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DOS SANTOS, A. V. e MILEK, C. M. - Estado de Exceção

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA 
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS 
 
 
 
 
 
 ALESSANDRO VIEIRA DOS SANTOS 
CONRADO MULLER MILEK 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A PRESENÇA MILITAR NAS FAVELAS DO ESTADO DO RIO DE 
JANEIRO E O ESTADO DE EXCEÇÃO. 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de pesquisa requisitado 
como avaliação parcial da disciplina 
de Teoria Geral do Estado 
ministrada pelo Professor Doutor 
Murilo Duarte da Costa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PONTA GROSSA 
2014 
A OCUPAÇÃO MILITAR NAS FAVELAS DO ESTADO DO RIO DE 
JANEIRO E O ESTADO DE EXCEÇÃO. 
 
 
 
 
ALESSANDRO VIEIRA DOS SANTOS1 
 CONRADO MÜLLER MILEK2 
 
 
RESUMO 
 
 O Estado visa inserir políticas públicas na a sociedade tentando 
reestabelecer certa ordem por hora perdida e garantir às pessoas que vivem 
nas favelas, também conhecidas como comunidades, o acesso à garantia dos 
direitos fundamentais previstos no art. 5º da Constituição Federal de 1988. Em 
relação à segurança pública, o Estado tende a lançar políticas de segurança 
em sua grande parte de forma repressiva com a presença cada vez maior de 
um aparato militar nessas comunidades. Juntamente com essas políticas 
apresentadas, vem à tona um conceito utilizado por filósofos chamado de 
“estado de exceção”. Utilizando-se do método dedutivo, foi feito o uso de 
conceituações sobre o Estado de Exceção, juntamente com levantamento 
bibliográfico na área de segurança pública, sobre a presença militar nas 
comunidades do Rio de Janeiro, verificando se esse conceito de exceção é de 
pertinente aplicação nestes casos. Este através trabalho que visava discutir, 
levantar e extrair informações de dados coletados em vários veículos de 
informações sobre as Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) tentando 
verificar a existência do Estado de Exceção constatou-se que existe uma 
constante política de exceção e supressão de direito nessas comunidades, mas 
essa não é proveniente da ação policial que tem tentado reestabelecer o 
estado de direito e abrir portas para novas políticas públicas e sociais, mas sim 
dos anos em que as comunidades estiveram sob o comando do tráfico de 
drogas. 
 
 
 
Palavras-chave: Estado de exceção. Cidadania. Militares. UPPs. Violação de 
direitos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
1
 Acadêmico do primeiro ano do curso de Direito da Universidade Estadual de Ponta Grossa – 
UEPG – E-mail: vieirasantos26@outlook.com 
2
 Acadêmico do primeiro ano do curso de Direito da Universidade Estadual de Ponta Grossa – 
UEPG – E-mail: conradomilek@hotmail.com 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 4 
2 DESENVOLVIMENTO ............................................................................................. 5 
2.1 O ESTADO DE EXCEÇÃO SEGUNDO GIORGIO AGAMBEN................ 5 
2.2 O ESTADO DE EXCEÇÃO SEGUNDO O CARL SCHIMTT .................... 6 
2.3 A FORMAÇÃO DAS FAVELAS NO RIO DE JANEIRO ........................... 6 
2.4 INSTALAÇÃO DAS UNIDADES DE POLÍCIA PACIFICADORA ............ 8 
2.5 RESULTADOS APRESENTADOS PELAS UPPs ................................... 9 
2.6 MILITARIZAÇÕES DA VIDA COTIDIANA E O APARENTE SUCESSO 
DESSA MEDIDA........................................................................................... 11 
 
4 CONCLUSÕES ...................................................................................................... 12 
5 BIBLIOGRAFIAS ................................................................................................... 14 
6 ANEXOS ................................................................................................................ 14 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
 
