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UNIVERSIDADE DO RIO GRANDE DO NORTEFEDERAL UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA Modelagem, Acionamento e Simulação do Fluxo de Potência em um Regulador Eletromagnético de Frequência (REF) controlado vetorialmente Jordão Paulino Cassiano da Silva Orientador: Prof. Dr. Ricardo Ferreira Pinheiro Trabalho de Conclusão de Curso apresen- tado ao Departamento de Engenharia Elé- trica como parte dos requisitos para obten- ção do título de Bacharel em Engenharia Elé- trica. Natal, RN, Abril de 2021 Silva, Jordao Paulino Cassiano da. Modelagem, acionamento e simulação do fluxo de potência em um Regulador Eletromagnético de Frequência (REF) controlado vetorialmente / Jordao Paulino Cassiano da Silva. - 2021. 58f.: il. Monografia (Graduação) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Tecnologia, Bacharelado em Engenharia Elétrica, Natal, 2021. Orientador: Dr. Ricardo Ferreira Pinheiro. 1. Energias Renováveis - Monografia. 2. Regulador Eletromagnético de Frequência - Monografia. 3. Modelagem de Máquinas Elétricas - Monografia. 4. Controle Vetorial de Máquinas de Indução - Monografia. 5. Balanço de Potência - Monografia. I. Pinheiro, Ricardo Ferreira. II. Título. RN/UF/BCZM CDU 621.3 Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Sistema de Bibliotecas - SISBI Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Central Zila Mamede Elaborado por RAIMUNDO MUNIZ DE OLIVEIRA - CRB-15/429 Modelagem, acionamento e simulação do fluxo de potência em um Regulador Eletromagnético de Frequência (REF) controlado vetorialmente Jordão Paulino Cassiano da Silva Trabalho de conclusão de curso aprovado em de de pela banca examinadora composta pelos seguintes membros: Prof. Dr. Ricardo Ferreira Pinheiro (orientador) . . . . . . . . . . . . . . . . DCA/UFRN Prof. Dr. Andres Ortiz Salazar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . DCA/UFRN Prof. Dr. Manoel Firmino De Medeiros Junior . . . . . . . . . . . . . . . . . DCA/UFRN Prof. Dr. Paulo Vitor Silva . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . IFRN "Se não puder voar, corra. Se não puder correr, ande. Se não puder andar, rasteje, mas continue em frente de qualquer jeito." Martin Luther King Jr. Agradecimentos A DEUS, pelo dom da vida e por ser meu refúgio e fortaleza, socorro bem presente no dia da angústia. Aos meus pais, Juarez e Jacira Cassiano, por tudo que fizeram e continuam a fazer por mim até aqui e, especialmente, por toda a dedicação e sacrifícios inenarráveis em prol da minha educação. A minha irmã, Cecília Cassiano, parceira de sempre, com quem divido alegrias e tristezas. A minha melhor amiga e namorada, Luanny de Brito, pelo amor, paciência, compreensão e cuidado. Ao meu orientador, Prof. Ricardo Pinheiro, por todo conhecimento e conselho transmiti- dos e, especialmente, pela oportunidade de fazer parte de seu projeto de pesquisa. À UFRN, instituição pública da qual me orgulho e defendo, por toda estrutura, incentivo e assistência fornecida durante o curso. Aos meus companheiros do curso de Engenharia Elétrica, pelas madrugadas de estudo e conhecimento compartilhado. Aos integrantes da base de pesquisa OSSEI, por todo conhecimento produzido. Aos meus avós, João Cassiano, Apolônio Paulino e Joana de Melo (in memorian), por todas as dificuldades superadas em suas vidas, por terem me amado e almejado o meu sucesso. Ao meu tio, João Cassiano Filho (in memorian), mestre na universidade da vida e que, dentre outras coisas, ensinou-me a encarar todos os caminho com alegria. Aos meus amigos e familiares, por cada contribuição e apoio incondicional. Resumo Analisando a atual conjuntura da matriz energética mundial, fontes renováveis de energia têm sido cada vez mais utilizadas à medida em que se tornam viáveis e neces- sárias. Nesse contexto, uma tecnologia recém desenvolvida tem se apresentado como uma alternativa eficaz e de múltiplas aplicações no acoplamento eletromecânico em sis- temas de geração de energia elétrica, o REF – Regulador Eletromagnético de Frequência, uma máquina de indução adaptada, de armadura móvel, capaz de realizar o acoplamento de uma turbina a um gerador, enquanto mantém a velocidade de rotor controlada por meio de um inversor de frequência. Nesse trabalho foi proposta a modelagem matemática do REF em coordenadas abc e dq0 a partir dos seus parâmetros do circuito equivalente clás- sico, foi implementada uma estratégia vetorial em quadratura de controle de velocidade e foi simulado seu acionamento e fluxo de potência, através do Matlab Simulink, para perfis variados de alimentação e carga. A modelagem e controle, implementados em ambiente de simulação, apresentaram resultado satisfatório, oportunizando novos estudos em torno do REF e no desenvolvimento de seus novos protótipos. Palavras-chave: Energias Renováveis, Regulador Eletromagnético de Frequência, Modelagem de Máquinas Elétricas, Controle Vetorial de Máquinas de Indução, Balanço de Potência. Abstract Analyzing the current conjuncture of the world energy matrix, renewable energy sour- ces have been increasingly used as they become viable and necessary. In this context, a newly developed technology has presented itself as an effective alternative and with mul- tiple applications in the electromechanical coupling in electric power generation systems, the REF - Electromagnetic Frequency Regulator, an adapted induction machine, with mobile armature, capable of carrying out the coupling of a turbine to a generator, while maintaining the rotor speed controlled by means of a frequency inverter. In this work, the mathematical modeling of the REF was proposed in abc and dq0 coordinates from its parameters of the classic equivalent circuit, a vector strategy in speed control quadrature was implemented and its activation and power flow was simulated, through Matlab Si- mulink, for varied feed and load profiles. The modeling and control, implemented in a simulation environment, presented a satisfactory result, enabling new studies around the REF and in the development of its new prototypes. Keywords: Renewable Energies, Electromagnetic Frequency Regulator, Modeling of Electrical Machines, Vector Control of Induction Machines, Power Balance. Sumário Sumário 4 Lista de Figuras 6 Lista de Tabelas 9 Lista de Símbolos e Abreviaturas 10 1 Introdução 1 1.1 Justificativa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 1.2 Da modelagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 1.3 Do controle . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 1.4 Do fluxo de potência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 1.5 Roteiro do trabalho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 2 A Máquina de Indução 6 2.1 Breve descrição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6 2.2 Representação em abc . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8 2.3 Representação em 0dq . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18 2.4 Modelo mecânico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20 3 O REF - Regulador Eletromagnético de Frequência 21 3.1 Descrição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21 3.2 Conceitos de escorregamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22 3.2.1 Escorregamento proposto por Ramos, 2019 . . . . . . . . . . . . 23 4 3.2.2 Escorregamento proposto por Patriota, 2020 . . . . . . . . . . . 24 3.3 Modelo elétrico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25 3.4 Modelo mecânico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26 4 Controle do REF 28 4.1 Estratégias de controle da máquina de indução . . . . . . . . . . . . . . . 28 4.2 Estratégia de controle adotada . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . 29 5 Simulação e Resultados 31 5.1 Partida direta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35 5.2 Partida com velocidade controlada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36 5.3 Variação da velocidade de referência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37 5.4 Variação da potência da turbina . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39 5.5 Variação da potência da carga . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42 5.6 Modo em regeneração . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43 5.7 Valores em regime permanente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45 6 Conclusão 51 Referências bibliográficas 53 A Projeto dos controladores 55 A.1 Controlador de Corrente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55 A.2 Controlador de Velocidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56 A.3 Controlador de Fluxo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56 B Parâmetros de simulação 57 B.1 Script Matlab - Tensão e conjugado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57 B.2 Transformação alfa-beta-0 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58 B.3 Parâmetros do REF . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58 Lista de Figuras 1.1 Gráfico da oferta interna de energia 2018 / 2019 em comparação com a OCDE e Mundo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 1.2 Gráfico comparativo de crescimento da utilização da geração eólica em comparação com a geração à biomassa e nuclear. . . . . . . . . . . . . . 2 1.3 Diagrama esquemático da topologia proposta inicialmente . . . . . . . . 2 2.1 Diagrama esquemático das partes de uma MIT . . . . . . . . . . . . . . . 6 2.2 Circuito clássico equivalente monofásico da MIT . . . . . . . . . . . . . 7 2.3 Representação do modelo de indutâncias acopladas da MIT . . . . . . . . 8 2.4 Circuitos de sequência positiva, negativa e zero da MIT . . . . . . . . . . 10 2.5 Conversão entre componentes simétricas e componentes de fase . . . . . 13 2.6 Impedâncias próprias e mútuas em um sistema trifásico . . . . . . . . . . 13 3.1 Diagrama esquemático do REF . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22 3.2 Ilustração do REF com referenciais fixo (R0) e móvel (R1) . . . . . . . . 24 4.1 Estratégia de controle em quadratura com o fluxo rotórico. . . . . . . . . 30 5.1 Diagrama elétrico análogo à equação dinâmica do rotor . . . . . . . . . . 32 5.2 Diagrama da obtenção do PWM de comando do inversor . . . . . . . . . 32 5.3 Diagrama do Inversor trifásico de três braços . . . . . . . . . . . . . . . 33 5.4 Diagrama do circuito de estator do REF implementado . . . . . . . . . . 33 5.5 Diagrama do circuito de rotor do REF implementado . . . . . . . . . . . 34 5.6 Blocos do estimador de fluxo e controlador de fluxo e velocidade . . . . . 34 6 5.7 Bloco do controle de corrente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35 5.8 Velocidade do rotor [rpm] em partida direta . . . . . . . . . . . . . . . . 35 5.9 Velocidade do rotor [rpm], sinal de referência velocidade [rpm] e erro absoluto. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36 5.10 Comparativo entre velocidade de rotor (Wr:2) [rpm] e sinal de referência (Wr:1) [rpm] . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36 5.11 Potências instantâneas ativa [W ] e reativa [Var] com velocidade contro- lada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37 5.12 Velocidade do rotor (Wr:2) [rpm], velocidade de referência variável (Wr:1) [rpm] e erro absoluto. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38 5.13 Comparativo entre velocidade de rotor (Wr:2) [rpm] e sinal de referência (Wr:1) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38 5.14 Potência ativa [W ] e reativa para velocidade variável [var] . . . . . . . . 39 5.15 (Wr:2→ωr[rpm]) e ( Wr:1→ω∗r [rpm]) durante a variação da velocidade de armadura. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40 5.16 Pi[W ], Pm[W ], Pa[W ] e contribuição do inversor na carga durante a varia- ção da potência da turbina (Pa). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41 5.17 Correntes de armadura (Iabc[A]) durante variação da potência da turbina (Pa) 41 5.18 Carga do rotor variável (Pm [W ]) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42 5.19 ωr [rpm], ω∗r [rpm] e erro absoluto para variações de carga no rotor. . . . 42 5.20 Pi[W ], Pm[W ], Pa[W ] e contribuição do inversor para o modo de operação em regeneração . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43 5.21 Correntes de armadura (Iabc[A]) para o modo de operação em regeneração 44 5.22 Escorregamentos de entreferro (sar) e externo (s) e velocidades angulares do rotor (ωr), da armadura (ωa) e das correntes do inversor (ωi) em rad/s. 44 5.23 Escorregamento externo (s) x Potência de armadura (Pa) . . . . . . . . . 46 5.24 Escorregamento de entreferro (sar) x Potência de armadura (Pa) . . . . . . 46 5.25 Potência no barramento CC (Pcc) x Potência de armadura (Pa) . . . . . . 47 5.26 Potência ativa no inversor (Pinv) x Potência de armadura (Pa) . . . . . . . 47 5.27 Potência reativa no inversor (Qinv) x Potência de armadura (Pa) . . . . . . 48 5.28 Corrente eficaz na armadura (Irmsa ) x Potência de armadura (Pa) . . . . . . 48 5.29 Tensão eficaz na armadura (V rmsa ) x Potência de armadura (Pa) . . . . . . 49 Lista de Tabelas 2.1 Tabela de conversão de parâmetros do modelo de indutâncias acopladas para o modelo clássico de representação . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16 B.1 Parâmetros do REF utilizados neste trabalho . . . . . . . . . . . . . . . . 58 9 Lista de Símbolos e Abreviaturas Ce Conjugado Eletromagnético [N ·m] Cm Conjugado mecânico [N ·m] Irmsa Corrente eficaz de armadura [A] J Momento de inércia do rotor [kg ·m2] Jta Momento de inércia da turbina e armadura [kg ·m2] Kr, Ka Coeficiente de atrito do rotor e de armadura respectivamente [W · s2/rad2] Lls, Llr Indutâncias de dispersão de estator e rotor respectivamente [H] Lms, Lmr Indutâncias de magnetização de estator e rotor respectivamente [H] Pa, Pinv, Pm Potência mecânica na turbina, potência elétrica no inversor e potência mecâ- nica da carga no rotor respectivamente [W ] Pcc Potência elétrica no barramento CC do inversor. [W ] Qinv Potência reativa no inversor V+a , V 0 a Tensões de sequência positiva e zero da fase a respectivamente [V] V rmsa Tensão eficaz de armadura [A] [Z], [L] Matriz de impedâncias e matriz de indutâncias respectivamente η, ηs Velocidade do rotor e velocidade síncrona respectivamente [rpm] 10 λ Fluxo elétrico [V·m] ωe Velocidade angular do campo elétrico [rad/s] ωr, ωa, ωi Velocidade a angular do rotor, velocidade angular da armadura e velocidade angular do campo gerado pelo inversor respectivamente. [rad/s] ωbr Frequência de escorregamento do vetor fluxo rotórico. [rad/s] ωcg, ωm, ωem Velocidade angular do campo girante, velocidade mecânica do rotor, velo- cidade relativa entre campo e rotor respectivamente [rad/s] θr, θa, θra Ângulo do rotor, do estator e ângulo entre rotor e estator respectivamente [graus] dq0 Transformada 0dq f , fi Frequência da rede elétrica e frequência do inversor respectivamente [Hz] s, sar, s0 Escorregamento, escorregamento de entreferro e escorregamento externo/aparente x1, x2 Grandeza vetorial de estado genérica abc Coordenadas de fase CA Corrente alternada MIT Máquina de Indução Trifásica P Número de par de polos PP Número de par polos REF Regulador Eletromagnético de Frequência Capítulo 1 Introdução 1.1 Justificativa A atual conjuntura do setor energético nacional e internacional tem demandado o es- tudo e desenvolvimento de tecnologias que viabilizem a utilização de alternativas renová- veis na produção de energia elétrica. No Brasil, as fontes renováveis de energia alcançaram uma demanda de 46,1% de participaçãona Matriz Energética, um aumento de 0,6 ponto per- centual em relação ao indicador de 2018, segundo o Ministério de Minas e Energia. As fontes de energia renováveis incluem a hidráulica, a eólica, a solar e a bioenergia. O indicador brasileiro representa três vezes o mundial. (GOVERNO DO BRASIL, 2020) Figura 1.1: Gráfico da oferta interna de energia 2018 / 2019 em comparação com a OCDE e Mundo. Fonte: EPE - Empresa de Pesquisa Energética, 2020 CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO 2 Figura 1.2: Gráfico comparativo de crescimento da utilização da geração eólica em com- paração com a geração à biomassa e nuclear. Fonte: EPE - Empresa de Pesquisa Energética, 2020 Os gráficos nas Figuras 1.1 e 1.2 revelam o atual perfil de utilização das fontes de energia renováveis no setor energético brasileiro. Uma das tecnologias que possibilitam a utilização de alternativas renováveis é o Re- gulador Eletromagnético de Frequência, o REF (Figura 2.1), uma máquina elétrica de indução, inicialmente proposta por Silva et al.