programa de financiamento 
educacional do Brasil – FUNDEB, o qual financia a educação básica com 
distribuição de acordo com as matrículas dos alunos e, também, como dis-
posto na constituição vinte e cinco por cento da arrecadação do município 
deve a partir desse programa reverter- se para a área educacional, o que 
na verdade se configura um dos maiores problemas no programa, pois 
existem municípios em que a arrecadação é muito baixa, o que gera um fi-
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nanciamento insuficiente e uma divisão de verbas de forma não equitativa.
Apesar de ser uma boa quantidade de dinheiro, o FUNDEB 
não consegue “dar conta” de todo o financiamento educacional brasilei-
ra, assim, durante os anos, surgiram diversos programas educacionais 
visando suprir essa lacuna.
Estudamos diversos programas e ressaltam-se entre eles: O 
PDDE – visando maior autonomia do uso do dinheiro que chega direta-
mente na escola à manutenção da mesma; o Programa Mais Educação 
– garantindo escola em tempo integral e acesso a meios culturais; Pro-
grama Caminho da escola – gerando acesso aos que não conseguem 
chegar para o Atendimento Educacional Especializado; O PNLD – para 
a compra de livros didáticos e paradidáticos e o Pnate- Programa Na-
cional de Transporte Escolar que atribuiu autonomia aos municípios do 
uso da verba para o transporte escolar.
Enfim, para que todos os programas educacionais exerçam, de 
fato, a função a que para foram elaborados, é necessário acompanha-
mento, não só político, mas também social.
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QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2012 Banca: ESAF Órgão: MPEG Prova: Analista técnico.
Sobre o financiamento da educação brasileira, podemos afirmar 
ser correto, exceto que:
a) Parte dos recursos destinados para essa finalidade é proveniente da 
Receita de impostos próprios da União, dos Estados, do Distrito Federal 
e dos Municípios.
b) A Constituição Federal determina que União aplique, no mínimo, 18% 
para educação e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, 25%.
c) A maior parte dos recursos para o Ensino Superior é proveniente do 
governo federal, enquanto Estados e Municípios destinam mais recur-
sos para o Ensino Fundamental.
d) A legislação educacional brasileira estabelece que os recursos públi-
cos sejam destinados às escolas públicas, não podendo ser dirigidos a 
escolas privadas.
e) O Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e 
de Valorizaçãodos Profissionais da Educação (FUNDEB) estabelece 
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios que destinem recur-
sos para a Educação Básica.
QUESTÃO 2
Ano: 2010 Banca: CESGRANRIO Órgão: Prefeitura de Salvador 
Prova: Professor
O financiamento da educação brasileira conta com investimentos 
públicos, tais como o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da 
Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação 
(FUNDEB). Sobre esse Fundo, analise as armações a seguir: 
I - É formado por impostos vinculados à educação no âmbito dos 
estados, municípios e, quando necessário, da União. 
II - É constituído por impostos vinculados ou não à educação no 
âmbito dos estados, municípios e da União. 
III - Objetiva a inclusão dos alunos do Ensino Fundamental por 
meio do incremento do financiamento educacional. 
IV - Visa à inclusão de todos os alunos do sistema de ensino a par-
tir do incremento do financiamento educacional. 
São corretas APENAS as afirmações 
a) I e II. 
b) I e III. 
c) I e IV. 
d) I, II e IV. 
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e) II, III e IV
QUESTÃO 3
Ano: 2014 Banca: UNDEP Órgão: IF-SP Prova: Professor.
Sobre o financiamento da educação escolar no Brasil, é INCORRE-
TO armar que 
a) o salário-educação é a principal contribuição social, cobrada por meio 
da alíquota de 2,5% sobre a folha de pagamento das empresas. 
b) os recursos do salário-educação são destinados ao Fundo Nacional 
de Desenvolvimento da Educação, podendo ser utilizados para peque-
nos reparos de manutenção das escolas e para a merenda escolar. 
c) é estabelecido na Constituição Federal que a União deve utilizar 25% 
e os estados e municípios 18%, no mínimo, da receita resultante dos 
impostos na manutenção e no desenvolvimento do ensino. 
d) os recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação 
Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (FundeB) podem 
ser usados na educação infantil, no ensino fundamental e no ensino médio. 
QUESTÃO 4
Ano: 2017 Banca: IMA Órgão: Prefeitura de Penalva - MA 
Com relação às políticas de valorização dos profissionais de edu-
cação no Brasil, sobre o (FUNDEB) Fundo de Manutenção e Desen-
volvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais 
da Educação, assinale (V) para as afirmativas verdadeiras e (F) 
para as falsas. 
( ) Atende toda a educação básica, da creche ao ensino médio. 
( ) Atende exclusivamente a educação infantil e ensino fundamental. 
( ) Financia todas as etapas da educação básica e reserva recursos 
para os programas direcionados a jovens e adultos. 
( ) Sua estratégia é distribuir os recursos pelo país, levando em 
consideração o desenvolvimento social e econômico das regiões. 
