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AULA 1 INTERNACIONALIZAÇÃO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS ÀS POLÍTICAS PÚBLICAS GLOBAIS Prof. Antonio Osmar Krelling Neto A luno: Y uri G om es M allaco E m ail: yurim allaco27@ gm ail.com 2 TEMA 1 – INTRODUÇÃO A nossa percepção, como sociedade, a respeito das fronteiras tem se alterado: tradições e valores são afetados por essa globalização da informação, alterando noções nacionais ou locais a respeito de determinado assunto. Isso influencia consequentemente a própria dinâmica de políticas públicas, a qual possui um novo desenho de comunidade, de modo que as dificuldades econômicas e sociais demandam soluções eficientes e eficazes. Como ideia, a política pública está abarcada pelas pesquisas da ciência política, mas quando da análise do ato governamental, estamos dentro do universo do direito. Seja como for, ambas esferas de pesquisa e análise merecem atenção e aprofundamento. A primeira será tratada desde já, ao passo que a segunda será mais bem elucidada mais adiante, em que pese esta estar sempre permeando as discussões até ao final do curso. Apenas para fins introdutórios, vale dizer que um conceito básico de política pública, sem qualquer presunção de exaurir a ideia, é equivaler-se a uma confluência de ações, e/ou omissões, que irão interferir na sociedade civil. Poderá ser diretamente proposta ou realizada pelo Estado e por seus agentes, de acordo com os interesses e mobilizações de determinada comunidade e irá afetar o contexto social. Políticas públicas, como teremos oportunidade de analisar, são provenientes de ciclos. Em que pese elas variem de acordo com a metodologia, bem como com o caso prático, as principais etapas desse ciclo de política pública são formulação, implementação e controle/avaliação. Dessa maneira, esses ciclos serão propostos e processados por agentes, ou verdadeiros empreendedores de políticas públicas, que igualmente estão sujeitos a darem prestígio a fatores externos. Assim, é uma realidade crescente a influência internacional, mormente em razão da famigerada globalização. No outro lado da moeda, atravessamos um momento em que diversos países estão com movimentos ultranacionalistas voltando a ter forças, inclusive o nosso. Há desconfiança em muitos lugares, e algumas nações se mostram relutantes em agir com solidariedade e abertura para com outros povos e cidadãos de outros países. Exemplificando, a despeito de alguns Estados-Nações estarem institucionalmente integrando a Organização das Nações Unidas, muitos não A luno: Y uri G om es M allaco E m ail: yurim allaco27@ gm ail.com 3 aderem aos seus princípios e diretrizes para transformação geral da sociedade e do globo. Ainda nesse sentido, países como Estados Unidos se mostram relutantes com movimentos pró meio-ambiente, e o próprio Reino Unido, por meio de um plebiscito, desejou abandonar a União Europeia, e, consequentemente, o projeto de integração social e econômica. No Brasil, a internacionalização das políticas públicas não está na velocidade similar em relação ao resto do globo, sobretudo porque os empreendedores de políticas públicas ainda não possuem apreço por essas variáveis. Igualmente, falta uma maior coordenação de diversos ramos interdisciplinares, que pretendemos trabalhar ao longo das aulas, de modo que a comunicação entre as diversas áreas sujeitas a políticas públicas sejam de fato integradas para auxiliar nos diversos processos e fluxos. Seja como for, a internacionalização de políticas públicas é fruto de diversos empreendedores políticos em cenário nacional e internacional. Nesse sentido, será imperioso que se faça uma análise cuidadosa dos temas que serão inseridos na agenda de políticas públicas, pois, como suas origens serão as mais diversas, o cuidado com as políticas públicas irá assegurar não só sua eficiência e eficácia, mas também sua legitimidade ante o Estado democrático de direito. Desse modo, sobretudo sob um viés da administração pública, porquanto as políticas públicas prestadas pelo Estado têm uma maior atenção, ainda que não consigam esgotar o tema, o estudo auxilia a aprimorar técnicas e processos de decisão. Portanto, quando estamos falando de internacionalização de políticas públicas, é necessário o exame de todo o conglomerado de assuntos científicos, econômicos, sociais, políticos para depurar o conteúdo de políticas públicas. TEMA 2 – CONCEITO DE POLÍTICA PÚBLICA Em verdade, política pública poderia ser conceituada como um amplo espectro de definições que ao final convergem a um só termo. Explicando: seu conceito variado depende de múltiplas conexões temáticas, bem como de ações que fazem dele o centro de atenção de diversas esferas sociais. E, a despeito de o Estado e suas instituições já serem alvo de estudo na Europa, seu surgimento acadêmico, contudo, tem berço nos Estados Unidos. Os americanos concentraram suas atenções sobre a ação dos governos para A luno: Y uri G om es M allaco E m ail: yurim allaco27@ gm ail.com 4 solucionar problemas públicos, de modo vertical, sem se debruçar demasiadamente sobre o Estado em si. Buscando um tratamento a respeito da palavra política, temos que é diretamente ligada à questão da própria atividade e competição do mundo político. Todavia, também é relacionada ao mundo de decisões e ações, porquanto podemos perceber em diversas instituições públicas ou privadas que condiz com o método de organização e trabalho que se realiza. No momento em que estamos tentando invadir a seara de discussão da política pública, temos uma maior relação com esse plano de tangível, em que realmente as coisas transparecem aos olhos da comunidade. Políticas educacionais, de infraestrutura, saúde, segurança, meio ambiente todas são de alguma forma percebidas pela população. Então, em relação à acepção da palavra política, podemos perceber que esta seja como o governo decide agir ou se omitir sobre os conflitos e problemas. Por outro lado, o termo pública é responsável por denotar que as ações deverão ser condizentes com o povo, ou seja, relacionado diretamente à coletividade. A política pública deverá então enfrentar algum problema público. Existirá então uma atenção para responder a um problema da população. O Estado agirá com intenção de resolver essa situação que foi considerada como relevante e recebeu atenção suficiente para tanto. Assim, realizando uma leitura conjugada dessas ideias, as políticas públicas poderiam ser sintetizadas como uma soma de atividades propostas pelos governos, que poderão não só agir diretamente como delegar essas atividades a terceiros. Desse modo, essa ação governamental deverá condizer com os anseios da comunidade em que está inserida. TEMA 3 – BASE TEÓRICA DA FORMULAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS Em um primeiro momento, devemos saber sobre como uma questão ou problema são sobrelevados a uma relevância tamanha que receba a atenção do governo. Em outras palavras, como essa preocupação instigada pela população, ou parte de alguma comunidade, ganha conjunto e relevância a fim de se transformar em política pública? Estudos expoentes na área, e aqui levaremos em conta sobretudo o elaborado por Kingdon (2011), levantam quatro processos como precursores de uma política pública: estabelecimento de uma agenda de política pública, A luno: Y uri G om es M allaco E m ail: yurim allaco27@ gm ail.com 5 ponderar caminhos para formular essa política pública, escolher uma opção dominante e, por fim, programar e executar a ideia eleita. Assim sendo, poderíamos conceituar agenda governamental como qualquer tema ou uma soma de diversos pontos para os quais o governo e suas ramificações concedem algum tipo de atenção. Com efeito, se existe um interesse de empreendedores de políticas públicas, haveráuma agenda governamental de políticas públicas. Noutro ponto, mas ainda nessa linha de pensamento, será considerado já como uma agenda decisional, se houver alguns tópicos que já estiverem preparados pelos formuladores de políticas públicas e só demandem uma ação para ser dado início às tratativas. Num primeiro momento, o fluxo que se observa é a própria existência de situações que foram identificadas como problemas. Assim, haverá uma atenção governamental que irá incidir na pauta da agenda, o que demonstra cabalmente a importância da criação de mecanismos que permitam avaliar com precisão a real situação: monitoramento de programas governamentais, relatórios de desempenho e principalmente de grandes eventos, como desastres e acidentes. Adiante, no que se denomina um segundo fluxo, percebemos algumas hipóteses levantadas pelos especialistas para enfrentar o problema levantado. Entre esses, estão pesquisadores científicos de diversas áreas, funcionários públicos, acadêmicos, apenas para citar três bons exemplos. Desse brainstorm, algumas ideias se destacam e podem acabar sendo utilizadas em determinada política pública. Já o terceiro fluxo é composto pela opinião pública, dos grupos de interesse e do Estado em si. Desse modo, a percepção da população, o posicionamento das forças organizadas e mobilizadas politicamente e a própria estrutura governamental irão convergir em suas discussões e alterar de maneira mais ou menos consubstancial as políticas públicas e a maneira de ver o problema. A luno: Y uri G om es M allaco E m ail: yurim allaco27@ gm ail.com 6 Figura 1 – O modelo dos múltiplos