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CAMPINAS 2022 FARMÁCIA PRÁTICAS INTEGRADAS DE FARMÁCIA (PIF) POSTAGEM 1 ATIVIDADE 1 - RELATÓRIO Flávia R. Andretta Feliciano Pereira - RA: 0551482 Jeane Marcelli de Souza Magro - RA: 2086288 Rosangela Silva Amorim - RA: 2089050 Rosireide Morais da Silva - RA: 2089550 Selma Alves Cintra - RA: 2092585 Polo UNIP TAQUARAL 2 RESUMO A doença de aterosclerose ocasiona a formação de placas de gordura nas artérias do corpo humano, através de um processo inflamatório no endotélio. O acúmulo dessas placas prejudica o fluxo sanguíneo, possibilitando a ocorrência de acidentes cardiovasculares, que podem levar à morte. São empregadas com frequência as estatinas no tratamento da aterosclerose, porém diversos efeitos colaterais já foram relacionados ao uso desses fármacos, prejudicando atividades rotineiras dos usuários. A flor de hibisco, utilizada popularmente como fitofármaco, possui extratos capazes de inibir a oxidação do LDL, o colesterol causador de doenças, como a aterosclerose. Este trabalho tem como objetivo o desenvolvimento de um novo medicamento hipolipemiante, baseado nas propriedades antioxidantes encontradas na flor de hibisco da espécie Hibiscus sabdariffa. Palavras-chave: hibisco, farmácia, colesterol, aterosclerose, reação adversa. 3 INTRODUÇÃO A doença de aterosclerose é caracterizada pela formação de placas de gordura e cálcio e a inflamação das artérias de todo corpo humano, podendo ocorrer de forma difusa ou localizada em uma região em específico. (1) (2) Essa patologia pode ser provocada pelo acúmulo do colesterol conhecido como LDL, ou “colesterol ruim” popularmente, originando um processo inflamatório no endotélio, fazendo com que comecem a se formar placas conhecidas ateromas. O acúmulo dessas placas chega a impossibilitar o trânsito da corrente sanguínea facilitando a ocorrência de acidentes cardiovasculares, como por exemplo, infartos, e podendo levar até mesmo a morte. (1) (3) O acúmulo de colesterol pode ser resultado da combinação entre diversos fatores como: alimentação inadequada, sedentarismo, tabagismo, obesidade ou até mesmo predisposição genética e alterações hormonais. (2) (3) O tratamento para a aterosclerose varia conforme o agravamento da doença, podendo ser controlada com exercícios físicos e alimentação, combinada com terapia medicamentosa em graus mais amenos, ou sendo necessário ainda procedimentos cirúrgicos diante de maiores complexidades. (1) Na terapia medicamentosa são empregadas com frequência as estatinas, um grupo de fármacos capaz de baixar o nível de colesterol atuando por meio da inibição da enzima HMG-CoA redutase, enzima limitante no processo de síntese do colesterol endógeno. Os medicamentos desse grupo mais utilizados são: sinvastatina, atorvastatina e rosuvastatina. (4) Já foram relatados diversos efeitos colaterais relacionados ao uso desses fármacos. As complicações mais recorrentes citadas foram: problemas musculares, impotência sexual, problemas de memorização, além de dor, formigamento ou dormência em membros. Essas reações adversas podem prejudicar ou até mesmo impedir algumas atividades de vida diária dos pacientes, fazendo com que estes façam a utilização dos medicamentos de forma inadequada ou acabem desistindo de fato da terapia medicamentosa. (4) 4 Fig.1 - Estrutura química de uma estatina Fonte: SANTIAGO, 2019. Diante das adversidades ocasionadas pelo uso das estatinas, levando em consideração ainda a importância da adesão ao tratamento para um bom prognóstico da patologia de aterosclerose, surge a necessidade de um novo fármaco capaz de promover a ação hipolipemiante no organismo sem causar efeitos colaterais em seus usuários. Uma espécie de planta utilizada há séculos na culinária, bebidas e como planta medicinal por diversas culturas é a Hibiscus sabdariffa. Essa planta é reconhecida pelas propriedades diuréticas e hipotensivas que vêm sendo de fato comprovadas por séries de estudos recentes, sendo utilizada como fitoterápico através de chás ou infusões, principalmente. (5) A flor de hibisco possui extratos ricos em flavonóides e uma série de compostos antioxidantes, principalmente a esculetina e o ácido protocatecuico, que inibem no organismo humano a oxidação do LDL, o colesterol causador de doenças. (2) (6) Desse modo, o consumo do hibisco e seus componentes promove a redução nos níveis de colesterol, e, consequentemente, impede a formação das placas de ateroma, prevenindo e combatendo a comorbidade da aterosclerose. (6) (7) (8) Devido ao fácil acesso, baixo custo relacionado ao cultivo, propriedades benéficas e nenhum registro de reação adversa relacionada a sua utilização, o hibisco torna-se um ótimo pretendente para servir como matéria-prima do fármaco proposto anteriormente. 