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COMERCIO INTERNACIONAL - AULA 2

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TERMOS TÉCNICOS AO
COMÉRCIO EXTERIOR
AULA 2
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Profa. Luciana Mazzuti Leal
CONVERSA INICIAL
Caro(a) estudante, seja bem-vindo(a) a esta aula! Hoje estudaremos operações com moedas
estrangeiras; terminologia técnica no câmbio e nos contratos de câmbio; carta de crédito; legislação
aduaneira e tipos de importação. Esses tópicos fornecerão as regras de maneira técnica e prática para
as operações cambiais e as ações a serem executadas pelos profissionais de comércio exterior.
As operações cambiais na exportação ou importação de produtos e serviços passam
obrigatoriamente por agentes financeiros, como veremos. Após os tópicos de câmbio, estudaremos a
legislação aduaneira pelo Regulamento Aduaneiro. Também veremos os tipos de importação
autorizados pela Receita Federal.
Bons estudos!
CONTEXTUALIZANDO
Já abordamos anteriormente o significado dos termos “exportação” e “importação”, a
organização do comércio internacional e os principais órgãos reguladores. Também vimos o que são
divisas, moedas e sua conversão para pagamentos internacionais.
A título de curiosidade, o Banco Central do Brasil (BCB/Bacen) fez uma pesquisa publicada em 12
de fevereiro de 2020, e constatou que, naquele momento, circulavam R$ 320.238.730.536,00
(trezentos e vinte bilhões, duzentos e trinta e oito milhões, setecentos e trinta mil e quinhentos e
trinta e seis reais) em cédulas no país.
Figura 1 – A cédula brasileira
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Fonte: Andre Nery/Shutterstock.
A Tabela 1 mostra essa informação em mais detalhes:
Tabela 1 – Cédulas em circulação no Brasil em 2020
Fonte: Banco Central do Brasil, 2020
A mesma pesquisa revela que as moedas físicas de 1 centavo, 5, 10, 25, 50 centavos e de 1 real
em circulação somavam R$ 7.135.923.800,88 (sete bilhões, cento e trinta e cinco milhões, novecentos
e vinte e três mil, oitocentos reais e oitenta reais e oito centavos).
Figura 2 – Moeda brasileira de um real
Fonte: RafastockBR/Shutterstock
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A Tabela 2 mostra essa distribuição em mais detalhes:
Tabela 2 – Moedas em circulação no Brasil em 2020
Fonte: Banco Central do Brasil, 2020.
As moedas estão diretamente relacionadas aos pagamentos e, consequentemente, aos câmbios,
pois cada país ou bloco econômico tem a própria moeda. Existem regras para executar os
pagamentos e estratégias para melhorar o desempenho nas conversões ou gestão dos pagamentos,
seja por órgãos públicos ou privados.
Vejamos a seguir as principais opções e a terminologia dos pagamentos internacionais:
Pagamento adiantando ou antecipado;
Pagamento à vista;
Pagamento parcial adiantado e pagamento parcial à vista (exemplo: 30% adiantado + 70% à
vista);
Pagamento contra documentos (em inglês, cash against documents);
Pagamento a prazo.
Essas opções podem ser selecionadas tanto na exportação quanto na importação de um produto
ou serviço. No caso das exportações, a opção de pagamento interfere diretamente na montagem do
preço de venda; pode-se perceber que um pagamento adiantado tem maior vantagem sobre um
pagamento a prazo, por exemplo.
Todos os câmbios são regulados pelo Bacen e podem ser feitos por instituições bancárias
tradicionais, como Itaú, Banco do Brasil, Bradesco etc., ou casas de câmbio e corretoras de valores.
No caso de países com elevado grau de risco econômico ou político, é possível utilizar um
instrumento chamado carta de crédito, que garante a operação de exportação ou importação por
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instituições financeiras garantidoras ou fiadoras. A carta de crédito tem um custo que deve ser
considerado na montagem do projeto de importação ou exportação, como veremos no Tema 3.
Várias são as situações que envolvem o câmbio e seus riscos. Por exemplo, uma das partes pode
não receber o pagamento ou receber menos que o combinado.
Para identificar e reduzir tais situações, veremos as regras e legislações definidas pelo Bacen.