fluxos de Kingdon Fonte: adaptado de Capella, 2002, p. 98; Zahariadis, 2007, p. 71. Enfim, vale mencionar que os momentos para interligar esses debates podem ser extremamente propícios, como alguma situação extraordinária, ou o início de um novo governo, razão pela qual o empreendedor deverá sempre estar atento às oportunidades. Apesar de não controlarem as mudanças, eles poderão ser protagonistas na mudança de agendas políticas se souberem aproveitar o momento adequado e propício para tanto, utilizando-se da própria estrutura ou dos eventos respectivos. Não obstante, fato é que o empreendedor de políticas públicas será diretamente responsável pela agenda governamental, cuja manutenção ou mudança dependerá de inúmeras situações, principalmente se levarmos em conta a visão que se tem da dimensão do problema e a opinião pública a respeito. A luno: Y uri G om es M allaco E m ail: yurim allaco27@ gm ail.com 7 TEMA 4 – EMPREENDEDORES DE POLÍTICAS PÚBLICAS A importância de tratar sobre esses agentes, ainda que de maneira introdutória, é em razão de terem relevante parcela da responsabilidade sobre uma determinada política pública. Podem ser conceituados como indivíduos, ou pequenos grupos, que defendem alguma política pública, ou seu ideal, bem como percebem momento oportuno para pugnarem por soluções para problemas e situações. Esses agentes de políticas públicas podem ter três interesses principais. Os ganhos futuros almejados podem ser definidos por: • Concretos e pessoais: os empreendedores buscam incentivos materiais com determinada política pública. Assim, exemplificando, aventa-se manutenção ou expansão de financiamento; mais funcionários e burocratas; benefícios eleitorais para políticas; proteção de interesses para lobistas; • Valores: determinados indivíduos atuam para promover ideias em que acreditam e se sentem recompensados ao verem suas ideias serem propagadas, seja em relação ao Estado na economia; modelo de atuação estatal; negócios e valores morais e sociais; • Solidários: um tipo de empreendedor levantado pelos estudos de ciência política que apenas gostam de fazer parte. Em outras palavras, experimentam satisfação ao advogar por alguma causa; apreciam fazer parte das ações e estarem sob os holofotes do “jogo político”. Noutro vértice, Kingdon ainda levanta três características inerentes e necessárias aos empreendedores. Primeiro, eles possuem legitimidade em seu discurso e terem a confiança de seus ouvintes e/ou seguidores. Para tanto, deverão ser especialistas em sua área de atuação, ou ao menos estarem formalmente em posição de influência, do mesmo modo que precisam ter habilidade comunicativa e didática ao expressarem suas ideias. Em segundo lugar, conexões políticas e habilidades de negociação. Ora, o meio em que estarão inseridos no momento de advogarem por alguma causa, imperiosamente demandará que estejam preparados para o principal meio de efetivação de políticas públicas. A luno: Y uri G om es M allaco E m ail: yurim allaco27@ gm ail.com 8 Derradeiramente, um terceiro ponto é indispensável ao empreendedor de políticas públicas: a resiliência. O indivíduo deverá ser persistente, despendendo tempo e recursos financeiros para lograr êxito em sua empreitada. Afinal, deverão se fazer presentes em congressos, darem palestras, elaborando relatórios, conversando pessoalmente, ou por intermédio da tecnologia, com pessoas que eventualmente possam auxiliar a consolidar os ideais defendidos. Seja qual for a razão que levará esse empreendedor a despender seus recursos, a realidade é que suas ações irão impactar as comunidades de políticas públicas. E, como natural do ser humano, somos resistentes às mudanças, então, caso o indivíduo tenha por escopo alterações nas bases dessas comunidades, ele precisará de muito estudo e poder de persuasão. Não obstante, serão necessárias a reflexão e a conversa entre diversos especialistas com a comunidade. As argumentações e ideias propagadas pelos empreendedores, discutidas nesse meio, poderão ser percebidas de uma maneira menos defensiva e, então, ser implementadas. Os empreendedores deverão apresentar seu trabalho das maneiras mais diversas para conseguir a atenção necessária. Aventa-se que lançar um projeto de lei bem como requisitar audiências públicas sobre o tema são boas opções para tanto. TEMA 5 – DIVERSAS DIMENSÕES E CATEGORIAS DAS POLÍTICAS Dando seguimento à ideia dos esforços propagados pelos empreendedores de políticas públicas para consolidar seus ideais, temos que eles estarão imersos a diversas dimensões que perpassam as políticas públicas. E dentro da própria política, alguns estudiosos levantaram três dimensões distintas. • Política constitucional: a própria natureza do Estado será norteadora dessa dimensão. Afinal, o próprio ordenamento jurídico e os direitos e garantias fundamentais elencados irão nortear a agenda governamental. Do mesmo modo, isso irá afetar a população e sua participação política no Estado. Resumindo, os sistemas político-administrativo e jurídico irão estruturar essa dimensão da política. • Política competitiva: tem por base os conflitos inerentes ao nosso processo político. Qualquer tipo de movimento, explícito ou tácito, que leve aos principais atores desse processo (representantes do povo ou não) e que A luno: Y uri G om es M allaco E m ail: yurim allaco27@ gm ail.com 9 cause conflito, consenso, coalização ou cisão estará aqui englobado e, sobretudo, percebido em governos democráticos, em que há uma verdadeira competição para garantir que os objetivos e interesses de determinados grupos se sobressaiam. • Política pública: como temos trabalho, isso diz respeito à atividade política do Estado, ou seja, um resultado produzido com base em seu regular funcionamento. Evidentemente, as políticas públicas serão o fruto das políticas competitivas e constitucionais. Somente os conteúdos legítimos para o direito e que tenham sido assegurados como ganhadores da competição política poderão surgir em um desfecho que crie a política pública. Com base nessa noção de integração das políticas para gerar a política pública,precisamos nos debruçar sobre três categorias que irão reger esse diálogo entre os empreendedores de políticas públicas: rede de política, arena de política e ciclo de política. • Rede de política: Será a junção de instituições públicas ou privadas, cidadãos, grupos organizados por cidadãos e quaisquer grupos formados pelos Poderes e pela sociedade que versem sobre alguma política de interesse público. Dada sua natureza abrangente, conceitua-se em aberta, quando há um diálogo aberto com novos membros e outros grupos e instituições; fechada, no caso de ser procurada para novas inscrições e não se comunicar com facilidade com outros grupos; inclusiva, no caso de o grupo não ter muitas exigências para novos membros; e excludente quando são diversos pré-requisitos para novos membros. Partidos políticos ou movimentos sociais podem construir redes de política. • Arena de política: no topo da pirâmide, temos os partidos políticos, membros do Legislativo e titulares do Poder Executivo como ocupantes do centro dessa arena formal em que ocorrem debates sobre ganhos e perdas nos processos de políticas públicas. Em segundo momento, temos equipes do governo, burocracia e o Poder Judiciário. Por fim, sindicatos, meios de comunicação, empresas permeiam a última categoria em que também ocorrem arenas de políticas e também se debate sobre políticas públicas e interesses de cada parte da comunidade. • Ciclo de política: merecem um tema de estudo à parte, mas já adiantando um pouco da ideia, representarão a ligação entre o interesse público e A luno: Y uri G om es M allaco E m ail: yurim allaco27@ gm ail.com 10 relevância da temática no plano das ideais, a ação do governo, efetiva realização no plano concreto até a sua percepção pela comunidade. São diversas etapas que permitem analisar e processar tempo, recursos e até pessoas no plano de execução da política pública, nos mais variados momentos em que as políticas públicas são trabalhadas. Saiba mais SECCHI, L. Políticas públicas: conceitos, esquemas de análise, casos práticos 2. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2017. p. 1-39 A luno: Y uri G om es M allaco E m ail: yurim allaco27@ gm ail.com 11 REFERÊNCIAS BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 5 out. 1988. BUCCI, M. P. D. O conceito de política pública em direito. In: BUCCI, _____. (Org.). Políticas públicas: reflexões sobre o conceito jurídico. São Paulo: Saraiva, 2006. CAPELLA, A. C. N. Um estudo sobre o conceito de empreendedor de políticas públicas: ideias, interesses e mudanças. Caderno EBAPE.BR, Rio de Janeiro, v. 14, n. especial, p. 486-505, jul. 2016. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679- 39512016000700486&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 22 jul. 2019. _____. Perspectivas teóricas sobre o processo de formulação de políticas públicas. In: HOCHMAN, G.; ARRETCHE, M.; MARQUES, E. Políticas públicas no Brasil. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2007. _____. Perspectivas teóricas sobre o processo de formulação de políticas públicas. BIB: Revista Brasileira de Informação Bibliográfica em Ciências Sociais, n. 41, São Paulo, Anpocs, 1996. Disponível em: <http://www.anpocs.org.br/portal/images/bib61.pdf>. Acesso em: 22 jul. 2019. FARIA, C. A. P. de (Org.). Implementação de políticas públicas: teoria e prática. Belo Horizonte: Ed. da PUC Minas, 2012. _____. (Org.) Políticas públicas e relações internacionais. Brasília: Enap, 2018. KINGDON, J. W. Agendas, alternatives, and public policies. Illinois: Pearson, 2011. LIMA, M. L. O. F. de; MEDEIROS, J. J. Empreendedores de políticas públicas na implementação de programas governamentais. Revista de Administração Pública, Rio de Janeiro, v. 46, n. 5, p. 1251-1270, out. 2012. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034- 76122012000500004&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 22 jul. 2019. SECCHI, L. Políticas públicas: conceitos, esquemas de análise, casos práticos 2. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2017. A luno: Y uri G om es M allaco E m ail: yurim allaco27@ gm ail.com 12 ZAHARIADIS, N. The multiple streams framework: structure, limitations, prospects. In: SABATIER, P. A. (Ed.). Theories of the policy process. Boulder: Westview, 2007. p. 65-92. A luno: Y uri G om es M allaco E m ail: yurim allaco27@ gm ail.com 2 TEMA 1 – POLÍTICAS PÚBLICAS SOB VIÉS POLÍTICO Onde houver governo, haverá políticas públicas. Independentemente do modelo estatal, o governo deverá compreender que seu papel precípuo será agir para atender a interesses da população. Não é determinante se o regime é democrático ou busca o bem-estar da maioria. A política pública tem seu viés sobretudo na ciência política. Como também se trata da intenção de agir de um governo, essa criação política estará ligada intimamente com as artes de governar e mediar interesses. Nesse sentido, cada governo irá elucubrar modelos possíveis de políticas públicas que respeitem a própria estrutura estatal e as relações institucionais estabelecidas. Então, os conjuntos de ideais e objetivos de cada gestão deverá estar condizente com o estilo do governo. Para exemplificar, Osborne e Gaber (1994) identificaram alguns tipos de governo: catalisador: para o qual é melhor usar o timão do que remar; de propriedade da comunidade: para o qual é melhor facultar do que servir diretamente; competitivo: o que imprime competitividade na prestação de serviços; inspirado em objetivos: aquele que pressupõe a transformação das organizações, regida por regras; dirigido por resultados: o que busca financiar o produto, não os dados; inspirado no cliente: aquele que deseja satisfazer as necessidades do cliente e não da burocracia; empresarial: governo que quer ganhar, ao invés de gastar; previsor: para o qual mais vale prevenir do que remediar; descentralizado: que vai da hierarquia ao incentivo à participação e ao trabalho em equipe; orientado para o mercado: o que quer provocar a mudança por intermédio do mercado. Como atos políticos, sobretudo, as políticas públicas precisam almejar o bem-estar do cidadão, o que já engloba diversos pontos específicos. Não obstante, é imprescindível que se prestem serviços a fim de proteger a ordem pública, que se aloquem recursos que viabilizem todos os direitos sociais do A luno: Y uri G om es M allaco E m ail: yurim allaco27@ gm ail.com 3 indivíduo, por exemplo mediante efetivação de política agrária, gestão urbana, defesa do consumidor. A estratégia a ser aplicada a cada política pública depende dos elementos que a permeiam, da relação entre a necessidade a possibilidade de realização de dada política. Assim, algumas políticas são projetadas para um futuro de curto prazo e, com isso, mais se assemelham a políticas de governo, que estão vinculadas a outros ideais maiores; ao passo que políticas de Estado são as pensadas e discutidas em décadas de aprimoramento. Entretanto, o que se vê na prática é que as decisões políticas passam muito mais pela politicagem em si do que propriamente pelo atendimento do interesse público. Nosso cenário atual ratifica essa percepção de que muitos tratamentos concedidos a temas polêmicos passam mais pela via política e cultural que propriamente pelo debate sobre o que é melhor para a população. Com atenção detida aos nossos Congresso e Senado Federais, podemos perceber a forte presença de bancadas que correspondem à representação de interesses específicos: dos evangélicos, dos ruralistas, dos seguros de saúde privada etc. Essas bancadas nem sempre votarão no sentido de atender aos anseios da população; os grupos de interesse que exercem forte influência em nosso país (como em boa parte do globo) irão ditar a regra geral das decisõestomadas, que nem sempre estarão alinhadas com o interesse público. Noutro vértice, mas ainda nessa linha de raciocínio, a própria politicagem faz com que muitos votem de acordo com a barganha feita entre partidos e grupos de interesse. Então, ainda há hipótese de o representante do povo sequer votar de acordo com seus ideais, se afastando ainda mais do propósito de representar seu eleitorado. Por tanto, subsistem desafios, no contexto brasileiro. A interpretação é de que o processo de políticas públicas está cada vez mais político, de sorte que os empreendedores e atores desse meio precisam, cada vez mais, se dedicar para pugnar por seus objetivos e participar dos debates inerentes às propostas que surgem. TEMA 2 – O CONCEITO DE POLÍTICA PÚBLICA PARA O DIREITO Políticas públicas fazem parte do estudo jurídico. Afinal, tanto os juristas quanto os cientistas políticos precisam compreender que o direito pertence ao campo da interdisciplinaridade inerente ao assunto. A luno: Y uri G om es M allaco E m ail: yurim allaco27@ gm ail.com 4 Um desafio muito claro para consolidar esse ideal é que o direito tem algumas complicações em relação à objetividade e à cientificidade de seus debates. Entretanto, isso não impede que os direitos sociais sejam construídos juridicamente. Implementar e consolidar esses direitos sociais por meio de políticas públicas têm alguns obstáculos a serem superados pela teoria do direito. A despeito da nossa Constituição Federal assegurar direitos que contemplam um verdadeiro Estado social (Brasil, 1988), nossas instituições ainda possuem uma postura abstencionista. Não obstante, temos direitos individuais, sociais e, mais recentemente debatidos, os difusos, que estão previstos no ordenamento jurídico, e todo esse conteúdo jurídico vai no sentido de atender à dignidade humana em sua plenitude. Dessa feita, ante esse processo de ampliação de direitos, que englobam desde a liberdade individual até a proteção da ordem econômica e do meio ambiente, o Estado precisa compreender sua posição de seu garantidor, com seus poderes econômicos e políticos, perante nossas leis e refletir sobre como deverá se adaptar para atender àquelas diretrizes. Em outras palavras, nosso ordenamento jurídico positivou esses direitos sociais que foram amplamente debatidos ao longo dos anos, ao redor do mundo. Existem diversos suportes legislativos que atestam esses direitos: textos constitucionais, leis e até mesmo regras infralegais. Eles traçam objetivos, diretrizes, instrumentos, toda uma base de sustentação daqueles direitos. É certo que nós temos diversos problemas socioeconômicos, porquanto sermos um país em desenvolvimento, mas isso não exime o Estado de sua função de proteger seus cidadãos. A democracia brasileira é recente e a ela cumpre a missão de promover direitos, reduzindo desigualdades e ampliando a infraestrutura que atenda aos anseios da população. Seja como for, a falta de padrão jurídico para expressar políticas públicas atrapalha o trabalho. Vincular outros instrumentos e disciplinas a governos e condições políticas atestam a dificuldade de existir controle judicial dessas políticas públicas. Se não fosse suficiente, atualmente há um verdadeiro movimento de judicialização da política e da Administração Pública. Nosso Supremo Tribunal Federal (STF) e nosso Judiciário, como um tudo, têm decidido no sentido de efetivar alguns direitos sociais que influenciam diretamente nas políticas públicas. A luno: Y uri G om es M allaco E m ail: yurim allaco27@ gm ail.com 5 TEMA 3 – CONTROLE JUDICIAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS Admite-se que algumas políticas públicas são traçadas por intervenção do Poder Judiciário. Isso ocorre porque, muitas vezes, as decisões jurídicas afetam a atividade político-administrativa. Entretanto, todo cuidado é pouco. Aceitar que juízes governem seria equivocado, porquanto não sejam membros legítimos para representar o povo. Dessa forma, não devem tomar decisões de gestão na Administração Pública. Aventemos, no entanto, a hipótese de que o Judiciário possa assegurar que comunidades que não possuam organização nem empreendedores de políticas públicas tenham seus direitos assegurados e um canal de comunicação com o governo. Porém, precisa existir, para isso, discernimento ao se aplicar a discricionariedade política para se examinar, caso a caso, e se identificar aqueles em que há omissões estatais em assegurar os direitos e garantias dos cidadãos. Fato é que, apesar de os estudos não serem integrados, as políticas públicas precisam ser relacionadas com o mundo do direito. Uma decomposição realizada permite deixar essa ideia mais clara: programa, ação de coordenação e processo. Esses três termos são utilizados para tentar fornecer maior solidez ao complexo processo de políticas públicas, sob a ótica judicial. Cria-se, assim, uma terminologia que, apesar das discussões e debates, mostra-se necessária para delimitar o conteúdo de determinada política pública. O