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Captação de Recursos no Mercado 
Financeiro
Finanças 
Corporativas
Diretor Executivo 
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial 
CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA
Projeto Gráfico 
TIAGO DA ROCHA
Autoria 
ANDRÉ DE FARIA THOMÁZ
AUTORIA
André de Faria Thomáz
Sou bacharel em Ciências Contábeis pela Faculdade de Minas 
(2006); e mestre (2011) e doutor (2018) em Administração pela Pontifícia 
Universidade Católica do Paraná. Atuo como contabilista e como professor, 
nas modalidades presencial e a distância, nas áreas de auditoria contábil 
de departamentos, de finanças e de pessoal.
Durante minha atuação como contabilista, tenho vasta experiência 
na área de Obrigações Acessórias e Obrigatórias. Por outro lado, ao longo 
de minha experiência como docente, além de ter sido coordenador de 
curso, lecionei, principalmente, as seguintes disciplinas: Contabilidade 
Básica; Economia; Planejamento e Contabilidade Tributária; Contabilidade 
de Custos e Análise de Custos; Gestão por Processos; Estrutura das 
Demonstrações Contábeis; Análise das Demonstrações; Contabilidade 
Gerencial; Teoria da Contabilidade; Contabilidade Intermediária; 
Contabilidade Internacional; Auditoria; Contabilidade Empresarial; Controle 
Interno; Matemática; Logística; Recursos Humanos; e Gestão de Risco.
Sou apaixonado pelo que faço e adoro transmitir minha experiência 
de vida àqueles que se iniciam em suas profissões. Por isso, fui convidado 
a integrar o elenco de autores independentes da editora TeleSapiens. 
Estou muito feliz por poder ajudá-lo, aluno, nesta fase da vida de muito 
estudo e de muito trabalho.
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez 
que:
OBJETIVO:
para o início do 
desenvolvimento de 
uma nova compe-
tência;
DEFINIÇÃO:
houver necessidade 
de se apresentar um 
novo conceito;
NOTA:
quando forem 
necessários obser-
vações ou comple-
mentações para o 
seu conhecimento;
IMPORTANTE:
as observações 
escritas tiveram que 
ser priorizadas para 
você;
EXPLICANDO 
MELHOR: 
algo precisa ser 
melhor explicado ou 
detalhado;
VOCÊ SABIA?
curiosidades e 
indagações lúdicas 
sobre o tema em 
estudo, se forem 
necessárias;
SAIBA MAIS: 
textos, referências 
bibliográficas e links 
para aprofundamen-
to do seu conheci-
mento;
REFLITA:
se houver a neces-
sidade de chamar a 
atenção sobre algo 
a ser refletido ou dis-
cutido sobre;
ACESSE: 
se for preciso aces-
sar um ou mais sites 
para fazer download, 
assistir vídeos, ler 
textos, ouvir podcast;
RESUMINDO:
quando for preciso 
se fazer um resumo 
acumulativo das últi-
mas abordagens;
ATIVIDADES: 
quando alguma 
atividade de au-
toaprendizagem for 
aplicada;
TESTANDO:
quando o desen-
volvimento de uma 
competência for 
concluído e questões 
forem explicadas;
SUMÁRIO
Tipos de Mercado Financeiro ................................................................. 10
Custo do Capital Próprio e Custo do Capital de Terceiros ................................ 10
Compreendendo o Capital Próprio ................................................................. 13
Compreendendo o Capital de Terceiros .....................................................22
Taxa Interna de Retorno (TIR)................................................................. 25
Risco: Como é Calculado? ........................................................................................................25
Retorno: Como é calculado? ...................................................................................................27
Risco e Retorno de Carteira: Como são Calculados? ...........................................29
Risco de Captação de Recursos ........................................................... 33
Valor das Ações e Funcionamento no Mercado de Ações ..............................35
Decisão de Capitalização das Empresas...........................................39
7
UNIDADE
02
Finanças Corporativas
8
INTRODUÇÃO
Qualquer empresa, com o intuito de garantir as próprias operações, 
necessidade de recursos financeiros. Quando, na condição de gestores 
financeiros, estudamos as diversas fontes de recursos financeiros, com o 
intuito de identificar a que mais se adapta à realidade da nossa instituição, 
devemos prestar atenção, sobretudo, aos três seguintes aspectos: 
1. A origem dos recursos financeiros, que podem vir ou do capital de 
giro e do patrimônio empresarial ou do aporte de terceiros (dentre 
outros, bancos, casas factoring, investidores e políticas públicas); 
2. O prazo do financiamento contratado, que poderá ser ou curto 
ou longo, mantendo, para cada modalidade e para cada prazo, 
custos, tributos e retornos específicos;
3. Os custos fixos do financiamento contrato, verificando, em 
meio às opções disponíveis no mercado, qual apresenta maior 
probabilidade de aumentar a lucratividade da empresa.
Nesta unidade, abordaremos os conhecimentos mínimos da 
composição do custo de capital de que um gestor financeiro necessita 
para desempenhar suas funções: captação de recursos financeiros, 
considerando as formas de financiamento externo; a realização de 
alavancagem financeira; e a prática de alavancagem total.
Conforme compreendamos o que são esses conceitos e como 
afetam a estruturação dos recursos financeiros organizacionais, seremos 
capazes de calcular o custo médio ponderado de capital, também 
conhecido por sua forma inglesa, weighted average capital cost (WACC); 
de calcular o grau de alavancagem da empresa em determinado período; 
de verificar a estrutura de capital ótima para cada tipo de empresa; e de 
administrar os custos financeiros fixos de modo a projetar (alavancar) os 
lucros.
Bons estudos!
Finanças Corporativas
9
OBJETIVOS
Olá, aluno! Seja muito bem-vindo à Unidade 2 – CAPTAÇÃO DE 
RECURSOS NO MERCADO FINANCEIRO. Com esta unidade, você se 
habilitará a analisar como os recursos financeiros empresariais podem 
ser aplicados; e como o custo de capital, se for bem gerido, pode ser 
transformado em aliado das organizações. Sendo assim, quando finalizar 
esta etapa de nossa disciplina, você terá desenvolvido, com o nosso auxílio, 
as seguintes competências:
1. Entender os tipos de mercado financeiro e seus perfis de 
oportunidade em termos de captação de recursos.
2. Aplicar as bases de cálculo da taxa interna de retorno (TIR) em 
situações de investimento financeiro.
3. Avaliar os riscos quanto à captação de recursos por parte das 
empresas.
4. Discernir sobre o momento mais propício e a melhor linha de 
captação de recursos para capitalizar a empresa.
Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento? 
Ao trabalho!
Finanças Corporativas
10
Tipos de Mercado Financeiro
OBJETIVO:
Nesta seção, com vistas a dominar o conceito de custo 
de capital e a calculado, você aprenderá vários dos 
elementos com os quais está integrado: risco, retorno, 
função beta e função CAPM (modelo de precificação de 
ativos financeiros). Assim que houver dominado todas 
essas noções, você, aluno, será capaz de desenvolver, 
adequadamente, a estrutura de capital de uma empresa, 
aplicando tais ferramentas aos seus departamentos mais 
estratégicos.
Motive-se e acompanhe nossos passos bem de perto!.
Custo do Capital Próprio e Custo do 
Capital de Terceiros
Todas as empresas esperam que suas operações rendam, no 
mínimo, o suficiente para cobrir seus custos e uma margem de lucro. 
