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A consolidação das monarquias na Europa moderna A centralização do poder Colapso do feudalismo Ascensão da burguesia e decadência da nobreza Necessidade do rei: garantia de privilégios e interesses Ambas não tinham força para impor sua hegemonia Centralização do poder A centralização do poder Rei: centralizava o poder com recursos da burguesia e o apoio político da nobreza Burguesia: apoiou o rei visando à unificação de leis, moeda, pesos e medidas e impostos, atitudes que favoreciam o comércio. Nobreza: apoiou o rei para se proteger de revoltas populares e manter suas terras e privilégios. As bases do Estado moderno Estado: organismo político-administrativo com poder sobre um território, responsável pela aplicação das leis e pelo controle da justiça e da força armada, assegurando assim a obediência ao poder soberano. O Estado moderno superou o universalismo da Igreja católica e o particularismo do poder feudal durante a Idade Média. Os Estados surgiram em momentos distintos, e suas funções se modificaram ao longo do processo histórico. Na Europa ocidental, os Estados modernos se formaram entre os séculos XII e XV → Portugal, Espanha, França e Inglaterra. A formação da Espanha e de Portugal A formação desses Estados se relaciona com a luta pela expulsão dos muçulmanos da Península Ibérica a partir do século XI: • Portugal: depois da expulsão dos muçulmanos, formou- se o Condado Portucalense. Em 1139, tornou-se independente sob liderança de Afonso Henriques → nascia o Reino de Portugal. • Espanha: os territórios reconquistados deram origem a quatro reinos → Leão, Castela, Navarra e Aragão. Esses territórios foram unificados por meio de guerras ou alianças – exemplo de aliança foi o casamento de Fernando de Aragão e Isabel de Castela em 1492. As monarquias inglesa e francesa A formação da monarquia inglesa • A Inglaterra unificou-se no século XII sob reinado de Henrique II. • Sob o reinado de Ricardo Coração de Leão, cresceu a insatisfação da nobreza com os custos militares do rei → a nobreza impõe a Magna Carta (1215), limitando o poder do rei e de seus sucessores. • No século XIII formou-se o Parlamento inglês: Câmara dos Lordes (nobres leigos e eclesiásticos) e Câmara dos Comuns (baixa nobreza) → tinham função legislativa e o controle da cobrança de impostos. A formação da monarquia francesa • Na França, a unificação se deu principalmente durante a Guerra dos Cem Anos (1337-1453) → a França, vitoriosa, consolidou a monarquia e unificou o território. As monarquias europeias no século XVI Fonte: DUBY, Georges. Atlas historique mondial. Paris: Larousse, 2003. p. 76-77. A EUROPA NO SÉCULO XVI C A R T O G R A F IA : A N D E R S O N D E A N D R A D E P IM E N T E L /F E R N A N D O J O S É F E R R E IR A 180 km O fortalecimento do rei Várias mudanças acompanharam o processo de centralização do poder real: • Formação de exércitos profissionais e permanentes. • Sistema de cobrança de tributos. • Estruturação de uma burocracia estatal. A nobreza exercia a maior parte das funções públicas em nome do rei, tinha privilégios fiscais e uma situação diferenciada na legislação. No século XVII, com o absolutismo, o poder dos reis atingiu seu auge, já que se alicerçava no controle das atividades produtivas, na cobrança de impostos e na criação e aplicação das leis. Os teóricos do Estado absolutista Cada Estado europeu desenvolveu um absolutismo com características próprias, e surgiram teorias filosóficas para justificá-lo. Os teóricos do absolutismo elaboraram teorias políticas para legitimar o poder centralizado dos reis, que também expressavam os interesses da burguesia em ascensão e da nobreza enfraquecida: • Nicolau Maquiavel (1469-1527): elaborou os conceitos de virtú e fortuna, qualidades necessárias para o príncipe exercer o poder com autonomia. • Thomas Hobbes (1588-1679): necessidade de um Estado forte para proteger o homem do seu estado de natureza (que o