( ) É um fundo especial, de natureza contábil e de âmbito estadual 
( ) Todo o recurso gerado é redistribuído para aplicação exclusiva 
no ensino médio. 
A sequência CORRETA é: 
A) V-F-V-V-V-F 
B) V-V-V-F-V-V 
C) F-V-V-F-V-V 
D) V-V-F-F-V-V
QUESTÃO 5
Ano: 2018 Banca: UECE-CEV Órgão: SECULT-CE 
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Considerando as bases legais da educação nacional, relacione cor-
retamente as leis apresentadas a seguir com as suas finalidades, nu-
merando os parênteses abaixo de acordo com a seguinte indicação: 
1. Lei Nº 9.394/96: LDB 
2. Lei do FUNDEB 
( ) Garante o financiamento de toda a educação básica. 
( ) Determina que, no mínimo, 60% dos recursos se destinem à re-
muneração dos profissionais do magistério. 
( ) Estabelece que os sistemas de ensino promoverão a valorização 
dos profissionais da educação, assegurando-lhes, dentre outros, 
condições adequadas de trabalho. 
( ) Determina que na distribuição dos recursos da educação sejam 
consideradas exclusivamente as matrículas presenciais efetivas, 
conforme os dados apurados no censo escolar mais atualizado. 
A sequência correta, de cima para baixo, é: 
A) 1, 1, 2, 1. 
B) 2, 2, 1, 2. 
C) 2, 1, 1, 2. 
D) 1, 2, 2, 1
QUESTÃO 6
Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: Câmara Legislativa do Distrito Federal 
A Lei federal n 11.494/2007, que Regulamenta o Fundo de Manu-
tenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização 
dos Profissionais da Educação − FUNDEB − estabeleceu fatores de 
ponderações aplicáveis entre diferentes etapas, modalidades e ti-
pos de estabelecimentos de ensino da educação básica para o cál-
culo dos montantes a serem recebidos pelos Estados, Municípios 
e Distrito Federal dos fundos, matéria também regulamentada por 
resoluções posteriores. Em relação à utilização desses recursos 
oriundos do FUNDEB é correto afirmar que:
 A) Os recursos poderão ser aplicados indistintamente pelos Estados, 
Municípios e Distrito Federal, como garantia ou contrapartida de opera-
ções de crédito, internas ou externas, contraídas bem como as obras de 
infraestrutura, realizadas para beneficiar direta ou indiretamente a rede 
escolar, em especial as de saneamento básico. 
B) Os recursos serão aplicados pelos Estados e Municípios proporcio-
nalmente considerando os fatores de ponderação entre etapas, modali-
dades e tipos de estabelecimento de ensino da educação básica, assim 
como o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), como forma de com-
pensação das desigualdades no desenvolvimento regional. 
C) Os recursos poderão ser aplicados em programas suplementares de 
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alimentação, assistência médico-odontológica, farmacêutica e psicoló-
gica, e outras formas de assistência social, desde que o ente federado 
respeite o gasto de pelo menos 60% em pagamento de remuneração 
dos profissionais do magistério da educação básica em efetivo exercício 
na rede pública. 
D) É vedada a utilização dos recursos dos Fundos, no financiamento das 
despesas não consideradas como de manutenção e desenvolvimento 
da educação básica, em especial às com pagamento de realização de 
atividades-meio necessárias ao funcionamento dos sistemas de ensino. 
E) Os recursos poderão ser aplicados indistintamente entre etapas, mo-
dalidades e tipos de estabelecimento de ensino da educação básica 
nos seus respectivos âmbitos de atuação prioritária, desde que seja em 
manutenção e desenvolvimento do ensino e respeitado o mínimo de 
60% em pagamento de remuneração dos profissionais do magistério da 
educação básica em efetivo exercício na rede pública.
QUESTÃO 7
Ano: 2018 Banca: UFLA Órgão: UFLA 
“Podemos observar no cenário da educação infantil a presença de po-
líticas focalizadas, seletivas e compensatórias, expressas pelo número 
reduzido de creches mantidas pelo poder público, pela predominância 
de critérios socioeconômicos e exigência do trabalho materno no preen-
chimento de vagas nas instituições, pela indefinição orçamentária, pelos 
embates nos objetivos pedagógicos, etc.” (ANDRADE, 2010, p. 24).
O fragmento acima cita dificuldades ainda enfrentadas na Educa-
ção Infantil. No mesmo sentido, Kramer (2006) em seu texto “As 
crianças de 0 a 6 anos nas políticas educacionais no Brasil: edu-
cação infantil e/é fundamental” aponta também alguns desafios. 
Dentre os desafios apresentados por Kramer no texto, a alternativa 
que descreve a ação já implementada legalmente é: 
A) Organização dos sistemas municipais. 
B) Inclusão da Educação Infantil no FUNDEB. 
C) Articulação da educação infantil com o ensino fundamental. 