Para que isso aconteça, devemos, durante nossas análises dos recursos 
financeiros, adotar o cálculo do custo de capital como uma ferramenta 
aliada, considerando que se compõe da combinação dos custos do capital 
próprio e do custo do capital de terceiros; e que, portanto, evidenciará as 
oportunidades associadas aos tipos de capital.
Como forma de nos situarmos em relação aos cálculos dos custos 
do capital próprio e do custo do capital de terceiros, lançaremos alguns 
questionamentos.
1. Que tipos de capital uma empresa pode adotar emsuas operações?
2. De que fontes provêm os diferentes tipos de capital?
3. Sabemos que os custos associados aos tipos de capital podem 
ser mensurados. No entanto, como isso é feito?
Finanças Corporativas
11
Responder a essas questões será o objetivo que nos moverá durante 
a leitura dos próximos parágrafos, em que teremos contato, finalmente, 
com os custos do capital próprio e do custo do capital de terceiros; 
com o custo médio ponderado de capital e, ainda, com a estruturação 
(planejamento) dos custos de capital.
NOTA:
Estabelecer a estrutura de capital ótima para a sua empresa 
é um dos objetivos, talvez, o mais importante, do gestor 
financeiro. Contudo, não foi desenvolvido, até o momento, 
um método de cuja aplicação resulte a especificação da 
estrutura de capital ótima do nosso negócio. Sendo assim, 
quando buscarmos a melhor estrutura de capital para certa 
empresa, devemos preocuparmo-nos com equilibrar os 
usos de capital próprio e de capital de terceiros com os 
benefícios que esses tipos de financiamento podem render.
Figura 1 – Estrutura de capital empresarial
Balanço patrimonial
Ativos
Passivo circulante
Exigível de longo prazo
Patrimônio líquido
Ações preferenciais
Capital ordinário
Ações ordinárias
Lucros retidos
Capital de 
terceiros
Capital 
próprio
Estrutura de 
capital total
Fonte: Kato (2012, p. 45).
Mas, afinal, o que é o custo do capital de uma empresa, de que 
tanto temos falado? De acordo com Kato (2012), trata-se da remuneração 
que os donos de capital – dentre outros, acionistas, investidores, bancos e 
credores – recebem em troca de cedê-lo a outrem. Nesse sentido, como 
a Figura 1 demonstra, o planejamento da estrutura de capital de uma 
empresa dependerá, por um lado, de como o gestor financeiro manipulará 
Finanças Corporativas
12
seus ativos; e, por outro lado, de o capital incorporado às operações ser 
tomado ou dos ativos das empresas, caso em que poderá comprometer 
o seu capital de giro e o seu patrimônio, ou de fontes externas, situação 
em que custos de capital serão cobrados.
IMPORTANTE:
Para Kato (2012), se a relação entre o que for exigível a longo 
prazo e o patrimônio líquido da empresa resultar em custos 
de capital pequenos, estaremos próximos da estrutura de 
capital ideal. 
Os recursos próprios e os recursos de terceiros se diferenciam por 
várias razões, dentre as quais, neste momento, é relevante destacar as 
seguintes:
a. Ao passo que o capital próprio deve ser declarado no Imposto 
de Renda, a fim de compor o tributo que deve ser pago à União, 
as despesas decorrentes do uso de capital de terceiros são um 
dos elementos aceitos como dedutíveis da base de cálculo desse 
imposto.
b. No caso de uma empresa declarar falência, o pagamento do capital 
tomado de terceiro tem prevalência sobre suas demais obrigações 
– logicamente, quanto maior for a parcela de capital externo na 
composição da estrutura financeira de uma organização, mais 
acentuado será o risco a que o gestor financeiro submete essa 
organização.
Portanto, corroborando o que afirmamos anteriormente, as razões 
apresentadas indicam a relevância de se investigar as características e as 
consequências do uso de capital próprio e da contratação de capital de 
terceiros.
Finanças Corporativas
13
Figura 2 – Metas financeiras
Fonte: Pixabay.
Compreendendo o Capital Próprio
O capital próprio de uma empresa, de uma maneira geral, consiste 
nos fundos de longo prazo garantidos por seus proprietários. Veremos, 
abaixo, como o conceito se aplica a dois dos tipos de empresas 
existentes no Brasil: a sociedade limitada e a sociedade anônima – mais 
especificamente, a sociedade anônima de capital aberto.
A sociedade limitada é uma empresa cujo contrato social limita, 
em consonância com os preceitos legais, a responsabilidade dos sócios 
sobre os prejuízos organizacionais, como modo de resguardar os bens 
particulares de seus sócios. Essa proteção aos bens dos proprietários se 
estende, também, à hipótese de falência, mas pode ser revogada em 
certos contextos, dos quais mencionaremos dois: 
1. Abuso da personalidade jurídica, que é caracterizado, dentre 
outros casos, por desvios de finalidade e pela ausência de 
separação clara dos bens pertencentes à personalidade física dos 
proprietários dos bens pertencentes ao patrimônio da empresa, 
conforme define o artigo 50 do Código Civil (BRASIL, 2021). 
2. Tributos vencidos após a dissolução da sociedade limitada, 
conforme estabelece o artigo 134 do Código Tributário Nacional 
(BRASIL, 2007).
Finanças Corporativas
14
NOTA:
O contrato social pode e deve ser modificado ao longo da 
existência da empresa, a fim de que informações como 
regulamento e capital social, dentre várias outras, reflitam 
sua realidade.
No contrato social de uma empresa de sociedade limitada, além 
de constar as cláusulas de limitação de responsabilidade, é informado o 
valor de seu capital social, que corresponde a quanto os seus proprietários 
investiram durante sua fundação. Sendo assim, para calcular o custo do 
capital próprio, verificaremos, antes, o custo de oportunidade do sócio 
(ou dos sócios) proprietário, que diz respeito à melhor alternativa de 
investimento preterida ao destinar seu capital particular (pessoa física) à 
sua empresa.
Considerando o que discutimos no parágrafo anterior, podemos 
utilizar a taxa do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia, mais 
conhecida como taxa Selic, para determinar os custos de oportunidade 
dos sócios proprietários das empresas. Segundo Assef Neto (2010), 
além de se pautar na taxa Selic, esse cálculo deve incluir o quanto os 
proprietários prospectam de retorno em relação ao patrimônio líquido 
de suas empresas. Entretanto, discutir tal perspectiva não interessa aos 
objetivos deste texto, bastando que você, aluno, tenha ciência de que 
existe.
SAIBA MAIS:
A taxa Selic, que é a mais básica taxa de juros de nossa 
economia, é regulada pelo Banco Central do Brasil e, por 
isso, costuma ser um índice confiável. No seguinte endereço 
eletrônico, um dos canais de comunicação oficiais do 
Banco Central do Brasil, você encontrará boa parte das 
informações disponíveis sobre a taxa Selic. Disponível aqui. 
Finanças Corporativas
https://www.bcb.gov.br/controleinflacao/taxaselic
15
Por sua vez, as sociedades anônimas são empresas cujo contrato 
social prevê que seu capital social se dividirá em ações, em vez de ser 
atribuído a um proprietário (ou a mais de um). Tais ações podem, se 
esse for o desejo dos sócios ou acionistas, ser negociadas no mercado 
de ações: caso adote essa prática, vendendo ações ao público em troca 
de recursos financeiros, a sociedade anônima será do tipo capital aberto; 
caso não adote essa prática, a sociedade anônima será do tipo capital 
fechado.