programa consiste em individualizar o plano de ação do Estado. Desse modo, um programa administrativo, que representa diversas regulamentações jurídicas e governamentais sobre determinada política pública, irá determinar e ser determinado por diversos planos de ação. Importante consignar que esses programas deverão respeitar o princípio da legalidade, ou seja, todo o nosso ordenamento jurídico, na hora de dispor sobre densidade regulamentar, concentração institucional e níveis de intervenção e coerência com recursos e modalidades. Formalmente, são diversos os documentos programáticos redigidos: leis, diretrizes, normas; materialmente, qualquer normativa que almeje resolver um problema, de maneira que oferte meios para que a Administração Pública realize atos para atender às finalidades de uma política pública. O programa deverá, também, conter informações extrajurídicas que permitam identificar os objetivos a serem atingidos e os meios utilizados, a fim de A luno: Y uri G om es M allaco E m ail: yurim allaco27@ gm ail.com 6 se permitir sua avaliação posterior. Contudo, os instrumentos para formalizá-lo deverão ser jurídicos, para receberem efetivação. A ação de coordenação complementa a ideia do programa. Ora, mesmo que existam os ideais, nas políticas públicas, conforme percebidos pelo direito, elas não se esgotam na sua validade formal. Isso porque, apesar de eficácia jurídica e cumprimento estrito das regras legais, as políticas públicas devem almejar seus resultados no plano mensurável, ou seja, atingir os objetivos elencados no programa e atender à perspectiva da população. Validade e eficácia não se excluem mutuamente, porém também não pertencem sempre ao mesmo contexto fático. Deve-se adequar e ajustar o sistema jurídico-institucional às necessidades de forma a permitir que se realizem os objetivos traçados, o que é uma tarefa árdua e que precisa do diálogo entre as teorias do direito, da Administração Pública e da ciência política, para que elas não se deteriorem entre si. Nesse sentido, os Poderes Legislativo, Judiciário e Executivo também precisam de melhor coordenação e interação; bem como os níveis federativos da União e os municípios e as diversas pastas governamentais. A gestão pública, então, demanda consentimento para gerir todas as figuras que comportam a abordagem das políticas públicas. Nessa linha de raciocínio, o processo se queda como a sequência de atos para agregar elementos. E, na ideia do nosso curso, isso representa envolver diversos personagens para participação nos processos políticos. O processo permite que o interesse público sobressaia de um diálogo multidisciplinar e com pluralidade de interesses em jogo. Noutro ponto, temos também que o processo irá impor uma regra de tempo para implementação das políticas públicas, assim como paraa verificação de seus resultados. Vale lembrar que, em nosso contexto, esse processo tem forte influência do calendário eleitoral. TEMA 4 – DIREITOS E GARANTIAS SOB PROTEÇÃO DO ESTADO Fundamentalmente, o Estado liberal clássico garante a liberdade do indivíduo ao se abster de algumas ações contra ele, ou seja, ao deixar de agir para não invadir a esfera de garantias do cidadão. Porém, como o outro lado da moeda, o Estado precisa tomar decisões e executar atos que promovam outras tantas garantias asseguradas à sociedade, como trabalho, moradia, assistência social, saúde, infraestrutura. A luno: Y uri G om es M allaco E m ail: yurim allaco27@ gm ail.com 7 Pois bem: como há diversas dificuldades conceituais, devemos tentar simplificar o diálogo com a ciência do direito e compreender que direitos positivos e negativos irão permear as discussões de políticas públicas. Tomando o meio ambiente como exemplo: ora o Estado deverá se abster de algumas ações, para mantê-lo incólume; ora, imperiosamente, irá estruturar normais penais e criar instituições que fiscalizem e protejam esse direito fundamental de todos a um meio ambiente saudável. Essa lógica irá seguir toda a questão de prestação de direitos que possuímos em nossa Constituição Federal. Afinal, nossa Carta Magna previu, em seus artigos, a implementação de um Estado de bem-estar social, com diversos direitos assegurados aos cidadãos, que contariam com a máquina pública para promovê-los (Brasil, 1988). E é importante que haja essa previsão legal, pois, se por um lado, quando estamos falando de ação negativa do Estado, basta que ele não aja, nas ações positivas precisamos de objetivos bem determinados. Os direitos, constitucionais ou não, deverão ser apreciados por todos que estejam ligados com políticas públicas, seja a comunidade organizada, para exigi-los, sejam os poderes da Administração Pública que estejam de alguma forma vinculados a eles. Substancialmente, devemos nos questionar sempre sobre o que deve ser protegido e de que forma. Compreender esse ponto, às vezes, nos afasta mais da noção do direito em si e transpassa pesquisa e estudo da tarefa dogmática. Assim, a realidade fática nos apresenta que, em algumas questões, o Estado terá força suficiente para atuar de acordo com as diretrizes criadas pela legislação e pelos anseios da população. Todavia, frequentemente grupos de interesse se formam na esfera privada com o objetivo de pleitear a proteção de seus direitos. Afinal, pode-se aventar a existência de uma verdadeira discricionariedade estrutural, que irá analisar e levantar dados que permitam compreender questões e problemas, bem como a efetividade de decisões tomadas pelo governo. De um lado, há a parte cognitiva dessa discricionariedade, que é como se sopesam essas questões; e, do outro, no caso a respeito da efetividade, de que forma se avaliam e percebem as situações. Dessa forma é que surgem então os direitos à organização e procedimentos para demandar garantias constitucionais. O próprio direito à proteção jurídica está ligado a essa ideia de salvaguardar outros direitos. A luno: Y uri G om es M allaco E m ail: yurim allaco27@ gm ail.com 8 Destarte, o Estado democrático de direito, ao permitir revisão das leis e atos governamentais, seja por meio do Judiciário, seja por qualquer outro tipo de garantia à revisão concedido pela estrutura estatal, proporciona a depuração das políticas públicas. As argumentações jurídicas, que, muitas vezes, também importam conceitos de outros países, estabelecem metas e finalidades do coletivo. O juízo de validade das políticas públicas, de suas normas e objetivos, bem como de sua eficácia, tem contribuído para a consolidação de direitos sociais de todas as ordens. TEMA 5 – EXEMPLOS DE DIREITOS POSITIVADOS QUE SÃO OBJETIVOS DE POLÍTICAS PÚBLICAS Após um denso aporte teórico sobre as questões da relação do ordenamento jurídico com as ações governamentais e políticas públicas, seguem alguns exemplos que permitem uma melhor compreensão do tema. De plano, vejamos os caputs dos art. 5º e 6º da Constituição Federal: Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: [...] Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. (Brasil, 1988) Isso posto, vejamos como se aprofunda o texto constitucional acerca de alguns desses direitos: Seguridade social: protegida pelos art. 194: A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social. Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos da lei, organizar a seguridade social [...] (Brasil, 1988); e 204 da Constituição Federal (Brasil, 1988). Saúde: garantida pelo art. 6º da Constituição Federal e Leis n. 8.212/1991 (que “Dispõe sobre a organização da Seguridade Social, institui Plano de Custeio, e dá outras providências”) e 8.142/1990 (que “Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) A luno: Y uri G om es M allaco E m ail: yurim allaco27@ gm ail.com 9 e sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde e dá outras providências”) (Brasil, 1988, 1990b, 1991a). Previdência social: direito assegurado pelas Leis n. 8.212/1991 e n. 8.213/1991, que tratam sobre custos e benefícios previdenciários (Brasil, 1991a, 1991b). Educação: assistida pelos art. 205 (“A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”) a 214 da Constituição Federal (Brasil, 1988). Cultura: tema dos art. 215 (“O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais”) e 216 (“Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira [...]”) da Constituição Federal e da Lei n. 8.313/1991 (que “Restabelece princípios da Lei n° 7.505, de 2 de julho de 1986, institui o Programa Nacional de Apoio à Cultura (Pronac) e dá outras providências”) (Brasil, 1988, 1991c). Desporto: assunto do art. 217 (“É dever do Estado fomentar práticas desportivas formais e não formais, como direito de cada um [...]”) da Constituição Federal e da Lei n. 9.615/1998 (que “Institui normas gerais sobre desporto e dá outras providências”) (Brasil, 1988, 1998c). Ciência e tecnologia: pauta dos art. 218 (“O Estado promoverá e incentivará o desenvolvimento científico, a pesquisa, a capacitação científica e tecnológica e a inovação”) e 219 (“O mercado interno integra o patrimônio nacional e será incentivado de modo a viabilizar o desenvolvimento cultural e socioeconômico, o bem-estar da população e a autonomia tecnológica do País, nos termos de lei federal”) da Constituição Federal (Brasil, 1988). Comunicação social: direito garantido pelos art. 220 (“A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição [...]”) e 224 da Constituição Federal e Leis n. 9.472/1997 (que“Dispõe sobre a organização dos serviços de telecomunicações, a criação e funcionamento A luno: Y uri G om es M allaco E m ail: yurim allaco27@ gm ail.com 10 de um órgão regulador e outros aspectos institucionais, nos termos da Emenda Constitucional nº 8, de 1995”) e n. 9.612/1998 (esta “Institui o Serviço de Radiodifusão Comunitária e dá outras providências”) (Brasil, 1988, 1997, 1998b). Meio ambiente: assistido pelos art. 225 (“Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”) da Constituição Federal e pela Lei n. 9.605/1998 (Brasil, 1988, 1998a). Proteção da família, criança, adolescente e idoso: garantida pelos art. 226 (“A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado”); art. 227: É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão (Brasil, 1988) a 230 (“A família, a sociedade e o Estado têm o dever de amparar as pessoas idosas, assegurando sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade e bem-estar e garantindo-lhes o direito à vida”) da Constituição Federal e pelas Leis n. 8.069/1990 (o Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA) e n. 8.842/1994 (que “Dispõe sobre a política nacional do idoso, cria o Conselho Nacional do Idoso e dá outras providências”) (Brasil, 1988, 1990a, 1994). Importante perceber como nossa Constituição Federal de 1988 de fato implementa, com seu texto, diversos direitos sociais de maneira pormenorizada e os coloca como missão do Estado (Brasil, 1988). Igualmente, a maior parte das leis supracitadas foi implementada logo após a promulgação da nossa Carta Magna, a fim de descrever com maior detalhamento todos os pontos necessários para que se permita o processo de efetivação de políticas públicas com respeito ao ordenamento jurídico. A luno: Y uri G om es M allaco E m ail: yurim allaco27@ gm ail.com 11 LEITURA OBRIGATÓRIA BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Diário Oficial da União, Brasília, 5 out. 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm>. Acesso em: 12 ago. 2019. BUCCI, M. P. D. O conceito de política pública em direito. In: BUCCI, M. P. D. (Org.). Políticas públicas: reflexões sobre o conceito jurídico. São Paulo: Saraiva, 2006. A luno: Y uri G om es M allaco E m ail: yurim allaco27@ gm ail.com 12 REFERÊNCIAS ALEXY, R. Teoria dos direitos fundamentais. Tradução: Virgílio Afonso da Silva. São Paulo: Malheiros, 2008. BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Diário Oficial da União, Brasília, 5 out. 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm>. Acesso em: 12 ago. 2019. _____. Lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990. Diário Oficial da União, Brasília, p. 13.563, 16 jul. 1990a. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm>. Acesso em: 13 ago. 2019. _____. Lei n. 8.142, de 28 de dezembro de 1990. Diário Oficial da União, Brasília, p. 25.694, 31 dez. 1990b. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8142.htm>. Acesso em: 13 ago. 2019. _____. Lei n. 8.212, de 24 de julho de 1991. Diário Oficial da União, Brasília, p. 14.801, 25 jul. 1991a. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8212cons.htm>. Acesso em: 13 ago. 2019. _____. Lei n. 8.213, de 24 de julho de 1991. Diário Oficial da União, Brasília, p. 14.809, 25 jul. 1991b. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8213cons.htm>. Acesso em: 13 ago. 2019. _____. Lei n. 8.313, de 23 de dezembro de 1991. Diário Oficial da União, Brasília, p. 30.261, 24 dez. 1991c. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8313cons.htm>. Acesso em: 13 ago. 2019. _____. Lei n. 8.842, de 4 de janeiro de 1994. Diário Oficial da União, Brasília, p. 77, 5 jan. 1994. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8842.htm>. Acesso em: 13 ago. 2019. _____. Lei n. 9.472, de 16 de julho de 1997. Diário Oficial da União, Brasília, p. 15.081, 17 jul. 1997. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9472.htm>. Acesso em: 13 ago. 2019. A luno: Y uri G om es M allaco E m ail: yurim allaco27@ gm ail.com 13 _____. Lei n. 9.605, de 12 de fevereiro de 1998. Diário Oficial da União, Brasília, p. 1, 13 fev. 1998a. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9605.htm>. Acesso em: 13 ago. 2019. _____. Lei n. 9.612, de 19 de fevereiro de 1998. Diário Oficial da União, Brasília, p. 11, 20 fev. 1998b. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/LEIS/L9612.htm>. Acesso em: 13 ago. 2019. _____. Lei n. 9.615, de 24 de março de 1998. Diário Oficial da União, Brasília, p. 1, 25 mar. 1998c. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9615consol.htm>. Acesso em: 13 ago. 2019. BUCCI, M. P. D. O conceito de política pública em direito. In: BUCCI, M. P. D. (Org.). Políticas públicas: reflexões sobre o conceito jurídico. São Paulo: Saraiva, 2006. CAPELLA, A. C. N. Um estudo sobre o conceito de empreendedor de políticas públicas: ideias, interesses e mudanças. Caderno Ebape.br, Rio de Janeiro, v. 14, n. esp., p. 486-505, jul. 2016. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679- 39512016000700486&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 13 ago. 2019. CHRISPINO, A. Introdução ao estudo das políticas públicas: uma visão interdisciplinar e contextualizada. Rio de Janeiro: FGV Editora, 2016. COMPARATO, F. K. Ensaio sobre o juízo de constitucionalidade de políticas públicas. Revista de Informação Legislativa, v. 35, n. 138, p. 39-48, abr./jun. 1998. Disponível em: <http://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/496870/RIL138.pdf?sequen ce=1&isAllowed=y>. Acesso em: 13 ago. 2019. FARIA, C. A. P. de (Org.). Implementação de políticas públicas: teoria e prática. Belo Horizonte: Ed. PUC Minas, 2012. LIMA, M. L. de O. F. de; MEDEIROS, J. J. Empreendedores de políticas públicas na implementação de programas governamentais. Revista de Administração Pública, Rio de Janeiro, v. 46, n. 5, p. 1.251-1.270, set./out. 2012. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034- 76122012000500004&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 13 ago. 2019. A luno: Y uri G om es M allaco E m ail: yurim allaco27@ gm ail.com 14 MARQUES, E.; FARIA, C. A. P. (Org.). A política pública como campo multidisciplinar. São Paulo: Ed. Unesp; Rio de Janeiro: Ed. Fiocruz, 2013. SECCHI, L. Políticas públicas: conceitos, esquemas de análise, casos práticos. 2. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2017. A luno: Y uri G om es M allaco E m ail: yurim allaco27@ gm ail.com 2 TEMA 1 – CICLO DE POLÍTICAS PÚBLICAS Para conceituar ciclo de políticas públicas, é necessário compreender que se trata de todo o processo de sua elaboração, desde a identificação de um problema até sua avaliação. Esse complexo trajeto demanda uma esquematização para que fique mais claro compreender as fases que ela possui, tentando ao máximo delimitá-las, em que se pese terem seu grau de interação. Desde já, cumpre destacar que essas etapas são conhecidas por: 1) Identificação do problema 2) Formação da agenda 3) Formulação de Alternativas 4) Tomada de Decisão 5) Implementação 6) Avaliação Com a ilustraçãoa seguir, fica mais compreensível entender como se relacionam e o significado de ciclo: Figura 1 — Ciclo de políticas públicas Posto isso, é importante destacar uma vez mais que, na prática, esse ciclo é bem mais heterogêneo do que comporta sua definição teórica. O dinamismo da vida política faz com que sequer seja possível garantir uma sequência ordinal A luno: Y uri G om es M allaco E m ail: yurim allaco27@ gm ail.com 3 entre elas, mas, para fins didáticos, essa delimitação se mostra bastante proveitosa para compreender o funcionamento de um processo de política pública. Ainda nessa linha de ideias, é difícil atestar os marcos temporais de cada política pública, ou seja, determinar um ponto de partida e chegada das políticas públicas. Seus processos e demarcações podem ser imperceptíveis a um olhar descuidado. Ante a essa dificuldade de enxergar os principais pontos e conceitos de uma política pública, organizar seu processo em ciclos é a lupa necessária para possibilitar a análise de um caso concreto. Com efeito, esse estudo conceitual permite que políticos, pesquisadores e membros da sociedade civil possam ter um conceito representativo que permita comparações e análises de situações multifacetadas. TEMA 2 – IDENTIFICAÇÃO DO PROBLEMA Como problema, entende-se que é a distinção entre o que deveria ser e o que é a realidade. Em outras palavras, para uma política pública, problema é exatamente a disparidade entre o que a sociedade gostaria que fosse, mas que a verdade nos mostra uma situação muito diferente da pretendida. Para exemplificar um problema público global, que tem recebido atenção nos últimos anos em nosso país, citamos a crise ecológica. Alguns empreendedores de políticas públicas têm exigido soluções para frear o desgaste do planeta. Assim, esses grupos têm se baseado em pesquisas que apresentam problemas ecológicos em razão do mau uso da tecnologia e do crescimento demográfico, que estão afetando as condições naturais do planeta. Noutro ponto, mas ainda nesse raciocínio, igualmente trazem soluções possíveis para esse problema, ou seja, que é possível uma realidade diferente da atual que não mais teria esse problema. Nessa toada, já podemos notar que a percepção do problema público está no campo do subjetivismo. Ora, o aumento da população, da poluição, do desmatamento, do uso não racional de recursos ambientais, tudo