(2015), projetada para realizar a conversão de uma velocidade variável oriunda de uma turbina eólica acoplada em sua armadura em uma velocidade desejada em seu rotor, mas que tem se apresentado como uma alterna- tiva eficaz e de múltiplas aplicações para o acoplamento eletromecânico em sistemas de geração de energia elétrica. Figura 1.3: Diagrama esquemático da topologia proposta inicialmente Fonte: Silva et al., 2015 CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO 3 Dada a relevância do REF, estudos têm sido realizados visando a obtenção de no- vas topologias de funcionamento como os que podem ser vistos em (RAMOS, 2019) e (PATRIOTA, 2020) e este trabalho visa contribuir neste sentido propondo alguns passos fundamentais na realização de estudos em máquinas elétricas: sua modelagem, aciona- mento e sucedentes simulações em ambiente computacional do seu fluxo de potência, além da aplicação de uma estratégia de controle vetorial introduzida por Jacobina (2002). 1.2 Da modelagem Será detalhada neste trabalho a obtenção de um modelo em coordenadas de fase do REF a partir dos parâmetros de seu circuito equivalente clássico, baseando-se nos traba- lhos de Cad (2000) e Lima (2016), uma vez que, até então, os trabalhos produzidos têm utilizado seus parâmetros diretamente em coordenadas dq0 e os parâmetros obtidos no ensaio das máquinas elétricas são normalmente obtidos baseados em seu circuito equiva- lente clássico. Em (SILVA, 2015), bem como em (RAMOS, 2019), o REF foi modelado diretamente em componentes 0dq a fim de reduzir-se a complexidade das equações de tensão que descrevem a máquina em componentes de fase. Já em (PATRIOTA, 2020), o REF foi abordado a partir de sua modelagem mecânica. 1.3 Do controle Silva (2015) apresentou em sua tese duas estratégias de controle para o REF, uma escalar e uma vetorial, tendo sido esta última a mais satisfatória. Ramos (2019) em sua tese apresentou, também, duas estratégias possíveis para o REF, um controle escalar e um controle de obtenção de máxima eficiência possível, denominado CEME e realizou a comparação de eficiência entre elas. Mais recentemente, Nunes (2021) apresentou uma CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO 4 estratégia de controle baseada em inteligência artificial de lógica difusa que apresentou desempenho melhor em regime transitório que do que as estratégias convencionais. A proposta de controle adotada no acionamento do REF neste trabalho consistirá na estratégia de controle em quadratura com o fluxo rotórico proposto por Jacobina (2002), que permite o controle do conjugado eletromagnético (Equação (1.1)), a partir da com- ponente da corrente de armadura em quadratura com o fluxo sendo controlado através da corrente de armadura de eixo direto. Ce = k12x1x2 sinδ21 (1.1) Em que: x1 e x2 são as amplitudes de duas grandezas vetoriais de estado quaisquer da máquina. k12 é uma constante. δ12 é o ângulo entre os vetores x1 e x2. 1.4 Do fluxo de potência Diante da possibilidade de o REF atuar como estrutura de acoplamento entre o eixo das pás de um aerogerador e o gerador síncrono, neste trabalho será simulado, em alguns cenários, o fluxo de potência que envolve a potência oriunda dos ventos, e que, portanto, apresenta-se variável, a potência do inversor, responsável pelo acionamento e compensa- ção energética, e a potência da carga atendida que pode ou não ser variável. 1.5 Roteiro do trabalho • No Capítulo 2 será apresentada em linhas gerais a máquina de indução e sua mo- delagem em abc e dq0. CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO 5 • No Capítulo 3 será apresentado em linhas gerais o REF, suas diferenças em relação à Máquina de Indução Trifásica (MIT) tradicional e sua modelagem em abc. • No Capítulo 4 serão apresentadas brevementes algumas maneiras de controlar a máquina de indução e em seguida será apresentada a estratégia adotada para o con- trole do REF. • No Capítulo 5 será descrito como foram realizadas as simulações, serão apresenta- dos os resultados para os cenários simulados e discutidos os resultados. • No Capítulo 6 é feito o encerramento do trabalho, avaliando os objetivos alcança- dos e propondo ações futuras. Capítulo 2 A Máquina de Indução 2.1 Breve descrição A máquina de indução trifásica (MIT), Figura 2.1, constitui-se de duas partes elemen- tares, o estator e o rotor. O estator trata-se de uma estrutura estática que circunda o rotor composta por um núcleo de material ferromagnético e um conjunto de três bobinas iguais, uma para cada fase, constituindo os enrolamentos de armadura. O rotor é uma estrutura cilíndrica, móvel, com bobinas elétricas em sua periferia, tendo ao centro o eixo de ro- tação. A composição do núcleo do rotor é de chapas finas de material ferromagnético. Quando em gaiola de esquilo, chapas metálicas preenchem as ranhuras do núcleo, sendo curto-circuitadas nas extremidades por anéis metálicos. Quando do tipo rotor bobinado, as ranhuras do rotor recebem enrolamento trifásico em bobinas de cobre semelhante ao do estator. Figura 2.1: Diagrama esquemático das partes de uma MIT Fonte: Portal Eletricista, 2021 CAPÍTULO 2. A MÁQUINA DE INDUÇÃO 7 A aplicação de uma alimentação trifásica aos enrolamentos estatóricos da máquina, que correspondem a três bobinas posicionadas com desfasamento espacial de 120º entre si, produz um campo magnético girante que, por sua vez, ao interagir com os condutores do rotor, induz uma tensão elétrica que promove a circulação de correntes trifásicas e defasadas temporalmente em 120º nos condutores curto-circuitados do rotor. As correntes que circulam nos condutores do rotor ao interagirem com o campo magnético girante dão origem a um torque eletromagnético impondo movimento rotativo ao eixo. (LIMA, 2016). As correntes de estator podem ser descritas como: ia(t) = I sin(ωt) (2.1) ib(t) = I sin(ωt +120◦) (2.2) ic(t) = I sin(ωt−120◦) (2.3) Um modo simplificado, mas que permite a representação e entendimento do com- portamento e das grandezas envolvidas na máquina de indução, é o circuito equivalente monofásico, que será denominado também nesse trabalho como seu modelo clássico de representação (Figura 2.2). Nele, são representados, por fase, as correntes de rotor e es- tator [I1 e I2], seus parâmetros de impedância estatóricos e rotóricos [R1 +X1 e R2 +X2], as perdas no núcleo [Rm] e perdas rotacionais [R2(1−ss )] e sua reatância de magnetização [Xm] (FITZGERALD, 2006, p. 302-306). Figura 2.2: Circuito clássico equivalente monofásico da MIT Fonte: De Sá et al., 2001 CAPÍTULO 2. A MÁQUINA DE INDUÇÃO 8 2.2 Representação em abc A fim de se estudar o comportamento dinâmico da máquina de indução, sua mo- delagem elétrica poderá ser realizada no domínio de fases [abc] através do modelo das indutâncias acopladas, que consiste em equações elétricas em que se solucionam as equa- ções diferenciais das tensões nos circuitos de estator e rotor da máquina. Como se pode notar em (2.6) e (2.7), nestas equações estão presentes indutâncias mútuas que variamno tempo em decorrência do movimento relativo entre rotor e estator (Figura (2.3)) (EL- SHARKAWI, 2016, p. 120-124). Figura 2.3: Representação do modelo de indutâncias acopladas da MIT Fonte: Armstrong et al., 2006 A tensão nos enrolamentos da máquina pode ser representada genericamente através da Equação (2.4) e (2.5), em que a letra a subscrita representa a fase correspondente, e o lado é representado com a letra sendo minúscula ou maiúscula, estator ou rotor respecti- vamente: Va = Ra ia + dλa dt (2.4) VA = RA iA + dλA dt (2.5) Já o fluxo concatenado (λ) para cada um dos enrolamentos pode ser obtido por meio das seguintes equações, exemplificadas para uma das fases no estator e rotor: CAPÍTULO 2. A MÁQUINA DE INDUÇÃO 9 λa = Laaia+Labib +Lacic +LaA (θr) iA +LaB (θr) iB +LaC (θr) iC (2.6) λA = LaA (θr) ia + LbAib (θr)+ LcAiCθr +LAAiA+LABiB +LACiC (2.7) Realizando o mesmo equacionamento para as demais fases, no estator e rotor, pode-se obter a seguinte matriz resultante para os fluxos concatenados: λa λb λc λA λB λC = Laa Lab Lac LaA (θr) LaB (θr) LaC (θr) Lab Lbb Lbc LbA (θr) LbB (θr) LbC (θr) Lac Lbc Lcc LcA (θr) LcB (θr) LcC (θr) LaA (θr) LbA (θr) LcA (θr) LAA LAB LAC LaB (θr) LbB (θr) LcB (θr) LAB LBB LBC LaC (θr) LbC (θr) LcC (θr) LAC LBC LCC ia ib ic iA iB iC (2.8) Em que: Laa = Lbb = Lcc = Lls +Lms (2.9) Lab = Lac = Lbc =− 1 2 Lms (2.10) LAA = LBB = LCC = Llr +Lmr (2.11) LAB = LAC = LBC =− 1 2 Lmr (2.12) LaA = LbB = LcC = Lsrcos(θr) (2.13) LaB = LbC = LcA = Lsrcos(θr +120◦) (2.14) LaC = LbA = LcB = Lsrcos(θr−120◦) (2.15) Sendo Lls e Llr indutâncias de dispersão dos enrolamentos do estator e rotor respecti- CAPÍTULO 2. A MÁQUINA DE INDUÇÃO 10 vamente, Lms e Lmr indutâncias de magnetização do estator e rotor