No caso das empresas de capital aberto, o único dos tipos de 
sociedade anônima que estudaremos agora, o capital se forma de duas 
fontes básicas: uma, que mencionamos no último parágrafo, é a venda de 
ações ao público interessado; outra é o capital de acionistas ordinários. 
Ações negociadas com o público são chamadas de preferenciais 
e se caracterizam por não garantirem, a seus portadores, direito à voto 
em assembleias, embora lhes assegurem acesso prioritário tanto aos 
dividendos quanto à restituição de seu capital na hipótese de falência. 
Por sua vez, o capital dos acionistas ordinários, que são os sócios da 
empresa com voto em assembleias e com participação nos seus lucros, 
é o valor pago em troca de ações ordinárias – que lhes concedem os 
direitos mencionados, apesar de não terem privilégios na distribuição de 
dividendos.
Normalmente, de acordo com Kato (2012), o capital resultante da 
emissão de ações ordinárias é a forma mais custosa de capital próprio, 
seguida, de perto, pelos lucros retidos e, então, pelas ações preferenciais. 
Você se arriscaria a dar um palpite, aluno, do motivo que torna a açãoordinária a fonte mais onerosa de capital próprio? Por detrás dessa 
afirmação, estão os riscos que os acionistas que adquirem essas ações 
assumem, visto que o seu retorno, que se dará na forma de dividendos, 
estará condicionado ao pagamento da parte dos acionistas preferenciais.
A distribuição dos dividendos é um fator influente na relação das 
empresas com o mercado. Segundo Hoji (2009), pagar os dividendos com 
a devida regularidade, aos olhos do mercado, é um sinal de credibilidade, 
enquanto não o fazer é encarado como um indício de desiquilíbrio 
Finanças Corporativas
16
financeiro. Ao contrário do que poderíamos imaginar, a distribuição dos 
dividendos envolve, além da distribuição proporcional de parte do lucro 
das organizações entre seus acionistas, a delimitação da parte destinada 
a reinvestimentos – esse, de fato, é um aspecto que importa ao mercado, 
na medida em que possíveis acionistas costumam buscar investimentos 
rentáveis, estáveis e seguros.
Figura 3 – Controle do tempo nas operações financeiras
Fonte: Pixabay.
Com o intuito de consolidar o que estudamos até este ponto, 
podemos tentar definir custo de capital próprio, antes de prosseguir para 
as formas de calculá-lo. Aluno, você seria capaz de fazer isso sozinho? 
Que tal seria se o fizéssemos juntos? Então, tentaremos definir o conceito 
juntos. Com base no que dialogamos a respeito da relação entre capital 
(próprio e de terceiros), investimento e retorno, podemos afirmar que, de 
modo geral, custo de capital próprio é a taxa de retorno dos investimentos 
efetuados por uma empresa. No caso de uma sociedade de capital aberto, 
tipo que enfatizamos mais, esse retorno deve ou manter ou aumentar o 
valor de mercado de sua cota-parte.
Para medir o custo do capital próprio, podemos utilizar a taxa obtida 
resultante do modelo de precificação de ativos financeiros, que, como 
Finanças Corporativas
17
dissemos, é conhecido, igualmente, como capital asset pricing model 
(CAPM). Sob a ótica desse modelo, a definição de custo de capital próprio 
é um pouco mais complexa do que a aventada no parágrafo anterior 
e assume que esse conceito equivale ao retorno que os investidores 
reivindicam como recompensa por assumirem o risco não diversificável 
da empresa em que aportam capital.
NOTA:
Denominado, também, risco sistêmico, o risco não 
diversificável é composto por fatores de mercado, que 
oscilam à própria maneira e afetam todas as empresas, 
independentemente do setor em que se situem, como 
inflação e crises econômicas (ASSAF NETO, 2010).
Quando nos valemos do CAPM, o retorno exigido pelos investidores, 
para todos os ativos, será formado pela taxa livre de risco ou risk free (RF), 
que costuma basear-se no retorno dos investimentos brasileiros mais 
seguros, como são os casos do tesouro Selic e da poupança; e por um 
prêmio por risco, que é suscetível tanto às condições do mercado quanto 
às condições dos ativos. Atualmente, existem dois tipos de prêmio por 
risco:
1. Prêmio por risco de mercado, que é exigido quando se investe em 
ativos com risco inerente (cota-parte, por exemplo), em vez de se 
realizar a aplicação à taxa livre de risco.
2. Coeficiente de risco beta (β), que verifica o quanto o retorno 
de determinada ação se sujeita a variações das condições do 
mercado a termo.
Mercado a termo ou operação a termo é um conceito relacionado à 
existência de derivativos. Mas isso não nos informa muita coisa, concorda 
conosco, aluno? Vejamos, então, o que é um derivativo é. Trata-se de 
uma espécie de contrato que toma um ativo, que pode ser ou físico 
ou financeiro, como referência; e, assim, define um valor a ser quitado 
Finanças Corporativas
18
futuramente, considerando um acréscimo percentual sobre o hiato entre 
a firma do contrato e o pagamento (juro). 
Agora que sabemos que derivativo é um contrato, podemos 
compreender o conceito de mercado a termo ou operação a termo. 
Nesse caso, lidamos com subsegmento do mercado de ações em que há 
compra e venda de ativos a um preço e a uma taxa de juro discriminadas 
em contrato (derivativo), mediante liquidação em uma data acordada, 
que, obrigatoriamente, deve ser cumprida pelas partes.
Ao contrário do que acontece em transações reguladas por outros 
tipos de contrato, as do mercado a termo não ajustam as obrigações 
financeiras das partes compradora e vendedora antecipadamente, a 
despeito das condições do mercado financeiro. 
Para que dimensionemos o mercado a termo melhor, suponhamos 
que as ações da empresa XYZ sejam negociadas, hoje, no mercado de 
ações, a R$ 58,00 por cota-parte. Renato está interessado em comprar 
um conjunto relevante de ações da XYZ, mas seu capital, que está 
aplicado, estará disponível daqui a 60 dias. Para garantir que o conjunto 
de ações seja seu, Renato pode procurar a XYZ e firmar um derivativo 
do tipo mercado a termo, concordando em pagar, no prazo de 60 dias, o 
valor das ações da XYZ no dia de hoje reajustado por uma taxa de juros 
proporcional a esse prazo. 
Durante esse período, se Renato, que acompanha o mercado 
financeiro com atenção, notar que o valor das ações da XYX caiu pela 
metade, será obrigado, mesmo assim, a arcar com o valor explícito no 
mercado a termo. Igualmente, caso as ações da XYZ, por quaisquer 
motivos, durante os 60 dias, supervalorizem-se, chegando a valer o dobro 
do que consta no mercado a termo, a empresa será obrigada, também, a 
ceder as ações, satisfazendo as condições do contrato.
Atendo-nos ao nosso conteúdo programático, focaremos o 
coeficiente beta ( ), que analisa os retornos das ações da empresa (Ri) e os 
retornos do índice de mercado (Rm). Daqui a pouco, você compreenderá 
o porquê de nos fixarmos no coeficiente beta, em detrimento do prêmio 
por risco de mercado.