D) Articulação das políticas de educação infantil com as políticas sociais
QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE
O financiamento da educação no Brasil sofreu diversas alterações durante 
os anos, no entanto, devemos considerar que atualmente o maior progra-
ma de financiamento da educação ocorre pelo FUNDEB. O FUNDEB pode 
ser considerado como uma continuação do FUNDEF, que vigorou nos anosde 2006-2016. Explique as principais alterações entre os programas
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TREINO INÉDITO
O programa: Dinheiro Direto na Escola – PDDE é uma forma do 
dinheiro chegar diretamente na mão do gestor escolar, esse pro-
grama garante certa autonomia da escola. Podemos dizer também 
que garante a participação da comunidade escolar, pois, os res-
ponsáveis pelo uso do dinheiro devem ser:
A) Somente o diretor da escola
B) A APM- Associação de pais e mestres
C) O Conselho de escola
D) O Conselho de classe e série
E) Os alunos da escola
NA MÍDIA
JOÃO QUESTIONA FIM DO FUNDEB: 'COMO FICARÁ A EDUCA-
ÇÃO DO PAÍS?'
O governador da Paraíba, João Azevêdo (PSB), durante o programa 
Fala Governador desta segunda-feira (11), revelou sua preocupação 
com o fim do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação 
Básica (FUNDEB), prevista para 2020 se não for aprovada uma altera-
ção na Constituição.
“O Fundeb está para acabar e, acabando, como fica a educação do 
país? Isso é muito preocupante e nós vamos levar esse e outros as-
suntos para a próximo Fórum Nacional dos Governadores, em Brasília, 
onde vamos apresentar propostas ao governo federal”, contou.
Fonte: Paraiba.com.br
Data: 11 fev. 2019.
Leia a notícia na íntegra: 
http://www.paraiba.com.br/2019/02/11/46016-joao-azevedo-questiona-
-fim-do-fundeb-como-ficara-a-educacao-do-pais
NA PRÁTICA
Não há como ter um retrocesso do que está garantido na Constituição 
Federal, no entanto, o programa acaba em 2020, e podemos ter perdas 
irreparáveis para o financiamento da educação brasileira. Atualmente 
existem dois projetos de lei tramitando pela Câmara dos Deputados 
para fixar o Fundeb.
Seguimos aguardando como ficará o programa, contudo, a educação 
no Brasil, muito provavelmente, não retornará aos patamares iniciais.
PARA SABER MAIS
Filme sobre o assunto:“A Educação Proibida” (2012, Argentina), de Ger-
man Doin e Verónica Guzzo. 
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Acesse os links:
portal.mec.gov.br › Celpe-Bras › Secretarias › SEB - Educação Básica 
portal.mec.gov.br/financiamento-municipal
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CONSTITUCIONALIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO E A PARTICIPAÇÃO DA 
POPULAÇÃO DO FINANCIAMENTO DA EDUCAÇÃO
A proposta de um Plano de Educação com objetivo de coorde-
nar e fiscalizar a política educacional já existe desde a década de 1930, 
a partir da criação do Conselho Nacional de Educação em 1931 e da 
divulgação do Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, em 1932. No 
conjunto das atribuições previstas no decreto de criação do Conselho 
Nacional de Educação, em 1931 já apontava a criação de um Projeto 
Nacional de Educação, o que mais tarde veio a se tornar o Plano Nacio-
nal de Educação (BRASIL, 2014).
De acordo com Boaventura (2000) já se apontava no Manifesto 
INSTITUIÇÕES AUXILIARES
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dos Pioneiros a necessidade da formulação de uma política educacional 
para todo o país, com um projeto que fosse além de uma gestão gover-
namental.
A Constituição Federal de 1934 estabeleceu, após intensa influ-
ência do Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova como exigência da 
federação, “fixar o plano nacional de educação, compreensivo do ensino 
de todos os graus e ramos, comuns e especializados; e coordenar e fis-
calizar a sua execução, em todo o território do país”. (SAVIANI, 1999).
Em 1937, o CNE - Conselho Nacional de Educação propôs um 
a elaboração de um Plano Nacional de Educação que não findou-se, 
por conta da suspensão dos trabalhos da Câmara dos Deputados. (SA-
VIANI, 1999).
Apenas em 1960 foi elaborado um novo rascunho de plano 
pelo CFE- Conselho Federal de Educação vinculado ao uso dos recur-
sos da educação vindos da federação, no entanto, não foi concluído 
antes de ser enviado para o legislativo.
Entre as décadas de 70 e 80, durante a ditadura militar, a ela-
boração dos planos de educação esteve atrelada aos processos mais 
gerais de planejamento centralizado do governo nacional da ditadura 
militar sem a consulta, no entanto, de profissionais do campo educacio-
nal. (SAVIANI, 1999).
Teixeira (2004) compreende que as lutas pela democratização 
da sociedade brasileira trouxeram, na década de 1980, propostas de 
participação da sociedade civil em diferentes instâncias da administra-
ção pública e inspiraram a criação de conselhos municipais de educa-
ção, amparados pela legislação federal, apontando tais conselhos como 
locus de discussão e de participação nas questões de educação.