respectivamente e Lsr a amplitude máxima da indutância mútua entre os enrolamentos do estator e rotor. Surge, portanto, a necessidade de se obter os valores de impedância no modelo de indutâncias acopladas a partir do modelo clássico do circuito equivalente monofásico uma vez que são estes parâmetros que se obtêm a partir dos ensaios experimentais. Para isso, realizar-se-á um procedimento comparativo entre os circuitos equivalentes monofásicos em sequência (positiva, negativa e zero) e o modelo em coordenadas de fase (abc). Considerando a máquina de indução energizada e com o rotor travado, isso é com s = 1, obtém-se os circuitos de sequência positiva, negativa e zero para cada uma das fases (Figura 2.4). A posição relativa entre rotor e estator é representada pelo ângulo θ e N1 e N4 representam as espiras no estator e rotor respectivamente. No circuito de sequência zero há um desacoplamento entre rotor e estator restando apenas os fluxos de dispersão. Ignorando-se a variação do ângulo θ, que descreve o movimento relativo entre rotor e estator, a máquina de indução compara-se a um transformador trifásico. Figura 2.4: Circuitos de sequência positiva, negativa e zero da MIT Fonte: adaptado de Martí e Myers, 1995 Escrevendo a tensão de sequência positiva nos enrolamentos de estator e rotor de forma matricial obtém-se: CAPÍTULO 2. A MÁQUINA DE INDUÇÃO 11 V+11 V+44 = (Z1 +Zm) kZm kZm (Z4 + k2Zm) I+1 I+4 (2.16) Sendo k = N4N1 , Z1 = R1 + jωL1 , Zm = jωLm e Z4 = R4 + jωL4 Em que k é a relação de transformação em função do número de espiras de rotor e estator. R1 e R4 e L1 e L4 são as resistências dos enrolamentos e as indutâncias de dispersão do estator e rotor respectivamente. Faz-se o mesmo para o circuito de sequência negativa, enquanto que para o de sequên- cia zero se tem: V 011 V 044 = Z1 0 0 Z4 I01 I04 (2.17) Escrevendo de forma matricial as tensões de sequência positiva, negativa e zero temos: V 011 V 044 V+11 V+44 V−11 V−44 = [Z0] 0 0 0 [Z+] 0 0 0 [Z−] I01 I04 I+1 I+4 I−1 I−4 (2.18) Escrevendo, portanto, em coordenadas de fase, tendo cada circuito de sequência para cada uma das fases: CAPÍTULO 2. A MÁQUINA DE INDUÇÃO 12 V11 V44 V22 V55 V33 V66 = [Zaa] [Zab] [Zac] [Zab] [Zbb] [Zbc] [Zac] [Zbc] [Zcc] I1 I4 I2 I5 I3 I6 (2.19) Admitindo um sistema equilibrado, Zs representará a componente própria das impe- dâncias enquanto Zm representará a componente mútua: [Zaa]=[Zbb] = [Zcc] = [ZS] (2.20) [Zab]=[Zac] = [Zbc] = [ZM] (2.21) Encontrar os valores de Zs e Zm será um passo fundamental para relacionar-se os parâ- metros de impedância do circuito equivalente monofásico clássico com os parâmetros em componentes de fase. Para o cálculo dos valores de Zs e Zm utilizar-se-á uma metodologia de conversão matricial de quadripolos entre componentes simétricas e componentes de fase ilustrada na Figura 2.5, em que os quadripolos da esquerda (0), (+) e (-) representam os circuitos monofásicos de sequencia 0, positiva e negativa respectivamente e os qua- dripolos da direita, (a), (b) e (c) representam os circuitos equivalentes monofásicos em componentes de fase. CAPÍTULO 2. A MÁQUINA DE INDUÇÃO 13 Figura 2.5: Conversão entre componentes simétricas e componentes de fase Fonte: Martí e Myers, 1995 Considera-se o sistema da Figura 2.6 a fim de calcular os valores de Zs e Zm, a partir de V+a e V 0 a , nas equações subsequentes: Figura 2.6: Impedâncias próprias e mútuas em um sistema trifásico Fonte: autoria própria V+a = ZsI + a +ZmI + b +ZmI + c = ZsI + a +Zm(I + b + I + c ) (2.22) Como I+b + I + c = −I+a , então: V+a = (Zs−Zm)I + a → Z+ = V+a I+a = Zs−Zm (2.23) V 0a = ZsI 0 a +ZmI 0 b +ZmI 0 c (2.24) V 0a = (Zs +2Zm)+ I 0 a → Z0 = V 0a I0a = Zs +2Zm (2.25) CAPÍTULO 2. A MÁQUINA DE INDUÇÃO 14 Isolando-se Zs e Zm a partir das Equações (2.23) e (2.25) se tem: Zs = 1 3 (Z0 + 2Z+) (2.26) Zm = 1 3 (Z0− Z+) (2.27) Substituindo, portanto, Z0 (2.16) e Z+ (2.17) nas equações de Zs (2.26) e Zm (2.27): [ZS] = 1 3 Z1 0 0 Z4 +2 (Z1 +Zm) kZm kZm (Z4 + k2Zm) = (Z1 + 23Zm) 23kZm 2 3kZm (Z4 + 2 3k 2Zm) (2.28) [ZM] = 1 3 Z1 0 0 Z4 − (Z1 +Zm) kZm kZm (Z4 + k2Zm) −13Zm −13kZm −13kZm − 1 3k 2Zm (2.29) [ZS] = Zaa ZaA ZaA ZAA (2.30) [ZM] = Zab ZaB ZaB ZAB (2.31) Substituindo os valores de [Zs] e [Zm] na matriz das tensões em coordenadas de fase (2.32), recordando que [Zaa]=[Zbb] = [Zcc] = [ZS] e [Zab]=[Zac] = [Zbc] = [ZM] CAPÍTULO 2. A MÁQUINA DE INDUÇÃO 15 Va Vb Vc VA VB VC = Zaa Zab Zab ZaA ZaB ZaB Zab Zaa Zab ZaB ZaA ZaB Zab Zab Zaa ZaB ZaB ZaA ZaB ZaB ZaB ZAA ZAB ZAB ZaB ZaA ZaB ZAB ZAA ZAB ZaB ZaB ZaA ZAB ZAB ZAA I11 I44 I22 I55 I33 I66 (2.32) Comparando os valores de [Z] obtida em (2.32) com os valores de [L] (2.8), para θr = 0, pode-se obter as indutâncias próprias e mútuas a partir do circuito equivalente clássico, sabendo-se que Z1 = R1 + jωL1 , Z4 = R4 + jωL4 , Zm = jωLm. (Z1 + 23Zm) 23kZm 2 3kZm (Z4 + 2 3k 2Zm) = Zaa ZaA ZaA ZAA (2.33) −13Zm −13kZm −13kZm − 1 3k 2Zm = Zab ZaB ZaB ZAB (2.34) As equações das indutâncias próprias e mútuas resultantes: Laa = Lls +Lms = L1 + 2 3 Lm (2.35) Lls = L1 (2.36) Lms = 2 3 Lm (2.37) LAA = Llr +Lmr = L4 + 2 3 k2Lm (2.38) Llr = L4 (2.39) Lmr = 2 3 k2Lm (2.40) CAPÍTULO 2. A MÁQUINA DE INDUÇÃO 16 Lmr = 2 3 k2Lm (2.41) LaA = Lsr = 2 3 kLm (2.42) Lab =− 1 2 Lms =− 1 3 Lm (2.43) LAB =− 1 2 Lmr = − 1 3 k2Lm (2.44) A Tabela 2.1 ilustra a conversão direta entre os valores de indutância do circuito equi- valente clássico monofásico para o modelo de indutâncias acopladas. Em que “k” repre- senta a relação entre as espiras de rotor e estator. Tabela2.1: Tabela de conversão de parâmetros do modelo de indutâncias acopladas para o modelo clássico de representação Modelo de Indutancias Acopladas Modelo Classico Laa = Lbb = Lcc Lls +Lms L1 + 23Lm Lab = Lac = Lbc −12Lms − 1 3Lm LAA = LBB = LCC Llr +Lmr L4 + 23k 2Lm LAB = LAC = LBC −12Lmr − 1 3k 2Lm LaA = LbB = LcC Lsrcos(θr) p/ θr = 0 2 3kLm Fonte: autoria própria Retomando-se as equações de tensão para estator (2.4) e rotor (2.5), pode-se escrever as seguintes equações de tensão da máquina (JACOBINA, 2002) Vabc = Rsiabc + L̄ss disabc dt + L̄sr dirABC dt +ωr [ dL̄sr dθr ] irabc (2.45) VABC = RriABC + L̄rr dirABC dt + L̄rs disabc dt +ωr [ dL̄rs dθr ] isabc (2.46) Em que Rs e Rr são as resistências dos enrolamentos de estator e rotor, ωr = dθrdt é a velocidade do rotor e Lss, Lrr, Lsr e Lrs (submatrizes de L) são: CAPÍTULO 2. A MÁQUINA DE INDUÇÃO 17 L̄ss = laa lab lac lba lbb lbc lca lcb lcc (2.47) L̄rr = LAA LAB LAC LBA LBB LBC LCA LCB LCC (2.48) L̄sr = laA (θr) laB ( θr + 2π 3 ) laC ( θr + 4π 3 ) lbA ( θr + 4π 3 ) lbB (θr) lbC ( θr + 2π 3 ) lcA ( θr + 2π 3 ) lcB ( θr + 4π 3 ) lcC (θr) (2.49) L̄rs = laA (θr) laB ( θr + 4π 3 ) laC ( θr + 2π 3 ) lbA ( θr + 2π 3 ) lbB (θr) lbC ( θr + 4π 3 ) lcA ( θr + 4π 3 ) lcB ( θr + 2π 3 ) lcC (θr) (2.50) A expressão para energia da máquina e seu conjugado elétrico são dados pelas equa- ções (2.51) e (2.52): W = 1 2 ī T L̄ī (2.51) Ce = dW dθm (2.52) Aplicando (2.51) em (2.52), obtêm-se: Ce = 1 2 ī T [ dL̄ dθm ] ī = P 2 ī T [ dL̄ dθr ] ī (2.53) Em que P = número de polos. Considerando que Lss e Lrr independem do ângulo θr, pode-se escrever: CAPÍTULO 2. A MÁQUINA DE INDUÇÃO 18 Ce = P 2 iabc iABC T 0̄3 dL̄srdθr dL̄rs dθr 0̄3 iabc iABC (2.54) Desenvolvendo (2.54): Ce = P 2 īTabc [ dL̄sr dθr ] īABC + P 2 īTABC [ dL̄rs dθr ] īabc (2.55) 2.3 Representação em 0dq Por vezes, a fim de reduzir a complexidade oriunda das variações de grandezas em função do tempo, utiliza-se de uma mudança de referencial através da transformada 0dq desenvolvida por Blondel (1923) e Park (1929) que decompõe a máquina em um refe- rencial ortogonal girante, o eixo direto e o eixo em quadratura. Este à frente 90º graus daquele. Através dessa mudança as matrizes de indutância, que possuem elementos que variam com a posição angular, tornam-se invariáveis no tempo. A utilização dessa trans- formada permite ainda a redução de complexidade para implementação de estratégias de controle (RAMOS, 2019). A matriz que realiza a conversão de um referencial trifásico (componentes de fase) para um referencial bifásico (dq0) é dada por (2.56): Ad Aq A0 = 23 cos(θs) cos(θs−120) cos(θs +120) −sen(θs) −sen(θs−120) −sen(θs +120) 1 2 1 2 1 2 Aa Ab Ac (2.56) Em (2.56), A representa as grandezas de tensão, corrente e fluxo magnético no estator em seus valores instantâneos e θs = ωet, sendo ωe a frequência angular síncrona (2π f ). A obtenção dos valores em referencial trifásico (componentes de fase) a