Finanças Corporativas
19
Baseando-nos em Kato (2012), para chegarmos ao valor do 
coeficiente beta, devemos, primeiramente, encontrar a covariância (Cov) 
entre os retornos das ações da empresa (Ri) e os retornos do índice de 
mercado (Rm); e, em seguida, dividi-la pela variância(β2) dos retornos 
desse índice. A equação específica do coeficiente beta (β) está a seguir.
Como você pode perceber, aluno, a covariância (Cov) é variável. 
Portanto, precisamos saber como calculá-la, substituindo Cov, na 
fórmula anterior, pelo resultado obtido. Abaixo, está a fórmula de que nos 
valeremos para calcular Cov.
 • Rm = retorno do índice de mercado
 • Ri = retorno das ações da empresa
 • μi = média dos retornos das ações da empresa
 • μm = média dos retornos do índice de mercado
 • = somatório
Com o valor de Cov em mãos, podemos inseri-lo na fórmula de 
coeficiente beta ( ). Porém, aluno, se você pensa que os cálculos desta 
seção terminaram, está enganado. Você se recorda de que pretendíamos 
conhecer o cálculo de CAPM, com o propósito de assimilar como se mede 
o custo do capital próprio de uma empresa? Para cumprir esse objetivo, 
tínhamos de lhe ensinar a calcular o coeficiente beta ( ), que é um dos 
componentes do cálculo de CAPM. Com essa informação, você deve 
ter compreendido por que ignoramos o prêmio por risco de mercado. 
Sim, você está certo: ignoramos o prêmio por risco de mercado porque 
estávamos conscientes de que apenas o coeficiente beta (β ) entraria no 
cálculo de CAPM, justamente por ser um índice do quanto o retorno de 
determinada ação se sujeita a variações das condições do mercado a 
termo.
Finanças Corporativas
20
Passemos, agora, ao cálculo de CAPM, cuja fórmula está a seguir. 
NOTA:
Um conjunto de ativos (títulos) é chamado de carteira de 
mercado, cujo valor se define pelo valor ponderado de 
cada ativo. Esse conceito será crucial para o entendimento 
dos termos da equação.
E(R) = retorno esperado de um ativo pelo investidor (custo do capital 
próprio de um investimento)
Rf = taxa livre de risco escolhida como referência, como as do 
tesouro Selic e da poupança
βi (beta de um ativoou carteira – a letra “i” indica que β varia conforme 
for o seu referente) = risco sistemático do ativo, cuja determinação se 
referenda pelo mercado
Rm = retorno esperado da carteira de mercado (representa a média 
dos retornos do conjunto de investimentos disponível no mercado)
Acompanhemos a aplicação do coeficiente beta (β) em um cálculo. 
Para isso, assumamos que o coeficiente beta (β) da empresa Pegasus 
S.A. seja igual a 1,2. Agora, suponhamos que o retorno da carteira de 
mercado (Rm) variará 1%. De acordo com essas condições, como o 
retorno da empresa (E(R)) será afetado? Recomendamos que você, aluno, 
preste bastante atenção à solução que proporemos, uma vez que várias 
características do cálculo de CAPM serão abordadas.
Concorda conosco, aluno, quando afirmamos que o coeficiente 
beta (β) sinaliza o quanto o retorno de uma empresa variará em função 
do retorno de mercado? Como você, certamente, concordou conosco, 
porque repassamos o conceito de coeficiente beta (β) por várias vezes, 
avançaremos em nossa resolução. 
Finanças Corporativas
21
O retorno de mercado pode tanto aumentar-se e reduzir-se 
quanto assumir valores positivos e negativos. Sendo assim, existem duas 
possibilidades de explicar como o retorno da empresa Pegasus S.A. será 
afetado, a depender do comportamento do retorno de mercado. 
Primeiramente, consideraremos um cenário em que a variação do 
retorno de mercado é positiva em 1%. Caso isso aconteça, como a variação 
do retorno da empresa é proporcional (diretamente) à variação do retorno 
do mercado, o retorno da empresa será de 1,2%. Portanto, os retornos da 
empresa Pegasus S.A. serão maiores do que os do mercado.
Por outro lado, em um cenário em que a variação do retorno de 
mercado é negativa em 1%, o retorno da empresa será negativo em 1,2%. 
Logo, os retornos da empresa Pegasus S.A. serão menores do que os do 
mercado.
Ficou claro para você, aluno, como obtivemos os resultados 1,2% 
e -1,2% para o retorno da empresa? Por isso, fizemos tanta questão de 
frisar a função do coeficiente beta (β). Acompanhe o nosso raciocínio: se 
o coeficiente beta (β) sinaliza o quanto o retorno de uma empresa variará 
em função do retorno de mercado; e se a variação do retorno da empresa 
é proporcional (diretamente) à variação do retorno do mercado, podemos 
concluir que o valor do coeficiente beta (β) – 1,2 – deve ser multiplicado 
pela variação do retorno de mercado. 
Por último, repare, aluno, que o valor do coeficiente beta (β) – 1,2 – 
não está associado a medidas de quaisquer naturezas, embora a variação 
do retorno de mercado seja um valor percentual. Repare, também, que, da 
multiplicação do valor do coeficiente beta (β) pela variação do retorno de 
mercado, resultou um valor percentual (variação do retorno da empresa).
Quando executarmos o cálculo de CAPM, será necessário que nos 
atenhamos a duas outras propriedades do beta: 
1. O beta de carteira de mercado é igual a 1. 
2. O beta de ativo livre de risco é igual 0. 
Sempre que o beta de carteira de mercado for igual a 1, o risco 
associado ao ativo equivalerá ao risco não diversificável ou risco sistêmico, 
Finanças Corporativas
22
que, como vimos há alguns parágrafos, afeta o mercado integralmente. 
Por outro lado, quando o beta de ativo livre de risco for igual a 0, o risco 
associado ao ativo será menor do que o risco não diversificável. No 
primeiro caso, o investimento será denominado agressivo, enquanto, no 
segundo caso, o investimento será chamado de defensivo (ASSAF NETO, 
2010).
Compreendendo o Capital de Terceiros
Capital de terceiros é o nome que damos a todo recurso financeiro 
oriundo de empréstimos e de financiamentos de indivíduos e de 
instituições externas às nossas empresas. Costuma ser adquirido em 
troca de uma remuneração regulada por uma taxa de juros, remuneração 
essa que se atualizará, de acordo com a taxa de juros acordada, durante o 
tempo que o capital permanecer alocado em nossas empresas.
Geralmente, o custo associado ao capital de terceiros é menor do 
que o de outras formas de financiamento, visto que os riscos inerentes 
a essa modalidade são menores. Isso deve à determinação legal de o 
pagamento dos credores dessa modalidade ser prevalente em relação a 
todas as demais obrigações das empresas, reduzindo as possibilidades 
de inadimplência.
Umas das modalidades de financiamento praticadas no Brasil se 
chama subscrição de debêntures. Mediante autorização da Comissão de 
Valores Mobiliários, uma sociedade anônima pode emitir uma quantidade 
de títulos proporcional ao seu capital social e confiá-los a credores, em 
troca de recursos financeiros. 