5 Para a extração dos substratos a serem utilizados na produção do novo medicamento, as flores dos hibiscos colhidas devem ser secas em estufas e trituradas até a obtenção de um pó fino, que irá passar pela adição de substâncias e compactação para a formação de um comprimido. (9) (10) Finalmente, o objetivo central deste projeto é tratar o desenvolvimento de um novo medicamento hipolipemiante, baseado nas propriedades antioxidantes encontradas na flor de hibisco da espécie Hibiscus sabdariffa, com enfoque na redução dos efeitos adversos causados aos usuários e ainda promovendo maior adesão à terapia medicamentosa da aterosclerose. 6 REFERÊNCIAS 1- SAÚDE, Ministério da. Aterosclerose e arteriosclerose. Brasil. Biblioteca Virtual em Saúde. Publicado em dezembro, 2021. Disponível em: <https://bvsms.saude.gov.br/aterosclerose-e-arteriosclerose/>. Acesso em 04 abr. 2022. 2- LEE, Miao-Jane. et al. Hibiscus Protocatechuic Acid or Esculetin Can Inhibit Oxidative LDL Induced by Either Copper Ion or Nitric Oxide Donor. J. Agric. Food Chem. 2022, 50, 7, 2130–2136. Publicado em 16 fev. 2002. Disponível em: <https://doi.org/10.1021/jf011296a>. Acesso em 04 abr. 2022. 3- MICUCCI, Matteo. et al. Castanea sativa Mill. bark extract cardiovascular effects in a rat model of high-fat diet. Phytother. Res. 2021, 35, 2145–2156. Disponível em: <https://doi.org/10.1002/ptr.6967>. Acesso em 04 abr. 2022. 4- SANTIAGO, Marcos Martins da Costa. Estatinas: efeitos tóxicos e novas aplicações. Universidade Fernando Pessoa. Faculdade de Ciências da Saúde. Cidade do Porto, 2019. Disponível em: <https://bdigital.ufp.pt/bitstream/10284/2278/3/TM_15292.pdf>. Acesso em 04 abr. 2022. 5- BRASILEIRO, Beatriz Gonçalves. et al. Plantas medicinais utilizadas pela população atendida no "Programa de Saúde da Família", Governador Valadares, MG, Brasil. Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas [online]. 2008, v. 44, n. 4, pp. 629-636. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S1516-93322008000400009>. Acesso em 04 abr. 2022. 6- SILVA, Analú Barbosa da. et al. Compostos químicos e atividade antioxidante analisados em Hibiscus rosa-sinensis L. (mimo-de-vênus) e Hibiscus syriacus L. (hibisco-da-síria). Brazilian Journal of Food Technology [online]. 2016, v. 19, n. 00. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/1981-6723.7415>. Acesso em 04 abr. 2022. 7- ELDEIGDHYE, Shaimaa. et al. The bioprotective role of irradiated hibiscus against harmful effects of using repeatedly frying edible oil. Brazilian Journal of Biology https://bvsms.saude.gov.br/aterosclerose-e-arteriosclerose/ https://doi.org/10.1021/jf011296a https://doi.org/10.1002/ptr.6967 https://bdigital.ufp.pt/bitstream/10284/2278/3/TM_15292.pdf 7 [online]. 2024, v. 84. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/1519-6984.253084>.Acesso em 04 abr. 2022. 8- ANGELETTI, Andrea. et al. Hibiscus sabdariffa L. Flowers and Olea europea L. Leaves Extract-Based Formulation for Hypertension Care: In Vitro Efficacy and Toxicological Profile. J. Med. Food 2019, 19, 504–512. Disponível em: <https://doi.org/10.1089/jmf.2015.0072>. Acesso em 04 abr. 2022. 9- CHIANO, Elda. et al. Hibiscus Flowers and Olive Leaf Extracts Activate Apoptosis in SH-SY5Y Cells. Antioxidants 2021, 10, 1962. Disponível em: <https://doi.org/10.3390/antiox10121962>. Acesso em 04 abr. 2022. 10- OLIVEIRA, Carlos Alberto de. et al. Progresso da seca da haste (Botrytis cinerea) do hibisco (Hibiscus sabdariffa) em quatro épocas e dois métodos de plantio. Summa Phytopathologica [online]. 2013, v. 39, n. 2, pp. 110-116. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0100-54052013000200005>. Acesso em 04 abr. 2022. https://doi.org/10.1089/jmf.2015.0072 https://doi.org/10.3390/antiox10121962 https://doi.org/10.1590/S0100-54052013000200005
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