partir dos valores em dq0 pode ser realizada através da transformada inversa (2.57): CAPÍTULO 2. A MÁQUINA DE INDUÇÃO 19 Aa Ab Ac = 23 cos(θs) −sen(θs) 1 cos(θs−120) −sen(θs−120) 1 cos(θs +120) −sen(θs +120) 1 Ad Aq A0 (2.57) A transformação para as grandezas do rotor pode ser dada de maneira similar em (2.58): Bd Bq B0 = 23 cos(θs) cos(θs−120) cos(θs +120) −sen(θs) −sen(θs−120) −sen(θs +120) 1 2 1 2 1 2 Ba Bb Bc (2.58) Em que: θ = (ωe−ωem)t = sωet = sθs, sendo ωem = P2 ωm e s = ωe−ωm ωe Aplicando a transformação 0dq à matriz L (2.8) se obtém (2.59): Ldq0 = L11 0 0 L12 0 0 0 L11 0 0 L12 0 0 0 L11 0 0 0 L12 0 0 L22 0 0 0 L12 0 0 L22 0 0 0 0 0 0 L22 (2.59) E portanto: λd1 λq1 λ01 λd2 λq2 λ02 = L11 0 0 L12 0 0 0 L11 0 0 L12 0 0 0 L11 0 0 0 L12 0 0 L22 0 0 0 L12 0 0 L22 0 0 0 0 0 0 L22 id1 iq1 i01 id2 iq2 i02 (2.60) CAPÍTULO 2. A MÁQUINA DE INDUÇÃO 20 Considerando um sistema equilibrado, obtém-se a seguintes tensões da máquina em dq0: Vd1 Vq1 Vd2 Vq2 = R1 0 0 0 0 R1 0 0 0 0 R2 0 0 0 0 R2 id1 iq1 id1 iq2 + 0 −ωe 0 0 ωe 0 0 0 0 0 0 −sωe 0 0 −sωe 0 λd1 λq1 λd2 λd2 + d dt λd1 λq1 λd2 λq2 (2.61) 2.4 Modelo mecânico Além das equações elétricas que descrevem o funcionamento da máquina, o seu com- portamento mecânico relaciona-se com o seu conjugado eletromagnético (Ce) através da equação dinâmica: Ce−Cm−Krωm = J dωm dt (2.62) Em que: Ce é o conjugado eletromagnético. Cm é o conjugado mecânico. Kr é a constante de atrito do rotor. J é o momento de inércia do rotor. Capítulo 3 O REF - Regulador Eletromagnético de Frequência 3.1 Descrição Analisado inicialmente por Silva (2015), o REF trata-se de uma adaptação da máquina de indução com rotor em gaiola, alimentada eletricamente por um inversor de frequência que controla as correntes injetadas em seus enrolamentos de estator. Diferencia-se da máquina de indução convencional pelo fato de o estator, onde é alimentado, possuir mo- vimento angular de acordo com o eixo mecânico que se acople a ele, podendo ser uma turbina eólica ou a saída de um sistema de transmissão hidrostática como, por exemplo, é discutido no trabalho de Patriota (2020). Por haver esse movimento angular, opta-se por não denominar essa peça de estator, que indica “estar parado”, e sim por armadura girante ou somente armadura, que é um termo já utilizado para os enrolamentos CA da máquina de indução convencional. O principal objetivo do REF é receber em sua armadura uma velocidade angular va- riável enquanto fornece em seu eixo uma velocidade angular desejada, essa, muitas vezes, que corresponde a uma múltipla da velocidade síncrona de um gerador acoplado ao seu eixo. O controle dessa velocidade pode se dar através de diversas estratégias, em seme- lhança ao controle convencional das máquinas de indução, em que um inversor recebe CAPÍTULO 3. O REF - REGULADOR ELETROMAGNÉTICO DE FREQUÊNCIA 22 comandos oriundos de uma malha de controle e injeta correntes trifásicas variáveis nos enrolamentos da armadura da máquina. No capítulo que se sucede será proposta a imple- mentação de uma estratégia de controle para o REF. Um esquema que representa o funcionamento do REF acoplado a uma turbina eólica, Figura (3.1) é proposto por Ramos (2019). Figura 3.1: Diagrama esquemático do REF Fonte: Ramos, 2019 No diagrama esquemático apresentado na Figura (3.1) ωa, ωm e ωcg são, respectiva- mente, a velocidade angular da armadura, a velocidade angular do rotor e a velocidade angular do campo girante. 3.2 Conceitos de escorregamento A diferença entre a velocidade síncrona e a velocidade angular do rotor em uma má- quina elétrica é denominada escorregamento e é representada pela letra “s”, do inglês “slip”. CAPÍTULO 3. O REF - REGULADOR ELETROMAGNÉTICO DE FREQUÊNCIA 23 s = ηs−η ηs (3.1) Em que: ηs é a velocidade síncrona em rpm dada por ηs = 120 f P (P é o número de polos e f é a frequência da rede em Hertz). η é a velocidade angular do rotor em rpm. No caso do REF, assim como na máquina de indução convencional, ao se considerar a frequência injetada na armadura a partir do inversor fi, se tem que a frequência an- gular das correntes do inversor é ωi = 2π fi, assim, considerando a armadura travada, o escorregamento é calculado em (3.2): s = ωi− P2 ωm ωi (3.2) 3.2.1 Escorregamento proposto por Ramos, 2019 Multiplica-se a velocidade angular mecânica pela quantidade de pares de polos a fimde se referir a velocidade mecânica em velocidade angular elétrica. Como ao REF é imposta uma velocidade angular à armadura, a velocidade do campo girante não será somente a oriunda da frequência das correntes do inversor, e sim a soma desta à velocidade mecânica da turbina acoplada à armadura. Portanto, segundo Ramos (2019), a fórmula geral para o escorregamento no REF é dada pela Equação (3.3): s = ωi + P 2 ωa− P 2 ωm ωi + P 2 ωa (3.3) Em que, agora, a velocidade do campo girante ωcg = ωi + P2 ωa Da Equação (3.3) infere-se que a velocidade mecânica do rotor, ou ainda, o escorre- gamento pode ser controlado a partir da variação da frequência das correntes impostas à armadura ωi. CAPÍTULO 3. O REF - REGULADOR ELETROMAGNÉTICO DE FREQUÊNCIA 24 3.2.2 Escorregamento proposto por Patriota, 2020 Uma outra maneira de se compreender o escorregamento no REF é a partir de uma ex- tensão da compreensão do conceito abordando um outro referencial de observação como proposto no trabalho de Patriota (2020). Analisando o escorregamento a partir de um re- ferencial R1 fixado na armadura, como ilustra a figura 3.2, se tem a rotação síncrona como ωi = ωcg−ωa, ou seja, a partir de R1 o observador percebe ωcg se afastar com velocidade ωi independente da velocidade ωa. Figura 3.2: Ilustração do REF com referenciais fixo (R0) e móvel (R1) Fonte: Patriota, 2020 Portanto a velocidade angular do rotor em relação a armadura é ωr −ωa. Através desse entendimento, define-se o escorregamento de entreferro do rotor, ou seja, com o referencial na armadura, que é dado pela Equação (3.4). sar = (ωcg− P2 ωa)− ( P 2 ωr− P 2 ωa) (ωcg− P2 ωa) = P 2 ωa +ωi− P 2 ωr ωi (3.4) Portanto, considerando que a armadura esteja parada (ωa = 0), estabelece-se equi- valência entre o escorregamento no REF e na máquina de indução convencional em que ωi = ωcg. Nesta abordagem, o escorregamento proposto anteriormente na Equação (3.3) de Ra- mos (2019) é representado por s0 e denominado escorregamento externo ou aparente, dado por: CAPÍTULO 3. O REF - REGULADOR ELETROMAGNÉTICO DE FREQUÊNCIA 25 s0 = P 2 ωa +ωi− P 2 ωr P 2 ωa +ωi (3.5) Em que: sar = s0 ( 1+ P 2 ωa ωi ) (3.6) 3.3 Modelo elétrico As proposições da modelagem da máquina de indução encontradas no Capítulo 2 deste trabalho atendem à modelagem do REF, à exceção de que as velocidades e ângulos presentes nas expressões de indutância e tensão, agora, levam em consideração a adi- ção de movimento angular na armadura, o que, por sua vez, influenciará diretamente na velocidade e posições relativas entre os enrolamentos de armadura e rotor. Portanto, em componentes de fase, as submatrizes de L̄ que representam as indutâncias mútuas em lados distintos são: L̄REFsr = laA (θra) laB ( θra + 2π 3 ) laC ( θra + 4π 3 ) lbA ( θra + 4π 3 ) lbB (θra) lbC ( θra + 2π 3 ) lcA ( θra + 2π 3 ) lcB ( θra + 4π 3 ) lcC (θra) (3.7) L̄REFrs = laA (θra) laB ( θra + 4π 3 ) laC ( θra + 2π 3 ) lbA ( θra + 2π 3 ) lbB (θra) lbC ( θra + 4π 3 ) lcA ( θra + 4π 3 ) lcB ( θra + 2π 3 ) lcC (θra) (3.8) Em que: θra = θr− θa (3.9) θa = ∫ ωadt (3.10) CAPÍTULO 3. O REF - REGULADOR ELETROMAGNÉTICO DE FREQUÊNCIA 26 E as expressões da tensões no REF serão dadas por: VabcREF = Rsiabc + L̄ss disabc dt + L̄REFsr dirABC dt +ωra [ dL̄sr dθra ] irabc (3.11) VABCREF = RriABC + L̄rr diRABC dt + L̄REFrs disabc dt +ωra [ dL̄rs dθra ] isabc (3.12) Em que ωra é a velocidade relativa entre rotor e armadura é dada por: ωra = ωr−ωa [rad/s] (3.13) Realizadas as mesmas adaptações da matriz de indutâncias e das equações de tensão, isto é, substituindo-se θr por θra e ωr por ωra, o conjugado elétrico no REF é dado por: CeREF = PP 2 iabcT [ dLsrREF dθra ] iABC + PP 2 iABCT [ dLrsREF dθra ] iabc (3.14) 3.4 Modelo mecânico Além da Equação (2.62), que descreve o comportamento do rotor da MIT, no caso do REF, deve-se levar em consideração também o torque de reação na armadura devido a existência de movimento nesta. Na armadura se tem o torque Ca oriundo da turbina ou outra fonte externa acoplada à armadura e o torque CeR que atua em oposição ao movi- mento da armadura, freando-a, e surge devido a interação entre os fluxos concatenados da armadura e do rotor. Portanto, considerando a Segunda Lei de Newton para movimentos circulares, a equação de balanço da aceleração na armadura é dada por Ramos (2019): Ca−CeR−Kaωa = Jta dωa dt (3.15) Em que: Ca é torque mecânico na armadura. CAPÍTULO 3. O REF - REGULADOR ELETROMAGNÉTICO DE FREQUÊNCIA 27 CeR é o torque eletromagnético no entreferro do REF. Ka é a constante de atrito da armadura. Jta é o momento de inércia da turbina somado à armadura. Capítulo 4 Controle do REF Com a implementação de um sistema de acionamento e controle do REF, objetiva- se obter uma velocidade constante em seu eixo de rotor onde é acoplado um gerador síncrono. Além disso, é necessário que a estratégia de controle adotada, seja capaz de compensar as variações de vento na turbina acoplada à armadura. Ou seja, proporcionar um bom desempenho dinâmico e em regime permanente ao gerador. 