O Estado de Exceção é um mecanismo político utilizado por muitos 
governantes para controlar e manter a ordem pública no Estado quando o 
mesmo está passando por alguma instabilidade ou agitação que poderá 
ocasionar perda de comando ou soberania do seu território. Para Agamben 
(2004) o “estado de exceção apresenta-se como forma legal daquilo que não 
pode ter forma legal” e mais, apresenta-se como um “patamar de 
indeterminação entre democracia e absolutismo”. 
Segundo Hardt e Negri (2005), “o estado de exceção é um conceito de 
natureza alemã que se refere à suspensão temporária da constituição e do 
império da lei, semelhante ao conceito de estado de sítio e à noção de poderes 
de emergência nas tradições francesa e inglesa”. Agamben (2004) ainda 
sugere que “o estado de exceção tornou-se permanente e generalizado; a 
exceção transformou-se em regra, permeando tanto relações internacionais 
quanto o espaço interno”. 
Esse mecanismo disposto em várias constituições ocidentais permite 
que o Estado, em situações de emergências e exceções, possa restringir 
certos direitos fundamentais da população para que a “paz” não seja tão 
sacrificada. A exceção em Carl Schmitt desempenha elemento central. Para 
Schmitt (2006), “somente diante da excepcionalidade (Ausnahmezustand)3 
pode-se vislumbrar quem é o soberano, pois é justamente o soberano quem 
decide sobre o estado ou situação de exceção”. Esta forma de governar 
através da exceção deveria ser por via de regra temporária, porém esta cada 
vez mais presente no cotidiano das pessoas. Além disso, não há um conceito 
definido sobre o que vem a ser uma questão de emergência. Emergência pode 
ser uma guerra contra invasão por parte de outro país, uma situação de 
calamidade pública, uma movimentação social, uma greve, ou ainda uma 
manifestação contrária aos objetivos da classe dominante. 
O Estado, historicamente falando, sempre aplicou políticas públicas 
que beneficiassem as classes dominantes economicamente em seus territórios. 
A formação moderna das favelas na cidade do Rio de Janeiro é um exemplo 
dessa situação, quando entre os anos de 1903 e 1906 o, então prefeito, Pereira 
Passos promoveu uma grande reforma a cidade que impôs regras urbanísticas 
que acabaram por desalojar classes mais pobres da área central os levando a 
se mudar para as periferias. Dessa forma, vemos que restou a uma grande 
parcela da população, ocuparem lugares cada vez mais longe dos centros e 
longe das políticas públicas básicas. Esse processo gradativo afastamento do 
estado e a exclusão da população das favelas que é inerente desse processo, 
deixando de assegurar direitos básicos ao cidadão como saúde, educação, 
lazer e principalmente segurança, fez com que se criasse um "estado" dentro 
do próprio Estado, porém esse começou a ditar suas próprias leis e 
julgamentos, tornando-se locais com alto índice de violência e de difícil controle 
por parte do poder público. 
À medida que as estatísticas quanto aos índices de violência, 
abandono escolar e atuação do tráfico de drogas começaram a subir e assim 
 
3 O termo usado por Schmitt em alemão Ausnahmezustand em português se traduz como "Estado de 
emergência". 
trazer problemas de ordem política para a cidade de Rio do Janeiro entre 
outras no mesmo estado, tornou-se necessário uma presença mais efetiva por 
parte do Estado nesses locais de conflito. Políticas de segurança pública 
começaram a serem implantadas, porém de formas pontuais. 
Foi então que no ano de 2008 o Estado do Rio do Janeiro começou a 
implantar em algumas regiões da cidade, mais especificamente nas favelas 
como maiores índices de violência, unidades de intervenções mais próximas 
das comunidades. O projeto que foi batizado de Unidade de Polícia 
Pacificadora(UPPs) visa aproximar as políticas públicas do Estado a essa 
população excluída, primeiramente pela retomada do território por tropas 
militares4, retirar o poder das facções criminosas que tomam conta destes 
locais, e na sequência estabelecer as Unidades Policiais com equipe policial 
treinada dentro da filosofia da polícia comunitária que trata principalmente da 
proximidade entre o Estado e o cidadão, tentando dessa forma deixar essas 
localidades mais seguras para que as outras políticas sociais, como acesso a 
saúde e educação possam também adentrar nessas comunidades. 
Porém as UPPs, que tinham os objetivos citados anteriormente, 
começaram a ser alvo de denúncias por parte da população das áreas onde 
foram implantadas, notícias nos jornais escritos e televisionados também 
despertaram o interesse da sociedade para a questão da violação de direitos 
dos moradores dessas comunidades por parte da polícia que ali havia sido 
implantada para estabelecer uma nova ordem dentro do convívio social. Logo 
começaram a surgir questões a respeito da legitimidade da atuação policial 
nessas comunidades, do uso da força desproporcional, invasões e das mortes 
decorrentes das ações policiais. A pesquisa então se desenvolveu através 
dessas questões, estudando a presença militar nessas favelas e militarização 
do cotidiano e analisando a possível caracterização de um Estado de Exceção 
dentro desses locais. 
 
