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Brenda Marcondes dos Santos Se há um PIB potencial, por que não existe um Q de Tobin potencial? Um estudo de caso para análise Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Instituto de Ciências Humanas da Universidade Federal de Pelotas, como requisito parcial obtenção do título de Bacharel em Ciências Econômicas Orientador: Prof. Dr. Marcelo de Oliveira Passos Pelotas, 2021 Brenda Marcondes dos Santos Se há um PIB potencial, por que não existe um Q de Tobin potencial? Um estudo de caso para análise Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Instituto de Ciências Humanas da Universidade Federal de Pelotas, como requisito parcial obtenção do título de Bacharel em Ciências Econômicas Aprovado pela Banca Examinadora em: ___/___/_____ BANCA EXAMINADORA: _____________________________________________________________ Prof. Dr. Marcelo de Oliveira Passos - Universidade Federal de Pelotas (UFPEL) Orientador _________________________________________________________ Prof. Dr. Cesar Oviedo Tejada - Universidade Federal de Pelotas (UFPEL) _________________________________________________________ Prof. Dr. Gabrielito Rauter Menezes - Universidade Federal de Pelotas (UFPEL) Resumo DOS SANTOS, Brenda Marcondes. “Se há um PIB potencial, por que não existe um Q de Tobin potencial? Um estudo de caso para discussão.” Orientador: Prof. Dr. Marcelo de Oliveira Passos. 2021. Número de páginas: 21. Trabalho de Conclusão de Curso (Curso de Bacharelado em Ciências Econômicas) Instituto de Ciências Humanas, Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, 2021. Na teoria macroeconômica o cálculo do hiato do PIB, o qual é definido pela diferença entre o PIB efetivo e o PIB potencial é muito importante. O PIB potencial baliza a capacidade de oferta agregada ou da capacidade produtiva instalada de uma economia. E o hiato do PIB serve para estimar a capacidade de crescimento da economia sem causar pressões inflacionárias, pois quando o hiato diminui a probabilidade de existirem pressões inflacionárias aumenta. As estimativas de PIB potencial dependam fortemente das metodologias escolhidas. Duas delas são importantes para o caso brasileiro (e ambas não são inquestionáveis, dado que não são observáveis no mundo real): o método de Hodrick e Prescott (HP) - que é o adotado pelo Banco Central (BC) - e o método de função de produção, o qual é adotado pelos Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Do PIB para o mercado financeiro, todavia, quando analisamos a teoria do investimento temos apenas uma métrica que é calculada com base nos dados contábeis das empresas e na cotação de mercado da ação: o q de Tobin. Não há espaço na teoria do q de Tobin, contudo, para eventuais considerações sobre o fato de uma empresa poder estar subavaliada ou superavaliada considerando essa métrica de análise. Mas existem métodos de valuation por fluxos de caixa descontado que são de amplo uso pelos analistas do mercado financeiro do mundo todo. E estes métodos chegam frequentemente a valorações distintas daquelas propostas pelo q de Tobin. Então, diante do exposto, surge a pergunta que motiva este trabalho: por que não há, tal como no hiato do PIB, um q de Tobin potencial que possa ser comparado ao q de Tobin efetivo? Na medida em que só há um q de Tobin, o pressuposto implícito é o de que o mercado sabe, a qualquer tempo, valorar corretamente uma empresa, o que pode ser correto diante da visão da hipótese dos mercados eficientes à la Eugene Fama. Porém, conforme a visão alternativa de Shiller, as pessoas cometem erros sistematicamente devido a vieses psicológicos. Erros que implicam em movimentos nos preços das ações, os quais foram levados em conta quando Shiller previu bolhas e crises no mercado financeiro. Conforme a visão de Fama, bastaria um q de Tobin único e efetivo (no sentido de baseado no preço efetivo da ação da empresa) para explicar a atratividade ou não da ação de uma empresa para um investidor qualquer. Porém, na visão de Shiller, consideramos que seria muito útil um q de Tobin potencial (calculado com base no valor intrínseco da ação obtido por um modelo de valuation de fluxos de caixa descontados). A série temporal deste q de Tobin potencial poderia ser comparada à serie do q de Tobin efetivo. E por meio desta comparação seria possível prever bolhas no mercado financeiro (que ocorreriam quando o hiato entre os dois q’s fosse muito grande ou estivesse em trajetória de ascensão). Este trabalho é um trabalho teórico que propõe uma nova versão do q do Tobin e, ao mesmo tempo, oferece um estudo de caso como exemplo. Ele apresenta um modelo de cálculo de um q de Tobin potencial e de outro efetivo, ambos aplicados à avaliação da ação ABEV3, que é ação ordinária nominativa da conhecida empresa Ambev S.A., cujo capital é belgo-brasileiro e é uma das maiores empresas de bebidas do mundo. A análise será feita através do cálculo dos dois q’s de Tobin (o efetivo e o potencial) com base nos demonstrativos trimestrais de 30/06/2013 até 30/09/2021. Palavras-chave: q de Tobin, apreçamento de ativos, fluxo de caixa descontado, mercado de ações, teoria do investimento. Abstract DOS SANTOS, Brenda Marcondes. “If there is potential GDP, why isn't there a potential Tobin Q? A case study for discussion.” Advisor: Prof. Phd. Marcelo de Oliveira Passos. 2021. Number of pages: 21. Monograph (Bachelor of Economic Sciences) Institute of Human Sciences, Federal University of Pelotas, Pelotas, 2021. In macroeconomic theory, the calculation of the GDP gap, which is defined by the difference between effective GDP and potential GDP, is very important. Potential GDP marks the aggregate supply capacity or installed productive capacity of an economy. And the GDP gap serves to estimate the economy's capacity for growth without causing inflationary pressures, because when the gap decreases, the probability of inflationary pressures increases. Estimates of potential GDP depend heavily on the methodologies chosen. Two of them are important for the Brazilian case (and both are not unquestionable, as they are not observable in the real world): the method of Hodrick and Prescott (HP) - which is adopted by the Central Bank (BC) - and the method of production function, which is adopted by the Institute for Applied Economic Research (Ipea). From the GDP to the financial market, however, when we analyze the investment