4.1 Estratégias de controle da máquina de indução O controle da máquina de indução pode ser feito através de estratégias escalares, tal como a Voltz/Hertz, que se baseia no comportamento em regime permanente, no entanto, apresenta fraco desempenho dinâmico. A fim de se aumentar o desempenho dessas es- tratégias, têm sido desenvolvidas alternativas que possibilitem o desacoplamento entre o controle do fluxo eletromagnético e do conjugado. Esse desacoplamento pode ser obtido com a utilização de estratégias vetoriais. Nas estratégias de controle de fluxo escalares são controladas simultaneamente a frequência e amplitude das grandezas. Já nas estratégias vetoriais o controle é realizado a partir dos valores de amplitude e fase ou das componentes 0dq da grandeza. Classificam- se, ainda, as estratégias de controle baseando-se na escolha do fluxo de excitação magné- tico escolhido como referencial, que pode ser o fluxo rotórico, o fluxo estatórico ou o fluxo CAPÍTULO 4. CONTROLE DO REF 29 do entreferro. Quando o conjugado eletromagnético é controlado a partir da frequência de escorregamento da variável escolhida denomina-se controle por escorregamento. Quando é controlado pela componente de uma segunda variável em quadratura com a variável de excitação, é denominado controle em quadratura. (JACOBINA, 2002) 4.2 Estratégia de controle adotada Nesse trabalho foi adotada a estratégia de controle em quadratura com o fluxo rotórico. A dinâmica que relaciona o fluxo rotórico com a corrente estatórica é dada por: lm τr igs = 1 τr φ g r + dφgr dt + j (ωg−ωr)φgr (4.1) Em que o sobrescrito g denota um referencial genérico. Considerando o eixo d alinhado ao vetor fluxo rotórico (φbr ) e, portanto, com g = b, em que φ b rd = φr, φ b rq = 0 e ωg = ωb. Obtém-se: lm τr ibsd = φr τr + dφr dt (4.2) lm τr ibsq = ωbrφr (4.3) Em que: τr é a constante de tempo rotórica dada por τr = L12R2 . O conjugado eletromagnético pode ser obtido a partir da seguinte equação: Ce = PP 2 L12 L22 φribsq (4.4) A partir das equações (4.2) e (4.4) fica evidenciado que o fluxo φr pode ser controlado através de ibsd de maneira independente de i b sq e o conjugado eletromagnético pode ser controlado a partir de ibsq. Através das Equações (4.1), (4.2), (4.3) e (4.4) a estratégia de controle pode ser sin- CAPÍTULO 4. CONTROLE DO REF 30 tetizada no diagrama de blocos da Figura (4.1), em que c∗e , φ ∗ r e i b∗ sq , são o conjugado, o fluxo rotórico e a corrente em quadratura de referências, respectivamente. E o bloco Rb φ e e jδ ∗ b são o controlador de fluxo e o transformador de coordenadas. O projeto dos contro- ladores encontram-se no Apêndice (A): sendo o de corrente (A.1), o de velocidade (A.2) e o de fluxo (A.3). No Capítulo 5 serão apresentados os resultados obtidos, utilizando-sedessa estratégia de controle apresentada aplicada ao REF, para diferentes perfis de carga e potência fornecida pela turbina. Figura 4.1: Estratégia de controle em quadratura com o fluxo rotórico. Fonte: adaptado de Jacobina, 2002 Capítulo 5 Simulação e Resultados A fim de monitorar o comportamento do REF, diante da modelagem e sistema de controle descritos nas seções (3.3) e (4.2), foram simuladas as seguintes condições de operação, em regime transitório e permanente: • Partida direta • Partida com velocidade controlada • Variação da velocidade de referência • Variação da potência da turbina • Variação da potência da carga • Modo em regeneração Para simulação do arranjo do REF (Figura (3.1)) foi utilizado o Matlab Simulink, ambiente de software que atua como uma ferramenta de modelagem, simulação e análise de sistemas dinâmicos. O modelo elétrico da máquina para as tensões de estator foi implementado, no domínio de fases, em um script Matlab (Apendice (B)). As equações dinâmicas do rotor e armadura foram simuladas através de um circuito elétrico equivalente às equações diferenciais (Figura (5.1)). Toda malha de controle foi implementada através de diagramas de blocos no ambiente do Simulink, e o inversor trifásico de três braços que realizou a alimentação do REF foi realizado através dos blocos de sua biblioteca “powerlib” (Figura (5.2) e (5.3)). CAPÍTULO 5. SIMULAÇÃO E RESULTADOS 32 O funcionamento da turbina acoplada ao REF bem como o funcionamento do gera- dor acoplado ao seu eixo de rotor, foram tratados, a nível de simulação, como valores de potência de entrada (Pa) e de carga (Pm), não tendo sido objetivado, neste trabalho, o deta- lhamento dos seus respectivos funcionamentos. A velocidade de referência (ω∗r ) adotada em todos casos, exceto no modo em que é variada propositadamente, de 1200rpm, pois representa a velocidade síncrona para um gerador com 3 pares de polos como foi adotado nos estudos em (PATRIOTA, 2020). Figura 5.1: Diagrama elétrico análogo à equação dinâmica do rotor Fonte: autoria própria. Figura 5.2: Diagrama da obtenção do PWM de comando do inversor Fonte: autoria própria. CAPÍTULO 5. SIMULAÇÃO E RESULTADOS 33 Figura 5.3: Diagrama do Inversor trifásico de três braços Fonte: autoria própria. Figura 5.4: Diagrama do circuito de estator do REF implementado Fonte: autoria própria. CAPÍTULO 5. SIMULAÇÃO E RESULTADOS 34 Figura 5.5: Diagrama do circuito de rotor do REF implementado Fonte: autoria própria. Figura 5.6: Blocos do estimador de fluxo e controlador de fluxo e velocidade Fonte: autoria própria. CAPÍTULO 5. SIMULAÇÃO E RESULTADOS 35 Figura 5.7: Bloco do controle de corrente Fonte: autoria própria. 5.1 Partida direta Neste modo de funcionamento, o REF foi simulado sendo diretamente alimentado, a partir da rede elétrica, em seus enrolamentos de armadura por suas tensões nominais, sem sistema de controle atuando, com sua armadura travada, ou seja, com ωa = 0 e sem carga acoplada ao eixo de rotor, ou seja, Pm = 0. Figura 5.8: Velocidade do rotor [rpm] em partida direta Fonte: autoria própria. Como pode ser observado na Figura (5.8), o REF, em partida direta, comporta-se, de modo esperado, como um motor de indução convencional: transitoriamente acelerando e, em seguida, atingindo a velocidade de regime permanente em vazio. CAPÍTULO 5. SIMULAÇÃO E RESULTADOS 36 5.2 Partida com velocidade controlada Nesse modo de funcionamento, passa a atuar todo o sistema de controle objetivando- se atingir uma velocidade de referência (1200 rpm) no eixo de rotor. No gráfico da Figura (5.9) pode-se observar o sinal de referência da velocidade, a velocidade de rotor e o erro absoluto entre estes. Na Figura (5.10) observa-se de maneira mais aproximada o erro absoluto entre o sinal de referência e o valor obtido, sendo o erro relativo de 0,33%. Além disso, foram monitoradas suas potências instantâneas conforme Figura (5.11) Figura 5.9: Velocidade do rotor [rpm], sinal de referência velocidade [rpm] e erro abso- luto. Fonte: autoria própria. Figura 5.10: Comparativo entre velocidade de rotor (Wr:2) [rpm] e sinal de referência (Wr:1) [rpm] Fonte: autoria própria. CAPÍTULO 5. SIMULAÇÃO E RESULTADOS 37 Figura 5.11: Potências instantâneas ativa [W ] e reativa [Var] com velocidade controlada Fonte: autoria própria. O REF apresentou comportamento desejado em sua partida controlada em velocidade, com percentual de erro baixo entre referência e valor velocidade obtido e, portanto, capaz de manter uma velocidade constante em seu eixo de rotor, comportamento desejado no acoplamento ao gerador síncrono. 