Em meio a esse processo de democratização do ensino e im-
pulso à participação social eclodiu forte crítica sobre a escola pensada 
como uma empresa, a tese que deu o título de Doutorado e, que futura-
mente, foi editada no livro de Paro (1988), pode ser considerada como 
início deste período, tratando a administração escolar como um proces-
so de transformação social. O autor defende a construção de uma nova 
teoria da Administração Escolar, que se preocupe com a especificidade 
da educação e, sobretudo, com a injusta ordem social posta. Para o 
autor, a superação desta ordem pressupunha nova e diferente base de 
organização das escolas, fundada na democracia participativa. 
É na práxis administrativa escolar, enquanto ação humana transformadora 
adequada a objetivos educativos de interesse das classes trabalhadoras que 
se encontrarão as formas de gesto mais adequadas a cada situação e mo-
mento histórico determinados (PARO, 1988, p.252).
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Segundo Paro (1988), para que uma administração escolar seja 
realmente democrática, todos devem participar das decisões que estão 
ligadas ao funcionamento e organização da escola. O autor enfatiza que, 
na administração democrática, é importante que todos conheçam e com-
partilhem os princípios e métodos de uma nova administração, voltada 
aos interesses da classe trabalhadora. O autor propõe, inclusive, que a 
formação de educadores deva contemplar, em parte, uma formação ad-
ministrativa, não só àqueles que se interessam em ser diretores de esco-
la, pois, todos são responsáveis pelas decisões e resultados escolares.
Bonavides (2006) define três modelos de democracia, o primeiro 
inspirado na Grécia antiga, que considera que o povo deve se autogover-
nar, sem intermediários, denominada democracia direta. O segundo mode-
lo, chamado democracia indireta ou representativa, em que a população 
elege seus representantes, os quais tem total autonomia para governar, 
delegando assim todo o poder político ao eleito. O último modelo de de-
mocracia delimitado pelo autor e também o modelo adotado quando tra-
tamos de democracia no presente trabalho é o semi-direto, no qual além 
da participação da escolha dos representantes, a vontade popular possui 
mecanismos que garantem a interferência do controle sobre as decisões 
políticas Nesse caso, existe um equilíbrio entre decisões políticas e von-
tade popular, pois, as decisões parlamentares podem ser limitadas pelo 
povo, em determinadas situações, como é o caso dos referendos.
A partir do modelo semi-direto ou participativo de democracia, 
o qual no movimento descrito nos últimos parágrafos, muitos estados in-
cluem em seus textos constitucionais instrumentos para intervenção po-
pular na atividade estatal, assim ocorreucom a Constituição brasileira 
em 1988 que, sob intensa mobilização popular, incorporou a obrigação 
de se estabelecer um plano nacional de educação decenal, que tivesse 
como plano de fundo a gestão democrática com ampla participação so-
cial e, nesse movimento, os conselhos foram fortalecidos a ponto de se 
estruturarem, dentro do princípio da autonomia, se tornando essencial 
no processo de gestão democrática da educação. 
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) de 
1996 incorporou a gestão democrática, na qual se destaca a necessidade 
de integração escola-comunidade, a participação dos docentes na elabo-
ração do projeto político-pedagógico, dos pais em órgãos colegiados e a 
progressiva autonomia destinada à escola pública de educação básica, 
impulsionando a criação dos Conselhos Municipais de Educação (CME).
É importante salientar que o CME é um Órgão colegiado de 
caráter técnico, normativo e decisório do sistema municipal de ensino, 
que assessora a Secretaria Municipal da Educação, de forma a asse-
gurar a participação da comunidade no aperfeiçoamento da educação 
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municipal (MONLEVADE, 2003).
Nesse particular, segundo Teixeira (2004), é importante salientar 
que o estado de São Paulo, antes mesmo da aprovação da LDB, regu-
larizou esse processo mediante lei estadual, que estabeleceu as normas 
para a criação, composição, atribuições e funcionamento dos Conselhos 
Municipais e Regionais de Educação: Lei Estadual n. 9.143, de 9/3/1995.
 Na LDB 9394/96 se determinou o prazo de um ano para a 
União encaminhar ao Congresso Nacional, o Plano Nacional de Educa-
ção e, no entanto, somente 13 anos depois da promulgação da Consti-
tuição Federal e quatro anos após a LDB, foi aprovado o Plano Nacional 
de Educação com vigência de 2001 a 2010, tendo como principal pro-
blema enfrentado em sua aprovação e execução os recursos financei-
ros utilizados para se alcançar as metas estabelecidas. (BRASIL, 2014).
Conforme Teixeira (2004), os planos nacionais estaduais e mu-
nicipais de educação são diretrizes, que determinam metas para que a 
garantia do direito à educação de qualidade se desenvolva em um mu-
nicípio, estado ou país. Os planos abordam o conjunto do atendimento 
educacional existente em um território, envolvendo redes municipais, 
estaduais, federais e as instituições privadas que atuam em diferentes 
níveis da educação: da educação básica à superior. Trata-se, pois, do 
principal instrumento da política pública educacional.