theory we have only one metric that is calculated based on the companies' accounting data and on the stock market quotation: Tobin's q. There is no room in Tobin's q theory, however, for possible considerations about the fact that a company may be undervalued or overvalued considering this analysis metric. But there are discounted cash flow valuation methods that are widely used by financial market analysts around the world. And these methods often arrive at different valuations from those proposed by Tobin's q. So, given the above, the question that motivates this work arises: why is there not, as in the GDP gap, a potential Tobin q that can be compared to the effective Tobin q? As there is only one Tobin q, the implicit assumption is that the market knows, at any time, how to correctly value a company, which may be correct in view of the efficient markets hypothesis à la Eugene Fama. However, according to Shiller's alternative view, people systematically make mistakes due to psychological biases. Errors that imply movements in stock prices, which were taken into account when Shiller predicted bubbles and crises in the financial market. According to Fama's view, a single and effective Tobin q (in the sense of based on the company's effective share price) would suffice to explain the attractiveness or not of a company's share to any investor. However, in Shiller's view, we thought a potential Tobin q (calculated based on the stock's intrinsic value obtained by a discounted cash flow valuation model) would be very useful. The time series of this potential Tobin q could be compared to the series of the effective Tobin q. And throughthis comparison, bubbles in the financial market could be predicted (which would occur when the gap between the two q’s was very large or was on an upward trajectory). In this sense, this work is a theoretical work that, at the same time, offers a case study as an example. It presents a model for calculating a potential and an effective Tobin q, both applied to the valuation of the ABEV3 share, which is a registered common share of the well-known company Ambev S.A., whose capital is Belgian-Brazilian and is one of the largest beverage companies in the world. The analysis will be carried out by calculating the two Tobin q's (effective and potential) based on quarterly statements from 06/30/2013 to 09/30/2021. Keywords: q de Tobin, asset valuation, discounted cash flow, stock market, investment theory. SUMÁRIO 1. Introdução 1 2. Revisão da literatura teórica e empírica 2 2.2. A teoria de q de Tobin 4 2.2.1. Modelo de Lindenberg & Ross 6 2.2.2. O modelo Chung e Pruit (1994) 7 2.3. Literatura empírica: aplicações à economia Brasileira 7 3. Metodologia e fontes dos dados 8 4. Resultados 9 4.1. O Modelo de Damodaran (1994) adaptado às normas contábeis brasileiras 9 4.2. Modelo de Fluxo de Caixa de Assaf Neto 11 4.3. Proposta de um modelo do q de Tobin Potencial (qTP) 15 5. Conclusões 17 6. Referências 17 LISTA DE TABELAS Tabela 1: Balanços projetados e análise vertical e horizontal.................... 10 Tabela 2: Projeção da Receita.................................................................... 10 Tabela 3: Demonstrativo do resultado do exercício: projeção para 30/12/2021................................................................................................... 11 Tabela 4: Fluxo de caixa disponível para o acionista da Ambev S.A. ......................................................................................................................12 Tabela 5: Parâmetros para o cálculo do valor intrínseco da empresa ......................................................................................................................15 Tabela 6: Resultados da estimação do Modelo ..........................................16 1 Se há um PIB potencial, por que não existe um Q de Tobin potencial? Um estudo de caso para análise 1. Introdução Como sabemos, na Macroeconomia existe o hiato do PIB, o qual é definido pela diferença entre o PIB efetivo e o PIB potencial. O cálculo do PIB potencial, sobre o qual não há consenso, é de extrema relevância para a estimativa da capacidade de oferta agregada ou da capacidade produtiva instalada de uma economia. Também é útil para avaliar a capacidade de crescimento da economia sem causar pressões inflacionárias, pois se economia crescer acima do PIB potencial, surgem pressões inflacionárias. Não há consenso para mensurar o PIB potencial, dado que, se há várias medidas indiretas, como capacidade instalada da indústria, o tamanho da infra-estrutura ou a capacidade de geração de energia elétrica, não existem muitas medidas diretas. Isso faz com que as estimativas de PIB potencial dependam fortemente das metodologias escolhidas. Entre as quais, para citar apenas duas, existem algumas que são consideradas duvidosas, pois não são observáveis no mundo real: o método de Hodrick e Prescott (HP) - que é o adotado pelo Banco Central (BC) - e o método de função de produção, o qual é adotado pelos pesquisadores do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Porém, quando trazemos a teoria do investimento para os mercados financeiros, opta-se geralmente por utilizar um indicador que se baseia somente nos dados contábeis das empresas: o q de Tobin. Não há espaço na teoria do investimento atual, contudo, para eventuais considerações sobre o fato de uma empresa poder estar subavaliada ou superavaliada considerando essa métrica de análise. Mas há métodos de valuation por fluxos de caixa descontado que são de amplo uso pelos analistas do mercado financeiro em praticamente todos os países do mundo com mercados financeiros organizados. E estes métodos chegam frequentemente a valorações distintas daquelas propostos pelo q de Tobin. Então, diante do exposto, surge a pergunta que motiva este trabalho: por que não há, tal como no hiato do PIB, um q de Tobin potencial que possa ser comparado ao q de Tobin efetivo? Na medida em que só há um q de Tobin, o pressuposto implícito é o de que o mercado sabe, a qualquer tempo, valorar corretamente uma empresa, o que pode ser correto diante da visão da hipótese dos mercados eficientes à la Eugene Fama, pois segundo ele, no agregado, os mercados comportam-se de forma eficiente, com agentes tomando atitudes perfeitamente racionais. Porém, conforme Shiller, as pessoas cometem erros sistematicamente devido a vieses psicológicos. Erros que implicam em movimentos nos preços das ações. Shiller conseguiu predizer bolhas e crises no mercado financeiro e parte de seu prestígio se deve a isto. Já Fama chegou a dizer que nem sequer sabe o que significam bolhas no mercado financeiro (Pessoa, 2013). Essas visões opostas, mesmo tendo ambas sido agraciadas com o Nobel de 2013, têm consequências tanto para as políticas públicas quanto para a teoria do q de Tobin. Conforme a visão de Fama, bastaria um q de Tobin único e efetivo (no sentido de baseado no preço efetivo da ação da empresa) para explicar a atratividade ou não da ação de uma empresa para um investidor qualquer. 