conduzia à luta pela sobrevivência) por meio de um Contrato Social. O direito divino dos reis Teorias religiosas → legitimavam o poder absoluto dos reis atribuindo-lhe origem divina: • Jean Bodin (1530-1596): só o poder do rei se legitima diante de Deus; o Parlamento não tem legitimidade para resolver nenhuma questão. • Jacques Bossuet (1627-1704): o poder real é o mais natural, o de melhor conservação do Estado e o mais digno, já que o trono é de Deus e não do homem. Durante o Antigo Regime, diversos rituais relacionados ao monarca contribuíam para exaltar a figura do rei e legitimar o seu poder. O poder dos reis absolutistas Retrato de Luís XIV, pintura de Hyacinthe Rigaud, 1701. Luís XIV ficou conhecido como o “Rei-Sol” e foi o símbolo máximo do poder absolutista na França. R E P R O D U Ç Ã O – M U S E U D O L O U V R E , P A R IS Luís XV curando a escrófula, gravura de Jean Jouvenet, século XVII. Aos reis franceses era atribuída a capacidade de fazer milagres, o que reforçava a crença no caráter divino de seu poder. R E P R O D U Ç Ã O – A B A D IA D E S A IN T R IQ U IE R , S A IN T R IQ U IE R O poder dos reis absolutistas ANOTAÇÕES EM AULA Coordenação editorial: Maria Raquel Apolinário, Eduardo Augusto Guimarães e Ana Claudia Fernandes Elaboração: Leandro Torelli e Gabriel Bandouk Edição de texto: Maria Raquel Apolinário, Vanderlei Orso e Gabriela Alves Preparação de texto: Mitsue Morrisawa Coordenação de produção: Maria José Tanbellini Iconografia: Aline Reis Chiarelli, Leonardo de Sousa Klein e Daniela Baraúna EDITORA MODERNA Diretoria de Tecnologia Educacional Editora executiva: Kelly Mayumi Ishida Coordenadora editorial: Ivonete Lucirio Editoras: Jaqueline Ogliari e Natália Coltri Fernandes Assistentes editoriais: Ciça Japiassu Reis e Renata Michelin Editor de arte: Fabio Ventura Editor assistente de arte: Eduardo Bertolini Assistentes de arte: Ana Maria Totaro, Camila Castro, Guilherme Kroll e Valdeí Prazeres Revisores: Antonio Carlos Marques, Diego Rezende e Ramiro Morais Torres © Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. Todos os direitos reservados. EDITORA MODERNA Rua Padre Adelino, 758 – Belenzinho São Paulo – SP – Brasil – CEP: 03303-904 Vendas e atendimento: Tel. (0__11) 2602-5510 Fax (0__11) 2790-1501 www.moderna.com.br 2012 http://www.moderna.com.br/ O Renascimento e as reformas religiosas Mudanças na Baixa Idade Média A partir de meados do século XI, transformações na sociedade europeia levaram a uma crise dos valores medievais. • Renascimento: surgido na Península Itálica, pode ser caracterizado como um movimento de renovação no saber, nas artes, nas ciências e na política entre os séculos XIV e XVI. • Humanismo: pensamento que valorizava a ação, a liberdade, o espírito crítico, o talento e a capacidade do ser humano de conduzir o seu próprio destino. • Os humanistas queriam superar o pensamento medieval, retomando a cultura clássica, embora muitas de suas ideias fossem herdeiras da era medieval. A invenção da prensa permitiu a difusão do pensamento humanista e renascentista pela Europa ocidental. As características do Renascimento A partir do século XV, o Renascimento espalhou-se por várias regiões da Europa, onde apresentou as seguintes características: • Classicismo: retomada dos valores da Antiguidade clássica. • Hedonismo: valorização do corpo, dos prazeres terrenos e espirituais, culto à beleza e à perfeição. • Naturalismo: interesse em retratar o ser humano, os animais e a natureza de maneira realista, por meio de estudos de anatomia. • Racionalismo: busca da verdade pela pesquisa científica. • Antropocentrismo: oser humano no centro do universo. Os valores renascentistas entraram em choque com os princípios católicos, contribuindo para a eclosão de movimentos reformadores. O desenvolvimento científico O humanismo repercutiu nos campos científicos da astronomia, matemática, física e medicina. Na astronomia, o grande avanço foi a formulação da teoria heliocêntrica