5.3 Variação da velocidade de referência Para aferir ainda mais a efetividade do sistema de controle de velocidade foi imposto ao controle do REF uma velocidade de referência variante no tempo e monitorado o seu comportamento: CAPÍTULO 5. SIMULAÇÃO E RESULTADOS 38 Figura 5.12: Velocidade do rotor (Wr:2) [rpm], velocidade de referência variável (Wr:1) [rpm] e erro absoluto. Fonte: autoria própria. Figura 5.13: Comparativo entre velocidade de rotor (Wr:2) [rpm] e sinal de referência (Wr:1) Fonte: autoria própria. CAPÍTULO 5. SIMULAÇÃO E RESULTADOS 39 Figura 5.14: Potência ativa [W ] e reativa para velocidade variável [var] Fonte: autoria própria. O controle, como já observado na seção (5.3), novamente apresentou-se capaz de man- ter a velocidade constante em seu eixo de rotor, de acordo com o sinal de referência, apre- sentando boa resposta às variações impostas ainda que, para as aplicações atuais do REF, se tem demandado uma velocidade constante em seu eixo de rotor acoplado a um gerador síncrono. Vale observar no gráfico das potências, na Figura (5.14), que nos momentos em que há desaceleração entre 1,0 e 1,25 segs e entre 2,0 e 2,4 segs a potência ativa assume valores negativos, isso ocorre pois a energia oriunda da desaceleração da máquina é regenerada e devolvida à alimentação do inversor temporariamente. Denominas-se esse comportamento de modo regenerativo e foi monitorado na Seção (5.6). 5.4 Variação da potência da turbina Para a simulação de variações na potência aplicada à armadura pela turbina, o que pode representar variações da velocidade do vento ou da vazão de algum outro fluido, foi aplicada uma potência na armadura (Pa) variável e monitoradas - para uma velocidade de referência constante (1200 rpm) e carga constante - a velocidade no eixo do rotor ωr, a contribuição de potência inversor (Pinv) e as correntes no estator (Iabc). A potência da turbina foi calculada através: CAPÍTULO 5. SIMULAÇÃO E RESULTADOS 40 Pa(t) = ωaCa [W ] (5.1) Já a potência ativa e reativa foram calculadas a partir de (AKAGI et al., 1983; PI- NHEIRO e JACOBINA, 1996): P(t) = vαiα + vβiβ [W ] (5.2) Q(t) = vαiβ− vβiα [Var] (5.3) Em que Vαβ e Iαβ foram calculados a partir da transformação αβ0 (Apêndice (B.1)). Figura 5.15: (Wr:2 → ωr[rpm]) e ( Wr:1 → ω∗r [rpm]) durante a variação da velocidade de armadura. Fonte: autoria própria. CAPÍTULO 5. SIMULAÇÃO E RESULTADOS 41 Figura 5.16: Pi[W ], Pm[W ], Pa[W ] e contribuição do inversor na carga durante a variação da potência da turbina (Pa). Fonte: autoria própria. Figura 5.17: Correntes de armadura (Iabc[A]) durante variação da potência da turbina (Pa) Fonte: autoria própria. O controle foi capaz de manter a velocidade no rotor constante, mesmo diante das oscilações da potência entregue pela turbina (Pa). Além disso, na Figura (5.16), fica evidenciada, por análise gráfica dos períodos das correntes, a redução da frequência das correntes armadura (ωi) para cada aumento na frequência de Pa, demonstrando a atuação CAPÍTULO 5. SIMULAÇÃO E RESULTADOS 42 do controle aplicado ao inversor, em que a medida com que Pa aumenta, ωi diminui. 5.5 Variação da potência da carga Outro modo de operação simulado foi aquele em que o REF deve manter a velocidade de rotor constante mesmo com variações na carga acoplada ao eixo (Pm), ou seja, com va- riações da potênciademandada pelo gerador. Para isso, manteve-se Pa constante durante a variação de Pm e a velocidade foi monitorada. Figura 5.18: Carga do rotor variável (Pm [W ]) Fonte: autoria própria. Figura 5.19: ωr [rpm], ω∗r [rpm] e erro absoluto para variações de carga no rotor. Fonte: autoria própria. CAPÍTULO 5. SIMULAÇÃO E RESULTADOS 43 As variações de carga produziram em ωr, temporariamente, erros de até 1,6% em relação ao valor de referência (ω∗r [rpm]) e foram compensados em seguida pelo controle. Portanto, para um cenário de variações de carga o controle foi capaz de manter constante a velocidade no rotor. 5.6 Modo em regeneração No modo regenerativo de operação de uma máquina de indução ocorre a devolução da energia do motor para a rede elétrica ou o seu armazenamento em bancos de baterias, ultra capacitores, etc. (OLIVEIRA, 2013). Um dos modos de operação do REF, ocorre quando a potência fornecida pela turbina é maior do que a demandada pela carga, nessa situação o inversor retira potência da turbina. Neste modo, o REF atua com escorregamento negativo (sar < 0), ou seja, na região de frenagem (regeneração). (PATRIOTA, 2020). A fim de compreender o comportamento da estratégia de controle implementada no modo regenerativo, foi simulado um aumento progressivo em (Pa) até um estado em que este fosse superior ao da carga (Pm = 5KW ) e foram monitoradas as correntes de estator (Iabc), a potência do inversor (Pi) e os escorregamentos de entreferro e externo. Figura 5.20: Pi[W ], Pm[W ], Pa[W ] e contribuição do inversor para o modo de operação em regeneração Fonte: autoria própria. CAPÍTULO 5. SIMULAÇÃO E RESULTADOS 44 Figura 5.21: Correntes de armadura (Iabc[A]) para o modo de operação em regeneração Fonte: autoria própria. Figura 5.22: Escorregamentos de entreferro (sar) e externo (s) e velocidades angulares do rotor (ωr), da armadura (ωa) e das correntes do inversor (ωi) em rad/s. Fonte: autoria própria. Da Figura(5.20) pode-se observar que a partir do momento em que a potência forne- cida pela turbina (Pa) supera à requisitada pela carga, o fluxo da potência do inversor (Pi) passa a ser negativo, ou seja, ele passa a recebe-la ao invés de fornecer ao REF. O exato momento em que ocorre a transição para o modo regenerativo pode ser obser- vado aos 2,0 segs, na figura (5.21), em que ocorre a inversão da sequência de fases (pode ser observada atentando-se para ordem das cores dos sinais de corrente) de abc para acb, CAPÍTULO 5. SIMULAÇÃO E RESULTADOS 45 isso demonstra o sentido da potência, entrando no inversor. Na figura (5.22), a partir de 2,0 segs, fica evidenciado o que Patriota (2020) aponta como o comportamento do escorregamento em modo de regeneração. Com a potência oriunda da rotação da armadura excedendo à exigida pela carga, o sistema de controle inverte a sequência de fases das correntes na armadura, alterando, portanto, o sentido do fluxo de potência. Observando-se a partir de um referencial estático e externo ao REF, o campo girante (ωcg) permanece no mesmo sentido de rotação do rotor, caracterizando seu funcionando como um motor (s > 0). No entanto, considerando-se a armadura como referencial de observação, o campo girante estará se movimentando no sentido contrário a ωi, como em um gerador (sar < 0). Nisto exemplifica-se um aparente paradoxo da natureza polivalente do funcionamento do REF no modo regenerativo, em que é capaz de fornecer potência à carga no rotor ao mesmo tempo em que devolve o seu excedente ao inversor. Neste modo de operação, o sistema de controle apresentou-se capaz de realizar a com- pensação das potências a fim de manter a velocidade do rotor constante, no entanto, é necessário que se avance mais em estudos que objetivem garantir a eficiência do apro- veitamento da energia obtida em modo regenerativo, bem como, avaliar a necessidade de realizar alterações na estrutura física do REF, evitando danos à estrutura. 5.7 Valores em regime permanente Além da realização do monitoramento das grandezas do REF para os diferentes modos de operação, foram registrados os valores em regime permanente, com a velocidade de rotor controlada em 1200rpm, de s, sar, Pcc, Pinv, Q, Irmsa e V rms a em relação ao valor de Pa que variou entre 10% e 110% de Pm = 5KW . CAPÍTULO 5. SIMULAÇÃO E RESULTADOS 46 Figura 5.23: Escorregamento externo (s) x Potência de armadura (Pa) Fonte: autoria própria. Figura 5.24: Escorregamento de entreferro (sar) x Potência de armadura (Pa) Fonte: autoria própria. CAPÍTULO 5. SIMULAÇÃO E RESULTADOS 47 Figura 5.25: Potência no barramento CC (Pcc) x Potência de armadura (Pa) Fonte: autoria própria. Figura 5.26: Potência ativa no inversor (Pinv) x Potência de armadura (Pa) Fonte: autoria própria. CAPÍTULO 5. SIMULAÇÃO E RESULTADOS 48 Figura 5.27: Potência reativa no inversor (Qinv) x Potência de armadura (Pa) Fonte: autoria própria. Figura 5.28: Corrente eficaz na armadura (Irmsa ) x Potência de armadura (Pa) Fonte: autoria própria. CAPÍTULO 5. SIMULAÇÃO E RESULTADOS 49 Figura 5.29: Tensão eficaz na armadura (V rmsa ) x Potência de armadura (Pa) Fonte: autoria própria. A partir da Figura (5.23), observa-se que o valor de s não se altera com o aumento da potência mecânica na armadura, exceto quando Pa = Pm e, portanto, s atinge seu valor máximo, voltando em seguida ao valor que permanecia anteriormente. Na Figura (5.24) observa-se que sar aumenta à