2 Porém, na visão de Shiller, consideramos que seria muito útil um q de Tobin potencial (calculado com base no valor intrínseco da ação obtido por um modelo de valuation de fluxos de caixa descontados). A série temporal deste q de Tobin potencial poderia ser comparada à serie do q de Tobin efetivo. E por meio desta comparação poder-se-iam prever bolhas no mercado financeiro (que ocorreriam quando o hiato entre os dois q’s fosse muito grande ou estivesse em trajetória de ascensão). Nesse sentido, este trabalho é um trabalho teórico e, ao mesmo tempo, oferece um estudo de caso como exemplo. Ele pretende apresentar um modelo de cálculo de um q de Tobin potencial e outro efetivo, sendo ambos aplicados à avaliação da ação ABEV3, que é ação ordinária nominativa da conhecida empresa Ambev S.A., cujo capital é belgo-brasileiro e é uma das maiores empresas de bebidas do mundo. A análise será feita através do cálculo dos dois q’s de Tobin (o efetivo e o potencial) com base nos demonstrativos trimestrais de 30/06/2013 até 30/09/2021. 2. Revisão da literatura teórica e empírica 2.1. Modelos de valuation por fluxo de caixa descontado O foco desta primeira seção da revisão está na literatura sobre modelos de avaliação de fluxo de caixa descontado. Bodie, Kane e Marcus (2009, 589) consideram que o valor intrínseco de uma ação (o objeto final das técnicas de avaliação) corresponde ao valor presente dos pagamentos em dinheiro ao seu comprador, que inclui dividendos e valores decorrentes da venda final de as ações, descontadas a uma taxa de juros ajustada ao risco apropriada. Com uma visão semelhante, mas mais ampla, Damodaran (2006, p. 3) considera a avaliação de ativos como o cerne de muitas atividades analíticas que são feitas em finanças. É útil tanto no estudo da eficiência do mercado quanto na análise de questões de governança corporativa ou na comparação de diferentes regras de decisão de investimento para o orçamento de capital. Os analistas geralmente usam um conjunto diversificado de modelos de avaliação. Existem aquelas que são simples e existem outras bem refinadas. Alguns exemplos: i) modelo de fluxo de caixa descontado - o foco deste artigo - que relaciona o valor de um ativo ao valor presente dos fluxos de caixa futuros esperados naquele ativo; ii) modelo de liquidação e avaliação contábil, que visa avaliar os ativos existentes de uma empresa, utilizando estimativas de valor contábil ou o próprio valor contábil como início do processo; (iii) um modelo que estima o valor de um ativo levando em consideração a precificação de outros ativos "comparáveis"em relação a uma variável comum (como lucros, fluxos de caixa, valor contábil ou vendas); iv) um modelo de avaliação contingente que utiliza opções de precificação para mensurar o valor dos ativos que se assemelham, em geral ou em parte, às opções (essa classe de modelos se encaixa na teoria das opções reais). Segundo Parker (1968), as tabelas de taxas de juros pioneiras datam de 1340. E é o mesmo Parker que atribui à primeira publicação sobre o assunto, a "Pratica della Mercatura" de 1766, a Francesco Pegolotti, empresário florentino e político. 3 No entanto, as contribuições verdadeiramente seminais para as técnicas de avaliação de fluxo de caixa descontado foram estabelecidas por Alfred Marshall (1907) e Bohm-Bawerk (1903). Ambos exploraram a noção de valor presente em suas obras no início do século XX, influenciando Irving Fisher, que a desenvolveu e sofisticou em The Rate of Interest of 1907 e The Theory of Interest of 1930. Em ambas as obras, Fisher propôs quatro abordagens alternativas para analisando investimentos. Segundo ele, gerariam os mesmos resultados. Ele argumentou que, ao se deparar com várias alternativas de investimento, deve-se escolher o investimento: (i) que tem o maior valor presente pela taxa de juros de mercado; ii) cujo valor presente dos benefícios exceda o valor presente dos custos; (iii) cuja “taxa de retorno do sacrifício” supere a taxa de juros de mercado; ou (iv) que em comparação com o próximo investimento mais caro, gere uma taxa de retorno sobre o custo superior à taxa de juros de mercado. Deve-se notar que as duas primeiras abordagens representam a regra do valor presente líquido. A terceira é uma variante da abordagem da taxa interna de retorno (TIR). Este último corresponde à abordagem da taxa marginal de retorno. Como Fisher não se aprofundou na noção de taxa de retorno, outros economistas passaram a explorar melhor a ideia. A partir da análise de um único investimento, Boulding (1935) deduziu a taxa interna de retorno de um investimento de seus fluxos de caixa esperados e de um investimento inicial. Keynes (1936) argumentou que a "eficiência marginal do capital" poderia ser calculada como a taxa de desconto que torna o valor presente dos retornos de um ativo igual ao seu preço atual e que é equivalente à taxa de retorno (a mesma de Fisher) de um investimento. Samuelson (1937) explorou as diferenças entre as abordagens da taxa interna de retorno e do valor presente líquido. Ele também argumentou que os investidores racionais deveriam maximizar o valor presente líquido, não a TIR. Nos últimos 50 anos, os modelos de fluxo de caixa descontado se espalharam e expandiram seu escopo para seguros e avaliação de negócios. Não há dúvida, de acordo com Damodaran (2006), que esse impulso foi auxiliado e estimulado pelos desenvolvimentos da teoria do portfólio, por um lado. Para os fundamentalistas (e ao contrário dos grafistas), o valor de uma ação é diferente de seu preço, e os investidores procuram saber como ocorrem as oscilações de valor e tentam antecipar possíveis oscilações de preço. A forma clássica para esse tipo de abordagem é o modelo de desconto de dividendos, que é a base da teoria de finanças