Destaca-se que o plano que se findou em 2010 previu que os 
Estados, o Distrito Federal e os Municípios, elaborassem planos dece-
nais correspondentes, no entanto, do final do período de vigor do PNE, 
metade das cidades e estados não haviam elaborado ainda seus planos 
estaduais e municipais de educação.
 Além do estreitamento das verbas, a descentralização do pla-
no nacional nas políticas educacionais brasileiros, a falta de orientação 
e colaboração entre os entes federados, bem como política brasileira, 
por vezes, avessa à construção democrática de planos de longo prazo, 
têm sido consideradas explicações para esta situação, a qual se espe-
rava transformar com a elaboração do novo PNE e outras ações volta-
das à participação nos processos de construção e revisão dos Planos 
Estaduais e Municipais de Educação (BRASIL, 2014).
Nesse sentido, o novo Plano Nacional de Educação (PNE), san-
cionado em junho de 2014, estabeleceu a elaboração e a revisão dos 
planos municipais e estaduais de educação a partir de amplos processos 
participativos e embates dos vários sujeitos da sociedade sobre a edu-
cação, conforme o Art. 8º “os Estados, o Distrito Federal e os Municípios 
deverão elaborar seus correspondentes planos de educação, ou adequar 
os planos já aprovados em lei, em consonância com as diretrizes, metas 
e estratégias previstas no PNE, no prazo de 1 (um) ano” (BRASIL, 2014).
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Diante da política educacional proposta houve ampla mobilização 
nacional para a aprovação dos planos estaduais e municipais, sendo que 
todos os estados do país elaboraram seus planos, e os municípios também 
quase em sua totalidade no Estado de São Paulo estão em execução.
A respeito da participação social na elaboração e acompanha-
mento dos planos nota-se a seguir: 
§ 2o Os processos de elaboração e adequação dos planos de educação dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, de que trata o caput deste 
artigo, serão realizados com ampla participação de representantes da co-
munidade educacional e da sociedade civil. Meta 19: assegurar condições, 
no prazo de 2 (dois) anos, para a efetivação da gestão democrática da edu-
cação, associada a critérios técnicos de mérito e desempenho e à consulta 
pública à comunidade escolar, no âmbito das escolas públicas, prevendo re-
cursos e apoio técnico da União para tanto.
19.5) estratégia das metas: estimular a constituição e o fortalecimento de 
conselhos escolares e conselhos municipais de educação, como instrumen-
tos de participação e fiscalização na gestão escolar e educacional, inclusive 
por meio de programas de formação de conselheiros, assegurando se condi-
ções de funcionamento autônomo (BRASIL, 2014)
Observa-se que o princípio da gestão democrática, além de ser 
um preceito legal, configura-se atualmente como uma exigência política 
e ética, possibilitando a participação da sociedade civil na definição e 
acompanhamento das políticas públicas educacionais nos sistemas de 
ensino do país. 
A constituição garante a participação dos agentes escolares 
nas decisões, portanto, gestor deverá flexibilizar essa participação.
Para oportunizar a atuação dos agentes sociais, tornam-se ne-
cessárias a criação e a ressignificação de mecanismos institucionais, de 
participação direta e representativa dos segmentos envolvidos com a edu-
cação, dentre os quais se destaca o Conselho Municipal de Educação, 
exercendo o papel de articulador e mediador das demandas educacionais 
do município, junto com os gestores do poder público municipal. Nesse 
sentido, o Conselho Municipal de Educação, na qualidade de órgão de 
composição plural e de ampla representatividade social, através do exer-
cício de suas funções: normativa, consultiva, propositora e fiscalizadora, 
ocupa posição fundamental na efetivação da gestão democrática dentro 
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das possibilidades dos Planos Municipais de Educação, o qual viabiliza a 
autonomia do município no gerenciamento de suas políticas educacionais. 
Aula sobre o assunto: https://www.youtube.com/watch?-
v=Us5xyodRxaM
Acesse os links:http://www.deolhonosplanos.org.br/ e 
http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/pne.pdf
Observação: Sobre a temática, é importante que o aluno 
note a relevância do assunto dentro do seu campo de atuação.
INSTITUIÇÕES AUXILIARES NA ESCOLA – APM, CONSELHO DE 
ESCOLA E CONSELHO PARTICIPATIVO DE CLASSE E SÉRIE
Os órgãos colegiados, como Conselho Escolar, a Associação 
de Pais e Mestres, o Grêmio Estudantil, são fundamentais nas escolas 
para uma gestão democrática, pois, esses garantem, a prática da par-
ticipação na escola, a descentralização do poder e da busca por uma 
educação de qualidade.
Uma gestão considerada democrática investe na autonomia 
dos sujeitos na tomada de decisões, promovendo um trabalho coletivo 
na construção da cidadania e efetivação do processo democrático. Os 
Conselhos Escolares, na medida em que reúnem diferentes segmentos 
da escola, como diretores, professores, equipe pedagógica, funcioná-
rios administrativos, alunos, pais, entre outros, têm um papel estratégi-
co no processode democratização.