Um dos maiores atrativos para a empresa que recorre às debêntures 
está nos valores mais baixos dos juros remuneratórios. Porém, parece-nos 
que a principal vantagem associada à modalidade é o fato de a empresa 
manter a autonomia de seu patrimônio, uma vez que as debêntures 
não geram, para quem as comprar, direitos sobre o seu capital social – 
embora seja esse o elemento que limita a emissão dos títulos. Ademais, as 
garantias de pagamento que a empresa dá ao mercado estão ligadas aos 
seus ativos, existindo a chance de que participações nos lucros e outros 
prêmios sejam pagos aos investidores pela emissora das debêntures.
Finanças Corporativas
23
Nos casos em que o capital de terceiros provém de empréstimos 
e de debêntures, outro elemento se faz importante: a taxa real de juros. 
Em ambas as modalidades, a taxa real de juros se torna menor do que 
taxa de juros paga, porque algo que estudamos anteriormente em ação. 
Pensando em tudo o que estudamos nesta unidade, você tem alguma 
ideia do que provocar a redução da taxa real de juros, aluno? Se você 
notar que não acertou a resposta, não se preocupe: desta vez, fizemos 
uma pergunta difícil. A redução da taxa real de juros se justifica pelo fato 
de que as despesas decorrentes do uso de capital de terceiros são um dos 
elementos aceitos como dedutíveis da base de cálculo desse imposto. 
Discutimos essa possibilidade quando vimos diferenças entre o capital 
próprio e o capital de terceiros, na subseção “Custo do capital próprio e 
custo do capital de terceiros”.
Figura 4 – Estratégia empresarial
Fonte: Pixabay.
Como resultado de os juros pagos aos credores serem deduzidos 
do Imposto de Renda (IR) das empresas, os fluxos de caixa se ampliam, 
disponibilizando uma quantidade de capital maior para os investidores. 
Considerando essa dedução, para calcular o custo do capital de terceiros, 
utilizaremos a seguinte equação.
Finanças Corporativas
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Ki (a letra “i” indica que K varia conforme for o seu referente) = custo 
de capital de terceiros após a dedução do Imposto de Renda
Kd = custo de capital de terceiros antes da dedução do Imposto de 
Renda
T = alíquota do Imposto de Renda (regulada pelo Estado brasileiro)
Agora, para compreender como essa fórmula funciona, retomaremos 
a Pegasus S.A., empresa que utilizamos para entender como o coeficiente 
beta (β) nos auxilia a descobrir o quanto o retorno da empresa varia em 
função do retorno do mercado. Desta vez, suponhamos que a alíquota 
de Imposto de Renda que recai sobre a Pegasus S.A. seja de 25%; e que 
o custo de capital antes das deduções do Imposto de Renda seja de 8%. 
Assim, substituindo notações por valores, teremos o seguinte.
Ki = 8% × (1 – 0,25)
Ki = 6%
Portanto, por conta do benefício fiscal, o custo do capital de terceiros 
inicial (8%) se reduz para 6%, gerando uma economia de 2% sobre o valor 
a ser pago aos credores como remuneração pelo aporte de recursos 
financeiros.
RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu 
mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de 
que você realmente entendeu o tema de estudo deste 
capítulo, vamos resumir algo do que vimos. Você deve 
ter compreendido como entender os tipos de mercado 
financeiro e seus perfis de oportunidade em termos de 
captação derecursos. 
Finanças Corporativas
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Taxa Interna de Retorno (TIR)
OBJETIVO:
Os riscos, os retornos e as operações empresariais são 
inextrincáveis: toda operação empresarial se submete a 
riscos, ainda que seja somente ao risco não diversificável; 
e produz algum tipo de retorno para as organizações, 
que pode assumir as formas de prejuízo (retorno menor 
do que o investimento), de estabilidade (retorno igual 
ao investimento) e de lucro (retorno menor do que o 
investimento). Consequentemente, podemos concluir 
que controlar riscos e planejar retornos são atividades 
essenciais da gestão financeira..
Aluno, se tais atividades são, de fato, essenciais da gestão 
financeira, devemos saber como estruturá-las, concorda conosco? Nesse 
sentido, passaremos a estudar, a partir de agora, os elementos-chave da 
mensuração de riscos e de retornos; as medidas estatísticas relevantes 
para essa mensuração; e as diferenças e as particularidades dos riscos 
individuais e dos riscos de carteira.
Risco: Como é Calculado?
Caro aluno, na sua opinião, riscos podem ser definidos como 
medidas probabilísticas ou dos ganhos ou das perdas de empresas e 
de investidores? Ao mesmo tempo, é correto afirmar que retornos são 
ou ganhos ou perdas que resultam das operações empresariais e das 
operações de aporte de capital de terceiros? Se as suas respostas para 
as duas perguntas foram positivas, o seu pensamento está alinhado com 
o nosso. Então, você deve ter conseguido perceber que riscos e retornos 
estão associados pelos elementos “ganho” e “perda”: dado que os riscos 
projetam ganhos e perdas, os retornos são a materialização dos ganhos 
e das perdas.
Finanças Corporativas
26
A relação ideal entre riscos e retornos, portanto, é aquela em que, 
com riscos mínimos, alcançam-se retornos máximos. Infelizmente, não é 
a realidade das empresas, dos investidores e dos mercados, cujos riscos 
e retornos podem oscilar amargamente. Contudo, aluno, podemos dar-
lhe uma dica: quando se vir obrigado a lidar com riscos consideráveis, 
você deve apontar, durante a etapa de planejamento financeiro, retornos 
vultosos como metas, a ponto de superarem os riscos e de renderem 
bons lucros. Assim sendo, se os riscos sobrepujarem os retornos, você 
não se surpreenderá; por outro lado, se os retornos sobrepujarem os 
riscos, as chances de obter lucros avantajados estarão a seu favor. Mas, 
aluno, caso possa evitar, não meta com atividades sobre as quais recaiam 
muitos riscos!
Já sabemos que o cálculo de riscos e de retornos faz parte do 
planejamento financeiros das organizações. Falta-nos, então, descobrir 
como são feitos e de que elementos dependem. Três medidas estatísticas 
são relevantes para a mensuração dos riscos que rondam nossos ativos: a 
variância dos retornos, que não estudaremos neste material; o coeficiente 
de variação, que conheceremos daqui a pouco; e o desvio-padrão dos 
retornos, que veremos agora.
O desvio-padrão dos retornos nos informa a variação dos retornos 
esperados. Por isso, como a taxa de retornos (K(t + 1)), é expresso em 
unidades percentuais (%). A equação necessária para descobrir o desvio-
padrão dos retornos é esta.
σk = desvio-padrão dos retornos
Kj ( “j” indica cada período) = valor observado do retorno a cada 
período 
n = número de períodos
k = valor esperado (média dos retornos)
Finanças Corporativas
27
Por sua vez, o coeficiente de variação (CV) é uma medida de 
dispersão que pode nos ajudar a identificar ativos cujos retornos serão 
diferentes dos que projetamos. A relação entre o coeficiente de variação 
(CV) e o risco de os retornos de um ativo se afastarem das prospecções 
é diretamente proporcional: quanto maior for o coeficiente de variação, 
maior risco correrão os retornos. A equação que nos permite obter o 
coeficiente de variação é a seguinte.
CV = coeficiente de variação
σk = desvio padrão dos retornos
k = média dos retornos
IMPORTANTE:
Caro aluno, quando um retorno se provar diferentes de 
suas projeções, o coeficiente de variação será a ferramenta 
mais adequada para você comparar diferentes riscos.