pelo astrônomo e matemático Nicolau Copérnico. A teoria heliocêntrica foi confirmada pelo matemático Galileu Galilei e aperfeiçoada pelo alemão Johannes Kepler ao comprovar que os planetas giravam em torno do Sol em uma órbita elíptica. O alquimista e médico Paracelso criou o primeiro manual de cirurgia, descrevendo o papel da química na medicina. A pintura renascentista O nascimento de Adão (detalhe), pintura de 1508-1512, de Michelangelo Buonarroti. R E P R O D U Ç Ã O - C A P E L A S IS T IN A , V A T IC A N O A pintura renascentista A última ceia, 1495-1498, pintura de Leonardo da Vinci. R E P R O D U Ç Ã O - M O S T E IR O D E S A N T A M A R IA D E L L E G R A Z IE , M IL Ã O A arquitetura renascentista C H R IS T IN E W E B B /A L A M Y /G L O W IM A G E S - P IA Z Z A D E L S A N T O , P Á D U A Cúpula da Catedral de Santa Maria del Fiore, em Florença, projeto de Filippo Brunelleschi. Foto de 2011. S y lv a in S o n n e t/ C o rb is /L a ti n s to c k A R A L D O D E L U C A /C O R B IS /L A T IN S T O C K - B A S ÍL IC A D E S Ã O P E D R O , R O M A Pietà, século XVI, escultura em mármore de Michelangelo Buonarroti. A escultura renascentista As críticas à Igreja A Igreja Católica sofreu muitas críticas ao longo da Baixa Idade Média, motivadas, principalmente, pelas seguintes práticas: • Venda dos cargos eclesiásticos; • Despreparo dos clérigos para a vida religiosa; • Vida luxuosa do clero. Movimentos heréticos na Baixa Idade Média: mistura de crítica religiosa e social. • Nos séculos XIV e XV, intelectuais como John Wycliffe e Jan Huss criticavam a Igreja → eles são considerados precursores da Reforma. A formação das monarquias nacionais, o movimento renascentista e o crescimento da burguesia ajudaram a enfraquecer o poder do papa. A Reforma nos principados alemães O teólogo e monge agostiniano Martinho Lutero impulsionou a reforma religiosa na Alemanha. As concepções de Lutero se difundiram nos principados alemães, onde príncipes e outros setores sociais criticavam os privilégios e os abusos do clero católico. A bula de 1517, em que o papa Leão X permitia a venda de indulgências para financiar a construção da Basílica de São Pedro, provocou o rompimento → Lutero publicou as 95 Teses. Excomungado pelo papa, Lutero foi protegido pelos príncipes alemães. Lutero condenou o movimento camponês liderado por Thomas Münzer que defendia a abolição da servidão e a posse comunitária das terras. As Reformas calvinista e anglicana Teologia calvinista • Princípio da predestinação; valorização do trabalho e da poupança, vida ascética. • Sua teologia agradou a burguesia, trazendo conforto espiritual para suas atividades. • As ideias calvinistas se espalharam pela Europa ocidental e deram origem a várias igrejas reformistas. Reforma Anglicana • Na Inglaterra, o rei Henrique VIII teve apoio dos súditos para romper com Roma e criar a Igreja Anglicana em 1531. • Com o Ato de Supremacia (1534), o rei tornou-se chefe supremo da Igreja na Inglaterra. A Reforma Católica A Reforma Católica foi uma reação da Igreja de Roma aos movimentos protestantes e uma tentativa de disciplinar o clero católico. O papa Paulo III convocou o Concílio de Trento (1545-1563), que tomou as seguintes resoluções: •Reafirmação dos dogmas católicos e dos sete sacramentos. •Confirmação da transubstanciação, da hierarquia do clero e do celibato clerical. •Criação do Index de livros proibidos aos católicos. A Reforma Católica também promoveu a reorganização do Tribunal do Santo Ofício (Inquisição), visando combater as práticas judaizantes e as igrejas reformadas. O movimento católico também foi reforçado com a criação da Companhia de Jesus, por Inácio de Loyola, em 1540, importante na evangelização dos ameríndios. O massacre de São Bartolomeu A Noite de São Bartolomeu, de François Dubois, do século XVI. A pintura de Dubois representa o massacre de 3 mil calvinistas franceses, os huguenotes, por ordem da família real católica da