 
2 DESENVOLVIMENTO 
 
2.1 O ESTADO DE EXCEÇÃO SEGUNDO GIORGIO 
AGAMBEN 
 
Dentre as linhas de pensamento envolvendo o Estado de Exceção, 
destaca-se o parecer de Agamben, segundo ele as políticas estabelecidas 
pelos soberanos em momentos "extraordinários e emergenciais" não passam 
de medidas de exceções permanentes que acabam com as liberdades 
fundamentais dos cidadãos. Como já citado anteriormente Agamben (2004) 
entende o Estado de exceção como a apresentação em forma legal, daquilo 
que não pode ter uma forma legal, Agamben trata nessa frase da supressão de 
direitos dos cidadãos, podemos assim entender que essa não pode ser 
legitimada sob nenhum argumento, nem em prol do bem do Estado. 
 
4 Quanto à tomada de território nas favelas do estado do Rio de Janeiro, existem registros da 
participação do Exército Brasileiro, da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ) 
muitas vezes representada pelo Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) que é uma 
subdivisão da mesma. 
 A visão de Agamben a respeito do Estado de Exceção é claramente 
influenciada, por pensadores como Walter Benjamim, Guy Debord e Michel 
Foucault. O contato com esses filósofos e o profundo estudo desenvolvido a 
respeito da exceção fizeram com que despertasse uma resistência ao dito 
Biopoder, definido como o controle que as autoridades exercem sobre a vida 
dos cidadãos. Em entrevista a Carta Capital em 31 de Março de 2014, 
perguntado o porquê de não mais lecionar em Nova Iorque Agamben 
responde: 
 
“Preocupação com a escalada das práticas de controle; com o 
fato de medidas excepcionais estarem se tornando normais” 
(Agamben, 2004. p. 76) e continua “provavelmente está se 
aproximando o momento em que todos os cidadãos serão 
‘normalmente’ controlados pelo estado do modo que antes se 
usava somente para criminosos, nas prisões”. 
 
 
Essa política de cercear direitos de locomoção e outros direitos 
fundamentais, tendo por motivo de defesa da sua soberania, especialmente 
após os atentados terroristas de 11 de Setembro de 2001 nos Estados Unidos, 
está sendo utilizada de uma forma indiscriminada e efetivamente permanente 
por diversos governos na atualidade. Portanto é inequívoco se entender que 
esses fenômenos da contemporaneidade vão de encontro ao pensamento de 
Agamben (2004) "(...) estado de emergência permanente (ainda que não 
declarado) tornou-se uma das práticas essenciais dos Estados 
contemporâneos, inclusive dos chamados democráticos". 
Seguindo os traços ideológicos de Agamben, podemos afirmar que 
estamos na verdade vivendo a era das exceções em favor dos interesses do 
Estado que nem sempre coincidem com as necessidades e a defesa dos 
direitos fundamentais da população e sim com permanência da vontade da 
classe dominadora. Inobstante a isso Agamben afirma que não podemos 
chamar esses casos específicos de exceção, pois não se trata de uma questão 
emergencial e sim como uma política governamental de cerceamento de 
direitos em um estado democrático de direito e conclui dizendo que o estado de 
exceção está apresentado com um patamar de indeterminação entre 
democracia e absolutismo. 
Agamben, quando trata das origens do estado de exceção, remonta a 
Constituinte francesa (1789-1791) que incluiu no decreto de 08 de julho de 
1891 o estado de sítio. Segundo ele, esse estado era dividido em duas formas: 
uma militar, cujo objetivo era proteger o Estado de possíveis invasões e 
guerras externas; e outro de ordem interna, cujo objetivo era conter motins, 
levantes, guerra civil, etc. Esse também poderia ser utilizado em questões de 
crises econômicas. Mas, devido a sua origem esse estado deveria ser 
empregado somente em situações emergenciais e por tempo determinado. 
Porém, se pode notar ao decorrer da história que isso se tornou uma técnica de 
governo para qualquer instabilidade na ordem pregada por determinado 
Estado. Assim, segundo Agamben (2004), essa exceção aparece inserida e 
integrada no corpo vigente de muitas constituições, tornando-se parte 
integrante do direito e ainda conclui dizendo que “A declaração de um estado 
de exceção é progressivamente substituída por uma generalização sem 
precedentes do paradigma da segurança como técnica normal de governo”. Em 
concordância com Agamben, não é difícil de observar dentro do nosso 
cotidiano essa política de exceção sendo empregada com frequência e de 
forma generalizada a figura do decreto-lei, as medidas provisórias que se 
tornaram práticas corriqueiras e não mais eventuais ilustram bem, em casos 
específicos as exceções que tratava Agamben. 
 