As medidas de risco que estudamos servem tanto para ativos 
individuais quanto para carteiras de investimentos. Sendo assim, 
abordaremos a mensuração de riscos em carteira em uma subseção 
específica; e, então, veremos exemplos que demandam o uso do desvio-
padrão dos retornos e o uso do coeficiente de variação (CV), visto que não 
incluímos nenhum aqui.
Retorno: Como é calculado?
A aferição dos retornos, como vimos, é um crucial para o 
planejamento financeiro das empresas, uma vez que nos permite definir 
como e quando as nossas obrigações serão quitadas. A seguir, está a 
fórmula com a qual calcularemos retornos.
Finanças Corporativas
28
Kt + 1 = taxa de retorno ao fim de um período qualquer, denominado 
t (pode ser de três tipos: taxa atestada, taxa projetada e taxa exigida)
Ct + 1 = valor do fluxo de caixa logo após o aporte de um investimento 
em um ativo qualquer durante o período de t – 1 a t
Pt = preço (valor) do ativo em t
Pt + 1 = preço (valor) do ativo em t + 1
Para que acompanhemos o cálculo de retornos, utilizaremos um 
exemplo de Veiga e Cruz (2009, p. 9). Os autores aventam uma carteira 
com três títulos, distribuídos desta forma: 
 • 150 unidades do título X, cujo valor atual é $ 38;
 • 200 unidades do título Y, cujo valor atual é $ 40; e 
 • 150 unidades do título Z, cujo valor atual é $ 61. 
Quando vier o fim do ano, o título X valerá $ 40; o título Y valerá $ 46; 
e o título Z valerá $ 70. Esses e outros dados que entrarão no cálculo de 
retorno estão presentes na figura a seguir.
Figura 5 – Valores dos títulos e da carteira
Fonte: Veiga e Cruz (2009, p. 9)
Atentemo-nos, aluno, ao fato de que as colunas da figura são 
numeradas, seguindo esta ordem:
(1) “Título”
(2) “Quantidade de títulos”
(3) “Preço inicial do título”
(4) “Valor total atual”
Finanças Corporativas
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(5) “Preço no fim do período”
Porém, quando chegamos à última coluna, “Valor total esperado no 
período”, encontramos o que parece ser uma conta: (6) = (2) X (5). Portanto, 
em vez de calcular o valor do preço do ativo no momento t (Pt), tomaremos 
o valor indicado na sexta coluna, $25.700.
Agora que conhecemos todos os elementos necessários, podemos 
inseri-los na fórmula vista e descobrir o valor de Kt.
Kt + 1 = Pt + 1 – Pt + Ct + 1
Pt
Kt+1= 25.700 – 22.850 + 0
22.850
Kt+1= 2. 850
22. 850
Kt+1= 0,1247 = 12,47%
Portanto, no fim do ano (t + 1), a taxa de retorno (Kt) da carteira será 
positiva em 12,47% sobre o valor total inicial (Pt).
Risco e Retorno de Carteira: Como são 
Calculados?
Anteriormente, vimos que a denominação “carteira” se refere a um 
conjunto de ativos. Para determinar o risco de carteira, dependemos de 
dois procedimentos:
1. Inicialmente, calcularemos a taxa de retorno da carteira, que será a 
média ponderada dos seus ativos – o resultado será em unidades 
percentuais (%);
2. Em seguida, calcularemos o desvio-padrão dos retornos da 
carteira, utilizando, para isso, a fórmula de desvio-padrão de um 
ativo individual.
Finanças Corporativas
30
Com o intuito de compreender esses procedimentos, observaremos 
um exemplo em que são realizados passo a passo. Agora, admitamos 
que a empresa Alfa tenha reunido Loja A e Loja B em uma carteira, 
combinando, ao fazer isso, seus ativos nas proporções de 40% e de 60%, 
respectivamente. No Quadro 1, encontraremos as taxas de retorno dos 
ativos da Loja A e da Loja B em função dos anos de 2015 a 2019 (inclusive).
Quadro 1 – Taxas de retorno previstas para a Loja A e para a Loja B em função dos anos de 
2015 a 2019 (inclusive)
Fonte: Elaborado pelo autor (2021).
Analisando o Quadro 1, percebemos que os retornos da Loja 
A crescem anualmente, enquanto os da Loja B decrescem no mesmo 
período. Portanto, podemos afirmar os ativos da carteira da empresa Alfa 
mantêm uma relação de proporcionalidade inversa.Resta-nos calcular, 
então, calcular as taxas de retorno anuais da Loja e da Loja B. Faremos 
isso no Quadro 2.
Quadro 2 – Cálculo das taxas de retorno anuais dos ativos (Loja A e Loja B) da carteira da 
empresa Alfa
Fonte: Elaborado pelo autor (2021).
Finanças Corporativas
31
Com as taxas de retorno anuais que obtivemos, aplicaremos a 
média aritmética simples a esses ativos para obter a taxa de retorno da 
carteira da empresa Alfa.
Quadro 3 – Cálculo da taxa de retorno da carteira da empresa Alfa
Fonte: Elaborado pelo autor (2021).
Por fim, podemos empregar o valor obtido (15%) na fórmula do 
desvio-padrão dos retornos, como faremos no Quadro 4.
Quadro 4 – Cálculo do desvio-padrão dos retornos da carteira da empresa Alfa
Fonte: Elaborado pelo autor (2021).
Como verificamos no Quadro 4, o desvio-padrão dos retornos 
da carteira da empresa Alfa foi de 0,17%. Considerando que o retorno 
esperado seja de 15%, a carteira alcançará, em um cenário otimista, uma 
taxa de retorno de 15,17%; e, em um cenário pessimista, marcará 14,83%.
Caro aluno, ficou claro que os riscos de cada ativo são relevantes 
para a determinação do risco da carteira? Apesar de isso ser verdadeiro, 
o que importa, de fato, para que controlemos os riscos associados 
a uma carteira é a forma como os ativos se correlacionam. Na prática, 
Finanças Corporativas
32
caso mantenhamos ativos que se pouco se correlacionem – ativos cujos 
percentuais se comportem de forma inversamente proporcional – em 
uma mesma carteira, teremos boas chances de minimizar os riscos dessa 
carteira.
RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu 
mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de 
que você realmente entendeu o tema de estudo deste 
capítulo, vamos resumir algo do que vimos. Você deve ter 
compreendido como aplicar as bases de cálculo da taxa 
interna de retorno (TIR) em situações de investimento 
financeiro. 
Finanças Corporativas
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Risco de Captação de Recursos
OBJETIVO:
Ao término deste capítulo você será capaz de avaliar 
os riscos quanto à captação de recursos por parte das 
empresas. E então? Motivado para desenvolver esta 
competência? Então vamos lá. Avante!
Conforme estudamos há algumas páginas, uma ação ou cota-parte 
é o átomo do capital social de uma sociedade anônima e pode ser de dois 
tipos: ação ordinária e ação preferenciais. Além de serem classificadas 
em ordinárias e em preferenciais, as ações podem ser nominativas, 
nominativas endossáveis e escriturais:
a. No caso das nominativas, o nome do portador é registrado no 
Livro de Registro das Ações Nominativas, e as transferências de 
titularidade dependem da averbação do nome indicado nesse 
livro.
b. No caso das nominativas endossáveis, apenas o nome do primeiro 
portador é registrado no Livro de Registro das Ações Nominativas, 
enquanto possuidores subsequentes da são endossados apenas 
no título.
c. No caso das escriturais, não há emissão física de títulos, e seu 
controle é realizado por uma instituição depositária. A transferência 
de titularidade é digital e isenta de assinaturas.