França, ocorrido na noite de 24 de agosto de 1572. R E P R O D U Ç Ã O – M U S É E D E S B E A U X A R T S L A U S A N N E , L A U S A N N E ANOTAÇÕES EM AULA Coordenação editorial: Maria Raquel Apolinário, Eduardo Augusto Guimarães e Ana Claudia Fernandes Elaboração: Leandro Torelli e Gabriel Bandouk Edição de texto: Maria Raquel Apolinário, Vanderlei Orso e Gabriela Alves Preparação de texto: Mitsue Morrisawa Coordenação de produção: Maria José Tanbellini Iconografia: Aline Reis Chiarelli, Leonardo de Sousa Klein e Daniela Baraúna EDITORA MODERNA Diretoria de Tecnologia Educacional Editora executiva: Kelly Mayumi Ishida Coordenadora editorial: Ivonete Lucirio Editoras: Jaqueline Ogliari e Natália Coltri Fernandes Assistentes editoriais: Ciça Japiassu Reis e Renata Michelin Editor de arte: Fabio Ventura Editor assistente de arte: Eduardo Bertolini Assistentes de arte: Ana Maria Totaro, Camila Castro, Guilherme Kroll e Valdeí Prazeres Revisores: Antonio Carlos Marques, Diego Rezende e Ramiro Morais Torres © Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. Todos os direitos reservados. EDITORA MODERNA Rua Padre Adelino, 758 – Belenzinho São Paulo – SP – Brasil – CEP: 03303-904 Vendas e atendimento: Tel. (0__11) 2602-5510 Fax (0__11) 2790-1501 www.moderna.com.br 2012 http://www.moderna.com.br/ A expansão ultramarina europeia e o mercantilismo As viagens foram iniciadas no século XV com os seguintes objetivos: • Econômicos: metais preciosos e especiarias. • Políticos: ampliação territorial. • Religiosos: expansão da fé cristã. • Aventureiros: busca pelo desconhecido. Os avanços técnicos, a partir do século XV, ampliaram as possibilidades dessas viagens: caravela, cartografia, bússola e astrolábio. As motivações para a expansão marítima europeia O expansionismo dos povos ibéricos Em Portugal e Espanha, a expansão ultramarina atendia aos interesses de diferentes setores sociais: • Realeza: busca por novas fontes de renda. • Nobreza e burguesia: conquista de territórios e ampliação do comércio. • Igreja Católica: conquista de fiéis por meio da catequese. O pioneirismo português pode ser explicado por vários fatores: • Centralização precoce do poder monárquico. • Escassez de recursos naturais. • Existência de uma burguesia mercantil enriquecida. • Liderança tecnológica para a navegação. • Expansão da fé cristã. • Espírito aventureiro dos navegadores. As viagens marítimas ibéricas O pioneirismo ibérico levou a Igreja a intermediar um acordo entre Portugal e Espanha, o Tratado de Tordesilhas (1494), que dividia as terras descobertas (ou por descobrir) entre os dois reinos. As viagens marítimas ibéricas Fontes: Atlas histórico escolar. Rio de Janeiro: FAE, 1991. p. 46; PARKER, Geoffrey. Atlas de história universal. Lisboa/São Paulo: Times/Verbo, 1997. p. 74-75. VIAGENS MARÍTIMAS (SÉCULOS XV E XVI) C A R T O G R A F IA : A N D E R S O N D E A N D R A D E P IM E N T E L /F E R N A N D O J O S É F E R R E IR A 1.890 km O novo mundo e a Europa A expansão ultramarina transformou a Europa e a América: a nova geografia revolucionou o comércio e deslocou o eixo econômico do Mediterrâneo para o Atlântico. Na América,os europeus introduziram suas técnicas, instituições, religião e também levaram plantas, animais e doenças até então desconhecidos nessas regiões. Conhecimentos e produtos americanos também foram levados para a Europa, passando a fazer parte do cotidiano de muita gente. O contato entre índios e europeus gerou espanto. Os índios eram vistos como criaturas demonizadas que deveriam ser catequizadas. Os europeus buscaram impor a sua visão de mundo aos índios pois se consideravam escolhidos por Deus para realizar essa missão. Colombo chega à América T H E B R ID G E M A N A R T L IB R A R Y /G R U P O K E Y S T O N E – C O L E Ç Ã O P A R T IC U L A R O desembarque de Cristovão Colombo na América, gravura de Theodore de Bry, 1594. Significado e práticas do mercantilismo Os novos mercados abertos pela expansão marítima