corporativas. O valor de uma empresa é a soma de todos os pagamentos de dividendos esperados, descontando o seu valor líquido presente. No entanto, esses componentes são marcados pela incerteza. Outra teoria é que o valor da empresa é definido por um “mercado eficiente”. Segundo Malkiel (2012), as ações seguem um “passeio aleatório” em que incorporam todas as informações disponíveis nos preços das ações. Nesse sentido, não há como obter um resultado consistente melhor do que o próprio mercado. Além do modelo de desconto de dividendos, os analistas fundamentalistas utilizam outros instrumentos, como: (a) a relação preço / lucro (P / L); (b) a rentabilidade dos dividendos; (c) o índice preço / valor contábil que compara o valor de mercado com o valor contábil; E (d) o "q de Tobin" que é a relação entre o valor de mercado e o custo de reposição dos ativos. Mas existem outras medidas. Existem também outros critérios para comparar o valor das ações com outros valores de ativos financeiros, como: o "modelo Fed", que divide a rentabilidade das ações pela rentabilidade dos títulos do Tesouro dos EUA (se o 4 resultado for menor que um, as ações podem ser consideradas com preço atrativo de compra); O “prêmio de risco das ações”, que mede o retorno extra das ações sobre o retorno dos títulos do governo. Além disso, existem outros indicadores de volatilidade aplicáveis a ações individuais, como o índice beta, que mede a volatilidade de uma ação em relação ao mercado como um todo. As ações de empresas menores tendem a ter betas mais elevados, uma vez que apresentam maior risco e menor liquidez do que as maiores ou blue chips. Por terem betas mais altos, eles podem representar retornos mais atraentes do que os de empresas maiores, que geralmente têm betas menores. No entanto, nenhum desses indicadores está isento de pontos fracos. Os indicadores que usam os lucros são afetados por "pequenos truques" em sua contabilidade. Aqueles que medem a rentabilidade são afetados por períodos de baixa inflação, quando a oferta de títulos do governo diminui e os títulos do governo também não estão absolutamente isentos de risco, não sendo incomum encontrar investidores afetados por quedas em seus retornos reais em períodos de alta inflação. O “q de Tobin”, o objeto central deste trabalho, não leva em consideração o capital intangível. Os componentes intangíveis do ativo podem ser muito valiosos, dadas as avaliações de marcas e patentes. O prêmio de risco das ações foi considerado pelos economistas um tanto impreciso, uma vez que há muito permaneceu acima do retorno das ações de longo prazo. No século XX, o retorno de longo prazo das ações dos EUA era próximo a 6% (Siegel, 2013). Além disso, pode ser medido apenas "a posteriori". O "beta", índice bastante utilizado, também foi questionado, uma vez que o retorno das ações das pequenas empresas não ficou acima dos retornos das ações das maiores durante os períodos de alta registrados nas décadas de 80 e 90 do século passado. Em suma, sempre é possível encontrar argumentos contra o uso desses indicadores. Mesmo assim, todas essas métricas de preços ajudaram a identificar os mercados de ações em alta dos EUA durante as quase três décadas (80, 90 e 2000-2007), que atingiram níveis históricos muito altos. Também foram úteis para analisar os últimos períodos de alta expressiva do Ibovespa (2004-2005 e 2006-2008). 2.2. A teoria do q de Tobin Diversas fórmulas para o cálculo da estimativa do investimento foram propostas ao longo do tempo, as discussões centrais na literatura se dividiram em dois principais eixos: o neoclássico e a teoria proposta por James Tobin. Para a teoria neoclássica, o aumento da taxa de investimento de uma empresa depende unicamente do crescimento da receita do produto. Se as vendas aumentam, os administradores têm incentivo para aumentar a produção. Já para a teoria do Q de Tobin, afirma-se que se Q >1, o valor da empresa é maior que o custo de reposição dos seus ativos, portando a empresa investe buscando retornos maiores, se o Q< 1 a empresa reduz seus investimentos até o ponto em que o custo de reposição dos ativos se iguala ao valor de mercado da empresa. Baseado no enfoque da empresa, a teoria do Q de Tobin foi proposta pela primeira vez por James Tobin (1969), ela busca mostrar a conexão entre o investimento das empresas e o mercado de ações. Segundo Tobin, os administradores das empresas vendem as ações quando o mercado está em alta 5 e realizam investimentos; em um cenário inverso não vender seus papeis quando o mercado está precificando-os abaixo do esperado. O Q de Tobin é uma aproximação do valor que o mercado dá aos ativos de uma empresa em relação ao seu custo de produção. O “Q” é a razão entre o valor de mercado da empresa e seu custo de reposição dos ativos. Quando Q é alto, as empresasbuscam produzir mais ativos. Quando Q > 1 a empresa deve aumentar o investimento em seus ativos fisícos, quando Q<0 a empresa não deve realizar novos investimentos. Contudo, existem algumas dificuldades, apontadas na literatura, em relação à estimação do Q de Tobin. Como já foi dito, o Investimento é uma variável volátil da demanda agregada, dessa forma os gastos com investimentos amplificam as flutuações no curto prazo da atividade econômica de forma cíclica. Apesar de sua usabilidade, existem algumas críticas em relação ao modelo original, pois ele não capta a incerteza de curto prazo do mercado. Muitas vezes as empresas podem estar passando por um ciclo momentâneo de baixa ou estarem sujeitas a ruídos como notícias, especulações e outros acontecimentos que favorecem a formação de bolhas no mercado. Além disso, o valor de reposição dos ativos é uma das variáveis mais difíceis de se observar e encontrar dados. A forma de cálculo que será desenvolvida adiante precifica as ações das empresas pelo valor intrínseco, conforme o modelo de fluxo de caixa descontado proposto por Damodaran (1994). Quando aplicado com base em dados contábeis, ele projeta o valor intrínseco que uma ação deveria estar cotada no presente, com base no desempenho e nos fluxos de caixa esperados no futuro. Ao calcular o valor intrínseco da empresa, podemos eliminar os ruídos do curto prazo e aplicar o Q de Tobin de forma mais acurada. Primeiramente, partiremos da análise do modelo inicial elaborado por Tobin (1970), posteriormente o modelo aprimorado e muito utilizado na literatura de Lindenberg e Ross(1981) e