A Associação de Pais e Mestres pode exercer várias funções 
como: colaborar com a direção da escola para atingir os objetivos edu-
cacionais; representar as aspirações da comunidade e dos pais de alu-
nos perante a escola; mobilizar os recursos humanos, materiais e finan-
ceiros da comunidade para auxiliar a escola; trabalhar para a melhoria 
do ensino e da aprendizagem; desenvolver atividades de assistência 
ao escolar nas áreas socioeconômica e de saúde; conservar e manter 
a infraestrutura escolar, os equipamentos e as instalações; promover 
programação de atividades culturais e de lazer que envolvam a partici-
pação conjunta de pais, professores, alunos e comunidade. 
Uma APM forte e com objetivos voltados para o bem da co-
munidade escolar pode contribuir para o fortalecimento de uma escola 
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democrática e de qualidade.
O Grêmio estudantil, composto pelos alunos, pode ser uma das 
primeiras oportunidades que os jovens têm em participar de maneira or-
ganizada das decisões de uma instituição, agindo em uma perspectiva 
política em benefício, no caso da escola, da qualidade de ensino. As-
sim, os estudantes têm voz nas decisões da escola, apresentando suas 
ideias e opiniões com atuação mais responsável.
A participação dos vários segmentos representados na escola 
resulta em uma gestão democrática e desenvolve a consciência social 
dos seus participantes, que buscam uma escola pública de qualidade.
A gestão democrática na escola é participação de todos (comu-
nidade, sociedade, pais, APM, Grêmio Escolar, etc.) em busca da quali-
dade. Temos que compreender que o maior desafio é fazer da escola o 
lugar onde o aluno irá sentir-se apoiado por todos e motivado em conti-
nuar seus estudos e assim, obter sucesso em seu papel social e pessoal. 
Esse sentir-se parte é um ponto fundamental do processo democrático. 
Apesar da participação dos atores escolares nas decisões, 
instituída pelos órgãos auxiliares, que será nosso próximo assun-
to, a responsabilidade fiscal ainda recai sobre a figura do diretor de 
escola, que deverá estar atento.
O gestor deve ser uma pessoa que tem um olhar especial, tan-
to para o aluno, quanto para o professor, e decidir no coletivo os anseios 
de toda a comunidade escolar. O gestor deve colocar em prática o que 
foi acordado por todos, e não somente o que ele acha necessário. Para 
isso, ele fará a mediação, um negociador de tais ações, para que real-
mente se efetive na escola. Muitas vezes não é utilizado todo o potencial 
da APM, mas ela deve ser fortalecida, para poder dar suporte ao gestor. 
A APM – Associação de Pais e Mestres caracteriza-se as-
sociação jurídica sem fins lucrativos, cujo objetivo essencial é in-
tegrar a comunidade, o poder público, a escola e a família, buscan-
do o desempenho mais eficiente do processo educativo.
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O conselho Escolar constitui-se de um órgão colegiado, 
de natureza consultiva e deliberativa, sendo o órgão máximo de 
decisão, distribuído entre os segmentos de professores, especia-
listas em educação, auxiliares de educação, pais e alunos. 
Dando autonomia à Associação de Pais e Mestres, esse co-
legiado se sentirá parte de todo o processo e estará sempre atuante. 
Essa democratização poderá se expandir para os professores, deven-
do fazer também da sala de aula um local democrático. Os alunos po-
deriam aprender muito, se fossem entendidos em seus anseios pelo 
simples fato de serem ouvidos e compreendidos, podendo organizar e 
tornar efetivas as propostas do Grêmio Estudantil.
O Conselho de Classe e série é um conselho formado pelos 
professores coordenadores, diretor e vice-diretor, em que ao final do 
bimestre se reúne para discutir a respeito do acompanhamento peda-
gógico dos alunos da escola. 
Em 2007 foi aprovada a lei 5084 de 06 de Dezembro, conside-
rando o art. 34 da referida lei que dispõe sobre a gestão democrática 
da escola, com observância dos princípios de autonomia, coerência, 
pluralismo de ideias e concepções pedagógicas e co-responsabilidade 
da comunidade escolar e que far-se-á mediante:
I – participação de seus profissionais na elaboração, implementação e ava-
liação da proposta pedagógica;
II – participação dos diferentes segmentos da comunidade escolar – dire-
ção, professores, pais, alunos e funcionários – nos processos consultivos 
e decisórios, através do Conselho de Escola, Conselho de Classe e Série e 
Associação de Pais e Mestres;
III – autonomia da gestão pedagógica, administrativa e financeira, respeita-
das as diretrizes e normas vigentes;
IV – transparência nos procedimentos pedagógicos e financeiros, garantin-
do-se responsabilidade e o zelo comum na manutenção e otimização do uso, 
aplicação e distribuição adequada dos recursos públicos;
V – valorização da escola enquanto espaço privilegiado de execução do pro-
cesso educacional.
A partir das leis acima, várias escolas se organizaram para es-
tabelecer um conselho participativo, que visasse além da participação 
dos professores, também a presença dos pais e alunos, para discutirem 
juntos os problemas de aprendizagem dos alunos. É certo que os profis-
sionais da educação têm formação específica, no entanto, alunos e pais 
de alunos podem expressar suas necessidades e ideais da comunidade 
em torno da escola.