e o domínio de áreas na Ásia, na África e na América fizeram do comércio a maior fonte de riqueza dos Estados europeus e deram origem ao mercantilismo: • Também chamado de política econômica do capitalismo comercial: conjunto de práticas e ideias econômicas predominantes nos Estados europeus durante a Era Moderna (século XV ao XVIII). Entre as práticas mercantilistas, destacam-se: • Intervenção estatal na economia. • Busca de uma balança comercial favorável. • Metalismo e elevação das tarifas alfandegárias. • Colonialismo e exclusivo comercial metropolitano. O desenvolvimento comercial sob o mercantilismo Note a intensa movimentação de barcos e pessoas no porto de Palma de Maiorca, Espanha, século XVI. R E P R O D U Ç Ã O - M U S E U D IO C E S A N O D E M A IO R C A O mercantilismo nos países europeus Portugal Espanha Monopólio do comércio das especiarias do Oriente e, mais tarde, política colonialista na América Exploração dos metais da América com a adoção de medidas protecionistas para evitar a saída de metais preciosos e promover a indústria nacional Metalismo O mercantilismo nos países europeus França Inglaterra (Século XVIII) Desenvolvimento da manufatura Estímulo à manufatura de tecidos e ao domínio do comércio mundial (Atos de Navegação) Industrialismo ou colbertismo Comercialismo Estados germânicos Holanda Aumento dos impostos e controle das atividades produtivas •Estímulo ao comércio por meio da Companhia das Índias Orientais e a das Índias Ocidentais • Fornecimento de crédito (Banco de Amsterdã) • Manufaturas Cameralismo O mercantilismo nos países europeus ANOTAÇÕES EM AULA Coordenação editorial: Maria Raquel Apolinário, Eduardo Augusto Guimarães e Ana Claudia Fernandes Elaboração: Leandro Torelli e Gabriel Bandouk Edição de texto: Maria Raquel Apolinário, Vanderlei Orso e Gabriela Alves Preparação de texto: Mitsue Morrisawa Coordenação de produção: Maria José Tanbellini Iconografia: Aline Reis Chiarelli, Leonardo de Sousa Klein e Daniela Baraúna EDITORA MODERNA Diretoria de Tecnologia Educacional Editora executiva: Kelly Mayumi Ishida Coordenadora editorial: Ivonete Lucirio Editoras: Jaqueline Ogliari e Natália Coltri Fernandes Assistentes editoriais: Ciça Japiassu Reis e Renata Michelin Editor de arte: Fabio Ventura Editor assistente de arte: Eduardo Bertolini Assistentes de arte: Ana Maria Totaro, Camila Castro, Guilherme Kroll e Valdeí Prazeres Revisores: Antonio Carlos Marques, Diego Rezende e Ramiro Morais Torres © Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. Todos os direitos reservados. EDITORA MODERNA Rua Padre Adelino, 758 – Belenzinho São Paulo – SP – Brasil – CEP: 03303-904 Vendas e atendimento: Tel. (0__11) 2602-5510 Fax (0__11) 2790-1501 www.moderna.com.br 2012 http://www.moderna.com.br/ As culturas indígenas americanas Culturas indígenas da América pré-colombiana Fonte: SALMORAL, Manoel Lucena. América – 1492: retrato de un continente hace quinientos años. Madri: Anaya, 1990. p. 10. C A R T O G R A F IA : A N D E R S O N D E A N D R A D E P IM E N T E L /F E R N A N D O J O S É F E R R E IR A 970 km POVOS PRÉ-COLOMBIANOS Sociedades de caçadores, coletores e agricultores Trabalho distribuído de acordo com sexo e idade. Instrumentos e armas feitos de madeira, pedra e osso. O fogo era fundamental para a sobrevivência do grupo. As construções eram feitas de madeira, cipó e capim. A liderança das aldeias era exercida pelos xamãs ou pajés, que tinham poderes religiosos e de cura. Cada sociedade indígena podia se dividir em várias aldeias. Algumas comunidades estavam organizadas em clãs, grupos de pessoas que acreditavam descender de um ancestral comum. Essas comunidades não deixaram registros escritos: sua história foi reconstituída com base no estudo de restos arqueológicos (cerâmicas, pinturas rupestres e sambaquis). Sociedades de caçadores, coletores e agricultores Os sioux da América do Norte Habitavam o norte dos atuais Estados Unidos e dividiam-se em três grupos: santees, yanktons e tétons. Disputavam espaço com outras tribos, principalmente pela caça do bisão e do búfalo. Cada nação indígena tinha sua própria língua. A introdução do cavalo pelos espanhóis contribuiu para um processo de sedentarização, permitindo maior dedicação aos rituais religiosos e mágicos. Os Tupi-guarani da América do Sul Dividiam-se em vários povos como Tupinambá, Caeté, Potiguar, entre outros. Viviam em aldeias de centenas de pessoas. Móveis e utensílios eram feitos de madeira, pedra e osso. Eram caçadores, coletores e agricultores. Cultivavam especialmente mandioca, batata-doce, abóbora e milho. Não tinham autoridade formal constituída, mas os guerreiros mais fortes eram prestigiados. Tinham como princípios religiosos a reencarnação e a crença em maus espíritos. Praticavam a antropofagia para adquirir a força dos guerreiros inimigos e vingar parentes mortos nas guerras. Os povos indígenas do Brasil Fonte: Atlas histórico escolar. Rio de Janeiro: FAE, 1991. p. 12. CULTURAS INDÍGENAS DO BRASIL C A R T O G R A F IA : A N D E R S O N D E A N D R A D E P IM E N T E L /F E R N A N D O J O S É F E R R E IR A 320 km As grandes civilizações pré-colombianas Quando os espanhóis chegaram à América, depararam-se com civilizações muito complexas na Mesoamérica e nos Andes → eram os maias, os astecas e os incas. As grandes civilizações pré-colombianas ALGUMAS CIVILIZAÇÕES AMERICANAS Fonte: Atlas histórico escolar. Rio de Janeiro: FAE, 1991. p. 12. 500 km C A R T O G R A F IA : A N D E R S O N D E A N D R A D E P IM E N T E L /F E R N A N D O J O S É F E R R E IR A As grandes civilizações pré-colombianas POVOS DOS ANDES Fonte: DUBY, Georges. Atlas historique mondial. Paris: Larousse, 2003 p. 238. C A R T O G R A F IA : A N D E R S O N D E A N D R A D E P IM E N T E L /F E R N A N D O J O S É F E R R E IR A 470 km Os astecas A civilização asteca formou-se em terras do atual México. Absorveu a cultura dos maias e dos olmecas, civilizações que floresceram anteriormente. No século XVI, quando os espanhóis pisaram em terras do atual México, os astecas formavam um poderoso império na região. Principais características da civilização asteca: • Política: império militar sob comando do imperador. • Social: estratificação – nobreza, comerciantes, artesãos, camponeses, escravos e prisioneiros de guerra. • Econômica: organizada em torno da agricultura, mas com uma atividade comercial e urbanização significativas. A grande cidade de Tenochtitlán (detalhe), de Diego Rivera, 1945. Palácio Nacional, Cidade do México. Tenochtitlán era uma das cidades mais desenvolvidas do mundona época. D .R . © 2 0 1 1 B A N C O D E M É X IC O , “F ID U C IA R IO ” E N E L F ID E IC O M IS O R E L A T IV O A L O S M U S E O S D IE G O R IV E R A Y F R ID A K A H L O . A V . C IN C O D E M A Y O N O . 2 , C O L . C E N T R O , D E L . C U A U H T É M O C 0 6 0 5 9 , M É X IC O , D .F - P A L Á C IO N A C IO N A L , C ID A D E D O M É X IC O A cidade de Tenochtitlán Os maias A civilização maia desenvolveu-se entre os séculos IV e X no sul do México e na América Central. Principais características da civilização maia: • Política: organizada em cidades-Estado independentes. • Social: dividida entre população comum, formada principalmente de camponeses, e camadas privilegiadas, constituídas pelos governantes, guerreiros e sacerdotes. • Econômica: baseada na agricultura, com destaque para o cultivo de milho. Os maias desenvolveram complexos conhecimentos de matemática e astronomia, que lhes permitiram elaborar um sofisticado calendário. Os incas O mais extenso império da América pré-colombiana ocupava boa parte das terras em torno da Cordilheira dos Andes. Os incas viviam sob uma monarquia teocrática hereditária. O Inca (soberano) era considerado descendente do Sol. Havia uma aristocracia de altos funcionários do Estado, da etnia quíchua, e de descendentes dos povos incorporados ao império. Os incas A unidade de produção agrícola básica