TEMA 1 – OPERAÇÕES COM MOEDA ESTRANGEIRA
Operações com moeda estrangeira são reguladas pelo Bacen, por meio do Regulamento do
Mercado de Câmbio e Capitais Internacionais (RMCCI). É possível encontrá-lo no site do Bacen,
ainda que prevaleçam sobre ele as últimas atualizações no Diário Oficial da União.
Figura 3 – Logotipo do Bacen
Fonte: Jô Galvão/Shutterstock.
Tal regulamento se divide em três títulos:
1. Mercado de câmbio: abrange as operações de compra e venda de moeda estrangeira,
as transferências internacionais em reais e as operações que envolvem ouro-instrumento
cambial, bem como as matérias necessárias ao seu funcionamento regular;
2. Capitais brasileiros no exterior: contemplam os valores de qualquer natureza, os ativos
em moeda, os bens e os direitos fora do território nacional por pessoas físicas e jurídicas
residentes, domiciliadas ou com sede no Brasil;
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3. Capitais estrangeiros no país: tratam dos investimentos externos ingressados no Brasil
e de outros recursos captados no exterior na forma da legislação e regulamentação em vigor.
O RMCCI regula as atividades financeiras, e o Bacen é o órgão responsável por autorizar os
agentes financeiros na prática das operações com moeda estrangeira.
1.1 AGENTES
Conforme o Bacen, 181 instituições operam no mercado cambial em 2020, e suas atividades
compreendem:
Bancos;
Caixas econômicas;
Corretoras de câmbio;
Corretoras de valores;
Distribuidoras de títulos e valores mobiliários.
Pergunta: Quem é o agente financeiro e o que ele faz?
Resposta: É o profissional ou instituição atuante no mercado financeiro capaz de conceder
empréstimos, financiamentos e demais operações de crédito.
1.2 OPERAÇÕES CAMBIAIS
Agentes autorizados podem exercer as seguintes operações, de acordo com o RMCCI:
Compra e venda de moeda estrangeira;
Pagamentos e recebimentos em moeda estrangeira;
Transferências para o exterior;
Recebimentos do exterior;
Aplicações no mercado financeiro;
Venda de produtos financeiros.
Essas operações se estruturam de duas formas:
1. Mercado primário: nele ocorrem a entrada e saída de moeda em território nacional,
como turistas, operações de exportação ou importação;
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2. Mercado secundário: correspondem às movimentações para dentro ou para fora do
país, por meio dos agentes citados no Tema 1.1.
TEMA 2 – TERMINOLOGIA TÉCNICA NO CÂMBIO E NOS
CONTRATOS DE CÂMBIO
Vimos que os agentes responsáveis pelos pagamentos são autorizados pelo Bacen. Partindo
dessa premissa, deve existir primeiramente uma relação comercial entre o exportador ou importador
com o agente financeiro, o que pode ser feito com uma conta física ou jurídica numa instituição
financeira, ou simplesmente se cadastrar numa corretora de câmbio.
Figura 4 – A relação comercial é imprescindível à exportação e importação
Fonte: Florin Burlan/Shutterstock.
No caso dos exportadores, feita a negociação e iniciada a exportação, o exportador envia para o
importador os dados bancários (ou da corretora de câmbio) para que o pagamento seja feito; nas
importações, é o inverso.
Os dados bancários são:
1. Nome do banco ou corretora de câmbio;
2. Endereço do banco ou corretora de câmbio;
3. Número da agência e conta;
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4. Códigos Society for Worldwide Interbank Financial Telecommunication (Swift) (em
português, Sociedade de Telecomunicações Financeiras Interbancárias Mundiais) ou
International Bank Account Number (Iban) (em português, Número Internacional de Conta
Bancária).
Os códigos Swift e Iban sãocompostos por números e letras, conforme as Figuras 5 e 6:
Figura 5 – Modelo do código Swift
Fonte: O que é Swift?, 2020.
Figura 6 – Modelo do código Iban
Fonte: O que é Swift?, 2020.
Em todos os pagamentos internacionais é obrigatório enviar os dados bancários descritos nas
figuras, para uma correta identificação do pagador e recebedor. Na prática, a informação dos dados
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bancários é dada na fatura comercial (invoice) ou na fatura proforma (proforma invoice), como
veremos no Tema 4.2.
