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INTERPRETAÇÃO DOS CONTRATOS DIREITO CIVIL TEORIA GERAL DOS CONTRATOS

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PEDRO AUGUSTO LACERDA DE SOUSA
■ DIREITO CIVIL III:
● INTERPRETAÇÃO DOS CONTRATOS:
• CONCEITO - significa compreender a norma positivada. Não se pode interpretar de maneira
extensiva para não gerar inseguranças jurídicas, assim como, não se pode restringir totalmente
essa interpretação.
"Interpretar o negócio jurídico é, portanto, precisar o sentido e alcance do conteúdo da
declaração de vontade. Busca-se apurar a vontade concreta das partes, não a vontade interna,
psicológica, mas a vontade objetiva, o conteúdo, as normas que nascem da sua declaração."
Para o contrato ser executado corretamente, é necessário saber o real sentido e alcance do
conteúdo da norma de declaração de vontade. Busca-se conhecer a vontade concreta das
partes.
As regras de interpretação dos contratos dirigem-se, primeiramente, as partes, que são as
principais interessadas no cumprimento. Não havendo entendimento entre elas, ou respeito
do exato alcance da avença e do sentido do texto, a interpretação será realizada pelo juiz.
A vontade das partes, instrumentalizada no contrato, deve ser clara para as partes e para o juiz.
A interpretação contratual pode ser declaratória ou construtiva:
▪ Interpretação contratual declaratória - o único objetivo é esclarecer alguma parte que ficou
confusa.
▪ Interpretação contratual construtiva - visa suprimir lacunas e pontos omissos deixado pelas
partes. Ex: consenso entre multa e juros.
Obs: a vontade das partes prevaleçe sob o texto legal - art. 111 do CC.
• PRINCÍPIOS BÁSICOS:
Nos contratos, a análise do texto - interpretação objetiva - conduz, em regra, à descoberta da
intenção dos pactuantes. Parte-se, portanto, da declaração escrita para se chegar à vontade
dos contratantes - interpretação subjetiva -, principal objetivo.
Quando há um confronto entre a literalidade do texto contrato e a vontade real da declaração
de vontade, prevalece esta última, pois o art. 112, CC diz que, nas “declarações de vontade se
atenderá mais à intenção nelas consubstanciada do que ao sentido literal da linguagem”;
• Princípio da boa-fé: presume-se que os contratantes agiram de boa-fé e com lealdade e que,
tanto a proposta como a aceitação foram realizadas dentro do que podiam e deviam eles
entender razoavelmente, segundo a boa-fé - art. 422, CC.
O art. 113, CC: “os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa- fé e os usos do
lugar de sua celebração”. Ver art. 421 e incisos do 113.
• Princípio da conservação ou o aproveitamento do contrato: se uma cláusula contratual
permitir duas interpretações diferentes, prevalecerá a que se produzir algum efeito, pois não se
deve supor que os contratantes tenham celebrado um contrato carecedor de qualquer
utilidade;
• REGRAS DE INTERPRETAÇÃO NO DIREITO CIVIL:
▪ Regras de caráter subjetivo:
- O contrato traduz uma forma de autodisciplina da intenção das partes, na disponibilização de
seus patrimônios.
- O objetivo aqui é a compreensão adequada do que aparenta ser a vontade dos sujeitos
contratantes, ainda que isso não transpareça aparentemente da literalidade do quanto escrito.
- O ônus da afirmação de que o sentido literal do contrato é diverso do que pretendiam
efetivamente os pactuantes, quando da relação jurídica de direito material, será sempre de
quem suscitar tal alegação.
▪ Regras de caráter objetivo:
- O contrato deve ser sempre interpretado de modo a fazer com que suas cláusulas tenham
aplicabilidade, extraindo-se delas o máximo de utilidade, não sendo aceitável a ideia de que as
partes celebrem um contrato para não produzir qualquer efeito;
- Deve-se interpretar o contrato, na dúvida, de maneira menos onerosa para o devedor;
- As cláusulas contratuais não devem ser interpretadas isoladamente, mas em conjunto com as
demais.
- Quando, em um contrato, os termos são suscetíveis de dois sentidos, deve-se interpretá-los
no sentido que mais convém à natureza do contrato.
- Quando um contrato se mostrar ambíguo, deve ser interpretado de acordo com o costume do
lugar que foi estipulado.
- Na dúvida, uma cláusula deve ser interpretada contra aquele que a redigiu, notadamente se
estipulou um benefício em seu favor, em face daquele que tem contraído a obrigação.
• A INTERPRETAÇÃO DO CONTRATO DE ADESÃO:
Art. 423, CC: quando houver no contrato de adesão cláusulas ambíguas ou contraditórias,
dever-se-á adotar a interpretação mais favorável ao aderente. Nesse caso, visa- se resguardar a
posição do aderente, em relação a cláusulas ambíguas ou contraditórias, adotando-se a
interpretação que mais o beneficie, justamente porque o ofertante está em situação mais
vantajosa.
Art. 424, CC: Nos contratos de adesão, são nulas as cláusulas que estipulem a renúncia
antecipada do aderente a direito resultante da natureza do negócio.
- Visa impedir que a renúncia antecipada de direito prejudique a parte aderente.
- O legislador se preocupou em proteger especialmente os direitos correlatos que na prática
comercial são comumente excluídos por cláusulas-padrão, como a de não reparação pelos
danos decorrentes de defeitos da coisa ou pela má prestação de serviços, etc.
■ REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS:
GONÇALVES, Carlos Roberto, DIREITO CIVIL BRASILEIRO, volume 3: Contratos e Atos Unilaterais,
17. Ed. – São Paulo: Saraiva, 2020, Título I, capítulo 2.

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