Realizar em conselho de classe participativo, no entanto, não é ta-
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refa fácil, os alunos devem eleger seus representantes para a participação, 
que deverão levar as problemáticas discutidas em sala, e realizar a devolu-
tiva aos alunos, do que foi tratado no dia do conselho. A seguir, apresenta-
mos um modelo de organização do conselho de classe e série participativo:
• 1º Passo – em sala de aula
a) Roda de Conversa em cada classe com o professor titular 
sobre:
- Conselho de Classe/ano; 
- Organização;
- Quem representará a classe nesse dia;
b) Eleição de 04 representantes ou mais por classe (titular e 
suplentes), podendo ser realizado de acordo com a preferência da es-
cola (eleição aberta ou secreta).
Sugerimos que para o conselho tenham também alunos convi-
dados pelo professor e/ou equipe gestora (criando oportunidades para 
que os alunos com dificuldades de aprendizagem e/ou comportamento 
também vivenciem este momento).
c) Informar aos pais sobre a representatividade do filho no Con-
selho de Escola, solicitando autorização dos mesmos. Estes precisam 
ser comunicados sobre o horário que deverão levar e buscar o filho na 
primeira hora do conselho.
• 2º Passo – em sala de aula
a) Roda de Conversa II, em cada classe, com professor titular 
ou coordenador pedagógico sobre:
- Questões do cotidiano escolar, elaboradas pela equipe esco-
lar, de modo que possa auxiliar as ações a serem planejadas.
• 3º Passo – Antes do Dia do Conselho
Convidar os pais do Conselho de Classe, APM e/ou outros. 
Sugerimos que a cada conselho sejam convidados pais diferentes.
• 4º Passo - Dia do Conselho
a) Participação dos representantes de classe.
b) Participação dos representantes dos pais do Conselho de 
Escola, APM e/ou outros (convite). Sugerimos que sejam convidados 
pais que ainda não tenham participado deste momento.
c) Apresentar as mudanças e melhorias que foram realizadas a 
partir dos registros em cartazes (sala de aula) no Conselho final do ano 
de 2018 e/ou Planejamento/Atividades iniciais com os alunos.
d) Divulgar em cartaz no dia do Conselho as ações propostas.
e) As mesmas deverão constar na Ata do Conselho e serão 
assinadas pelos alunos e pais participantes.
• 5º Passo – Após Conselho
Manter os registros das ações propostas paraque as mesmas 
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sejam utilizadas como suporte nas discussões da equipe escolar e se-
rem avaliadas no próximo Conselho Participativo.
Os passos elencados acima são apenas exemplos de como 
pode ser pensado o conselho de classe participativo, esse dia pode ser 
organizado de outras formas, mas é importante que haja a participação 
efetiva de pais e alunos, e que seja realizada a devolutiva aos alunos e 
pais, das discussões e acertos realizados nessa data.
Outra instituição muito comum nas escolas, regulamentada 
pela lei nº 7.398, de 4 de novembro de 1985, que visa à plena participa-
ção e vivência democrática dos alunos, é o Grêmio Estudantil, que se 
constitui em uma organização sem fins lucrativos, que representa o in-
teresse dos estudantes, e que tem fins cívicos, culturais, educacionais, 
desportivos e sociais. O grêmio é o órgão máximo de representação dos 
estudantes da escola. 
A eleição do Grêmio ocorre sempre no início do ano letivo, no 
qual após publicação do edital, pela direção da escola, os alunos são 
convidados a formarem “chapas” para apresentação de suas propostas. 
Então ocorrem eleições para escolha da chapa vencedora.
A chapa eleita realiza assembleias regulares para a discussão 
dos problemas escolares, também devem registrar em ata as reuniões 
e discussões realizadas para posterior acompanhamento e fiscalização.
Após apresentadas algumas das instituições escolares (APM, 
Conselho de Escola, Conselho de Classe e Série Participativo e Grêmio 
Estudantil) concluímos que existem espaços de participação e engajamen-
to da comunidade na escola. Atualmente a escola, por meio dos dispositi-
vos legais, encontra-se “aberta” às discussões e à efetiva participação, o 
que ocorre muitas vezes, é que essas instituições existem apenas no papel 
e, por vezes, mesmo com vontade popular, a burocracia ou autoridade do 
gestor escolar acaba por “podar” a participação da comunidade.
A seguir, apresentam-se dois meios de verbas educacionais, 
em que a Associação de Pais e Mestres e também as outras entidades 
têm autonomia para decidir sobre a utilização das verbas, e inclusive 
elaborar meios para arrecadá-las.
Vídeo: https://slideplayer.com.br/slide/1387159/
Livro: Grêmio Estudantil e participação do estudante (Apa-
recida da Graça Carlos)
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PDDE
 
Criado em 1995, o Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE) 
tem por finalidade prestar assistência financeira às escolas, em caráter su-
plementar, a fim de contribuir para manutenção e melhoria da infraestrutura 
física e pedagógica, com consequente elevação do desempenho escolar. 