isso já vinha afetando nosso planeta há décadas, mas foi somente com movimentos sociais que essa questão tomou proporções de interesse político global. Em outro vértice, também se faz imprescindível definir e delimitar o problema público. Desse modo, levantar quais são os principais elementos que A luno: Y uri G om es M allaco E m ail: yurim allaco27@ gm ail.com 4 compõem determinado problema e tentar sintetizá-lo em poucas palavras é um dos desafios dos empreendedores de políticas públicas. Afinal, eles precisam não só apresentar o problema, como também tentar de imediato propor soluções e aventar quais são os culpados e os obstáculos a serem superados. Por oportuno, destaca-se que o problema pode sofrer mutações ao longo do processo. Claramente, esse problema, com o transcurso do tempo – lembrando que os ciclos de políticas públicas podem representar diversos anos – , apresentará novos desafios e obstáculos, bem como poderá ser redefinido e adaptado. Razão não é outra para a importância de se explicar e delimitar bem qual o problema público a ser debatido, sob chance de seu ideal precípuo se perder em meio ao debate. Enfim, como já aventado, é importante que, junto com a problematização de determinada situação real, os atores de políticas públicas também elenquem possíveis soluções. No fim das contas, se socialmente não há resposta para determinada questão, não há o que ser debatido e conceitualmente não é um problema. A responsabilidade de identificar (e propor soluções para) esses problemas públicos serão de todos os empreendedores de políticas públicas, por exemplo, agentes políticos e organizações não governamentais. Caso ganhe atenção suficiente, passará a integrar a lista de prioridades denominada agenda de políticas públicas. TEMA 3 – FORMAÇÃO DA AGENDA E ALTERNATIVAS DE POLÍTICAS PÚBLICAS Conforme exposto no Tema 2, a agenda compõe diversos problemas e temas que foram tratados como relevantes para a sociedade. Nesse ponto, é importante destacar dois tipos de agenda: • Agenda Política: Representa quais temas a comunidade identificou como importantes para que haja uma intervenção pública que altere essa realidade; • Agenda Formal: Elenca quais os problemas que o poder público já acatou da agenda política e integra um planejamento ou programa governamental. A luno: Y uri G om es M allaco E m ail: yurim allaco27@ gm ail.com 5 Pois bem, há diversas agendas políticas possíveis em uma sociedade; elas são afetadas obviamente pela globalização e informações trazidas em escala mundial pela mídia. Na mesma linha, também podemos identificar alguns temas recebendo diferentes enfoques; em outras palavras, um problema relacionado ao tema trabalho será identificado e tratado de maneiras bem distintas, caso seja abordado por um Sindicato de Trabalhadores, pela Federação de Indústria, ou ainda por uma Organização Internacional do Trabalho — OIT. No que comporta políticas públicas globais, então temos que não necessariamente esses grupos irão buscar introduzir metas mundiais em seu meio, caso não seja de seu agrado, como podemos pensar sobre os diferentes grupos citados anteriormente. E esse mesmo problema poderá também receber diferentes tratamentos da própria agenda. Tentando explicar de outra forma, dentro da própria agenda política ou formal, determinado tema poderá ganhar mais ou menos relevância, também estando sujeita a perder sua importância com o passar dos anos. Dentro da formação da agenda, também é um ciclo inerente que diz respeito a essa atenção e relevância de determinado problema: 1) Fase anterior ao problema; 2) Fase de descoberta e entusiasmo; 3) Fase de percepção dos custos necessários para as soluções; 4) Fase da redução da atenção para o problema; 5) Fase pós-problema. Assim, a maior dificuldade se queda não em estabelecer quais serão as prioridades de uma agenda, mas sim sistematizar de maneira ordinal. Consequentemente, é de vital importância que, sobretudo os políticos, saibam compreender quais problemas são graduais, cíclicos ou intempestivos, para que possam receber a devida atenção de maneira eficiente. Genericamente, há quatro mecanismos possíveis para induzir determinado comportamento: • Premiação: São estímulos positivos, caso alguma pessoa aja de acordo; • Coerção: Estímulos negativos, com punições e sanções aos eventuais transgressores; • Conscientização: Construção de uma ideia de um dever moral para com a sociedade; A luno: Y uri G om es M allaco E m ail: yurim allaco27@ gm ail.com 6 • Soluções técnicas: Almeja solucionar problemas e influenciar comportamentos de maneira indireta. Esses são alguns instrumentos possíveis a serem utilizados por políticas públicas, de modo que o debate deverá estar mais ou menos dentro dessas ideias, levantando custos e possibilidade de solução. Destarte, o prognóstico deverá ser baseado nessas preposições, do mesmo modo que deverá tentar refletir sobre qual será a eficiência econômica dessa política pública, pois os recursos para interagir com esses problemas são sempre limitados. Seja como for, construída a agenda, será necessário que sejam formuladas alternativas para lidar com determinado problema. Definir alternativas também se desenvolverá com base na escolha de conflitos, situações formais ou não sobre o problema, bem como potenciais custos e benefícios de cada alternativa possível. No momentoque são estabelecidos objetivos para uma política pública, imediatamente criam-se expectativas quanto aos seus resultados. Desse modo, deve-se almejar sempre objetivos concretos, com dados mais objetivos e lapso de tempo determinado. Tentando ilustrar o parágrafo anterior, há uma grande diferença entre uma política pública que tenha por objetivo tão somente reduzir os danos contra o meio ambiente, contra outra que se propõe a reduzir em 10% o desmatamento em um ano. E é desejável que os objetivos sejam mais concretos, porquanto permite uma avaliação mais acurada de sua eficiência e eficácia. Assim, para facilitar a última etapa do ciclo, faz-se necessário que no momento da sua formulação haja objetivos técnicos e concretos para balizar as consequências de uma política pública na realidade. Afinal, não necessariamente o caminho escolhido será o mais efetivo, razão pela qual não devemos nos olvidar de quais foram as diretrizes traçadas nesse momento para que seja possível repensar e adaptar de maneira oportuna os programas, métodos, ações ou estratégias que almejam solucionar determinado problema. TEMA 4 – TOMADA DE DECISÃO E IMPLEMENTAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS Após serem levantadas alternativas para solucionar determinado problema público, os responsáveis diretos terão de escolher e enfrentar a situação com alguma das opções levantadas. O já trabalhado, na aula inaugural, fluxo de políticas públicas, ajuda a compreender melhor esse momento. A luno: Y uri G om es M allaco E m ail: yurim allaco27@ gm ail.com 7 Ora, nem sempre a decisão será tomada de maneira racional ou técnica. É verificável que os fatores políticos influenciam muito mais os detentores de poder para tanto; diante de uma sociedade globalizada, claro que as influências internacionais também afetarão diretamente esse percalço. Assim, ciente de que esse processo é complexo, bem como os problemas e soluções estudados, a tomada de decisão não fugirá desse círculo. Os empreendedores de políticas públicas vão agir da maneira que for possível, bem como os principais atores responderão de acordo com a situação concreta. No que toca à implementação de políticas públicas, pode-se dizer que seu resumo é transformação da intenção em ação. A importância de seu estudo consiste em perceber quais são os obstáculos que permeiam esse processo nos mais diversos temas. De igual modo, permite que seja possível entender quais foram os erros e equívocos de outras políticas públicas que também pretendiam resolver o mesmo fim. Não obstante, é importante também perceber que será nesse momento que os atores, sobretudo a administração pública, irão realizar sua atividade principal, qual seja, executar as políticas públicas. Nesse sentido, em eventual análise desse momento do processo de política pública, deverá o pesquisador compreender se a falha decorreu da tomada de decisão, a qual recairá sobre o político; ou se da implementação, de sorte que será a administração pública como um todo que será responsabilizada. TEMA 5 – AVALIAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS Um dos momentos mais importantes para o ciclo de políticas públicas é a avaliação. Esse período permite que haja uma reflexão sobre os efeitos alcançados e pretendidos na hora da sua implementação. Com base em critérios indicadores e padrões, essa fase irá compreender a eficácia e o acerto de todas as fases antecedentes. Com efeito, realizar um processo de julgamento sobre determinada política pública irá demandar algum grau de cientificidade e clareza para que seja possível um debate claro sobre o tema. Entre os principais parâmetros, estão: • Economicidade: Aplicação de recursos (públicos ou não); • Produtividade: Resultados, ou níveis de saídas, de determinado processo; A luno: Y uri G om es M allaco E m ail: yurim allaco27@ gm ail.com 8 • Eficiência econômica: A relação direta entre economicidade e produtividade; • Eficiência administrativa: Aqui, pretende-se analisar se os atos praticados seguiram os tramites e métodos preestabelecidos, ou