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Filosofia: Religião e Estado .Religião X Estado ao longo da história...................................................................... A questão da separação das esferas religiosa e do Estado é antiga. Durante cada contexto, os �lósofos e pensadores tentaram compreender essa relação, propondo tentativas de solução para estas duas visões de mundo, às vezes, con�itantes. As relações entre moral religiosa e moral de Estado fazem parte das discussões públicas pelo menos desde o tempo da Grécia Antiga, quando Sócrates é acusado de não crer nos deuses da cidade. Nesse contexto, o dramaturgo grego Aristófanes já censurava os so�stas, uma vez que, para ele, o relativismo so�sta, ao criticar a religião o�cial, destruiria os valores fundamentais para a convivência social. Os pensadores cristãos também viviam em torno desse dilema, por conta de uma das passagens da bíblia que diz: dar a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus”. Além disso, São Paulo não deixa de dizer que a obediência civil é uma virtude cristão. .Santo Agostinho………..................................................................................................... O �lósofo Santo Agostinho (354-430 d.C) escreve a obra Cidade de Deus para tentar esclarecer a doutrina da Igreja. Ele pensava que, para além dos con�itos terrestres, importa mais trabalhar para a própria salvação da alma, por meio do respeito das leis cristãs de vida, e para o triunfo espiritual de Deus no mundo, isto é, a glória de Deus. O amor à Deus constitui a cidade celeste, que reúne e condensa os valores eternos e espirituais aos quais os seres humanos devem se ligar. A cidade celestial se orienta para o amor mútuo, seja pelo conselho, seja pela obediência. A cidade terrena tem como base o amor a si próprio e se orienta para a conquista e o poder. Entretanto, não há como separar as duas cidades e ambas convivem dentro da sociedade, até o Juízo �nal, quando a cidade de Deus prevalecerá. Para Santo Agostinho, quanto mais a cidade caminha em relação à verdadeira justiça, mais se aproxima de Deus. oA política na Idade Média………................................................................................ A política na Idade Média pode ser entendida assim: papa e rei são soberanos, mas cada um em seu domínio. Em caso de rompimento deste equilíbrio, haverá con�itos. O chefe cristão poderá exigir, em virtude dos valores e autoridade que exerce, que os reis obedeçam à Igreja. Já o rei poderá fazer pressão sob o poder espiritual de modo a utilizar a in�uência da Igreja para a sua glória e conquistas pessoais. Durante a Idade Média, esse equilíbrio pendeu ora para um lado, ora para o outro. .Os direitos naturais........................................................................................................... À medida que os governos absolutistas e o capitalismo estavam se consolidando, a Igreja foi separada do Estado (Estado laico). Assim, as leis do Estado passam a ser referentes à esfera pública e as leis da Igreja passam a ser referentes à esfera privada. Essa separação deixa o Estado como detentor do poder político, mas não resolve a questão da felicidade do cidadão. Os direitos naturais são aqueles que todos os homens nascem e cuja razão pode reconhecê-los como verdadeiros, independentemente da religião, garantindo a não intervenção da Igreja no Estado e vice-versa. .O crescimento do poder do Estado…............................................................................ O Estado laico promete a liberdade, mas, muitas vezes, seus meios impedem que essa liberdade se cumpra. Para Bertrand de Jouvenel, o Estado, sempre que amplia o poder, suprime o poder do cidadão, tanto em ditaduras quanto em democracias. O Estado passa a ser o único mediador e juiz de todas as ações, como já havia notado Max Weber ao a�rmar que o Estado detém o monopólio legítimo da violência. Desse modo, talvez não seja possível uma completa separação entre valores públicos e privados. O que deve ser buscado, en�m, é um valor comum para a comunidade política, quer venha de uma ética religiosa, quer venha de uma ética laica, ou de ambas.
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