também o modelo simplificado de Chung e Pruit (1994). Serão apresentados os argumentos sobre os trabalhos com aplicações do modelo no Brasil e posteriormente a metodologia empregada neste trabalho, assim como a conclusão. Para o cálculo do modelo inicial proposto por Tobin é usada a seguinte fórmula: 𝑞 = 𝑉𝑀𝐹+𝑉𝑀𝐷𝑉𝑅𝐴 Onde: VMF= Valor de mercado da firma, obtido através da multiplicação entre o preço das ações no mercado pela quantidade de ações em circulação somado o valor das dívidas VRA= Valor de reposição dos ativos. VMD= Valor de Mercado da dívida Fama e Barros dizem que“ A importância do q como determinante de novos investimentos para uma firma ou setor em uma economia só faz sentido teórico quando se considera o valor marginal. É a esse valor que se referiam Tobin e Breinard(1968)”. Dessa forma, a fórmula apresentada inicialmente se refere ao Q médio, enquanto o q marginal é dado por: 6 𝑞' = 𝑑𝑉𝑀𝐹𝑑𝑉𝑅𝐴 No entanto, o cálculo do valor de reposição dos ativos é de difícil estimação, dada a não existência de um grande mercado de venda de bens e da ausência de informações amplamente divulgadas, alguns autores vão utilizar de informações contábeis e de mercado para a avaliação como será apresentado adiante. Na busca por uma estimação mais acurada do Q de Tobin, foram propostos alguns modelos e serão apresentados os mais utilizados na literatura atual. 2.2.1. Modelo de Lindenberg & Ross O modelo de Lindenberg & Ross(1981) é um dos mais aceitos atualmente para a estimação de Q de Tobin, também foi um dos primeiros que buscou associar a teoria aos dados práticos disponíveis no mercado. Nesse modelo o Valor da empresa pode ser estimado através do cálculo baseado no valor das ações ordinárias e preferenciais das sociedades anônimas de capital aberto, sendo assim, a cotação das ações mostra exatamente o valor da empresa. O diferencial do modelo é o cálculo do valor de mercado das dívidas, Lindenberg & Ross segmentam o valor das dívidas em dívidas de curto e de longo prazo. As definidas pelo longo prazo foram calculadas com base em sua maturidade e pela taxa de juros exigida pelo mercado, conforme o modelo. 𝑉𝑇𝑀𝑖 = 𝑇=1 𝑇𝑖 ∑ 𝑐𝑖𝑖 1+𝐼𝑖( )𝑡 + 𝑉𝐹𝑇𝑖 1+𝐼𝑖( )𝑇𝑖 Em que: VMTi = o valor de mercado de um título i; Ti = o prazo até o vencimento do título i; cii = os juros pago pelo título i no tempo t; Ii = a taxa de retorno exigida pelos credores (mercado); e VFTi = o valor de face do título. Para Lindenberg e Ross, as dívidas são agrupadas nas seguintes categorias: instalações e equipamentos; estoques; e outros ativos Assim, o cálculo do valor de reposição dos ativos é dado por: VRA = AT +VRI −VHI +VRE –VHE Em que: AT = o ativo total contábil; VRI = o valor de reposição das instalações e equipamentos; VHI = o valor histórico das instalações e equipamentos; VRE = o valor de reposição dos estoques; e VHE = o valor histórico dos estoques. O modelo apresentado foi testado por Lindenberg & Ross na estimação de Q de Tobin para 246 firmas de 1960 até 1977 e apresentou significância. 7 Outros modelos tradicionais para a estimação do q de Tobin também tem relevante importância com o desenvolvido por Lewellen e Badrinath (1997); que foi posterimente aprimorado por Lee e Tompkins (1999). Mas nos concentraremos nos mais utilizados pela literatura. 2.2.2. O modelo Chung e Pruit (1994) Este é o modelo utilizado para o cálculo do q de Tobin efetivo da Ambev S.A. Ele é baseado no modelo de Lindenberg & Ross(1981) e foi proposto por Kee H. Chung e Stephen W. Pruitt. Surgiu como uma alternativa aos modelos tradicionais por sua forma simplificada e de importante base contábil, ele define o q como: 𝑞 = 𝑉𝑀𝐴+𝐷𝐴𝑇 Em que: VMA = valor de mercado das ações ordinárias e preferenciais negociadas na Bolsa de Valores AT = o ativo total empresa D = definido como o valor da dívida da empresa. O diferencial do modelo está também relacionado a fórmula de cálculo da dívida, em que além da segmentação de curto e longo prazo também é utilizado dados dos recursos disponíveis e estoques da firma. Sendo D a equação definida por: 𝐷 = 𝑉𝐶𝐷𝑐𝑝 − 𝑉𝐶𝑅𝑐𝑝 + 𝑉𝐶𝑒𝑠𝑡 + 𝑉𝐶𝐷𝑙𝑝 VCDcp = o valor da dívida de curto prazo; VCRcp = o valor dos recursos disponíveis VCest = o valor dos estoques; e VCDlp = o valor das dívidas de longo prazo. Este modelo utiliza de grande base contábil. Onde o Valor de reposição dos ativos, por simplificação, é dado como AT e D é denotado pelas dívidas de curto prazo. Visando uma acurácia dos dados apresentados, Chung & Pruit (1994) testaram 10 diferentes amostras de empresas norte-americanas entre 1978 e 1987 utilizando o modelo desenvolvido por eles e o modelo Lindenberg & Ross. Os resultados foram bem próximos e a principal diferença foi dada pela aproximação do valor de substituição de recursos por seus valores nominais. 2.3. Literatura empírica: aplicações à economia Brasileira No Brasil existem algumas referências de trabalhos realizados buscando significância na bolsa Brasileira, Kammler e Alves (2009) realizaram um estudo com as empresas de capital aberto no Brasil através de uma análise cross-section no período de 2001 a 2003 utilizando os métodos de Chung e Pruit(1994) e Lee e Tompkins(1999), a escolha dos métodos foi motivada pela simplicidade de ambos. 8 Os resultados significativos foram testados com a variável “q” defasada em um ano, pois segundo Blanchard, (2001, p. 347), as variações nos investimentos estão mais associadas às variações do mercado de ações do ano anterior, sendo isso uma consequência das empresas levarem tempo para tomar a decisão de investimento. Nessa análise foi encontrado um alto grau de significância. Nesse trabalho foram ultilizados como o valor de mercado da empresa, o preço das ações das companhias multiplicado pela quantidade do mercado. Quando confrontados os dados dos balanços das companhias brasileiras, Kammler e Alves(2009) existe uma questão em que não há muito consenso: o valor do investimento nos balanços contábeis. Os autores Iudicibulus (1998) e Marion (2002) consideram como investimento o ativo total médio, enquanto Assaf Neto (2002) considera investimento como o valor do ativo total menos os passivos considerados inerentes à atividade da empresa, como salários, fornecedores e impostos. No estudo apresentado por Kammler e Alves (2009) são considerados investimentos a variação do ativo imobilizados somado aovalor dos estoques. Neste trabalho será utilizado como investimento o conceito de Assaf Neto (2014). Fama e Barros (2010) também apresentaram trabalho analisando as metodologias de cálculo, demonstram através de seu artigo as diferentes áreas nas quais o q de Tobin podem exercer influência. Segundo eles, o método ainda é pouco utilizado no Brasil e poderia ser mais aplicado por pesquisadores e na análise de mercado. 