 
2.1 A FORMAÇÃO DAS FAVELAS NO RIO DE JANEIRO 
 
Com a vinda da família real portuguesa e um enorme contingente de 
portugueses para o Brasil, houve a necessidade de estabelecer os lugares 
onde essas pessoas iriam morar. Desta forma, em 1808 30% da população 
carioca foi expulsa de suas casas para dar moradia aos acompanhantes da 
família real portuguesa. Ao serem expulsas de suas residências, e necessidade 
de morarem próximo aos locais de trabalho, essa população optou por 
moradias coletivas, conhecidas como cortiços, os quais não paravam de 
aumentar na cidade do Rio de Janeiro. 
Com fim da escravidão na metade do século XIX, muitos escravos 
libertos foram buscar moradias em quilombos que estavam estabelecidos nas 
periferias do Rio. Contudo, não houve uma política de inserção no mercado de 
trabalho, ou até mesmo, condições mínimas de sobrevivência, surgindo um 
grande aumento de pessoas ociosas nos grandes centros do Rio. 
No governo do Prefeito Pereira Passos, entre 1902 e 1906, houve um 
princípio de remoção desses cortiços, porém não houve indenização e essas 
pessoas passaram a ocupar os morros mais próximos. Segundo Ferreira 
(2009) foi então que na primeira metade do século XX a cidade, principalmente 
na região sul, se expandiu de forma vertical e as favelas aumentavam 
horizontalmente na periferia. Nos anos de 1960 e 70 houve uma produção de 
conjuntos habitacionais associadas à política de remoções das favelas. Boa 
parte dos lugares de onde as favelas foram removidas foi ocupada por grandes 
empreendimentos imobiliários que se destinavam à construção de conjuntos de 
edifícios de apartamento de alto luxo. 
Dentre os vários fatores da expulsão de milhões de pessoas para as 
regiões de periferia e consequentemente a formação das favelas,foi sem 
dúvida nenhuma a especulação imobiliária. Além disso, nota-se que em muitos 
dos lugares onde as favelas se fixaram há deslizamentos de terra, inundações 
e principalmente a presença de patologias que são controladas por medidas 
simples de saneamento básico, e ainda continuam matando pessoas nessas 
localidades. Relacionado a isso, temos altos índices de desemprego, 
informalidade, política habitacional para a população de baixa renda e sistema 
de transportes precários. 
Pesquisa divulgada pelo Instituto Pereira Passos (IPP)5, na primeira 
quinzena de janeiro de 2009, afirma que o Rio de Janeiro já contabiliza 968 
favelas, ou seja, 218 a mais do que em 2004. A pesquisa mostra ainda que a 
população dessas comunidades passou a ocupar mais três milhões de metros 
quadrados do que ocupava em 1999. Ainda segundo o IPP, as favelas 
passaram a ocupar 3,7 por cento do território do município. O crescimento 
acelerado é proporcional a ilegalidade, pobreza, adensamento e insalubridade 
 
5
 Disponível em: <http://www.rio.rj.gov.br/web/ipp >.Acessado em : 20 set. 2014. 
que são observados em grande parte dessas comunidades. Essas 
características são ainda observadas na pelo Instituto Brasileiro de Geografia e 
Estatística que traz a seguinte definição: “aglomeração subnormal é um 
conjunto constituído de, no mínimo, 51 unidades habitacionais, ocupando ou 
tendo ocupado até o período recente, terreno de propriedade alheia (pública ou 
não), disposta de forma desordenada e densa, carentes, em sua maioria, de 
serviços públicos essenciais”. 
A ausência dos principais órgãos do Estado fica evidente nessas 
regiões. A preocupação primordial é com obras de embelezamento urbano e 
medidas remediadoras, as quais não resolvem os problemas, e deixam de 
realizar políticas de inclusão social para essa população que se vê cada vez 
mais distante e marginalizada na sociedade. É o que observa Jean Lojkine “as 
formas de urbanização são, antes de tudo, formas de divisão social e territorial 
do trabalho”. 
 