Veja a seguir um modelo real de pagamento de um importador brasileiro para um exportador
tailandês no valor de quarenta e cinco mil dólares americanos:
Figura 7 – Pagamentos internacionais de 20 de junho de 2020
MT S103SINGLE CUSTOMER CREDIT TRANSFERPAGE 000001 Basic HeaderF 01 BBDEBRSPASPO
6028 696087
Application Header I 103 CITIUS33XXXX N User HeaderService Code 103:
Bank. Priority 113:
Msg User Ref. 108: INTERNO 496572
Validation119:
Service Type 111:
End to End Ref. 121: 9470166a-12e6-4486-bb24-119161a32bab Sender's Reference *20:
01532078223
* * Repeatable Sequence 001 * * * * * * Occurrence 00001 Time Indication13: Code // TimeSign
Offset Bank Operation Code *23 B: CRED
* * Repeatable Sequence 002 * * * * * * Occurrence 00001 Instruction Code23:/
Trans. Type Code26:
Settlement Amount *32 A: Date 200604 Currency USD Amount 45.000,00 Instructed Amount 33:
CurrencyAmount
Exchange Rate36:
Ordering Customer *50 K: /23700291000085089
XYZ – CNPJ (Importador)
Sending Institution 51:
Ordering Inst.52:
Sender's Corr. A BBDEBRSPMTZ Receiver's Corr.4
Third Reimburs.Inst. 55:
Intermediary56:
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Account with Inst. 57 A: ICBKTHBK Beneficiary Customer*59: / 0010095077
XYZ (Exportador)
Remittance Info.70: /INV/E20124 Details of Charges *71 A: SHA
* * Repeatable Sequence 003 * * * * * * Occurrence 00001 Sender's Charges71: CurrencyAmount
Receiver's Charges 71: CurrencyAmount Send. to Rec. Info. 72:
Regulatory Report 77:
Message not designed for direct human entry or processing. Only 20 lines truncated to 75
Fonte: Leal, 2020.
É importante preencher corretamente os dados bancários, a fim de evitar cobranças indevidas ou
cancelamento da remessa, que pode ocasionar multas e gerar atrasos.
2.1 MESA DE CÂMBIO
Mesa de Câmbio é o departamento responsável pelos pagamentos internacionais dentro dos
agentes financeiros autorizados pelo Bacen e já citados no Tema 1.1. Os exportadores ou
importadores, quando efetuam um pagamento, devem entrar em contato com a Mesa de Câmbio do
agente financeiro contratado a fim de finalizar o processo.
Quando isso ocorre, a Mesa de Câmbio informa a taxa do pagamento. Ou seja, o agente oferece
um valor correspondente para a moeda negociada no valor da fatura comercial daquele momento.
Figura 8 – Trabalho da Mesa de Câmbio
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lFonte: Raulalmu/Shutterstock.
É importante que o exportador (ou importador) acompanhe o mercado financeiro para escolher
o melhor momento de efetuar seu recebimento ou pagamento, observando uma taxa favorável. A
taxa é o valor de uma moeda em relação a outra.
Por exemplo, um profissional fez uma exportação do Brasil para a Itália no valor de dez mil
euros, na opção de pagamento adiantado. Ele envia um documento para o importador chamado
fatura comercial (ou invoice), com seus dados bancários e códigos Swift/Iban, e assim o importador
pode efetuar o pagamento. Quando ele executar o pagamento, enviará o comprovante, e assim o
exportador aguardará o aviso de que as divisas chegaram em seu agente financeiro contratado para
então negociar a taxa e finalizá-lo.
Nesse exemplo o profissional optou pelo pagamento adiantado, porém, como vimos, são cinco
as principais opções:
1. Pagamento adiantando ou antecipado: o importador paga e o exportador envia a
mercadoria após receber o pagamento. Nesse caso o risco é muito baixo para o exportador,
mas é alto para o importador, caso o exportador não atenda às necessidades do importador ou
não entregue a mercadoria;
2. Pagamento à vista: o importador paga ao exportador assim que a mercadoria for
embarcada, mas antes da chegada da carga no destino. Nesse caso o exportador só envia os
documentos para liberar a importação após o pagamento. É uma prática muito comum;
3. Pagamento parcial adiantado e pagamento parcial à vista: o importador paga um
percentual do valor total da importação antes do embarque, e mais um percentual antes da
chegada da carga no recinto alfandegado de destino. Exemplo: 30% adiantado + 70% à vista;
4. Pagamento cash against documents (CAD): o importador paga o exportador via
banco, e este funciona como fiador, que assume o risco, junto do exportador, de inadimplência
do importador;
5. Pagamento depois do embarque, ou a prazo: o importador paga o exportador num
prazo determinado após a chegada da importação na aduana de destino. Esse prazo pode ser
negociado. Por exemplo: 120 dias após a data de chegada.