3. Metodologia e fontes dos dados A fonte dos dados referentes aos balanços da empresa Ambev S.A. foi o site Fundamentus1. Os demais dados referentes ao cálculo do q de Tobin potencial (qTP), calculado com base no modelo de valuation de Damodaran (1994) foram obtidos de: ● Depreciação: site do Yahoo Finanças2 ● Carga tributária: Afonso (2021)3 ● Taxa livre de risco (Rf): Banco Central do Brasil, Série 4391 Taxa de juros CDI4 ● Prêmio Pelo Risco (Rp): Site Damodaran Data – New York University 5 ● Estimativa do beta: site do Yahoo Finanças ● Spread Bancário: Site Damodaran Data – New York University6 ● ROE do setor (return on equity ou rentabilidade do patrimônio líquido do setor de bebidas): média de 10 anos das rentabilidades descritas em várias edições do Anuário Maiores e Melhores da Revista Exame. ● ROE da empresa: média dos últimos 12 demonstrativos do resultado do exercício da AMBEV S.A (Fonte: site Fundamentus). 3 https://joserobertoafonso.com.br/carga-tributaria-brasileira-por-setores-sistema-firjan/ 4 https://www3.bcb.gov.br/sgspub/localizarseries/localizarSeries.do?method=prepararTelaLocalizarSeries 5 https://pages.stern.nyu.edu/~adamodar/New_Home_Page/datafile/ctryprem.html 6 https://pages.stern.nyu.edu/~adamodar/New_Home_Page/datafile/ratings.htm 2 https://br.financas.yahoo.com/ 1 https://fundamentus.com.br/ https://joserobertoafonso.com.br/carga-tributaria-brasileira-por-setores-sistema-firjan/ https://www3.bcb.gov.br/sgspub/localizarseries/localizarSeries.do?method=prepararTelaLocalizarSeries https://pages.stern.nyu.edu/~adamodar/New_Home_Page/datafile/ctryprem.html https://pages.stern.nyu.edu/~adamodar/New_Home_Page/datafile/ratings.htm https://br.financas.yahoo.com/ https://fundamentus.com.br/ 9 Dadas as diversas formas de cálculo do q de Tobin já apresentadas, o trabalho desenvolvido adiante busca a mensuração do q de Tobin pelo cálculo do valor da empresa intrínseco. Enquanto modelos anteriores apresentavam o cálculo do valor da empresa através do valor de mercado, a proposta adotada neste trabalho é de que o cálculo do valor da empresa pode ser dado por seu valor intrínseco, esse valor será calculado através da metodologia de valor da empresa apresentada por Damodaran (1994). Quando apresentado pela primeira vez, o q de Tobin proposto por James Tobin anunciava o modelo em que o valor da empresa era dado pelo valor das ações negociadas em mercado multiplicado pela quantidade de ações em circulação. Após outros teóricos apresentarem modificações ao modelo, Lindenberg & Ross (1981) apresentaram uma outra forma que foi amplamente aceita pela literatura, onde o valor da empresa é dado pelo cálculo do valor das ações ordinárias e preferenciais de uma empresa somado com o valor de mercado das dívidas, que é dado pela equação já apresentada. Para o cálculo do q de Tobin, que chamamos de q de Tobin efetivo (qTE) neste trabalho, utiliza-se a abordagem de Chung e Pruit (1994). Eles aperfeiçoaram o modelo dado por Lindenberg e Ross (1981), apresentando uma forma diferente do cálculo das dívidas, onde as dívidas são calculadas pelo seu valor contábil e são definidas pela soma das de curto prazo, do valor contábil do estoque, dos recursos disponíveis na firma e das dívidas de longo prazo. Por outro lado, a metodologia de cálculo do q de Tobin potencial (qTP) que é proposta aqui, utiliza o método do valor intrínseco da empresa calculado pelo modelo de fluxo de caixa descontado de Damodaran (1994). 4. Resultados 4.1. O Modelo de Damodaran (1994) adaptado às normas contábeis brasileiras O valor intrínseco da empresa pode ser dada pela seguinte fórmula: 𝑉𝐸 = 𝐹𝐿𝐶1+𝐾𝑒( ) * 1000 + 𝑉𝑅 Onde: VE: Valor intrínseco da empresa FLC: Fluxo de Caixa Acumulado em 4 trimestres Ke: Custo de Capital Para estimarmos o fluxo de caixa projetado, recorremos novamente à Damodaran (1994), que argumenta que o período ideal para a análise de uma empresa é de no mínimo oito anos. Por esse motivo, escolheu-se uma base de dados com os relatórios contábeis da empresa Ambev S.A. para a análise e projeção de fluxos de caixa, chegando ao valor intrinseco da empresa. A base de dados é constituída pelos balanços patrimoniais, os demonstrativos do resultado do exercício e os demonstrativos de fluxo de caixa da referida empresa. 10 A estimação do valor futuro dos balanços contábeis utilizados são baseados na análise vertical e horizontal conforme apresentado por Dos Santos (2017). Para a projeção, são utilizados dados de 30/06/2013 até 30/09/2021. Como no exemplo simplificado abaixo: Tabela 1 - Balanços projetados e análise vertical e horizontal Contas AV ANO 1 AH AV ANO 2 AH AV ANO 3 Médias de cresc. das contas Receita líquida 100% 726 15% 100% 837 12% 100% 937 14% Custos de produção 58% 421 11% 56% 468 5% 52% 491 8% Lucro bruto 42% 305 21% 44% 369 21% 48% 446 21% Despesas operacionais 27% 194 10% 25% 213 7% 24% 228 8% Depreciação 2% 12.74 18% 2% 14.99 20% 2% 18.02 19% Lucro operacional 14% 98.26 44% 17% 141.01 42% 21% 199.98 43% Despesas financeiras 3% 22 9% 3% 24 13% 3% 27 11% Despesas não-operacionai s 1% 7 14% 1% 8 -25% 1% 6 -5% Receitas financeiras 2% 16 50% 3% 24 4% 3% 25 27% Receitas não-operacionai s 1% 5 20% 1% 6 0% 1% 6 10% Lucro antes do Imposto de Renda 12% 90.26 51% 16% 136.01 46% 21% 197.98 48% Imposto de Renda 3% 24.82 51% 4% 37.4 46% 6% 54.44 48% Lucro Líquido 9% 65.43 51% 12% 98.6 46% 15% 143.53 48% Fonte: cálculos da autora. Onde: AV: Análise Vertical AH: Análise Horizontal Para obtermos os dados projetados, podemos usar o exemplo da projeção da receita, que será dada pela receita no último período de dados divulgados multiplicado pela média das receitas dos últimos anos calculada com base na média das análises horizontais Tabela 2 – Projeção da receita com base na tabela 1 ANO 4 ANO 5 ANO 6 Projeção da receita 1064.603 9 1209.585 1374.310 8 Fonte: estimativas da autora. 