 
2.3 INSTALAÇÃO DAS UNIDADES DE POLÍCIA 
PACIFICADORA 
 
Uma das ações tomadas pelo Estado, mais especificamente o Rio de 
Janeiro, devido ao alto grau de insegurança e criminalidade que chegou em 
determinadas comunidades, foi a instalação das Unidades de Polícia 
Pacificadoras (UPPs). Essas unidades foram instaladas em regiões 
específicas, onde os índices de criminalidade estavam exageradamente altos, 
como uma política de policiamento de proximidade à comunidade. Segundo o 
site6 do governador do Rio de Janeiro, as UPPs englobam “convênios e 
parcerias firmados entre os segmentos do poder publico, da iniciativa privada e 
do terceiro setor”. Foi nesse contexto que a primeira UPP foi instalada na data 
de 19 de dezembro de 2008 na comunidade de Santa Marta7 que até então era 
comandada pelo Comando Vermelho. Logo nos primeiros meses ocorreram 
alguns confrontos com traficantes do local e as ações da polícia se mantiveram 
por anos, porém não houve grandes avanços no combate a criminalidade. 
Até o momento estão instaladas no Rio de Janeiro 38 UPPs8 contando 
com 9.543 policiais cobrindo uma área aproximada de 9.446.047 m2. A escolha, 
segundo a secretaria de segurança, se deu devido ao alto grau de 
criminalidade nessas localidades e o que se pretendia com a instalação dessas 
unidades, além da retomada do domínio do Estado sobre essas áreas, era a 
aproximação da figura do Estado a essas comunidades, tentando reestruturar a 
forma como o mesmo se apresenta para essa parcela da sociedade e depois 
de estabelecida certa ordem pública nesses locais, levar outros serviços sociais 
para se atingir melhorias na qualidade de vida desses cidadãos. Porém, esse 
programa que é visto por uma grande maioria das pessoas como política de 
policiamento comunitário, vem se apresentando na verdade somente com o 
aparato policial e ainda em muitos casos fazendo uso da supressão de direitos 
de cidadãos comuns, visando garantir a ordem e o domínio do Estado sobre a 
comunidade. 
 
6
 http://www.upprj.com/index.php/o_que_e_upp 
7
 http://crimesnews.info/upp-um-projeto-que-nao-deu-certo/ 
8
 http://www.upprj.com/ acessado no dia 28/08/2014 
O fato das UPPs terem sido apresentadas como aplicação desse 
modelo de polícia comunitária, que desenvolveria uma aproximação da polícia 
ao cidadão, aquelas pessoas a quem ela deve servir e proteger (SKOLNICK; 
BAYLEY 2002) nos faz entender que o dentro do combate a criminalidade é 
essencial o trabalho conjunto da sociedade juntamente com a polícia. Porém, o 
que se tem verificado ao longo desses anos é um afastamento por parte dos 
órgãos policiais da população nessas comunidades, havendo situações de 
melhoras somente em locais pontuais. Os verdadeiros anseios, como constam 
no documento intitulado “Planejamento e estratégia de implementação das 
UPPs”, de 2010 são “devolver à população local a paz e a tranquilidade 
pública, necessárias ao exercício e desenvolvimento integral da cidadania”, 
estão longe de serem concretizados. 
O antropólogo Antonio Rafael Barbosa9 em seu artigo “Considerações 
introdutórias sobre territorialidade e mercado na conformação das Unidades de 
Polícia Pacificadora do Rio de Janeiro”, afirma e exemplifica que as UPPs não 
são consideradas policiamento comunitário, pois trabalham sobre três 
objetivos: “produção da territorialidade, como controle de circulação; colocação 
de uma “estética de ordem”, a partir da normalização dos comportamentos; e 
intervenções estatais (ações urbanísticas ou sanitárias, programas 
assistenciais ou religiosos, agendas governamentais, etc..)”. Assim, não há 
uma aproximação efetiva entre os órgãos de segurança e a população para 
que haja uma diminuição da criminalidade nesses locais. 
 