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As opções de pagamento sempre devem ser consideradas numa negociação, já que estão
diretamente relacionadas com a viabilidade de um negócio.
TEMA 3 – TERMINOLOGIA NA CARTA DE CRÉDITO
A carta de crédito (ou letter of credit – LC) é uma modalidade de pagamento executável por
agentes autorizados, que emitem um documento garantindo o pagamento. Ou seja, as instituições
financeiras ou corretoras de câmbio operam como fiadoras do pagamento internacional. Esse tipo de
serviço garante segurança a ambas as partes.
Para iniciar uma carta de crédito junto à instituição financeira contratada, o exportador (ou
importador) deverá preencher um formulário impresso ou digital fornecido por ela, com as seguintes
informações:
Local e data;
Endereço;
Data e local do vencimento do crédito ou débito;
Beneficiário;
Dados do banco ou agente autorizado;
Valor e moeda;
Comissão do agente;
Código Swift;
Data de embarque (previsão);
Possibilidade (ou não) de embarque parcial;
Transbordos;
Local de descarga;
Mercadoria;
Documentos exigidos pelo exportador (ou importador);
Condições;
Frete;
Fatura comercial;
Seguro;
Testemunhas;
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Assinatura dos tomadores.
As instituições financeiras cobram por esse serviço, cuja taxa varia conforme as garantias
propostas em contrato, chegando a 10% do valor total da operação, o que exige uma avaliação
prévia da carta de crédito para viabilizar o negócio. Existem casos em que os exportadores só operam
por meio de cartas de crédito, dificultando a vida dos importadores.
TEMA 4 – LEGISLAÇÃO ADUANEIRA
A legislação aduaneira é regulada pelo Decreto n. 6.759/2009, também conhecido como
Regulamento Aduaneiro. Nele podemos encontrar todas as leis, regras e decisões a respeito do
comércio exterior brasileiro, iniciando-se pela definição do território aduaneiro, dividido em duas
zonas:
1. Zona primária:
Área terrestre ou aquática, contínua ou descontínua, nos portos alfandegados;
Área terrestre nos aeroportos alfandegados;
Área terrestre que compreende os pontos de fronteira alfandegados.
2. Zona secundária:
Parte restante do território aduaneiro, incluídas as águas territoriais e o espaço aéreo.
É importante entender as zonas aduaneiras para delimitar a jurisdição do controle do comércio
exterior e avançar em relação aos recintos alfandegados, que veremos agora.
4.1 RECINTOS ALFANDEGADOS
Os recintos alfandegados, também conhecidos como recintos aduaneiros, são locais autorizados
e declarados pela Receita Federal para controle aduaneiro, movimentação de cargas de exportação e
importação, armazenagem, bagagens e correios internacionais. No Brasil podemos citar o Porto de
Santos, Aeroporto Internacional de Guarulhos, Aduana de Fronteiraem Foz do Iguaçu e Porto de
Paranaguá.
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Figura 9 – Exemplo de recinto alfandegado
Fonte: Grigvovan/Shutterstock.
Via de regra, os recintos aduaneiros se localizam nos aeroportos, portos e fronteiras, mas
também existem os recintos de interior, chamados de estação aduaneira interior (Eadi), ou porto seco
– um recinto aduaneiro público e normalmente utilizado por estar mais próximo aos portos
convencionais, facilitando o acompanhamento do processo aduaneiro.
Todas as operações de comércio exterior devem obrigatoriamente passar pelo controle
aduaneiro em recintos alfandegados; nenhuma exportação nem importação está isenta dessa
obrigação. Esses recintos cobram taxas de armazenagem e taxas operacionais, desde a entrada até a
saída de um processo de comércio exterior. Em alguns casos os custos são elevados, conforme a
tabela a seguir, de armazenagem do aeroporto de São José dos Pinhais:
Tabela 3 – Preço relativo à tarifa aeroportuária de armazenagem de carga importada
Fonte: Paclog, [S.d.].