11 O DRE de análise do trabalho foi baseado em 8 anos da empresa, e foram objetivos os seguintes resultados abaixo: Tabela 3 – Demonstrativo do resultado do exercício: projeção para 30/12/2021 30/09/2021 30/12/2021 (Projetado) Receita Bruta de Vendas e/ou Serviços Deduções da Receita Bruta 0 Receita Líquida de Vendas e/ou Serviços 15,711,141 17,930,340 Custo de Bens e/ou Serviços Vendidos -7,965,269 -7,231,538 Resultado Bruto 7,745,872 10,698,802 Despesas Com Vendas -4,008,878 -4,485,769 Despesas Gerais e Administrativas -1,142,886 -936,993 Perdas pela Não Recuperabilidade de Ativos 0 0 Outras Receitas Operacionais 1,464,580 711,882 Outras Despesas Operacionais -155,280 -212,073 Resultado da Equivalência Patrimonial -9,025 -7,380 Financeiras -277,298 -1,118,781 Receitas Financeiras 684,246 474,661 Despesas Financeiras -961,544 -1,593,442 Resultado Não Operacional 0 0 Receitas 0 0 Depreciação 1,228,114 1,501,920 Resultado Antes Tributação/Participações 3,617,085 4,649,687 Provisão para IR e Contribuição Social -799,849 -1,053,769 IR Diferido 112,345 916,569 Participações/Contribuições Estatutárias 0 0 Reversão dos Juros sobre Capital Próprio 0 0 Part. de Acionistas Não Controladores -43,799 -149,868 Lucro/Prejuízo do Período 2,885,782 4,362,620 ACUMULADO EM 4 TRIMESTRES 14,572,004 16,659,824 Fonte: estimativas da autora. 4.2. Modelo de Fluxo de Caixa de Assaf Neto Em seu método de cálculo do valor da empresa, Damodaran (1994) utiliza o cálculo do valor presente da empresa. Seus fluxos de caixa são descontados por uma taxa dado um período de tempo. Para esse cálculo de fluxos de caixa, existe o pressuposto de Anuidade ou Série crescente, que nadamais é do que uma série de recebimentos (fluxos) que cresce a uma taxa constante durante um período de tempo. Outro pressuposto importante é a perpetuidade crescente, que é uma sucessão de pagãmente ou recebimentos em que os valores crescem a uma taxa crescente para sempre. Dessa forma, o valor presente da empresa é dado pelos fluxos de caixa futuro esperados descontado por uma taxa. 12 A partir disso, para o cálculo de fluxo de caixa são extraídos dos demonstrativos trimestrais de 30/06/2013 até 30/09/2021 da Ambev S.A. utilizando o seguinte modelo de fluxo de caixa de Assaf Neto (2014) que se aplica às empresas de capital aberto nacionais. Para Assaf Neto (2014), o fluxo de caixa disponível para o acionista (FDCA) a partir do lucro líquido segue o seguinte cálculo: Tabela 4 – Fluxo de caixa disponível para o acionista da Ambev S.A., conforme modelo de Assaf Neto (2014) Projetado Fluxo atual Conta/Ano 30/12/2021 30/09/2021 Fluxo De Caixa Operacional 6,910,206 3,813,436 CAPEX 20,187,671 3,896,101 Investimento em giro -6,357,478 3,175,604 Fluxo de caixa disponível da empresa (FCDE)(Fluxo de Caixa desalavancado) 20,740,399 10,885,141 Despesas financeiras -1,593,442 -961,544 Benefício fiscal 956065.1818 576926.4 Entradas de novas dívidas 26822917.82 8209586.932 Fluxo de caixa disponível do acionista (FCDA) 46,925,940 18,710,110 Acumulado em 4 Trimestres 83,796,835 25,631,562 Taxa de crescimento trim x trim do FDCA 1.508052593 -3.976865667 Taxa de crescimento acumulada em 4 trimestres -1.37920632 2.163511805 Fonte: estimativas da autora. Em relação ao cálculo do custo de capital da Ambev S.A., Fernández (2008) demonstra utilizando o modelo de Damodaran (1994) que ele pode ser dado por: 𝐾𝑒 = 𝐾𝑢 + 𝐷 1−𝑇( )𝐸 * (𝐾𝑢 − 𝑅𝑝) Onde: D: Dívida onerosa (encontrada no demonstrativo contábil) T: Alíquota de Imposto de Renda da Empresa Rf: Taxa Livre de riscos E: Fluxo de caixa disponível de 4 trimestres Ku: Rentabilidade exigida das empresas sem dívidas (desalavancada) – custo de capital próprio. Quanto ao custo de capital das empresas “desalavancadas”, no modelo de Damodaran (1994) apud Fernández (2008), ele é definido da seguinte forma: 13 𝐾𝑢 = 𝑅 𝐹 + β(1+𝑅 𝑓 ) * 𝑃𝑚 Onde: = custo de capital;𝐾𝑢 = taxa de juro livre de risco;𝑅 𝐹 = coeficiente beta da ação;β = prêmio pelo risco de mercado (Pm = Km – Rf);𝑃𝑚 = prêmio pelo risco do ativo;β 𝑢 * (𝑃 𝑚 ) = Beta unlevered (“desalavancado”) - O custo de capital próprio é oβ 𝑢 retorno mínimo exigido por um acionista para manter em ser portfólio as ações de uma empresa. (taxa de juro livre de risco) - a taxa livre de risco se refere à taxa de𝑅 𝐹 mercado em que um ativo livre de risco é negociado, portanto, quando um investidor compra um ativo visando receber essa taxa, ele tem certeza que recebera o montante inicial somado aos juros na data combinada na negociação. No Brasil ela é representada pela Selic. Uma variável importante em qualquer modelo de valuation por fluxo de caixa descontado é o cálculo do beta da ação. Quando uma análise de gestão de risco de carteira de ativos é feita, encontram-se dois tipos de risco, o primeiro é o risco diversificável, o risco que pode ser diluído através da diversificação do portfólio; o segundo se tratado risco não-diversificável, que é o risco inerente ao mercado ao que todas as ações estão expostas. Quando falamos em β, falamos na medida de risco de uma empresa em relação ao risco não-diversificável. O beta é dado pela fórmula: β = 𝐶𝑜𝑣(𝑅 𝑝 ,𝑅 𝑏 ) 𝑉𝑎𝑟(𝑅 𝑏 ) Onde: Rp: Retorno do ativo Rb: Retorno do Mercado = Beta unlevered (“desalavancado”) - para Damodaran(1994) este betaβ 𝑢 “desalavancado” é o beta sem o impacto das dívidas no balanço financeiro. (retorno da carteira de mercado)𝑅 𝑝 O retorno da carteira de mercado faz referência ao retorno de um índice representativo que englobe parte das ações que representam a bolsa de valores. Dessa forma, o retorno de mercado é dado por essa taxa. Damodaran (2020) apresenta a formula para o calculo do premio pelo risco, e divulga em seu site uma tabela atualizada sobre os diferentes prêmios por risco nos diferentes países. 14 Finalmente, ainda conforme Damodaran (1994) apud Fernández (2008) temos a seguir as equações do valor residual, do custo médio ponderado de capital, do valor do benefício fiscal e da rentabilidade exigida das empresas alavancadas. ● Valor Residual: 𝑉𝑅 = 𝐹𝐿𝐶 * (1+𝑅𝑂𝐸)(𝑊𝐴𝐶𝐶−𝑅𝑂𝐸) Onde: FLC: Fluxo de Caixa VR : Valor Residual ROE: retorno do patrimônio líquido ou return on equity, 𝑅𝑂𝐸 = 𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜𝑃𝑎𝑡𝑟𝑖𝑚ô𝑛𝑖𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 ● WACC: Custo médio ponderado de capital, representado pela fórmula: 𝑊𝐴𝐶𝐶 = 𝐾𝑢 1 − 𝐷*𝑇𝐸+𝐷( ) + 𝐾𝑑−𝑅𝑓( )* 1−𝑡( )𝐸+𝐷 Onde: D: Dívida onerosa apresentada no balanço patrimonial E: Valor da empresa a preço de mercado T: Valor do benefício Fiscal ● Valor do benefício fiscal (T) 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑑𝑜 𝐵𝑒𝑛𝑒𝑓í𝑐𝑖𝑜 𝐹𝑖𝑠𝑐𝑎𝑙 = 𝐷*𝐾𝑑*𝑡1+𝐾𝑚 Onde: t: alíquota de imposto da empresa ● Rentabilidade exigida do mercado (Km) 𝐾𝑚 = 𝑃𝑚 + 𝑆𝑝𝑟𝑒𝑎𝑑 𝐵𝑎𝑛𝑐á𝑟𝑖𝑜 + 𝑅𝑓 ● Rentabilidade exigida das empresas com dívida (Kd) 15 𝐾𝑑 = 𝑅𝑓 + β * 𝑃 𝑚 Onde: β = Beta da empresa: coeficiente que indica o risco do investimento. 