 
2.3 RESULTADOS APRESENTADOS PELAS UPPs 
 
A primeira das UPPs, na comunidade de Santa Marta, foi um 
laboratório de aplicação de políticas públicas sociais, com várias parcerias 
federais, governamentais, municipais e entidades privadas. O Morro Santa 
Marta transformou-se em ponto turístico com valorização imobiliária das 
residências, e diminuição significativa dos índices de criminalidade. Essa 
diminuição da criminalidade pode ser verificada pela queda de 71,4% nos 
roubos a residência 46,1% nos veículos e 15% de rua, ou seja, roubo a 
pedestre, roubos de celular e em coletivos, na comparação de fevereiro de 
2010 e o mesmo mês de 200910. 
 Vamos encontrar ainda alguns em casos, como na Cidade de Deus, em 
que houve melhoras nos índices de criminalidade, diminuição na taxa de 
homicídios e também uma melhora no combate ao tráfico de drogas e no 
aliciamento de menores. Porém existem outros casos que não atingiram os 
objetivos almejados no combate ao crime organizado que se instalou nas 
comunidades do estado do Rio de Janeiro. Dentre as objeções dos moradores 
que vivem nas comunidades onde é visível o fracasso das UPPs, é que os 
tiroteios ainda persistem mesmo após a dita pacificação da área e a retomada 
 
9
 Professor Adjunto I do Departamento de Antropologia da Universidade Federal Fluminense. 
Doutor em Antropologia Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro - Museu Nacional 
(2005). Pesquisador do Núcleo Fluminense de Estudos e Pesquisas (NUFEP/UFF). 
10
 http://odia.ig.com.br/portal/rio/bairros-com-upp-tiveram-queda-na-criminalidade-1.123463 
 
do território por parte do estado, além disso, Ignácio Cano11 se posiciona de 
forma a dizer que: “A redução de homicídios, que aconteceu entre 2009 e 
2012, se interrompe em 2013. Em algumas áreas específicas, a taxa de 
homicídios começa a subir e, nos últimos meses, subiu em todo o estado do 
Rio de Janeiro”. 
Sãocinco os principais motivos que podem ter levado essas unidades a 
não atingirem as expectativas no combate à criminalidade, segundo a revista 
FORUM. Em primeiro lugar o fato dos esforços e aparatos policiais serem 
insuficientes, o chamado policiamento de proximidade não vem ocorrendo 
nestas comunidades. Os policiais realizam suas incursões nas comunidades 
diariamente, adentram nas residências, realizam abordagens, porém não há 
contato com o cidadão para saber dos reais problemas enfrentados nessas 
comunidades. Especialistas colocam que a formação dos policiais para 
atuarem nessas áreas deve ser melhorada, além disso, devem ser aplicadas e 
o que não está verdadeiramente ocorrendo na prática da polícia comunitária no 
Rio de Janeiro. Outro aspecto abordado é que as UPPs não possuem 
sustentabilidade de escala, ou seja, não existe contingente suficiente para 
cobrir todas as favelas do Rio nem ao menos para se conseguir atender de 
forma a obter presença policial satisfatória nas comunidades onde as UPPs já 
estão operando, segundo dados do NUPEVI (Núcleo de pesquisa das 
Violências), as UPPs estão presentes em menos de 3% das mais de mil 
favelas enquanto as milícias dominam 41,5% e o tráfico, 56%. A revista 
ressalta também que os grandes eventos e especulação imobiliária definem o 
mapa das UPPs, observando o mapa de localidade das unidades se torna fácil 
constatar que a grande maioria das UPPs estão localizadas na zona sul da 
cidade do Rio de Janeiro e próximas a área portuária, ou seja, não 
coincidentemente elas se localizam de forma estratégica próximas de onde 
ocorreu e ainda irão ocorrer grandes eventos de visibilidade internacional e 
ainda perto das áreas nobres da cidade do Rio de Janeiro. 
Segundo o que se é relatado pela revista, os investimentos sociais são 
também poucos significativos, não é exagero dizer que quase todos os 
investimentos voltados as UPPs se relacionam a aparato militar e preparo de 
pessoal, moradores das comunidades pacificadas reclamam constantemente 
que apesar da falta das políticas públicas de coleta de lixos, saneamento 
básico e outras questões sociais, basicamente pode se afirmar que não houve 
incremento social nestes locais com a chegada das UPPs. E por último 
destaca-se o fato de se ter um projeto que é ineficaz para combater as 
milícias12, o trabalho desenvolvido pelas UPPs vai além de combater os 
traficantes nas comunidades, talvez o papel mais importante e difícil a ser 
concluído é o combate às milícias. Estas são grupos que se utilizam de 
métodos violentos e passam a dominar comunidades inteiras nas favelas do 
 
11
 Doutor em Sociologia - Universidad Complutense de Madrid (1991). Atualmente é professor 
adjunto da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Tem experiência na área de Psicologia 
Social e Sociologia, com ênfase em Outras Sociologias Específicas, atuando principalmente 
nos seguintes temas: Metodologia de pesquisa, políticas públicas, educação, direitos humanos, 
violência e segurança pública. 
 