Quando compramos uma ação, seja ordinária, seja preferencial, 
adquirimos o direito de receber dividendos periodicamente e juros sobre 
o capital aportado. Caro aluno, você sabia que dividendos são as partes 
do lucro de uma empresa distribuídas, proporcionalmente, aos acionistas, 
certo? A parte restante do lucro, normalmente, é reinvestida nas operações 
da organização; e, indiretamente, também beneficia os acionistas, visto 
que contribui com o crescimento da empresa no longo prazo.
Finanças Corporativas
34
As ações costumam garantir grande liquidez às sociedades 
anônimas, porque podem ser vendidas e compradas com muita 
facilidade. Assaf Neto (2010) acrescenta a isso que o mercado de ações 
possibilita que investidores estrangeiros participem das negociações, fato 
responsável pela oscilação dos preços das ações; pela volatilidade e pela 
especulação do mercado de ações; e pela difusão das crises econômicas 
por todo o mundo.
Justamente por poderem se espalhar por diferentes países e 
pertencer a inúmeros investidores, as responsabilidades e os direitos 
atrelados às ações são proporcionais à quantidade que se detém. Nesse 
sentido, destacamos, que, 
1. No caso dos acionistas detentores de ações ordinárias, quanto 
maior for a quantidade de ações sob seu controle, maior será o peso 
do seu voto sobre as decisões da empresa, e maior, igualmente, 
será sua responsabilidade sobre as operações realizadas.
2. No caso dos acionistas detentores de ações preferenciais, a 
quantidade de ações sob seu controle não implicará poder de 
voto e poder sobre as operações da empresa, mas lhes concederá 
o direito de receber os dividendos antes do outro grupo de 
acionistas.
Comentamos, anteriormente, que a estrutura do capital social de 
uma empresa pode ser modificada mediante alteração de seu contrato 
social. É relevante destacar que tais alterações não interferem nos direitos 
dos acionistas. Alguns exemplos de mudanças na estrutura do capital 
social das organizações são apresentados a seguir.
a. Agrupamento – um grupo de ações se transforma em uma única 
ação, o que não reduz o patrimônio dos acionistas.
b. Desdobramento – ao contrário do que acontece no agrupamento, 
uma ação é dividida em ações menores, o que não aumenta o 
patrimônio dos acionistas.
Finanças Corporativas
35
c. Bonificação – as reservas financeiras e os resultados da empresa 
são convertidos em novas ações, o que implica aumento do 
patrimônio dos acionistas antigos.
d. Subscrição – novas ações são emitidas pela empresa, que poderá 
aumentar seu capital sem alterar a participação dos acionistas 
antigos na empresa.
Para utilizar uma metáfora, a subscrição seria uma promessa que a 
empresa faz de emitir novos títulos de ações. Seu lançamento no mercado 
dependerá do processo de integralização de ações, que, de acordo com 
Assaf Neto (2010), obedece a uma sequência rígida de etapas. Na figura 5, 
podemos observar a quantidade e a organização das etapas.
Figura 6 – Etapas da integralização de novas ações
Empresa 
emitente de 
novas ações
Colocação 
inicial: mercado 
primário
Instituição 
financeira 
intermediadora da 
operação
Renegociação das 
ações: mercado 
secundário
Fonte: Assaf Neto (2010).
A integralização de novas ações pressupõe que os compradores 
se sentirão atraídos pela empresa. Isso dependerá, por um lado, da 
conjuntura do mercado e, por outro lado, dos resultados operacionais e 
financeiros da organização. Na próxima subseção, veremos, mais de perto, 
a relação entre valor das ações e funcionamento no mercado de ações.
Valor das Ações e Funcionamento no 
Mercado de Ações
O quanto as ações valem é um importante fator condicionante das 
decisões dos investidores. Além de, como estudamos em outras partes, 
as características do mercado influenciarem a dinâmica das ações, há 
outras formas de valorá-las, que dependerão de quem as avaliará e da 
razão por que fará isso. Segundo Hoji (2009), seis formas de atribuir valor 
a ações são mais comuns:
Finanças Corporativas
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1. Valor contábil – corresponde ao valor nominal da ação, que é 
registrado no contrato social da empresa. É utilizado para mensurar 
o capital distribuído aos sócios.
2. Valor intrínseco – é atribuído à ação por intermédio de uma 
análise das características contábeis, econômicas e financeiras 
da empresa. É utilizado para verificar a viabilidade de a empresa 
receber um investimento.
3. Valor de liquidação – é conferido à ação no caso de todos os 
ativos da empresa de que faz parte forem liquidados. É utilizado 
para determinar o valor contábil real da empresa, considerando, 
também, suas obrigações.
4. Valor de mercado – é adquirido no bojo da dinâmica do mercado 
de ações, conforme sua oferta e sua procura flutuam. É pago pelos 
que compram uma ação. 
5. Valor patrimonial – é atribuído àação em função do patrimônio 
líquido da empresa em determinado exercício. Resulta da divisão 
do patrimônio líquido pela quantidade de ações emitidas.
6. Valor de subscrição – é o custo fixado para novas ações lançadas 
no mercado. É utilizado para incrementar o aporte de capital nas 
operações da empresa.
Por sua vez, o mercado de ações contém investidores físicos e 
investidores institucionais; organizações que controlam as operações 
realizadas em seu âmbito; e sociedades anônimas de capital aberto. 
NOTA:
Cada investidor tenta atingir objetivos particulares com 
sua atuação no mercado de ações: por exemplo, alguns 
desejam criar uma poupança para sua aposentadoria; 
alguns pretendem lucrar com as variações de curto prazo, 
comprando e vendendo ações; e outros, ao contrário, 
tentam reduzir perdas causadas pelas variações de curto 
prazo. 
Finanças Corporativas
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Como conhecemos bem esses agentes, focaremos, agora, alguns 
dos segmentos e dos subsegmentos que compõem o mercado de ações:
1. Mercado primário – responsável pela negociação de ações com 
investidores, é o mais relevante para as empresas emissoras dos 
títulos.
2. Mercado secundário – à parte do mercado primário, é onde 
investidores conseguem comprar e vender ações sem que as 
empresas emissoras dos títulos participem desses processos.
3. Mercado à vista – é um nicho cujas operações com ações são 
liquidadas em curtos períodos. No Brasil, a liquidação deve ocorrer 
até três dias úteis após a negociação.
4. Liquidação física e liquidação financeira – quando um investidor 
compra uma ação e a recebe, há a liquidação física. Ao mesmo 
tempo, quando o dinheiro sai da conta de um investidor e entra na 
do vendedor, há a liquidação financeira.
5. Mercado de derivativos – baseia-se em contratos com data de 
liquidação e com valor definido para os ativos negociados, que 
podem ser ações ou outros.
6. Mercado a termo – é uma das partes do mercado de derivativos. 
Como vimos anteriormente, permite que o preço futuro dos ativos 
negociados seja pré-fixado em um contrato. No Brasil, existem 
contratos a termo com prazos de 30, de 60, de 90, de 120 e de 
180 dias corridos, cuja firma depende de o investidor realizar 
um depósito de garantia – ou de cobertura ou de margem – na 
Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC).