seja, se desde a tomada de decisão até o momento da avaliação as pessoas envolvidas estão seguindo o processo conforme proposto; • Eficácia: Nível de sucesso nas metas e objetivos levantados nas fases iniciais (destacando a importância de traçar desígnios claros e objetivos que permitam uma análise desse ponto com clareza); • Equidade: Homogeneidade da distribuição dos instrumentos de políticas públicas entre seus objetivos ou destinatários. Finalmente, depois de realizadas devidamente análises, as quais poderão ter conotação jurídica, técnica ou/ e política, será possível comparar como estava a situação quando da identificação do problema e o momento temporal da análise. É certo que avaliações completas possuem algumas dificuldades, em razão do tempo e do próprio custo de se conseguirem alguns dados estatísticos, porém, elas podem levar a três desfechos distintos: 1) Continuidade e seguimento da política pública; 2) Reforma de alguns pontos práticos da política pública, de modo a aprimorá- la; 3) Extinção da política pública, seja porque o problema restou resolvido, ou quando está se mostrando inútil em relação ao caso concreto. Finalmente, outra dificuldade das análises é trazer informações úteis para o debate. Almeja-se, portanto, que se superem os debates simplistas e maniqueístas para que possamos afastar a retórica da discussão e trazer ainda maior relevância sobre o real desempenho das políticas públicas. LEITURA OBRIGATÓRIA SECCHI, L. Políticas públicas: conceitos, esquemas de análise, casos práticos. 2. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2017, p. 43-70. A luno: Y uri G om es M allaco E m ail: yurim allaco27@ gm ail.com 9 REFERÊNCIAS ALEXY, R. Teoria dos direitos fundamentais. Tradução Virgílio Afonso da Silva da 5. ed alemã. São Paulo: Malheiros Editores LTDA, 2008. BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil (1988). Planalto, S.d. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm>. Acesso em: 15 ago. 2019. BUCCI, M. P. D. O conceito de política pública em direito. In: BUCCI, M. P. D. (org.). Políticas públicas: reflexões sobre o conceito jurídico. São Paulo: Saraiva, 2006. CAPELLA, A. C. N. Um estudo sobre o conceito de empreendedor de políticas públicas: Ideias, Interesses e Mudanças. Caderno EBAPE.BR, Rio de Janeiro, v. 14, n. spe, p. 486-505, jul. 2016. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679- 39512016000700486&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 2 ago. 2019. CHRISPINO, A. Introdução ao estudo das políticas públicas: uma visão interdisciplinar e contextualizada. Rio de Janeiro: FGV Editora, 2016. COMPARATO, F. K. Ensaio sobre o juízo de constitucionalidade de políticas públicas. In: Revista de informação legislativa, v. 35, n. 138, p. 39-48, abr./jun. 1998. Interesse público, v. 4, n. 16, p. 49-63, out./dez. 2002. Disponível em: <http://www2.senado.leg.br/bdsf/handle/id/364>. Acessado em: 02 ago. 2019. FARIA, C. A. P. de (org.). Implementação de políticas públicas: teoria e prática. Belo Horizonte: Ed. PUC Minas, 2012. LIMA, M. L. de O. F. de; MEDEIROS, J. J. Empreendedores de políticas públicas na implementação de programas governamentais. Revista de Administração Pública, out 2012. Rio de Janeiro, v. 46, n. 5, p. 1251-1270, Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034- 76122012000500004&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 2 ago. 2019. MARQUES, E.; Faria, C.A.P. Organizadores. A política pública como campo multidisciplinar. São Paulo, Rio de Janeiro: Editora Unesp, Editora Fiocruz, 2013. SECCHI, L. Políticas públicas: conceitos, esquemas de análise, casos práticos. 2. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2017. A luno: Y uri G om es M allaco E m ail: yurim allaco27@ gm ail.com2 TEMA 1 – INSTITUIÇÕES NO PROCESSO DE POLÍTICA PÚBLICA Para entender como as políticas públicas se relacionam com o processo de globalização e políticas públicas globais, é preciso verticalizar alguns conceitos que traçam regras e diretrizes e definem a influência de políticas públicas globais em nosso ordenamento. As instituições presentes em políticas públicas são as dimensões espaciais onde elas se desenvolvem. Podem ser apontadas como qualquer um dos três poderes, quais sejam: Executivo: reuniões entre secretarias e discussões sobre qualquer tema; Legislativo: plenários da Câmara e Senado ou ainda qualquer fórum legislativo que possibilite a participação da comunidade; Judiciário: decisões de colegiado que porventura afetem políticas públicas ou tomadas de decisão dos membros tanto do Executivo quanto do Legislativo. Vale mencionar ainda que o plano não governamental também pode representar um espaço onde haja debate de políticas públicas. A dinâmica política é extremamente volátil, então qualquer confluência pode determinar como critério espacial. Para compreender esse contexto político, queda-se relevante a pesquisa sobre onde ele acontece para compreender melhor as motivações dos empreendedores de políticas públicas e os efeitos quando da sua implementação. Seja como for, para perceber essas instituições, é preciso compreender que elas representam regras formais que adequam a questão comportamental dos cidadãos. Assim, no que toca às políticas públicas, instituições representam jurisdições, competências e delimitações territoriais. Portanto, os atores políticos e empreendedores de políticas públicas estarão sujeitos a essas instituições, que são construídas pelo meio social e jurídico. Esse conjunto de práticas disciplinadas trarão pressupostos cognitivos e normativos para reger todo o processo de políticas públicas. Com efeito, ao analisar todas as estruturas e valores políticos, os analistas de políticas públicas deverão estar atentos não só a critérios formais presentes nessa sociedade, como informais, sendo esses representados pela cultura e costumes inerentes à determinada comunidade. No tocante a nossos estudos de A luno: Y uri G om es M allaco E m ail: yurim allaco27@ gm ail.com 3 globalização e integração de políticas públicas internacionais, vale perceber como o processo de influência internacional afeta esses aspectos em nosso país. TEMA 2 – GLOBALIZAÇÃO, ESTADO NACIONAL E POLÍTICAS PÚBLICAS Atualmente, o termo globalização é aplicado de maneira corriqueira, quase vulgar. Contudo, há de se ressaltar que apesar de suas simplificações, devemos buscar enaltecer seus principais pontos, quais sejam, entre os positivos, desenvolvimento e integração, mas sem deixar de mencionar os negativos, como a violência do colonialismo e a desestabilização de algumas áreas. Esse processo de globalização representa um vetor que tem se mostrado imparável. Tal processo tem acarretado em nossas sociedades algumas benesses, entretanto também traz consigo prejuízos como veremos adiante. Sendo assim, é evidente que essas influências também afetam o Estado, e consequentemente as políticas públicas. Não que haja necessariamente um vínculo exclusivo entre os serviços estatais e direitos sociais com as políticas públicas, mas eles denotam boa parte do que concebemos a respeito do tema e, portanto, têm realmente toda uma densidade que é afetada pela globalização. Nesse sentido, o impacto da globalização faz com que as políticas públicas sejam em grande parte internacionalizadas, do mesmo modo que o Estado e suas ramificações. Mas fato é que nem todos os países percebem essa globalização do mesmo modo, de sorte que suas políticas públicas também irão variar. Ainda nessa linha de ideias, os empreendedores de políticas públicas e instituições nacionais podem, ou não, agir ao influenciar agentes externos. Ou seja, da mesma maneira que podem sofrer influência internacional, também poderão receber incentivo de seu Estado nacional para atuar ao redor do mundo. Com efeito, os países poderão, conforme exposto, apresentar um movimento mais ou menos nacionalista e aderir de forma mais aberta ou não políticas públicas internacionais. Do mesmo modo, a depender de sua influência econômica, social e cultural eles também podem afetar diretrizes de outros países ou blocos econômicos de integração. Na década de 1990, a globalização impactou muito mais sobre a questão de capital e trabalho, como a ideologia da competitividade que se sobressaía sobre a solidariedade, de modo que as políticas sociais tiveram sua prioridade alterada. Isso afetou, portanto, muito sobre como os problemas eram percebidos, A luno: Y uri G om es M allaco E m ail: yurim allaco27@ gm ail.com 4 bem como deixou de ser mutuamente benéfico, ou seja, uma das partes necessariamente sairia com uma vantagem, seja ela qual fosse. Para exemplificar, trataremos de como a globalização afetou de maneiras muito distintas a América Latina e a Europa. A primeira, após um longo período de lideranças e partidos neoliberais, passou a ser governada por grupos mais situados à esquerda que impulsionaram os investimentos sociais. Já a segunda, sob os reflexos da crise econômica de 2008, buscou conter os dispêndios dos cofres públicos e diminuiu, sob uma ideia de austeridade, os gastos sociais. Logo, a globalização não será determinante, mas sim o que os empreendedores de políticas públicas e os agentes políticos irão agir a partir dela. Então, o pluralismo político global, quando nos referimos a políticas sociais, será composto das interações desse Estado com organizações internacionais, aliando- se às diversas