4.3. Proposta de um modelo do q de Tobin Potencial (qTP) O modelo a ser apresentado calcula o q de Tobin potencial (qTP) a partir da estimação do valor intrínseco da empresa obtido pelo método de valuation por fluxo de caixa descontado, conforme proposto no modelo de Damodaran (1994) e não a partir do valor de mercado (pelo qual se calcula o q de Tobin efetivo, qTE, conforme o modelo de Chung e Pruit, 1994, como já vimos) . 𝑞 𝑇𝑃 = 𝑉𝐸 𝑡 1000 + 𝑃𝐶 𝑡−1 −𝐴𝐶 𝑡−1 +𝑃𝑁𝐶 𝑡−1 𝐴𝑇 𝑡−1 Onde: qTP: Q de Tobin Potencial VE: Valor intrínseco da empresa PC: Passivo Circulante AC: Ativo Circulante PNC: Passivo não circulante AT: Ativo Total A utilidade deste indicador é que, quando o comparamos com o q de Tobin efetivo (qTE), temos uma medida do potencial de alta ou de queda de uma ação. Assim, podemos ter as seguintes situações: ● Se qTP > qTE: situação de potencial de alta da ação, sinalizando que há uma oportunidade de lucro futuro para o investidor, upside (tendência de alta) da ação. Se esta situação estiver presente em outras ações importantes de um mercado qualquer, é provável que esteja ocorrendo um bear market (um mercado em baixa). ● Se qTP < qTE: situação de potencial de baixa da ação, sinalizando que há uma oportunidade de perda futura para o investidor, downside (tendência de alta) da ação. Se esta situação estiver presente em outras ações importantes de um mercado qualquer, é provável que esteja ocorrendo a formação de uma bolha ou de um bull market (um mercado em alta). ● Se qTP = qTE: situação teoricamente possível, porém improvável, na prática. Nesse caso a ação se encontraria em seu nível de “hiato zero”, não havendo portanto nenhuma oportunidade de perda ou de lucro futuro para o investidor. 16 Os parâmetros utilizados para calcular o valor intrínseco da empresa pelo modelo de Damodaran(1994) foram os seguintes: Tabela 5 – Parâmetros para o cálculo do valor intrínseco da empresa Tsr (CDI/OVER taxa mensal anualizada) 0.0765 Km 0.19 Prêmio pelo risco 0.0763 Spread Bancário 0.042 Alíquota IR (t) 0.34 Ku (rentab. exigida das ações com empr. sem dívida) 0.0950 Kd (rentab. exigida das ações com empr. com dívida) (Ki) 0.0878 Tprm (Taxa Pref. Brasileira ou TPB - Fonte: BCB) 0.094 β (Beta) 0.12 βdve 1.2585 βcdv 0.12015 βsdv 0.19665 Vsdv 40,312,780 Fontes: Firjan (2016), Banco Central, Yahoo Finanças, Fundamentus, Anuário “Melhores e Maiores” da Revista Exame (várias edições) e estimativas da autora. Finalmente, na tabela 6, temos que os resultados da aplicação do modelo foram os seguintes: Tabela 6 –Resultados da estimação do Modelo Resultados das estimações Projeção para 31/12/2021 Valor do Benefício Fiscal R$ 2,307,137.54 Ke 0.102005WACC 0.0949841 βcdv 0.169603601 Kd 0.103167 Número de Ações 15741455195.00 Valor de Mercado (Fundamentus) R$ 238,955,289,860.10 Valor Residual -R$ 833,809,088.75 Valor Intrínseco da Empresa R$ 305,901,361,881.57 Q de Tobin Efetivo (qTE) 1.83 Q de Tobin Potencial (qTP) 2.33 Upside (+) ou downside (-) do Q de Tobin Potencial versus Q de Tobin Efetivo 27,10% Fonte: estimativas da autora Os resultados do valor do qTP e do qTE calculados para a empresa Ambev S. A. com o fluxo projetado no semestre quarto trimestre de 2021, cujo os resultados projetados referem-se à 31/12/2021, mostram que qTP > qTE. 17 Portanto, há razões para considerarmos que há um potencial de alta (upside) equivalente a 27,10% para as ações da empresa. Portanto, este upside ou potencial de lucro de médio/longo prazo, pode estar sinalizando que a cotação desta ação pode estar sendo influenciada por um mercado baixista. Porém, para verificar essa hipótese, teríamos que estimar e comparar mais valores de qTP e qTE para outras empresas e agregar tais valores para setores ou até para o mercado acionário como um todo, o que é tarefa para trabalhos futuros. 5. Conclusão O principal objetivo do trabalho foi realizar um estudo de caso apresentando uma nova proposta para um q de Tobin potencial, que avalia as decisões de investimento das empresas com base em seu valor de intrínseco, complementando o q de Tobin efetivo, que utiliza o valor de mercado. Esse estudo é motivado pelas oscilações momentâneas que o mercado sofre e acabam por precificar o valor de mercado das empresas de forma subavaliada ou superavaliada, o que podem segundo a visão de Shiller, influenciar na formação de bolhas ou de situações de bear market. A proposta do q de Tobin Potencial busca fornecer um indicador auxiliar ao q de Tobin efetivo, pelo qual é possível estimar o potencial de alta ou de baixa de uma ação, de um setor e até mesmo de um mercado (nesse trabalho calculamos apenas para a ação ordinária e nominativa da Ambev S.A., cujo código é ABEV3). O q de Tobin Potencial que estimamos teve por base o modelo de valuation por fluxo de caixa descontado de Damodaran (1994). E o q de Tobin efetivo foi estimado com base no método de Chung e Pruit (1994). A empresa escolhida para análise apresentou como resultado da comparação destes “dois q’s”, um upside significativo de 27,10%, podendo portanto ser considerada como subavaliada, o que reflete as condições de mercado baixista da B3 neste mês de novembro de 2021, quando este trabalho foi redigido. Assim como, no nível macroeconômico, estima-se o PIB potencial, o qual é extremamente útil para antecipação de cenários inflacionários e para análises referentes às condições de oferta agregada, propõe-se, no nível micro-financeiro, este modelo para estimar o “q de Tobin Potencial”. Ele poderá ser útil no diagnóstico de bolhas especulativas e também pode servir de embasamento para executivos e diretores tomarem decisões de compra e venda de ações no mercado acionário. Referências ASSAF NETO, A. (2014). Valuation: métricas de valor e avaliação de empresas. São Paulo: Atlas. BODIE, Z.; KANE, A.; MARCUS, A. J. (2009). Investments (8thed). New York: McGraw-Hill Inc. BOHM-BAWERK, A. V. (1903). Recent literature on interest. London: Macmillan & Co. 18 BOULDING, K.E. (1935). The Theory of a Single Investment. Quarterly Journal of Economics, 49 (3), 475-494. Retrieved from: https://doi.org/10.2307/1883864. CHUNG, K. H. e PRUITT, S. W. (1994). A simple Approximation of Tobin's Q. 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