O mercado a termo contribui com a liquidez das empresas, que, de 
acordo com nossas discussões, é um dos fatores que mais impulsionam 
seu crescimento. Mas você, caro aluno, sabe como a falta de liquidez em 
um mercado pode prejudicar as empresas? Em um mercado com pouca 
liquidez, costuma haver demora na venda de títulos, o que demandaria 
condições muito específicas para que as empresas negociem suas ações 
com sucesso.
Finanças Corporativas
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RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu 
mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de 
que você realmente entendeu o tema de estudo deste 
capítulo, vamos resumir algo do que vimos. Você deve ter 
compreendido como avaliar os riscos quanto à captação de 
recursos por parte das empresas.
Finanças Corporativas
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Decisão de Capitalização das Empresas
OBJETIVO:
Ao término deste capítulo você será capaz de discernir sobre 
o momento mais propício e a melhor linha de captação de 
recursos para capitalizar a empresa. E então? Motivado para 
desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante!.
Caro aluno, quais são as principais justificativas para os gastos de 
capital? Mas você sabe o que são gastos de capital, para ser capaz de 
apontar suas causas? Um gasto de capital é um aporte financeiro cuja 
meta é obter retorno em um período maior do que um ano, de maneira 
que podemos considerá-lo um tipo de investimento. Assim sendo, suas 
principais justificativas são as três seguintes:
1. Expansão das operações empresariais.
2. Reposição de ativos obsoletos ou desgastados.
3. Renovação de ativos imobilizados (construção e reforma de 
imóveis) e de serviços contrato pela empresa (dentre outros, 
propagandas, pesquisas e consultorias.
IMPORTANTE:
Durante as operações empresariais, existem gastos 
associados aos processos produtivos, como os gastos 
administrativos e os gastos com salários. Contudo, não 
podemos tratar esses casos como investimentos, uma vez 
que visam à manutenção das operações empresariais em 
dado momento, não a resultados de longos prazos.
Para auxiliar o gestor financeiro a controlar os gastos da empresa com 
capital, há o chamado orçamento de capital. Trata-se de um processo que, 
considerando períodos maiores do que um ano, influencia, positivamente, 
Finanças Corporativas
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o programa de investimentos em ativos permanentes. Nesse processo, é 
contabilizado a relação custo-benefício de cada possível aquisição, com a 
finalidade de determinar a mais adequada ao contexto da empresa.
Figura 7 – Orçamento de capital
Fonte: Pixabay.
Como os gastos de capital, com frequência, visam a atender às 
necessidades de investimento das empresas, precisamos conhecer quais 
podem ser essas necessidades. De acordo com Assaf Neto (2010), alguns 
dos investimentos feitos pelas empresas são os seguintes:
a. Investimento economicamente independentes – são aqueles 
cujos fluxos de caixa não estão correlacionados – por exemplo, 
a aquisição de um aparelho de ar-condicionado para o setor 
administrativo não exclui a compra de uma máquina de costura 
para o setor produtivo.
b. Investimentos com dependência estatística – ao contrário do caso 
anterior, trata-se daqueles cujos fluxos de caixa se influenciam 
mutuamente. Como um investimento está condicionado a outro, 
teremos problemas se a relação de influência for negativa – por 
exemplo, propagandas de produtos concorrentes de uma mesma 
empresa são investimentos substitutos.
c. Investimentos com restrição orçamentária – são investimentos 
cujos retornos variam em resposta a mudanças em outros retornos 
– por exemplo, apesar de a produção de iates e de carros de luxo 
não ter uma relação direta, esses bens estão associados a eventos 
externos idênticos.
Finanças Corporativas
41
d. Investimentos mutuamente excludentes: não podem ser 
viabilizados concomitantemente, em função da incapacidade 
de financiamento – por exemplo, podemos não ter recursos 
financeiros para comprar dois imóveis, embora ambos sejam 
necessários.
No momento de decidir quais serão os investimentos das nossas 
empresas, deveremos avaliar, dentre outros elementos, o fluxo de caixa 
de cada alternativa disponível. Nesse sentido, quando elaborarmos um 
orçamento de capital, definiremos os fluxos de caixa de maior relevância 
para a empresa: 
a. Investimento inicial – é o recurso financeiro necessário para 
empresa sustentar um novo empreendimento.
b. Caixas operacionais – envolvem as vendas de bens e de serviços 
e os gastos com o processo produtivo.
c. Caixas terminais (residuais) – resultam do encerramento de um 
projeto e são calculados após a definição do Imposto de Renda.
O acompanhamento dos fluxos de caixa relevantes é, portanto, 
uma ferramenta com a qual a empresa maximizará o uso de seus recursos 
financeiros; e com a qual praticará Engenharia Econômica. Você conhece 
essa área de conhecimento, caro aluno?
A Engenharia Econômica se interessa pelas alternativas de 
investimento, aplicando técnicas comparativas que conduzam o gestor 
financeiro às melhores decisões. Para praticar Engenharia Econômica, 
existem algumas etapas básicas:
1. Dimensionamento do investimento fixo, que envolve o cálculo 
do quanto equipamentos produtivos, terrenos e outros bens são 
necessários.
2. Projeção de custos e de receitas. 
3. Pesquisa de fontes externas de financiamento. 
4. Projeção dos fluxos de caixa. 
Finanças Corporativas
42
5. Aplicação de técnicas de análise de investimento – payback, valor 
presente líquido (VPL) e taxa interna de retorno (TIR).
Por outro lado, a Engenharia Econômica depende, também, deconhecermos o mercado e as estratégias logísticas para eficientes para 
o nosso negócio.
Figura 8 – Importância da Engenharia Econômica
Fonte: Pixabay.
Sendo assim, podemos atualizar o conceito de orçamento de capital 
para este: ferramenta que, com base nos fluxos de caixa relevantes, orienta 
a definição do gasto de capital, aplicando os recursos da Engenharia 
Econômica a cada alternativa de investimento.
Finanças Corporativas
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RESUMINDO:
No decorrer desta unidade, tivemos o capital como foco. 
De início, diferenciamos capital próprio de capital de 
terceiros e compreendemos quais são suas vantagens e 
sua desvantagens. Pudemos concluir, então, que o uso de 
capital de terceiros, em muitos contextos, é mais rentável 
do que o de capital próprio, embora envolva riscos e possa 
retornar valores menores do que os esperados. Com isso em 
vista, dedicamo-nos à tarefa de calcular riscos e retornos 
de investimentos individuais e de carteiras (conjuntos de 
investimentos). Na sequência, abordamos que a injeção de 
capital em empresas do tipo sociedade anônima de capital 
aberto pode vir da negociação de partes do seu capital 
social (ações ou cortas-partes) no mercado de ações. Por 
últimos, estudamos os custos de capital e descobrimos 
são tipos de investimentos que as empresas devem fazer 
quando vislumbrarem ou oportunidades ou necessidades 
de crescimento e de aquisição de bens.
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REFERÊNCIAS
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	Tipos de Mercado Financeiro
	Custo do Capital Próprio e Custo do Capital de Terceiros
	Compreendendo o Capital Próprio
	Compreendendo o Capital de Terceiros
	Taxa Interna de Retorno (TIR)
	Risco: Como é Calculado?
	Retorno: Como é calculado?
	Risco e Retorno de Carteira: Como são Calculados?
	Risco de Captação de Recursos
	Valor das Ações e Funcionamento no Mercado de Ações
	Decisão de Capitalização das Empresas

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