era o ayllu, constituído por um conjunto de famílias unidas por laços de parentesco. O chefe do ayllu era o Kuraka, responsável por distribuir as terras e mediar os conflitos no grupo. As cidades, como Cuzco e Machu Picchu, eram ricas na sua arquitetura. Os incas desenvolveram a astronomia e a matemática, especialmente o método contábil chamado de quipu. ANOTAÇÕES EM AULA Coordenação editorial: Maria Raquel Apolinário, Eduardo Augusto Guimarães e Ana Claudia Fernandes Elaboração: Leandro Torelli e Gabriel Bandouk Edição de texto: Maria Raquel Apolinário, Vanderlei Orso e Gabriela Alves Preparação de texto: Mitsue Morrisawa Coordenação de produção: Maria José Tanbellini Iconografia: Aline Reis Chiarelli, Leonardo de Sousa Klein e Daniela Baraúna EDITORA MODERNA Diretoria de Tecnologia Educacional Editora executiva: Kelly Mayumi Ishida Coordenadora editorial: Ivonete Lucirio Editoras: Jaqueline Ogliari e Natália Coltri Fernandes Assistentes editoriais: Ciça Japiassu Reis e Renata Michelin Editor de arte: Fabio Ventura Editor assistente de arte: Eduardo Bertolini Assistentes de arte: Ana Maria Totaro, Camila Castro, Guilherme Kroll e Valdeí Prazeres Revisores: Antonio Carlos Marques, Diego Rezende e Ramiro Morais Torres © Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. Todos os direitos reservados. EDITORA MODERNA Rua Padre Adelino, 758 – Belenzinho São Paulo – SP – Brasil – CEP: 03303-904 Vendas e atendimento: Tel. (0__11) 2602-5510 Fax (0__11) 2790-1501 www.moderna.com.br 2012 http://www.moderna.com.br/ A África dos grandes reinos e impérios África pré-colonial: período entre os séculos IX e XIX → surgimento de importantes civilizações com língua, política, economia, cultura e costumes diversos. Na África subsaariana se desenvolveram importantes reinos, beneficiados pelo próprio comércio transaariano: • Reino de Gana → surgiu no século III graças ao comércio com os árabes → seu apogeu se deu entre os séculos VII e XI → a expansão da cultura islâmica e as revoltas dos povos dominados enfraqueceram o Reino de Gana, incorporado ao Reino do Mali no século XIII. • Reino do Mali → desenvolveu-se entre os séculos XIII e XVI → constituiu-se no principal centro cultural da África subsaariana, em especial na cidade de Timbuctu: com universidades, bibliotecas e magníficas mesquitas. Os reinos sudaneses Iorubas → povos de língua e cultura semelhantes que ocupavam a região da atual Nigéria e do Benin → a maioria dos escravos trazidos à Bahia eram iorubas → importantes para a cultura afro-brasileira. Entre as sociedades dos povos iorubas, destacamos: Cidade-Estado de Ifé • Vestígios arqueológicos indicam que Ifé surgiu como um conjunto de aldeias por volta do século VI. • Ganhou importância pela posição geográfica estratégica, transformando-se num entreposto comercial. • Foi um centro religioso tradicional e tinha uma arte refinada com esculturas em bronze, cobre e terracota. Os reinos iorubas Reino do Benin • Surgiu a sudeste de Ifé entre os séculos XII e XIII. • Habitada pelos povos edos, a região do Benin se dividia em diversos miniestados que, aos poucos, foram unidos por alianças ou conquistas até surgir uma monarquia. • No século XV, Benin expandiu o seu território e ampliou o comércio com os europeus, fornecendo, em especial, escravos, tecidos, marfim e pimenta. • A riqueza do reino se traduziu na arte, com a confecção de esculturas em cobre e bronze. • O reino foi desintegrado apenas no fim do século XIX, pelos ingleses. Os reinos iorubas O povo banto O povo banto tem origem pré-histórica e ocupou o centro-sul africano por volta do ano 1000 a.C. → muitos dos escravos trazidos para o Brasil eram bantos. Reino do Congo • Estabeleceu fortes relações com os portugueses desde o século XV, quando o navegador Diogo Cão esteve na região e estreitou relações entre os dois reinos por meio do comércio. • Portugal passou a influenciar o manicongo (nome dado ao rei do Congo) e manteve comércio ativo com o reino