conversas entre empreendedores de políticas públicas que não façam parte dos governos. TEMA 3 – GLOBALIZAÇÃO E A CRISE DO ESTADO-NAÇÃO Apesar de já ter sido levantada a suposta inevitabilidade do processo de globalização, deve-se destacar que esse necessita possuir total respaldo político para que haja influência sobre políticas públicas nacionais. Ora, cientes da importância que o avanço da tecnologia tem para o planeta, é sobretudo no âmbito do mercado global que se verifica uma certa crise do Estado-nação. Com a evolução do neoliberalismo, tem-se implementado um mercado internacional bem integrado que está de acordo com os tratados internacionais. Nesse sentido, o Acordo Geral de Tarifas e Comércio (GATT) auxiliou esse processo. A intenção desse acordo foi remover barreiras alfandegárias e promover o livre comercio entre divisas sem a interferência de cada país sobre seu respectivo território. Com efeito, os Estados-nação precisam dar alguns passos para trás e deixar de interferir no mercado econômico interno. Por consequência, sua legitimidade em agir com políticas públicas muitas vezes se queda tolhida em razão dessa adesão às regras do mercado financeiro global. Alguns críticos aventam, inclusive, riscos à democracia de um país em desenvolvimento. Isso porque várias decisões importantes que decidirão a sorte de uma nação ficarão sob responsabilidade desse mesmo mercado internacional. A luno: Y uri G om es M allaco E m ail: yurim allaco27@ gm ail.com 5 Destarte, é importante deixar consignado que a despeito dos benefícios inerentes desse mesmo mercado globalizado, precisa-se ter em mente que a política nacional deve conter e intervir quando for necessário para salvaguardar os interesses de seus cidadãos. Os impactos negativos da globalização podem ser bem severos em países que não possuem instituições fortes e estrutura econômica, de maneira que a situação acabe se agravando. Assim, dentro do que este curso se propõe, impõe-se a necessidade de refletir sobre a implementação de qualquer política pública que venha a renunciar essa soberania do Estado-nação frente ao processo de globalização.Quando se transfere para o Direito Internacional e para as instituições globais a responsabilidade do processo de transformação social e econômica, há uma chance de refletir em uma governabilidade sem sentido, em que não se aborda as reais necessidades daquela sociedade. O Estado, enquanto empreendedor de políticas públicas, não pode perder de vista sua responsabilidade precípua, qual seja, a de proteger seus cidadãos. TEMA 4 – DIFUSÃO INTERNACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS A difusão internacional de políticas públicas será em grande parte um processo internacional que envolverá sobretudo as tecnologias de informação, porquanto propagam, com alta velocidade, as comunicações e as notícias entre seres humanos. Aproveitando o exemplo, é certo que esse tipo de processo deverá abarcar profissionais e estudiosos de todas as áreas para enriquecer e dar maior profundidade ao debate, sem qualquer presunção de exaurir a lista: cientistas políticos, economistas, internacionalistas, juristas, historiadores etc. Vale dizer que o Brasil por diversos anos apenas recebeu políticas públicas inspiradas em outros países, todavia nos últimos anos serviu de modelo com alguns projetos sociais. Os programas Fome Zero e Bolsa Família são estudados ao redor do mundo para serem avaliados e implementados em outros países em desenvolvimento. Seja como for, alguns estudiosos do tema aduzem que há dois processos distintos: transferência e difusão de políticas públicas. Esses dois poderão ser distinguidos em razão do estímulo inerente a cada um, os meios de estudo e conceito, os agentes sociais que irão impulsioná-los e, por fim, os resultados de acordo com sua abrangência. A luno: Y uri G om es M allaco E m ail: yurim allaco27@ gm ail.com 6 Tentando resumir um pouco da transferência de políticas, fato é que elas não têm grande relevância, pois estão mais relacionadas a um plano menor; um processo de mudança mais direto, em que o conhecimento e as instituições são utilizadas de maneira quase que copiada, ou inspirada, em outro ambiente político. Desse modo, as transferências podem ser: voluntárias, quando são aprendidas com racionalidade; coercitivas, quando impostas diretamente; ou mistas, se há uma combinação entre fatores, como pressões internacionais, obrigações e condições aliadas às próprias lições racionais. Com efeito, partidos políticos e seus representantes bem como grupos de pressão e servidores públicos poderão interagir e transferir políticas, programas, ideologias tanto internamente quanto globalmente, seja em esfera pública ou privada. Enfim, é importante destacar que há algumas dificuldades em razão da complexidade do assunto, como problemas estruturais, divergências nos conteúdos, e até mesmo no momento de tradução da política pública que pode levar ao fracasso dessa transferência pública. Com efeito, deverá ser apurado via relatórios, ou até mesmo pela mídia, como foi feita essa transferência e se está sendo proveitosa. Já a difusão é cada vez mais utilizada por cientistas políticos e sociólogos, tentando se fazer valer de uma metodologia quantitativa de alta complexidade, mas também de elevada capacidade de previsibilidade dos seus efeitos. TEMA 5 – CONVERGÊNCIA DE POLÍTICAS PÚBLICAS Trata-se de uma consequência inexorável da própria difusão de políticas públicas. Elas vão se alterando, evoluindo, adaptando à medida que são difundidas. Quatro fatores acabam por acelerar esse processo: 1. As variadas naturezas que a própria difusão detém. Então, a particularidade de uma política pública bem como as experiências nacionais ou internacionais, de acordo com os países e seu relacionamento, podem ser mais ou menos verticalizadas em relação ao programa inicial; 2. As especificidades do que está sendo proposto na difusão; 3. As engrenagens específicas que prevalecem em determinada difusão; 4. O contexto institucional do país que está adotando a política pública a ser difundida. A luno: Y uri G om es M allaco E m ail: yurim allaco27@ gm ail.com 7 Deste modo, é comum que as políticas públicas acabem por se relacionar e apresentar avançado envolvimento, ou seja estejam convergindo em seus ideais. Logo, há uma verdadeira pluralidade de raciocínios que confluem, podendo ser dada de maneira pluriforme, com influência tanto de importadores quanto de exportadores de políticas públicas. Vale dizer ainda que não há propriamente um fluxo de convergência. Dessa forma, não há homogenia no sentido nem na temática, de modo que a difusão de políticas públicas pode se dar de maneiras bem peculiares. Entretanto, ressalva- se que os pesquisadores denotam que vizinhos territoriais acabam por aderir de maneira mais direta as inovações no campo político. As denominadas ondas de difusão afetam países de diferentes visões políticas e estruturas institucionais e sociais. Então, muitas políticas públicas que são importadas demandam o estudo justamente da influência extranacional para entender as razões que levaram tal país a absorver a mentalidade que norteou a política pública. Com efeito, atualmente, a ciência política tem buscado maior diálogo com outras ciências sociais, para com o auxílio de demais disciplinas que também analisam e refletem sobre o ser humano de maneiras distintas – mas todas com extrema relevância – compreender melhor sobre como esses processos exercem sua influência em determinado contexto social. Assim, as novas políticas são resultado de um complexo sistema de afluência entre práticas cotidianas e junção de diretrizes globais. Em outro ponto, Ancelovici e Jenson (2013) sugeriram que deveria haver algum tipo de padrão mínimo que permitisse a avaliação antes da transferência ou difusão de políticas públicas: Certificação: ocorre quando há uma autoridade que valida as práticas a serem adotadas pela política pública. Em outras palavras, deverá existir uma análise prévia, com ulterior admissão, de alguma parte com poder de reconhecer as benesses e apoiá-las e legitimá-las. Descontextualização: importante mecanismo de verificação de uma política pública. Aqui, se realiza uma tentativa de retirar do quadro socioeconômico, histórico, cultural e político em que dado país está inserido com aquela política pública e tentar abstraí-la. Para tanto, também deverão se ignorar quais foram os empreendedores de políticas públicas que pugnaram pela A luno: Y uri G om es M allaco E m ail: yurim allaco27@ gm ail.com 8 ação. Com esse processo, é possível tentar remontar subjetivamente o conceito abarcado pela política pública em outro contexto. Enquadramento: trata-se de um método relevante para criar esse padrão das políticas públicas. Ora, ao se debater e refletir sobre situações e problemas, queda-se mais fácil levantar soluções que estão sendo demandadas pela coletividade, ou mais especificamente pelos empreendedores de políticas públicas. A luno: Y uri G om es M allaco E m ail: yurim allaco27@ gm ail.com 9 REFERÊNCIAS ALEXY, R. Teoria dos direitos fundamentais. São Paulo: Malheiros Editores, 2008. ANCELOVICI, M.; JENSON, J. Standardization for Transnational Diffusion: The Case of Truth Commissions and Conditional Cash Transfers. International Political Sociology, v. 7, n. 3, p. 294-312, set. 2013. BRASIL. 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