12
 São grupos organizados compostos em sua maioria por oficiais da polícia militar, que 
exercem coerção mediante violência sobre a população de uma comunidade para que esta 
pague por serviços legais e ilegais, como por exemplo, a oferta legal de gás e conexões ilegais 
de TV a cabo e segurança privada. 
Rio de Janeiro, conforme o que foi levantado pela CPI para investigar a Ação 
de Milícias no Âmbito do Estado do Rio concluído em 2008. Existem extensos 
registros de informações sobre casos de torturas, assassinatos praticados por 
grupos de policiais diretamente relacionados às milícias e um grande número 
desses profissionais sendo presos vem reforçar que os inimigos da população 
estão inevitavelmente dos dois lados. Segundo o Deputado Marcelo Freixo, 
que presidiu a CPI das milícias, “a milícia é o crime organizado dentro do 
Estado”. 
 
 
2.4 MILITARIZAÇÕES DA VIDA COTIDIANA E O 
APARENTE SUCESSO DESSA MEDIDA 
 
"A população pode ficar tranquila, 
porque a ordem será mantida. Vamos 
cumprir nossa missão constitucional até 
o último homem."13 
 
 
Que a presença policial é bem vinda em toda sociedade, para que 
possa realizar suas atividades sem serem perturbadas, é um fato, porém a 
militarização do cotidiano da mesma baseada nos princípios de disciplina e 
hierarquia, ainda que voltada para questões de combate a criminalidade é vista 
como efeito de sua grande violência, protegendo o Estado e não ao cidadão. Já 
sabido os objetivos das UPPs, o que entra em discussão são os métodos 
utilizados para se obter a recuperação dos territórios ocupados pelo 
narcotráfico e pelo crime organizado. E apesar de haverem estudiosos que 
colocam uma aproximação dessas políticas aplicadas no Rio de Janeiro com 
às utilizadas nas missões de paz desenvolvidas pelas Nações Unidas 
aplicadas em locais de conflitos armados visando restaurar a paz nestes locais 
onde além da retomada desses territórios, o que se busca realmente é 
promover a inclusão social da população mais pobre. O método adotado pelos 
policiais que servem nas Unidades de Polícia Pacificadora do Estado do Rio de 
Janeiro vem sendo muito contestado, a verdade é que por muitas vezes se 
ouviram denúncias a respeito dos métodos de abordagens policiais e da forma 
como a população vem sendo tratada pelos oficiais que deveriam servir e 
proteger. Além disso, é necessário haver mudanças sociais efetivas em 
comunidades que há muito tempo foram deixadas de lado pelo poder público, 
como melhora na educação, redução da pobreza e taxas de desemprego. 
O levantamento de informações14 até o presente momento reforça que 
a segurança pública envolve uma série de ações e políticas específicas: 
presença territorial, garantia de direitos, polícia preventiva, polícia nas mais 
diversas áreas (ambiental, trânsito), controle de tumultos, sistemas prisionais, e 
especialmente a efetiva aproximação da polícia junto a comunidade, com 
 
13
 Roberto Precioso, ex-secretário de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro. 
 
14
 Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Relatório de atividades: síntese das ações, produtos. 
e conclusões- Janeiro de 2009 a Fevereiro de 2011. São Paulo: Fórum Brasileiro de Segurança 
Pública – Ministério da Justiça, 2011. 
trabalhos voltados aos jovens no combate do acesso as drogas e a 
participação efetiva no crime. 
Não seria um equívoco dizer, a militarização do cotidiano e a possível 
supressão de direitos chama a atenção. A contradição das ações do 
contingente policial no que se refere à teoria da política de atuação nas 
comunidades tem sido um dos grandes problemas das UPPs. Casos 
específicos como do Pedreiro Amarildo, são categóricos em apontar o 
despreparo militar já citado. A militarização do cotidiano leva-nos a observar 
certa sensação de domínio por parte da polícia e tem sido essa a principal 
tática de combate ao crime nas comunidades com significativa melhora em 
alguns casos e ineficiência comprovada em outros, o que nos dispõe uma 
efetividade não totalmente comprovada dos métodos aplicados pelas UPPs. 
 