medida em que Pa cresce, atingindo seu valor máximo quando Pa = Pm, e, após superar esse valor, passa a apresentar valor negativo, como já observado na Figura (5.22), indicando o modo regenerativo. Neste estudo, as variações de Pa, foram implementadas em degraus. Cabe registrar, observando (PATRIOTA, 2020, figuras 20.d, 21.d e 22.d), que a passagem de e Sar pelo valor zero causa uma inflexão que leva o torque eletromagnético e a potência cedida pelo inversor a valores muito elevados (tendendo a infinito). Esses pontos de inflexão foram perceptíveis nos estudos de Patriota (2020) porque ali foram adotadas variações contínuas para as potências turbinada e/ou de carga. Neste estudo, devido às variações em degrau das potências, os pontos de inflexão não foram percebidos e a elevação de s e sar foi compatível com uma situação próxima da inflexão. Alerta-se que a possibilidade de operação regenerativa exige que novos estudos busquem uma estratégia de controle capaz de contornar essa situação. CAPÍTULO 5. SIMULAÇÃO E RESULTADOS 50 Nas figuras (5.25), (5.26) e (5.27) observa-se algo presente na seção (5.4), que à me- dida em que Pa aumenta, as potências elétricas no inversor diminuem de modo a compen- sar a potência resultante entregue à carga. Nas figuras (5.28) e (5.29), pode-se observar uma diminuição da tensão eficaz na armadura à medida em que Pa aumenta, fazendo com que a corrente eficaz na armadura seja aumentada. Com o aumento de Pa, aumenta o consumo de potência reativa pelo REF, enquanto diminui significativamente a tensão eficaz de alimentação da armadura. Isso se deve ao fato de que neste estudo não foi adotada nenhuma estratégia de controle da tensão de ar- madura. Estes resultados demonstram que isto é necessário, assim como, deve-se analisar a necessidade de fazer controle da potência reativa solicitada pelo REF com o objetivo de desincumbir o inversor dessa tarefa que o sobrecarrega. Capítulo 6 Conclusão A modelagem para o REF, no domínio de fases, demonstrada nos capítulos anteri- ores, ao ser implementada em ambiente de simulação, apresentou resultado esperado, comportando-se como uma máquina de indução convencional quando com sua armadura travada, mas, com a presença de movimento, capaz de reunir potências oriundas de uma turbina e do inversor e fornecê-la em seu eixo de rotor à carga. Soma-se às contribuições de Silva (2015), Ramos (2019) e Nunes (2021), o controle vetorial em quadratura, comumente utilizado, e que se mostrou eficiente, respondendo satisfatoriamente à necessidade de se obteruma velocidade constante no eixo do rotor, diante das oscilações de velocidade da turbina e das variações de carga, tendo em vista que, primariamente, o REF é acoplado a um gerador síncrono. Atentando-se ao modo de funcionamento em regeneração, houve um avanço em rela- ção ao estudo em (PATRIOTA, 2020), que realizou a demonstração mecânica deste modo, sem que houvesse uma simulação do modelo elétrico com o inversor. Viu-se, portanto, ser possível o funcionamento neste modo com a utilização de somente um inversor, a depen- der do sistema de controle utilizado e realizadas as devidas adequações físicas necessárias à estrutura. Além disso, também foram analisados os conceitos de escorregamento de en- treferro e externo e constatados em simulação. Como contribuição, ainda, este trabalho apresentou um avanço em relação na mo- delagem do REF envolvendo seu tratamento em componentes de fase e a elaboração de CAPÍTULO 6. CONCLUSÃO 52 uma tabela para conversão direta dos parâmetros de indutância, entre o circuito clássico equivalente e o modelo em coordenadas de fase. Sugere-se como realizações futuras: • O estudo e análise de outros modos de operação para o REF. • A aplicação do REF em outras topologias de geração. • O desenvolvimento de um sistema de controle dedicado ao modo de operação em regeneração, capaz de contornar as elevações do escorregamento neste modo, cons- tatadas neste estudo. • O estudo das magnitudes de tensão e corrente na armadura do REF para o modo regenerativo, assim como o controle de potência reativa, que pode ser feita através de filtragem ativa, a fim de aprimorar as condições de funcionamento. Referências Bibliográficas AKAGI, H.; KANAZAWA, P.; FUJITA, K.; NABAE, A. 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Eletrônica de Potência, v. 20, n. 3, p. 254–262, jun. 2015. https://www.portaleletricista.com.br/motor-trifasico/ Apêndice A Projeto dos controladores A.1 Controlador de Corrente Uma vez que: vbsd = Rsri b sd +σls disd dt (A.1) vbsq = Rsri b sq +σls disq dt (A.2) Em que σ = 1− l 2 m lslr Aplicando-se a Transformada de Laplace em (A.1) e (A.2): L { ibsd vbsd } → ibsd vbsd = 1 Rsr +σlss = 1 σls s+ Rsrls (planta) (A.3) L { ibsq vbsq } → ibsq vbsq = 1 σls s+ Rsrls (planta) (A.4) A malha de controle de corrente, composta pelo controlador PI em cascata com a planta será dada por: Gcontrole = GPI ∗GPlanta = ki ( kp ki s+1 ) s ∗ 1 σls s+ Rsrls (A.5) APÊNDICE A. PROJETO DOS CONTROLADORES 56 A.2 Controlador de Velocidade Desenvolvendo-se a Equação (2.62) obtém-se: Ce−Cm−Krωm = J dωm dt → ωm Ce−Cm = 1 J dωmdt +Krωm (A.6) Aplicando-se a Transformada de Laplace em (A.6): L { 1 J dωmdt +Krωm } = 1 Js+Kr = 1 J s+ KrJ (planta) (A.7) A malha de controle de velocidade, composta pelo controlador PI em cascata com a planta será dada por: Gcontrole = GPI ∗GPlanta = ki ( kp ki s+1 ) s ∗ 1 J s+ KrJ (A.8) A.3 Controlador de Fluxo Desenvolvendo-se e aplicando-se a Transformada de Laplace à Equação (4.2) obtém- se: L { lm τr ibsd } = L { φr τr + dφr dt } → lm τr ibsd(s) = φr(s) τr + sφr(s) (A.9) A partir de (A.9): φr(s) ibsd = lm τrs+1 (planta) (A.10) A malha de controle de fluxo, composta pelo controlador PI em cascata com a planta será dada por: Gcontrole = GPI ∗GPlanta = ki ( kp ki s+1 ) s ∗ lm τrs+1 (A.11) Apêndice B Parâmetros de simulação B.1 Script Matlab - Tensão e conjugado Algoritmo 1: Função para cálculo do conjugado elétrico e tensões de armadura e de rotor Entrada: ωr, ωa, θra,d iabcdt , Iabc, IABC, d iABC dt Saída: V Labc, V L ABC, Ce 1 function [vest, vrot, ce]= fcn(wr, tra, wa, dis1, dis2, dis3, is1, is2, is3, ir1, 2 ir2, ir3, dir1, dir2, dir3) 3 M = 0.039366; 4 Lss = [0.04124915666 -0.019683 -0.019683; 5 -0.019683 0.04124915666 -0.019683; 6 -0.019683 -0.019683 0.04124915666]; 7 dis = [dis1; dis2; dis3]; 8 dir = [dir1; dir2; dir3]; 9 ir = [ir1; ir2; ir3]; 10 is = [is1; is2; is3]; 11 Lsr = M*[cos(tra) cos(tra + 2*pi/3) cos(tra +4*pi/3); cos(tra +4*pi/3) cos(tra) 12 cos(tra + 2*pi/3); cos(tra + 2*pi/3) cos(tra +4*pi/3) cos(tra)]; 13 dLsr = -M*[sin(tra) sin(tra + 2*pi/3) sin(tra +4*pi/3); sin(tra +4*pi/3) sin(tra) 14 sin(tra + 2*pi/3); sin(tra + 2*pi/3) sin(tra +4*pi/3) sin(tra)]; 15 Lrs = Lsr’; 16 dLrs = dLsr’; 17 ist = is’; 18 irt = ir’; 19 Lrr = Lss; 20 vrot = Lrr*dir + Lrs*dis + (wr-wa)*dLrs*is; 21 vest = Lss*dis + Lsr*dir + (wr-wa)*dLsr*ir; 22 ce = 0.5*(irt*dLrs*is + ist*dLsr*ir); APÊNDICE B. PARÂMETROS DE SIMULAÇÃO 58 B.2 Transformação alfa-beta-0 F0 Fα Fβ = √ 2 3 1√ 2 1√ 2 1√ 2 1 −12 − 1 2 0 √ 3 2 √ 3 2 Fa Fb Fc (B.1) B.3 Parâmetros do REF Grandezas Mecânicas Grandezas Elétricas Ja (kg ·m2) 0,0664084 R1 Ω 0,66209 Jr (kg ·m2) 0,501953 R2 (Ω) 0,609071 Ka (W · s2/rad) 0,003445 X1 (Ω) 0,7096819 Kr (W · s2/rad) 0,00028589 X2 (Ω) 0,7096819 Xm (Ω) 22,2637 V(V) 220 Tabela B.1: Parâmetros do REF utilizados neste trabalho Fonte: adaptado de Pinheiro (2019) Sumário Lista de Figuras Lista de Tabelas Lista de Símbolos e Abreviaturas Introdução Justificativa Da modelagem Do controle Do fluxo de potência Roteiro do trabalho A Máquina de Indução Breve descrição Representação em abc Representação em 0dq Modelo mecânico O REF - Regulador Eletromagnético de Frequência Descrição Conceitos de escorregamento Escorregamento proposto por Ramos, 2019 Escorregamento proposto por Patriota, 2020 Modelo elétrico Modelo mecânico Controle do REF Estratégias de controle da máquina de indução Estratégia de controle adotada Simulação e Resultados Partida direta Partida com velocidade controlada Variação da velocidade de referência Variação da potência da turbina Variação da potência da carga Modo em regeneração Valores em regime permanente Conclusão Referências bibliográficas Projeto dos controladores Controlador de Corrente Controlador de Velocidade Controlador de Fluxo Parâmetros de simulação Script Matlab - Tensão e conjugado Transformação alfa-beta-0 Parâmetros do REF
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