Com base na Tabela 3, é possível simular o custo de armazenagem de uma importação no valor
de vinte mil dólares americanos por período:
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Período 1 (2 dias) = US$ 20.000,00 × 0,75% = US$ 150,00 ou R$ 750,00 (taxa R$ 5,00);
Período 2 (3 dias) = US$ 20.000,00 × 1,5% = US$ 300,00 ou R$ 1.500,00 (taxa R$ 5,00);
Período 3 (5 dias) = US$ 20.000,00 × 2,25% = US$ 450,00 ou R$ 2.250,00 (taxa R$ 5,00); e assim
sucessivamente para os períodos seguintes.
É importante observar que a armazenagem é cobrada pelo período final. Ou seja, se a carga ficar
seis dias, será cobrada a alíquota de 2,25%.
Todos os recintos aduaneiros têm tabelas de armazenagem, e na prática alguns processos de
importação, quando em análise fiscal, podem ficar até trinta dias armazenados, gerando despesas
altíssimas e demandando profissionais capazes de prever e organizar os processos antes de iniciá-los.
4.2 DOCUMENTOS
O Regulamento Aduaneiro também define os documentos necessários para os processos de
exportação e importação, conforme o art. 557.
Dentre eles, os principais documentos são:
Fatura comercial, ou invoice: descreve todos os detalhes do importador, exportador, produto,
quantidade, país de origem, moeda, Nomenclatura Comum do Mercosul, Incoterm, peso
líquido, peso bruto, condição de pagamento e dados bancários;
Romaneio de carga, ou packing list: descreve as mercadorias, suas embalagens, disposição
dos produtos e ordem das caixas num processo. É por esse documento que os fiscais se guiam
para analisar a mercadoria em caso de fiscalização;
Conhecimento de carga ou conhecimento de transporte: é o documento que define a
operação do transporte, propriedade da carga e definições de origem, destino e detalhes do
transporte;
Outros documentos: certificado de livre comércio, de origem, de análise, fitossanitário, entre
outros, que veremos nos próximos conteúdos.
Futuramente vamos detalhar cada uma das peculiaridades dos documentos.
4.3 IMPOSTOS
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Os impostos são uma imposição ou encargo financeiro aplicado pelo Estado com base num fato
gerador, nesse caso a exportação ou importação.
O Regulamento Aduaneiro define as regras para o recolhimento correto dos impostos e suas
bases de cálculo (os valores que, somados, serão multiplicados pela alíquota devida).
Figura 10 – Representação de imposto
Fonte: Enciktepstudio/Shutterstock.
Via de regra, não temos incidência de impostos nas exportação, salvo algumas operações
distintas. Já na importação, os principais impostos são:
Imposto de Importação (II);
Imposto sobre Produto Industrializado (IPI);
Programa Integração Social (PIS);
Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins);
Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços
de Transporte Interestadual (ICMS).
O valor das alíquotas dos impostos é definido pela Nomenclatura Comum do Mercosul,
composta por um código de oito dígitos que classificam as mercadorias e definem o percentual de
impostos a ser cobrado.
Um processo de exportação ou importação com incidência de impostos só é liberado após o
pagamento dos tributos, o que normalmente é feito pelo despachante aduaneiro, como veremos a
seguir.
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4.4 DESPACHANTES ADUANEIROS
São profissionais especializados e capacitados no Regulamento Aduaneiro, contratados para
auxiliar exportadores e importadores em seus processos. Essa contratação ocorre em razão da alta
burocracia, regulamentos, regras e procedimentos no Brasil. Eles também podem trabalhar em
empresas chamadas comissárias de despacho aduaneiro.
Essas empresas (ou profissionais) auxiliam todas as etapas dos processos determinadas no
Regulamento Aduaneiro e perante os órgãos reguladores analisados anteriormente. Podemos citar
algumas atividades do despachante aduaneiro nos processos de comércio exterior:
Acompanhar os embarques;
Registrar o processo na Receita Federal;
Analisar os documentos;
Verificar a Nomenclatura Comum do Mercosul e as necessidades de fiscalização;
Informar os impostos devidos;
Fazer follow-up (acompanhar o processo);
Apresentar melhorias.
Além das atividades citadas, os despachantes aduaneiros também auxiliam na redução de custos
e em alternativas para um melhor desempenho nos processos.
TEMA 5 – TIPOS DE IMPORTAÇÃO
O Regulamento Aduaneiro define três tipos de importação: direta, por conta e ordem de
terceiros, e por encomenda.