congolês. • Os portugueses converteram o manicongo ao cristianismo, o Congo se tornou um reino cristão e expandiu a nova fé por outras partes da África. • Na segunda metade do século XVI, as relações entre Portugal e Congo entraram em declínio. Principais reinos africanos (século IX a XVII) PRINCIPAIS REINOS AFRICANOS (SÉCULO IX A XVII) Fonte: PARKER, Geoffrey. Atlas Verbo de história universal. Lisboa: Verbo, 1997. p. 54-55. C A R T O G R A F IA : A N D E R S O N D E A N D R A D E P IM E N T E L /F E R N A N D O J O S É F E R R E IR A 650 km A vida familiar e religiosa Família • A fertilidade era aspecto essencial → mulheres férteis eram disputadas. Homens ricos podiam se casar com várias mulheres e ter centenas de filhos. Religião • Muitos povos africanos cultuavam elementos da natureza, como os rios, as pedras, os animais, as árvores e o Sol. • Acreditavam na vida após a morte e alguns deles sepultavam os mortos com seus pertences. • Entre os iorubas havia os orixás, divindades vinculadas a elementos da natureza, aos quais se atribuíam poderes divinos. • Muitas regiões da África foram islamizadas durante o processo de expansão árabe → sincretismo do islã com as práticas e crenças das religiões tradicionais. A escravidão na África era praticada desde os tempos mais remotos. Os escravos eram considerados bens que podiam ser comprados e vendidos → a escravidão teve início na África com a prática das guerras → os prisioneiros eram escravizados. Obtinham-se escravos também pelo sequestro e como pena pela condenação de crimes. A escravidão na África e o comércio transatlântico de escravos Com a chegada dos europeus, o comércio de escravos se tornou o negócio fundamental do Atlântico, mudando a história da África. Os portugueses, primeiros exploradores, estabeleceram acordos com as elites africanas para organizar o que ficou conhecido como tráfico negreiro. Entre os séculos XV e XIX, milhões de africanos foram trazidos à América como escravos. A escravidão na África e o comércio transatlântico de escravos O comércio transatlântico de escravos Negros no porão do navio, de Johann Moritz Rugendas, gravura retirada da obra Viagem pitorescaatravés do Brasil, de 1835. Note as condições em que os africanos escravizados eram transportados para a América. R e p ro d u ç ã o - F u n d a ç ã o B ib li o te c a N a c io n a l, R io d e J a n e ir o Desembarque de africanos na América (1601-1850)* Fonte: ALENCASTRO, Luiz Felipe. O trato dos viventes: formação do Brasil no Atlântico Sul. São Paulo: Companhia das Letras, 2000. p. 43. Antilhas Francesas América britânica e Estados Unidos América Espanhola Brasil 1601-1625 — — 75,0 150,0 1626-1650 2,5 20,7 52,5 50,0 1651-1675 28,8 69,2 62,5 185,0 1676-1700 124,5 173,8 102,5 175,0 1701-1720 166,1 179,9 90,4 292,7 1721-1740 191,1 249,1 90,4 312,4 1741-1760 297,8 367,8 90,4 354,5 1761-1780 335,8 421,1 121,9 325,9 1781-1810 457,4 691,0 205,3 652,1 1811-1830 76,7 12,4 281,3 759,1 1831-1850 0,6 10,2 261,6 712,7 * Em milhares de indivíduos ANOTAÇÕES EM AULA Coordenação editorial: Maria Raquel Apolinário, Eduardo Augusto Guimarães e Ana Claudia Fernandes Elaboração: Leandro Torelli e Gabriel Bandouk Edição de texto: Maria Raquel Apolinário, Vanderlei Orso e Gabriela Alves Preparação de texto: Mitsue Morrisawa Coordenação de produção: Maria José Tanbellini Iconografia: Aline Reis Chiarelli, Leonardo de Sousa Klein e Daniela Baraúna EDITORA MODERNA Diretoria de Tecnologia Educacional Editora executiva: Kelly Mayumi Ishida Coordenadora editorial: Ivonete Lucirio Editoras: Jaqueline Ogliari e Natália Coltri Fernandes Assistentes editoriais: Ciça Japiassu Reis e Renata Michelin Editor de arte: Fabio Ventura Editor assistente de arte: Eduardo Bertolini Assistentes de arte: Ana Maria Totaro, Camila Castro, Guilherme Kroll e Valdeí Prazeres Revisores: Antonio Carlos Marques, Diego Rezende e Ramiro Morais Torres © Reprodução proibida. 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