 
4 CONCLUSÕES 
 
Ao longo dessa pesquisa o que se pode notar é que há fortes 
divergências sobre a realidade das políticas das UPPs nessas localidades. As 
informações colhidas de pesquisas dos órgãos públicos e de iniciativa privada 
apontam para melhoras nas situações de vida nessas comunidades e outras 
informações colhidas em documentários e relatos de moradores nos mostram o 
contrário. Porém, notou-se que houve sim com a presença militar certa 
liberdade em poder realizar certas relações sociais que antes não poderiam ser 
aplicadas. O fato é que o plano das UPPs é uma política de boa aplicabilidade, 
porém a sua eficiência esta comprometida,pois como foi levantado, o problema 
esta na forma como essa polícia de aproximação esta sendo realizada. 
Também há de se levar em conta que boa parte da população que outrora foi 
destratada e esquecida por uma parte do aparato policial, vê com desconfiança 
a polícia tentando essa aproximação e ser comunitária. 
Ao longo desse trabalho, pudemos constatar que dizer que há um 
estado de exceção nessas comunidades com a chegada da polícia, é afirmar 
que antes dela não havia exceção; é dizer que as pessoas que ali vivem 
conseguiam dispor de seus direitos da forma como quisessem. Mas a 
realidade, apresentada nesse levantamento, é diferente. Quem comanda a 
forma como às pessoas devem se comportar nessas comunidades são as 
facções criminosas da comunidade, que são os traficantes ou mais perigosas 
ainda, as milícias. Haveria exceção por parte do Estado caso houvesse uma 
retirada dos direitos individuais fundamentais da população e o que se quer 
com essas políticas é justamento o contrário; restabelecer a essas 
comunidades as suas dignidades como pessoa e principalmente a sua 
liberdade. 
O grande problema a ser enfrentado, levantado nesse estudo, foi a 
forte presença de milícias nesses locais, os quais expulsão os traficantes, 
porém continuam subjulgar e impor medo na população. Talvez esse inimigo 
seja o mais difícil de ser combatido no Rio de Janeiro. Agentes públicos que se 
utilizam de certa proteção do Estado tentam usar a legalidade cometendo 
abusos mais severos que muitas comunidades comandadas por traficantes 
Assim, o estado de exceção como um mecanismo de retirar os direitos 
fundamentais em prol de uma política totalitária não foi constatada nessa 
pesquisa. A questão de censurar, ou até mesmo proibir, certos movimentos 
dentro dessas comunidades, é necessário para tentar diminuir o encontro que 
era realizado pelos traficantes, ou até mesmo, os bailes financiados pelas 
milícias. Os toques de recolher, como são relatados, são em situações críticas 
e visa proteger a população de uma possível troca de tiros na favela. 
Os casos de abusos de policiais são levantados e punidos pelas 
autoridades públicas, assim não é aceito arbitrariedade no cumprimento de 
missões dadas aos policiais. Todo cidadão tem o direito de denunciar os 
abusos cometidos, pois os abusos são levantados e posteriormente são 
tomadas as providências legais. Os casos de abusos por parte de policiais são 
constantemente julgados e em alguns casos punidos com exoneração, caso 
cometam alguma transgressão ou crime na realização de suas atividades em 
prol da segurança pública. 
Em linhas gerais as comunidades do Estado do Rio de Janeiro 
presenciam sim a supressão de direitos e uma política de exceção quanto ao 
acesso há alguns direitos, mas este não é proveniente da ação policial. 
Conforme o que se pode observar essas exceções tornaram-se constantes e 
generalizadas nas comunidades devido ao comando exercido pelo tráfico nos 
últimos anos. As ações policiais nas comunidades do Rio de Janeiro tentam 
reestabelecer o estado de direito nesses locais e ainda garantir o acesso a 
outros direitos que assim como os direitos fundamentais que em muitos casos, 
são apenas positivados, mas não são dotados de efetividade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 BIBLIOGRAFIAS 
 
 
 
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Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Relatório de atividades: síntese das 
ações, produtos e conclusões - Janeiro de 2009 a Fevereiro de 2011. São 
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<http://www.ipea.gov.br/desafios/index.php?option=com_content&view=article&
id=1111:catid=28&Itemid=23>. Acesso em: 19 set. 2014 
 
SCHMITT, CARL. O Guardião da Constituição. 1.ed. Del Rey SP, 2006. 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANEXO A – Mapa de localização das Unidades de Polícia Pacificadora do 
Estado do Rio de Janeiro. 
 
 
Fonte: http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2013/06/chefe-de-policia-quer-levar-programa-
de-integracao-para-upp-do-cerro-cora.html

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