Também visa fortalecer a participação social e a autogestão escolar.
Conforme Resolução nº 6, de 27 de fevereiro de 2018, os re-
passes dos recursos se dão em duas parcelas durante o ano, devendo 
o pagamento da primeira parcela ser efetivado até 30 de abril e o da 
segunda parcela até 30 de setembro de cada exercício às EEx, UEx e 
EM que cumprirem as exigências de atualização cadastral até a data 
de efetivação dos pagamentos.
O programa engloba várias ações que possuem finalidades e 
públicos-alvo específicos, embora a transferência e a gestão dos recur-
sos sigam os mesmos moldes operacionais do PDDE.
As Ações Agregadas estão agrupadas em três tipos de contas 
da seguinte forma:
Fonte: MEC, 2019.
Conforme consultado no MEC (2019) o PDDE destina-se às es-
colas públicas da educação básica das redes estaduais, municipais e do 
Distrito Federal, às escolas privadas de educação especial mantidas por 
entidades sem fins lucrativos, registradas no Conselho Nacional de Assis-
tência Social (CNAS) como beneficentes de assistência social, ou outras 
similares de atendimento direto e gratuito ao público e aos polos presen-
ciais do sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB) que ofertem progra-
mas de formação inicial ou continuada a profissionais da educação básica.
No entanto, para que as escolas e os alunos das redes pública 
e privada de educação especial recebam a verba, elas precisam estar 
inscritas no Censo Escolar do ano anterior. As escolas públicas com 
mais de 50 alunos matriculados devem criar suas UEx e a aderir ao 
programa por meio do Sistema PDDEweb até o último dia útil de outu-
bro. As UEx, EEx e EM precisam, ainda, estar quites com a prestação 
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de contas de exercícios anteriores. 
Recursos Próprios
De acordo com Poli (2019) a Associação de Pais e Mestres – APM 
é pessoa jurídica de direito privado, sem fins econômicos, é uma instituição 
auxiliar da escola, que objetiva colaborar no aprimoramento do processo 
educacional, na assistência ao discente e na integração família-escola-co-
munidade. (Decretos nº 12.983/1978, 48.408/2004 e 50.756/2006).
A primeira finalidade da APM é colaborar com a escola no apri-
moramento do processo educacional, isto é, no aprimoramento do pro-
cesso de aprendizagem, dos métodos de ensino e do sistema de avalia-
ção da aprendizagem. A segunda finalidade da APM é a assistência ao 
escolar; a terceira, a integração família-escola-comunidade. 
A APM das escolas públicas brasileiras sempre foi assistencia-
lista, a exemplo da antiga “Caixa Escolar”. A Caixa Escolar, nos anos 
1950 e 1960, atenuavam os problemas dos alunos carentes do ensino 
primário, fornecendo-lhes alimentação, material escolar e uniforme. Os 
recursos eram advindos da comunidade local, além da venda da meren-
da aos que podiam pagar e a queriam consumir. (POLI, 2019).
O Estado tinha participação no fornecimento de material escolar. 
Embora já existisse algumas arrecadações de APM desde os anos 1950. 
O primeiro dispositivo legal a tratar dessa associação, no seu formato atual, 
foi a Lei Estadual n.º 1.490/1977, que nasceu do Projeto de Lei nº 72/1976, 
de autoria do então deputado estadual Néfi Tales. Nela o autor enfatiza a 
necessidade de se instituir e regularizar as Associações de Pais e Mestres. 
“Com o crescimento descomunal da rede de ensino paulista, ficou difícil à 
Administração dar o necessário atendimento a todos os prédios escolares 
do Estado”. Portanto, a APM viria para auxiliar as escolas públicas estadu-
ais, em razão da expansão desordenada da rede e consequente ingerên-
cia de pessoas físicas e jurídicas nessas unidades escolares. (POLI, 2019).
A Administração Pública paulista não conseguia gerenciar a 
contento as escolas públicas que compunham a sua rede, de modo a 
suprir suas necessidades básicas. A sociedade civil, diante de tal situ-
ação, já vinha se organizando em associações privadas, buscando dar 
suporte às escolas públicas estaduais na aquisição de materiais bási-
cos ao desenvolvimento das atividades pedagógicas e na manutenção 
dos prédios. Algumas instituições estavam indo além, “influenciando 
nas diretrizes pedagógicas definidas pelo Estado”. Segundo o deputado 
Néfi Tales, “vários estabelecimentos de ensino tiveram suas atividades 
parcialmente suspensas, devido ao precário estado de conservação de 
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seus prédios, ou por falta de material escolar”. (POLI, 2019).
Aprovada a Lei nº 1.490, de 12 de dezembro de 1977, que disci-
plina o funcionamento das Associações de Pais e Mestres, em seu art. 1º 
- fica instituída a Associação de Pais e Mestres, como entidade de caráter 
privado, em todos os estabelecimentos oficiais de ensino, com a finalidade 
de auxiliar supletivamente a direção das escolas na consecução de seus 
objetivos educacionais. A relativa lei afirma que os recursos

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