1. Direta: a pessoa física (ou jurídica) efetua a importação por conta própria, sendo
responsável por todas as etapas no Regulamento Aduaneiro, podendo ou não contratar um
despachante;
2. Por conta e ordem de terceiros: é o tipo de importação por empresas chamadas
tradings. A trading atual intermedeia e realiza todo o processo de importação para a empresa
contratante, também chamada de adquirente;
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3. Por encomenda: como o nome já diz, a empresa importadora faz a importação com a
promessa de revender os produtos para a empresa que encomendou.
TROCANDO IDEIAS
No Tema 2.1 abordamos as opções de pagamento das empresas. Seria possível utilizar opções
de pagamento para negociar o preço de um produto a ser importado? Compartilhe sua opinião com
os colegas.
NA PRÁTICA
Orientações para a atividade:
1. Leia a Aula 2;
2. Leia a matéria a seguir e a atividade proposta;
3. Realize a tarefa solicitada;
4. Bons estudos e bom trabalho!
Atividade prática – Leia a matéria a seguir:
Balança comercial registra superávit de US$ 1,653 bilhão na terceira semana de junho
A balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 1,653 bilhão e corrente de comércio de
US$ 6,966 bilhões, na terceira semana de junho de 2020 – com cinco dias úteis –, como resultado
de exportações no valor de US$ 4,31 bilhões e importações de US$ 2,656 bilhões. Os dados foram
divulgados nesta segunda-feira (22/6), pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério
da Economia.
Ano – No ano, as exportações totalizam US$ 96,742 bilhões, e as importações, US$ 76,377 bilhões,
com saldo positivo de US$ 20,366 bilhões e corrente de comércio de US$ 173,119 bilhões.
Análise do mês – Nas exportações, comparada à média diária até a terceira semana de junho de
2020 (US$ 873,22 milhões) com a de junho de 2019 (US$ 968,74 milhões), houve queda de 9,9%,
em razão da diminuição nas vendas na Indústria Extrativa (−24,3%) e de produtos da Indústria de
Transformação (−18,3%). Por outro lado, houve aumento nas vendas em agropecuária (+30,2%).
(Balança…,2020)
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Tarefa:
1. Com base no texto, comente a relação dos pagamentos internacionais e a relaçãocom o
superávit;
2. O texto menciona que as exportações superaram as importações. Qual o seu
entendimento em relação aos fatores que auxiliam nessa situação econômica favorável?
FINALIZANDO
Chegamos ao final desta aula!
Nosso objetivo principal foi compreender os intervenientes e como funcionam os pagamentos
internacionais no comércio exterior. Primeiro analisamos os documentos necessários e as
informações que os documentos devem conter. Depois verificamos quais são os agentes financeiros
e os meios de executar os pagamentos pelas mesas de câmbio.
Finalizada a etapa do câmbio, vimos que, para todas as ações no comércio exterior, é necessário
seguir o Regulamento Aduaneiro (Decreto n.6.759/2009). Esse documento contempla todas as leis,
regras e decisões legais sobre as operações de comércio exterior no Brasil, além dos seus tipos de
importação.
REFERÊNCIAS
BALANÇA comercial registra superávit de US$ 1,653 bilhão na terceira semana de junho. Gov.br,
Brasília, DF, 22 jun. 2020. Disponível em: https://www.gov.br/economia/pt-
br/assuntos/noticias/2020/ju nho/balanca-comercial-registra-superavit-de-us-1-653-bilhao-na-
terceira-semana-de-junho. Acesso em: 18 ago. 2020.
BANCO CENTRAL DO BRASIL. Cédulas e moedas. 2020. Disponível em:
https://www3.bcb.gov.br/mecpublico/?wicket:interface. Acesso em: 18 ago. 2020.
BRASIL. Decreto n. 6.759, de 5 de fevereiro de 2009. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 6 fev.
2009. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/decreto/d6759.htm.
Acesso em: 18 ago. 2020.
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https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 20/20
O QUE É SWIFT? Confidence Câmbio, [S.l.], 2017. Disponível em:
https://www.confidencecambio.com.br/blog/o-que-e-swift/. Acesso em: 18 ago. 2020.
PACLOG. Tabela de armazenagem. [S.d.]. Disponível em:
http://www.paclog.com.br/pt/tarifas/cwb. Acesso em: 18 ago. 2020.
 Disponível em: <https://www.bcb.gov.br/>. Acesso em: 18 ago. 2020.[1]

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